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CATEGORIA CONCLUÍDO 1 1. RESUMO Este estudo tem como objetivo estudar e desenvolver um modelo de prestação de contas que contribua para a transparência das entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da água na Região Sudeste. Para tanto, o modelo toma como base a interpretação das Normas Contábeis estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade de acordo com as atividades desempenhadas pelo setor em estudo. Trata-se de um estudo descritivo, com quantificação de entidades a partir de coleta no banco de dados do Conselho Nacional de Meio Ambiente, para posterior verificação do modelo elaborado junto às entidades quantificadas. Conclui- se que o modelo desenvolvido pode contribuir para a transparência destas entidades, já sendo adotado em parte pelas instituições em estudo neste trabalho. 2. INTRODUÇÃO O anseio de atender às necessidades sociais leva, há algum tempo, ao surgimento de um novo segmento econômico: O Terceiro Setor. Este conglomerado compreende entidades que não visam o lucro, tendo como objetivo o atendimento das necessidades coletivas na comunidade ou grupo social ao qual pertençam. Tais entidades, pela natureza e pelas fontes de recursos utilizadas, devem primar pela transparência da aplicação dos mesmos no oferecimento destes serviços. Desta forma, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), órgão normativo das políticas contábeis adotadas no país, busca estabelecer mecanismos que promovam a transparência destas organizações. Dentre as demandas sociais em destaque, estão as causas de preservação ambiental, mais especificamente as questões relativas à preservação da água. A relevância da temática ganha destaque principalmente em regiões geográficas como o Sudeste do Brasil, conhecido pelo volume hidrográfico que possui. Neste sentido, este trabalho estabelece como problema de pesquisa a seguinte questão: como pode ser desenvolvido, de forma transparente, um modelo de prestação de contas para as entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da água na Região Sudeste?

Transparência No Terceiro Setor- Estudo e Desenvolvimento de Um Modelo de Prestaçao de Contas Para Entidades Em Defesa Da Água

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Transparência No Terceiro Setor- Estudo e Desenvolvimento de Um Modelo de Prestaçao de Contas Para Entidades Em Defesa Da Água

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    1. RESUMO

    Este estudo tem como objetivo estudar e desenvolver um modelo de

    prestao de contas que contribua para a transparncia das entidades ambientais

    do Terceiro Setor em defesa da gua na Regio Sudeste. Para tanto, o modelo toma

    como base a interpretao das Normas Contbeis estabelecidas pelo Conselho

    Federal de Contabilidade de acordo com as atividades desempenhadas pelo setor

    em estudo. Trata-se de um estudo descritivo, com quantificao de entidades a

    partir de coleta no banco de dados do Conselho Nacional de Meio Ambiente, para

    posterior verificao do modelo elaborado junto s entidades quantificadas. Conclui-

    se que o modelo desenvolvido pode contribuir para a transparncia destas

    entidades, j sendo adotado em parte pelas instituies em estudo neste trabalho.

    2. INTRODUO

    O anseio de atender s necessidades sociais leva, h algum tempo, ao

    surgimento de um novo segmento econmico: O Terceiro Setor. Este conglomerado

    compreende entidades que no visam o lucro, tendo como objetivo o atendimento

    das necessidades coletivas na comunidade ou grupo social ao qual pertenam. Tais

    entidades, pela natureza e pelas fontes de recursos utilizadas, devem primar pela

    transparncia da aplicao dos mesmos no oferecimento destes servios. Desta

    forma, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), rgo normativo das polticas

    contbeis adotadas no pas, busca estabelecer mecanismos que promovam a

    transparncia destas organizaes.

    Dentre as demandas sociais em destaque, esto as causas de preservao

    ambiental, mais especificamente as questes relativas preservao da gua. A

    relevncia da temtica ganha destaque principalmente em regies geogrficas como

    o Sudeste do Brasil, conhecido pelo volume hidrogrfico que possui. Neste sentido,

    este trabalho estabelece como problema de pesquisa a seguinte questo: como

    pode ser desenvolvido, de forma transparente, um modelo de prestao de contas

    para as entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da gua na Regio

    Sudeste?

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    3. OBJETIVOS

    Diante do problema de pesquisa apresentado, este trabalho toma como

    objetivo geral estudar e desenvolver um modelo de prestao de contas para as

    entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da gua na Regio Sudeste.

    Tal objetivo geral possibilitou o desmembramento da pesquisa em objetivos

    especficos: (1) Quantificar o universo das entidades ambientais da Regio Sudeste.

    (2) Quantificar as entidades ambientais que atuam em defesa da gua. (3) Verificar

    nas normas contbeis os itens a serem evidenciados nas prestaes de contas das

    entidades do Terceiro Setor. (4) Desenvolver a partir da anlise de resultados um

    modelo de prestao de contas que possa favorecer a transparncia das entidades

    ambientais em defesa da gua com base nas normas contbeis. (5) Verificar junto

    amostra a evidenciao do modelo desenvolvido.

    4. METODOLOGIA

    Por se tratar este trabalho de um estudo sobre a prestao de contas das

    entidades ambientais em defesa da gua na Regio Sudeste, desenvolveu-se uma

    pesquisa de abordagem indutiva, baseando-se na generalizao de propriedades

    comuns a certo nmero de casos, no caso a amostra final verificada neste estudo.

    Num contexto mais amplo, esta pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, j

    que segundo Silva (2010, p. 59) tem como objetivo principal a descrio das

    caractersticas de determinada populao ou fenmeno, estabelecendo relaes

    entre as variveis. Ainda de acordo com os autores, este trabalho apresenta traos

    de uma pesquisa-ao, pois atravs de seu desdobramento pode-se contribuir com

    a transformao da situao-problema, no caso a transparncia na prestao de

    contas das entidades em defesa da gua da Regio Sudeste.

    Quanto aos procedimentos este estudo ser classificada como pesquisa-

    levantamento, por coletar dados referentes dada populao com base em amostra

    selecionada. Tal tipo de pesquisa, na maioria das vezes, no se utiliza de todo o

    universo, porm usa a estatstica para definir uma amostra significativa do universo

    para validao da investigao realizada (SILVA, 2010, p. 56).

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    5. DESENVOLVIMENTO

    A necessidade de estudo do Terceiro Setor acompanhada pela falta de

    definio precisa para este segmento, j que apenas a expresso sem finalidade de

    lucros no reflete nem o que so, nem o papel social das entidades deste

    conglomerado (OLAK; NASCIMENTO, 2010, p.1). Para Hudson (2004, p. 11), o

    Terceiro Setor consiste em organizaes cujos objetivos principais so sociais, em

    vez de econmicos. De uma maneira geral essas entidades tm como fontes de

    recursos as transferncias provindas de doaes, contribuies e subvenes. Os

    provedores destes recursos utilizam a informao contbil gerada pela Entidade

    para mensurar o destino dos recursos. Segundo Marcovitch (2005, p. 121), por

    desempenhar funo de interesse pblico, espera-se que a organizao do Terceiro

    Setor cultive a transparncia quanto ao seu portflio de projetos e, tambm, quanto

    aos resultados obtidos e os recursos alocados.

    Essa transparncia pela qual deve prezar a Entidade sem Fins Lucrativos

    pode ser conceituada atravs do termo accountability, a exposio do que foi feito e

    quanto o custo de cada ao; qual a camada da populao beneficiada, bem como

    os servios criados a curto e longo prazo (LIMA; LIBERALQUINO; BARROS;

    CATO; 2007, p. 5). Como exposio podemos entender que h a necessidade de

    interveno de uma Cincia Social, cujo objetivo seria impor mtodos para que esta

    evidenciao ocorra fidedignamente, resultando na confiana de atuais e novos

    doadores e subventores de recursos.

    A Contabilidade, mtodo de identificar, mensurar e comunicar informao

    financeira, a fim de permitir decises e julgamentos adequados por parte dos

    usurios (IUDCIBUS; 2010, p. 24), destaca-se como ferramenta de evidenciao

    para essas entidades, propiciadora de transparncia para o segmento,

    especialmente para as Entidades Ambientais, em estudo neste trabalho.

    As Entidades ambientais so definidas por Hudson (2004) como entidades

    sem fins lucrativos que buscam alm da conservao de recursos naturais e controle

    de poluio a proteo e o bem-estar dos animais. Este grupo compreende

    especialmente as entidades em defesa da gua que ganham destaque no presente

    momento em funo do Ano Internacional de Cooperao pela gua, proposto pela

    Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura

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    (UNESCO). No Brasil estas entidades so vinculadas ao CONAMA (Conselho

    Nacional do Meio Ambiente), rgo consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do

    Meio Ambiente-SISNAMA. As entidades em defesa dos recursos hdricos, assim

    como outras entidades em defesa do Meio Ambiente, mantm junto ao rgo o

    CNEA (Cadastro Nacional de Entidades Ambientais). De acordo com o rgo, fator

    preponderante ao cadastro o carter no lucrativo da entidade, que deve anexar

    junto ao cadastro relatrios com as principais atividades desenvolvidas no ano

    anterior.

    Para o cumprimento das responsabilidades legais, prestao de contas e

    transparncia perante a comunidade, so destinadas estas instituies as Normas

    Brasileiras de Contabilidade, elaboradas pelo CFC, reunidas no Caderno de

    procedimentos aplicveis prestao de contas das entidades do Terceiro Setor. A

    publicao, alm de condensar as normas aplicveis ao setor de acordo com os

    princpios fundamentais da contabilidade, aponta solues para a transparncia das

    entidades, como a evidenciao de doaes, trabalho voluntrio, imunidades e

    isenes desfrutadas e receitas de convnios.

    Na busca de trabalhos que abordassem anteriormente a temtica em estudo,

    constatou-se que, apesar da existncia de livros e publicaes sobre o tema

    Terceiro Setor, verificou-se que a maioria dos trabalhos ainda direcionada para a

    definio e conceituao de suas entidades e formas administrativas.

    No mbito da qualidade tica e riqueza das organizaes do Terceiro Setor,

    Muraro e Lima (2003) revisaram o conceito de Terceiro Setor, descrevendo sua

    expanso, acentuando sua importncia e explicitando a necessidade da qualidade

    tica da gesto, fundamental para garantir o sucesso das organizaes. Com o

    estudo concluram que a riqueza de uma organizao est associada qualidade

    tica de seus gestores.

    Este trabalho se diferencia dos demais por avaliar e propor um modelo de

    transparncia, atravs da contabilidade, em um campo amostral de relevncia

    socioambiental e geoeconmica da Regio Sudeste do pas.

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    6. RESULTADOS

    Com o delineamento dos objetivos especficos foi possvel a delimitao do

    universo abrangido pela pesquisa: as 279 entidades em defesa do meio ambiente,

    devidamente cadastradas no CONAMA. Tais dados foram obtidos em consulta ao

    banco de dados do CNEA, na data de 22 de maio de 2013. A Tabela 1 mostra a

    distribuio das entidades em defesa do meio ambiente nos estados da Regio

    Sudeste.

    Tabela 1. Distribuio das entidades em defesa do Meio Ambiente na Regio Sudeste

    Estado Nmero de Entidades Percentual

    Minas Gerais 79 28,32%

    Rio de Janeiro 62 22,22%

    So Paulo 120 43,01%

    Esprito Santo 18 6,45%

    Total 279 100%

    Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

    A partir do conhecimento do nmero total destas entidades apurou-se atravs

    de consulta individual, por site ou telefone de cada entidade, o nmero de entidades

    que objetivam ou tem projetos ativos acerca da defesa da gua e dos recursos

    hdricos. Com a filtragem verificou-se o nmero de 173 entidades, que compem a

    amostra inicial deste trabalho. Desta maneira, apurou-se que 62,01% das entidades

    em defesa do meio ambiente tm como objetivo ou como projetos em atividade a

    defesa da gua. A tabela 2 apresenta a distribuio das entidades ambientais em

    defesa da gua nos estados da Regio Sudeste.

    Tabela 2. Distribuio das entidades ambientais em defesa da gua na Regio Sudeste

    Estado Nmero de Entidades Percentual

    Minas Gerais 40 23,12%

    Rio de Janeiro 40 23,12%

    So Paulo 80 46,24%

    Esprito Santo 13 7,51%

    Total 173 100%

    Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

    Ainda como possibilidade de informao, verificou-se que do total das

    entidades ambientais do estado de Minas Gerais 50,63% agem em defesa da gua.

    Nos estados do Rio de Janeiro, So Paulo e Esprito Santo estes percentuais

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    correspondem respectivamente a 64,52%, 66,67% e 77,22%. Ao comparar o nmero

    de entidades em prol da gua com o nmero de habitantes dos estados em anlise,

    de acordo com o ltimo censo do IBGE realizado em 2010, verifica-se que o Estado

    de Minas Gerais possui 2,04 entidades para cada grupo de um milho de habitantes.

    Nos estados do Rio de Janeiro, So Paulo e Esprito Santo estes nmeros so 2,5;

    1,94 e 3,70 entidades, respectivamente. De uma forma abrangente, a Regio

    Sudeste possui 2,15 entidades em defesa da gua para cada grupo de um milho de

    habitantes.

    Aps a quantificao da amostra inicial, iniciou-se o processo de estudo sobre

    como feita atualmente a prestao de contas deste grupo de entidades. Para tanto

    foi consultado o Caderno de procedimentos aplicveis prestao de contas das

    entidades do Terceiro Setor, elaborado pelo Conselho Federal de Contabilidade.

    Foram levantados, a partir da interpretao do manual de acordo com o ramo de

    atividade destas entidades, 20 tpicos que apontam solues para a transparncia

    do Terceiro Setor em defesa dos recursos hdricos. Tais tpicos representam

    questionamentos acerca dos recursos obtidos, bem como sua aplicao e

    posteriores resultados obtidos. Dados que podem ser evidenciados em sua

    totalidade pelas Demonstraes Contbeis e suas respectivas Notas Explicativas.

    Dados estes que possibilitaro a este trabalho, aps sua verificao na amostra em

    estudo, constituir um modelo de prestao de contas para as entidades em defesa

    da gua.

    A seguir foram levantados, com base nos tpicos, questionamentos de como

    acontece a prestao de contas atualmente. O questionrio constituiu-se de 20

    questes, conforme a tabela 3 deste trabalho, sendo enviado via e-mail para as 173

    entidades que compem a amostra inicial. Para a segurana do contato, foi

    estabelecida a comunicao atravs do endereo fornecido pelo CNEA junto ao

    cadastro de cada entidade.

    Do total de 173 formulrios enviados para as entidades, foram recebidos

    apenas 19 questionrios devidamente preenchidos por suas respectivas entidades.

    Estas constituem, portanto, a amostra final a ser analisada, correspondente a

    10,98% da amostra tomada como inicial. Representam, por amostragem, entidades

    em defesa da gua dos quatros estados da regio em anlise, estando

    correlacionadas no Quadro 1.

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    Quadro 1. Entidades compreendidas na Amostra Final

    ENTIDADE ESTADO

    ASSOCIAO CULTURAL E ECOLGICA LAGOA DO NADO - ACELN MG

    INSTITUTO BIOTRPICOS DE PESQUISA EM VIDA SILVESTRE - INSTITUTO BIOTRPICOS

    MG

    INSTITUTO TERRA MG

    ASSOCIAO DE PROTEO A ECOSSISTEMAS COSTEIROS - APREC RJ

    ASSOCIAO DOS PROTETORES DO MAR - ONG GUARDIES DO MAR RJ

    ASSOCIAO GUA MARINHA - GUA MARINHA RJ

    INSTITUTO DE PESQUISAS AVANADAS EM ECONOMIA E MEIO AMBIENTE - INSTITUTO IPANEMA

    RJ

    ASSOCIAO CUNHAMBEBE DA ILHA ANCHIETA - ACIA SP

    ASSOCIAO TERCEIRA VIA SP

    ELO AMBIENTAL SP

    INSTITUTO ALBATROZ - IA SP

    INSTITUTO COSTA BRASILIS - DESENVOLVIMENTO SCIO-AMBIENTAL SP

    INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SUSTENTVEL - IDEAS SP

    INSTITUTO DE EDUCAO E PESQUISA AMBIENTAL PLANETA VERDE SP

    INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE - IEMA SP

    INSTITUTO GONDWANA - IGOND SP

    INSTITUTO ILHABELA SUSTENTVEL SP

    PROJETO SEMENTE - AMPARO RESPONSVEL EDUCACIONAL DE INCENTIVO ARTISTICO E OFICIOS - PROJETO SEMENTE AREIAO

    SP

    INSTITUTO DE PESQUISAS DA MATA ATLANTICA - IPEMA ES

    Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

    Os questionrios respondidos pelas entidades abrangidas pela amostra final

    deste trabalho foram analisados imparcialmente, sem levar em conta as respostas

    de cada entidade em especfico, mas sim o montante de dados informados pela

    anlise. Justamente por isso, no sero informadas as respostas de cada entidade

    aos questionamentos, o que garante o sigilo das instituies que colaboraram com

    esta pesquisa.

    A tabela 3 rene os quesitos extrados e adaptados do Caderno de

    procedimentos aplicveis prestao de contas das entidades do Terceiro Setor e

    presentes no questionrio enviado s entidades. Em seguida apresenta o nmero de

    entidades analisadas em cada questionamento (IA- Itens analisados), o nmero que

    afirmou evidenciar em cada quesito (IE- Itens evidenciados) e o respectivo

    percentual (%IE- Percentual de Itens evidenciados).

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    Tabela 3. Evidenciao dos quesitos elaborados pela pesquisa

    ITEM QUESITO IA IE %IE

    1 A Entidade elabora suas Demonstraes Contbeis de acordo com as normas contbeis vigentes?

    19 17 89,47

    2 A Entidade elabora o Balano Social? 19 9 47,37

    3 A Entidade elabora a Demonstrao do Supervit ou Dficit do Exerccio?

    19 17 89,47

    4 A Entidade elabora a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Social?

    19 13 68,42

    5 A Entidade elabora a Demonstrao dos Fluxos de Caixa? 19 13 68,42

    6 A Entidade elabora Notas Explicativas complementares s suas Demonstraes Contbeis?

    19 11 57,89

    7 A Entidade informa as suas principais atividades desenvolvidas?

    19 17 89,47

    8 A Entidade evidencia os critrios contbeis de apurao de receita e despesa utilizados?

    19 14 73,68

    9 A Entidade evidencia, se possui, as suas isenes fiscais e tributrias?

    18 12 66,67

    10 A Entidade evidencia os recursos recebidos pela entidade, e suas respectivas aplicaes em projetos e programas?

    19 17 89,47

    11 A Entidade evidencia informaes detalhadas sobre seus programas e projetos?

    19 16 84,21

    12 A Entidade evidencia as regies atendidas por seus projetos ou comunidade beneficiada?

    19 16 84,21

    13 A Entidade evidencia as datas de incio e previso de trmino de seus projetos e programas?

    19 16 84,21

    14 A Entidade evidencia o nmero de pessoal alocado em cada uma de suas atividades?

    19 12 63,16

    15 A Entidade evidencia as despesas com pessoal alocado em cada uma de suas atividades?

    19 14 73,68

    16 A Entidade evidencia nmero de voluntrios, se possui, alocados em suas atividades?

    19 14 73,68

    17 A Entidade informa os responsveis por sua administrao? 19 17 89,47

    18 A Entidade submete suas demonstraes aprovao por parecer de Conselho Fiscal interno ou similar?

    19 14 73,68

    19 A prestao de contas da Entidade divulgada em seu site na Internet?

    19 6 31,58

    20 A prestao de contas da Entidade divulgada em jornal de circulao local?

    19 3 15,79

    TOTAL 379 268 70,71

    Fonte: elaborado pelo autor (2013)

    A anlise da Tabela 3 permite verificar que 70,71% dos quesitos j so

    evidenciados pelas entidades em estudo. Porm, itens relevantes como a divulgao

    da prestao de contas em meios acessveis como internet e jornais, obtiveram os

    menores ndices de evidenciao. Em contraponto, verifica-se que outros itens,

    como a elaborao da demonstrao de resultados, recursos utilizados e divulgao

    do nome dos responsveis pela entidade, apresentam bons ndices de evidenciao.

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    7. CONSIDERAES FINAIS

    Diante do objetivo deste trabalho de estudar e desenvolver um modelo de

    prestao de contas para as entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da

    gua na Regio Sudeste, da fundamentao terica e reviso bibliogrfica realizada,

    e, finalmente com a presente anlise de resultados, conclui-se que de forma

    transparente, o seguinte modelo, presente no quadro 2, pode contribuir para a

    transparncia destas entidades:

    Quadro 2. Modelo de Prestao de Contas para as entidades em estudo

    ITENS A SEREM DIVULGADOS POR ENTIDADES AMBIENTAIS EM DEFESA DA GUA EM SUA PRESTAO DE CONTAS

    1

    Elaborao das Demonstraes Contbeis estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade: Balano Social, Demonstrao do Supervit ou Dficit do Exerccio, Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Social, Demonstrao dos Fluxos de Caixa e Notas Explicativas s Demonstraes Contbeis;

    2 Divulgao das principais atividades desenvolvidas pela entidade;

    3 Divulgao dos critrios contbeis de apurao de receita e despesa utilizados pela entidade;

    4 Divulgao das isenes fiscais e tributrias gozadas pela entidade;

    5 Divulgao dos recursos recebidos pela entidade e suas respectivas aplicaes em projetos e programas;

    6 Divulgao das informaes detalhadas sobre programas e projetos promovidos;

    7 Divulgao das regies atendidas por seus projetos ou comunidade beneficiada;

    8 Divulgao das datas de incio e previso de trmino de seus projetos e programas;

    9 Divulgao do nmero de pessoal alocado em cada uma de suas atividades;

    10 Divulgao das despesas com pessoal alocado em cada programa ou projeto;

    11 Divulgao do nmero de voluntrios, se possuir, alocados em suas atividades;

    12 Divulgao dos responsveis pela entidade;

    13 Divulgao de suas demonstraes com aprovao por parecer de Conselho Fiscal interno;

    Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

    Contudo, esta divulgao deve ser realizada em veculos de acesso

    comunidade, como a internet ou jornais de circulao regional, a exemplo do que

    imposto atualmente prestao de contas de outras organizaes por seus rgos

    certificadores, como por exemplo, as entidades educacionais.

    Verificou-se que o modelo proposto j adotado em parte pelas entidades

    ambientais em defesa da gua, o que comprova a eficcia do modelo diante do atual

    contexto. Para posteriores trabalhos, sugere-se que busquem novos modelos de

    transparncia na prestao de contas, no s para as entidades em estudo neste

    trabalho, mas tambm de outros ramos de atividade e em outras regies

    socioeconmicas.

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    8. FONTES CONSULTADAS

    CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Caderno de Procedimentos

    aplicveis prestao de contas das entidades do Terceiro Setor (Fundaes).

    Braslia: Federao Brasileira de Contabilidade, 2011.

    HUDSON, Mike. Administrando organizaes do Terceiro Setor: o desafio de

    administrar sem receita. 2. Ed. So Paulo: Pearson Makron Books, 2004.

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRFIA E ESTATSTICA. As fundaes

    privadas e associaes sem fins lucrativos no Brasil 2010. n. 20. IBGE: Rio de

    Janeiro, 2012.

    IUDCIBUS, Srgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

    LIMA, M. R. S.; LIBERALQUINO, J. O.; BARROS, F. O.; CATAO, G. C.

    Accountability e o Papel da Contabilidade na Satisfao dos Usurios Gestor e

    Contribuinte. In: CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE ADMINISTRAO, 4,

    2007, So Paulo. Anais... 2007.

    MARCOVITCH, Jacques. Da excluso coeso social: profissionalizao do

    Terceiro Setor. In: IOSCHIPE, Evelyn (Org.) Terceiro Setor: desenvolvimento

    social sustentado. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

    MURARO, Piero; LIMA, Jos E. de Souza. Terceiro setor, qualidade tica e riqueza

    das organizaes. Revista da FAE, Curitiba, v.6, n.1, p. 79-88, jan./abr. 2003.

    OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para

    Entidades sem fins lucrativos (Terceiro Setor). 3. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

    SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada

    Contabilidade. 3. ed. So Paulo: Atla