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Título: “Narrativas de experiências: a construção dos sujeitos na educação de Jovens e Adultos”
Autor Malgarete Terezinha Acunha Linhares
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
CEEBJA Orides Balotin Guerra
Município da Escola Foz do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu
Professora Orientadora Luciana Vedovato
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon
Relação Interdisciplinar História
Resumo Este projeto propõe uma possibilidade de trabalho com o relato de experiências em turmas de Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental. Pretende-se resgatar relatos de experiências vivenciadas pelos educandos e transformá-los em textos escritos. Para reconhecer o relato de experiências sugerimos vários textos, dentro do “narrar”. No desenvolvimento das atividades usaremos vídeos (relatos de experiências), filmes, reportagem de jornal, etc. Os participantes trarão fotografias para produzirem textos sobre a mesma, depois faremos um autorretrato. Na sequência das atividades teremos vários momentos de produção. Através de uma roda-de-conversa pretende-se despertar os educandos para relatarem oralmente algum episódio bem significante de sua vida. O trabalho de produção de texto passará pelo processo de refacção. No decorrer da Unidade Didática usaremos o laboratório de informática para oportunizar um momento de inserção digital aos educandos de EJA. Com isso pretendemos produzir um Livro Virtual comportando as fotos, o autorretrato e os relatos de experiências, ganhando imagens, som, cor, efeitos especiais e outros recursos midiáticos. Dessa forma, os textos se tornarão mais atraentes, contribuindo para o desenvolvimento de escrita e também na identificação enquanto sujeitos, autores de sua história.
Palavra – chave EJA – Relato de Experiência – Livro virtual
Formação do material didático Unidade didática
Público Alvo Uma turma do Ensino Fundamental de EJA
Apresentação
A Educação de Jovens e Adultos revela sempre uma grande quantidade de
histórias. Ao longo dos anos trabalhados percebemos que os educandos da EJA
sentem necessidade de expor suas vivências, ressaltando os momentos tristes,
emocionantes e os motivos por terem parado de estudar, a história dos filhos, etc.
Esse aspecto nos provocou para desenvolver um projeto acerca da identificação e
valorização desses educandos, observando os relatos pessoais e como as
histórias constituíram os sujeitos como educandos. Uma das maneiras de
expressar as vivências é por meio da oralidade que, pela espontaneidade, não
exige do falante tanta preocupação com o emprego da língua. Entretanto, tal fato
contribui para que as histórias se percam, provocando o apagamento não apenas
do texto escrito, mas do próprio lugar de onde os sujeitos são inseridos.
Refletindo a condição de sujeitos e que durante os relatos encontram- se
não apenas com as suas histórias, mas com a história como motor para o uso
consciente da Língua, a proposição do trabalho com o gênero relato de
experiências tem o objetivo de fazer com que os educandos olhem para o mundo
a partir de um lugar crítico. Então pensamos em fazer isso olhando para os
desafios da vida. Quem nunca enfrentou um desafio? Trabalhar, criar filhos,
estudar, em alguns momentos parecem coisas inconciliáveis e muitos deixam por
vezes, os estudos para atender outras urgências da vida.
A unidade que estamos propondo trata justamente do relato de desafios
enfrentados por pessoas que não se deixaram abater, que seguiram e
conseguiram não apenas a superação, mas a transformação de si próprios e da
realidade que os circunda.
Aprender é transformar e, por meio dessa Unidade, queremos resgatar a
importância da própria história. Reconhecer o mundo, escrever, ler tudo isso a
partir de relatos de experiências vivenciadas.
Material Didático – Unidade Didática
TEMA: ENFRENTANDO DESAFIOS
Aula 01 e 02
Apresentação do projeto aos participantes, direção e equipe pedagógica.
Como atividade inicial é importante transformar a aula em um bate-papo,
um encontro sem formalidades para que a linguagem oral possa fluir naturalmente,
sem algum tipo de moderador. Após as apresentações, cada educando envolvido
no projeto observará a sua carteira de identidade. Um novo olhar sobre um
documento importante. É pertinente fazer apontamentos como onde nasceram, a
filiação, onde foi feito o documento e outros aspectos
relevantes. Nesse momento aproveitaremos para uma
produção inicial de relatos, ainda de forma oral.
• O que é ter identidade? É uma questão apenas de
documentos? Qual a importância do documento?
http://www.redecol.com.br/2012/07/a-emissao-da-primeira-via-da-carteira.html
Aula 03 e 04
Reconhecimento do Gênero
RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Os gêneros discursivos não se definem por apenas características
linguísticas, mas como parte de esferas comunicativas que mudam à medida que
acontecem as transformações sociais, diferenças entre classes, queda de
modelos políticos, etc.
O relato de experiências está dentro do gênero narrar. Desde os tempos
mais remotos o homem elabora registros orais e escritos, muitos encontrados nas
paredes das cavernas, em pele de animais e outros suportes que através das
narrativas possibilitaram as gerações futuras conhecerem o passado.
Observemos a etimologia do verbo narrar.
O verbo narrar tem origem no verbo latino narro, as, āvi, ātum, āre, «contar, expor narrando, narrar, dar a saber», por sua vez derivado do adjectivo gnārus, a, um, «que conhece, que sabe» (Dicionário Houaiss). A raiz deste adjectivo remonta ao indo-europeu *gene-, *gno-, «conhecer», reconhecível no verbo latino «nōsco (antigo gnōsco, atestado pelos gramáticos e pelas inscrições), is, nōvi, nōtum, nōscĕre, "começar a conhecer, aprender a conhecer, tomar conhecimento; conhecer"» e identificável também no grego, por exemplo, em gnôsis, eós, «ação de conhecer, conhecimento, ciência, sabedoria», que está na origem do elemento -gnóstico, que integra a palavra diagnóstico. Refira-se ainda que o verbo inglês to know tem origem na mesma raiz indo-europeia. Site:http://forum.angolaxyami.com/lingua-portuguesa/252709-etimologia-do-verbo-
narrar.html
Data: 02/12/2012
:
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Contexto de produção Normalmente são histórias de sujeitos que passaram por grandes problemas ou alegrias. Podem ser da esfera literária, jornalística ou histórica.
A construção composicional - Textos narrativos: com situção inicial, desenvolvimento clímax e desfecho. -Escritos ou orais
Conteúdo Temático Tem relação com a história dos homens e mulheres que passam por situações difíceis. Às vezes funcionam como a garantia de voz às minorias.
Marcas linguísticas enunciativas - narrador - Tempo verbal pretérito - presença de pronomes em 1ª pessoa do singular; - sequências descritivas; - adjetivação; - presença de advérbios temporais e espaciais adjetivos; - presença de adjetivos; - narrador sempre presente na história; - presença ou não de personagens.
Nesse momento assistiremos ao vídeo “ História de Nick Vujicick”
“ História de Nick Vujicick”
http://www.youtube.com/watch?v=36fw7v4ufX4
Dia:05/12/2012 às 17h e 15 min
• Levando em consideração as características do gênero responda as
questões:
1) Nick faz um relato oral. Quais as marcas da oralidade?
2) Quais expressões permitem identificar o tempo da narrativa?
3) Há personagem no texto de Nick? Qual é a função delas? Como elas
ajudam no relato?
Aula 05 e 06
Observação de Fotografias
Para a realização dessas atividades,
solicitaremos aos participantes que tragam
fotografias de momentos marcantes de sua
vida. Com a sala disposta em círculos,
iniciaremos com uma sessão de nostalgia, a
volta ao passado pelos retratos, um resgate da
memória pessoal.
Cada educando poderá expor seu relato oral a respeito da sua fotografia,
fazendo apontamentos como o porquê da escolha, que fatos ocorreram nessa
Agora pense você: quem é personagem na sua história além de você mesmo?
Qual a importância dessa figura na vida?
Converse com os colegas. Troque opiniões, fale e ouça sobre essas personagens.
época, qual a importância desse registro histórico para sua vida e outros detalhes
que poderão ser observados e relatados.
Na sequência dos relatos orais, aproveitaremos para destacar as
especificidades de cada um, no momento de exibir comentários sobre a maneira
de relatar, a escolha da linguagem, as gírias, o tempo verbal, empregados aos
personagens reais que aparecem no retrato.
É hora de abrir espaço para perguntas e algumas colocações pertinentes à
exploração das fotografias.
Em seguida, após os relatos, os educandos serão provocados a escrever
um parágrafo sobre a fotografia escolhida.
Alguns apontamentos:
O que essa fotografia levanta de sentimentos? Foi um momento triste ou
alegre?
Você consegue lembrar quais fatos aconteciam no mundo na época em
que tirou essa foto?
É importante tirar fotos de momentos como esse, escolhido por você? Por
quê?
Produção de autorretrato
Você é o artista!
Com os materiais artísticos apostos: folha,
lápis de cor e outros. Faremos um autorretrato.
Depois colocaremos no livro que a turma
produzirá em conjunto no laboratório de
informática. As fotos e o autorretrato serão
digitalizados para serem vistos novamente no término do projeto.
Aula 07 e 08
Leitura do texto “De costas para o ano-novo”
(Amyr Klink)
Resignando, como se o mau tempo fosse o único tempo possível, recolhi o que restava da buja e deixei apenas a velhinha de tempestade solteira. Talvez viúva. Disparou então uma vez a fúria de Southern Ocean. Foi- se graça e o resto do bom humor. Foram-se as ultimas gotas
de paciência para tentar entender o que se passava [...]
Para evitar constrangimentos causados pelos direitos autorais, disponibilizaremos apenas fragmentos da obra citada, os demais textos deste trabalho serão citados apenas o título e o autor. O texto na íntegra encontra- se no livro. Mar sem fim: 360° ao redor da Antártica. São Paulo: companhia das Letras, 2000.p 102-3.
Após cuidadosa leitura do texto, chamaremos a atenção dos alunos para
alguns aspectos do texto que merecem destaque:
a) Quem é Amyr Klink;
b) Onde aconteceram os fatos;
c) Quem participa do relato;
d) Quando aconteceu;
e) Como era o espaço das ações, etc.
Aproveitaremos os questionamentos também para expor slides da Antártica,
de como é um veleiro e seus elementos constitutivos e outros detalhes do
ambiente.
Na sequência colocaremos algumas questões relacionadas à exploração
do texto:
a) Qual o efeito de sentido provocado pelo enunciado “Resignado, como se o
mau tempo fosse o único tempo possível”?
b) Quem conta a história? Quais as expressões que demonstram o tipo de
narrador?
c) Quais expressões Amyr usa para descrever as condições do mau tempo e
do mar?
d) Como são enfrentados os problemas causados pelo mau tempo?
e) De que maneira acontece a finalização do texto? O que te surpreendeu?
Explique.
O texto é composto de relatos de experiências vividas por Amyr Klink no
continente gelado. O contexto de produção do texto é real, cercado de aventuras
em um lugar confragoso. O título do texto só produz efeito de sentido quando
entendemos o que aconteceu com o veleiro, e como supostamente o autor
imaginara passar o ano novo.
1)Sem ler o texto, qual foi o efeito de sentido que o título provocou em você?
2)Poderíamos colocar outro título sem alterar o sentido do texto? Explique e
acrescente uma sugestão.
Aula 09 e 10
Quando contamos uma história mesmo que inventada normalmente
falamos de fatos passados. Quem nunca ouviu o famoso “Era uma vez”. O
passado, dentro da língua portuguesa é um dos tempos verbais mais difíceis, pois
apresenta a passagem nos relatos, normalmente há a presença de pretérito
(passado) perfeito e do imperfeito.
No enunciado “recolhi o que restava” existem as duas formas. Volte ao
texto e tente você dizer qual a diferença entre elas.
Outros detalhes do texto
O autor estrutura o texto com o auxílio de figuras de linguagem para
caracterizar os fatos e criar efeitos de sentido. Com isso, o relato de uma
experiência pessoal em alto-mar, perigosíssima, não se tornou um texto
angustiante. Ainda podemos observar adjetivos, advérbios e o tempo verbal, outra
marca fortíssima do relato de experiência.
Os primeiros períodos do texto são marcados por orações curtas,
demonstrando o estilo do autor.
“Foi-se a graça e o resto de bom humor. Foram-se as últimas gotas de
paciência para tentar entender o que se passava. Caos completo”.
Aula 11 e 12
Retomando aos elementos constitutivos do gênero narrar.
Após termos assistido ao vídeo sobre a história de Nick, produzir um
parágrafo sobre a fotografia e ler o texto de Amyr Klink poderemos observar
alguns elementos comuns como narradores, tempos verbais, personagens e
identificação do lugar.
Narrador Tempos verbais Personagens Identificação de lugar
Vídeo Pretérito perfeito/ imperfeito presente
Parágrafo
Amyr
EM SEGUIDA a) Aponte as similaridades, quais as diferenças? Há pontos em comum com o
que você escreveu sobre a fotografia? Explique.
b) Dê sua contribuição. Quais elementos do gênero relato de experiência não
foram destacados e que, segundo você, poderiam ser acrescentado nos espaços
em branco?
Aula 13 e 14
Leitura do Texto
"Um dia de competição na
Califórnia...”.
Chegamos ao ponto e o circo já
estava armado. Encontramos toda galera
local e pra nossa surpresa o Pato e o João
Maurício Jabour resolveram aparecer de última hora. Os minutos passavam
rapidamente e resolvemos colocar o Jet na água [...]
(Burle e Eraldo. Fluir, São Paulo: Peixes, ano 19, n2, Fevereiro 2004, p.70)
Mais um exemplo de relato de experiências pessoais. O mar também é
palco das ações. Esse texto nos reserva algumas emoções diferentes a contar
pela linguagem, estrangeirismos, gírias dos surfistas, refinamento de detalhes.
Observe nesse texto que o narrador transita com a primeira pessoa no
singular e no plural. Há momentos que as ações são em conjunto e outros que
são individuais.
E essa variação é marca de estilo do autor que, por ser surfista, tem
carinho especial por seus companheiros, é uma relação de proximidade a ponto
de o eu misturar-se com o nós.
O texto apresenta uma estrutura composicional bem distribuída em cinco
parágrafos. É possível formar imagens mentais à medida que o texto evolui,
imaginando as cenas, as ondas. Esse efeito de sentido pode ser provocado pela
escolha lexical, lembrando o espaço do mar onde ocorrem ondas gigantescas.
O uso do advérbio de modo “rapidamente” repetido várias vezes no texto,
confere rapidez as ações, coisa de jovens surfistas e também por causa do
cenário, tudo muito rápido, o movimento das ondas.
UM OLHAR SOBRE O TEXTO
a) Podemos caracterizar o texto “Um dia de competição na Califórnia...” como
um relato de experiências? Por quê? Quais elementos permitem essa
caracterização?
b) Aponte exemplos da linguagem dos surfistas presentes no texto.
c) No texto pode-se encontrar trechos que demonstram o estilo de apresentar
os fatos dos narradores? Dê exemplos.
d) Durante a do texto leitura nos deparamos com momentos de curiosidade,
aflição, tensão nervosa, o clímax da história. No relato apresentado como isso
acontece, em que trecho? Qual o efeito de sentido provocado em você?
e) Como é o espaço no texto? Quais elementos podem caracterizá-lo?
Aula 15 e 16
Nos relatos de experiência é possível perceber características que
demonstram um pouco do lugar social do narrador através do estilo.
Os relatos podem se diferenciar dependendo do estilo do autor, da
estrutura composicional, da escolha lexical e, também, das condições de
produção.
No texto “Um dia de competição na Califórnia...” o conflito acontece em
torno de uma aventura. As condições de produção são baseadas nas
experiências reais. O registro dessa experiência se deu através do texto (escrita).
Outros exemplos de relatos se valem de fotos, filmagens (vídeos), desenhos,
gestos e outros meios.
Observaremos o gênero relato de experiências em outro suporte, um vídeo
com relatos dos sobreviventes de uma tragédia ambiental no Rio de Janeiro.
IMPRESSIONANTE OS RELATOS DOS SOBREVIVENTES NA REGIÃO SERRANA DO RIO
Site:_http://www.youtube.com/watch?v=H6MW3ERd0Tw
Data :02/12/2012 às 15h e 29 min
O relato dos sobreviventes dessa tragédia apontam aspectos de como
ocorreu o resgate. É possível perceber que os fatos relatados baseiam-se na
ativação de memórias. O repórter instiga os narradores com perguntas para que
possam se expressar com mais desenvoltura.
Após assistirmos ao vídeo:
1) Dividiremos a turma em grupos;
2) Para cada grupo, daremos a tarefa de observar no relato em questão um
elemento constitutivo do gênero narrar;
3) Após feito os apontamentos no grupo é hora da turma fazer suas
considerações acerca do gênero relato de experiências;
4)Escolheremos um aluno para conduzir as atividades, para ser o mediador do
trabalho.
a) Debater o tema, o estilo, o arranjo composicional, as condições de
produção, etc.
Aula 17 e 18
Reconhecendo o gênero em outros textos
Leitura:
1) Após lermos a reportagem, cada grupo desenvolverá as seguintes observações:
a) Como identificamos os relatos de experiência na reportagem?
b) Após ler a reportagem e identificar os relatos de experiências é possível
reconhecer características da esfera narrativa como tempos verbais, espaço, tipo
de narrador, etc.? Apresente exemplos.
c) Observe a linguagem empregada pelo jornalista e pelos sobreviventes.
Existem semelhanças ou diferença entre elas? Aponte alguns exemplos.
2) As análises serão transpostas em cartazes ou no quadro de giz (pincel), oralmente
podendo ser apresentadas com outros recursos.
Aula 19 e 20
O cinema é uma Arte que se vale algumas vezes do relato de experiência
para produzir curtas e longas metragens, exibindo histórias autobiográficas de
pessoas ilustres e também relatos de experiências de pessoas comuns viram
roteiro de filmes. Para esse projeto selecionamos o filme “Forrest Gump – o
contador de histórias”. Os participantes assistirão ao filme.
O momento é de descontração, de desfrutar desse recurso Após assistirem
ao filme, os participantes terão um espaço para fazerem o papel de um relator,
destacando momentos que julgarem importantes. Para finalizar, colocaremos uma
questão para que o grupo construa uma resposta.
O filme “Forrest Gump – o contador de histórias” contribui para
compreendermos o gênero relato de experiências? Em que aspectos?
Aula 21 e 22
Agora é sua vez!
PRODUÇÃO DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
É hora do educando falar, momento em que cada um relatará oralmente
uma experiência vivenciada, Faremos uma Roda-de-conversa. Cada participante
Dica ao Professor
O importante nessa atividade é o desenvolvimento e a autonomia dos educandos em perceber o gênero relato de experiências em uma reportagem.
terá o seu momento de voltar às memórias e contar para o grupo uma passagem
de sua vida, livre de qualquer obrigação temática, estilo ou linguagem.
MOMENTO DE ACIONAR A MEMÓRIA
Para contribuir com a produção dos relatos de experiências escrita,
faremos blocos de anotações durante as apresentações orais, pontuando os
momentos importantes nos relatos de cada um. O objetivo é não perder a história,
os personagens, o lugar, o tempo, as ações e outros elementos que o aluno
expõe oralmente.
Ao término da atividade entregaremos a cada um, as anotações a respeito
do seu relato. Esse material auxiliará o educando na hora de começar a produção
textual.
Aula 23 e 24
Vamos à produção escrita
Os relatos produzidos oralmente na Roda-
de-conversa ganharão um novo formato. É hora de
colocar em prática os conhecimentos adquiridos
acerca do gênero relato de experiências
escrevendo as memórias.
Para contribuir com a produção dos relatos
de experiências, sugerimos alguns elementos constitutivos do gênero, já vistos
nas atividades anteriores.
a) Lembre-se de um fato marcante, pode ser na infância ou recentemente,
uma festa, um campeonato, uma aventura, uma mudança de vida, um grande
amor, uma viagem inesquecível, etc.
b) Relate o fato (episódio) escolhido destacando o tempo e o espaço; as
pessoas envolvidas na história (personagens); os sentimentos que surgiram
durante as ações, etc.
c) Escreva seu relato em 1ª pessoa e empregue os verbos no passado.
d) Escolha a linguagem que mais combina com seu estilo de narrar.
e) Avalie seu próprio texto – Releia o texto, observe se empregou a 1ª
pessoa, os verbos no passado, se há clareza no desenvolvimento das ações e se
a linguagem está adequada à situação e aos interlocutores.
É BOM LEBRAR!
Não esqueça que alguém irá ler o seu relato!
Aula 25 e 26
LENDO AS PRODUÇÕES
Após as produções, ainda em forma de rascunho, os educandos poderão
fazer a leitura dos textos para a turma. Essa atividade contribuirá para os mesmos
perceberem se houve entendimento e quais os efeitos de sentido que o relato
provocou nos colegas.
Em seguida, coletaremos os textos para o trabalho de refacção, com o
objetivo de fazer apontamentos em relação a escrita, demonstrando em que
aspectos o EDUCANDO pode melhorar, tornando o texto mais claro.
Aula 27 e 28
INSERÇÃO DIGITAL
Essa Unidade didática também tem por
finalidade oportunizar a inserção digital ao
educando de EJA.
Diferentemente das aulas mediadas em
sala com quadro e giz, agora os recursos serão
outros. Até o término do projeto teremos aulas
no laboratório de informática. Contaremos com o apoio técnico de um profissional
da área de informática, trabalhando as noções básicas de digitação e os recursos
que usaremos na montagem do livro virtual que comportará as produções textuais.
As tecnologias auxiliarão na composição digital de cada história. A proposta
é que, depois que cada aluno digitou sua história, comece a selecionar fontes,
imagens, sons e animação para o seu texto. Com o auxílio de um profissional do
CRTE, produziremos um livro virtual, um suporte que comportará as histórias de
cada participante do projeto.
Aula 29 e 30
AULA NO LABORATÓRIO
Retomando as aulas no laboratório. A inserção digital requer tempo e apoio
de um profissional. É uma atividade de caracterização de cada história. Os alunos
farão a escolha de fatos ou imagens que desejam expor nas páginas de sua
história. Agregando aos relatos os fatos digitalizados e os autorretratos
produzidos.
Aulas no laboratório
Com aulas mediadas no laboratório de informática,
pretendemos oportunizar aos educandos uma forma
diferenciada de aprendizado. Depois dos textos
digitalizados, as imagens escolhidas, os sons e os
possíveis efeitos especiais dados aos textos é hora de
compor o Livro Digital com os Relatos Pessoais. O
título ficará a cargo das sugestões colhidas pelos participantes. Depois de
montado o livro virtual com os devidos aparatos é hora de concentrar o trabalho
na produção de um vídeo, captando os momentos mais importantes do projeto,
com os depoimentos e outras ações.
Aula 31 e 32
A informática está presente no cotidiano das pessoas,
o ser humano já se habituou à tecnologia. A Educação pode
fazer uso dos recursos tecnológicos no desenvolvimento do
aprendizado. E aproveitando o uso dessa ferramenta a Língua Portuguesa pode
se valer de recursos midiáticos para tornar a prática mais agradável, auxiliando no
ensino da língua de forma mais prazerosa.
Escrever e poder visualizar os seus registros de uma forma animada,
colorida é o diferencial nesse projeto, produzir sentido ao escritor é algo fantástico.
Para encerrarmos as atividades com o Relato Pessoal e observarmos as
produções, propomos a apresentação do trabalho na Datashow da Escola para a
comunidade Escolar.
Durante as apresentações para várias turmas do CEBEJA Orides Balotin
Guerra, aproveitaremos o momento do intervalo entre as apresentações para que
os alunos participantes possam destacar para o público ouvinte como foi
participar desse projeto, quais os momentos de maior dificuldade, o que
realmente aprenderam. Enfim, deixaremos o espaço livre para que façam as
análises e devidas avaliações a respeito do projeto, também exibiremos a
produção de uns vídeos com vários momentos do desenvolvimento do projeto.
Orientações Metodológicas
A Unidade Didática “Enfrentando os desafios” propõe atividades para
serem desenvolvidas com turmas de Educação de Jovens e Adultos, podendo
também ser adaptada às demais modalidades de ensino.
O gênero relato de experiências poderá contribuir em nossa prática
pedagógica para a identificação do sujeito-educando. A partir das produções
poderemos avaliar em que medida a implementação do projeto provocou
mudanças nos educandos despertando-os para o aprendizado da Língua
Portuguesa.
Nesta Unidade Didática lançamos um desafio, não só nas temáticas dos
textos escolhidos, mas também na tentativa de inserção digital, mediando aulas
no laboratório de informática. Mas vale lembrar que se o professor não dispor de
tais recursos tecnológicos, poderá desenvolver as atividades acerca do gênero
sem nenhum problema.
Um aspecto relevante durante a aplicação da atividade é instigar o
educando a falar, ler e escrever de maneira que perceba os efeitos de sentido,
conseguindo resolver questões com a ajuda do grupo. Assim, com atividades
mais suspensas aos modelos tradicionais poderá ser possível tornar um
educando mais autônomo e autor de sua própria história.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail – Estética da Criação Verbal. 4 ed. Martins Fontes, São
Paulo 2006.
BURLE E ERALDO. Fluir, São Paulo: Peixes, ano 19, n.2, fev. 2004, p. 70.
DOLZ, J; SCHNEUWLY, B.Gêneros orais e escritos na escola.São
Paulo.ed Companhia das Letras,2004
KLINK, AMYR. Mar sem fim: 360 ao redor da Antártica. São Paulo:
Companhia
das Letras, 2000. p. 102.
MOISÉS, MASSAUD. A literatura brasileira através dos textos. 17 ed.
Editora
Cultrix. São Paulo. 1993.
ORLANDI,Eni. Análises do Discurso: príncipios e procedimentos.ed Pontes,
2007, Campinas- SP
http://www.youtube.com/watch?v=H6MW3ERd0Tw .Último acesso:
11/11/2012
http://www.youtube.com/watch?v=36fw7v4ufX4 .Último acesso: 11/11/2012
FOREST GUMP: O contador de história.1994.142min.color. Gênero:
Comédia, Drama e Romance. Narração: Tom Hanks. Distribuição:
Paramount Pictures. Diretor: Robert Zemeckis.
http://forum.angolaxyami.com/lingua-portuguesa/252709-etimologia-do-
verbo-narrar.html
Jornal Folha de São Paulo – 19 de Janeiro de 2012. (pg. A-14 – mundo)