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Transparência No Terceiro Setor- Estudo e Desenvolvimento de Um Modelo de Prestaçao de Contas Para Entidades Em Defesa Da Água
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CATEGORIA CONCLUDO
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1. RESUMO
Este estudo tem como objetivo estudar e desenvolver um modelo de
prestao de contas que contribua para a transparncia das entidades ambientais
do Terceiro Setor em defesa da gua na Regio Sudeste. Para tanto, o modelo toma
como base a interpretao das Normas Contbeis estabelecidas pelo Conselho
Federal de Contabilidade de acordo com as atividades desempenhadas pelo setor
em estudo. Trata-se de um estudo descritivo, com quantificao de entidades a
partir de coleta no banco de dados do Conselho Nacional de Meio Ambiente, para
posterior verificao do modelo elaborado junto s entidades quantificadas. Conclui-
se que o modelo desenvolvido pode contribuir para a transparncia destas
entidades, j sendo adotado em parte pelas instituies em estudo neste trabalho.
2. INTRODUO
O anseio de atender s necessidades sociais leva, h algum tempo, ao
surgimento de um novo segmento econmico: O Terceiro Setor. Este conglomerado
compreende entidades que no visam o lucro, tendo como objetivo o atendimento
das necessidades coletivas na comunidade ou grupo social ao qual pertenam. Tais
entidades, pela natureza e pelas fontes de recursos utilizadas, devem primar pela
transparncia da aplicao dos mesmos no oferecimento destes servios. Desta
forma, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), rgo normativo das polticas
contbeis adotadas no pas, busca estabelecer mecanismos que promovam a
transparncia destas organizaes.
Dentre as demandas sociais em destaque, esto as causas de preservao
ambiental, mais especificamente as questes relativas preservao da gua. A
relevncia da temtica ganha destaque principalmente em regies geogrficas como
o Sudeste do Brasil, conhecido pelo volume hidrogrfico que possui. Neste sentido,
este trabalho estabelece como problema de pesquisa a seguinte questo: como
pode ser desenvolvido, de forma transparente, um modelo de prestao de contas
para as entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da gua na Regio
Sudeste?
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3. OBJETIVOS
Diante do problema de pesquisa apresentado, este trabalho toma como
objetivo geral estudar e desenvolver um modelo de prestao de contas para as
entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da gua na Regio Sudeste.
Tal objetivo geral possibilitou o desmembramento da pesquisa em objetivos
especficos: (1) Quantificar o universo das entidades ambientais da Regio Sudeste.
(2) Quantificar as entidades ambientais que atuam em defesa da gua. (3) Verificar
nas normas contbeis os itens a serem evidenciados nas prestaes de contas das
entidades do Terceiro Setor. (4) Desenvolver a partir da anlise de resultados um
modelo de prestao de contas que possa favorecer a transparncia das entidades
ambientais em defesa da gua com base nas normas contbeis. (5) Verificar junto
amostra a evidenciao do modelo desenvolvido.
4. METODOLOGIA
Por se tratar este trabalho de um estudo sobre a prestao de contas das
entidades ambientais em defesa da gua na Regio Sudeste, desenvolveu-se uma
pesquisa de abordagem indutiva, baseando-se na generalizao de propriedades
comuns a certo nmero de casos, no caso a amostra final verificada neste estudo.
Num contexto mais amplo, esta pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, j
que segundo Silva (2010, p. 59) tem como objetivo principal a descrio das
caractersticas de determinada populao ou fenmeno, estabelecendo relaes
entre as variveis. Ainda de acordo com os autores, este trabalho apresenta traos
de uma pesquisa-ao, pois atravs de seu desdobramento pode-se contribuir com
a transformao da situao-problema, no caso a transparncia na prestao de
contas das entidades em defesa da gua da Regio Sudeste.
Quanto aos procedimentos este estudo ser classificada como pesquisa-
levantamento, por coletar dados referentes dada populao com base em amostra
selecionada. Tal tipo de pesquisa, na maioria das vezes, no se utiliza de todo o
universo, porm usa a estatstica para definir uma amostra significativa do universo
para validao da investigao realizada (SILVA, 2010, p. 56).
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5. DESENVOLVIMENTO
A necessidade de estudo do Terceiro Setor acompanhada pela falta de
definio precisa para este segmento, j que apenas a expresso sem finalidade de
lucros no reflete nem o que so, nem o papel social das entidades deste
conglomerado (OLAK; NASCIMENTO, 2010, p.1). Para Hudson (2004, p. 11), o
Terceiro Setor consiste em organizaes cujos objetivos principais so sociais, em
vez de econmicos. De uma maneira geral essas entidades tm como fontes de
recursos as transferncias provindas de doaes, contribuies e subvenes. Os
provedores destes recursos utilizam a informao contbil gerada pela Entidade
para mensurar o destino dos recursos. Segundo Marcovitch (2005, p. 121), por
desempenhar funo de interesse pblico, espera-se que a organizao do Terceiro
Setor cultive a transparncia quanto ao seu portflio de projetos e, tambm, quanto
aos resultados obtidos e os recursos alocados.
Essa transparncia pela qual deve prezar a Entidade sem Fins Lucrativos
pode ser conceituada atravs do termo accountability, a exposio do que foi feito e
quanto o custo de cada ao; qual a camada da populao beneficiada, bem como
os servios criados a curto e longo prazo (LIMA; LIBERALQUINO; BARROS;
CATO; 2007, p. 5). Como exposio podemos entender que h a necessidade de
interveno de uma Cincia Social, cujo objetivo seria impor mtodos para que esta
evidenciao ocorra fidedignamente, resultando na confiana de atuais e novos
doadores e subventores de recursos.
A Contabilidade, mtodo de identificar, mensurar e comunicar informao
financeira, a fim de permitir decises e julgamentos adequados por parte dos
usurios (IUDCIBUS; 2010, p. 24), destaca-se como ferramenta de evidenciao
para essas entidades, propiciadora de transparncia para o segmento,
especialmente para as Entidades Ambientais, em estudo neste trabalho.
As Entidades ambientais so definidas por Hudson (2004) como entidades
sem fins lucrativos que buscam alm da conservao de recursos naturais e controle
de poluio a proteo e o bem-estar dos animais. Este grupo compreende
especialmente as entidades em defesa da gua que ganham destaque no presente
momento em funo do Ano Internacional de Cooperao pela gua, proposto pela
Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura
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(UNESCO). No Brasil estas entidades so vinculadas ao CONAMA (Conselho
Nacional do Meio Ambiente), rgo consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do
Meio Ambiente-SISNAMA. As entidades em defesa dos recursos hdricos, assim
como outras entidades em defesa do Meio Ambiente, mantm junto ao rgo o
CNEA (Cadastro Nacional de Entidades Ambientais). De acordo com o rgo, fator
preponderante ao cadastro o carter no lucrativo da entidade, que deve anexar
junto ao cadastro relatrios com as principais atividades desenvolvidas no ano
anterior.
Para o cumprimento das responsabilidades legais, prestao de contas e
transparncia perante a comunidade, so destinadas estas instituies as Normas
Brasileiras de Contabilidade, elaboradas pelo CFC, reunidas no Caderno de
procedimentos aplicveis prestao de contas das entidades do Terceiro Setor. A
publicao, alm de condensar as normas aplicveis ao setor de acordo com os
princpios fundamentais da contabilidade, aponta solues para a transparncia das
entidades, como a evidenciao de doaes, trabalho voluntrio, imunidades e
isenes desfrutadas e receitas de convnios.
Na busca de trabalhos que abordassem anteriormente a temtica em estudo,
constatou-se que, apesar da existncia de livros e publicaes sobre o tema
Terceiro Setor, verificou-se que a maioria dos trabalhos ainda direcionada para a
definio e conceituao de suas entidades e formas administrativas.
No mbito da qualidade tica e riqueza das organizaes do Terceiro Setor,
Muraro e Lima (2003) revisaram o conceito de Terceiro Setor, descrevendo sua
expanso, acentuando sua importncia e explicitando a necessidade da qualidade
tica da gesto, fundamental para garantir o sucesso das organizaes. Com o
estudo concluram que a riqueza de uma organizao est associada qualidade
tica de seus gestores.
Este trabalho se diferencia dos demais por avaliar e propor um modelo de
transparncia, atravs da contabilidade, em um campo amostral de relevncia
socioambiental e geoeconmica da Regio Sudeste do pas.
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6. RESULTADOS
Com o delineamento dos objetivos especficos foi possvel a delimitao do
universo abrangido pela pesquisa: as 279 entidades em defesa do meio ambiente,
devidamente cadastradas no CONAMA. Tais dados foram obtidos em consulta ao
banco de dados do CNEA, na data de 22 de maio de 2013. A Tabela 1 mostra a
distribuio das entidades em defesa do meio ambiente nos estados da Regio
Sudeste.
Tabela 1. Distribuio das entidades em defesa do Meio Ambiente na Regio Sudeste
Estado Nmero de Entidades Percentual
Minas Gerais 79 28,32%
Rio de Janeiro 62 22,22%
So Paulo 120 43,01%
Esprito Santo 18 6,45%
Total 279 100%
Fonte: Elaborado pelo autor (2013)
A partir do conhecimento do nmero total destas entidades apurou-se atravs
de consulta individual, por site ou telefone de cada entidade, o nmero de entidades
que objetivam ou tem projetos ativos acerca da defesa da gua e dos recursos
hdricos. Com a filtragem verificou-se o nmero de 173 entidades, que compem a
amostra inicial deste trabalho. Desta maneira, apurou-se que 62,01% das entidades
em defesa do meio ambiente tm como objetivo ou como projetos em atividade a
defesa da gua. A tabela 2 apresenta a distribuio das entidades ambientais em
defesa da gua nos estados da Regio Sudeste.
Tabela 2. Distribuio das entidades ambientais em defesa da gua na Regio Sudeste
Estado Nmero de Entidades Percentual
Minas Gerais 40 23,12%
Rio de Janeiro 40 23,12%
So Paulo 80 46,24%
Esprito Santo 13 7,51%
Total 173 100%
Fonte: Elaborado pelo autor (2013)
Ainda como possibilidade de informao, verificou-se que do total das
entidades ambientais do estado de Minas Gerais 50,63% agem em defesa da gua.
Nos estados do Rio de Janeiro, So Paulo e Esprito Santo estes percentuais
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correspondem respectivamente a 64,52%, 66,67% e 77,22%. Ao comparar o nmero
de entidades em prol da gua com o nmero de habitantes dos estados em anlise,
de acordo com o ltimo censo do IBGE realizado em 2010, verifica-se que o Estado
de Minas Gerais possui 2,04 entidades para cada grupo de um milho de habitantes.
Nos estados do Rio de Janeiro, So Paulo e Esprito Santo estes nmeros so 2,5;
1,94 e 3,70 entidades, respectivamente. De uma forma abrangente, a Regio
Sudeste possui 2,15 entidades em defesa da gua para cada grupo de um milho de
habitantes.
Aps a quantificao da amostra inicial, iniciou-se o processo de estudo sobre
como feita atualmente a prestao de contas deste grupo de entidades. Para tanto
foi consultado o Caderno de procedimentos aplicveis prestao de contas das
entidades do Terceiro Setor, elaborado pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Foram levantados, a partir da interpretao do manual de acordo com o ramo de
atividade destas entidades, 20 tpicos que apontam solues para a transparncia
do Terceiro Setor em defesa dos recursos hdricos. Tais tpicos representam
questionamentos acerca dos recursos obtidos, bem como sua aplicao e
posteriores resultados obtidos. Dados que podem ser evidenciados em sua
totalidade pelas Demonstraes Contbeis e suas respectivas Notas Explicativas.
Dados estes que possibilitaro a este trabalho, aps sua verificao na amostra em
estudo, constituir um modelo de prestao de contas para as entidades em defesa
da gua.
A seguir foram levantados, com base nos tpicos, questionamentos de como
acontece a prestao de contas atualmente. O questionrio constituiu-se de 20
questes, conforme a tabela 3 deste trabalho, sendo enviado via e-mail para as 173
entidades que compem a amostra inicial. Para a segurana do contato, foi
estabelecida a comunicao atravs do endereo fornecido pelo CNEA junto ao
cadastro de cada entidade.
Do total de 173 formulrios enviados para as entidades, foram recebidos
apenas 19 questionrios devidamente preenchidos por suas respectivas entidades.
Estas constituem, portanto, a amostra final a ser analisada, correspondente a
10,98% da amostra tomada como inicial. Representam, por amostragem, entidades
em defesa da gua dos quatros estados da regio em anlise, estando
correlacionadas no Quadro 1.
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Quadro 1. Entidades compreendidas na Amostra Final
ENTIDADE ESTADO
ASSOCIAO CULTURAL E ECOLGICA LAGOA DO NADO - ACELN MG
INSTITUTO BIOTRPICOS DE PESQUISA EM VIDA SILVESTRE - INSTITUTO BIOTRPICOS
MG
INSTITUTO TERRA MG
ASSOCIAO DE PROTEO A ECOSSISTEMAS COSTEIROS - APREC RJ
ASSOCIAO DOS PROTETORES DO MAR - ONG GUARDIES DO MAR RJ
ASSOCIAO GUA MARINHA - GUA MARINHA RJ
INSTITUTO DE PESQUISAS AVANADAS EM ECONOMIA E MEIO AMBIENTE - INSTITUTO IPANEMA
RJ
ASSOCIAO CUNHAMBEBE DA ILHA ANCHIETA - ACIA SP
ASSOCIAO TERCEIRA VIA SP
ELO AMBIENTAL SP
INSTITUTO ALBATROZ - IA SP
INSTITUTO COSTA BRASILIS - DESENVOLVIMENTO SCIO-AMBIENTAL SP
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SUSTENTVEL - IDEAS SP
INSTITUTO DE EDUCAO E PESQUISA AMBIENTAL PLANETA VERDE SP
INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE - IEMA SP
INSTITUTO GONDWANA - IGOND SP
INSTITUTO ILHABELA SUSTENTVEL SP
PROJETO SEMENTE - AMPARO RESPONSVEL EDUCACIONAL DE INCENTIVO ARTISTICO E OFICIOS - PROJETO SEMENTE AREIAO
SP
INSTITUTO DE PESQUISAS DA MATA ATLANTICA - IPEMA ES
Fonte: Elaborado pelo autor (2013)
Os questionrios respondidos pelas entidades abrangidas pela amostra final
deste trabalho foram analisados imparcialmente, sem levar em conta as respostas
de cada entidade em especfico, mas sim o montante de dados informados pela
anlise. Justamente por isso, no sero informadas as respostas de cada entidade
aos questionamentos, o que garante o sigilo das instituies que colaboraram com
esta pesquisa.
A tabela 3 rene os quesitos extrados e adaptados do Caderno de
procedimentos aplicveis prestao de contas das entidades do Terceiro Setor e
presentes no questionrio enviado s entidades. Em seguida apresenta o nmero de
entidades analisadas em cada questionamento (IA- Itens analisados), o nmero que
afirmou evidenciar em cada quesito (IE- Itens evidenciados) e o respectivo
percentual (%IE- Percentual de Itens evidenciados).
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Tabela 3. Evidenciao dos quesitos elaborados pela pesquisa
ITEM QUESITO IA IE %IE
1 A Entidade elabora suas Demonstraes Contbeis de acordo com as normas contbeis vigentes?
19 17 89,47
2 A Entidade elabora o Balano Social? 19 9 47,37
3 A Entidade elabora a Demonstrao do Supervit ou Dficit do Exerccio?
19 17 89,47
4 A Entidade elabora a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Social?
19 13 68,42
5 A Entidade elabora a Demonstrao dos Fluxos de Caixa? 19 13 68,42
6 A Entidade elabora Notas Explicativas complementares s suas Demonstraes Contbeis?
19 11 57,89
7 A Entidade informa as suas principais atividades desenvolvidas?
19 17 89,47
8 A Entidade evidencia os critrios contbeis de apurao de receita e despesa utilizados?
19 14 73,68
9 A Entidade evidencia, se possui, as suas isenes fiscais e tributrias?
18 12 66,67
10 A Entidade evidencia os recursos recebidos pela entidade, e suas respectivas aplicaes em projetos e programas?
19 17 89,47
11 A Entidade evidencia informaes detalhadas sobre seus programas e projetos?
19 16 84,21
12 A Entidade evidencia as regies atendidas por seus projetos ou comunidade beneficiada?
19 16 84,21
13 A Entidade evidencia as datas de incio e previso de trmino de seus projetos e programas?
19 16 84,21
14 A Entidade evidencia o nmero de pessoal alocado em cada uma de suas atividades?
19 12 63,16
15 A Entidade evidencia as despesas com pessoal alocado em cada uma de suas atividades?
19 14 73,68
16 A Entidade evidencia nmero de voluntrios, se possui, alocados em suas atividades?
19 14 73,68
17 A Entidade informa os responsveis por sua administrao? 19 17 89,47
18 A Entidade submete suas demonstraes aprovao por parecer de Conselho Fiscal interno ou similar?
19 14 73,68
19 A prestao de contas da Entidade divulgada em seu site na Internet?
19 6 31,58
20 A prestao de contas da Entidade divulgada em jornal de circulao local?
19 3 15,79
TOTAL 379 268 70,71
Fonte: elaborado pelo autor (2013)
A anlise da Tabela 3 permite verificar que 70,71% dos quesitos j so
evidenciados pelas entidades em estudo. Porm, itens relevantes como a divulgao
da prestao de contas em meios acessveis como internet e jornais, obtiveram os
menores ndices de evidenciao. Em contraponto, verifica-se que outros itens,
como a elaborao da demonstrao de resultados, recursos utilizados e divulgao
do nome dos responsveis pela entidade, apresentam bons ndices de evidenciao.
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7. CONSIDERAES FINAIS
Diante do objetivo deste trabalho de estudar e desenvolver um modelo de
prestao de contas para as entidades ambientais do Terceiro Setor em defesa da
gua na Regio Sudeste, da fundamentao terica e reviso bibliogrfica realizada,
e, finalmente com a presente anlise de resultados, conclui-se que de forma
transparente, o seguinte modelo, presente no quadro 2, pode contribuir para a
transparncia destas entidades:
Quadro 2. Modelo de Prestao de Contas para as entidades em estudo
ITENS A SEREM DIVULGADOS POR ENTIDADES AMBIENTAIS EM DEFESA DA GUA EM SUA PRESTAO DE CONTAS
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Elaborao das Demonstraes Contbeis estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade: Balano Social, Demonstrao do Supervit ou Dficit do Exerccio, Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Social, Demonstrao dos Fluxos de Caixa e Notas Explicativas s Demonstraes Contbeis;
2 Divulgao das principais atividades desenvolvidas pela entidade;
3 Divulgao dos critrios contbeis de apurao de receita e despesa utilizados pela entidade;
4 Divulgao das isenes fiscais e tributrias gozadas pela entidade;
5 Divulgao dos recursos recebidos pela entidade e suas respectivas aplicaes em projetos e programas;
6 Divulgao das informaes detalhadas sobre programas e projetos promovidos;
7 Divulgao das regies atendidas por seus projetos ou comunidade beneficiada;
8 Divulgao das datas de incio e previso de trmino de seus projetos e programas;
9 Divulgao do nmero de pessoal alocado em cada uma de suas atividades;
10 Divulgao das despesas com pessoal alocado em cada programa ou projeto;
11 Divulgao do nmero de voluntrios, se possuir, alocados em suas atividades;
12 Divulgao dos responsveis pela entidade;
13 Divulgao de suas demonstraes com aprovao por parecer de Conselho Fiscal interno;
Fonte: Elaborado pelo autor (2013)
Contudo, esta divulgao deve ser realizada em veculos de acesso
comunidade, como a internet ou jornais de circulao regional, a exemplo do que
imposto atualmente prestao de contas de outras organizaes por seus rgos
certificadores, como por exemplo, as entidades educacionais.
Verificou-se que o modelo proposto j adotado em parte pelas entidades
ambientais em defesa da gua, o que comprova a eficcia do modelo diante do atual
contexto. Para posteriores trabalhos, sugere-se que busquem novos modelos de
transparncia na prestao de contas, no s para as entidades em estudo neste
trabalho, mas tambm de outros ramos de atividade e em outras regies
socioeconmicas.
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8. FONTES CONSULTADAS
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Caderno de Procedimentos
aplicveis prestao de contas das entidades do Terceiro Setor (Fundaes).
Braslia: Federao Brasileira de Contabilidade, 2011.
HUDSON, Mike. Administrando organizaes do Terceiro Setor: o desafio de
administrar sem receita. 2. Ed. So Paulo: Pearson Makron Books, 2004.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRFIA E ESTATSTICA. As fundaes
privadas e associaes sem fins lucrativos no Brasil 2010. n. 20. IBGE: Rio de
Janeiro, 2012.
IUDCIBUS, Srgio de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. So Paulo: Atlas, 2010.
LIMA, M. R. S.; LIBERALQUINO, J. O.; BARROS, F. O.; CATAO, G. C.
Accountability e o Papel da Contabilidade na Satisfao dos Usurios Gestor e
Contribuinte. In: CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE ADMINISTRAO, 4,
2007, So Paulo. Anais... 2007.
MARCOVITCH, Jacques. Da excluso coeso social: profissionalizao do
Terceiro Setor. In: IOSCHIPE, Evelyn (Org.) Terceiro Setor: desenvolvimento
social sustentado. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
MURARO, Piero; LIMA, Jos E. de Souza. Terceiro setor, qualidade tica e riqueza
das organizaes. Revista da FAE, Curitiba, v.6, n.1, p. 79-88, jan./abr. 2003.
OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para
Entidades sem fins lucrativos (Terceiro Setor). 3. ed. So Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada
Contabilidade. 3. ed. So Paulo: Atla