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Transformarte Março

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O Fanzine da BDM

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FICHATÉCNICA

EdiçãoAssociação Cultural Burra de Milho

Transformarteisento de registo na ERC ao abrigoda lei da imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, art. 9.º, n.º 2

OganizaçãoÍris DominguezMárcia MendonçaRogério SousaTânia Fonseca

Imagem da CapaAndrea Inocêncio

Design Gráfico ePaginaçãoPlug!_Paulo Sousa _José Branco

Tiragem 500 exemplares

Impressão e acabamentos Diário Insular

[email protected]

Número zero...Tal como acontece na natureza, existem ciclos. Ciclos de transformação.Muitos deles são experienciados com a mudança de estação, estando associado a cada uma delas características distintas, próprias. Lançamos este número zero no dia da primavera/outono...Equinócio de Março. A nossa existência leva-nos por vezes por caminhos que nos fazem esquecer a relatividade das coisas. Sim, para nós que habitamos no hemisfério Norte ocorre a mudança em “direção” ao Sol, aos dias mais longos, mais quentes, ao sorriso solto e ao desflorar das cores. Os muitos que habitam o outro hemisfério, caminham em direção ao nosso oposto! Sentindo nos seus dias as transformações próprias dos dias mais cinzentos. Porque lançamos este fanzine? Porque somos fans da transformação. Queremos ser um espaço aberto à participação e à contribuição para a divulgação das artes e das coisas mundanas. Pretendemos ser um espaço de liberdade para que tu possas intervir através da informação, possas expor, possas ter mais uma forma de voz. Sem tema predefinido, num formato portátil... A5 e online. Tod@s interessad@s em colaborar na próxima edição (verão) enviem textos, imagens, banda-desenhada, ilustração ou qualquer outra forma de expressão que seja transformável em folhas de papel!Obrigad@ aos colaboradores deste número zero, que será distribuído pelas nove ilhas dos Açores, gratuitamente, para que mais pessoas o possam ler, enrolar, riscar, rasgar, reutilizar ou apenas deitar fora (Eco-ponto azul). Transformem!

Nota: este editorial, assim como os textos da responsabilidade da Organização, foi escrito segundo as novas normas do Novo Acordo Ortográfico.

colaboradoresos fanzines, vítimas do vírus da iliteracia

“ à prova de fogo e de bala ”

dia dos namorados...

fotografia

reciclagem - transformação

divulgação

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geraldes lino@transform|ar.te|andreia inocêncio@transform|ar.te|

rui de sousa@transform|ar.te|pedro duarte jorge@transform|ar.te|

oficina d’angra@transform|ar.te|azure@transform|ar.te|

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os fanzines, vítimas do vírus da iliteraciawww.geraldeslino.com

geraldes lino003

É um facto que a palavra fanzine intriga muitos adultos, e começou a ser deturpada pelas recentes gerações desde há uns anos. Constato, cada vez com maior frequência que, ao falar de fanzines – e tenho-o feito em livrarias, eventos bedéfilos, escolas secundárias ou superiores, através de palestras, colóquios, mesas redondas, “work-shops” e oficinas temáticas – quando a audiência é de adultos, a reacção mais frequente é a de ignorância do que seja um fanzine. Se quem me está a ouvir pertence a uma camada etária mais baixa, é muito habitual que

comece a dizer “as fanzines”. Umas vezes será por igno-rarem a etimologia da palavra, outras por obediência à “moda jovem”, pois que continuam teimosamente a usar o feminino, mesmo após terem ouvido explicar que o vocábulo fanzine tem origem na expressão “um maga-zine editado por um fã”, sendo que, em termos linguís-ticos, se verifica a contracção da palavra fã (neste caso, fan, por provir do inglês) com as duas últimas sílabas de magazine.

1)RepRodução de um pRospecto distRibuído pelos editoRes do fanzine aRgon em 19722)capa do livRo DéDalo Dos Fanzines, editado em lisboa em 1997

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os fanzines, vítimas do vírus da iliteraciawww.geraldeslino.comgeraldes lino

É lamentável que o citado erro esteja a acontecer entre nós, enquanto que noutros países se mantém como subs-tantivo masculino: em França diz-se e escreve-se “un fan-zine”, em Espanha “los fanzines”, e no português do Brasil é igualmente usado o género masculino. Aliás, em Portu-gal, este neologismo já se encontra dicionarizado desde 1998.

De facto, na sua 8ª edição com data daquele ano, o Di-cionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, regista, pela primeira vez, um verbete com essa palavra seguida por s.m., ou seja, a indicação de tratar-se de substantivo masculino. A insistência, quase arrogante, na errónea forma de dizer, prova ser galopante o fenómeno da ilite-racia, que leva os falantes a dizerem palavras sem lhes conhecerem o sentido, nem o significado. E qual o motivo que me leva a insurgir-me, tão veemen-temente, em face desta deturpação linguística, quando estão constantemente a verificar-se, noutras áreas, atro-pelos à língua portuguesa? Porque serei, provavelmente, o maior coleccionador português de fanzines portugueses de banda desenhada.

capa do livRo o Rebuliço apaixonante dos fanzines, editado em 1993, no bRasil

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Nascido e criado em Lisboa, fez o acaso com que me tivesse apercebido do aparecimento na capital dos dois primeiros fanzines portugueses, no início de 1972: “Ar-gon” (Janeiro) e “Saga” (1º trimestre), o primeiro editado por jovens alunos do Liceu Gil Vicente, o segundo por adultos, sócios do ABC – Cine Clube de Lisboa. A partir daí continuei interessado naquele género de publicações amadoras, e por esse motivo possuo milhares de exem-plares. Afirmo pois, com profundo e antigo conhecimen-to de causa, que sempre os conheci apresentados pelo género masculino, mesmo quando diziam “este fanzine é uma revista”, à laia de esclarecimento do significado daquele estranho (na época) neologismo. Devo dizer que atónito me apercebi, há cerca de quinze anos, em fanzines dedicados à música, do início dessa es-tranha mudança, em textos crivados de erros ortográficos crassos (“á” em vez de à, ou em vez de há, “estáva-mos” em vez de estávamos, françês no lugar de francês, entre muitos outros). O que me levou a pensar: “Estes tipos, que não conheço, podem saber muito de música, e têm piada a escrever, mas em ortografia são mesmo muito maus”. E tão maus eles eram no conhecimento da língua, que tinham portanto começado a criar essa espécie de vírus de mudar para o feminino o género dos fanzines. E porquê? Já alguém me respondeu: “Porque é uma revista,

logo é uma fanzine”. E eu questionei seguidamente: “En-tão, como um pinheiro é uma árvore, por esse prisma te-mos de passar a dizer “uma pinheiro”? De outra vez, uma jovem, com ar sapiente, argumentou: “Sabe, uma língua é uma coisa viva, está sempre em evolução”. “Sim, é um facto” - concordei. “Isso acontece em especial com a cria-ção de novos vocábulos, através da assimilação de pala-vras estrangeiras que aportuguesamos. Mas aponte-me um único caso em que tenha havido alteração do género masculino para o feminino!”. Claro que não conseguiu responder, porque não há memória de tal fenómeno linguístico ter acontecido. Fanzine será, provavelmente, no futuro, o único exemplo. Porque já me vou resignando com a ideia de que tal pod-erá vir a suceder, dado o facto de sentir como que uma te-imosia, e forte relutância, em aceitar essa correcção, nos colóquios e palestras que tenho feito. Lamento, porque me considero profundo fanzinéfilo. Para além de colec-cionador e prolífico faneditor, com onze títulos a meu crédito: Eros, Ad Hoc, Preciosidades da BD, Autobiogra-fias Ilustradas, Tertúlia BDzine (este já vai no nº 123), Folha Volante, Jazzbanda, Cadavre Exquis aliás Cadáver Esquisi-to, Improvisos na Toalha de Mesa, Anãozine, Efeméride, e dois fanálbuns tipo “one shot”, sou igualmente estudioso do tema: juntamente com Leonardo De Sá, co-editei o livro

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“Dédalo dos Fanzines” (Lisboa, 1997) e fui galardoado, em 1999, com o Troféu Imprensa, no Festival Internacional de Banda Desenhada, pelo estudo “Fanzines e fanálbuns – definições, polmicas e balanço de 1998”, publicado na revista Selecções BD (nº6, Abril de 1999). Mas, como especialista de banda desenhada em geral, o que me leva a gostar especialmente de fanzines e de tão veementemente os defender? Que qualidades acho eu que ressaltam, fundamentalmente, nessas publi-cações amadoras?

Começando pelo espírito e pela filosofia que essencial-mente os caracteriza, eles são descomprometidos e liber-tos de amarras economicistas, porque os seus editores não pretendem ter lucro, os colaboradores não exigem ser pagos, as tiragens dependem da disponibilidade económica que o faneditor tenha no momento, não obedecem a qualquer periodicidade porque o número seguinte só sairá quando voltar a haver dinheiro, têm geralmente pequenas tiragens, não beneficiam de dis-tribuição organizada, porque sai cara, mas aparecem em pequenas livrarias especializadas, ou são vendidos di-rectamente pelo editor nos eventos bedéfilos.

os fanzines, vítimas do vírus da iliteraciawww.geraldeslino.comgeraldes lino

o fanzine das xoRnadas - uma edição das 18ª xoRnadas de bd de ouRense (espanha)006

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os fanzines, vítimas do vírus da iliteraciawww.geraldeslino.com

geraldes lino

Outra das facetas sui generis dos zines é a da imaginação à solta nos respectivos títulos, que tanto podem ser ap-enas maliciosos, a jogarem no trocadilho ou na cacofonia, como atingirem nível escatológico. Os exemplos seguin-tes (apenas alguns) são disso prova: “Comic Cala-te”, “Ká-ganiço”, “Nuxcuro”, “Nova Gina”, “São Francisco da S.I.S.”, “X-Pe com batatas”, “Cona da Mão” ou “Fódósgas”, impen-sáveis em revistas comerciais/profissionais.

Outras importantes componentes que os distingue delas é a de poderem publicar produções artísticas ou literárias de carácter abertamente experimental, e a de funcion-arem como autênticos bancos de ensaio para novos au-tores. Acima de tudo, os fanzines representam a liberdade editorial possível numa sociedade globalizante, onde di-ficilmente há espaço para temáticas de menor impacte público ou alternativas. A não ser nos fanzines, obvia-mente. Que merecem o respeito, no mínimo, de não os deturparem.

Geraldes Linomilitante da banda desenhada e dos fanzines

007caRtaz (Redução) da 3.ª feiRa do fanzine bd, oRganizado pelo clube poRtuguês de banda desenhada, em 1993

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“ à prova de fogo e de bala ”andrea inocêncio

Tendo em conta que as Mulheres são pro-tagonistas dos processos de socialização e de integração cultural através da educação das cri-anças, penso, não só, na figura da mulher como mãe-educadora e de suporte familiar, mas também como a sua imagem se tornou pode-rosa no âmbito religioso, erótico e publicitário. Desta forma, aborda-se a temática da violência praticada contra a mulher e da igualdade de género sem adoptar uma posição fatalista nem de denúncia sensacionalista.

Opta-se antes por focalizar a figura da mulher como construção sócio-cultural complexa que permite pensar o lugar que ocupam as imagens da mulher na construção de identidades, no intercâmbio e produção cultural. Procura-se assim construir imagens baseadas nas personagens de banda desenhada – as super-heroínas – recriando-as a partir de uma visão e vivência feminina.

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“ à prova de fogo e de bala ”andrea inocêncio

“À prova de fogo e de bala” é um projecto transdisciplinar e multidisciplinar no qual se insere uma série de foto-pinturas de médio/grande formato. Estas obras contaram com a colaboração de 15 mulheres e crianças, desde os 10 aos 60 anos, como modelos fotográficos dos figurinos que elas próprias criaram e elaboraram - através da participação voluntária em workshops de criação artística realizados em parceira com a UMAR–Açores, Delegação da Terceira e de S. Miguel, com a Associação de Mulheres de Pescadores eArmadores de Ilha Terceira e com o apoio da DRAC – Direcção Regional da Cultura dosAçores.

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“ à prova de fogo e de bala ”andrea inocêncio

“ à prova de fogo e de bala ”

Artista pluridisciplinar e transdisciplinar com uma ampla versatilidade criativa, desenvolvendo trabalhos que vão desde a fotografia à produção teatral (cenografia, figurinos e grafismo), pas-sando pela performance, instalação, etc...

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Oi linda,nem imaginas o que me aconteceu. lembras-te de quando te disse que ia à Tabacaria comprar o Sol? pois, a verdade é que antes disso fiz um desvio pelo caminho. então foi assim: ia eu a caminho da tabacaria a pensar no texto que havia de enviar para a Burra de Milho quando me lembrei que hoje era o Dia dos Namorados. sei que pensas como eu a respeito deste dia. não passa duma manobra comercial. mas no outro dia, enquanto víamos um anúncio da TMN sobre uma promoção para este dia vi nos teus olhos uma vontade imensa de aderir àquilo. foi subtil a tua reação mas eu conheço-te e percebi nesse mo-mento que o melhor era alinhar. durante semanas o nosso cérebro é lentamente lavado a seco através da publicidade por forma a fazer com que até nós, gente esclarecida, nos sintamos culpados por não comprar um qualquer ridículo peluche. é ver manadas de casalinhos a apontar para as montras a dizer “ohh, tão fofo”. são os habituais namorados por calendário. costumam oferecer cerca de três flores por ano às namoradas; uma pelo aniversário, uma no dia da mulher (frequentemente esquecido) e outra neste dia. e depois é ver as suas caras de contentes com a “surpresa”. é o chamado namoro chatocumócaraças. enfim, sem-pre fui imune a estas parvoíces. claro que, sendo eu um homem munido de bom-senso, jogo sempre pelo seguro. ofereço-te sempre qualquer coisinha e tu a mim também.

ninguém foge ao Mercado. no meu caso, sou um român-tico não assumido. a minha florista já me conhece e trata- -me por senhor e tudo. dou-te flores e bombons e escrevo-te poemas por tudo e por nada. gosto de ti e não me canso de te ver sorrir:) adiante. este ano decidi dar uma de Robin dos Bosques e fui ao jardim tentar roubar uma flor para te oferecer, coisa que de resto faço regularmente. já tenho tudo estudado e sei como contornar os guardas. a esta hora sei que estão a tomar café e decido atacar. já andava de olho numa rosa vermelha belíssima que crescia mes-mo debaixo de um muro de pedra. assim foi. fui ao sítio e arranquei-a com o cuidado de quem enrola um cigarro. tive que agachar-me pois a rosa crescia entre o muro e ou-tras plantas. eis senão quando começo a sentir um líquido quente a cair-me na cabeça. e cheirava mal. a minha avó dizia que o chichi faz bem ao cabelo. um polícia, do outro lado do muro, aliviava-se em cima de mim, embora sem me ver. entrei em pânico, e quase vomitei. nisto o polícia deu por mim e pronto, lixei-me. encharcado de urina e de rosa na mão fui levado para a esquadra onde agora me en-contro. parece que não sabem bem o que fazer comigo. só sei que o polícia pensa que eu estava a espiá-lo(!). e é ilegal apanhar flores no jardim. não sei o que fazer. resolvi enviar-te esta sms, que é grátis, pois aderi à promoção. por favor, quando leres isto vem ver-me.beijos

dia dos namorados ou como fui parar à prisão por causa de um anúncio estúpido da tmnrui de sousa

31 anos, vencedor do concurso labjovem 09 na categoria de Literatura com oprojecto “Adeus Amanhã”

Enviar mensagens : Para / Marta / 961234567 : Escrever mensagem

: Enviar 14 mensagens? : Sim : A enviar : ... : ...: Mensagens não enviadas (saldo insuficiente): Para realizar comunicações deves carregar o teu YORN de novo. Para mais informações ligar 16912 ou ...

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Nasci em Lisboa. Vivi em Ponta Delgada entre o início de 2005 (onde voltei a fotografar) e o final de 2008. Trabalho com fotografia desde 93, tenho 36 anos, fiz um interregno entre 2000 e 2005 por razões pessoais. Até 1999 fui editor de fotografia da revista surf Portugal (revista de Surf). Como freelancer, especializei-me em fotojornalismo, fotografia humana, arquitectura, e em fotografia de desportos de acção como o Surf, o Snowboard e o Ski para revistas europeias. Colaborei, colaboro, com publicações como o Expresso, Diário de Notícias, Viagens, Volta ao Mundo, Maxmen, ArqSul, Onboard (5 línguas de distribuição Europeia), Surfer (U.S.A), e outras.

1996 - Dois prémios no “Prémio de Fotojornalismo Américo Ribeiro” para profissionais da imprensa nacional, instituído pelo “Parque Natural da Arrábida”1998 - Exposição de fotografia no edifício da Cordoaria Nacional1999 - Participação no Festival Internacional de Publicidade de Cannes com a agência “J. Walter Thompson”.2007 - Dois projectos finalistas LABJOVEM – concurso de jovens criadores dos Açores com os projectos “70-100” e “Sob o olhar da velha senhora”..2009 - Exposição no BES Saúde - Setúbal

fotografiawww.flickr.com/photos/pedroduartejorgepedro duarte jorge

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fotografiawww.flickr.com/photos/pedroduartejorge

pedro duarte jorge

Fotografo, por vezes, para conseguir ter mais tempo para entender o que me rodeia, outras por puro fascínio estético, mas interesso-me primordialmente pelo poder da imagem em desconstruir as ideias do observador e levá-lo a reavaliações internas. Tenho um interesse extremo na observação da evolução dos espaços e das gente.Os meu projectos estão sempre em mutação, assim como as minhas ideias, e acredito quea evolução é isso mesmo.

Por vezes as imagens fazem parte de histórias, outras funcionam como atiçamentos e outras ainda são apenas constatações. De futuro gostava de ver as minhas imagens a circular por onde houverem olhos para elas, muito para fora de fronteiras, e de ter os Açores como uma parte muito importante do meu trabalho, o desenvolvido e o a desenvolver, tenho uma paixão muito grande pelos espaços e pelas pessoas que fazem parte do que conheci aí e do que tenho para conhecer ainda.

Sobre os meus projectos pessoais:

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divulgaçãoDirecção, Estelle Cermelli 967 244 387oficina d’angra

A Oficina D’Angra é uma associação cultural cuja sede se situa na baía de Angra do Heroísmo na, chamada “Casa do Sal”, com belíssima vista sobre o mar. De há pouco tempo a esta parte, o espaço do primeiro piso foi remodelado e tem agora uma galeria em condições para receber exposições temporárias e colecção permanente de Artes Plásticas. Neste momento, está a ser criada uma colecção de peças artísticas principalmente açorianas. Deste modo, os artistas interes-sados em serem representados na galeria, podem contactar a Oficina. Este espaço possui ainda um pequeno “Café das Artes” onde se pode ler revistas subscritas pela instituição, levar emprestados livros relacionados com as artes e com os artistas… e também tomar um chazinho ouvindo boa música. O papel da associação é a divulgação das artes em geral, deixando sempre uma porta aberta às novas tendências, de forma a favorecer um intercâmbio comunicativo e cultural entre pessoas da arte e o público em geral.

A Oficina tem patentes ateliês lectivos e infantis de artes plásticas na rua dos Canos Verdes; cursos de pintura para adultos; disponibiliza o ateliê de gravura situado no Centro Cultural de Angra; formações de fotografia na Casa do Sal com um novo laboratório; aulas de Tai-chi e de Yoga. Recebe ocasionalmente conferências, workshops e tem futuros projectos para desenvolver ao longo deste ano. No mês de Junho decorrerá o segundo concurso anual de Mail-Art, ou seja, Arte Postal, um concurso que consiste em criar uma obra na parte superior de um envelope utilizando todos os materiais possíveis – recortes, tintas, lápis, colas, areia, tecidos... etc. e mandar o envelope por correio com destino à Oficina d’Angra... Sendo a Oficina D’Angra uma associação cultural sem fins lucrativos, depende da boa vontade e espírito de voluntariado de quem esteja interessado em participar neste projecto.

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reciclagem - transformaçãowww.azure.azoresglobal.com

azure

Do caos gera-se harmonia. Se assim se quiser, assim será. E não são poucas as vezes em que o próprio caos é harmonia. Depende dos olhos que observam, dos ouvidos que ouvem, das mãos que sentem. Numa lógica de impetuosidade para com o actual estado consumista e conformista que a sociedade do novo milénio em “paz” vive, tenta-se transfor-mar, reciclar e criar a tal harmonia, ou o caos harmonioso. Reutilização de materiais é algo que está intimamente ligado ao Festival Azure que se responsabiliza voluntariamente para tentar transformar e reciclar. Inicia-se processos criativos, envolve-se pessoas, jovens, muito jovens. Desafia-se a lógica de alguns formatos, cria-se arte. Dá-se utilidade, quando já não a havia. Levanta-se torres de ideias tiradas de mentalidades que vivem uma nova realidade cibernética, alimen-tados pelos bits, pela Internet e pela opaca programação televisiva. São estas mentes que também conseguem criar, reutilizar, transformar e moldar objectos mais primitivos, apelando à criatividade vs utilidade.

Sem a ajuda de nenhum programa de correcção fotográfica. Sem a Internet. Ligam-se à natureza envolvente, à matéria-prima – despejo de alguém – e transformam.Reciclam. Criam. Utilizam e reutilizam. O que dá mais trabalho é continuar a pensar. Transforma! A 26, 27 e 28 de Agosto de 2010 participa nesta grande festa, na Zona de Lazer de S. Brás, Praia da Vitória.

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