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Tópicos Especiais em Análise do Discurso – 2/2011
Prof. Sabine Mendes, Ms.
Tempos verbais e operadores argumentativos
Tempos Verbais (H. Weinrich)Os tempos não têm vinculações com o
TEMPO (Chronos). Dois sistemas temporais – função de
sinalizar a situação comunicativa em que se inscrevem os enunciadores.
Grupo I – Mundo comentado. Grupo II – Mundo narrado. Diferente da visão estruturalista tripartite
de verbo (presente, passado e futuro). Conceito de metáfora temporal (quando um
mundo invade o outro).
Mundo comentado (Koch)
GRUPO I – mundo comentado (conteúdo presente em uma comunicação linguística)
→no mundo comentado, os interlocutores comprometem-se com seu “dito” = comentar é falar comprometidamente.
→o emprego dos tempos comentadores constitui um sinal de alerta para advertir o ouvinte de que se trata de algo que o afeta diretamente e de que o discurso exige a sua resposta, verbal ou não verbal.
→tempos verbais: Indicativo: presente, pretérito perfeito composto, futuro do presente, futuro do presente composto, além das locuções verbais formadas com esses tempos.
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ReceitaIngredientes2 conflitos de gerações4 esperanças perdidas3 litros de sangue fervido5 sonhos eróticos2 canções dos beatles
Modo de preparardissolva os sonhos eróticosnos 2 litros de sangue fervidoe deixe gelar seu coração
leve a mistura ao fogoadicionando dois conflitosde gerações às esperançasperdidas
corte tudo em pedacinhose repita com as canções dos beatleso mesmo processo com ossonhos eróticos mas desta vezdeixe ferver um pouco mais emexa até dissolver
parte do sangue pode sersubstituído por suco degroselha mas os resultadosnão serão os mesmos
sirva o poema simples ou comilusões. (Nicolas Behr)
Mundo narrado (Koch)GRUPO II – mundo narrado
→ Com relação ao mundo narrado, os interlocutores, ao enunciarem, colocam-se numa posição de distanciamento em relação ao que está sendo dito.
→ Ao mundo narrado, pertencem todos os tipos de relato, literários ou não.
→ tempos verbais: indicativo: pretérito perfeito simples, pretérito imperfeito, pretérito mais que perfeito, futuro do pretérito e locuções verbais formadas com tais tempos.
Mundo narrado (Koch)Museu da Pessoa
- Vinnicius Mendes Ventura.- Vanessa Lopes Lira.
Semitempos
O modo subjuntivo e as formas nominais dos verbos são considerados semitempos, pois eles se mostram indiferentes à distinção entre mundo narrado e mundo comentado.
Resumindo...“Ao mundo narrado, pertencem todos os tipos de relato, literários ou não; tratando-se de eventos relativamente distantes, que ao passarem pelo filtro de relato, perdem muito de sua força, permite-se aos interlocutores uma atitude mais “relaxada”. Ao mundo comentado pertencem a lírica, o drama, o ensaio, o diálogo, o comentário, enfim, por via negativa, todas as situações comunicativas que não consistam, apenas, em relatos, e que apresentem como característica a atitude tensa: nelas o falante está em tensão constante e o discurso é dramático, pois se trata de coisas que o afeta diretamente. (KOCH, 1996, p.194)”
O sujeito
- Mundo comentado: ele é ativo (espera-se resposta, reação).
- Mundo narrado: ele é “passivo” (espera-se atenção).
Tal visão resignifica o ponto de vista estruturalista sobre os verbos e busca o ponto de vista do sujeito.
O mundo comentado invade o narrado
O mundo comentado invade o narrado
O mundo narrado invade o comentado
No ano passado, o acordo com o FMI, nas condições obtidas, significou grande vitória do recém-eleito presidente Lula. As exigências nada tiveram de anormais e o próprio governo tratou de fixar alto padrão de superávit fiscal. Um novo acordo com o Fundo surtiria o mesmo efeito. (Blindagem útil. Jornal do Brasil, 28/09/03)
Perspectiva comunicativa e relevoMundo comentado
Mundo narrado
Pretérito perfeito Presente do indicativo
Futuro do Presente
Retrospectivo Tempo zero Prospectivo
Pretérito mais que perfeito
Pretérito perfeitoPretérito imperfeito
Futuro do Presente
Retrospectivo Tempo zero Futuro do pretérito
Relevo- só é indicado por meio do tempo verbal no mundo narrado, manifestando o 1º plano pelo perfeito e o 2º plano (pano de fundo) pelo imperfeito .
- Eduardo e Mônica.
Eduardo e MônicaLegião Urbana
Quem um dia irá dizerQue existe razãoNas coisas feitas pelo coração?E quem irá dizerQue não existe razão?Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantarFicou deitado e viu que horas eramEnquanto Mônica tomava um conhaqueNo outro canto da cidade, como eles disseramEduardo e Mônica um dia se encontraram sem quererE conversaram muito mesmo pra tentar se conhecerUm carinha do cursinho do Eduardo que disse"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"Festa estranha, com gente esquisita"Eu não tô legal", não agüento mais birita"E a Mônica riu, e quis saber um pouco maisSobre o boyzinho que tentava impressionarE o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa"É quase duas, eu vou me ferrar"
Operadores argumentativos (Koch)
PERTENCEM A CLASSES GRAMATICAIS DIVERSAS NA GRAMÁTICA TRADICIONAL E, EM ALGUNS CASOS, SÃO INCLUÍDOS NO GRUPO DE PALAVRAS DENOTATIVAS
Análise do discurso publicitário (Fernandes, 2008) – sentido de intimidação.
Análise do discurso publicitário (Fernandes, 2008) – introdução de uma pressuposição – já – cabelos enrolados antes?
Análise do discurso publicitário (Fernandes e Silva, 2008) –introdução do argumento mais forte