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LARISSA DA SILVA
Trabalho de Conclusão de Estágio
DIMENSÕES DA QUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO: UM DIAGNÓSTICO NA
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAÍ
Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAÍ – SC, 2008
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu
chegar até aqui e me deu forças para vencer as
dificuldades encontradas. Aos meus pais, Marise e
Orlando, por todo amor, carinho e compreensão
recebido. A minha orientadora, Profª Justina da Costa
Rodrigues por sua dedicação e condução nesta
orientação. E ainda aos demais professores e colegas
que sempre estiveram ao meu lado, auxiliando sempre
que necessário.
3
EPÍGRAFE
“Nenhuma empresa é melhor do que o seu
administrador permite”.
Peter Drucker
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EQUIPE TÉCNICA
a) Nome da estagiária
Larissa da Silva
b) Área de estágio
Recursos Humanos
c) Supervisora de campo
Liliane Gervásio
d) Orientadora de estágio
Prof ª. Justina da Costa Rodrigues
e) Responsável pelos Estágios Supervisionados em Administração
Prof. Eduardo Krieger da Silva
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social
Prefeitura Municipal de Itajaí
b) Endereço
Rua Alberto Werner, nº 100, bairro Vila Operária, Itajaí, SC
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Paço Municipal
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo da supervisora de campo
Liliane Gervásio, Psicóloga
f) Carimbo e visto da empresa
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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
ITAJAÍ, 31 de OUTUBRO de 2008.
A Instituição Prefeitura Municipal de Itajaí, pelo presente instrumento, autoriza a
Universidade do Vale do Itajaí – Univali, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de
Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Larissa da
Silva.
Rosa Sedrez
Secretária de Gestão Pessoal
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RESUMO
As verificações do índice de qualidade de vida no trabalho podem trazer informações de fatores que interferem na satisfação e motivação dos funcionários, podendo refletir na excelência dos serviços prestados. O presente estudo realizado na área de recursos humanos teve como objetivo geral diagnosticar os fatores influentes na Qualidade de Vida no Trabalho dos servidores da Prefeitura Municipal de Itajaí, segundo o modelo de Westley. A tipologia de estágio caracterizou-se como uma pesquisa-diagnóstico, por meio de uma pesquisa descritiva no Paço Municipal da Prefeitura de Itajaí, com abordagem quantitativa e aporte qualitativo. Participaram da pesquisa uma consultora técnica da Secretaria de Gestão de Pessoal, designada pela representante da Instituição e uma amostra dos servidores do Paço Municipal. Para o levantamento dos dados foram utilizados entrevista semi-estruturada, questionário e a observação da acadêmica. O resultado da pesquisa identificou a existência de pontos favoráveis como: a implantação do plano de cargos e carreiras e programas de integração do servidor, a ampliação de canais de comunicação para os servidores, entre outros e pontos que precisam ser melhorados, como: a valorização do servidor, melhorias nas condições ambientais, cursos especializados, retorno das avaliações de desempenho, entre outros aspectos que desestimulam o servidor na realização do seu trabalho. Possibilitou também a identificação da percepção da Instituição quanto aos fatores da qualidade de vida no trabalho que podem influenciar na vida profissional dos servidores. As sugestões apresentadas poderão proporcionar melhorias nas condições de trabalho, nos processos e no resultado dos serviços prestados. PALAVRAS-CHAVE: Administração, Recursos Humanos e Qualidade de Vida no Trabalho
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 Participantes da pesquisa .........................................................................................15 Quadro 2 – Abordagens administrativas ..................................................................................20 Quadro 3 – Diferenças básicas entre administração pública e privada ....................................25 Quadro 4 – Classificação das atividades de gestão de pessoa..................................................26 Quadro 5 – Fases da administração de recursos humanos........................................................27 Figura 1 – Hierarquia das necessidades de Maslow.................................................................29 Quadro 6 – Fatores motivacionais, segundo Herzberg.............................................................30 Quadro 7 – Fatores higiênicos, segundo Herzberg...................................................................31 Quadro 8 – Estilos de resoluções de conflitos dentro das organizações ..................................35 Quadro 9 – Estilos de liderança................................................................................................39 Quadro 10 – Fontes de poder do líder ......................................................................................40 Quadro 11 – Categorias conceituais de qualidade de vida no trabalho ....................................44 Quadro 12 – Elementos de qualidade de vida no trabalho .......................................................44 Quadro 13 – Aspectos para análise da qualidade de vida no trabalho .....................................45 Quadro 14 – Modelo das dimensões básicas da tarefa .............................................................45 Quadro 15 – Indicadores de qualidade de vida no trabalho .....................................................46 Quadro 16 - Remuneração........................................................................................................49 Figura 2 – Organograma da Prefeitura Municipal de Itajaí......................................................63 Quadro 17 – Quadro funcional da Prefeitura Municipal de Itajaí ............................................69 Quadro 18 – A qualidade de vida no trabalho na percepção da Instituição .............................70 Quadro 19 – Indicadores econômicos na percepção da Instituição..........................................71 Quadro 20 – Indicadores políticos na percepção da Instituição ...............................................71 Quadro 21 – Indicadores psicológicos na percepção da Instituição.........................................72 Quadro 22 – Indicadores sociológicos na percepção da Instituição.........................................73 Quadro 23 – Relação perfil dos servidores x qualidade de vida no trabalho ...........................92 Quadro 24 – Relação perfil dos servidores x indicadores econômicos – salário e benefícios .93 Quadro 25 - Relação perfil dos servidores x indicadores econômicos – condições ambientais e influências do ambiente ............................................................................................................94 Quadro 26 – Relação perfil dos servidores x indicadores políticos – segurança no trabalho e atuação sindical.........................................................................................................................95 Quadro 27 - Relação perfil dos servidores x indicadores políticos – relacionamento com a chefia e liberdade de expressão ................................................................................................95 Quadro 28 – Relação perfil dos servidores x indicadores psicológicos - desenvolvimento ....97 Quadro 29 - Relação perfil dos servidores x indicadores psicológicos – criatividade, auto-avaliação e desempenho ...........................................................................................................98 Quadro 30 – Relação perfil dos servidores x indicadores sociológicos – participação nas decisões.....................................................................................................................................99 Quadro 31 - Relação perfil dos servidores x indicadores sociológicos – relacionamento interpessoal ...............................................................................................................................99
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Dados pessoais......................................................................................................74 Tabela 02 – Família ..................................................................................................................75 Tabela 03 – Habitação ..............................................................................................................76 Tabela 04 – Educação...............................................................................................................76 Tabela 05 – Trabalho................................................................................................................77 Tabela 06 – Transporte .............................................................................................................78 Tabela 07 – Saúde.....................................................................................................................79 Tabela 08 – Lazer - esporte ......................................................................................................80 Tabela 09 – Lazer – tempo livre...............................................................................................80 Tabela 10 – Atividades Sociais ................................................................................................81 Tabela 11– Qualidade de vida no trabalho ...............................................................................82 Tabela 12 – Indicadores econômicos – salário e benefícios.....................................................83 Tabela 13 – Indicadores econômicos – condições ambientais e influências............................84 Tabela 14 – Indicadores políticos – segurança no trabalho e atuação sindical ........................85 Tabela 15 – Indicadores políticos – relacionamento com a chefia e liberdade de expressão...86 Tabela 16 – Indicadores psicológicos - desenvolvimento........................................................87 Tabela 17 – Indicadores psicológicos – criatividade, auto-avaliação e desempenho...............88 Tabela 18 – Indicadores sociológicos – participação nas decisões ..........................................89 Tabela 19 – Indicadores sociológicos – relacionamento interpessoal ......................................90 Tabela 20 – Sugestões dos servidores ......................................................................................91
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................11 1.1 Problema de pesquisa e justificativa...............................................................................12 1.2 Objetivos do trabalho.......................................................................................................13 1.3 Aspectos metodológicos....................................................................................................13 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio .............................................................................14 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa...............................................................................14 1.3.3 Procedimento e instrumentos da coleta de dados ............................................................16 1.3.4 Tratamento e análise dos dados .......................................................................................16 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................18 2.1 Administração...................................................................................................................18 2.1.1 Teoria comportamental....................................................................................................21 2.1.2 Abordagem contingencial................................................................................................23 2.1.3 Áreas da administração....................................................................................................23 2.2 Motivação ..........................................................................................................................28 2.3 Cultura organizacional.....................................................................................................31 2.3.1 Clima organizacional.......................................................................................................32 2.4 Liderança...........................................................................................................................38 2.5 A qualidade de vida no trabalho - QVT .........................................................................41 2.5.1 Modelos e fatores determinantes de QVT .......................................................................43 2.5.2 Etapas para implantação der programas de QVT ............................................................60 3. RESULTADOS DA PESQUISA .......................................................................................62 3.1 Caracterização da empresa .............................................................................................62 3.1.1 Histórico da Prefeitura Municipal de Itajaí .....................................................................62 3.1.2 Estrutura da Prefeitura Municipal de Itajaí .....................................................................63 3.1.3 Serviços terceirizados ......................................................................................................69 3.1.4 Principais fornecedores ...................................................................................................69 3.2 Resultado da pesquisa ......................................................................................................69 3.2.1 Identificação da percepção da Instituição em relação a qualidade de vida no trabalho e as condições de trabalho ...............................................................................................................70 3.2.2 Pesquisa com os servidores .............................................................................................73 3.3 Relação do resultado da pesquisa ...................................................................................92 3.4 Sugestões..........................................................................................................................100 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................103 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................105 APÊNDICE A - ....................................................................................................................109 APÊNDICE B - ....................................................................................................................112 APÊNDICE C .......................................................................................................................116 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...............................................................................121
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1 INTRODUÇÃO
O constante crescimento da globalização tem causado grandes impactos no mundo
empresarial, tornando o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e mais exigente na
atração de funcionários com conhecimentos, habilidades e atitudes e aumentando a
necessidade das organizações de investir mais no capital humano, considerado um dos seus
principais recursos. Neste novo contexto poderão ter sucesso os profissionais melhores
qualificados, com um nível de conhecimento mais elevado, atentos à realidade atuais e
perceptivos ao futuro, que respondem com agilidade e de uma forma eficaz às transformações
que estão ocorrendo nas organizações.
Desse modo às preocupações das organizações devem estar voltadas para as
condições de trabalho, que são proporcionadas aos seus funcionários, como também em
diagnosticar e analisar constantemente os fatores influentes da Qualidade de Vida no Trabalho
(QVT). Considerando que as condições adequadas para execução das tarefas podem
proporcionar um melhor desempenho, como também reduzir rotatividade, absenteísmo e
doenças ocupacionais.
As verificações do índice de QVT podem trazer informações de fatores que
interferem na satisfação e motivação dos funcionários, podendo refletir na excelência dos
serviços prestados. Um estudo sobre esses fatores pode permitir conhecer como as pessoas se
sentem em relação a aspectos internos e externos da organização possibilitando gerenciar os
aspectos mais relevantes e transformá-los em políticas e estratégias que aumentem o
envolvimento e comprometimento dos funcionários.
Contudo, a satisfação pessoal não é algo simples de ser obtida. A percepção da
qualidade de vida varia de acordo com a cultura de cada organização.
A preocupação com a Qualidade de Vida no Trabalho é fundamental não somente
para organizações privadas, mas também para os setores públicos, cuja finalidade é satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da sociedade, considerando que em um órgão público,
como por exemplo, uma Prefeitura, passam diversos administradores, num período de quatro
anos. Durante esse período o objetivo maior é atender a sociedade, proporcionando melhorias
para a qualidade de vida, o bem-estar e a satisfação de seus habitantes.
Porém não se pode deixar de lado a qualidade de vida dos servidores, que
diretamente estão ligados aos processos e representam o nível operacional da organização.
Outro fator importante que afeta diretamente os servidores nos órgãos públicos é o
preconceito que a sociedade possui sobre o funcionalismo público e as políticas
12
governamentais. O fato de a sociedade considerar que o serviço público é custeado pelos
cidadãos, gera uma cobrança excessiva nos servidores que nem sempre são os responsáveis
pela elaboração das políticas que norteiam os atendimentos à população, ocasionando uma
situação de conflito que pode interferir na Qualidade de Vida no Trabalho.
Assim sendo, este estudo buscou Diagnosticar a QVT na Prefeitura Municipal de
Itajaí, visando apresentar sugestões para melhoria no desempenho dos processos e no bem-
estar dos servidores.
1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa
Toda organização necessita de avaliação constante, para diagnosticar eventuais
problemas, e propor melhorias e inovações.
A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) pode ser afetada na visão de Westley
(1993, apud FERNANDES, 1996) por diversos fatores como: econômico, político,
psicológico e sociológico. Considerando que são fatores presentes no cotidiano de qualquer
organização o estudo apresentou a seguinte questão: Quais os fatores afetam a Qualidade de
Vida no Trabalho dos servidores da Prefeitura Municipal de Itajaí, tendo como base o modelo
citado?
O problema em questão apresentou uma oportunidade para a Prefeitura identificar os
indicadores de QVT de seus servidores, visto que normalmente a preocupação da
Administração de uma Prefeitura está voltada somente para a sociedade em geral.
Como ressalta Roesch (2005) um problema é uma situação não resolvida, porém
também pode ser a identificação de oportunidades até então não percebidas pela instituição.
O estudo proposto foi importante para a organização, considerando que os gestores
puderam identificar como estão as condições de trabalho, proporcionados aos seus servidores
e a qualidade das práticas de gestão utilizada. Também ajudou a identificar o que os diversos
“tipos” de servidores (efetivos, contratados, comissionados) pensam sobre a atual
administração.
Outro fator importante para a efetivação do estudo foi que o mesmo nunca foi
realizado na organização em questão caracterizando-se, portanto a sua originalidade. Salienta-
se também que não é de conhecimento a existência na Universidade de estudo do referido
tema em outras organizações públicas.
13
Este estudo não acarretou custo para a organização e o acesso às informações contou
com a participação dos responsáveis pelo setor de Recursos Humanos, viabilizando assim sua
realização.
Quanto aos conhecimentos acadêmicos foram ampliados especialmente na área
relacionada ao tema do trabalho, como também possibilitou conhecer as necessidades dos
servidores municipais, com relação à qualidade de vida no trabalho.
1.2 Objetivos do Trabalho
São os objetivos que definem o propósito de um trabalho, as etapas que deverão ser
realizadas e analisadas, para atingir o resultado esperado. Os objetivos podem ser divididos
em duas partes, sendo: objetivo geral que define o intuito de realização do estudo e objetivos
específicos, que auxiliam no alcance do objetivo, de uma maneira mais eficiente e eficaz.
Definir o propósito do trabalho é importante, porque a partir daí define-se as etapas
subseqüentes, afirma Roesch (2005).
O objetivo geral do trabalho consistiu em Diagnosticar os fatores influentes na
Qualidade de Vida no Trabalho dos servidores da Prefeitura Municipal de Itajaí, segundo o
modelo de Westley.
Os objetivos específicos, considerando a autora citada especificam o modo como se
pretende atingir o objetivo geral. Portanto para este estudo foram definidos os seguintes
objetivos específicos:
•Verificar as condições de trabalho oferecidas pela Instituição
•Levantar o perfil socioeconômico dos servidores.
•Identificar os indicadores econômicos, políticos, psicológicos e sociológicos, na
percepção dos servidores.
•Identificar a percepção da Instituição em relação à Qualidade de Vida no Trabalho.
•Relacionar os resultados da pesquisa com o perfil dos servidores.
•Apresentar sugestões de melhoria com base nos resultados da pesquisa.
1.3 Aspectos Metodológicos
Este tópico é fundamental para a elaboração do estudo, considerando-se que descreve
o modo de realização do trabalho, a sua tipologia, o delineamento da pesquisa, os
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participantes envolvidos, os instrumentos de coleta, análise e tratamento dos dados. E como
enfatiza Roesch (2005) o item da metodologia descreve como o estudo será realizado
1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio
O estudo proposto teve como tipologia o modelo de pesquisa-diagnóstico,
considerando que o objetivo do mesmo foi diagnosticar os fatores que influenciam a
Qualidade de Vida no Trabalho dos servidores públicos municipais e apresentar sugestões
para melhoria no desempenho dos processos e no bem-estar dos servidores.
Para tanto foi realizada uma pesquisa descritiva no Paço Municipal da Prefeitura de
Itajaí, onde estão inseridas dez, das dezenove secretarias municipais existentes, abrangendo,
portanto grande parte dos servidores.
Na opinião dos autores Cervo e Bervian (2005) a pesquisa descritiva observa,
registra, analisa e correlaciona os fatos sem manipulá-los, buscando conhecer as diversas
situações e relações que ocorrem na vida social, econômica, política, bem como demais
aspectos do comportamento humano, individualmente, como também em grupos e
comunidades.
Foi utilizado o método quantitativo com um aporte qualitativo. Neste estudo o
método quantitativo foi utilizado para análise dos dados coletados junto aos servidores. Já o
método qualitativo, foi utilizado para interpretação dos dados da pesquisa com a consultora
técnica, designada pela Secretária de Gestão Pessoal, que representou a Instituição durante o
estudo.
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa
Participaram da pesquisa a consultora técnica da Secretaria de Gestão de Pessoal, que
foi indicada pela responsável da Pasta e uma amostra estratificada dos 322 servidores.
A autora Roesch (2005) afirma que o estágio pode concentrar-se em um
departamento da empresa ou em toda a organização, necessitando, portanto descrever a
estrutura da área, incluindo a quantidade de pessoas envolvidas na mesma.
A autora ressalta ainda, que dependendo o tamanho da população, do tempo para
execução, como também a capacidade de processamento dos dados, faz-se necessário extrair
uma parcela desta população, utilizando, portanto o processo de amostragem. O propósito da
15
amostragem é construir um subconjunto da população que seja representativo nas áreas de
interesse do estudo.
Considerando o autor Barbetta (2007) a técnica de amostragem estratificada consiste
em dividir a população envolvida em subgrupos, denominados estratos, permitindo estratificar
a população de uma grande empresa, por nível hierárquico, nível de instrução ou por setor de
trabalho, como é o caso desse estudo. O autor ressalta ainda que por meio de uma amostra
estratificada proporcional os resultados tendem a ser mais preciso.
Portanto, considerando um erro amostral de 5% a pesquisa foi aplicada para 179
servidores distribuídos no quadro nº 1.
No presente estudo a amostra estratificada possibilitou que a percepção quanto aos
indicadores da QVT fosse representada proporcionalmente ao número de servidores de cada
secretaria existente no Paço Municipal Itajaí-Açu.
SECRETARIA
PROPORÇÃO NA
POPULAÇÃO
TAMANHO DO SUBGRUPO NA
AMOSTRA
GABINETE DO PREFEITO 17 / 323 = 0,05 (0,05) x 179 = 09
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO 47 / 323 = 0,15 (0,15) x 179 = 26
SECRETARIA DE GOVERNO, PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.
72 / 323 = 0,22 (0,22) x 179 = 40
SECRETARIA DE PARTICIPAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL 20 / 323 = 0,06 (0,06) x 179 = 11
CENTRO TECNOLÓGICO DE INFORMATIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
10 / 323 = 0,03 (0,03) x 179 = 06
GABINETE DA VICE-PREFEITA 05 / 323 = 0,02 (0,02) x 179 = 03
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO URBANO
60 / 323 = 0,19 (0,19) x 179 = 33
SECRETARIA DE GESTÃO DE PESSOAL 25 / 323 = 0,08 (0,08) x 179 = 14
COORDENADORIA DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA 23 / 323 = 0,07 (0,07) x 179 = 13
SECRECTARIA DE RECEITA MUNICIPAL 40 / 323 = 0,12 (0,12) x 179 = 22
FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 04 / 323 = 0,01 (0,01) x 179 = 02
TOTAL 323 179 Quadro 1. Servidores participantes da pesquisa. Fonte: Dados primários
O quadro acima mostra a distribuição dos participantes da pesquisa
proporcionalmente ao número de servidores por secretaria.
16
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de fontes primárias como entrevista semi-
estruturada, questionário e observação da acadêmica.
Com relação à entrevista semi-estruturada é recomendada em estudos exploratórios,
com o objetivo de abordar realidades ainda não conhecidas ou exploradas, na visão de Gil
(2007). O questionário possibilita atingir um número maior de pessoas, com a finalidade de
conhecer suas opiniões. Quanto ao método da observação é conceituado como o uso dos
sentidos com o propósito de adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. Sua
vantagem é que os fatos são percebidos diretamente, como ressalta o autor citado.
Nesse estudo a observação foi do tipo não participante e serviu para complementação
dos dados pelo fato da acadêmica fazer parte do quadro funcional da Instituição.
A observação não participante ocorre na visão dos autores Cervo e Bervian (2005)
quando o observador se mantém como expectador, evitando se envolver ou deixar-se envolver
com o objeto da observação.
A entrevista semi-estruturada foi utilizada para verificar as condições de trabalho e
identificar a percepção da Instituição em relação à Qualidade de Vida no Trabalho sendo que
os dados foram coletados junto a consultora técnica, no dia 11 de julho de 2008.
A coleta de dados com os funcionários ocorreu no período de 14 de julho a 15 de
agosto do ano corrente onde os mesmos responderam a um questionário com questões
fechadas e abertas, relacionadas às categorias de análise do modelo de Qualidade de Vida no
Trabalho de Westley, ressaltado por Fernandes (1996), destacadas no quadro nº 14.
A escolha do modelo ocorreu pelo fato das categorias apresentadas pelo autor serem
mais adequadas para o estudo e ainda por ser um modelo menos utilizado nos estudos já
realizados, buscando assim novos caminhos.
Quanto à elaboração dos instrumentos de pesquisa teve como base os autores
Celinski (1995), Luz (2003), Prado e Souza (2002).
1.3.4 Tratamento e análise dos dados
Enfatizando o autor Oliveira (2000, p. 98) “analisar é interpretar os dados do
fenômeno do problema estudado. No processo de análise o que o pesquisador faz é
correlacionar as variáveis, categorias estudadas na tentativa de conhecer o objeto do estudo”.
17
Na análise dos dados qualitativos coletados por meio da entrevista semi-estruturada,
utilizaram-se os conceitos da análise de conteúdo, considerando-se as categorias do
referencial teórico.
A análise de conteúdo tem como finalidade organizar os dados da pesquisa
qualitativa, de modo que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto,
como enfatiza o autor Gil (2007).
Quanto aos dados quantitativos foram interpretados por meios estatísticos com o
auxílio do Excel na elaboração de percentagens, média ponderada e desvio padrão.
Com relação aos métodos estatísticos a autora Roesch (2005) enfatiza que são
utilizados para dados expressos em números, como é o caso do estudo proposto.
A média ponderada pode ser entendida considerando o autor Crespo (2002) como a
multiplicação dos valores por seu peso, sendo somados e divididos depois pela soma dos
pesos. O desvio padrão, ainda na visão do mesmo autor, pode ser entendido como uma
medida do grau de dispersão dos resultados em torno da média, ou seja, um número que mede
o quanto os graus estão mais ou menos dispersos em relação à média.
Depois de analisados os dados, foram comparados entre si e com os fundamentos
teóricos e apresentados em tabelas, gráficos e textos explicativos. Como também foram
relacionados os indicadores da Qualidade de Vida no Trabalho com o perfil dos servidores
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta a teoria de diversos autores de renome encontrados na nossa
literatura. E como coloca a autora Roesch (2005, p. 105): “A revisão da literatura permite
entre outros propósitos levantar soluções alternativas para tratar de uma problemática”. Para o
presente estudo foram fundamentados os temas: administração, motivação, cultura
organizacional, liderança e qualidade de vida no trabalho.
2.1 Administração
A sociedade é composta por organizações lucrativas ou não e são constituídas por
pessoas que administram conhecimentos e recursos: físicos, materiais, financeiros,
tecnológicos, entre outros. Considerando que as organizações são constituídas por pessoas, é
fundamental a preocupação com a qualidade de vida das mesmas, buscando obter o seu
melhor desempenho. Mas afinal o que é Administração?
Considerando a definição de Montana e Charnov (2003) administração é realizar
coisas, por intermédio de outras pessoas para atingir objetivos da organização e de seus
funcionários.
Já Stoner e Freeman (1995) afirmam que administração é o processo de planejar,
organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, utilizando todos os
recursos disponíveis para alcançar os objetivos estabelecidos.
O autor Daft (2005, p. 5) concorda e afirma que o conceito de administração “é o
alcance de metas organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento,
organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”.
Na definição dos autores percebe-se a relevância das funções administrativas e
verifica-se que elas estão totalmente relacionadas e contribuem para que a organização
obtenha sucesso, em curto prazo ou até mesmo em longo prazo.
Com relação às funções administrativas Certo, (2003, p. 6) coloca a seguinte
afirmação: as quatro funções “não podem estar separadas na prática. [...] Estas funções estão
inter-relacionadas basicamente porque o resultado de uma delas depende do resultado das
outras três”.
Desse modo verifica-se pela ênfase do autor Daft (2005) as definições das funções
administrativas. O planejamento seleciona as metas organizacionais e os meios de alcançá-las;
a organização atribui as tarefas a serem realizadas e os recursos necessários; a liderança é a
19
influência para motivar seus funcionários a atingir as metas planejadas e o controle, monitora
às tarefas e faz as devidas correções sempre que necessário.
Verifica-se também a existência de três tipos de habilidades necessárias para um
desempenho administrativo de sucesso. Considerando Stoner e Freeman (1995, p. 8): “todo
administrador precisa das três”. A função de administrar uma organização é complexa e tem
muitas dimensões, afirma Daft (2005) e por isso requer a utilização das habilidades.
As habilidades técnicas são descritas por Certo (2003, p. 9) como: “aquelas que
consistem na utilização de técnicas e procedimentos relativos ao trabalho”. Portanto, pode-se
dizer que está ligada ao setor operacional de uma empresa.
Os autores Lacombe e Heilborn (2003) complementam que estas habilidades são
típicas dos profissionais que executam seu trabalho pessoalmente.
Quanto às habilidades humanas, Stoner e Freeman (1995) definem como a
capacidade de trabalhar em grupo, entendendo-os e motivando-os. Para Lacombe e Heilborn
(2003) refere-se às aptidões para trabalhar com pessoas e obter resultados por meio delas.
As habilidades conceituais são apresentadas por Certo (2003, p. 9) como: “Aquelas
que consistem na capacidade de enxergar a empresa como um todo”. Lacombe e Heilborn
(2003) afirmam que essa habilidade implica na capacidade de se posicionar no ponto de vista
da organização, perceber que a alteração de uma dessas funções afeta todas as demais,
considerando que elas são interdependentes e que servem para visualizar a organização no seu
ambiente externo e compreender as pressões políticas, econômicas e sociais que afetam a
organização.
Com relação a essas pressões Daft (2005) ressalta que estudar a história da
administração é também desenvolver um entendimento do impacto dessas pressões sobre a
organização. É um meio de alcançar um pensamento estratégico, analisar toda a situação e
assim melhorar as habilidades conceituais.
Considerando Montana e Charnov (2003) as habilidades são essenciais ao
administrador, porém sua importância varia de acordo com o nível de responsabilidade. No
entanto, Lacombe e Heilborn (2003) enfatizam que a tendência é o aumento da necessidade de
habilidades humanas e conceituais.
Na história da Administração contemplam-se abordagens de análises e ações
diferenciadas, enfatizadas nas teorias da Administração. Com base em Stoner e Freeman
(1995) os estudos dos teóricos auxiliam na compreensão dos processos fundamentais e na
escolha de uma linha eficaz de ação, além de mostrar a origem de algumas idéias sobre as
organizações e seus participantes.
20
Existem várias maneiras diferentes de abordar situações da administração e resolver
seus problemas. O autor Certo (2003), afirma que é necessária a compreensão dessas
abordagens. O quadro a seguir possibilita uma visualização das diferentes abordagens.
ABORDAGEM CARACTERÍSTICAS
Clássica
•Recomenda que os administradores empenhem-se no aumento da eficiência da empresa, com a finalidade de crescimento da produção. •Pode ser dividida em duas áreas: análise da Administração de Tarefas, cuja preocupação versa sobre a melhor maneira de realizar uma tarefa e na análise da Administração de Funções, está voltada para toda a extensão do desempenho da administração. •Os maiores colaboradores foram: Frederick W. Taylor e Henry Fayol.
Comportamental
•Preocupação com o aumento da produção através de maior compreensão de como são as pessoas. •O início dessa abordagem é descrito a partir dos estudos de Hawthorne, que dividiu-se em duas fases: os experimentos da linha de montagem e o experimento de laboratório observando a produção de relés. •Esse estudo deu início ao movimento das relações humanas, abordagem que enfoca as pessoas e sua interação no ambiente de trabalho. •Abraham Maslow e Douglas McGregor foram os principais colaboradores.
Ciência da Administração
•Considera a utilização do método científico e das técnicas de matemática como a melhor maneira para resolver problemas operacionais.
Sistêmica
•Para compreender totalmente o funcionamento de uma organização é necessário a ver como um sistema. •Seu maior colaborador é Ludwig von Bertalanffy.
Contingencial
•O que um administrador faz na prática está condicionado a uma situação. •Embora não haja um método ideal para solucionar um problema administrativo em todas as organizações, provavelmente há um para resolver qualquer problema em qualquer organização.
Quadro: 2 . Abordagens Administrativas Fonte: Certo, 2003.
Cada teoria enfatiza um aspecto específico da administração. Umas priorizam
aspectos técnicos, outras às pessoas que constituem a organização e há aquelas que enfatizam
as relações entre as partes da organização e sua interação com o ambiente externo como
ressalta Lacombe e Heilborn (2003).
Para efeito deste estudo considerando os seus objetivos, foram enfatizadas a
abordagem Comportamental, a teoria das Relações Humanas e a abordagem Contingencial,
que priorizam as pessoas que constituem a organização, bem como as suas relações e
interação com o ambiente.
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2.1.1 Teoria comportamental
Na teoria comportamental iniciou-se a preocupação com as pessoas e com a
qualidade de vida no trabalho e foram realizados os primeiros estudos com a finalidade de
averiguar a relação de produtividade com as condições oferecidas aos funcionários.
Considerando Stoner e Freeman (1995) essa teoria surgiu em função da abordagem
Clássica não ter proporcionado suficiência eficiente de produção e harmonia no local de
trabalho. Os funcionários nem sempre seguiam o padrão de comportamento esperado.
A abordagem enfatiza a preocupação com o aumento da produção através da
compreensão das pessoas, adaptando a organização aos mesmos. Seu início foi mediante os
estudos de investigação do comportamento e atitudes dos funcionários da fábrica de
Hawthorne Works of the Western Eletric Company (Chicago), que se dividiu em duas fases:
os experimentos da linha de montagem e o experimento de laboratório observando a produção
de relés (CERTO, 2003).
Ainda como enfatiza o autor acima os experimentos da linha de montagem tiveram
como base a administração científica. Os pesquisadores acreditavam que descobririam quais
as condições de trabalho que favoreciam a produção estudando por um longo tempo a
produtividade sob condições de trabalho diferenciadas. O propósito inicial era determinar a
relação entre o excesso de iluminação e a eficiência do funcionário, medida pela sua
produção. Para isso foram divididos dois grupos de funcionários, onde para um deles a
intensidade da luz variava e para o outro era constante.
Ressaltando ainda o autor citado os resultados foram que a produção aumentava
independente das condições que estavam expostos os funcionários, não havendo relação entre
a produtividade e a intensidade da luz. Foram então realizadas entrevistas para descobrir
porque havia aumento produtivo sob quaisquer condições de iluminação. As principais razões
descobertas foram: as pessoas achavam agradável trabalhar na sala de testes; o novo
relacionamento com a supervisão nesse período permitiu um trabalho mais livre, sem medo;
elas perceberam ser integrante de pesquisas importantes e interessantes e acima de tudo
pareciam estar se tornando um grupo amigável. Com isso, os pesquisadores concluíram que a
produção era afetada pelos fatores humanos do interior da empresa.
Quanto ao experimento de laboratório observando a produção de relés, seu propósito
era analisar as relações sociais em um grupo de funcionários. O estudo preocupou-se com os
efeitos dos sistemas de incentivos coletivos por peça produzida por um grupo de funcionários
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que montavam relés para terminais telefônicos, onde quanto mais o grupo trabalhasse
arduamente como um todo, mais cada um receberia.
Para os pesquisadores esse estudo mostraria que os membros do grupo pressionariam
uns aos outros para trabalharem mais e assim receber um pagamento maior. Porém aconteceu
o contrário, o grupo pressionava os funcionários mais rápidos para que diminuíssem seu ritmo
de trabalho. Apenas os funcionários cujo ritmo de trabalho teria aumentado os salários
individuais estavam sendo pressionados. Eles estavam mais interessados em preservar a
solidariedade do grupo do que ganhar mais dinheiro.
A conclusão dos pesquisadores foi de que os grupos sociais em organizações eram
capazes de pressionar com eficácia influenciando outras pessoas a desprezarem benefícios
financeiros (CERTO, 2003).
Do mesmo modo, Montana e Charnov (2003) concordam com Certo (2003)
afirmando que essa abordagem enfatiza que a eficácia da administração virá por meio da
compreensão do funcionário e que ela surgiu das experiências de Hawthorne.
2.1.1.1 Teoria das relações humanas
Nessa teoria a preocupação com as pessoas e seu relacionamento cresceu,
abrangendo os fatores sociais e psicológicos que as afetam e que conseqüentemente são
indicadores da qualidade de vida no trabalho.
A Teoria das Relações Humanas surgiu na visão de Stoner e Freeman (1995) como
uma tentativa de descobrir sistematicamente os fatores sociais e psicológicos que afetam as
relações humanas eficazmente.
Já Montana e Charnov (2003) ressaltam que foi com as experiências em Hawthorne,
na Abordagem Comportamental que a teoria surgiu, por meio dos estudos de Elton Mayo, um
dos principais colaboradores dessa teoria, concluiu que outros fatores, além dos físicos do
trabalho, influenciavam em uma melhor produção. Esse estudo destacou a importância dos
fatores sociais e psicológicos do funcionário e a necessidade de considerar os valores sociais
deles e da organização, exigindo que os administradores possuam habilidades de relações
humanas e não somente conhecimento técnico. Para Certo (2003) é necessário também que os
administradores entendam as necessidades fisiológicas, de segurança, de estima e auto-
realização, além das sociais.
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Douglas McGregor foi outro colaborador importante. Enfatizando que as pessoas
podem se autodirigir, aceitar responsabilidades e considerar o trabalho natural, como uma
diversão, ainda na visão do autor citado.
As mudanças decorrentes do ambiente externo fazem com que as organizações
estejam constantemente adaptando-se as circunstâncias da abordagem contingencial.
2.1.2 Abordagem contingencial
Essa abordagem é mais ampla e abrangente, considerando que enfatiza que não
existe uma única abordagem aplicável aos problemas de administração, mas que as
necessidades de cada situação definem a melhor a ser utilizada, podendo ser combinadas
técnicas de diferentes abordagens. Ela surgiu da observação de que as abordagens anteriores
muitas vezes não solucionavam a situação apresentada em determinado momento e requer
flexibilidade dos administradores. Alguns críticos destacam ser uma abordagem complexa e
com isso a necessidade de um administrador com habilidades para usá-la com eficácia, porém
eles também ressaltam que ela torna-se uma ferramenta poderosa, quando bem utilizada.
(MONTANA e CHARNOV, 2003).
Alguns desafios na utilização dessa abordagem são apresentados por Certo (2003),
sendo: percepção situacional da empresa da maneira como realmente são; escolha da tática
administrativa mais adequada para a situação e a implementação delas com competência.
Portanto o administrador deve estar preparado para enfrentar as situações
apresentadas em qualquer área da organização.
2.1.3 Áreas da administração
A Administração é composta por diversas áreas, cada qual com um enfoque
diferente, como podem ser observados a seguir.
••••Administração de Marketing - É apresentada pelos autores Kotler e Keller (2006)
como arte e ciência da escolhas de mercados-alvo, captação, manutenção e fidelização de
clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de valor superior para o cliente.
Ocorre quando uma parte em uma relação de troca potencial busca maneiras de obter
respostas para outras partes. O objetivo do Marketing é conhecer o cliente de modo que o
esforço da venda seja algo supérfluo.
••••Administração de Produção - Os autores Martins e Laugeni (1999) afirmam que
todas as atividades desenvolvidas por uma organização, visando atender seus objetivos, se
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inter-relacionam, muitas vezes de forma complexa. Nesse sentido o objetivo da administração
de produção é a gestão eficaz dessas atividades.
••••Administração de Finanças - Seu objetivo, considerando Coelho (1996), é a
obtenção de lucros para a organização e a competência de aumentar o patrimônio. O
planejamento tem um papel importante na administração financeira, ele busca a garantia de
que os projetos serão concluídos com os recursos financeiros necessários.
••••Administração Pública - É definida por Amato (1971, apud SANTOS, 2006, p.
12) como “a gestão dos bens e interesses qualificados da comunidade, nos âmbitos federal,
estadual ou municipal, segundo os preceitos do direito e da moral, visando ao bem comum”.
••••Administração de RH - Tem um papel importante em encontrar e desenvolver as
pessoas da organização, contribuindo para o sucesso da empresa, na visão de Daft (2005). O
autor Ribeiro (2005) afirma que seu objetivo principal administrar as relações das
organizações com as pessoas que a compõem.
Com base no estudo proposto, serão aprofundadas as áreas de Administração Pública
e Administração de Recursos Humanos.
2.1.3.1 Administração pública
Uma organização pública é formada e dirigida para atender as necessidades da
população. Na administração pública a QVT é também imprescindível, visto que a qualidade
da prestação de serviços nessa área é mais exigida pela sociedade, em virtude de ser um
serviço público e conseqüentemente um direito do cidadão. Considerando Santos (2006)
muitas vezes o termo Administração Pública se confunde com os termos Governo e Gestão
Pública, que embora caminhem juntos, expressam conceitos diversificados.
A administração pública é organização e gerência de pessoas e materiais para a
consecução das finalidades do governo, enfatiza o autor citado. O governo como instituição é
o conjunto de poderes e órgãos constitucionais; em sentido funcional, é o complexo de
funções estatais básicas; como método operacional, é a condução política dos negócios
públicos. Quanto à gestão pública possui as mesmas características da administração pública,
porém esta associada a uma determinada fase de mandato, válida para um período
determinado.
Considera-se desse modo, que o governo é a atividade política com conduta
independente, administração é a atividade neutra vinculada à lei ou norma técnica e a gestão
implica o atendimento a diversos parâmetros básicos, como: recursos humanos, materiais,
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tecnológicos e financeiros; tomada de decisão perante conflitos; realização de planejamento e
controle.
Existem algumas diferenças entre as organizações públicas e privadas. Na
organização privada ressalta o autor citado que o administrador recebe ordens e instruções do
proprietário, já na pública estão concretizadas nas leis, regulamentos e atos especiais dentro
da moral da instituição. No quadro nº 3 visualiza-se essas diferenças.
ASPECTO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PRIVADA Político
•Funcionamento e resultados, bons ou maus, têm impacto político; •O processo decisório sofre fortes ingerências políticas.
•Há autonomia decisória; •O impacto político é menor.
Econômico
•Orientada para o bem-estar social; •Output em grande parte não mensurável; •Organizações não competitivas no mercado; •Rentabilidade dispensável (custo-benefício).
•Orientada para o lucro; •Output mensurável; •Organização competitiva; •Rentabilidade vital para o crescimento e sobrevivência;
Organizacional
•Grandemente afetada e/ou dirigida por forças externas; •Objetivos econômicos e sociais; •Alto grau de interdependência entre as organizações; •Órgãos com funções múltiplas e concomitantes; •Carência de bancos de dados; •Gerência com grande rotatividade; •Gerentes não assumem riscos próprios.
•Tem controle mais amplo sobre ela mesma; •Objetivos predominantemente econômicos; •Maior autonomia em relação a outras organizações; •Órgãos com funcionalidade específica e bem discriminada; •Existência freqüente de bancos de dados; •Gerências mais estáveis; •Há riscos de emprego de capital se houver insucesso.
Quadro 3. Diferenças básicas entre administração pública e privada. Fonte: Santos (2006, p. 19).
Como pode-se visualizar no quadro a administração pública difere muito da
administração privada, sendo totalmente influenciada por fatores políticos; visa o bem-estar
da sociedade e não o lucro, não há competitividade, há grande rotatividade de comando. A
gestão das pessoas esta pautada em leis e regulamentos ao contrário da administração privada
onde geralmente são estabelecidos procedimentos e políticas de Recursos Humanos de acordo
com cada realidade.
2.1.3.2 Administração de recursos humanos
Considerando que a gestão das pessoas nas organizações podem ser influenciadas por
diversos fatores a administração de Recursos Humanos tem um papel importante nos aspectos
relacionados aos programas que envolvem a qualidade de vida no trabalho.
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As organizações são compostas por pessoas, responsáveis por ações e decisões da
empresa, consideradas a fonte primária de diferencial competitivo, desse modo necessitam ser
conhecidas, desenvolvidas e administradas, acarretando, portanto o estudo da Administração
de Recursos Humanos - ARH.
Em todas as organizações é necessária a existência de procedimentos, políticas ou
estratégias de RH, que devem orientar as decisões para o cumprimento dos objetivos. Normas
também precisam ser elaboradas, considerando que complementam as políticas. Quanto maior
for a empresa, maior a necessidade de formalização e divulgação dessas normas.
Com relação à questão acima o autor Lacombe (2005, p.14) reforça: “Além de
decidir a política de Recursos Humanos a ser adotada, a empresa também deve deixar claros o
posicionamento e o tratamento dado às pessoas que nela trabalham”.
A função de RH é indispensável em qualquer organização, seja de pequeno ou de
grande porte, pública ou privada, porque é responsável pela formação da equipe de trabalho,
pela formulação de estratégias adequadas para essa equipe, de maneira que se combinem os
objetivos da empresa com os dos indivíduos.
Observando o autor citado verifica-se que as atividades e tarefas antes desenvolvidas
pelos profissionais de RH, atualmente são exigidas em todos os gerentes da organização e
dessa forma percebe-se a necessidade de profissionais qualificados. A ARH abrange muitas
atividades e para facilitar sua classificação o autor Gil (2001) agrupou-as como sistemas,
visualizados no quadro nº 4.
Sistemas de RH Atividades Suprimento ou Agregação
•Identificação das necessidades de pessoal. •Pesquisa de mercado de recursos humanos. •Recrutamento. •Seleção.
Aplicação
•Análise e descrição de cargos. •Planejamento e alocação interna de recursos humanos.
Compensação ou Manutenção
•Salários. •Benefícios. •Carreiras. •Higiene e segurança no trabalho. •Relações com sindicatos.
Desenvolvimento ou Capacitação
•Treinamento e desenvolvimento de pessoal. •Desenvolvimento e mudança organizacional.
Controle ou Monitoração
•Avaliação de desempenho. •Banco de dados. •Sistemas de informações gerenciais. •Auditoria de recursos humanos.
Quadro: 4. Classificação das atividades de gestão de pessoas. Fonte: Gil (2001, p. 25).
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Desse modo, observa-se que o sistema de suprimento ou agregação envolve
atividades de inclusão de novos elementos na organização. O sistema de aplicação refere-se
ao desenho das atividades que serão realizadas pelos funcionários e o acompanhamento de seu
desenvolvimento. O sistema de compensação ou manutenção está relacionado com as
atividades realizadas com a finalidade de criar condições ambientais e psicológicas
satisfatórias para a atuação das pessoas. O sistema de desenvolvimento ou capacitação
abrange atividades destinadas a capacitar e desenvolver aqueles que atuam na organização. E
o sistema de controle ou monitoração envolve as atividades de acompanhamento, controle das
pessoas e verificação dos resultados. Pode-se considerar, no entanto que os sistemas estão
inter-relacionados, complementando um ao outro.
É possível destacar na administração de recursos humanos, cinco fases evolutivas,
enfatizadas por Marras (2005), apresentadas no quadro abaixo.
FASES EVOLUTIVAS CARACTERÍSTICAS
Fase contábil (antes de 1930) Pioneira da gestão de pessoal, caracterizava-se pela preocupação existente com os custos da organização.
Fase Legal (1930 a 1950)
Aparecimento da função de chefe de pessoal, transferindo o poder sobre os funcionários, dos chefes de produção, pelo domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, recém criadas da era getulista.
Fase tecnicista (1950 a 1965)
Implantou no Brasil o modelo americano de gestão de pessoal e alavancou a função de RH ao status de gerência. Nessa faze a área de RH passou a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros.
Fase administrativa (1965 a 1985)
Criou um marco histórico nas relações entre capital e trabalho, implementando o movimento sindical denominado “novo sindicalismo”. Registrou-se nova mudança na denominação e responsabilidade do até então gerente de pessoal, passando a chamar-se gerente de recursos humanos. Pretendia-se assim transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e puramente operacionais para as responsabilidades de ordem mais humanísticas, voltadas para os indivíduos e suas relações com sindicatos, sociedade, etc.
Fase estratégica (a partir de 1985 – a atual)
Demarcada operacionalmente pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico, atrelados ao planejamento estratégico das organizações. Nessa fase se registraram as primeiras preocupações de longo prazo com os seus trabalhadores. Iniciou-se nova alavancagem organizacional do cargo de gerente de RH, no nível tático, para diretoria, no nível estratégico.
Quadro: 5. Fases da administração de recursos humanos. Fonte: MARRAS (2005).
Percebe-se que no início os trabalhadores era vistos exclusivamente sob o enfoque
contábil. Com o passar dos anos foi-se aprimorando, primeiramente com a preocupação no
acompanhamento e manutenção das leis trabalhistas, até tornarem-se mais preocupados com o
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lado humanístico, que ocorreu na fase estratégica. Essa preocupação continua evoluindo até
os dias atuais.
Ressaltando o autor Gil (2001) as mudanças ocorridas no decorrer dos tempos,
acarreta novas responsabilidades e delineia-se um novo perfil ao profissional de recursos
humanos, exigindo a capacidade de atender aos usuários internos e externos; manter-se aberto
para as novas tecnologias administrativas; preocupar-se com a qualidade de vida no trabalho;
agregar valor aos empregados, à empresa e aos clientes; atuar como agentes de mudança;
reconhecer as pessoas como parceiras da organização; proporcionar competitividade à
organização; manter um comportamento ético e socialmente responsável, bem como
proporcionar à organização empregados capacitados e motivados.
2.2 Motivação
A motivação é influenciada pelos fatores da qualidade de vida no trabalho,
considerando que os mesmos estão relacionados com as políticas de recursos humanos das
organizações.
A motivação pode ser caracterizada como aquilo que leva alguém a ter determinado
tipo de comportamento e atitude. Para Ribeiro (2005) constitui um recurso essencial para
levar as pessoas a atingirem os objetivos esperados.
É mais fácil encontrar pessoas competentes do que comprometidas, afirma Ribeiro
(2001), desse modo à identificação dos fatores que afetam a motivação é uma questão
importante a ser desenvolvida pela área de recursos humanos da organização.
Foi a partir das experiências da Western Eletric em Hawthorne que se percebeu a
importância da motivação na produtividade, na visão de Lacombe (2005).
Ainda considerando o autor citado, Abraham Maslow desenvolveu sua teoria sobre a
hierarquia das necessidades, possibilitando assim, concluir o que motiva cada um. Seu
princípio básico é que a motivação é originada das necessidades insatisfeitas. Como sempre
há necessidades insatisfeitas, quando uma é atendida, outra assume a posição.
Portanto observa-se que a motivação esta relacionada com as necessidades e desejos
das pessoas.
Maslow (1987, apud GIL, 2001) cita que as pessoas necessitam satisfazer
primeiramente as necessidades fisiológicas e por último a sua realização, como mostra a
figura 1.
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Figura 1: Hierarquia das Necessidades de Maslow
Fonte: Gil, 2001.
As necessidades variam de pessoas para pessoa, conforme seus valores, podendo ser
para uma primordial satisfazer necessidades fisiológicas e para outra as sociais. Para poder
satisfazer essas necessidades é preciso conhecer as características pessoais de cada um.
Em contrapartida o autor Daft (2005) apresenta a teoria ERG que é uma modificação
da teoria de Maslow, proposta por Clayton Aldefer, na tentativa de simplificá-la e responder
às críticas da sua falta de verificação empírica. Essa teoria identificou três categorias de
necessidades: de Existência (necessidades de bem-estar físico), de Relacionamentos
(relacionamento satisfatório com os outros) e de Crescimento (foco no desenvolvimento do
potencial humano, no desejo de crescimento pessoal e aumento da competência).
Ambas as teorias estão na forma hierárquica e os indivíduos se movimentam para
cima, entretanto a teoria ERG tem um número de categorias de necessidades reduzido e
propõe que se a necessidade de ordem maior não for satisfeita poderá haver uma regressão
para uma necessidade de ordem mais baixa, já satisfeita.
Outro contribuinte em relação à motivação foi Douglas McGregor, afirma Gil
(2001), definindo dois tipos de gerenciamento, denominando-os de Teoria X e Teoria Y.
Na Teoria X supõem-se ainda na visão do autor citado que a maioria das pessoas não
gosta de trabalhar e com isso a equipe de trabalho só funciona pela disciplina e possibilidade
de recompensa. Admite-se que se não houver controle não há produção; que é necessário
repreender ou até mesmo demitir alguém para ensinar aos demais; na grande maioria dos
funcionários não há ambição e as decisões mais importantes são tomadas pelo responsável
sem a opinião de outras pessoas. Os adeptos dessa teoria tendem a trabalhar longe de sua
equipe de trabalho.
Fisiológicas
Segurança
Sociais
Estima
Auto-Realização
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Já na Teoria Y o autor afirma que os funcionários vêem o trabalho como fonte de
satisfação e são capazes de se dedicar para obter melhores resultados. Admite-se que todos
podem ser criativos se estimulados; os funcionários merecem confiança; em determinadas
situações é possível que eles dirijam as reuniões; são capazes de se autocontrolarem e que as
pessoas gostam de trabalhar, desde que tenham condições favoráveis. Seus adeptos tendem a
trabalhar em conjunto com sua equipe, compartilhando decisões. Pode-se dizer que o ideal é
combinar essas duas teorias, aplicando-as de modo mais adequado, conforme cada situação.
Outra teoria desenvolvida para explicar a motivação é a chamada Teoria dos Dois
Fatores: motivacionais e higiênicos, cujo contribuinte foi Frederick Herzberg (1975),
considerando Gil (2001).
O estudo de Herzberg na visão de Santos (2006) é um complemento do trabalho de
Maslow, sua idéia era direcionar as necessidades relacionadas com a realização do trabalho.
Os fatores básicos são classificados como parte do sistema de insatisfação. Os fatores
motivacionais manifestam-se no trabalho quando associados à realização, promoção ou
sociabilidade.
Considerando Herzberg (1968, apud LACOMBE, 2005) os fatores motivacionais
operam positivamente, tendendo a aumentar a produtividade e os resultados, já os fatores
higiênicos atuam impedindo situações negativas, quando não são bem administrados a
produtividade cai e de nada adianta aumentá-los além do limite, que isso não influenciaria na
motivação. Pode-se visualizar melhor, os fatores motivacionais de Herzberg no quadro nº 6.
Fatores Motivacionais Determinantes Realização
•O término com sucesso de um trabalho ou tarefa; os resultados do próprio trabalho.
Reconhecimento pela realização
•O recebimento de um reconhecimento público, ou não, por um trabalho bem feito ou um resultado conseguido.
O trabalho em si •Tarefas consideradas agradáveis e que provocam satisfação. Responsabilidade •Proveniente da realização do próprio trabalho ou de trabalho de outros. Desenvolvimento pessoal •Possibilidade de aumento de status, perfil cognitivo ou mesmo de posição
social. Possibilidade de crescimento
•Uma alavancagem dentro da estrutura organizacional, em termos de cargo ou responsabilidade.
Quadro 6. Fatores Motivacionais, segundo Herzberg Fonte: Marras (2005, p. 36).
Os fatores motivacionais causam a satisfação ou motivação e estão relacionados com
o conteúdo do cargo ou com a natureza das tarefas que o indivíduo executa, são fatores
intrínsecos.
Já os fatores higiênicos não satisfazem, porém quando ausentes causam a
insatisfação, eles se localizam no ambiente que rodeia o indivíduo e se referem às condições
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dentro das quais desempenha seu trabalho, estão sob o controle da empresa, são fatores
extrínsecos, visualizados no quadro nº 7.
Fatores Higiênicos Determinantes Supervisão
•A disposição ou boa vontade de ensinar ou delegar responsabilidades aos subordinados.
Políticas empresariais •Normas e procedimentos que encerram os valores e crenças da companhia. Condições ambientais
•Ambientes físicos e psicológicos que envolvem as pessoas e os grupos de trabalho.
Relações interpessoais •Transações pessoais e de trabalho com os pares, os subordinados e os superiores. Status •Forma pela qual a nossa posição está sendo vista pelos demais. Remuneração •O valor da contrapartida da prestação de serviço. Vida pessoal •Aspectos do trabalho que influenciam a vida pessoal. Quadro 7. Fatores Higiênicos, segundo Herzberg Fonte: Marras (2005, p. 36).
Mesmo sabendo que os fatores higiênicos não satisfazem, são essenciais e precisam
ser trabalhados, por permitir que as pessoas não fiquem insatisfeitas e desse modo continuem
produzindo normalmente.
As políticas de recursos humanos além de considerarem as teorias da motivação deve
também estarem pautadas nos valores das empresas decorrentes em função da cultura
organizacional.
2.3 Cultura Organizacional
Outro fator que possui grande impacto sobre a QVT é a cultura organizacional que
pode ser conceituada como um conjunto de valores e crenças que definem padrões de
comportamento e atitudes que governam ações e decisões da administração.
Considerando Hanashiro, Teixeira e Zaccarelli (2007) a cultura organizacional é uma
fonte de referências que exprime a personalidade da organização e sua capacidade para
compreender e tratar os problemas.
As autoras apresentam os principais elementos que compõem uma cultura
organizacional:
•Valores declarados: noções compartilhadas do que é importante para as pessoas;
•Pressupostos: mais que os valores declarados, são os pontos centrais de uma
cultura;
•Crenças: convicção e compreensão do que é correto, servindo como base para o
entendimento das coisas;
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•Ritos e cerimônias: atividades desenvolvidas com o propósito de reiterar traços
representativos de uma cultura para torná-la mais tangível. Configura-se em cerimônia
quando há associações de diversos ritos;
•Rituais: ocorrem para destacar um evento importante, pode-se destacar os seguintes
tipos de rituais: de passagem, de degradação, de confirmação, de renovação, de redução de
conflitos e de integração;
•Histórias: narrativas baseadas em eventos reais, muitas vezes misturados com ficção
e lendas, que informam e enfatizam comportamentos desejados e indicam limites de
tolerância à transgressão de normas;
•Tabus: evidencia aspectos disciplinares da cultura enfatizando o proibido;
•Heróis: tornam o sucesso atingível e humano, fornecem modelos, simbolizam a
organização para o mundo exterior;
•Normas: leis que um grupo tem sobre o que é certo ou errado. As normas são
definidas por outros elementos culturais, como uma espécie de síntese.
No entanto Marras (2000) apresenta somente quatro componentes da cultura, sendo:
valores, ritos, mitos e tabus.
A cultura organizacional é um fator importante para a administração estratégica de
recursos humanos, que deve ser investido desenvolvendo programas de manutenção da sua
cultura, prevenindo danos ao ambiente organizacional.
A cultura organizacional pode contribuir na visão de Hanashiro, Teixeira e Zaccarelli
(2007), para a empresa obter vantagem competitiva em relação aos concorrentes.
Ainda na visão dessas autoras a cultura pode ser ajustada em função das demandas
de mercado. Porém o autor Lacombe (2005) ressalta que mudar a cultura de uma organização,
é uma grande dificuldade, porque implica em mudar a forma de agir e pensar das pessoas, ou
até mesmo trocá-las, podendo inclusive afetar o clima na organização.
2.3.1. Clima organizacional
Considerando que o clima organizacional pode ser determinado pela cultura da
empresa, acredita-se que este fator também pode influenciar a QVT.
O clima organizacional é outro fator importante na gestão de recursos humanos, está
vinculado à motivação, aos relacionamentos entre as pessoas, aos sentimentos e emoções, à
facilidade das comunicações internas, entre outros fatores.
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Pode-se resumir que o clima organizacional na visão de Lacombe (2005) reflete a
qualidade do ambiente de trabalho percebida pelas pessoas e é também fortemente
influenciado pela cultura de sua empresa.
Desse modo, verifica-se que o clima organizacional tem relação com os aspectos
sociais e psicológicos de cada indivíduo, que cada pessoa pode sentir afetada por fatores
diferentes.
Considerando Gil (2001) a organização precisa reconhecer como as pessoas sentem-
se no ambiente organizacional, porque de nada adianta, a percepção de que o que é oferecido
aos funcionários é superior aos oferecidos pelos concorrentes, se esta percepção não for
percebida também pelos seus funcionários.
O gerenciamento do clima organizacional é importante para o comprometimento e a
motivação dos funcionários no ambiente de trabalho e como conseqüência na qualidade de
vida no trabalho.
Analisando Lacombe (2005) percebe-se que quando uma pessoa é admitida na
empresa precisa aceitar os valores, as políticas e as normas da mesma. Se o clima
organizacional é bom, as pessoas tendem a ser proativas, ter iniciativas, procurar inovar, ao
contrário tendem a fazer o mínimo possível para se manter no emprego, muitas vezes
ocasionando o absenteísmo e aumentando a rotatividade.
Com referência a este aspecto Gil (2001) complementa que por mais que os
funcionários não estejam satisfeitos com seus salários, se ao chegarem ao ambiente de
trabalho e sentirem um lugar agradável, visualizarem seu chefe como uma pessoa sensata,
isso influenciará para que outros obstáculos sejam superados com maior facilidade.
Ainda considerando o mesmo o autor citado, é conveniente que as organizações
desenvolvam pesquisas sobre o clima organizacional, visando assim constituir um verdadeiro
sistema de alerta preventivo, como também demonstrar o interesse da empresa nas opiniões
dos funcionários e com isso aumentar a qualidade de vida no trabalho.
O clima organizacional pode também ser afetado por conflitos, sendo necessário
administrá-los da melhor forma possível para contorná-los e evitar conflitos internos.
2.3.1.1 Administração de conflitos na organização
Os conflitos nas organizações são inevitáveis, afinal, como já visto anteriormente,
cada pessoa possui sua própria cultura. Ressalta-se, portanto a necessidade de programas de
QVT que minimizem as situações de conflitos, evitando maiores problemas.
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Diariamente ocorrem conflitos entre pessoas, tanto na vida pessoal como
profissional. Em relação a isto os autores Nascimento e El Sayed (2004) afirmam que os
conflitos existem desde o início da humanidade, participam da evolução dos seres humanos e
são necessários para o desenvolvimento e crescimento de qualquer sistema, desde o familiar
ao organizacional. Os autores Montana e Charnov (2003) conceituam conflito na organização
como a divergência entre duas ou mais partes, sobre o melhor meio para alcançar os objetivos
da mesma. Pickering (2002) define como a existência de competição ou ações incompatíveis.
Os conflitos são divididos em 5 tipos, para Montana e Charnov (2003).
••••Conflito interno - Pode ocorrer quando um indivíduo tem duas opiniões diferentes
sobre determinado assunto, como por exemplo, o senso de valores do indivíduo pode ser
oposto ao da organização; pode ocorrer também com a existência de dois caminhos de
alcançar um objetivo, porém o indivíduo não sabe qual seguir. Esse tipo de conflito pode
ocasionar doenças no individuo, como o stress.
••••Conflitos entre indivíduos - São vistos como resultados de diferenças de
personalidade, geralmente ocorrem quando há competição por recursos organizacionais
escassos.
••••Conflitos entre indivíduos e grupos - Normalmente ocorrem quando o indivíduo
não concorda com as normas de comportamento do grupo ou com os valores da cultura
organizacional. No recrutamento e seleção a organização busca averiguar a qualidade do
ajuste do indivíduo com os valores da mesma, porém é difícil reconhecer esse aspecto, devido
ao pouco conhecimento e tempo limitado.
••••Conflitos entre grupos - Podem ocorrer devido a dois fatores: competição por
recursos escassos ou diferentes estilos gerenciais necessários para eficácia da operação de
departamento distintos.
••••Conflitos entre organizações - A grande concorrência no mercado é o fator chave
para o acontecimento desse tipo de conflito.
Observa-se nos autores citados que as principais fontes de conflitos organizacionais
nascem a partir de diferenças nas metas; da competição pelos recursos; da falha na
comunicação e interpretação das informações; do desacordo com relação aos padrões de
desempenho e de incoerências da estrutura da organização.
Pickering (2002) suprime os tipos de conflitos em conflitos internos; interpessoais;
intragrupais e intergrupais. O autor ressalta a existência de três estágios de conflito. O estágio
um caracteriza-se por preocupações e disputas diárias; o estágio dois por desafios mais
significativos e o estágio três por grandes batalhas. Os conflitos variam de estágios, mas não
35
necessariamente de uma forma linear. O autor citado apresenta ainda cinco estilos de
administração de conflitos:
••••Colaboração - Todos ganham – as pessoas desejam examinar as diferenças e
encontrar uma solução para ambas as partes. É eficaz em assuntos complexos.
••••Passividade - Acatar as decisões – satisfazer as necessidades alheias. É uma ótima
estratégia para valorizar as pessoas. Minimiza as diferenças das pessoas e ao mesmo tempo
busca pontos comuns.
••••Dominação - Oposta da passividade. Enfatiza a si mesmo, passando por cima dos
outros. É uma ótima estratégia para decisões rápidas e assuntos sem muita importância.
••••Evitar - Em cima do muro – não enfatiza nem a si mesmo e tampouco os outros. É
eficaz quando se deseja economizar tempo.
••••Meio-termo - Nem alto e nem baixo em relação à preocupação com as outras
pessoas. Todos têm a colaborar, como receber. É eficaz em assuntos complexos ou quando há
equilíbrio de poder.
Já Montana e Charnov (2003) relacionam as estratégias mais utilizadas e eficazes
para gerenciar os conflitos grupais, suas vantagens e desvantagens conforme apresentado no
quadro nº 8.
Estratégia Justificativa Vantagem Desvantagem Afastamento
Os gerentes desejam evitar ter de lidar com o problema, algumas vezes acreditando que o problema desconsiderado simplesmente desaparecerá.
Permite que os gerentes evitem consumir muito tempo com problemas que pode resolver-se por si sós.
Não lida com causas subjacentes; dá margem a que os gerentes ignorem problemas vitais para a organização.
Abrandamento
Os gerentes desejam enfatizar a harmonia na organização.
Harmonia nas relações; paz superficial entre os trabalhadores.
Não lida com as causas subjacentes; geralmente cria apenas a ilusão de que está solucionando os problemas.
Dominação
Os gerentes desejam solucionar o problema rapidamente e manter a estrutura de poder existente.
O conflito é resolvido da maneira mais rápida.
Não lida com as causas subjacentes; o conflito pode não ser resolvido; podem desenvolver-se sentimentos negativos entre gerentes e funcionários.
Meio-termo
Os gerentes desejam satisfazer pelo menos parte do problema de cada um.
Cada parte recebe alguma coisa – parcialmente vence.
Não lida com as causas subjacentes; não satisfaz nenhuma das partes.
Confronto
Os gerentes desejam chegar às raízes ou causas do conflito.
A administração lida com as causas do conflito e chega a uma solução factível que obriga todos os envolvidos a conciliar suas demandas com a realidade.
Se não for devidamente administrada, criará sentimentos negativos; também há o perigo de que os gerentes fiquem atolados no tratamento das raízes do problema e jamais o solucionem.
Quadro 8. Estilos de resoluções de conflitos dentro das organizações. Fonte: Montana e Charnov (2003, p. 358 e 359).
36
Para os autores citados dominar vários estilos possibilita aos gerentes aumentar sua
competência. Desse modo pode-se dizer que conhecer todos os estilos possibilitará ao gestor
identificar qual o melhor estilo a ser adotado, de acordo com a situação.
Outro fator apresentado como causa de conflito pelos autores citados é a mudança
organizacional. Toda mudança gera resistência, pois ameaça o que já é conhecido. E
atualmente o mercado de trabalho exige constantes mudanças. Portanto é necessário saber
administrar essa resistência educando seus funcionários. O autor Pickering (2002) apresenta a
falha na comunicação como contribuinte para conflitos e afirma que muitas questões
poderiam ser evitadas ou resolvidas se a comunicação fosse melhor.
Considerando os autores Nascimento e El Sayed (2004) tem-se as possíveis causas
do conflito: experiência de frustração de uma ou ambas as partes; diferenças de personalidade;
metas diferentes e diferenças em termos de informações e percepções.
Todas as organizações sofrem conflitos e isso pode consumir os recursos
organizacionais e a energia gerencial, porém às vezes também pode beneficiar a organização,
liberando energia criativa, potencial e de inovação, conclui os autores Montana e Charnov
(2003). O que determinará o impacto dele serão as habilidades do gerente e o compromisso da
organização com os métodos de administração dos mesmos. Os autores Nascimento e El
Sayed (2004) também apresentam uma visão positiva dos conflitos, afirmando que são uma
fonte de novas idéias, podendo levar a discussões abertas sobre determinados temas,
permitindo a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesse e valores. A
administração de conflitos consiste exatamente na escolha e implementação das estratégias
mais adequadas para lidar com cada tipo de situação, aponta os autores citados.
Um dos fatores que pode ocasionar o conflito na organização é o stress, que quando
não administrado pode influenciar nos fatores da qualidade de vida no trabalho.
2.3.1.2 Administração do stress
O stress é sem dúvidas um fator que tem grande relação com a QVT, considerando
que atinge diretamente o emocional das pessoas.
Este fator esta cada vez mais presente nas organizações. É comum ouvir as pessoas
declararem no seu ambiente organizacional ou familiar que estão estressadas, com a correria
do dia-a-dia, que não possuem tempo suficiente para realizar todas as coisas necessárias e/ou
desejadas. Desse modo ressalta Daft (2005) que há muitas características que influenciam o
comportamento nas organizações, como por exemplo, as fontes de stress. A autora Limongi-
37
França (2007), afirma que durante o século XVII o stress ganhou conotação de adversidade,
aflição, mas no final do século XVIII evoluiu para força, pressão ou esforço.
O conceito de stress não é novo, no entanto, foi a partir do século XX que se iniciou
investigações dos seus efeitos na saúde física e mental das pessoas, ressalta a autora citada. A
definição de stress para o autor Daft (2005) é a resposta fisiológica e emocional de uma
pessoa aos estímulos, chamados de estressores, que nela requerem demandas físicas e/ou
psicológicas e que geram incertezas e falta de controle pessoal quando há resultados
importantes em jogo, produzindo uma combinação de frustração e ansiedade.
O autor Alvesson (1987, apud LIMONGI-FRANÇA e ARELLANO, 2002) cita
estudos de Bolinder e Ohlstrom´s que correlacionam experiências de stress mental, pressões
no trabalho e sintomas psicossomáticos, cujas causas observadas são trabalhos com exaustivo
esforço físico, padrões forçados de trabalho, problemas salariais e atividades desinteressantes.
Pessoas com stress podem se afastar das interações com seus colegas de trabalho,
produzir menos e procurar por trabalhos menos estressantes em outros lugares. Podem ficar
tão irritadas que não conseguem trabalhar de forma construtiva, chegando até a explodir em
acessos de raiva ou violência, ressalta Daft (2005).
Em contrapartida a autora Limongi-França (2007) ressalta que o austríaco-canadense
Hans Selye, nos anos trinta, definiu o stress como qualquer adaptação requerida à pessoa,
apresentando-o desse modo como um agente neutro, capaz de tornar-se positivo ou negativo.
Os dois tipos causam reações fisiológicas similares, contudo, no nível emocional são bastante
diferentes. O stress positivo, chamado de eustresse, no nível emocional motiva e estimula o
indivíduo a lidar com a situação, já o negativo, chamado de distresse, intimida a pessoa,
fazendo-o fugir da situação, aponta a autora citada.
A síndrome do stress, considerando as autoras Lipp e Novaes (2000), se divide em
três fases: alerta, resistência e exaustão. A primeira fase ocorre quando a pessoa entra em
contato com sua fonte de stress e a partir daí apresenta algumas sensações típicas. O
organismo perde seu equilíbrio interno à medida que se prepara para enfrentar a situação que
precisa se adaptar. Essa reação é fundamental para a sua sobrevivência. A segunda fase ocorre
quando o organismo tenta se recuperar do desequilíbrio sofrido na fase anterior. Nesse
momento perde-se muita energia, surgindo sinais de desgaste, cansaço excessivo,
esquecimento e dúvidas. Quando o indivíduo resiste aos fatores estressores, adaptando-se ou
eliminando-os, há uma recuperação. No entanto se a pessoa não conseguir uma harmonia
interna, equilibrando suas forças, o processo de stress pode resultar no início da fade
38
exaustão. Essa é a fase mais perigosa, alguns sintomas da primeira fase aparecem mais
agravados, havendo um maior comprometimento físico em forma de doenças.
O autor Daft (2005), afirma que existem diversos fatores que ocasionam o stress no
ambiente de trabalho e que uma maneira de identificar esses fatores é separando-os em quatro
categorias, sendo demandas associadas com:
•Tarefas no trabalho (surgem das tarefas exigidas de uma pessoa que tem um
trabalho específico).
•Condições físicas (relacionado com o ambiente de trabalho – iluminação, layout da
sala).
•Papéis (associados ao conjunto de comportamentos esperados de uma pessoa por
causa da sua posição no grupo – ocorre quando se percebe exigências incompatíveis de outras
pessoas).
•Conflitos interpessoais (associados com o relacionamento na organização –
geralmente é um tipo de conflito difícil de resolver).
Existem algumas técnicas que ajudam a administrar o stress, dentre elas estão
aquelas que auxiliam as pessoas a manter uma vida saudável, como: alimentação balanceada,
exercícios físicos regulares e bom descanso; a família; os relacionamentos; amizades fora do
grupo de trabalho e participação em grupos sociais enfatiza ainda o autor citado.
Considerando a autora Limongi-França (2007), as emoções e a saúde física do
indivíduo depende muito da sua interpretação do mundo exterior, uma vez que a realidade de
cada pessoa é única e construída ao longo de sua vida.
As atuais organizações esclarecidas apóiam hábitos saudáveis para ajudar os seus
funcionários a administrar o stress e em conseqüência serem mais produtivos. Iniciativas de
equilíbrio na vida-trabalho colaboram para que isso ocorra, garantindo também um
comprometimento maior do funcionário, evidência o autor Daft (2005). Desse modo, quanto
mais se compreender as pressões e situações que influenciam os funcionários, maior poderá
ser a chance da organização identificar os fatores que afetam na produtividade individual dos
mesmos. Na administração das situações de conflitos as organizações dependem de uma
liderança eficaz.
2.4 Liderança
Há uma constante evolução dos conceitos de liderança, conforme as necessidades
organizacionais, afirma Daft (2005). O autor ressalta ainda três aspectos que se sobressaem
39
com referência às idéias sobre este tema, que são: as pessoas, as influências e as metas. Desse
modo define liderança como a habilidade de influenciar as pessoas para alcançar as metas.
A teoria principal que explica a liderança por meio dos estilos de comportamento é
apresentada por Santos (2006), no quadro nº 9.
AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL Apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo.
As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder.
Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder.
O líder determina as providências e as técnicas para execução das tarefas, uma por vez, à medida que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo.
O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates.
A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que pode fornecer informações desde que as peçam.
O líder determina qual tarefa cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho.
A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade para escolher os seus companheiros de trabalho.
Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros fica totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de participação do líder.
O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.
O líder procura ser membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” em suas críticas e elogios.
O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. O líder somente faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros quando perguntado.
Quadro 9. Estilos de liderança. Fonte: Santos, 2006, p. 60.
O quadro apresentado caracteriza os diferentes estilos de liderança, onde o autor
citado enfatiza a respeito da definição de diretrizes da organização, à tomada de decisão,
divisão de tarefas e relacionamento com os funcionários. No entanto, observa-se em Gil
(2001) que os responsáveis pela gestão das pessoas na organização precisam desempenhar o
papel de líder.
O autor Daft (2005) complementa que os gerentes precisam ser líder, porque há
qualidades distintas associadas com a administração que proporcionam forças diferentes para
a organização. A liderança, porém não deve ser imposta, mas sim conquistada, para que se
obtenha um apoio voluntário por parte de seus funcionários.
Na organização há geralmente cinco fontes de poder, e como afirma Daft (2005), que
algumas vezes vêm da posição de uma pessoa na organização, já outras são baseadas em
características pessoais, como mostra o quadro nº 10.
40
FONTES DE PODER CARACTERÍSTICAS Poder Legítimo
•Origina-se de uma posição administrativa formal e a autoridade é concedida a essa posição. •Os subordinados aceitam essa fonte de poder como legítima e por isso concordam com sua determinação.
Poder de recompensa
•Origina-se da autoridade de conceder recompensas a outras pessoas. •Os gerentes podem usar as recompensas para influenciar o comportamento dos subordinados.
Poder de coerção
•Refere-se à autoridade de punir ou recomendar punição. •Geralmente gera resistência.
Poder de perito
•Resultante do conhecimento, habilidade de um líder. •Os subordinados seguem as recomendações pelo conhecimento superior do mesmo.
Poder referente
•Deriva das características da personalidade do líder, que desperta a admiração dos subordinados, de modo que queiram seguir seus exemplos.
Quadro 10. Fontes de Poder do Líder Fonte: Daft (2005).
As fontes de poder variam em cada organização, adequando-se da melhor maneira,
como também em cada pessoa (líder). Observa-se que o poder de perito e o poder referente
são os mais apropriados, pelo fato de estarem relacionados com a liderança conquistada por
meio do conhecimento e do exemplo.
O autor Gil (2001) ressalta que o processo de liderança é complexo, acarretando,
portanto abordagens diferenciadas.
Em concordância o autor Daft (2005) afirma que algumas abordagens são mais
eficazes do que outras para realizar mudanças na organização, destacando dois tipos que
podem ter um impacto substancial, o carismático e o transformacional.
A liderança carismática inspira e motiva as pessoas para que façam mais do que
fariam normalmente, apesar dos obstáculos e sacrifício pessoal.
A liderança transformacional é semelhante à carismática, distingue-se pela
habilidade de inovação e mudança, reconhecendo as necessidades e preocupações dos
seguidores, ajudando-os a examinarem problemas antigos com novas abordagens. Esses
líderes criam mudanças significativas nos seguidores e na organização.
Uma liderança eficaz pode ser considerada um dos fatores importantes para o
desenvolvimento, implementação e manutenção de programas de qualidade de vida no
trabalho.
41
2.5 A Qualidade de Vida no Trabalho – QVT
A Qualidade de Vida no Trabalho é uma preocupação crescente das empresas que
buscam serem altamente competitivas, pois as pessoas são o principal elemento diferenciador
e as responsáveis pelo sucesso do negócio.
Estudos ligados ao tema iniciaram-se nos anos 50, tendo como precursores Eric Trist
e seus colaboradores do Tavistok Institute, de Londres, ganhando impulso somente na década
de 60, com a conscientização da importância de buscar melhores formas de organizar o
trabalho, visando minimizar efeitos negativos sobre os funcionários e alcançar seu bem-estar,
ressaltam as autoras Tolfo e Piccinini (2001).
Contudo Oliveira (2006) ressalta que este é um dos temas mais desafiadores para o
ambiente organizacional, impactando direta ou indiretamente na produtividade dos
funcionários e nos resultados financeiros da empresa.
Nesse sentido, Albuquerque (1992, apud, LIMONGI-FRANÇA e ARELLANO,
2002) afirma que dentro do contexto de grandes transformações, no qual as organizações
buscam produtividade e processos de mudança que objetivem melhorar seu posicionamento
competitivo no mercado, a QVT vem ganhando espaço como valor intrínseco das práticas de
competitividade simultaneamente ao bem-estar organizacional.
Deve-se considerar que as pessoas necessitam ser felizes e ter qualidade de vida, que
possuem outros vínculos além daqueles que mantém com a organização e que nem sempre
seus objetivos coincidem com os da organização. A proposta básica da QVT para os autores
Davis e Newstrom (1996) é desenvolver ambientes organizacionais que sejam tão bons para
os indivíduos como para a saúde econômica da organização. Deste modo tem-se a
necessidade de investigar, diagnosticar e melhorar a QVT.
No entanto, Gessner (2006) afirma que argumentar sobre a qualidade de vida é um
desafio complexo e polêmico, por se tratar de um tema envolvente, que gera muita discussão,
desde sua concepção à sua aplicação. Para a autora Hermes (2007) a abordagem da QVT está
inserida no cotidiano organizacional e acadêmico, levando a reflexões e estudos sobre as
condições de trabalho e a concepção de qualidade para cada indivíduo.
Ressaltando a autora Limongi-França (2004) observa-se que existem muitos fatores
desencadeadores de ações da qualidade de vida no trabalho. As demandas de QVT
pressupõem necessidades a serem atendidas no sentido de preservação pessoal e
sobrevivência. Para Gessner (2006) todos caminham em busca do viver com qualidade,
mesmo que inconscientemente.
42
A qualidade de vida no trabalho, na visão dos autores Davis e Newstrom (1996)
refere-se aos aspectos favoráveis e desfavoráveis do ambiente organizacional para os
indivíduos. Devido as constantes mudanças nas pessoas e no meio ambiente é necessário ficar
atento ao aperfeiçoamento da QVT.
Para os autores Mônaco e Guimarães (2000) visando ampliar o horizonte de
democracia na organização, é necessário também proporcionar às pessoas espaço para
exporem suas idéias e dar oportunidade de participarem nas tomadas de decisões.
Já para Fernandes (1996, p. 40) “o conceito engloba além de atos legislativos que
protegem o trabalhador, o atendimento a necessidades e aspirações humanas, calcado na idéia
de humanização do trabalho e na responsabilidade social da empresa”.
A autora Vieira (1996) complementa a definição afirmando que a QVT é um
conjunto de fatores que, quando presentes nas organizações, proporcionam aos colaboradores
bem-estar físico, mental, econômico e social, permitindo que os mesmo resgatem sua
condição de cidadão.
Desse modo, percebe-se a importância da qualidade de vida dos funcionários, visto
que os fatores apresentados interferem na vida pessoal como também profissional, podendo
afetar sua produtividade e com isso comprometendo a organização.
Considerando o autor Gil (2001) para que os funcionários sejam produtivos é
necessário que eles sintam que o seu trabalho esta em conformidade com suas habilidades e
que são tratados como pessoas. Cabe lembrar que parte significativa dessas pessoas é
dedicada ao trabalho e que para muitas delas seu trabalho é considerado a maior fonte de
identificação pessoal, sendo natural que almejem identificar-se com o mesmo.
A QVT é tratada como um tema amplo e muitas vezes confuso, para Limongi-França
(2004) as definições vão desde cuidados médicos estabelecidos pela legislação de saúde e
segurança a atividades na área de lazer, motivação, dos empregados e empregadores, levando
a discussões das condições e vida e bem-estar das pessoas.
O principal objetivo da qualidade de vida no trabalho é conciliar os interesses dos
colaboradores com os da organização, melhorando a satisfação e sua produtividade,
humanizando a situação de trabalho, orientando-os para soluções mais adequadas, ressalta
Fernandes (1996).
A participação dos funcionários nas ações da empresa é uma forma de
reconhecimento do seu trabalho, possibilitando um melhor desempenho dos mesmos e assim
atingindo qualidade dos serviços prestados.
43
Considerando os autores Davis e Newstrom (1996) a QVT produz um ambiente de
trabalho mais humanizado e seu objetivo é servir tanto às maiores aspirações dos funcionários
quanto às suas necessidades mais básicas.
Permitir aos funcionários oportunidade de expressão e participação nas decisões é
fundamental para a melhoria dos métodos de trabalho, dos produtos, da racionalização dos
custos, afirma Fernandes (1996), mas principalmente é um meio de reconhecimento da
inteligência do mesmo, que acaba refletindo na sua qualidade de vida e produtividade da
organização, proporcionando ganho para todos.
A autora Limongi-França (2004) apresenta alguns fatores desencadeadores de QVT:
vínculos e estrutura de vida pessoal (família, lazer, saúde, alimentação); fatores
socioeconômicos (globalização, tecnologia, privatização de serviços públicos); metas
empresariais (competitividade, custos) e pressões organizacionais (remuneração variável,
novas estruturas de poder).
Em contrapartida Fernandes (1996) relaciona que os elementos-chave de QVT
apóiam-se nos seguintes pontos:
•Resolução de problemas com membros de todos os níveis da organização
(participação).
•Reestruturação da natureza básica do trabalho (redesenho do cargo).
•Inovações no sistema de recompensas (remuneração estratégica).
•Melhorias no ambiente de trabalho (clima, cultura).
Existem diversos fatores intervenientes da QVT que dependendo do competente
gerenciamento, proporcionam condições favoráveis ao desempenho e produtividade, conclui a
autora Fernandes (1996). Alguns autores apresentam modelos sobre a qualidade de vida,
considerando aspectos a serem analisados para a promover a QVT nas organizações.
2.5.1 Modelos e fatores determinantes de QVT
Existem modelos diferenciados que identificam os fatores determinantes da QVT.
A autora Fernandes (1996) apresenta os modelos de Walton (1973), Werther & Davis
(1983), Belanger (1973), Hackaman & Oldham (1975) e o de Westley adaptado por Rushel
(1993) que foi utilizado neste estudo.
No modelo de Walton, visualizado no quadro nº 11, a autora citada ressalta que
quando os aspectos apresentados não são bem gerenciados, os níveis de satisfação dos
trabalhadores ficam a desejar, refletindo no seu desempenho.
44
CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT Compensação justa e adequada (visa mensurar a QVT em relação à remuneração recebida pelo trabalho realizado).
•Equidade interna e externa. •Justiça na compensação. •Partilha dos ganhos de produtividade. •Proporcionalidade entre salários.
Condições de trabalho (mede a QVT em relação às condições existentes no local de trabalho).
•Jornada de trabalho razoável. •Ambiente físico seguro e saudável. •Ausência de insalubridade.
Uso e desenvolvimento de capacidades (visa à mensuração da QVT em relação às oportunidades que o empregado tem de aplicar, no seu dia-a-dia, seu conhecimento e aptidões profissionais).
•Autonomia. •Autocontrole relativo. •Qualidades múltiplas. •Informações sobre o processo total do trabalho.
Oportunidade de crescimento e segurança (tem por finalidade medir a QVT em relação às oportunidades que a instituição estabelece para o desenvolvimento e o crescimento pessoal de seus empregados e para segurança do emprego).
•Possibilidade de carreira. •Crescimento pessoal. •Perspectiva de avanço salarial. •Segurança de emprego.
Integração social na organização (mede o grau de integração social existente na instituição).
•Ausência de preconceitos. •Igualdade. •Mobilidade. •Relacionamento. •Senso comunitário.
Constitucionalismo (mede o grau em que os direitos do empregado são cumpridos na instituição).
•Direitos de proteção do trabalhador. •Privacidade pessoal. •Liberdade de expressão. •Tratamento imparcial. •Direitos trabalhistas.
O trabalho e o espaço total de vida (busca o equilíbrio entre a vida pessoal do empregado e a vida no trabalho).
•Papel balanceado no trabalho. •Estabilidade de horários. •Poucas mudanças geográficas. •Tempo para lazer da família.
Relevância social do trabalho na vida (visa mensurar a QVT através da percepção do empregado em relação à responsabilidade social da instituição na comunidade, à qualidade de prestação dos serviços e ao atendimento a seus empregados).
•Imagem da empresa. •Responsabilidade social da empresa. •Responsabilidade pelos produtos. •Práticas de emprego.
Quadro 11. Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no Trabalho. Fonte: Walton (1973, apud FERNANDES, 1996).
Este modelo é considerado pela autora como referencial teórico devido sua
amplitude, onde o autor Walton procurou identificar os fatores que afetam de maneira mais
significativa o trabalhador no ambiente de trabalho.
O modelo estruturado por Werther & Davis (1983) especifica elementos
organizacionais, ambientais e comportamentais como aspectos influentes na QVT, como se
observa no quadro abaixo.
Elementos Organizacionais Elementos Ambientais Elementos Comportamentais •Abordagem mecanística •Fluxo de Trabalho •Práticas de trabalho
•Habilidade e disponibilidades de empregados •Expectativas sociais
•Autonomia •Variedade •Identidade de tarefa •Retroinformação
Quadro 12. Elementos de Qualidade de Vida no Trabalho Fonte: Werther & Davis (1983, apud FERNANDES, 1996).
45
Os elementos organizacionais dizem respeito ao fluxo e às práticas de trabalho,
evitando uma abordagem mecanicista. Os elementos ambientais envolvem habilidades,
disponibilidade de empregados e expectativas sociais. E os elementos comportamentais dizem
respeito às necessidades humanas e aos comportamentos individuais no ambiente de trabalho,
enfatiza o autor citado.
Quanto ao modelo de Belanger (1973), apresenta aspectos que podem ser
visualizados no quadro nº 13.
ASPECTOS PARA ANÁLISE DA QVT
O trabalho em si
•Criatividade. •Variabilidade. •Autonomia. •Envolvimento. •Feedback.
Crescimento pessoal e profissional
•Treinamento. •Oportunidades de crescimento. •Relacionamento no trabalho. •Papéis organizacionais.
Tarefas com significado
•Tarefas completas. •Responsabilidade aumentada. •Recompensas financeiras / não financeiras. •Enriquecimento.
Funções e estruturas abertas
•Clima de criatividade. •Transferência de objetivos.
Quadro 13. Aspectos para análise da Qualidade de Vida no Trabalho. Fonte: Belanger (1973, apud FERNANDES, 1996).
Pode-se dizer que esse modelo está mais voltado para o desenvolvimento dos
funcionários na organização, sem se preocupar com as condições do ambiente de trabalho.
O quadro nº 14 apresenta o modelo de Hackman & Oldham (1975) que é baseado em
características objetivas do trabalho.
DIMENSÕES DA TAREFA
ESTADOS PSICOLÓGICOS CRÍTICOS
RESULTADOS PESSOAIS E DE TRABALHO
Variedade de habilidades Identidade da tarefa Significado da tarefa
Percepção da significância do trabalho
Inter-relacionamento Autonomia
Percepção da responsabilidade pelos resultados
Feedback do próprio trabalho Feedback extrínseco
Conhecimento dos reais resultados do trabalho
Satisfação geral com o trabalho Motivação interna para o trabalho Produção de trabalho de alta qualidade Absenteísmo e rotatividade baixa
Quadro 14. Modelo das Dimensões Básicas da Tarefa
46
Fonte: Hackman & Oldham (1975, apud FERNANDES, 1996). Este modelo introduziu aos estudos de satisfação e motivação uma nova visão, por
existir argumentações teóricas mais modernas e coerentes com a realidade.
Outro modelo citado pela autora Fernandes (1996) é o de Westley cujos indicadores
podem ser visualizados no quadro nº 15.
INDICADORES DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
ECONÔMICO POLÍTICO PSICOLÓGICO SOCIOLÓGICO
•Equidade Salarial •Remuneração adequada •Benefícios •Condições de Trabalho •Ambiente Externo
•Segurança no Trabalho •Atuação Sindical •Feedback •Liberdade de Expressão •Valorização do Cargo • Relacionamento com a chefia
•Realização Potencial •Nível de Desafio •Desenvolvimento Pessoal •Desenvolvimento Profissional •Criatividade •Auto-Avaliação •Variedade de Tarefa •Identidade com a Tarefa
•Participação nas decisões •Autonomia •Relacionamento Interpessoal •Grau de Responsabilidade
Quadro 15. Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho Fonte: Adaptado de Westley (1993, apud FERNANDES, 1996).
O autor apresenta os principais itens que necessitam ser enfatizado para que haja
qualidade de vida no trabalho, divididos em quatro aspectos que possuem grande importância
e necessitam de constante controle.
Pode-se observar que este modelo abrange os principais fatores que envolvem o ser
humano e o ambiente que o cerca. O autor sugere que a participação de funcionários,
associações de classe, sindicatos e partidos políticos é fundamental para a manutenção do
bem-estar intra-organizacional, afirma as autoras Limongi-França e Arellano (2002).
Considerando que foi o modelo utilizado como referência para o estudo, como consta
no item 1.3.3, são aprofundados os seus indicadores.
2.5.1.1 Indicador Econômico da Qualidade de Vida no Trabalho
O indicador econômico, diz respeito à eqüidade salarial e no tratamento recebido no
ambiente de trabalho:
••••Equidade salarial – A equidade salarial é considerada muito importante para o
autor Araújo (2006), visto que os funcionários tendem a comparar suas remunerações com a
dos demais indivíduos que ocupem o mesmo cargo, sendo muitas vezes uma das causas da
insatisfação do funcionário.
47
A percepção da equidade estimula o comportamento e traz a satisfação, ou seja, caso
o indivíduo pense que está sendo menos recompensado quando comparado aos outros, se
sentirá insatisfeito e procurará novas alternativas de eliminar a iniqüidade, enfatiza a autora
Casado (2002).
Considerando as autoras Limongi-França e Arellano (2002) trata-se da relação do
salário com outros trabalhos, desempenho da comunidade e padrão subjetivo do empregado.
É evidenciada pela autora Oliveira (2006) como imparcialidade na remuneração
entre os trabalhadores de uma mesma organização, como também a outros profissionais da
mesma categoria no mercado de trabalho.
••••Remuneração - A remuneração pode ser considerada como um dos principais
fatores que afetam o desempenho dos funcionários, já que geralmente as pessoas não estão
satisfeitas com o salário recebido. Na visão de Montana e Charnov (2003) é uma das
principais funções dos recursos humanos, propiciando ferramentas valiosas para a motivação
dos funcionários. Por ser uma das principais funções, esta sempre mereceu especial atenção
dos seus administradores, ganhando mais relevância com o passar dos tempos, afirma Marras
(2002).
A definição de Santos (2006) em relação ao assunto baseia-se no Regime Jurídico
Único, sendo o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniárias
estabelecidas em lei, ou seja, a remuneração é igual ao vencimento básico mais às vantagens e
estas são iguais às indenizações, mais as gratificações, mais os adicionais. A remuneração
pode ser entendida também na visão de Dutra (2002, apud LIMONGI-FRANÇA, 2007) como
a contrapartida financeira de um trabalho realizado pelo indivíduo.
A autora ressalta a importância em diferenciar os termos recompensa, remuneração e
salário, que diversas vezes confundem-se como sinônimos. O salário é a parte fixa da
remuneração, paga em dinheiro e normalmente mensal; a remuneração envolve além do
salário, a remuneração variável, ou seja, a participação nos lucros, resultados e acionária e os
benefícios. A remuneração é um meio de recompensa e é considerada pela autora citada como
o mais importante.
O salário é um integrante da remuneração que integra a recompensa, e é uma forma
de valorizar as pessoas, por meio da remuneração e/ou benefícios, que serão apresentados
mais adiante. A remuneração envolve aspectos sociais, psíquicos, organizacionais,
econômicos, institucionais, políticos e éticos e pode ser dividida nas seguintes categorias:
remuneração fixa e variável, afirma Limongi-França (2007).
48
Remuneração fixa – salário: tradicionalmente é definido em conformidade com o
cargo, permitindo algumas variações de acordo com seu nível de maturidade, tempo de
atuação na organização, conjunto de conhecimentos e habilidades.
No entanto a autora ressalta ainda que o cargo não é mais um bom critério de
definição salarial, considerando que não é capaz de avaliar de maneira adequada o grau de
agregação de valor do funcionário à organização. Esse critério foi válido enquanto prevaleceu
a antiga concepção organizacional, afirma Albuquerque (1999, apud LIMONGI-FRANÇA,
2007). A autora citada coloca que se deixa de reconhecer os talentos, os funcionários que se
destacam que tem iniciativa e criatividade, ao focalizar cargos e não pessoas. Dessa maneira
foram criadas alternativas à remuneração baseada em cargos.
Essas alternativas baseiam-se na análise da própria pessoa que agrega valor à
organização, enfatiza Hipólito (2002, apud LIMONGI-FRANÇA, 2007). Uma das
alternativas apresentada é a que remunera conforme o conjunto de habilidades, conhecida
como remuneração por habilidades. Sua aplicação está restrita a posições operacionais e a
dificuldade de aplicar esse método a outras posições organizacionais está na falta de garantia
de que as habilidades reflitam efetivamente o valor agregado à organização.
Outra alternativa evidenciada é a remuneração por competências, que faz uso de um
conjunto de meios de medição de agregação de valor baseando-se no grau de complexidade.
As competências envolvem a aquisição, integração e transmissão de conhecimentos,
habilidades e recursos que agregam valor econômico à organização e valor social ao
indivíduo. A construção desse sistema de remuneração exige uma análise da organização, seu
conjunto de valores, visão de futuro e orientações estratégicas.
A remuneração variável está ligada ao desempenho em face dos resultados
alcançados. Seu principal objetivo é incentivar o funcionário a exceder seus níveis de
desempenho. Esse tipo de remuneração pode ser dividido em quatro grupos: pagamento por
proporção de peças, remuneração por resultados, participação nos lucros e participação
acionária.
•Pagamento por proporção de peças: o trabalhador recebe uma quantia
fixa por cada produto produzido ou vendido (caso seja da área comercial). Um exemplo
comum é a comissão sobre vendas.
•Remuneração por resultados: vincula o pagamento ao atendimento de
objetivos negociados entre empresa e funcionário. Normalmente é utilizada para recompensar
desempenho individual e de equipes. Lida com resultados de curto prazo.
49
•Participação nos lucros: diferente da remuneração por resultados, a
participação nos lucros não utiliza fórmulas que ligam indicadores e resultados a prêmios e
não está ligada à prática de administração participativa. Alguns problemas relacionados a este
tipo de remuneração são citados, como a determinação do valor do lucro e a falta de clareza
com relação ao vínculo entre ação individual ou coletiva e recompensa, devido interferências
nos resultados globais que fogem do controle dos membros.
•Participação acionária: é uma forma complexa e sofisticada que bem
projetada pode gerar grandes benefícios a médio e longo prazo para ambas as partes. A
principal vantagem é não implicar desembolso de caixa para a organização. A participação
acionária oferece ao funcionário a co-propriedade da empresa, focando uma relação em longo
prazo. As principais formas de participação acionária são: distribuição de ações, venda de
ações e opção de compra.
Em decorrência das mudanças constantes no ambiente, nas organizações e nas
pessoas, pode-se determinar tendências esperadas da remuneração, sendo que a grande
tendência é o uso da remuneração estratégica que utiliza todos os componentes
remuneratórios de forma mais equilibrada.
Já os autores Montana e Charnov (2003) incluem como parte da remuneração os
itens apresentados no quadro abaixo:
Salário Dinheiro recebido pelo trabalho durante um período de tempo, geralmente mensal.
Pagamento por hora Dinheiro recebido pelo trabalho durante número base de horas por semana (o que ultrapassar o número base é pago, conforme estabelecido por lei, como hora extra).
Salário incentivo ou pagamento por peça Baseadas no número de peças produzidas paga-se um salário por hora e a taxa por peça sobre esse salário (é vantajoso para aqueles que produzem mais peças).
Gratificação Pagamento feito uma única vez, baseado no desempenho total da organização ou no desempenho individual do funcionário, durante um determinado período de tempo.
Quadro nº 16 – Remuneração Fonte: Montana e Charnov (2003).
Receber um salário justo como contrapartida dos serviços prestados é o desejo dos
funcionários, aponta Marras (2002). O autor citado aponta ainda a remuneração estratégica
que representa um modelo de compensação que permite premiar aqueles funcionários que se
destacaram dos demais em um determinado período de tempo. Contudo, as bases que
sustentam esse modelo passam pelo desempenho do homem e pelo conjunto dos fatores
primordiais, conhecimento, habilidades e atitudes – CHA. Atualmente as organizações
50
tendem a praticar algum sistema de remuneração estratégica, buscando alavancar seus
resultados, no entanto, ainda são poucas as empresas que já implantaram tais sistemas,
enfatiza ainda o autor citado. Os sistemas apresentados por esse autor são: remuneração por
habilidades; por competências; participação acionária; distribuição de ganhos; de lucros e
remuneração por resultados.
Os autores Montana e Charnov (2003) apresentam a oferta e demanda de mão-de-
obra, o sindicato de trabalhadores, a capacidade de pagamento de uma empresa e sua
produtividade e as regulamentações governamentais como fatores que afetam a remuneração.
••••Benefícios – Os benefícios são um dos sistemas que integram a remuneração e que
também estão presentes em praticamente todas as empresas. Os autores Montana e Charnov
(2003) ressaltam que os benefícios estão se tornando um fator importante na atração e
retenção de funcionários qualificados. Em concordância a autora Limongi-França (2007)
enfatiza que os benefícios foram desenhados visando atender as necessidades básicas da
maioria dos funcionários. No entanto, com o tempo transformou-se em uma maneira de
atração e retenção das pessoas. Considerando Marras (2002) um programa de salários que não
leve em conta os benefícios, não representa, perante o mercado, o seu verdadeiro perfil
remuneratório.
Um programa de benefícios atende tanto aos objetivos da organização, como dos
indivíduos, afirma Marras (2002). Quanto ao atendimento dos objetivos da organização
refere-se à garantia da empresa na satisfação das necessidades básicas, auxiliando na
manutenção de baixos índices de rotatividade, absenteísmo, qualidade de vida dos
funcionários, redução de stress, etc, como também tornando a organização competitiva no
mercado de trabalho. Quanto ao atendimento das necessidades das pessoas, parte-se do
pressuposto que a empresa conhece o que é melhor para seus empregados, oferecendo esta
condição como parte integrante da remuneração.
Os benefícios podem ser classificados considerando a autora Limongi-França como
assistenciais, recreativos e serviços, estando, portanto relacionados com a qualidade de vida
no trabalho.
Contudo o autor Hipólito (2002), ressalta que a gestão dos benefícios é importante e
muito complexa, por representam um dispêndio anual significativo, há uma grande
dificuldade em reduzi-los depois de concedidos e nem sempre os custos equiparam-se ao
valor percebido pelo funcionário.
A autora citada evidência também a existência de benefícios flexíveis que permite aos
funcionários poderem escolher a totalidade ou parte do conjunto de benefícios, partindo das
51
alternativas oferecidas pela organização, atendendo desse modo suas necessidades de forma
personalizada.
Com relação aos benefícios flexíveis, o autor Marras (2002) afirma que é uma prática
nova, podendo ser considerada ainda em processo de experimentação. O autor ressalta ainda
que a política de benefícios flexíveis é proporcional ao cargo do indivíduo na organização, ou
seja, quanto maior for sua posição, mais amplo será a variedade de opções desses benefícios.
O sistema de benefícios inclui os seguintes itens, para Santos (2006): planos de saúde;
programas de assistência jurídica; creches para filhos dos funcionários; pagamento de licenças
para tratamento de saúde, férias, auxílio-maternidade e paternidade, luto; bolsa de estudo;
programas de premiação especial e reconhecimento dos funcionários; previdência social. Os
benefícios podem chegar a 40% do salário.
Já o autor Marras (2002) apresenta dois tipos de benefícios: compulsórios ou
espontâneos. Os compulsórios são aqueles concedidos em atendimento às exigências da lei ou
norma legal, como por exemplo: décimo terceiro salário, férias, salário-família, auxílio
maternidade. Os benefícios espontâneos são aqueles oferecidos com o objetivo de atender as
necessidades dos funcionários ou tornar o perfil da remuneração atraente e competitivo. Os
mais conhecidos são: seguro de vida, assistência médica e odontológica, cesta básica, bolsa de
estudos (um dos mais valorizados pelos funcionários), etc.
••••Condições de Trabalho – Considerando a autora Limongi-França (2007) a QVT
representa atualmente a necessidade de valorização das condições de trabalho, do cuidado
com o ambiente físico e dos bons padrões de relacionamento.
A criação de um ambiente de trabalho favorável à família introduziu-se inicialmente
visando à preocupação com a melhoria da produtividade dos funcionários e na diminuição do
absenteísmo, enfatiza o autor Robbins (2003).
Com relação a essa prática o autor citado ressalta ainda, que poucas pesquisas
confirmam um aumento significativo na produtividade, no entanto, os dados indicam que esse
tipo de ambiente facilita no recrutamento e na retenção de trabalhadores de primeira linha,
limita distrações familiares e reduz o absenteísmo.
A condição de trabalho é definida por Dejours (1994, apud LIMONGI-FRANÇA,
2007) como as pressões físicas, mecânicas, químicas e biológicas do ambiente de trabalho.
Essas pressões tem como alvo principal o corpo dos funcionários, onde podem ocasionar
desgaste, envelhecimento e doenças ocupacionais, ressalta ainda o autor citado.
52
As condições de trabalho apresentam para Donabedian (1985, apud OLIVEIRA,
2006) relação intrínseca com patologias encontradas no desenvolver de determinadas
atividades laborais pelos trabalhadores, que desenvolvem doenças quando expostos à mesma.
Quanto à jornada de trabalho, considerando o autor Delgado (1998) é a medida
principal do tempo de disponibilidade do funcionário como resultado do cumprimento do
contrato de trabalho. O direito brasileiro prevê a existência de uma jornada padrão de
trabalho, aplicada ao mercado de trabalho como um todo, e algumas jornadas especiais,
aplicada a certas categorias específicas, como bancários, ou funcionários submetidos ao
sistema especial de atividade da organização, como indústrias que funcionam em tempo
integral. Atualmente a jornada de trabalho é de oito horas por dia e quarenta e quatro horas
semanais, conforme a CLT.
A jornada de trabalho ganhou maior importância ao ser associada à análise e
realização de uma consistente política de saúde no trabalho. Os avanços de estudos e
pesquisas sobre a saúde e segurança laborais ensinam que a extensão do contato do
funcionário com certas atividades ou ambientes é elemento decisivo à configuração do
potencial efeito insalubre de tais atividades ou ambientes. Os autores citados enfatizam ainda
que jornada de trabalho atua diretamente, na deterioração ou melhoria das condições internas
de trabalho na organização, comprometendo ou aperfeiçoando uma estratégia de redução dos
riscos e malefícios ao ambiente de trabalho.
No entanto, o autor Robbins (2003) ressalta que as organizações estão redefinindo o
seu expediente, visto que atualmente é comum levar trabalho para casa, com a tecnologia
avançando cada vez mais e a competitividade aumentando constantemente.
••••Ambiente externo – O ambiente de uma organização é composto por forças
externas e internas que afetam o seu desempenho. O ambiente externo inclui fornecedores,
clientes, concorrentes, sindicatos, organismos governamentais regulamentadores e de
interesses especiais, aponta o mesmo autor. Seu ambiente varia de acordo com cada
organização, umas podem enfrentar ambientes estáticos, não sofrendo muitas mudanças,
porém outras enfrentam ambientes dinâmicos, com novos concorrentes, regulamentações
governamentais variáveis afetando sua atividade. Contudo, atualmente são poucos os
ambientes estáticos, caracterizando assim grande incerteza ambiental, conclui o autor citado.
O ambiente externo influencia e impõe limites às decisões da área de recursos
humanos. As forças externas como as condições legais, econômicas, demográficas, podem
ajudar ou atrapalhar as organizações, evidencia os autores Milkovich e Boudreau (2000).
53
Considerando o autor Fischer (2002) os fatores do ambiente externo como a cultura
de trabalho da sociedade, sua legislação trabalhista e o papel conferido ao Estado e aos
demais agentes que atuam nas relações de trabalho, influenciam diretamente no modelo de
gestão de pessoas utilizado.
Monitorar continuadamente o ambiente e assumir atitudes pró-ativas em relação às
mudanças é essencial nos dias atuais, onde o tempo se tornou um recurso estratégico e a
velocidade uma palavra de ordem, evidência o autor Albuquerque (2002).
As organizações formulam suas estratégias, trabalhando com seu ambiente social,
que inclui as forças econômicas, tecnológicas, políticas, institucionais, socioculturais e
demográficas, como também com seu ambiente de tarefa, que inclui o mercado de trabalho,
de consumidores, de clientes, a competição, os sindicatos, o governo e outros stakeholders,
afirma ainda o autor citado.
2.5.1.2 Indicador Político da Qualidade de Vida no Trabalho
Esse indicador considera os fatores políticos relacionados à qualidade de vida no
trabalho como: segurança no trabalho; atuação sindical; feedback; liberdade de expressão,
valorização do cargo e relacionamento com a chefia.
••••Segurança no trabalho – Considerando os autores Fidélis e Banov (2007), é
definida como um conjunto de medidas que tem por objetivo prevenir acidentes no trabalho e
eliminar as suas causas. A segurança no trabalho é regida por Normas Regulamentadoras, da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, obrigando a coordenação de esforços que visam à
eliminação das condições inseguras, afirmam os autores citados. Para o autor Lacombe (2005)
esse é o ramo que específica às condições de proteção à vida e à saúde do funcionário na
organização.
A segurança no trabalho tem a preocupação de manter e assegurar que a estrutura da
organização e os procedimentos executados na jornada de trabalho estejam corretos,
garantindo um ambiente seguro para os funcionários, ressalta o autor Araújo (2006). O autor
citado apresenta algumas condições para a segurança do trabalho: identificação das principais
causas; correção e manutenção das estruturas físicas; prevenção, redução e eliminação de
acidentes.
As autoras Limongi-França e Arellano (2002) afirmam que os funcionários não
devem ser expostos a condições ambientais, jornada de trabalho exaustiva, nem riscos que
possam ameaçar a saúde.
54
••••Atuação sindical – Sindicatos são um veículo pelo qual os funcionários atuam para
proteção e promoção dos interesses coletivos, afirma o autor Robbins (2003). Por meio de
uma negociação coletiva são discutidos níveis salariais e condições empregatícias, com a
administração. O autor citado ressalta ainda que nos lugares em que os sindicatos têm uma
parcela significativa de força de trabalho de uma organização, grandes parte das decisões
administrativas, como fontes de recrutamento, critérios de contratação, horários de trabalho,
regras de segurança, são discriminadas no contrato coletivo de trabalho.
Considerando o autor Lacombe (2005), conforme a Constituição, ao sindicato cabe a
defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, incluindo ações judiciais
e administrativas.
Os sindicatos representam uma fonte de poder na organização, afirma o autor citado
e muitas vezes isso tende a ser combatido pelos administradores. No entanto, sabe-se que se
um grupo de poder, estiver em concordância com os objetivos da empresa, essa será
beneficiada.
Considerando o autor Araújo (2006) os sindicatos representam a base da pirâmide
sindical brasileira, que possui mais dois elementos, sendo as Federações no nível
intermediário e as Confederações no topo da pirâmide. Por serem a base, os sindicatos
enfrentam diariamente os problemas e reivindicações de cada pessoa.
••••Feedback - O feedback é uma idéia simples, porém de grande importância para os
funcionários, afirmam Davis e Newstrom (1996). Como as pessoas estão investindo boa parte
de suas vidas no trabalho, elas desejam saber com freqüência como está seu desempenho,
possibilitando as mesmas realizar ajustes, sempre que necessário. No entanto, os gerentes
tendem a ignorar a responsabilidade de fornecer feedback, ressalta o autor Robbins (2003).
Um dos motivos é por não se sentirem à vontade para discutir as deficiências com seus
funcionários. Outro ponto é que os colaboradores tendem a ficar na defensiva quando são
apontadas suas deficiências, não considerando o feedback de uma maneira construtiva. A
solução para esse obstáculo, para o autor citado, é treinar os gerentes para que realizem
sessões de feedback construtivas.
Um bom feedback deve ter várias características, aponta Lacombe (2005). A
entrevista de avaliação do desempenho deve ser realizada em local reservado, somente entre o
chefe e o subordinado, não deve ser interrompida em nenhuma circunstância, deve ser
iniciada com aspectos positivos predispondo o funcionário a aceitar melhor os negativos, deve
limitar-se aos resultados do trabalho, das metas pré-estabelecidas, sem compará-lo com outras
pessoas e sem atingir sua pessoa. É preciso deixar claro que a pessoa está sendo avaliada
55
pelos seus atos, suas decisões e resultados. Outra característica apontada pelo autor citado é o
tempo de abrangência, que não deve ser muito longo, por ser mais fácil conversar e avaliar os
acontecimentos de um passado recente.
Relatórios semanais ou diários, são melhores que os relatórios mensais, enfatizam os
autores Davis e Newstrom (1996). Se o tipo de trabalho permitir relatórios contínuos ou
horários, serão mais eficazes ainda. Os autores ressaltam ainda a importância de feedbacks
positivos e não somente negativos, para que não ocorra desmotivação do funcionário.
O autor Lacombe (2005) conclui que o feedback deve ser oportuno, de preferência
imediatamente após o fato; descritivo, ao invés de avaliativo; específico; proposto e não
imposto.
••••Liberdade de expressão - Considerando a autora Oliveira (2006) a liberdade de
expressão permite ao trabalho expor sua opinião sem temer ser repreendido.
Estudos realizados pelo autor Likert mostraram como a percepção da liberdade de
comunicação varia em cada pessoa e a importância de comunicar-se bem e captar a percepção
que o outro teve da comunicação, evidência o autor Lacombe (2005).
Os autores Fidelis e Banov (2007) afirmam que empresas inteligentes são aquelas
que promovem e exploram a liberdade de pensamento e de ação entre os seus trabalhadores.
••••Valorização do cargo – A preocupação com a valorização do cargo inicia seu
desenvolvimento estabelecendo o valor relativo a cada grupo ocupacional, visando construir
uma hierarquia entre os cargos, analisando-os e comparando-os para colocá-los em ordem de
importância, afirma o autor Araújo (2006).
Os autores Fidelis e Banov (2007) ressaltam que quando os cargos são bem
definidos, facilita a atribuição de valor e que cada vez mais o cargo incorpora mais atributos e
responsabilidades, devido à existência de uma tendência mundial que prevê a
multifuncionalidade do trabalhador.
Em contra-partida a autora Limongi-França (2007) evidência que o cargo deixou de
servir como bom indicador do grau de agregação de valor, visto que com o dinamismo da
atual realidade, a ação do profissional ganhou certa variabilidade ao ser influenciada pelas
necessidades organizacionais e pelo nível de sua competência. Todas as formas de
mensuração da agregação de valor passaram a ter como foco de observação o indivíduo,
complementa a autora citada.
••••Relacionamento com a chefia – Considerando a autora Caproni (2002) a qualidade
do relacionamento com a chefia tem um impacto significativo na eficácia profissional, no
56
bem-estar pessoal e na produtividade, bem como no comprometimento do funcionário com a
organização.
2.5.1.3 Indicador Psicológico da Qualidade de Vida no Trabalho
Neste indicador a Qualidade de Vida no Trabalho é avaliada considerando os
aspectos psicológicos que afetam muito os indivíduos, relacionados aos seguintes aspectos:
realização potencial; nível de desafio; desenvolvimento pessoal; desenvolvimento
profissional; criatividade; auto-avaliação; variedade da tarefa e identidade com a tarefa.
••••Realização potencial – O potencial é definido pelo autor Resende (2003) como o
conjunto de recursos inatos e desenvolvidos nas pessoas, como habilidades, experiências,
aptidões, conhecimentos, disponíveis para aplicá-los na sua vida ou trabalho, em qualquer
situação. Desse modo, pode-se dizer que uma pessoa tem potencial para aprender ou assimilar
certos assuntos ou desenvolver sua inteligência. As organizações estão assimilando este
conceito e assim evoluindo nos planos de gestão de pessoas.
Os funcionários são motivados pela realização e as pessoas com uma alta
necessidade de realização se esforçam continuamente para melhorar as coisas, superar
obstáculos, sentindo que o sucesso ou fracasso se deve às suas ações, afirma Robbins (2003).
Os grandes realizadores evitam tarefas muitos difíceis, cuja probabilidade de sucesso seja
baixa ou o êxito seja fruto de sorte e não de habilidade.
••••Nível de desafio – Considerando os autores Fidelis e Banov (2007) os desafios são
importantes, para garantir a satisfação dentro das organizações.
••••Desenvolvimento pessoal - O desenvolvimento para a autora Limongi-França
(2007) é o processo a longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos
funcionários, visando torná-los valiosos para a organização.
Com relação ao desenvolvimento pessoal, o autor Lacombe (2005) aponta que cada
pessoa é responsável pelo seu desenvolvimento. As organizações devem agir somente como
facilitadoras, apoiadoras e tomar a iniciativa quando há interesse pelo desenvolvimento do
indivíduo.
Considerando o autor Chiavenato (2007) as organizações investem no
desenvolvimento pessoal para agregar-lhes valor e torná-las cada vez mais capacitadas e
habilidosas para o trabalho.
••••Desenvolvimento profissional - O desenvolvimento profissional é a educação que
visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar o indivíduo para seu crescimento profissional ou para
57
que se torne mais eficiente e produtivo no seu cargo, enfatiza Chiavenato (2007). Seus
objetivos possuem prazos mais longos, visando agregar conhecimentos que transcendem o
que é exigido pelo cargo e preparando-os também para assumir funções mais complexas,
conclui o autor citado. A autora Limongi-França (2007) define o desenvolvimento
profissional como a educação profissional que aperfeiçoa o homem para uma carreira dentro
de uma profissão.
O desenvolvimento profissional, para os autores Hipólito e Reis (2002), reflete um
conjunto de experiências e repertórios que foram desenhados ao longo da vida do profissional
e sua velocidade está relacionada ao seu potencial e a existência ou não de determinadas
características comportamentais.
••••Criatividade – Criatividade nada mais é que elaborar algo novo ou algo já existente
de uma maneira nova. Para o autor Robbins (2003) é capacidade de combinar idéias de forma
singular ou fazer associações incomuns entre idéias. A criatividade permite ao tomador de
decisão avaliar e compreender completamente um problema, afirma o autor citado.
Atualmente espera-se que as pessoas no nível operacional descubram sozinhas como
melhorar e agilizar o seu trabalho. Para isso precisam ser criativas, desenvolver habilidades de
soluções de problemas, analisar situações, esclarecer o que não sabem e sugerir melhorias,
enfatiza o autor Chiavenato (2007).
Na criatividade encontram-se os empreendedores, àquelas pessoas que buscam
sempre a inovação, desenvolvendo diversas ações de maneiras ainda não realizadas. A
disposição de inovar quebra paradigmas o que faz as pessoas vencerem grandes desafios,
afirma o autor Araújo (2006).
Todas as pessoas possuem um potencial criativo não utilizado, só precisam aprender
a liberá-lo, evidência o autor Robbins (2003). Esse autor cita três métodos para estimular a
criatividade individual.
O primeiro é o método de instrução direta, que se baseia em evidências de que as
pessoas tendem a aceitar soluções óbvias que as impedem de desempenhar sua capacidade.
Desse modo, falar para si mesmo ou ouvir de alguém que são necessárias alternativas
excepcionais encoraja o indivíduo a ser criativo.
A listagem de atributos é o segundo método, onde o tomador de decisão isola
características principais das alternativas tradicionais e nenhuma idéia é rejeitada. Cada
atributo é considerado e transformado em todas as maneiras possíveis.
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O terceiro método é o pensamento lateral, onde não há um padrão, não há uma
seqüência na solução do problema, pode-se partir do ponto de chegada para solucioná-lo, em
vez de partir pelo ponto de partida. Esse método não se restringe a informações relevantes.
••••Auto-avaliação – Na auto-avaliação os próprios funcionários avaliam o seu
desempenho, afirmam os autores Fidélis e Banov (2007). As auto-avaliações são muito
apreciadas pelos funcionários, evidência Robbins (2003), amenizando assim as defesas dos
mesmos em relação ao processo de avaliação, como também, constituem excelentes veículos
de estímulos a discussões sobre o desempenho do cargo, com seus superiores. Contudo esse
tipo de avaliação geralmente apresenta pouco acordo com a avaliação realizada pelo superior
e possui um viés de autopromoção. Desse modo, tendem a ser mais adequada na orientação ao
desenvolvimento dos funcionários, do que para fins avaliativos.
O funcionário deve fazer uma análise de suas características de desempenho, enfatiza
a autora Limongi-França (2007). Concordando com Robbins (2003), a autora citada evidência
que pode ocorrer falta de sinceridade nesse método, por se tratar de uma avaliação feita pelo
próprio avaliado.
••••Variedade de tarefa - Considerando os autores Davis e Newstrom (1996) a
variedade de tarefa permite aos funcionários a execução de diferentes operações que exigem
diferentes habilidades. As tarefas variadas são vistas pelos funcionários como desafios devido
à gama de habilidades que envolvem e aliviam a monotonia que se desenvolve em qualquer
atividade repetitiva. Proporciona também um sentimento de competência, por desempenhar
diferentes tipos de trabalho e maneiras de trabalhar, enfatiza ainda os autores.
Ressaltando o autor Spector (2006) a variedade da tarefa é definida pelo número de
habilidades diferentes necessárias para a realização de um trabalho e é um fator que contribui
para a satisfação do trabalho.
Os autores Bohlander, Snell e Sherman (2003) definem como o grau em que um
cargo envolve uma série de atividades diferentes, exigindo do funcionário o uso de inúmeras
habilidades e talentos diversificados.
••••Identidade com a tarefa - Permite aos funcionários a execução de uma etapa de
trabalho, afirma os autores Davis e Newstrom (1996). Antigamente a gerência científica
conduziu trabalhos super especializados e rotineiros e os indivíduos executavam uma parte
muito pequena do trabalho total, impossibilitando-os de identificá-los, de terem qualquer
sensação de conclusão ou de responsabilidade pela tarefa como um todo. A identidade se
estabelece com a execução de uma tarefa por completo ou por parte identificável, evidência
ainda os autores citados.
59
Considerando o autor Spector (2006) descreve se o funcionário faz ou não um
trabalho inteiro ou parte dele. Também contribui para a satisfação do trabalho. Os autores
Bohlander, Snell e Sherman (2003) definem como a realização de um trabalho do início ao
fim, com um resultado claro.
2.5.1.4 Indicador Sociológico da Qualidade de Vida no Trabalho
Considerando que as pessoas estão inseridas em um contexto social este indicador
avalia como a QVT interfere na vida social dentro da organização, em relação aos seguintes
fatores: participação nas decisões; autonomia; relacionamento interpessoal e grau de
responsabilidade.
••••Participação nas decisões – O envolvimento dos funcionários é definido pelo autor
Robbins (2003) como um processo participativo que utiliza sua competência e se destina a
encorajar o seu maior comprometimento com a organização. Ao envolver os funcionários nas
decisões que os afetam e aumentar sua autonomia, acarretará indivíduos motivados,
produtivos, satisfeitos e comprometidos com a organização.
Considerando o autor Gil (2001, apud Oliveira, 2006) verifica-se que muitas
empresas demonstram disposição em tratar seus funcionários como parceiros, incentivando
sua participação nas decisões e utilizando o talento humano para obter a sinergia necessária
para seu desenvolvimento.
Para os autores Fidelis e Banov (2007) o crescimento e a evolução das organizações
só serão possíveis, quando abrirem espaço para a manifestação dos funcionários, concedendo
oportunidade para participarem do processo de trabalho, sugerindo melhorias e incentivando a
iniciativa no ambiente de trabalho.
••••Autonomia - Permite que os funcionários tenham uma certa discrição e controle
sobre as decisões relacionadas com o trabalho e parece ser fundamental para a formação de
responsabilidade nos mesmos. Embora as pessoas estejam dispostas a trabalhar dentro das
restrições da organização, também há uma necessidade de liberdade, aponta os autores Davis
e Newstrom (1996).
Sua combinação com outros ingredientes, como: autoridade, obediência, liderança e
disciplina, influenciam no comportamento dos indivíduos nas famílias, grupos, sociedade e
organizações, evidência a autora Limongi-França (2007).
A autora enfatiza ainda nos dois modelos básicos (o diretivo e o participativo) da
administração estão presentes dosagens diferentes desses ingredientes. No modelo diretivo
60
predomina a autoridade formal, a burocracia e seus mecanismos para a obtenção da
obediência. Os funcionários são dirigidos por uma administração centralizada e os cargos
detalhadamente definidos, possibilitando pouca autonomia aos mesmos. No modelo
participativo predominam a liderança, a disciplina e a autonomia. Nesse modelo as pessoas
são responsáveis pelo seu comportamento e desempenho.
Considerando o autor Araújo (2006) a autonomia é semelhante à criatividade,
podendo ser também caracterizada como uma “âncora empreendedora”. Diz respeito a sair da
formalização imposta pelo ambiente organizacional, evitando regras, normas e buscando certa
liberdade. No entanto a cultura organizacional pode ser a barreira para esta “âncora”.
••••Relacionamento interpessoal – Ao relacionar-se com as pessoas o indivíduo faz
mais do que informar e ser informado sobre as coisas do mundo, ele agrega novas formas de
organização do próprio pensamento, adquire novos pensamentos e amplia a consciência de si
próprio, de seu lugar no mundo e de sua responsabilidade social, afirma a autora Casado
(2002).
A autora Fernandes (1996, p. 51) aponta que o “grau de relacionamento é marcado
por auxílio recíproco, apoio sócio-emocional, abertura interpessoal e respeito às
individualidades”.
O autor Coelho (2008) ressalta a importância de aptidões interpessoais para um bom
relacionamento e conseqüentemente obter um bom desempenho na organização, considerando
que as pessoas trabalham em grupo e seu trabalho depende de outras pessoas, gerando muitas
dificuldades ocasionadas por conflitos interpessoais.
•Grau de Responsabilidade – Considerando os autores Bohlander, Snell e Sherman
(2003) a delegação de poder aos funcionários, implica em grande responsabilidade dos
mesmo nas tomadas de decisões quanto ao seu comportamento com relação aos outros,
produzindo resultados consensuais, conseguindo credibilidade e operando com uma
abordagem positiva.
Para implantar um programa de qualidade de vida eficazmente é necessário conhecer
algumas etapas para sua implantação.
2.5.2 Etapas para implantação de programas de Qualidade de Vida no Trabalho
Para implantação de um programa de qualidade de vida no trabalho as organizações
devem considerar as seguintes etapas na visão da autora Fernandes (1996):
61
••••Sensibilização - Onde representantes da organização, sindicato e consultores
discutem e trocam informações sobre as condições de trabalho e seus efeitos sobre o
funcionamento da organização, buscando juntos, modificá-las;
••••Preparação - Seleção dos mecanismos necessários à condução da experiência,
formando a equipe do projeto, estruturando modelos e instrumentos que serão utilizados;
••••Diagnóstico - A coleta das informações sobre a natureza e funcionamento do
sistema técnico e o levantamento do sistema social em termos de satisfação dos colaboradores
sobre as condições de trabalho;
••••Concepção e implantação do projeto - Estabelecimento das prioridades das
informações coletadas e de um cronograma de implantação da mudança relativa a aspectos
passíveis de melhoria (tecnologia, novas formas de organização do trabalho, métodos de
gestão, práticas e políticas de pessoal e ambiente físico);
••••Avaliação e difusão - A avaliação imediata dos projetos é uma tarefa difícil pela
dificuldade de informações confiáveis, porém é extremamente necessária para prosseguir a
implantação das mudanças.
Algumas recomendações são importantes quanto à implantação de programas de
QVT, como: a competência do nível gerencial, o comprometimento da alta administração com
os objetivos do programa, a preparação dos gerentes para as mudanças decorrentes da
implantação programa (FERNANDES, 1996).
Observa-se que um programa de QVT não obterá resultados efetivos se não houver
uma nova filosofia gerencial e sem o apoio da alta administração, considerando que a
qualidade de vida no trabalho é uma responsabilidade de todos os envolvidos na organização
e não apenas de um único setor.
No entanto para a implantação de programas de qualidade de vida no trabalho, é
necessário primeiramente identificar as condições atuais da organização e as necessidades dos
funcionários, por meio de uma pesquisa, para então implantar os programas adequados para a
organização.
Considerando que as pessoas são o fator chave para a diferença na prestação de
serviços e que na maioria das vezes são muito mais valiosas do que a melhor tecnologia é
necessário construir um ambiente favorável às mesmas, buscando assim maximizar os fatores
positivos e/ou minimizar os negativos, visando atender as necessidades e obtendo a satisfação
e a motivação dos servidores e conseqüentemente agregando maior comprometimento com a
organização, bem como melhoria na produtividade e nos aspectos relacionados aos
indicadores da qualidade de vida no trabalho.
62
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO
Este capítulo apresenta o resultado da pesquisa de campo realizada na Prefeitura
Municipal de Itajaí, destacando inicialmente a caracterização da empresa com o objetivo de
diagnosticar os fatores influentes na Qualidade de Vida no Trabalho dos seus servidores,
segundo o modelo de Westley.
Com relação a este capítulo Roesch (2005) enfatiza que toda organização tem uma
história e que sua caracterização é de extrema importância.
3.1 Caracterização da Empresa
Neste item é caracterizado a Prefeitura Municipal de Itajaí com dados extraídos de
livros e documentos da instituição.
3.1.1 Histórico da Prefeitura Municipal de Itajaí
A Prefeitura Municipal de Itajaí esta localizada atualmente na Rua Alberto Werner,
100, Vila Operária. Essa estrutura foi inaugurada em 23 de dezembro de 2004, porém a
mudança para esta nova sede só ocorreu em 01 de agosto de 2005, devido a modificações
realizadas na estrutura. A nova sede da Prefeitura recebeu o nome de “Paço Municipal Itajaí-
Açu” (KINDLEIN, 2005).
Ao longo de sua história a Prefeitura Municipal de Itajaí possuiu cinco sedes
administrativas, antes da atual. A primeira sede instalou-se no município de Itajaí, em 15 de
junho de 1860, em um estabelecimento alugado, ano este que marcou a emancipação política
e administrativa da cidade da tutela do município de Porto Belo (SILVA, 1995).
Sua primeira sede própria ocorreu em 05 de novembro de 1888, no local onde
situava-se também a Câmara de Vereadores e a Comarca de Itajaí como ressalta o mesmo
autor.
Em 22 de outubro de 1925, inaugurou-se uma nova sede da administração municipal,
localizada onde atualmente está instalado o Palácio Marcos Konder, no centro da cidade de
Itajaí. O superintendente da época, Marcos Konder justificou a construção da nova sede, visto
que o edifício onde estava instalada não condizia com o crescente desenvolvimento e
63
progresso da cidade, bem como com as novas exigências da estética urbana da época
(KONDER, 1931).
No ano de 1972 a cidade de Itajaí inaugurou outra sede, localizada na Avenida
Coronel Eugênio Muller (SILVEIRA, s/d). E em 03 de maio de 2002 a Prefeitura mudou-se
para a sede do antigo Fórum, localizado na Avenida Joca Brandão. Sua última mudança foi
para o atual endereço.
3.1.2 Estrutura da Prefeitura Municipal de Itajaí
É importante que as organizações tenham sua estrutura bem definida. Considerando
os autores Muniz e Faria (2001) o organograma é o gráfico que representa a estrutura formal
de uma organização, seus diversos órgãos com suas posições e respectivas interdependências,
via hierárquica, linhas de autoridade, vinculação e subordinação.
O modelo de organograma utilizado pela Prefeitura de Itajaí é o chamado clássico ou
vertical. Considerando os autores Lacombe e Heilborn (2003) este modelo é o mais utilizado.
Seus componentes básicos são os retângulos que representam os órgãos que compõem a
estrutura, e as linhas que representam as principais relações formais existentes na estrutura,
especificamente o fluxo de autoridade.
Atualmente a Prefeitura Municipal de Itajaí, conta com secretarias municipais,
fundações e autarquias. Na figura abaixo visualiza-se o modo como está estruturada essa
instituição, com destaque para onde a pesquisa está sendo coordenada.
Gabinete do
Prefeito
Gabinete da Vice Prefeita Secretarias Fundações Autarquias Centros Procuradoria Regionais Figura 2. Organograma da Prefeitura Municipal de Itajaí Fonte: Fornecido pela Prefeitura e adaptado pela acadêmica
O organograma da Prefeitura pode ser ramificado em mais níveis hierárquicos,
abrindo o terceiro nível apresentado no mesmo. No organograma estão apresentados à
64
descrição das funções de responsabilidade de cada secretaria, fundação, autarquia,
coordenação regional e procuradoria.
As informações foram obtidas por meio da Diretora do Departamento de Preparo e
Encaminhamento de Expediente do Gabinete do Prefeito, de consulta nas Leis
Complementares e de observações realizadas em algumas secretarias e departamentos.
••••Coordenadoria da Moralidade Administrativa - Possui como função básica a de
orientar, de fiscalizar e de controlar as contas públicas, alicerçado na realização de auditorias,
avaliação dos atos e gestão dos administradores municipais; analisar e encaminhar as
solicitações, sugestões, críticas e reclamações recebidas pela ouvidoria, ao órgão competente
para providências cabíveis, tendo por objetivo assegurar qualidade, agilidade, presteza,
satisfação, respeito e atenção integral ao cidadão, na qualidade de um ser humano portador de
direitos.
••••Gabinete do Prefeito - Ao Gabinete compete assistir ao Prefeito nas funções
político-administrativas; preparar e encaminhar os expedientes; coordenar o atendimento aos
munícipes, entidades e associação de classe, encaminhando-os aos órgãos competentes da
Prefeitura, quando necessário para atendimento ou solução de consultas ou reivindicações;
registrar e controlar as audiências públicas do Prefeito; mantê-lo informado sobre o noticiário
de interesse da Municipalidade.
••••Gabinete do Vice Prefeito – Compete ao Gabinete do Vice Prefeito atribuições
expressamente delegadas pelo Chefe do Poder Executivo, como também substituir o Prefeito
e suas atribuições quando necessário.
••••Procuradoria Geral - Representar o Município nos feitos em que lhe seja autor,
réu, oponente ou assistente; receber citações; emitir pareceres sobre questões jurídicas,
minutas de contratos e outros atos jurídicos; orientar e preparar processos administrativos;
promover as desapropriações amigáveis e judiciais; prestar assessoramento jurídico ao
Prefeito e aos demais órgãos da Prefeitura.
••••Secretaria da Criança e do Adolescente - Responder por todas as políticas de
promoção e desenvolvimento de defesa dos direitos da criança e adolescente no Município de
Itajaí, bem como manter articulação com as instituições representativas da comunidade,
promover ou coordenar convênios com órgãos públicos ou entidades civis para a execução de
planos, programas e fiscalização do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.
••••Secretaria de Agricultura - A Secretaria de Agricultura tem a finalidade de
responder por todas as políticas de desenvolvimento da agricultura e apoio ao trabalhador
rural.
65
••••Secretaria de Assistência Social - Responde por todas as políticas de
desenvolvimento, na área de assistência social, visando orientar e proteger o cidadão e sua
família.
••••Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda - Tem por
finalidade responder por todas as políticas de desenvolvimento econômico, geração de
emprego e renda e qualificação profissional no âmbito do município de Itajaí.
••••Secretaria de Educação - Executar as atividades relativas à educação entrosar-se
com o Ministério da Educação e com a Secretaria de Educação do Estado, para a execução de
programas educacionais; coordenar as ações dos corpos docente e discente, traçando em
conjunto com estes as normas para a supervisão, execução do planejamento e serviços,
instalando e mantendo os estabelecimentos de ensino, dotando-os de infra-estrutura adequada
e atendendo os programas.
••••Secretaria de Gestão de Pessoal - Tem por finalidade responder por todas as
políticas de gestão de pessoal e de conhecimento, no âmbito de todos os órgãos e unidades
administrativas da Prefeitura. Deve ainda gerir a capacitação e a inovação profissional dos
servidores públicos, através do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes
específicas da Administração Pública, visando a excelência na prestação de serviços, o
atendimento aos munícipes e estimulando o exercício da cidadania.
••••Secretaria de Governo, Planejamento, Orçamento e Gestão - Tem por finalidade
responder por todas as políticas de articulação dos diversos órgãos e unidades do governo,
pela programação e execução orçamentária; pelos processos licitatórios das compras e
contratos firmados pelo Município, pela gestão patrimonial, pela logística de governo e pela
execução financeira no âmbito de todos os órgãos e unidades administrativas da Prefeitura;
realizar estudos e pesquisas para o planejamento das atividades do governo; elaborar e manter
atualizado o sistema estatístico; coordenar a apuração dos custos dos serviços e obras
municipais; realizar inspeções nos órgãos municipais, para assegurar o cumprimento das
normas de serviço; estudar e propor medidas que visem à racionalização dos métodos de
trabalho nos órgãos da Prefeitura.
••••Secretaria de Habitação de Interesse Social e Regularização Fundiária - Tem
por finalidade de responder por todas as políticas na área de habitação de interesse social e
regularização fundiária no município de Itajaí.
••••Secretaria de Obras e Serviços Municipais - Tem por finalidade executar os
serviços de implantação e urbanização municipais; executar as atividades relativas à limpeza
urbana; administrar os cemitérios municipais; promover os serviços de drenagem e
66
pavimentação; conservação e manutenção de vias de rodagem e obras de arte do município,
executar os serviços de manutenção de parques, praças, jardins públicos e arborização.
••••Secretaria de Participação e Comunicação Social - Responde por todas as
políticas de participação social, assessoria de imprensa e comunicação social no âmbito de
todos os órgãos e unidades da Prefeitura, assim como as demais atribuições afins.
••••Secretaria de Pesca - Tem por finalidade responder por todas as políticas que
visem o desenvolvimento e o fomento da pesca industrial, artesanal e amadora e da produção
aqüícola no Município de Itajaí.
••••Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano: -Tem por finalidade de
elaborar o Plano Diretor do Município, bem como o planejamento, a aprovação e fiscalização
referente às obras públicas e loteamentos, aprovação e fiscalização para a instalação de
estabelecimentos particulares destinados a atividades secundárias ou terciárias e a estética
urbana; fiscalizar o cumprimento do Código de Posturas do Município; executar serviços de
topografia e desenho; manter atualizada a planta cadastral do Município.
••••Secretaria de Receita Municipal - Responde por toda política tributária municipal,
com a finalidade de coordenar e gerir as ações relativas ao lançamento, arrecadação,
fiscalização e cobranças de receitas no âmbito da administração direta municipal, de todas as
transferências recebidas por determinação constitucional, assim como as demais atribuições
afins.
••••Secretaria de Saúde - A mesma cabe manter os serviços de assistência médico-
odontológica do Município; atuar como órgão normativo em saúde pública, dentro de sua
competência legal; fiscalizar o cumprimento das posturas referentes ao poder de polícia de
higiene pública; proceder à inspeção de saúde dos servidores municipais, para efeitos de
admissão, licença, aposentadoria e outros fins legais; coordenar e administrar o Fundo
Municipal de Saúde.
••••Secretaria de Segurança Comunitária e Trânsito - Planeja e operacionaliza as
políticas de segurança no âmbito do Município de Itajaí, com vistas à redução da violência e
da criminalidade; coordena as atividades da guarda municipal; desenvolve projetos voltados à
segurança e às políticas de trânsito; formula e aplica, diretamente ou em colaboração com
órgãos municipais, métodos preventivos para reduzir a violência.
Fundações: As fundações possuem autonomia administrativa, financeira e
disciplinar são dirigidas por superintendentes, com exceção da Univali que possui um Reitor
como seu dirigente, e são em número de 07, sendo elas:
67
•Cultural de Itajaí (FCI) – Tem por objetivos incentivar, difundir e promover a
prática e o desenvolvimento da atividade cultura e artística no município; conservar,
administrar e zelar pelo patrimônio cultural e artístico; manter e administrar os seguintes
órgãos: Casa da Cultura Dide Brandão; Centro de Cultura Popular (Mercado Público); outros
órgãos que vierem a ser criados; promover e patrocinar pesquisas; receber e conceder bolsas
de estudos; instituir e administrar, juntamente com o Conselho Municipal do Patrimônio
Cultural de Itajaí, o tombamento arquitetônico, artístico, histórico e paisagístico.
••••Educação Profissional e Administração Pública de Itajaí (FEAPI) – Tem a
finalidade de promover, planejar e executar a formação, o aperfeiçoamento e a capacitação de
servidores públicos, e a execução de programas de educação profissional, voltados para
jovens e adultos.
••••Genésio Miranda Lins (FGML) – As atribuições da Fundação Genésio Miranda
Lins, dizem respeito à criação e manutenção de arquivos, museus históricos e centros de
documentação.
••••Itajaiense de Turismo (FITUR) - Tem por objetivos incentivar, difundir e
promover a prática e o desenvolvimento da atividade turística do município; zelar pelo
patrimônio cultural, paisagístico e turístico, manter e zelar o parque Itajaí-Tur; os Postos de
Informações Turísticas e outros que vierem a ser criados; implementar ações que visem ao
permanente controle da qualidade dos bens e serviços turísticos; promover medidas
específicas para o desenvolvimento de recursos humano para o setor; elaborar,
sistematicamente, pesquisas sobre oferta e demanda turística, e analisando fatores de
oscilação de mercado; fomentar o intercâmbio permanente com outras cidades e exterior.
••••Municipal de Esportes (FME) – Estimular o esporte amador em todos os níveis,
fornecendo material, instalações e recursos humanos, a fim de desenvolver a prática e a
habitualidade pelo desporto.
••••Municipal do Meio Ambiente (FAMAI) - Executar a política ambiental do
Município de Itajaí; articular-se com organismos municipais, estaduais, internacionais e
privado, visando recursos financeiros e tecnológicos para o desenvolvimento de programas de
proteção ao meio ambiente; assessorar a preservação, a recuperação e a exploração racional
dos recursos naturais do Município; promover campanhas educacionais e de treinamento,
destinadas a despertar a consciência ambiental da população para com os problemas de
preservação e proteção ambiental; fiscalizar todas as formas de agressão ao meio ambiente
natural, autuando e aplicando as punições que a legislação ambiental dispõe para cada caso de
68
agressão, poluição, caça e pesca predatória; controlar os padrões de qualidade ambiental
relativos à poluição atmosférica, hídrica, acústica
••••Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) - Pessoa jurídica de direito privado,
instituída pelo Poder Público Municipal, com sede e foro no Município de Itajaí-SC, regida
pelas legislações federal, estadual e municipal aplicáveis. É finalidade da Fundação
Universidade do Vale do Itajaí manter, através de unidades próprias, o ensino, a pesquisa, a
extensão e a prestação de serviços em todos os níveis e por todas as formas ao seu alcance. A
Fundação Universidade do Vale do Itajaí goza de autonomia administrativa, financeira e
disciplinar e, a Universidade do Vale do Itajaí goza de autonomia didática-científica e
disciplinar, nos termos da legislação federal e estadual pertinente.
Coordenação Regional de Atendimento ao Cidadão: Intermedeia as relações entre
a autoridade municipal e a população da região da coordenação. As regiões que possuem as
coordenações regionais são: Cordeiros; Fazenda e Praia Brava; Itaipava e São Vicente.
Autarquias: As autarquias possuem autonomias administrativas, operacionais,
financeiras e patrimoniais e também são dirigidas por superintendentes. São autarquias no
Município:
••••Instituto de Previdência de Itajaí (IPI) – Tem como função principal a
organização e julgamento dos pedidos de aposentadoria dos servidores efetivos da Prefeitura.
••••Porto de Itajaí - Tem como missão: regular, fiscalizar, controlar, promover a
expansão das atividades portuárias e prestação de serviços de sua competência, entre
os quais os encargos de fiel depositário dos bens e mercadorias sob sua guarda e
manter as áreas de uso comum, entre as quais o acesso aquaviário ao Porto.
••••Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infra-Estrutura (SEMASA) -
Coordenar o planejamento, executar, operar e explorar serviços públicos de esgotos e
abastecimento de água potável, bem como realizar obras de saneamento básico e prestar
serviços de infra-estrutura, em convênio com municípios da região da foz do rio Itajaí-Açú;
exercer quaisquer outras atividades relacionadas com os sistemas públicos de abastecimento
de água, de esgotos e de infra-estrutura, compatíveis com leis gerais e especiais.
3.1.2.1 Quadro Funcional
A Prefeitura de Itajaí possuía em maio de 2008 um quadro funcional de 6.190
servidores, conforme apresentado no quadro nº 17.
69
Vínculo Quantidade Vínculo Quantidade Efetivo 3.018 Efetivo/Comissionado 192 Contratado 1.473 Aposentado 535 Comissionado 450 Pensionista 174 Celetista 348
Quadro 17. Quadro Funcional da Prefeitura de Itajaí Fonte: Secretaria de Gestão Pessoal
3.1.3 Serviços Terceirizados
A Prefeitura Municipal de Itajaí conta com colaboradores terceirizados, para os
seguintes serviços: manutenção em elevadores, condicionadores de ar, centrais telefônicas;
serviço de limpeza e elétrica; construtoras; telefonia fixa e móvel e segurança patrimonial.
3.1.4 Principais Fornecedores
Por se tratar de um órgão público, todas as aquisições da Prefeitura com relação a
materiais de expediente, higiene e limpeza, elétricos, hidráulicos, produtos alimentícios,
escolares, devem ser adquiridos por meio de processo licitatório – registro de preços,
anualmente. Desse modo são inúmeros os fornecedores da Prefeitura, os quais estão
localizados na cidade de Itajaí e no Alto Vale do Itajaí, na cidade de São Paulo e nos estados
do Rio Grande do Sul e Paraná, dificultando documentá-los no estudo.
3.2 Resultado da Pesquisa
Este item apresenta o resultado da pesquisa aplicada visando diagnosticar os fatores
que interferem na qualidade de vida do trabalho dos servidores da Prefeitura Municipal de
Itajaí, atendendo aos objetivos específicos do estudo, que foram: identificar a percepção da
Instituição em relação à qualidade de vida no trabalho; verificar as condições de trabalho;
levantar o perfil socioeconômico dos colaboradores; identificar os indicadores econômicos,
políticos, psicológicos e sociológicos, na percepção dos servidores; relacionar fatores que
interferem na qualidade de vida no trabalho; relacionar os resultados da pesquisa com o perfil
dos servidores e por fim apresentar sugestões de melhoria com base nos resultados da
pesquisa.
70
3.2.1 – Identificação da percepção da Instituição em relação à Qualidade de
Vida no Trabalho e as condições de trabalho
Visando atender ao objetivo de identificar a percepção da Instituição em relação à
qualidade de vida no trabalho e as condições de trabalho, foi realizada uma entrevista semi-
estruturada com a consultora técnica da Secretaria de Gestão de Pessoal. O referencial teórico
para a elaboração do instrumento de pesquisa teve como base os autores Celinski (1995), Luz
(2003), Prado e Souza (2002) enfatizando as categorias de análise do modelo de Qualidade de
Vida no Trabalho de Westley, segundo Fernandes (1996), destacadas no quadro nº 14.
O quadro 18 abaixo apresenta as respostas relacionadas à percepção da Instituição
em relação à qualidade de vida no trabalho.
QVT RESPOSTA DA ENTREVISTADA
Qual a visão da Instituição sobre a qualidade de vida no trabalho?
A visão do futuro de nossa Instituição define o posicionamento em relação aos resultados esperados, sendo que a qualidade de vida configura como fator de extrema importância e caracteriza a preocupação com nossos colaboradores.
Qual a importância da qualidade de vida no trabalho na Instituição?
È de muita importância, pois o bem-estar dos membros de uma organização também poderá ser constituído como conjunto de valores compartilhados pela instituição e seus colaboradores, que são fundamentais ao êxito das atividades desenvolvidas.
O nível de qualidade de vida na Instituição faz com que ela seja considerada um bom lugar para se
trabalhar? Há estatísticas a respeito? O que dizem? Quantas foram feitas?
Sim, foi aplicada uma pesquisa de clima organizacional que avaliou o ambiente de trabalho e que foram identificados resultados positivos.
Quais as principais características das políticas de recursos humanos da Instituição no tocante à
qualidade de vida no trabalho?
Ocorreram diversos progressos na atual gestão, buscando a motivação e a atualização dos conhecimentos dos servidores, sendo que a nossa Secretaria em parceria com a FEAPI (Fundação de Educação Profissional e Administração Pública) promoveu diversos cursos de capacitação, como também Ginástica Laboral, Remo Clássico, DO-IN, Dança de Salão.
Quadro 18. A qualidade de vida no trabalho na percepção da Instituição Fonte: Dados Primários Com base na resposta da entrevistada observa-se que a Instituição preocupa-se com a
qualidade de vida de seus servidores, realizando pesquisas sobre o clima organizacional,
buscando a motivação dos servidores, bem como a atualização de seus conhecimentos,
promovendo cursos de capacitação e implantando programas de integração.
O quadro nº 19, diz respeito às respostas referente aos indicadores econômicos do
modelo de qualidade de vida de Westley.
71
INDICADORES ECONÔMICOS RESPOSTA DA ENTREVISTADA Verifica-se periodicamente a relação entre os
salários internos e os do mercado? Efetuam-se ajustes na estrutura de salários, levando-se em
consideração os dados do mercado?
Sim, houve a implantação do plano de cargos e carreiras este ano, sendo que ocorreu análise de valores salariais praticados em outras instituições e também ocorreram anualmente reajustes dos salários.
A Instituição oferece benefícios aos servidores?
Quais?
São oferecidos diversos benefícios aos servidores amparados pelo Estatuto (lei 2960) e também ocorreram inovações como o cartão Personal Card que beneficia diversos servidores.
A Instituição proporciona as condições de trabalho necessárias (iluminação, móveis, climatização,
layout das salas) para um bom desempenho dos servidores? Há um controle de ruído, iluminação, temperatura, aeração? Quem faz? O Que revela?
A organização gradativamente modificou algumas de suas estruturas como móveis, ar condicionado, iluminação entre outras, propiciando o bem-estar dos colaboradores, porém controles não são feitos rotineiramente.
O fator político interfere no desempenho dos
servidores? De que forma?
A política esta presente na vida de todo cidadão sendo que envolve princípios que orientam a atitude administrativa de um governo sempre propiciando o melhor para a sociedade.
Quadro 19. Indicadores Econômicos na percepção da Instituição Fonte: Dados Primários
Considerando a resposta da entrevistada, percebe-se que a Instituição tem procurado
atender às necessidades dos servidores no que diz respeito aos fatores econômicos, no entanto
ainda existem aspectos a serem melhorados, como averiguar e controlar constantemente as
condições de trabalho necessárias para um bom desempenho, ou seja, a iluminação, a
climatização, a mobília, os ruídos, etc.
O quadro nº 20, a seguir, apresenta as respostas da Instituição referentes aos
indicadores políticos do modelo de qualidade de vida de Westley.
INDICADORES POLÍTICOS RESPOSTA DA ENTREVISTADA São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais? Qual a freqüência
dos exames periódicos?
A Junta Médica Oficial do município faz avaliação dos servidores que ingressam no serviço público, porém exames periódicos não estão sendo aplicados.
Com que freqüência é realizada a limpeza das instalações? Quem é o responsável? Que tipo
de inspeção é feita para averiguar as condições de higiene e segurança existente?
A limpeza é realizada no período matutino e vespertino, pelos profissionais que são responsáveis pela higiene do ambiente, que nesse caso é uma empresa terceirizada.
Como é a relação do sindicato com os servidores? O sindicato interfere na
administração dos servidores? Como?
A relação do sindicato com a administração é harmônica sempre buscando melhorias para o servidor, porém atualmente pouco tem realizado.
Os servidores recebem feedback´s do seu desempenho na Instituição? De que forma? Quem é responsável em passar o feedback?
Os servidores quando ingressam no serviço público são avaliados no Estágio Probatório durante 2 anos e no 3º ano passam pela avaliação para adquirirem a estabilidade. As comissões das Secretarias participam do processo e são responsáveis pela interação com os servidores. As avaliações são encaminhadas para a Secretaria de Gestão Pessoal para verificação do Comitê e após os resultados obtidos são enviadas para as secretarias de origem.
Os servidores têm liberdade para expressarem o que pensam? De que forma? Quem meios à
administração utiliza para saber o que os servidores pensam a respeito da Instituição?
Existe algum sistema de atendimento às reclamações dos servidores?
A Secretaria de Gestão de Pessoal esta sempre de portas abertas para atender os servidores, ela incluiu em seu quadro duas psicólogas para acolher os sentimentos resultantes das interações de trabalho dos servidores; a atual administração também disponibilizou uma ouvidoria para receber os relatos externos e que pode ser utilizado inclusive pelo público interno.
72
A Instituição possui um plano de cargos e salários? Quais as suas características básicas?
O cargo é valorizado no plano? O conteúdo dos cargos são continuadamente atualizados?
Como os cargos são avaliados?
Sim, esse ano foi instituído o plano com a valorização das carreiras dos servidores por meio das leis complementares 130, 131, 132 e 133. O plano de cargos e carreiras foi uma grande conquista, sendo que o servidor terá possibilidade de progredir na carreira de maneira horizontal e até vertical nos casos do grupo de especialistas e procuradores.
A Instituição está ciente das dificuldades que os servidores encontram em seu dia-a-dia? Os servidores possuem fácil acesso à chefia? Qual
o meio utilizado?
Todas as Instituições têm dificuldades, porém as secretarias da Prefeitura estão de portas abertas para atender aos seus colaboradores; as relações estabelecidas em cada ambiente por vezes facilitam ou dificultam esse acesso.
Quadro 20. Indicadores Políticos na percepção da Instituição Fonte: Dados Primários
Com relação aos fatores políticos, verifica-se que há necessidade de melhorias em
relação à realização de exames periódicos dos servidores, visando prevenir possíveis doenças
ocupacionais e com relação à participação efetiva do sindicato, buscando aprimorar os direitos
dos servidores, bem como fiscalizar o cumprimento de suas obrigações.
Nota-se também que a Instituição buscou valorizar os servidores, implantando um
plano de cargos e carreiras, permitindo o crescimento dos servidores; também ampliou os
meios de comunicação dos servidores com a Instituição, por meio da inclusão de duas
psicólogas no seu quadro funcional, bem como a criação de uma ouvidoria, que além de
atender ao público externo é um canal para o público interno.
A seguir é apresentado o quadro nº 21 que apresenta os indicadores psicológicos do
modelo de qualidade de vida de Westley.
INDICADORES PSICOLÓGICOS RESPOSTA DA ENTREVISTADA A Instituição estimula os serviços na busca de desafios que contribuam para o crescimento
profissional e a produtividade?
A implantação do plano de cargos e carreiras é um instrumento que veio a incentivar a busca do conhecimento e o fortalecimento das carreiras.
Há alguma avaliação do desenvolvimento pessoal dos servidores? Como funciona? Em que
freqüência?
Ocorrerá a avaliação de desempenho que necessita de regulamentação por parte do Prefeito, conforme previsto na Lei Complementar 130/08.
A Instituição aceita as idéias propostas pelos servidores? Como a Instituição avalia e aproveita
essas idéias?
As idéias são expostas de diversas maneiras como em reuniões e até em conversas informais.
Os servidores realizam auto-avaliação? Com que freqüência?
A auto-avaliação é feita nas avaliações do estágio probatório que são efetuadas de 6 em 6 meses, totalizando 4.
O volume de trabalho do dia-a-dia dos servidores permite que eles desenvolvam as tarefas com
qualidade? De que forma é avaliada pela Instituição?
A avaliação dos trabalhos é realizada pela chefia responsável, que ao verificar a possibilidade de acúmulos de trabalho no setor, realiza formas de resolução.
Os servidores conhecem as atribuições de suas funções? Existe um manual de descrição das funções? Esse manual é avaliado e atualizado
continuadamente? Quem é o responsável por essa tarefa?
A lei estabelece as funções de cada servidor. No plano de cargos e carreiras existe a descrição dos cargos. A avaliação e atualização é realizada conforme a demanda, ficando a Secretaria de Gestão de Pessoal e a Procuradoria Geral do Município responsáveis pela tarefa.
Quadro 21. Indicadores Psicológicos na percepção da Instituição Fonte: Dados Primários
73
Observa-se nas respostas da entrevistada que a Instituição tem atendido as
necessidades dos fatores psicológicos que interferem na qualidade de vida dos seus
servidores, segundo o modelo estudado.
O quadro nº 22 que apresenta os indicadores sociológicos do modelo de qualidade de
vida de Westley.
INDICADORES SOCIOLÓGICOS RESPOSTA DA ENTREVISTADA Existe alguma participação dos servidores nas
tomadas de decisões? Em quais situações? Como é essa participação?
Os servidores têm participação nos processos e opinam dentro de suas Secretarias.
Os servidores são consultados sobre as mudanças que devem ser feitas em suas áreas de trabalho?
Como é feito essa consulta?
As consultas são feitas através das reuniões.
A organização proporciona que os servidores tenham autonomia na execução de suas funções?
De que maneira? Há algum resultado?
Os servidores desempenham suas funções com autonomia, existe liberdade na execução das tarefas, apenas existe o controle das chefias.
A Instituição incentiva à união e o espírito de equipe entre os servidores?
Em nossa Secretaria realizamos um trabalho para resgatar a identidade profissional do servidor onde várias ações contribuem para a reflexão de temas como: cooperação, equipe, autonomia, relações interpessoais e grupais, etc.
Os servidores assumem os erros cometidos? Como a Instituição reage aos erros? É realizado
treinamento para precaver situações desse tipo?
Em todas as Instituições ocorrem erros e de acordo com o perfil de cada um existe os que assumem e outros não, a Instituição tenta corrigir e se houver necessidade são oferecidos cursos pela FEAPI.
Os servidores assumem responsabilidade no desempenho de suas funções? Qual o grau dessa
responsabilidade?
Existem servidores com maior grau de comprometimento com suas funções e outros não, sendo que uns com maiores responsabilidades e outros menos.
Quadro 22. Indicadores Sociológicos na percepção da Instituição Fonte: Dados Primários
Com relação aos fatores sociológicos, percebe-se que a Instituição atende as
necessidades. No entanto cabe ressaltar quanto ao incentivo à união e o espírito de equipe,
que a atitude de ações de reflexão sobre o tema, são executadas pela Secretaria de Gestão de
Pessoal, não expandindo para as outras secretarias, sendo, portanto uma oportunidade de
implantação em toda a Instituição.
3.2.2 – Pesquisa com os servidores
Neste item é apresentado o resultado da pesquisa aplicado com 179 servidores, que
representam uma amostra dos colaboradores da Prefeitura Municipal de Itajaí, para
identificação do perfil socioeconômico e dos indicadores econômicos, políticos, psicológicos
e sociológicos, do modelo de qualidade de vida de Westley.
74
3.2.2.1 – Identificação do perfil dos servidores
Visando melhorar a análise e a interpretação dos resultados, foi aplicado um
questionário para identificar o perfil dos servidores da Prefeitura Municipal de Itajaí, onde os
mesmos responderam questões relacionadas a dados pessoais, família, habitação, educação,
trabalho, transporte, saúde, lazer e atividades sociais e culturais, para então relacioná-los com
suas percepções referentes aos fatores do modelo de qualidade de vida no trabalho, utilizado.
O referencial teórico para a elaboração do instrumento de pesquisa teve como base o
autor Luz (2003).
A tabela 01 apresenta o perfil dos servidores da Instituição objeto desse estudo.
Dados Pessoais 1.1 Sexo
Freqüência Percentual Masculino 105 58,66% Feminino 74 41,34%
1.2 Idade: Até 25 anos 37 20,67% 26 a 30 anos 40 22,35% 31 a 35 anos 22 12,29% Acima de 35 anos 79 44,13% Não respondeu 01 0,56%
1.3 Estado Civil Solteiro 70 39,11% Casado 79 44,13% Divorciado 11 6,15% Viúvo 03 1,68% Amasiado 14 7,82% Não respondeu 02 1,12%
Tabela 01 – Dados Pessoais Fonte: Dados Primários
O resultado da pesquisa aponta que a maior parte dos pesquisados é do sexo
masculino, totalizando um percentual de 58,66. Desse modo, parte-se da hipótese que na
instituição não há preconceito na admissão, visto que os mesmos geralmente entram por
concurso.
Com relação à faixa etária percebe-se que a predominância é de servidores acima de
35 anos, sendo 44,13% da amostra pesquisada, ou seja, as pessoas mais jovens não se
interessam tanto pelo serviço público, nem tanto procuram a estabilidade que o mesmo
oferece. Conseqüentemente a predominância é de servidores casados (44,13%) ou com
família estabelecida.
75
A tabela nº 02 apresenta o resultado da pesquisa com relação à família dos
servidores.
Família 2.1 Você reside
Freqüência Percentual Sozinho 22 12,29% Com os pais 44 24,58% Cônjuge 92 51,40% Outros 19 10,61% Não respondeu 02 1,12%
2.2 Possui filhos Sim 85 47,49% Não 93 51,96% Não respondeu 01 0,56%
2.3 Quando está no trabalho, com quem ficam seus filhos menores (caso possua)? Com meus pais 08 9,30% Na creche pública 15 17,44% Na creche particular 04 4,65% Empregada 03 3,49% Com filho mais velho 07 8,14% Com o cônjuge 03 3,49% Não possuo filhos menores 32 37,21% Não respondeu 14 16,28%
2.4 Qual a renda familiar total Até R$ 500,00 04 2,23% De R$ 501,00 a R$ 1.000,00 04 2,23% De R$ 1.001,00 a R$ 1.500,00 20 11,17% De R$ 1.501,00 a R$ 2.000,00 24 13,41% De R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00 45 25,14% De R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00 33 18,44% De R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 19 10,61% Acima de R$ 5.001,00 24 13,41% Não respondeu 06 3,35%
Tabela 02 – Família Fonte: Dados Primários
Com relação à família, percebe-se que dos servidores solteiros mais da metade reside
com os pais, e isso corresponde a 62,86% da população solteira.
Verificou-se também que 51,96% não possuem filhos. Assim pode-se dizer que a
maior parte dos servidores possui despesas menores. Entre os que possuem filhos menores
17,44% os deixam em creche pública, durante o trabalho, possivelmente devido à renda
familiar que predomina de R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00, representando 25,14%.
A tabela nº 03 traz informações quanto à Habitação dos pesquisados.
76
Habitação 3.1 Reside em
Freqüência Percentual Casa Própria 119 66,48% Casa Alugada 19 10,61% Apartamento 32 17,88% Outros 07 3,91% Não respondeu 02 1,12%
3.2 Qual o tipo de construção de sua residência Alvenaria 159 88,83% Madeira 06 3,35% Mista 11 6,15% Não respondeu 03 1,68%
3.3 Quantos cômodos têm sua residência De 1 a 3 cômodos 31 17,32% De 4 a 7 cômodos 103 57,54% De 8 a 10 cômodos 42 23,46% Mais de 10 cômodos 02 1,12% Não respondeu 01 0,56%
3.4 Cidade em que reside Itajaí 156 87,15% Navegantes 04 2,23% Balneário Camboriú 14 7,82% Outras 05 2,79%
Tabela 03 – Habitação Fonte: Dados Primários
Como mostra o resultado da pesquisa, verifica-se uma certa estabilidade econômica
dos servidores, uma vez que 66,48% dos pesquisados possuem casa própria. No entanto cabe
salientar que 10,61% residem em casa alugada, e por algum motivo pode sentir-se
pressionados pelas dificuldades do cotidiano, e conseqüentemente interferir na sua qualidade
de vida.
Dentre as residências 88,83% são de alvenaria; 57,54% possuem de 4 a 7 cômodos,
confirmando assim a estabilidade. Outro dado importante é que 87,15% dos servidores
residem em Itajaí, possivelmente por tratar-se de um serviço onde às pessoas ingressam por
meio de concurso público na maioria das vezes.
Os dados com relação à educação são apresentados na tabela nº 04.
Educação 4.1 Qual seu grau de instrução
Freqüência Percentual 1º grau incompleto 06 3,35% 1º grau completo 01 0,56% 2º grau incompleto 23 12,85% 2º grau completo 04 2,23% 3º grau incompleto 88 49,16% 3º grau completo 57 31,84%
77
4.2 Você ainda está estudando Sim 80 44,69% Não 98 54,75% Não respondeu 01 0,56%
4.3 Porque razão não está estudando (caso sua resposta foi não na questão anterior) Horário de Trabalho 32 32,32% Idade 03 3,03% Salário 24 24,24% Não tenho interesse 28 28,28% Não respondeu 12 12,12%
4.4 Você gostaria de voltar a estudar Sim 66 66,67% Não 29 29,29% Não respondeu 04 4,04%
4.5 Qual o meio que você mais utiliza para se manter atualizado Jornal 14 7,82% Revista 01 0,56% Internet 153 85,47% TV 09 5,03% Rádio 01 0,56% Outras pessoas 00 0,00% Não tenho me mantido informado 01 0,56%
Tabela 04 – Educação Fonte: Dados Primários
O resultado da pesquisa observado na tabela nº 04, mostra que 49,16% dos
servidores pesquisados possuem o 3º grau incompleto e que 44,69% continuam estudando,
demonstrando assim um grande interesse dos servidores em buscar e aprimorar o
conhecimento, mesmo com uma estabilidade garantida, não se tornam acomodados.
A razão de 54,75% dos pesquisados não estar estudando divide-se em alguns fatores,
sendo os principais o horário de trabalho (32,32%); o salário (24,24%) e por não terem
interesse (28,28%), sendo que 66,67% gostariam de voltar a estudar, servindo de alerta para a
Instituição proporcionar condições diferenciadas para estes servidores.
Quanto ao meio para se manter informado, a predominância é a internet, que
representa 85,47%, enfatizando o crescimento cada vez maior de utilização de meios
tecnológicos para o desenvolvimento.
A seguir, teremos a tabela com informações sobre o trabalho.
Trabalho 5.1 Qual seu tempo na Instituição
Freqüência Percentual Até 5 anos 120 67,04% De 6 a 10 anos 18 10,06% De 11 a 15 anos 10 5,59% De 16 a 20 anos 15 8,38% De 21 a 25 anos 04 2,23%
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Mais de 25 anos 05 2,79% Não respondeu 07 3,91%
5.2 É o seu primeiro emprego Sim 17 9,50% Não 160 89,39% Não respondeu 02 1,12%
5.3 Qual o seu vínculo empregatício Efetivo 78 43,58% Contratado 14 7,82% Comissionado 79 44,13% Efetivo/comissionado 07 3,91% Não respondeu 01 0,56%
5.4 Fora da Instituição você possui outra atividade remunerada Sim 39 21,79% Não 139 77,65% Não respondeu 01 0,56%
Tabela 05 – Trabalho Fonte: Dados Primários
Com relação ao trabalho, observa-se que a predominância é de servidores com até 5
anos de casa, sendo 67,04%, ou seja, a maior parte são servidores com menor experiência e
conhecimento da instituição, podendo interferir no resultado da pesquisa.
Os servidores dividem-se na sua maioria em efetivos (43,58%) e comissionados
(44,13%). Percebe-se com este dado, que há um grande número de servidores vinculados a
um cargo de confiança, ou seja, político.
Somente 9,50% dos entrevistados estão no seu primeiro emprego, e 89,39% tiveram
outro emprego anteriormente, confirmando a estatística de servidores com maior idade.
Verificou-se também que apenas 21,79% possuem outra atividade remunerada, ou
seja, uma população pequena talvez necessite de uma renda extra para obter uma melhor
qualidade de vida.
O meio de transporte utilizado para se locomover até o trabalho é apresentado na
tabela n° 06.
Transporte 1. Qual o meio de transporte utilizado para ir ao trabalho
Freqüência Percentual Carro 92 51,40% Ônibus 38 21,23% Moto 24 13,41% Bicicleta 02 1,12% Carona 03 1,68% A pé 18 10,06% Não respondeu 02 1,12%
2. Quanto tempo você leva para chegar ao trabalho Até 10 minutos 65 36,31%
79
De 11 a 20 minutos 71 39,66% De 21 a 30 minutos 27 15,08% Mais de 30 minutos 09 5,03% Não respondeu 07 3,91%
Tabela 06 – Transporte Fonte: Dados Primários
Quanto ao meio de transporte utilizado para se locomover ao trabalho, verificou-se
que 51,40% utilizam carro e que o tempo de deslocamento médio é de até 10 minutos, para
36,31% e de 11 a 20 minutos para 39,66% dos pesquisados. Justificado pelo fato da
população pesquisada residir parcialmente próximo ao local de trabalho.
Na tabela abaixo, visualizam-se as respostas relacionadas à saúde.
Saúde 7.1 Sua família possui algum tipo de assistência médica particular
Freqüência Percentual Sim 87 48,60% Não 87 48,60% Não respondeu 05 2,79%
7.2 Você já sofreu algum acidente de trabalho nessa Instituição Sim 04 2,23% Não 174 97,21% Não respondeu 01 0,56%
7.3 Próximo de sua residência existe algum hospital ou posto de saúde Sim 158 88,27% Não 21 11,73%
Tabela 07 – Saúde Fonte: Dados Primários
Quanto à questão saúde, percebeu-se que 48,60% dos servidores possuem um plano
de assistência médica particular, sendo que o mesmo percentual não possui e 2,79% não
responderam a essa questão, sendo uma oportunidade para a Instituição investir em um plano
de saúde para os servidores, proporcionando assim melhoria nessa área.
Um dado interessante é que acidente de trabalho na Instituição pesquisada é um
problema raro, sendo que apenas 2,23% já sofreram acidente de trabalho e 97,21% não,
possivelmente esta estatística deve-se ao fato de a instituição prestar serviços à comunidade,
sem utilização de equipamentos que possam prejudicar o servidor.
Outro dado que se destaca é que 88,27% dos pesquisados residem próximo a um
Posto de Saúde ou Hospital, facilitando o acesso sempre que necessário.
Na tabela nº 08, estão às informações quanto ao lazer nas atividades esportivas.
80
Lazer - Esporte 8.1 Você pratica seu esporte favorito
Freqüência Percentual Sim 66 36,87% Não 106 59,22% Não respondeu 07 3,91%
8.2 Qual seu esporte favorito Futebol 53 29,61% Voleibol 30 16,76% Basquetebol 04 2,23% Natação 25 13,97% Tênis 02 1,12% Outros 47 26,26% Não respondeu 18 10,06%
Tabela 08 – Lazer - Esporte Fonte: Dados Primários
Pode-se observar que a maior parte dos servidores pesquisados não pratica o esporte
favorito, representando 59,22%. Podendo o motivo ser justificado por possuírem na sua
maioria família, tendo menos tempo para dedicar-se a esse tipo de lazer. Dentre aqueles que
praticam a preferência é de 29,61% pelo futebol, confirmando a informação de predominância
no sexo masculino.
A tabela a seguir, traz informações com relação ao tempo livre dos servidores.
Lazer – Tempo Livre 8.3.1 Quando você esta de folga o que mais gosta de fazer (1ª opção)
Freqüência Percentual Assistir TV 15 8,38% Descansar 36 20,11% Ir ao cinema 04 2,23% Ir ao teatro 02 1,12% Ler livro 12 6,70% Jogar cartas 02 1,12% Visitar amigos ou parentes 13 7,26% Ir a praia 14 7,82% Ir a igreja 08 4,47% Pescar 03 1,68% Viajar 25 13,97% Outros 09 5,03% Não respondeu 36 20,11%
8.3.2 Quando você esta de folga o que mais gosta de fazer (2ª opção) Assistir TV 21 11,73% Descansar 20 11,17% Ir ao cinema 09 5,03% Ir ao teatro 04 2,23% Ler livro 17 9,50% Jogar cartas 00 0,00% Visitar amigos ou parentes 14 7,82% Ir a praia 15 8,38%
81
Ir a igreja 07 3,91% Pescar 03 1,68% Viajar 21 11,73% Outros 02 1,12% Não respondeu 46 25,70%
8.3.3 Quando você esta de folga o que mais gosta de fazer (3ª opção) Assistir TV 26 14,53% Descansar 18 10,06% Ir ao cinema 07 3,91% Ir ao teatro 00 0,00% Ler livro 16 8,94% Jogar cartas 04 2,23% Visitar amigos ou parentes 17 9,50% Ir a praia 16 8,94% Ir a igreja 04 2,23% Pescar 01 0,56% Viajar 12 6,70% Outros 10 5,59% Não respondeu 48 26,82%
Tabela 09 – Lazer / Tempo Livre Fonte: Dados Primários
Cabe ressaltar que todas as pessoas possuem alguma atividade que mais gostam de
fazer nas áreas vagas. Das atividades apresentadas destacaram-se: descansar, com 20,11%;
assistir tv e viajar, com 11,73%.
Percebe-se que as pessoas pensam primeiramente em descansar ou realizar atividades
que exijam pouco esforço, talvez por se sentirem exaustas no exercício do seu trabalho. Cabe
ressaltar que em média 25% não responderam a essa questão, sendo um percentual
considerável que poderia alterar os resultados obtidos.
Na tabela nº 10, estão relacionadas às informações sobre as atividades sociais.
Atividades Sociais 8.4 Você freqüenta algum clube
Freqüência Percentual Sim 26 14,53% Não 152 84,92% Não respondeu 01 0,56%
8.5 Você participa de algum grupo em sua comunidade Sim 42 23,46% Não 137 76,54%
8.6 O grupo que você participa tem que finalidade (caso a resposta foi positiva anteriormente) Esportiva 03 7,14% Religiosa 17 40,48% Social 14 33,33% Sindical 00 0,00% Política 07 16,67% Outros 01 2,38%
82
8.7 Você lê jornal Diariamente 147 82,12% Raramente 28 15,64% Não 04 2,23%
Tabela 10 – Atividades Sociais Fonte: Dados Primários
Outra ressalva é quanto às atividades sociais, em relação à freqüência em clubes,
sendo que predominantemente os pesquisados não freqüentam, representando 84,92% e à
participação em grupos de sua comunidade, sendo 76,54% não participam de nada.
Este dado confirma que os servidores preferem não se envolverem em outras
atividades no seu tempo livre. Daqueles que participam normalmente é em grupo com
finalidade religiosa (40,48%), sendo que praticamente todas as pessoas possuem uma religião,
sendo que uns participam com maior freqüência que os outros.
Verificou-se também que é comum a leitura de jornal pelos servidores, sendo que
82,12% lêem diariamente, 15,64% lêem raramente e apenas 2,23% não lêem. Assim, nota-se
o interesse em manter-se sempre informado e atualizado.
3.2.2.2 – Identificação da percepção dos servidores com relação aos fatores que interferem na
qualidade de vida no trabalho, com base no modelo de Westley.
Este item apresenta a percepção dos servidores em relação aos fatores que interferem
na qualidade de vida no trabalho.
Para identificar a percepção dos servidores quanto à qualidade de vida no trabalho
dentro da Instituição foi aplicado um questionário com base no modelo de Westley, que são:
fatores econômicos, políticos, psicológicos e sociológicos. O referencial teórico para a
elaboração do instrumento de pesquisa teve como base os autores Celinski (1995), Luz
(2003), Prado e Souza (2002).
A tabela nº 11 apresenta as respostas referentes à percepção quanto ao conhecimento
do tema de estudo.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 1.1 Você sabe o que é Qualidade de Vida no Trabalho - QVT
Freqüência Percentual Sim 115 64,25% Não 15 8,38% Mais ou menos 49 27,37%
1.2 Para você a qualidade de vida é importante na Instituição Muito importante 122 68,16% Importante 44 24,58%
83
Mais ou menos 05 2,79% Não é importante 02 1,12% Não respondeu 06 3,35%
Tabela 11 – Qualidade de Vida no Trabalho Fonte: Dados Primários
Analisando o resultado da pesquisa na tabela acima, percebe-se que a grande maioria
dos pesquisados, correspondendo a 64,25% sabe o que é qualidade de vida no trabalho.
Apenas 8,38% não sabem e 27,37% sabem mais ou menos, sendo esse um percentual
considerável, que pode ser trabalhado, ressaltando o autor Oliveira (2006) que afirma que este
é um dos temas mais desafiadores para o ambiente organizacional, impactando direta ou
indiretamente na produtividade dos funcionários e nos resultados financeiros da empresa.
Outro dado importante é que 68,16% consideram a qualidade de vida no trabalho
muito importante para a Instituição em estudo e 24,58% considera importante. Dentre os que
consideram mais ou menos, que não é importante ou não respondeu, obteve-se um percentual
total de 7,26% e que pode ser caracterizado pela falta de conhecimento sobre o assunto.
Na tabela nº 12, serão apresentados dados sobre os indicadores econômicos do
modelo de qualidade de vida de Westley, relacionados à questão salarial e aos benefícios.
INDICADORES ECONÔMICOS – SALÁRIO E BENEFÍCIOS 2.1 Seu salário é compatível com o mercado de trabalho
Freqüência Percentual Média Desvio Padrão (5) Sempre 20 11,17% (4) Quase Sempre 80 44,69% (3) Raramente 38 21,23% (2) Nunca 15 8,38% (1) Não tenho opinião 19 10,61% (0) Não respondeu 07 3,91%
3,26 1,30
2.2 Dos benefícios abaixo, quais contribuem para a qualidade de vida no trabalho. Vale-transporte 12 6,70% Vale-alimentação 45 25,14% Bolsa de estudos 81 45,25% Não respondeu 41 22,91%
2.3 Os benefícios oferecidos pela Instituição atendem suas necessidades (5) Sempre 31 17,32% (4) Quase Sempre 75 41,90% (3) Raramente 41 22,91% (2) Nunca 12 6,70% (1) Não tenho opinião 11 6,15% (0) Não respondeu 09 5,03%
3,42 1,31
Tabela 12 – Indicadores Econômicos – Salário e Benefícios Fonte: Dados Primários
84
Verifica-se quanto aos indicadores econômicos que os servidores encontram-se
satisfeitos em parte, sendo que a média das respostas concentra-se na terceira colocação, ou
seja, na opção de resposta raramente.
Como colocado por Casado (2002) a percepção da equidade salarial estimula o
comportamento e traz a satisfação, ou seja, caso o indivíduo pense que está sendo menos
recompensado quando comparado aos outros, se sentirá insatisfeito.
Cabe ressaltar que os servidores reconhecem e dão importância ao benefício de bolsa
de estudos oferecido pela Instituição, considerado o benefício que mais contribui para a
qualidade de vida (45,25%).
Nota-se quanto ao desvio padrão que este é relativamente baixo, comprovando a
concordância das respostas entre os servidores.
A seguir, estão relacionados na tabela nº 13 os dados sobre os indicadores
econômicos do modelo de qualidade de vida de Westley, relacionados às condições
ambientais de trabalho e as influências do ambiente.
INDICADORES ECONÔMICOS – CONDIÇÕES AMBIENTAIS E INFLUÊNCIAS 2.4 As condições ambientais do seu local de trabalho (iluminação, móveis, climatização, espaço, higiene,
instalações sanitárias) permitem seu bom desempenho. Freqüência Percentual Média Desvio Padrão
(5) Sempre 58 32,40% (4) Quase Sempre 99 55,31% (3) Raramente 17 9,50% (2) Nunca 01 0,56% (1) Não tenho opinião 00 0,00% (0) Não respondeu 04 2,23%
4,13 0,89
2.5.1 O que poderia ser melhorado (1ª opção) Iluminação 04 2,23% Móveis 68 37,99% Climatização 13 7,26% Espaço 47 26,26% Higiene 05 2,79% Instalações Sanitárias 05 2,79% Não respondeu 37 20,67%
2.5.2 O que poderia ser melhorado (2ª opção) Iluminação 07 3,91% Móveis 29 16,20% Climatização 15 8,38% Espaço 48 26,82% Higiene 02 1,12% Instalações Sanitárias 07 3,91% Não respondeu 71 39,66%
2.6 O seu trabalho é prejudicado pelas influências político partidária (5) Sempre 10 5,59% (4) Quase Sempre 42 23,46% (3) Raramente 60 33,52% (2) Nunca 52 29,05%
2,87 1,08
85
(1) Não tenho opinião 12 6,70% (0) Não respondeu 03 1,68%
Tabela 13 – Indicadores Econômicos – Condições Ambientais e Influências Fonte: Dados Primários
Verifica-se quanto às condições ambientais que os servidores encontram-se
satisfeitos, sendo que a média das respostas concentra-se entre na quarta colocação, ou seja,
quase sempre. A variação das respostas é baixa, considerando o desvio padrão de 0,89. Desta
forma percebe-se que este é um ponto favorável da Instituição.
No entanto sempre há o que ser melhorado. Diante disso verifica-se que em média
27% dos servidores afirma a necessidade de melhoria dos móveis e em média 36% o espaço.
Já com relação às influências político-partidária, constata-se que os servidores não
estão satisfeitos, considerando que a média das respostas estão entre as opções nunca e
raramente, o que precisa ser revisto pela Instituição de modo que haja uma maior integração
dos servidores efetivos com os comissionados, para quebrar essa barreira. O desvio padrão
dessa questão também foi relativamente baixo, afirmando esta posição dos servidores.
Nesse sentido Milkovich e Boudreau (2000) ressaltam que as forças externas ou
internas podem ajudar ou atrapalhar as organizações.
A tabela abaixo apresenta as informações quanto aos indicadores políticos do modelo
de qualidade de vida de Westley.
INDICADORES POLÍTICOS – SEGURANÇA NO TRABALHO E ATUAÇÃO SINDICAL 3.1 Os gestores da Instituição têm interesse no bem-estar dos servidores
Freqüência Percentual Média Desvio Padrão (5) Sempre 63 35,20% (4) Quase Sempre 74 41,34% (3) Raramente 30 16,76% (2) Nunca 03 1,68% (1) Não tenho opinião 08 4,47% (0) Não respondeu 01 0,56%
3,99 1,04
3.2 O ambiente de trabalho é mantido limpo (5) Sempre 121 67,60% (4) Quase Sempre 57 31,84% (3) Raramente 01 0,56% (2) Nunca 00 0,00% (1) Não tenho opinião 00 0,00% (0) Não respondeu 00 0,00%
4,67 0,48
3.3 O sindicato tem ajudado a melhorar as condições de trabalho de sua categoria (5) Sempre 06 3,35% (4) Quase Sempre 18 10,06% (3) Raramente 38 21,23% (2) Nunca 66 36,87% (1) Não tenho opinião 46 25,70% (0) Não respondeu 05 2,79%
2,20 1,12
Tabela 14– Indicadores Políticos – Segurança no Trabalho e Atuação Sindical Fonte: Dados Primários
86
O resultado da pesquisa aponta a percepção dos servidores quanto aos indicadores
políticos com relação à segurança no trabalho e atuação sindical.
Observa-se que a média das respostas concentrou-se entre na opção quase sempre,
exceto na questão relativa a atuação sindical, onde a concentração das respostas está na opção
nunca, sendo um fator desfavorável, mas que, no entanto, não é um fator que depende tanto da
Instituição, mas sim do interesse dos servidores em cobrar uma maior participação do
sindicato.
O desvio padrão também é baixo, o que reafirma a posição dos servidores quanto a
esse critério.
A tabela abaixo apresenta as informações relacionadas ao relacionamento com a
chefia e a liberdade de expressão.
INDICADORES POLÍTICOS – RELACIONAMENTO COM A CHEFIA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO
3.4 Seu superior imediato costuma discutir os resultados da sua avaliação de desempenho com você Freqüência Percentual Média Desvio Padrão
(5) Sempre 44 24,58% (4) Quase Sempre 40 22,35% (3) Raramente 42 23,46% (2) Nunca 31 17,32% (1) Não tenho opinião 17 9,50% (0) Não respondeu 05 2,79%
3,27 1,40
3.5 Você tem oportunidade de dizer ao seu superior hierárquico o que pensa da Instituição ou do seu trabalho
(5) Sempre 78 43,58% (4) Quase Sempre 58 32,40% (3) Raramente 22 12,29% (2) Nunca 12 6,70% (1) Não tenho opinião 09 5,03% (0) Não respondeu 00 0,00%
4,03 1,13
3.6 No plano de cargos e salários da Instituição, seu conteúdo é continuadamente atualizado. (5) Sempre 28 15,64% (4) Quase Sempre 41 22,91% (3) Raramente 33 18,44% (2) Nunca 10 5,59% (1) Não tenho opinião 57 31,84% (0) Não respondeu 10 5,59%
2,68 1,61
3.7 Você se sente à vontade para falar abertamente a respeito de trabalho com seu superior imediato (5) Sempre 97 54,19% (4) Quase Sempre 47 26,26% (3) Raramente 16 8,94% (2) Nunca 08 4,47% (1) Não tenho opinião 10 5,59% (0) Não respondeu 01 0,56%
4,17 1,17
3.8 Você sente-se seguro em dizer o que pensa (5) Sempre 76 42,46% (4) Quase Sempre 75 41,90% (3) Raramente 09 5,03%
4,11 1,08
87
(2) Nunca 12 6,70% (1) Não tenho opinião 05 2,79% (0) Não respondeu 02 1,12%
Tabela 15 – Indicadores Políticos – Relacionamento com a Chefia e Liberdade de Expressão Fonte: Dados Primários
O resultado da pesquisa aponta que a média das respostas concentrou-se entre na
opção quase sempre, em quase todas as questões.
Apenas em duas questões a média caiu para as opções nunca e raramente, com
relação ao feedback das avaliações de desempenho e atualização do plano de cargos e salários.
Quanto à atualização do plano de cargos e salários, cabe ressaltar que o plano foi implantado
no ano corrente, ou seja, ainda não houve tempo para atualizações.
Nota-se que o desvio padrão permaneceu praticamente o mesmo, comparado ao
desvio padrão das respostas da tabela anterior, com um pequeno aumento, chegando a 1,61 no
item 3.6 que trata do plano de cargos e salários. É possível que a causa seja o pouco
conhecimento sobre o plano, considerando sua recente implantação.
Na tabela 16, visualiza-se os resultados quanto aos indicadores psicológicos do
modelo de qualidade de vida de Westley em relação com o desenvolvimento dos servidores.
INDICADORES PSICOLÓGICOS - DESENVOLVIMENTO 4.1 A Instituição realiza avaliação do potencial humano
Freqüência Percentual Média Desvio Padrão (5) Sempre 08 4,47% (4) Quase Sempre 25 13,97% (3) Raramente 67 37,43% (2) Nunca 43 24,02% (1) Não tenho opinião 28 15,64% (0) Não respondeu 08 4,47%
2,54 1,18
4.2 A Instituição estimula os serviços na busca de desafios que contribuam para o crescimento profissional e a produtividade dos servidores
(5) Sempre 13 7,26% (4) Quase Sempre 52 29,05% (3) Raramente 62 34,64% (2) Nunca 22 12,29% (1) Não tenho opinião 20 11,17% (0) Não respondeu 10 5,59%
2,92 1,29
4.3 A Instituição dá condições de treinamento/desenvolvimento para que você tenha um aprendizado contínuo
(5) Sempre 30 16,76% (4) Quase Sempre 65 36,31% (3) Raramente 52 29,05% (2) Nunca 17 9,50% (1) Não tenho opinião 10 5,59% (0) Não respondeu 05 2,79%
3,41 1,20
4.4 Você considera que o seu potencial profissional tem sido adequadamente aproveitado (5) Sempre 30 16,76% (4) Quase Sempre 84 46,93%
3,55 1,20
88
(3) Raramente 43 24,02% (2) Nunca 06 3,35% (1) Não tenho opinião 09 5,03% (0) Não respondeu 07 3,91%
Tabela 16 – Indicadores Psicológicos – Desenvolvimento Fonte: Dados Primários
Nesse aspecto verifica-se que a fragilidade da Instituição para os servidores está
relacionada à avaliação do potencial humano e no estímulo a busca de desafios que
contribuam para o crescimento do indivíduo, considerando que as respostas concentraram-se
nas opções de nunca para raramente.
Nesse sentido o autor Lacombe (2005) aponta que cada pessoa é responsável pelo
seu desenvolvimento, no entanto, as organizações devem agir como facilitadoras, apoiadoras
e tomar a iniciativa quando há interesse pelo desenvolvimento do indivíduo.
Já com relação ao treinamento e aproveitamento do potencial profissional as
respostas foram mais positivas, enquadrando-se entre as opções quase sempre e sempre, sendo
então favorável a Instituição.
Verifica-se que o desvio padrão foi relativamente baixo, ou seja, houve pouca
variação nas respostas dos servidores, reafirmando a posição dos mesmos quanto aos fatores
psicológicos relacionados ao desenvolvimento.
Na tabela nº 17 pode-se visualizar as respostas dos servidores relacionadas aos
indicadores psicológicos ligadas a criatividade, auto-avaliação e desempenho.
INDICADORES PSICOLÓGICOS – CRIATIVIDADE, AUTO-AVALIAÇÃO E DESEMPENHO 4.5 A empresa é aberta a receber e reconhecer as opiniões e contribuições dos servidores
Freqüência Percentual Média Desvio Padrão (5) Sempre 37 20,67% (4) Quase Sempre 74 41,34% (3) Raramente 36 20,11% (2) Nunca 13 7,26% (1) Não tenho opinião 16 8,94% (0) Não respondeu 03 1,68%
3,53 1,25
4.6 Você mesmo é capaz de avaliar o resultado e as qualidades de suas atividades (5) Sempre 85 47,49% (4) Quase Sempre 82 45,81% (3) Raramente 04 2,23% (2) Nunca 00 0,00% (1) Não tenho opinião 06 3,35% (0) Não respondeu 02 1,12%
4,31 0,94
4.7 Ao realizar o seu trabalho, você procura obter resultados melhores do que aqueles esperados pela Instituição.
(5) Sempre 127 70,95% (4) Quase Sempre 46 25,70% (3) Raramente 02 1,12% (2) Nunca 00 0,00%
4,62 0,79
89
(1) Não tenho opinião 02 1,12% (0) Não respondeu 02 1,12%
4.8 As orientações que você recebe sobre o seu trabalho são claras e objetivas (5) Sempre 61 34,08% (4) Quase Sempre 92 51,40% (3) Raramente 13 7,26% (2) Nunca 05 2,79% (1) Não tenho opinião 05 2,79% (0) Não respondeu 03 1,68%
4,06 1,02
Tabela 17 – Indicadores Psicológicos – Criatividade, Auto-Avaliação e Desempenho Fonte: Dados Primários
Nota-se que a média das respostas concentram-se entre as colocações quase sempre e
sempre, apresentando assim uma posição otimista dos servidores.
Verifica-se que o desvio padrão foi relativamente baixo, ou seja, houve pouca
variação nas respostas dos servidores, confirmando assim a satisfação dos servidores.
A seguir, tem-se a tabela com os dados quanto aos indicadores sociológicos do
modelo de qualidade de vida de Westley.
INDICADORES SOCIOLÓGICOS – PARTICIPAÇÃO NAS DECISÕES 5.1 Você participa da definição das metas e dos objetivos relacionados ao seu trabalho
Freqüência Percentual Média Desvio Padrão (5) Sempre 34 18,99% (4) Quase Sempre 48 26,82% (3) Raramente 47 26,26% (2) Nunca 29 16,20% (1) Não tenho opinião 15 8,38% (0) Não respondeu 06 3,35%
3,22 1,34
5.2 Você participa com seu superior imediato das decisões que afetam seu trabalho (5) Sempre 39 21,79% (4) Quase Sempre 60 33,52% (3) Raramente 39 21,79% (2) Nunca 22 12,29% (1) Não tenho opinião 10 5,59% (0) Não respondeu 09 5,03%
3,39 1,37
5.3 Você tem liberdade para realizar o seu trabalho da forma como considera melhor (5) Sempre 71 39,66% (4) Quase Sempre 79 44,13% (3) Raramente 19 10,61% (2) Nunca 02 1,12% (1) Não tenho opinião 03 1,68% (0) Não respondeu 05 2,79%
4,11 1,07
Tabela 18 – Indicadores Sociológicos – Participação nas Decisões Fonte: Dados Primários
Como mostra o resultado da pesquisa em média os servidores classificaram os
indicadores sociológicos – participação nas decisões como atendidos raramente ou quase
sempre, sendo, portanto necessário verificar o que precisa ser melhorado.
90
Nesse sentido, Robbins (2003) coloca que ao envolver os funcionários nas decisões
que os afetam e aumentar sua autonomia, acarretará indivíduos motivados, produtivos,
satisfeitos e comprometidos com a organização.
Novamente o desvio padrão manteve-se baixo, não sofrendo grandes variações nas
respostas.
A tabela nº 19 relaciona às respostas quanto aos indicadores sociológicos –
relacionamento interpessoal.
INDICADORES SOCIOLÓGICOS – RELACIONAMENTO INTERPESSOAL 5.4 Os programas de integração do servidor (DO-IN, Dança de Salão, Ginástica Laboral, Remo)
contribuem para sua qualidade de vida. Freqüência Percentual Média Desvio Padrão
(5) Sempre 74 41,34% (4) Quase Sempre 42 23,46% (3) Raramente 17 9,50% (2) Nunca 21 11,73% (1) Não tenho opinião 19 10,61% (0) Não respondeu 06 3,35%
3,63 1,53
5.5 É realizado treinamento para precaver os erros dos servidores (5) Sempre 12 6,70% (4) Quase Sempre 22 12,29% (3) Raramente 60 33,52% (2) Nunca 58 32,40% (1) Não tenho opinião 19 10,61% (0) Não respondeu 08 4,47%
2,59 1,17
5.6 Você se sente apto para assumir maiores responsabilidades do que as que possui atualmente Sim 147 82,12% Não 02 1,12% Mais ou Menos 26 14,53% Não respondeu 04 2,23%
Tabela 19 – Indicadores Sociológicos – Relacionamento Interpessoal Fonte: Dados Primários
Verifica-se que as respostas nestes quesitos caíram para nunca e quase sempre,
significando uma maior fragilidade da Instituição nesse aspecto, um fator que precisa ser
revisto.
A importância de aptidões interpessoais para um bom relacionamento e
conseqüentemente obter um bom desempenho na organização é enfatizada pelo autor Coelho
(2008) sendo, portanto, essencial à integração dos servidores.
Quanto ao desvio padrão, se manteve como nas tabelas anteriores com pouca
variação nas respostas.
A tabela 20 a seguir relaciona sugestões dos servidores de melhorias para a qualidade
de vida no trabalho na Instituição.
91
SUGESTÕES DOS SERVIDORES 5.8 Na sua opinião que ações seriam necessárias para a melhoria da QVT na Instituição?
Freqüência Percentual Cursos Especializados 11 15,49% Maior valorização do servidor pela sua formação e pelo seu trabalho 09 12,68% Plano de saúde 08 11,27% Reuniões periódicas, oportunizando sugestões dos servidores, permitindo maior interação com gestores. 05 7,04% Equipamentos adequados e atuais 04 5,63% Realizar avaliações freqüentes com todos os servidores 04 5,63% Carga horária de 6 horas diárias 03 4,23% Reuniões sociais periódicas, para que haja maior integração entre os servidores efetivos / comissionados / contratados. 03 4,23% Ambulatório no Paço Municipal 02 2,82% Espaço adequado para o exercício do trabalho. 02 2,82% Ginástica laboral diária, em horário fixo. 02 2,82% Mobiliário adequado 02 2,82% Remanejamento dos servidores conforme sua capacidade e conhecimento 02 2,82% Vale refeição 02 2,82% Valorização salarial 02 2,82% Distribuir porcentagem dos cargos comissionados aos servidores efetivos. 01 1,41% Elaboração de planejamentos e metas 01 1,41% Espaço para relaxar no horário do almoço, com uma sala com TV, revistas, sofá, etc, pois muitos servidores ficam na Prefeitura durante este intervalo. 01 1,41% Extinção dos cargos comissionados 01 1,41% Implantar programa de motivação/produção 01 1,41% Janela para sala, mais iluminação e espaço físico, nosso local de trabalho é insalubre. 01 1,41% Maior envolvimento da família do servidor com a Instituição 01 1,41% Maiores vantagens de desconto com farmácia e dentista 01 1,41% Posto da ASPMI no Paço 01 1,41% Refeitório 01 1,41%
Tabela 20 – Sugestões dos servidores Fonte: Dados Primários
Esta questão, de caráter opcional, visa conhecer as necessidades dos servidores em
relação à instituição, sendo que dos 179 servidores que responderam ao questionário, apenas
71 responderam a esta questão, relacionando inúmeras sugestões.
Verificando as sugestões apresentadas, percebe-se que os servidores sentem maior
necessidade de aprimoramento, com cursos especializados (15,49%), conseqüentemente
buscam o reconhecimento da Instituição, com a valorização pela sua formação e trabalho
(12,68%) e necessitam de um plano de saúde (11,27%), sendo estas as sugestões que mais se
destacaram.
Cabe ainda destacar as sugestões referentes à realização de reuniões periódicas,
oportunizando sugestões dos servidores e interação com os gestores, bem como reuniões
sociais periódicas, para que haja maior integração entre os servidores efetivos, contratados e
comissionados; melhoria na mobília e equipamentos.
92
As sugestões dos servidores mostram que ainda existem muitos aspectos a serem
melhorados na instituição, aprimorando assim a qualidade de vida no trabalho dos servidores
municipais.
3.3 Relação do Resultado da Pesquisa
Com o objetivo de melhorar a análise e a interpretação dos resultados obtidos com a
pesquisa e poder identificar algumas percepções dos fatores da qualidade de vida no trabalho
ausentes na Instituição que possam estar afetando no trabalho dos servidores, foram realizadas
algumas relações entre o perfil dos servidores e suas percepções referentes aos fatores do
modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
O quadro abaixo apresenta informações a respeito do perfil dos servidores que sabem
o que é qualidade vida no trabalho ou sabem mais ou menos e que responderam que a
qualidade de vida no trabalho é muito importante e importante na Instituição.
Questão Sexo Idade Estado Civil Tempo na Instituição
Vínculo Empregatício
Você sabe o que é QVT
62,20% feminino 37,80% masculino
42,07% até 30 anos 57,93% acima de 31 anos
7,32% amasiado(a) 45,73% casado(a) 6,71% divorciado(a) 37,20% solteiro(a) 1,83% viúvo (a) 1,22% não responderam
65,85% até 5 anos 17,08% de 6 a 15 anos 10,98% de 16 a 25 anos 1,83% mais de 25 anos 4,27% não responderam
43,90% comissionado 7,32% contratado 43,90% efetivo 4,27% efetivo / comissionado 0,61% não responderam
Para você a QVT é
importante na
Instituição
59,64% feminino 40,36% masculino
42,17% até 30 anos 57,23% acima de 31 anos 0,60% não responderam
8,43% amasiado(a) 44,58% casado(a) 6,02% divorciado(a) 37,95% solteiro(a) 1,81% viúvo (a) 1,20% não responderam
66,87% até 5 anos 15,06% de 6 a 15 anos 10,85% de 16 a 25 anos 3,01% mais de 25 anos 4,22% não responderam
44,58% comissionado 7,23% contratado 43,37% efetivo 4,22% efetivo / comissionado 0,60% não responderam
Quadro 23 – Relação perfil dos servidores x qualidade de vida no trabalho Fonte: Dados Primários
93
Existem muitos aspectos favoráveis e desfavoráveis no ambiente organizacional que
impacta direta ou indiretamente na produtividade dos funcionários e nos resultados da
empresa.
Com relação às respostas da pesquisa, percebe-se que a qualidade de vida no trabalho
também é importante para os servidores da organização em estudo, sendo mais valorizada
para o público feminino e que possuem maior experiência de vida.
Um dado interessante é que os servidores com menos tempo na instituição valorizam
mais a qualidade de vida no trabalho, independentemente do seu vínculo.
O quadro nº 24 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões relacionadas aos indicadores econômicos – salário e benefícios do modelo
de qualidade de vida no trabalho utilizado.
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Reside em Você reside
Seu salário é compatível
com o mercado de
trabalho.
50,94% feminino 49,06% masculino
39,62% até 30 anos 58,49% acima de 31 anos 1,89% não respondeu
65,63% até 5 anos 14,07% de 6 a 15 anos 15,63% de 16 a 25 anos 3,13% mais de 25 anos 1,56% não responderam
20,75% apartamento 3,77% casa alugada 66,04% casa própria 5,66% outros 3,77% não responderam
22,64% com os pais 56,60% cônjuge 11,32% sozinho 7,55% outros 1,89 não responderam
Os benefícios oferecidos
pela Instituição atendem as
suas necessidades
50,94% feminino 49,06% masculino
39,62% até 30 anos 58,49% acima de 31 anos 1,89% não respondeu
56,60% até 5 anos 16,98% de 6 a 15 anos 20,75% de 16 a 25 anos 3,77% mais de 25 anos 1,89% não responderam
28,30% apartamento 3,77% casa alugada 62,26% casa própria 3,77% outros 1,89% não responderam
18,87% com os pais 58,49% cônjuge 16,98% sozinho 3,77% outros
Quadro 24 – Relação perfil dos servidores x indicadores econômicos – salário e benefícios Fonte: Dados Primários
Analisando o perfil dos servidores que responderam raramente ou nunca as questões
relacionadas aos indicadores econômicos – salário e benefícios, verifica-se que a insatisfação
quanto este quesito prevalece no sexo feminino, que é a menor população da Instituição como
visto anteriormente.
94
Por pessoas mais velhas, e conseqüentemente com família constituída e que possuem
certa estabilidade econômica, por residirem em casa própria. Bem como para os servidores
com até 5 anos no emprego, ou seja, os servidores com maior tempo de casa, possuem uma
visão mais favorável quanto às questões salariais e aos benefícios oferecidos pela Instituição.
O quadro nº 25 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões dos indicadores econômicos relacionados às condições ambientais e as
influências do ambiente do modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Reside em Você reside
As condições ambientais do seu local de
trabalho permitem seu
bom desempenho
61,11% feminino 38,89% masculino
33,34% até 30 anos 61,11% acima de 31 anos 5,56% não respondeu
72,22% até 5 anos 22,22% de 6 a 15 anos 5,56% de 16 a 25 anos
27,78% apartamento 11,11% casa alugada 50% casa própria 5,56% outros 5,56% não responderam
16,67% com os pais 61,11% cônjuge 11,11% sozinho 5,56% outros 5,56% não responderam
O seu trabalho é prejudicado
pelas influências
político partidária
62,50% feminino 37,50% masculino
41,96% até 30 anos 58,04% acima de 31 anos
69,64% até 5 anos 15,18% de 6 a 15 anos 10,72% de 16 a 25 anos 1,79% mais de 25 anos 2,68% não responderam
18,75% apartamento 10,71% casa alugada 66,07% casa própria 4,46% outros
25% com os pais 50,89% cônjuge 13,39% sozinho 10,71% outros
Quadro 25 – Relação perfil dos servidores x indicadores econômicos – condições ambientais e influências do ambiente Fonte: Dados Primários
Analisando o perfil dos servidores que responderam raramente ou nunca as questões
relacionadas a esses indicadores, verifica-se que novamente a insatisfação prevalece no sexo
feminino, por pessoas mais velhas, casadas e que possuem certa estabilidade econômica, por
residirem em casa própria. Bem como para os servidores com até 5 anos no emprego.
Dessa forma parte-se da hipótese que as informações apresentadas são favoráveis
para a Instituição, quanto ao indicador econômico.
O quadro nº 26 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões relacionadas aos indicadores políticos, quanto aos aspectos de segurança no
trabalho e atuação sindical, do modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
95
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Vínculo Empregatício
Os gestores da Instituição têm
interesse no bem-estar dos
servidores
39,39% feminino 60,61% masculino
27,27% até 30 anos 69,70% acima de 31 anos 3,03% não responderam
51,52% até 5 anos 24,24% de 6 a 15 anos 18,18% de 16 a 25 anos 3,03% mais de 25 anos 3,03% não responderam
18,18% comissionado 6,06% contratado 72,73% efetivo 3,03% não responderam
O sindicato têm ajudado a
melhorar as condições de
trabalho da sua categoria
50,96% feminino 49,04% masculino
44,23% até 30 anos 54,81% acima de 31 anos 0,96% não responderam
61,54% até 5 anos 21,15% de 6 a 15 anos 13,46% de 16 a 25 anos 3,85% mais de 25 anos
38,46% comissionado 5,77% contratado 50,96% efetivo 3,85% efetivo / comissionado 0,96% não responderam
Quadro 26 – Relação perfil dos servidores x indicadores políticos – segurança no trabalho e atuação sindical Fonte: Dados Primários
Conforme informações apresentadas no quadro nº 26 verifica-se que dos servidores
que classificam como raramente ou nunca a percepção da Instituição quanto ao aspecto de
interesse no bem-estar dos servidores, nota-se que o público foco é o masculino, acima de 31
anos, com até 5 anos na Instituição e principalmente pelos servidores efetivos.
Dessa forma, percebe-se um aspecto desfavorável a Instituição, que precisa ser
averiguado.
Ressaltando os ensinamentos de Limongi-França e Arellano (2002) os funcionários
não devem ser expostos a condições ambientais adversas, jornada de trabalho exaustiva, nem
riscos que possam ameaçar a saúde.
O quadro nº 27 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões relacionadas aos indicadores políticos, quanto aos aspectos de
relacionamento com a chefia e liberdade de expressão, do modelo de qualidade de vida no
trabalho utilizado.
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Vínculo Empregatício
Seu superior imediato costuma
discutir os resultados da sua
avaliação de desempenho com
você
52,05% feminino 47,95% masculino
34,25% até 30 anos 64,38% acima de 31 anos 1,37% não responderam
63,01% até 5 anos 17,81% de 6 a 15 anos 12,33% de 16 a 25 anos 4,11% mais de 25 anos 2,74% não responderam
41,10% comissionado 5,48% contratado 45,21% efetivo 6,85% efetivo / comissionado
96
Você tem
oportunidade de dizer aos seus
superiores hierárquicos o que pensa da
instituição ou do seu trabalho
64,71% feminino 35,29% masculino
29,41% até 30 anos 67,64% acima de 31 anos 2,94% não responderam
64,71% até 5 anos 17,64% de 6 a 15 anos 14,71% de 16 a 25 anos 2,94% não responderam
32,35% comissionado 11,76% contratado 47,06% efetivo 5,88% efetivo / comissionado 2,94% não responderam
No plano de
cargos e salários da Instituição, seu
conteúdo é continuadamente
atualizado
55,81% feminino 44,19% masculino
25,58% até 30 anos 72,09% acima de 31 anos 2,33% não responderam
39,53% até 5 anos 23,26% de 6 a 15 anos 30,23% de 16 a 25 anos 6,98% mais de 25 anos
16,28% comissionado 11,63% contratado 67,44% efetivo 4,65% efetivo / comissionado
Você se sente à vontade para falar
abertamente a respeito de
trabalho com seu superior imediato
50% feminino 50% masculino
29,16% até 30 anos 66,66% acima de 31 anos 4,17% não responderam
62,50% até 5 anos 16,67% de 6 a 15 anos 12,50% de 16 a 25 anos 4,17% mais de 25 anos 4,17% não responderam
41,67% comissionado 12,50% contratado 41,67% efetivo 4,17% efetivo / comissionado
Você sente-se seguro em dizer o
que pensa
57,14% feminino 42,86% masculino
42,86% até 30 anos 52,38% acima de 31 anos 4,76% não responderam
71,43% até 5 anos 14,28% de 6 a 15 anos 4,76% de 16 a 25 anos 9,52% mais de 25 anos
42,86% comissionado 9,52% contratado 42,86% efetivo 4,76% efetivo / comissionado
Quadro 27 – Relação perfil dos servidores x indicadores políticos – relacionamento com a chefia e liberdade de expressão. Fonte: Dados Primários
Verifica-se que dos servidores que classificam como raramente ou nunca a percepção
da Instituição quanto aos indicadores políticos, das questões de relacionamento com a chefia e
liberdade de expressão, que o público foco continua sendo o feminino, acima de 31 anos.
Percebe-se também que dentre os servidores insatisfeitos, prevalece aqueles com
mais tempo de casa, acima de 6 anos, e conseqüentemente servidores efetivos.
Dessa forma ressalta-se a visão de Caproni (2002) afirmando que a qualidade do
relacionamento com a chefia tem um impacto significativo na eficácia profissional, no bem-
estar pessoal, na produtividade e no comprometimento com a organização.
O quadro nº 28 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões relacionadas aos indicadores psicológicos, vinculadas ao desenvolvimento,
do modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
97
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Vínculo Empregatício
A Instituição realiza avaliação
do potencial humano
54,55% feminino 45,45% masculino
44,55% até 30 anos 54,55% acima de 31 anos 0,91% não responderam
68,18% até 5 anos 17,27% de 6 a 15 anos 11,82% de 16 a 25 anos 0,91% mais de 25 anos 1,82% não responderam
43,64% comissionado 8,18% contratado 42,73% efetivo 4,55% efetivo / comissionado 0,91% não responderam
A Instituição estimula os
serviços na busca de desafios que contribuam para o crescimento
profissional e a produtividade dos
servidores
52,38% feminino 47,62% masculino
41,67% até 30 anos 58,34% acima de 31 anos
64,29% até 5 anos 19,04% de 6 a 15 anos 13,09% de 16 a 25 anos 1,19% mais de 25 anos 2,38% não responderam
46,43%comissionado 7,14% contratado 41,67% efetivo 4,76% efetivo / comissionado
A Instituição dá condições de treinamento /
desenvolvimento para que você
tenha um aprendizado
contínuo
56,52% feminino 43,48% masculino
43,48% até 30 anos 56,52% acima de 31 anos
65,22% até 5 anos 17,39% de 6 a 15 anos 13,04% de 16 a 25 anos 1,45% mais de 25 anos 2,90% não responderam
43,48% comissionado 7,25% contratado 44,93% efetivo 2,90% efetivo / comissionado 1,45% não responderam
Você considera que o seu
potencial de realização
profissional tem sido
adequadamente aproveitado
48,98% feminino 51,02% masculino
40,82% até 30 anos 59,19% acima de 31 anos
71,43% até 5 anos 18,36% de 6 a 15 anos 8,16% de 16 a 25 anos 2,04% não responderam
46,94% comissionado 8,16% contratado 42,86% efetivo 2,04% efetivo / comissionado
Quadro 28 – Relação perfil dos servidores x indicadores psicológicos - desenvolvimento Fonte: Dados Primários
Quanto aos aspectos psicológicos, vinculado ao desenvolvimento do servidor,
verifica-se que o descontentamento parte mais uma vez dos servidores do sexo feminino,
acima de 31 anos de idade. Os homens prevaleceram na questão relacionada ao
desenvolvimento profissional, considerando que a Instituição não proporciona meios para o
desenvolvimento e aperfeiçoamento do indivíduo. Nesse sentido, cabe ressaltar que a
Instituição criou em junho de 2005 a FEAPI (Fundação de Educação Profissional e
Administração Pública de Itajaí, que proporciona inúmeros cursos para os servidores
municipais, bem como para toda a sociedade.
98
O quadro nº 29 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões relacionadas aos indicadores psicológicos, quanto as variáveis criatividade,
auto-avaliação e desempenho, do modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Vínculo Empregatício
A Instituição é aberta a receber e
reconhecer as opiniões e
contribuições dos servidores
53,06% feminino 46,94% masculino
40,82% até 30 anos 59,19% acima de 31 anos
69,39% até 5 anos 16,32% de 6 a 15 anos 10,20% de 16 a 25 anos 2,04% mais de 25 anos 2,04% não responderam
36,73% comissionado 8,16% contratado 51,02% efetivo 2,04% efetivo / comissionado 2,04% não responderam
Você é capaz de avaliar o
resultado e as qualidades de
suas atividades
25% feminino 75% masculino
50% até 30 anos 50% acima de 31 anos
75% até 5 anos 25% de 6 a 15 anos
25% contratado 75% efetivo
Ao realizar o seu trabalho, você procura obter
resultados melhores do que os esperados pela
Instituição
50% feminino 50% masculino
50% até 30 anos 50% acima de 31 anos
100% até 5 anos
100% efetivo
As orientações que você recebe
sobre o seu trabalho são
claras e objetivas
66,67% feminino 33,33% masculino
27,78% até 30 anos 72,22% acima de 31 anos
77,78% até 5 anos 16,67% de 6 a 15 anos 5,56% de 16 a 25 anos
38,89% comissionado 55,56% efetivo 5,56% não responderam
Quadro 29 – Relação perfil dos servidores x indicadores psicológicos – criatividade, auto-avaliação e desempenho Fonte: Dados Primários
Percebe-se que o descontentamento parte dos servidores de ambos os sexos, em
questões diferenciadas, e por servidores acima de 31 anos de idade. Os homens prevaleceram
na questão relacionada a auto-avaliação.
Nesse sentido o autor Robbins (2003) aduz que este tipo de avaliação geralmente
apresenta pouco acordo com a avaliação realizada pelo superior e possui um viés de
autopromoção sendo, portanto, mais adequada na orientação ao desenvolvimento do
funcionário, do que para fins avaliativos.
Um dado interessante da pesquisa é que 100% dos servidores que classificam como
raramente ou nunca a questão em que na realização do seu trabalho, procuram obter
resultados melhores do que os esperados pela Instituição, são efetivos com até 5 anos na
Instituição.
99
O quadro nº 30 relaciona o perfil dos servidores que responderam raramente ou
nunca as questões relacionadas aos indicadores sociológicos, referente a participação nas
decisões, do modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Vínculo Empregatício
Você participa da definição das metas e dos
objetivos relacionados ao
seu trabalho
57,89% feminino 42,11% masculino
39,48% até 30 anos 59,21% acima de 31 anos 1,32% não responderam
64,47% até 5 anos 19,74% de 6 a 15 anos 11,84% de 16 a 25 anos 1,32% mais de 25 anos 2,63% não responderam
39,47% comissionado 5,26% contratado 48,68% efetivo 5,26% efetivo / comissionado 1,32% não responderam
Você participa juntamente com o
seu superior imediato das decisões que afetam seu
trabalho
55,74% feminino 44,26% masculino
32,78% até 30 anos 65,57% acima de 31 anos 1,64% não responderam
72,13% até 5 anos 16,40% de 6 a 15 anos 8,20% de 16 a 25 anos 1,32% mais de 25 anos 2,63% não responderam
45,90% comissionado 8,20% contratado 42,62% efetivo 1,64% efetivo / comissionado 1,64% não responderam
Você tem liberdade para
fazer o seu trabalho da forma como considera
melhor
47,62% feminino 52,38% masculino
28,57% até 30 anos 66,67% acima de 31 anos 4,76% não responderam
71,43% até 5 anos 9,52% de 6 a 15 anos 14,29% de 16 a 25 anos 4,76% não responderam
42,86% comissionado 14,29% contratado 42,86% efetivo
Quadro 30 – Relação perfil dos servidores x indicadores sociológicos – participação nas decisões Fonte: Dados Primários
Mais uma vez o destaque foi para o público feminino, na insatisfação em relação à
participação nas decisões da Instituição. Com foco também no público com mais de 31 anos,
com menos tempo na Instituição, no entanto para os servidores com estabilidade
empregatícia.
No quadro nº 31 estão relacionados o perfil dos servidores que responderam
raramente ou nunca as questões relacionadas aos indicadores sociológicos, referente ao
relacionamento interpessoal, do modelo de qualidade de vida no trabalho utilizado.
Questão Sexo Idade Tempo na Instituição Vínculo Empregatício
Os programas de integração do
servidor (DO-IN, Dança de Salão,
Ginástica Laboral, Remo)
44,74% feminino 55,26% masculino
55,27% até 30 anos 44,73% acima de 31 anos
78,95% até 5 anos 7,89% de 6 a 15 anos 10,52% de 16 a 25 anos
34,21% comissionado 7,89% contratado 50% efetivo
100
contribuem para a sua QVT
2,63% mais de 25 anos 5,26% efetivo / comissionado 2,63% não responderam
É realizado treinamento para precaver os erros
dos servidores
59,32% feminino 40,68% masculino
40,68% até 30 anos 58,48% acima de 31 anos 0,85% não responderam
64,41% até 5 anos 18,64% de 6 a 15 anos 12,71% de 16 a 25 anos 2,54% mais de 25 anos 1,69% não responderam
38,14% comissionado 5,08% contratado 52,54% efetivo 3,39% efetivo / comissionado 0,85% não responderam
Quadro 31 – Relação perfil dos servidores x indicadores sociológicos – relacionamento interpessoal Fonte: Dados Primários
Considerando que as pessoas possuem vida social dentro de uma organização,
buscou-se analisar quais os possíveis problemas existentes na instituição em estudo com
relação aos indicadores sociológicos da qualidade de vida no trabalho.
Percebe-se que mais uma vez o público que sente maior ausência da Instituição em
proporcionar melhorias na questão social, foi o público feminino, com mais de 31 anos, com
até 5 anos de casa e são os servidores efetivos.
3.4 Sugestões
Este item apresenta as sugestões com base nas informações e resultado obtido na
pesquisa, objetivando a melhoria dos indicadores de qualidade de vida no trabalho, com base
no modelo de Westley.
As proposições de melhoria tiveram como base, as necessidades observadas na
pesquisa.
INDICADOR ECONÔMICO
•Implantação de um programa de benefícios, baseado no desempenho e
formação do servidor.
Esta proposição tem como objetivo valorizar os servidores que buscam aprimorar
seus conhecimentos e crescer profissionalmente, bem como aqueles servidores que procuram
sempre alcançar resultados melhores que o esperado pela Instituição.
•Programa 5´s
Sugere-se a implantação desse programa, que tem por objetivos aperfeiçoar as
condições do ambiente de trabalho, reduzir desperdícios, melhorar o aproveitamento do
tempo e espaço físico, aumentar a produtividade, otimizar o atendimento dos clientes internos
101
e externos, disseminar o conceito de melhoria contínua e melhorar a qualidade de vida. Sua
denominação vêm de 5 atividades iniciadas pela letra “s” do idioma japonês, sendo: seiri,
seiton, seiso, seiketsu e shitsuke, que significam: descarte, organização, limpeza, higiene e
ordem mantida, respectivamente (MAFRA, 2008, apud, SILVA, 1996).
INDICADOR POLÍTICO
•Implantação de um plano de saúde
Visa atender a sugestão apontada pelos servidores de um plano de saúde. Tendo-se
percebido também na pesquisa que muitos servidores possuem plano de saúde, ou seja, é um
fator primordial para as pessoas atualmente e considerando que aqueles que não possuem
pode ser por uma questão econômica.
•Ginástica laboral diária e em horário fixo
Tem por objetivo atender uma das sugestões apontadas pelos servidores, evitando
muitas doenças ocupacionais, bem como proporcionar alguma atividade física àqueles que por
algum motivo não fazem. Cabe ressaltar que atualmente existe um programa de ginástica
laboral, duas vezes por semana, mas que, no entanto não é executado corretamente.
•Feedback da avaliação de desempenho
Verificou-se na pesquisa realizada que raramente são realizadas reuniões para
discutir os resultados das avaliação de desempenho dos servidores, desta forma, os servidores
não ficam sabendo o que precisa ser melhorado.
INDICADOR PSICOLÓGICO
•Curso especializado de acordo com a função de cada secretaria
Visando aperfeiçoar o desenvolvimento profissional dos servidores tendo-se
percebido pela pesquisa realizada essa necessidade, bem como melhorar o atendimento ao
público.
•Reuniões sociais periódicas
Buscando proporcionar integração entre os servidores efetivos, contratados e
comissionados, oportunizando a troca de experiências, de conhecimento.
INDICADOR SOCIOLÓGICO
•Participação dos servidores na definição de objetivos, metas e tomadas de
decisões
Percebeu-se na pesquisa que os servidores sentem necessidade de participarem mais
ativamente na definição de metas e objetivos e nas tomadas de decisões relacionadas ao seu
trabalho, podendo proporcionar servidores mais motivados, satisfeitos e comprometidos.
102
•Ações de reflexão incentivando a união e o espírito em equipe
Sugere-se expandir essa iniciativa realizada na Secretaria de Gestão de Pessoal,
conforme verificado na entrevista, resgatando a identidade profissional do servidor e
proporcionando uma vida social cada vez melhor.
103
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivo principal diagnosticar os fatores influentes na
qualidade de vida no trabalho dos servidores da Prefeitura Municipal de Itajaí, com base no
modelo de Westley, visando a melhoria das condições de trabalho e conseqüentemente a
melhoria nos serviços prestados.
Quanto aos aspectos metodológicos, caracterizou uma pesquisa-diagnóstico, com
abordagem quantitativa e aporte qualitativo. A coleta de dados permitiu o levantamento de
informações importantes quanto aos indicadores de qualidade de vida no trabalho inexistentes
ou falhos na Instituição, possibilitando assim, se necessário, as melhorias, para obtenção de
um retorno favorável, quanto a produtividade e comprometimento com a Instituição.
O trabalho permitiu tornar os assuntos abordados mais claros, referentes à
administração, recursos humanos e a qualidade de vida no trabalho, sendo utilizadas citações
de vários autores para maior consistência dos temas.
Com o resultado obtido na pesquisa, observou-se a existência de pontos favoráveis
na Instituição, como: a realização de pesquisas sobre o clima organizacional, que mostra o
interesse da Instituição no bem-estar dos servidores, a criação da FEAPI que proporciona
capacitação aos servidores, implantação do plano de cargos e carreiras, de programas de
integração do servidor, a inclusão de duas psicólogas no quadro funcional, bem como a
criação de uma ouvidoria, visando ampliar e melhorar a comunicação dos servidores com a
Instituição.
No entanto também apontou pontos desfavoráveis e que precisam ser melhorados,
como: a valorização do servidor, melhorias nas condições ambientais, cursos especializados
para o tipo de serviço executado, retorno das avaliações de desempenho, entre outros aspectos
já relatados, que desestimulam o servidor na realização do seu trabalho.
A realização da pesquisa possibilitou também a identificação da percepção da
Instituição, quanto aos fatores da qualidade de vida no trabalho.
A limitação da pesquisa se refere à resistência de alguns servidores em responder ao
questionário, deixando de colaborar com a sua real opinião.
O resultado da pesquisa permitiu apresentar sugestões que poderão proporcionar
melhorias nas condições de trabalho, nos processos e no resultado dos serviços prestados pela
Instituição.
Por fim, este estudo possibilitou a ampliação do conhecimento na área de recursos
humanos. Com base nos fundamentos teóricos, verificou-se que as organizações que
104
desenvolvem programas que visam à qualidade de vida no trabalho, poderão obter um
diferencial na qualidade dos serviços prestados, proporcionando a satisfação tanto dos
funcionários, como dos clientes.
105
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109
APÊNDICE A – ROTEIRO DA ENTREVISTA APLICADA COM A CONSULTORA TÉCNICA DA SECRETARIA DE GESTÃO DE PESSOAL PARA VERIFICAR A PERCEPÇÃO EM RELAÇÃO À QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.
110
APÊNDICE A – ROTEIRO DA ENTREVISTA APLICADA COM A CONSULTORA TÉCNICA DA SECRETARIA DE GESTÃO DE PESSOAL PARA VERIFICAR A
PERCEPÇÃO EM RELAÇÃO À QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. •Qual a visão da Instituição sobre a qualidade de vida no trabalho? • �Qual a importância da qualidade de vida no trabalho na instituição? •O nível de qualidade de vida na Instituição faz com que ela seja considerada um bom lugar para se trabalhar? Há estatísticas a respeito? O que dizem? Quantas foram feitas? • �Quais as principais características das políticas de recursos humanos da Instituição no tocante à qualidade de vida no trabalho?
FATORES ECONÔMICOS •Verifica-se periodicamente a relação entre os salários internos e os do mercado? Efetuam-se ajustes na estrutura de salários, levando-se em consideração os dados do mercado? •A instituição oferece benefícios aos servidores? Quais? •A instituição proporciona as condições de trabalho necessárias (iluminação, móveis, climatização, layout das salas) para um bom desempenho dos servidores? Há um controle efetivo de ruído, iluminação, temperatura, aeração? Quem o faz? O que revela? • �O fator político interfere no desempenho dos servidores? De que forma? FATORES POLÍTICOS • �São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais? Qual a freqüência dos exames periódicos? •Com que freqüência é realizada a limpeza das instalações? Qual o período? Quem é o responsável? Que tipo de inspeção é feita para averiguar as condições de higiene e segurança existente? •Como é a relação do sindicato com os servidores? O sindicato interfere na administração dos servidores? Como? •Os servidores recebem feedback´s do seu desempenho na Instituição? De que forma? Quem é o responsável em passar o feedback? •Os servidores têm liberdade para expressarem o que pensam? De que forma? Que meios à administração utiliza para saber o que os servidores pensam a respeito da Instituição? Existe algum sistema de atendimento as reclamações dos servidores? Como funciona? •A instituição possui um plano de cargos e salários? Quais as suas características básicas? O cargo é valorizado no plano? O conteúdo dos cargos é continuadamente atualizados? Como os cargos são avaliados?
111
•A Instituição está ciente das dificuldades que os servidores encontram em seu dia-a-dia? Os servidores possuem fácil acesso à chefia? Qual o meio utilizado? FATORES PSICOLÓGICOS •A Instituição estimula os serviços na busca de desafios que contribuam para o crescimento profissional e a produtividade? •Há algum plano de avaliação do desenvolvimento pessoal dos servidores? Como funciona? Em que freqüência? •A Instituição estimula o desenvolvimento profissional dos servidores? Como? •A Instituição aceita as idéias propostas pelos servidores? Como a Instituição avalia a aproveita essas idéias? •Os servidores realizam a auto-avaliação? Com que freqüência? •O volume de trabalho do dia-a-dia dos servidores permite que eles desenvolvam as tarefas com qualidade? De que forma isso é avaliado pela Instituição? •Os servidores conhecem as atribuições de suas funções? Existe um manual de descrição das funções? Esse manual é avaliado e atualizado continuadamente? Quem é o responsável por essa tarefa? FATORES SOCIOLÓGICOS •Existe alguma participação dos servidores nas tomadas de decisões? Em quais situações? Como é essa participação? •Os servidores são consultados sobre as mudanças que devem ser feitas em suas áreas de trabalho? Como é feito essa consulta? •A organização proporciona que os servidores tenham autonomia na execução de suas funções? De que maneira? Há algum resultado? •A instituição incentiva à união e o espírito de equipe entre os servidores? De que forma? • �Os servidores assumem os erros cometidos? Como a Instituição reage aos erros? É realizado um treinamento para precaver situações desse tipo? •Os servidores assumem responsabilidade no desempenho de suas funções? Qual o grau dessa responsabilidade?
112
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES PARA IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL
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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES PARA IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL
DADOS PESSOAIS 1.1 – Sexo: ( ) feminino ( ) masculino 1.2 – Idade: ( ) até 25 anos ( ) de 26 a 30 anos ( ) de 31 anos a 35 anos ( ) acima de 35 anos 1.3 – Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Amasiado FAMÍLIA 2.1 – Você reside: ( ) Sozinho ( ) Com os pais ( ) Cônjuge ( ) Outros____________ 2.2 – Possui filhos? ( ) Sim ( ) Não 2.3 – Quando você está trabalhando, com quem ficam seus filhos menores (caso possua)? ( ) Com meus pais ( ) Na creche pública ( ) Na creche particular ( ) Com a Empregada ( ) Com os filhos mais velhos ( ) Sozinho ( ) Cônjuge 2.4 – Qual a renda familiar total: ( ) até R$ 500,00 ( ) de R$ 501,00 a R$ 1000,00 ( ) de R$ 1001,00 a R$ 1500,00 ( ) de R$ 1501,00 a R$ 2000,00 ( ) de R$ 2000,00 a R$ 3000,00 ( ) de R$ 3000,00 a R$ 4000,00 ( ) de R$ 4000,00 a R$ 5000,00 ( ) Acima de 5000,00 HABITAÇÃO 3.1 – Reside em: ( ) Casa própria ( ) Casa Alugada ( ) Apartamento ( ) Outros___________ 3.2 – Qual o tipo de construção de sua residência? ( ) Alvenaria ( ) Madeira ( ) Mista 3.3 – Quantos cômodos tem a residência onde você mora? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10 ( ) mais de 10 3.4 – Cidade em que reside: ( ) Itajaí ( ) Navegantes ( ) Balneário Camboriú ( ) Outras: Qual_________________ EDUCAÇÃO 4.1 – Qual seu grau de instrução: ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) 3º grau incompleto ( ) 3º grau completo
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4.2 – Você ainda está estudando? ( ) Sim ( ) Não 4.3 – Por que razão não está estudando (caso sua resposta foi negativa na questão anterior)? ( ) Horário de Trabalho ( ) Idade ( ) Salário ( ) Não tenho interesse 4.4 – Você gostaria de voltar a estudar (caso sua resposta foi negativa na questão 2)? ( ) Sim ( ) Não 4.5 – Qual o meio que você mais utiliza para se manter informado sobre a atualidade? (marque somente 01 alternativa) ( ) Jornal ( ) Revistas ( ) Internet ( ) TV ( ) Rádio ( ) Outras pessoas ( ) Não tenho me mantido informado TRABALHO 5.1 - Qual seu tempo na Instituição: ( ) até 5 anos ( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 15 anos ( ) de 16 a 20 anos ( ) de 21 a 25 anos ( ) mais de 25 anos 5.2 – É o seu primeiro emprego? ( ) Sim ( ) Não 5.3 – Qual seu vínculo empregatício: ( ) Efetivo ( ) Contratado ( ) Comissionado ( ) Efetivo/comissionado 5.4 – Fora da Instituição você tem outra atividade remunerada? ( ) Sim ( ) Não TRANSPORTE 6.1 – Qual o meio de transporte utilizado para ir ao trabalho? ( ) Carro ( ) Ônibus ( ) Moto ( ) Bicicleta ( ) Carona ( ) A pé 6.2 – Quanto tempo você gasta para chegar ao trabalho?_______________________ SAÚDE 7.1 – Sua família tem algum tipo de assistência médica particular? ( ) Sim ( ) Não 7.2 – Você já sofreu algum acidente de trabalho nessa Instituição? ( ) Sim ( ) Não 7.3 – Próximo da sua residência existe algum hospital ou posto de saúde? ( ) Sim ( ) Não LAZER / ATIVIDADES SOCIAIS / CULTURAIS 8.1 – Você pratica seu esporte favorito? ( ) Sim ( ) Não
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8.2 – Qual o seu esporte favorito? ( ) Futebol de campo ( ) Futebol de Salão ( ) Voleibol ( ) Basquetebol ( ) Natação ( ) Tênis ( ) Outro___________________________ 8.3 – Quando você está de folga, o que mais gosta de fazer? Marque com o nº 1 a sua principal preferência, com o nº 2 a segunda e com o nº 3 a terceira preferência. ( ) Assistir TV ( ) Descansar ( ) Ir ao cinema ( ) Ir ao teatro ( ) Ler livro ( ) Jogar cartas ( ) Visitar amigos ou parentes ( ) Ir a praia ( ) Ir a igreja ( ) Pescar ( ) Viajar ( ) Outro________________________ 8.4 – Você freqüenta algum clube? ( ) Sim ( ) Não 8.5 – Você participa de algum grupo e sua comunidade? ( ) Sim ( ) Não 8.6 – O grupo do qual você participa tem que finalidade (caso sua resposta foi positiva anteriormente)? ( ) Esportiva ( ) Religiosa ( ) Social ( ) Sindical ( ) Política ( ) Outra_____________ 8.7 – Você lê jornal? ( ) Diariamente ( ) Raramente ( ) Não
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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES PARA IDENTIFICAR A PERCEPÇÃO QUANTO A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SEUS INDICADORES
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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES PARA IDENTIFICAR A PERCEPÇÃO QUANTO A QUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO E SEUS INDICADORES
1.1 - Você sabe o que é Qualidade de Vida no Trabalho - QVT? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos 1.2 - Para você a qualidade de vida no trabalho é importante na Instituição? ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Mais ou menos ( ) Não é importante FATORES ECONÔMICOS 2.1 -Seu salário é compatível com o mercado de trabalho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 2.2 -Dos benefícios abaixo, quais contribuem para a qualidade de vida no trabalho? ( ) Vale transportes ( ) Vale alimentação ( ) Bolsa de estudos 2.3 – Os benefícios oferecidos pela Instituição atendem as suas necessidades? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 2.4 -As condições ambientais do seu local de trabalho (iluminação, móveis, climatização, espaço, higiene, instalações sanitárias) permitem seu bom desempenho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 2.5 -O que poderia ser melhorado? Coloque número 1 na principal e número 2 na segunda mais importante. ( ) Iluminação ( ) Móveis ( ) Climatização ( ) Espaço ( ) Higiene ( ) Instalações sanitárias 2.6 –O seu trabalho é prejudicado pelas influências político partidária? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião FATORES POLÍTICOS 3.1 – Os gestores da Instituição têm interesse nos bem-estar dos servidores? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 3.2 – O ambiente de trabalho é mantido limpo? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 3.3 – O sindicato tem ajudado a melhorar as condições de trabalho da sua categoria? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião
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3.4 – Seu superior imediato costuma discutir os resultados da sua avaliação de desempenho com você? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 3.5 – Você têm oportunidade de dizer aos seus superiores hierárquicos o que pensa da empresa ou do seu trabalho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 3.6 – No plano de cargos e salários da Instituição, seu conteúdo é continuadamente atualizado? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 3.7 – Você se sente à vontade para falar abertamente a respeito de trabalho com o seu superior imediato? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 3.8 – Você sente-se seguro em dizer o que pensa? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião FATORES PSICOLÓGICOS 4.1 - �A Instituição realiza avaliação do potencial humano? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 4.2 - A Instituição estimula os serviços na busca de desafios que contribuam para o crescimento profissional e a produtividade dos servidores? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 4.3 – A Instituição dá condições de treinamento/desenvolvimento para que você tenha um aprendizado contínuo? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 4.4 – Você considera que o seu potencial de realização profissional tem sido adequadamente aproveitado? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 4.5 – A empresa é aberta a receber e reconhecer as opiniões e contribuições dos servidores? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 4.6 – Você é capaz de avaliar o resultado e as qualidades de suas atividades? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião
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4.7 – Ao realizar o seu trabalho, você procura obter resultados melhores do que os esperados pela Instituição? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 4.8 – As orientações que você recebe sobre o seu trabalho são claras e objetivas? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião FATORES SOCIOLÓGICOS 5.1 – Você participa da definição das metas e dos objetivos relacionados ao seu trabalho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 5.2 – Você participa juntamente com o seu superior imediato das decisões que afetam seu trabalho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 5.3 – Você tem liberdade para fazer o seu trabalho da forma como considera melhor? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 5.4 - Os programas de integração do servidor (Do-In, Dança de Salão, Ginástica Laboral, Remo) contribuem para a sua qualidade de vida no trabalho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 5.5 - É realizado treinamento para precaver os erros dos servidores? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 5.6 – Você se sente apto para assumir maiores responsabilidades do que as que possui atualmente? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos 5.7 – Na sua opinião que ações seriam necessárias para a melhoria da Qualidade de Vida na Instituição? Pergunta opcional. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________