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1 TRANSPORTE E TRANSFORMAÇÕES URBANAS GESTÃO AMBIENTAL

TRANSPORTE E TRANSFORMAÇÕES URBANASlproweb.procempa.com.br/.../vivaocentro/usu_doc/metrosaopaulo.pdf · Amostra de aerofoto, disponível no site da GlobeXplorer (aleatória) Note-se

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TRANSPORTE E TRANSFORMAÇÕES URBANAS

GESTÃO AMBIENTAL

2

Luiz CortezArquiteto, Especialista em Planejamento de Transportes, Especialista em Gestão Ambiental

EspecialistaAssessoria de Gestão Ambiental e SustentabilidadeMetrô de São Paulo

Vice-presidente de Assuntos Técnicos AEAMESP - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô

Associação Nacional de Transportes Públicos - ANTPComissão de Meio Ambiente

3

6 de Outubro: o dia em que começamos a comer a Terra

4

Fonte: Global Footprint Network

1987

“A guerra por uma sociedade sustentável seráganha ou perdida nas cidades.”

(Klaus Töpfer, 2007)

6

Automóveis e Meio AmbientePrincipal Impacto

EXCESSIVA DEMANDA POR ESPAÇO

7

Um trevo de vias expressas ocupa a mesma área de uma cidade medieval típica, como Salzburg.

Fonte: Jeff Kenworthy, 2005

8

Amostra de aerofoto, disponível no site da

GlobeXplorer

(aleatória)

Note-se a ausência de faixas de pedestres.

9

Espaço ocupado pelo sistema viário.

10

Espaço ocupado pelo sistema viário e pátios de estacionamento.

Nos Estados Unidos existem oito vagas de estacionamento para cada automóvel (UITP, 2004).

“O século 20 será lembrado como um desastre na história do urbanismo.”

(Enrique Peñalosa, 2007)

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Fonte: Surface Transportation Policy Project

EUA, 1982 a 2002

População:

cresceu 22%

Uso do automóvel:

cresceu 70%

Congestionamentosnas vias expressas:

cresceram 235%

(Baseado em dados do Texas Transportation Institute)

22%

70%

235%

0%

50%

100%

150%

200%

250%

População Uso do Automóvel

Congestionamentosnas vias expressas

13

Fatores que contribuíram para o crescimento do uso do automóvel, 1982 a 2002

Aumento da população

13%

Aumento das distâncias de viagem

35%

Aumento do total de viagens

18%

Redução na ocupação dos veículos

17%

Migração para o automóvel

17%

Fonte: Surface Transportation Policy Project

14

Fontee: Census 2000 Journey to Work and the Behavior Risk Factor Surveillance System, Center For Disease Control and Prevention

Obesidade torna-se epidêmica, ao mesmotempo que diminuemas viagens a pé.

A falta de atividadefísica ameaça a saúdeda maioria dos norte-americanos

-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Mudança ao longo do tempo

Obesidadeadultos

+61%

Viagens motivotrabalho a pé

-26%

1990 a 2000

1991 a 2000

Nós teremos capacidade e coragem suficientes para criar cidades diferentes, melhores?

Os sistemas de transporte tendem a produzir tipos diferentes de cidades.

Cidades com padrões de qualidade de vida muito diferentes.

É possível desenhar os sistemas de transporte sem saber qual cidade queremos?

Mas antes, um rápido teste:

P:Considerando um desenho urbano de qualidade, qual é o modo de transporte mais importante?

R:• a) Automóvel

• b) Ônibus

• c) Metrô e Trens Metropolitanos

• d) Bicicletas

Alguém acertou?

(... este teste contém uma pegadinha!)

22

Pedestres

O modo mais importante é muitas vezes esquecido...

Como nós queremos viver?O que é uma boa cidade?

Superadas as necessidades básicas de sobrevivência, a felicidade pressupõe:- poder caminhar,- estar com as pessoas,- não sentir-se inferior.

Na economia de mercado nós não teremos igualdade de renda, mas é nosso dever construir a igualdade de qualidade de vida.

Felicidade não se mede pelo crescimento do PIB.

25

São Paulo: 10% mais ricos > 45% da renda50% mais pobres > 15% da renda

O que é uma cidade sustentável?

Uma cidade feita para os carros ou uma cidade feita para as pessoas?

Poluentes ou não, os carros representam um problema para a qualidade de vida urbana.

Há uma feroz competição entre carros e pessoas, por espaço e por investimentos.

Boa parte do que destrói a qualidade de vida nas cidades é resultado de tentar abrir mais espaço para os carros.

Em contraposição, calçadas bem cuidadas ensinam aos cidadãos que os pedestres são tão importantes quanto aqueles que usam carros.

Bogotá, Colombia

Bogotá, Colombia

Bogotá, Colombia

Seoul, Coréia

Seoul, Coréia - antes

Seoul, Coréia - depois

Transporte é provavelmente o único serviço urbano que piora à medida que a cidade fica mais rica.

Os problemas do transporte urbano não podem ser resolvidos apenas com dinheiro. Eles exigem também uma mudança na nossa maneira de viver.

46

Existe solução?

47

Sistemas multimodais equilibrados:

“Nenhum modo de transporte pode isoladamente satisfazer as necessidades diversas de uma área metropolitana.(...)”

48

Sistemas multimodais equilibrados:

“Particularmente em cidades médias e em áreas metropolitanas, o transporte de passageiros deve consistir de sistemas complementares...

Juntamente com o trânsito de pedestres e coordenado com o transporte individual, o transporte público garante ao ambiente urbano um caráter humano.”

(Vuchic, 1999)

49

• Sistemas multimodais equilibrados:

“Para obter o equilíbrio entre os modos, é necessário implementar dois conjuntos de políticas: incentivos ao transporte público e ‘desincentivos’ ao automóvel.” (Vuchic, 1999)

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• Priorizar os investimentos para o transporte público

• Redes de transporte público planejadas e integradas física e tarifariamente

• Transporte público de qualidade: rápido, seguro, confortável e confiável

• Controle da oferta de estacionamentos e outras medidas de gestão da demanda do

transporte individual

• Planejamento integrado Transporte e Uso do Solo

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Redes de transporte público planejadas e integradas física e tarifariamente

Evolução da demanda - Metrô de Nova Iorque

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O transporte público permite às cidades usar as forças de mercado para aumentar as densidades junto às estações, criando subcentros mais eficientes e reduzindo o espraiamento urbano.

O transporte público permite que as cidades sejam mais estruturadas em corredores, tornando mais fácil prover a infraestrutura necessária.

O transporte público aumenta e eficiência econômica das cidades;cidades mais densas, com menos uso de automóveis e mais de transporte público, gastam uma proporção menor de seus PIBs no transporte de passageiros.(Newman e Kenworthy, Sustainability and Cities, 1999)

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Planejamento Integrado Transporte e Uso do Solo

54

Toronto, Canada

55

56

False Creek, VancouverCanada

57

False Creek, VancouverCanada

58

False Creek, VancouverCanada

59

False Creek, VancouverCanada

60

False Creek, VancouverCanada

61

False Creek, VancouverCanada

62

Vancouver, Canada

63

Vancouver, Canada

64

65

66

67

68

EixoOeste

EixoSul

Curitiba, PR

Planejamento Integrado Transporte e Uso do Solo

Arlington, EUA

Rosslyn - Ballston Corridor

70

Arlington, EUA

71

Arlington, 30 anos depois

72

73

74

75

76

Arlington, 30 anos depois

77

Arlington - 30 anosRosslyn - Ballston Corridor

• O corredor responde por 32,8% da arrecadação de ‘IPTU’, mesmo ocupando apenas 7,6% da área total do condado.

• Foram acrescidos mais de 2,8 milhões de m² de área construída em um território de 5,2 km².

• Seriam necessários mais de 36 km² de espaço para edificar a mesma área nos padrões normais dos subúrbios (Leach, 2003).

78

Unidades residenciais

Habitantes

Empregos

79

Unidades residenciais

Quartos de hotel

80

Commercial Office and Retail Development

0

2.5

5

7.5

10

12.5

15

17.5

20

22.5

25

1972 1980 1990 2000 2005+UC

Office(M SF)

Retail(M SF)

Source: Arlington County Department of Community Planning, Housing & Development

Comércio(área)

Escritórios(área)

81

Metro 5 R-B Corridor Stations 83,753 Weekday Ons & Offs

73.0%

7.5%

3.6%

12.9%2.0%1.0%

Walk

Metrobus

OtherBus/Vanpool

Auto (incl. Drop-off)

Other

No Response

Sources: WMATA May 2002 & 2005 weekday Metrorail ridership and access data

Metro 4 Outer Orange Line Statio49,686 Weekday Ons & Offs

14.6%

9.3%

4.8%

57.6%

12.0%

1.7% Walk

Metrobus

Other Bus/Vanpool

Auto (incl. drop-off)

Other

NoResponse/Unknown

Sources: WMATA May 2002 & 2005 weekday Metrorail ridership and access data

Metro 4 - estações no corredor R-B (5)

Entradas por modo demanda MDU: 83.753 passageiros

Metro 4 - estações além do corredor R-B (4)

Entradas por modo demanda MDU: 49.686 passageiros

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Viagens motivo trabalho

Uso do transporte público

• média nacional: 4,7%

• Fairfax (vizinho): 7,3%

• Arlington: 23,3%

Arlington - 30 anosRosslyn - Ballston Corridor

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Arlington - 30 anosRosslyn - Ballston Corridor

• Entre 1980 e 2001 foram construídos mais de 1.022.000 de m² de escritórios e o número de unidades residenciais duplicou, mas a contagem de tráfego nas principais intersecções cresceu apenas 10%.

Ballston Courthose

Rosslyn

85

Metrô de São Paulo

86

Rede de Transportes MetropolitanosRede de Transportes Metropolitanos

87

Metrô CPTM EMTU

Estações 55 84Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara

Extensão da Rede 61,3 km 253 km 33 km

Passageiros Transportados MDU¹ 3.230.000 1.600.000 8 terminais

Entradas MDU¹ 2.332.000 1.250.000 240.000¹Metrô: março/08; CPTM/EMTU: maio/07

Metrô

Terminais de Integração 23

Terminais Rodoviários 3

4 em operação1 em implantação

Empreendimentos Associados

Metrô CPTM EMTU

Estações 55 84Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara

Extensão da Rede 61,3 km 253 km 33 km

Passageiros Transportados MDU¹ 3.230.000 1.600.000 8 terminais

Entradas MDU¹ 2.332.000 1.250.000 240.000¹Metrô: março/08; CPTM/EMTU: maio/07

Metrô

Terminais de Integração 23

Terminais Rodoviários 3

4 em operação1 em implantação

Empreendimentos Associados

Rede de Transportes Metropolitanos

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MetrôBenefícios socioambientais valorados - 2007

Discriminação Unidades Quantidades Valor (milhões de R$)

Redução da Emissão de Poluentes e GEE ton/ano 724.132 119,7

CO, HC, NOx, SOx e MP 27.649

CO2 696.483

Redução do Consumo de Combustível milhões de lit ros/ano 288,8 635,6

Redução do Custo Operacional de Autos e Ônibus milhões de km/ano 957,3 876,6

Redução do Custo de Manutenção e Operação de Vias 25,9

Redução do Tempo das Viagens milhões de horas/ano 531,5 2.336,1

Redução do Número de Acidentes 8.185 71,9

vít imas fatais 90

feridos (leves e graves) 2.690

sem vít imas 5.405

Total 4.065,8

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Metrôexpansão da rede

90

MetrôBenefícios socioambientais da expansão da rede

Expansão da Linha 2 - Verde até Vila PrudenteLinha 4 - Amarela de Vila Sônia a LuzLinha 5 - Lilás de Largo Treze a Chácara Klabin

a cada ano:

• Redução da emissão de 360 mil toneladas de CO2

• Redução da emissão de 23 mil toneladas de poluentes • Evitará o consumo de 195 milhões de litros de combustível• Redução de 228 milhões de horas gastas no transporte

91

MetrôRede Essencial163,3 km

92

“O transporte sobre trilhos é, de fato, o modo que torna viáveis as grandes cidades.” Vukan Vuchic

Transportation for

Livable Cities, 1999

93

Atlanta, EUA

Interseção entre as vias expressas Norte-Sul e Leste-Oeste

Interseção entre as linhas Norte-Sul e Leste-Oeste do metrô.

Interseção entre as vias expressas Norte-Sul e Leste-Oeste

Atlanta, EUA

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Metrô - 1 via60.000 pass./h

Ônibus comuns - 1 faixa 7.200 pass./h

Automóveis - 3 faixas5.500 pass./h

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Áreas onde o mercado imobiliário incorpora a seus ganhos os benefícios econômicos da confiabilidade, rapidez e segurança, garantidos e consolidados durante os mais de trinta anos da operação do Metrô de São Paulo.

Territórios de Oportunidades

98

Modelagem de Valor para as Bases 1998-2000

Etapas

• Tratamento de dados

• Descrição da metodologia

• Desenvolvimento de modelo estatístico para a

construção de isótimas e resultados obtidos

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Caracterização das Situações Ex-Ante e Ex-Post

Bases de dados levantadas em 1998 e 2000 para desapropriações administrativas e modelagem de valor;Informações desapropriações judiciais 2005/2006;TPCL 2000 e 2004.

100

Resultados da comparação de valor

Comparação Ex-ante e Ex-post

R$ 2.362,00

R$ 1.083,00

R$ 2.165,00

R$ 2.480,00

R$ 2.463,50

2004/2005

30,0R$ 1.885,51Oscar Freire x Rebouças

191,3R$ 1.885,51R. dos Pinheiros

11,6R$ 970,74R. Capri

12,7R$ 1.921,77Av. Rebouças

112,7R$ 1.166,03Lgo. da Batata

%1998/2000ENDEREÇOS

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Tratamento de Dados

Procedimento· Inferência Estatística por Análise de Regressão Linear Múltipla, com a utilização do programa Infer 3.2.

Número de Dados Coletados· 447 elementos coletados ao longo da Linha-4.

Variáveis estatisticamente significativas· V.U. = valor unitário (R$/m2)

· Var1 – Z1 = variável dicotômica: localização em Z1? Sim =1/ Não = 0.

· VV_2 = valor venal (R$/m2)

· DS = distância à Sé (m)

· DM = distância à estação de metrô mais próxima (m)

· DistShopping = distância ao shopping mais próximo (m)

· DPD = distância ao pólo desvalorizante (m)

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Modelo Matemático Adotado

[V.U.] = Exp( 3,9421 + 18,728 /[A] - 0,10744 x [ Var1 - Zona1] + 1,2564x10-3 x [VV_2] - 1634,3 /[DS] - 1,6779x10-4 x [DM] -6,4434x10-5 x [Dist Shopping] + 2,7476x10-4 x [DPD] + 80,636 /[TC] + 1,6329x10-2 x [TI] + 2,4606x10-4 x [RM] + 9,6942x10-4 x [DE] + 0,3562 x [OP] + 1,1561x10-5 x [DEP])

Características da EquaçãoCoeficiente de Correlação = 0,8914 Coeficiente de Determinação Ajustado = 79,45% Significância do Modelo: 6,5 x 10-106 % Nº elementos válidos: 353Nº elementos excluídos: 94

Estrutura do Banco de Dados

•447 imóveis

–226 imóveis com dados de 2000

–221 com dados de 1998

Desenvolvimento da Malha Temática (GRID)

Malha de pontos (GRID) com valores unitários calculados a partir do

banco de dados formado no processo descrito anteriormente.

OBJETIVO

Visualização de zonas de valores na região de estudo

Mapa Temático

Representação visual das zonas de valores adquiridas através do GRID.

Apresenta essas zonas por gradações contínuas de cor produzidas pela interpolação

de dados de pontos contidos numa tabela.

Cores mais quentes equivalem a

valores mais elevados

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Luiz Antonio Cortez [email protected]

Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô