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Thiago de Jesus Oliveira

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Resumen INTRODUÇÃO Palabras-clave: Etnobotánica, educación ambiental, plantas venenosas, zonas verdes. Palavras-Chave: Etnobotânica, plantas tóxicas, planejamento público, áreas verdes, educação ambiental. 1453 1454 • Coleta de dados • Área de Estudo 1455

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Plantas tóxicas em áreas verdes e suas relação com a comunidade – em são caetanos do sul/ são paulo/ brasil

Oliveira, Thiago de Jesus2; Rocha, Alessandra Borges1; Voltolini, Juliana Sapuppo1;

Roveratti, Dagmar Santos1,2. Resumo Foi realizado o levantamento etnobotânico do Parque Espaço Verde Chico Mendes localizado na cidade de São Caetano do Sul, SP/Brasil. Durante as visitas ao parque foram localizadas diversas espécies de plantas com princípios tóxicos, como por exemplo, Spathodea campanulata; Rhododendron spp; Euphorbia milii;

Monstera deliciosa; Allamanda cathartica; Plumeria rubra; Schinus molle. Com estas informações foi desenvolvido um questionário e aplicado aos frequentadores do parque, com o objetivo de analisar o conhecimento dos entrevistados a respeito do tema. Muitos dos frequentadores possuem plantas tóxicas no local de trabalho ou em casa, e de fácil acesso a crianças e animais, aumentando o risco de uma possível intoxicação. Os sintomas de uma intoxicação podem variar causando desde uma pequena irritação, mal-estar, provocar convulsões ou, dependendo da intensidade de absorção do principio tóxico pode levar a óbito. Como é praticamente inevitável o contato das pessoas com estas espécies que estão presentes no quotidiano de todos, é importante empregar métodos de prevenção e informação com base na educação ambiental. Palavras-Chave: Etnobotânica, plantas tóxicas, planejamento público, áreas verdes, educação ambiental. Resumen LAS PLANTAS VENENOSAS EN LA ZONAS VERDES Y SU RELACIÓN CON LA COMUNIDAD EN SÃO CAETANO DO SUL/ SÃO PAULO/ BRASIL . El studio tnobotánico se realizo en Espacio Verde Del parque Chico Mendes en la ciudad de Sao Caetano do Sul, SP/ Brasil. Durante las visitas al parque se han encontrado varias especies de plantas con principios tóxicos tales como, Spathodea campanulata,

Rhododendron spp, Euphorbia milii, deliciosa Monstera, catharticaAllamanda, Plumeria rubra, Schinus molle. Con esta información se elaboro un cuestionario y se aplicó a los usuarios del parque, con el objetivo de analizar el conocimiento de los encuestados sobre el tema. Muchos de los asiduos tienen plantas venenosas em el lugar de trabajo o en casa, y fácil acceso a los niños y los animales, aumentando el riesgo de una posible intoxicación. Los síntomas de envenenamiento pueden variar desde una irritación menor, incomodidad o provocar convulsiones, dependiendo de la intensidad de la absorción del principio tóxico puede conducir a la muerte. Como es casi inevitable contacto de las personas conestas espécies que están presentes en la vida cotidiana de todos, es importante el empleo de métodos de prevención e información basada em la educación ambiental. Palabras-clave: Etnobotánica, educación ambiental, plantas venenosas, zonas verdes. INTRODUÇÃO São Caetano do Sul é uma cidade brasileira do estado de São Paulo na região do Grande ABC. É famosa por sediar grandes indústrias metalúrgicas e pela produção de argila. Além disso, esta cidade incentiva os moradores com diversos programas voltados para a cultura, esporte e lazer. (SANTOS et al, 2004) O Parque Espaço Verde Chico Mendes é uma das áreas verdes destinadas ao lazer contendo 140 mil metros quadrados localizada no município de São Caetano do Sul. Escolhido pelos moradores para a prática de esportes visando à qualidade de vida dos frequentadores que geralmente são moradores dos bairros adjacentes. O parque oferece trilhas ecológicas, pistas para corridas e caminhadas, quadras de vôlei e playgrounds para as crianças. (SANTOS et al, 2004)

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No parque é possível encontrar aves migratórias, diversas espécies de peixes, tartarugas e muitas espécies de plantas. As plantas de uma forma geral são seres vivos complexos, que utilizam proteínas, lipídeos, carboidratos e os ácidos graxos para seu metabolismo, como por exemplo, reprodução e crescimento. Porém outras substâncias produzidas por algumas plantas têm finalidades diferentes. A pigmentação, os óleos essênciais, alcalóides são exemplos de artifícios que as plantas utilizam para atraírem polinizadores ou para se protegerem de predadores e patógenos. (SILVA, 2009). As plantas que apresentam essas substâncias citadas anteriormente são exemplos de Plantas Tóxicas e quando ingeridas ou mesmo só de entrar em contato com a pele podem apresentar algum dano à saúde e vitalidade do homem ou do animal, causando um desequilíbrio e resultando em sintomas característicos da intoxicação. (MARTINS et al, 2005). Algumas plantas tóxicas eram utilizadas em benefícios dos seres humanos, por exemplo, grupos primitivos usavam plantas tóxicas como iscas para pescaria (plantas ictiotóxicas), outros grupos as usavam para a caça e para a guerra. (PEDRINHO, 2006). Nem todas as plantas que são tóxicas causam envenenamentos graves, na maioria dos casos, sintomas como náuseas, vômitos e diarreias são mais frequentes. Muitos fatores são levados em consideração, como a idade da planta, o clima do ano, a variedade da mesma espécie, patologias vegetais como fungos, a quantidade de planta ingerida e a sensibilidade do corpo que pode variar entre cada indivíduo. (OLIVEIRA, 2002) Um dos objetivos de um estudo etnobotânico é conhecer as informações que uma população tem sobre o uso tradicional de vegetais, contemplando o perfil de uma comunidade com sua peculiaridade referente ao tema proposto. (SANTOS et al, 2004). O intuito deste trabalho é avaliar o conhecimento dos frequentadores do Parque Espaço Verde Chico Mendes em relação às plantas tóxicas, esclarecendo e orientando na identificação tanto no parque quanto nas residências.

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METODOLOGIA • Área de Estudo São Caetano do Sul, cidade da região Metropolitana do estado de SP/ Brasil, foi fundada em 28 de julho de 1877, colonizada em parte por bandeirantes, famílias italianas e emancipada em 24 de outubro de 1948, é hoje conhecida pela qualidade de vida que proporciona aos moradores. Com cerca de 150 mil habitantes em uma área de 15 km², o que resulta numa densidade demográfica de 9.342 habitantes/ km², situa-se a uma altitude de 744 metros, com latitude de -23° 37' 23'' e longitude de -46° 33' 04'', distância de 12 km da capital (São Paulo). Possui uma infra-estrutura impecável em termos de comunicação, sistema viário, segurança pública, saúde, educacional e serviços básicos, caracterizada pelo crescimento vertical, pela localização geopolítica privilegiada na região de maior destaque econômico do País, e especialmente pelos recursos humanos de notável qualidade. O espaço de estudo em questão é destinado ao lazer, o Parque Espaço Verde Chico Mendes, localizado em uma antiga área industrial de São Caetano, com cerca de 140mil m². Atualmente, é uma área verde que reúne lago, playground, pista para caminhada, quadras, lanchonetes, toaletes, palco para eventos e até feira de artesanato aos fins de semana. A Prefeitura de São Caetano fica nas dependências próximas à área verde. Aos fins de semana, é comum ver crianças, famílias e grupos de amigos passeando, desfrutando das atrações e alguns se exercitando. • Coleta de dados O estudo da área e a pesquisa ocorreram no período de fevereiro a maio de 2012, com visitas periódicas aos finais de semana. Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário de entrevista dirigida com 10 perguntas abertas e fechadas, com o objetivo de arrecadar informações sobre o conhecimento e o contato que as pessoas têm no seu dia-a-dia com estas plantas que contém toxinas. Para acompanhar o questionário foi preparado um catálogo contendo fotos das 24 espécies tóxicas mais comuns no ambiente urbano (Tabela II), incluímos no catálogo as plantas localizadas no parque (Tabela I).

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RESULTADOS E DISCUSSÕES Na área do Parque Espaço Verde Chico Mendes existem diversas espécies de plantas com princípios tóxicos, as quais estão detalhadas na Tabela I.

Plantas encontradas no Parque Espaço Verde Chico Mendes

Nome Popular

Família Nome Científico Partes Tóxicas Princípio Ativo

Aroeira Anacardiaceae Lithraea brasiliens March

Toda a planta Urushiois

Azaleia Ericaceae Rhododendron simsii Planch

Toda a planta Andrometoxina (glicosídeo)

Costela de Adão

Araceae Monstera deliciosa

Liebm Caules, folhas, látex.

Ráfides de oxalato de cálcio e saponinas.

Eritrina Fabaceae (Leguminosae)

Erythrina crista-galli

L. Toda a planta

Alcalóides (eritroidina, eritramina, eritralina e eritradina)

Espatódea Bignoniaceae Spathodea campanulata

Flores Alcalóides

Espirradeira Apocynaceae Nerium oleander L. Toda a planta Glicosídeos cardiotóxicos (oleandrina, neriantina)

Jasmim manga

Apocynaceae Plumeria rubra L. Látex e flores Alcalóide agoniadina

Tabela I – Detalhes de plantas tóxicas encontradas no parque. A ação de toxicidade da espécie Nerium oleander L., conhecida popularmente no Brasil como Espirradeira, é devida à presença de glicosídeos cardiotóxicos que estão presentes em todas as partes da planta. São comuns os casos de intoxicações por esta planta em bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Entre os sintomas estão arritmias, vômitos, diarreia e paralisia podendo levar o indivíduo à morte (PEDROSO et al,2009). O urushiol encontrado na aroeira (Lithraea brasiliens March) é um óleo que pode ser incolor ou de cor amarelada que em contato com a pele pode causar eritema, edema e pápulas. (MORENO, 2008). Apesar de apresentar toxicidade no látex e nas flores a jasmim manga (Plumeria rubra L.) é utilizada na medicina popular brasileira. Infusão feita da casca desta especie é utilizada como bactericida antitumoral e no tratamento de doenças venéreas. (BARRETO et al, 2007). A azaleia (Rhododendron simsii Planch) já apresenta uma finalidade diferente, com o objetivo de decorar ambientes é muito comum seu cultivo em residências. Apesar de ser originária da China a azaleia é muito cultivada no Brasil. (LONE et al, 2010), porém a azaleia está entre o grupo de plantas mais comuns na intoxicação de animais. A andromedotoxina presente em todas as partes da planta causa convulsões. (COSTA, 2011). Já as plantas do gênero Eriythina eram usadas por índios da América do Sul e Central para intoxicar inimigos ou com finalidades medicinais, outras espécies deste mesmo gênero são utilizadas em rituais de religião afro-brasileira. (CAMARGO, 2000). Os sintomas mais comuns que alguém apresenta ao ingerir a costela-de-adão (Monstera deliciosa

Liebm) é irritação das mucosas, os lábios podem apresentar edemas na língua e no palato, alem de cólicas abdominais náuseas e vômitos causados principalmente por oxalato de cálcio. (BARG, 2004). No caso da espatódea (Spathodea campanulata) estudos recentes mostram que apesar de apresentarem flores tóxicas ela tem propriedades que podem caracteriza-la também como uma planta medicinal como, por exemplo, atividade antimalárica, anti-HIV e hipoglicêmicas foram observadas em extratos da casca do caule. (PIANARO et al, 2007). A escolha dos entrevistados foi aleatória, após a identificação e uma breve apresentação do trabalho, o questionário foi aplicado para traçar o perfil do entrevistado. Dos 50 entrevistados 44% foram mulheres e 56% homens (Gráfico I). A faixa etária foi bem diversificada e uma informação curiosa a ser mencionada; é que

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quanto mais alta a faixa etária das pessoas mais informações sobre as plantas tóxicas elas conheciam (Gráfico II). Trinta e seis por cento dos entrevistados estão cursando ou cursaram o ensino superior, e 46% cursaram o ensino médio. (Gráfico III).

Gráfico I- Distribuição por sexo dos individuos entrevistados.

Gráfico II – Diferença de faixa etária dos entrevistados.

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Gráfico III- Grau de escolaridade dos entrevistados. Após obter as informações pessoais, foi apresentado aos entrevistados um catálogo com imagens de diversas plantas tóxicas (tabela II) e foi questionado se eles possuem alguma dessas plantas em suas residencias, 64% respondeu que possuem pelo menos uma planta destas em casa.

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Plantas que compõem o catálogo desenvolvido com imagens das plantas tóxicas

Nome Popular Família Nome Cientifico Parte Toxicas Principio Ativo

Alamanda Apocynaceae Allamanda cathartica L. Toda a planta Toxialbuminas

Antúrio Araceae Anthurium

andraeanum Linden Toda a planta Oxalato de cálcio

Aroeira Anacardiaceae Lithraea brasiliens March

Toda a planta urushiois

Arruda Rutaceae Ruta graveolens L. Toda a planta Alcalóide rutina e furanocumarina

Azaleia Ericaceae Rhododendron simsii

Planch Toda a planta Andrometoxina (glicosídeo)

Bico de Papagaio Euphorbiaceae. Euphorbia pulcherrima Willd.

Toda a planta Látex

Buxinho Buxaceae Buxus semprevirens L. Toda a planta Óleo butiráceo volátil e alcalóides

Caju Anacardiaceae Anacardium occidentale Casca da semente

Cardol

Camará Verbenaceae Lantana camara L. Frutos verdes e folhas

Triterpenos hepatotóxicos (lantanina, lantadene A, lantadene B)

Chapéu de Napoleão

Apocynaceae Thevetia peruviana Schum

Toda a planta Tevetina

Comigo Ninguém Pode

Araceae Dieffenbachia picta

Schott Toda a planta

Ráfides de oxalato de cálcio e saponinas.

Copo de Leite Araceae Zantendeschia aethiopica Spreng

Toda a planta Ráfides de oxalato de cálcio e saponinas

Coroa de Cristo Euphorbiaceae Euphorbia milii (L.) Toda a planta Diterpenos

Costela de Adão Araceae Monstera deliciosa Liebm.

Caules, folhas, látex

Ráfides de oxalato de cálcio e saponinas.

Cróton Euphorbiaceae Codiaeum variegatum (L.) A. Juss.

Suco e semente Alcalóide crotina

Dama da Noite Solanaceae Cestrum nocturnum frutos imaturos e folhas

Saponinas

Eritrina Fabaceae (Leguminosae)

Erythrina crista-galii L. Toda a planta Alcalóides (eritroidina, eritramina, eritralina e eritradina)

Espada de São Jorge

Liliaceae Sansevieria trifasciata toda a planta Saponinas

Espatódea Bignoniaceae Spathodea campanulata

Flores Alcalóides

Hera Verdadeira Araliaceae Hedera helix L. Frutos e folhas Saponina

Jasmim Manga Apocynaceae Plumeria rubra L. Látex e flores Alcalóide agoniadina

Mamona Euphorbiaceae Ricinus communis L. Toda a planta Toxialbuminaricina e alcalóides

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Manacá Solanaceae Brunfelsia uniflora Raiz Alcalóide

Tinhorão Araceae Caladium bicolor Vent. Toda a planta Oxalato de cálcio

Tabela II- Plantas que compoõem o catálogo de Plantas Tóxicas desenvolvido para a pesquisa. Foi solicitado aos entrevistados que citassem quais plantas tinham em suas residências e as mais citadas foram a azaleia (Rhododendron simsii Planch) com 26% seguida por bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima Willd) com 20% e ocupando o 3° lugar com 18% a dama-da-noite (Cestrum nocturnum) e espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata). (Tabela III). Cinquenta e seis por cento dos entrevistados possuem crianças em suas residencias e só 24% afirmaram que elas têm acesso a essas plantas. Muitas pessoas têm plantas no ambiente de trabalho por diversos motivos, superstição ou artigo de decoração, então uma das questões levantadas na entrevista foi, quais das plantas representadas no catálogo eles possuiam no ambiente de trabalho, a mais citada foi a alamanda (Allamanda cathartica L.) com 8%.(tabela III) Em seguida os entrevistados citaram quais daquelas plantas são tóxicas.Todas as plantas do catálogo são tóxicas porém algumas foram mais citadas do que outras, é o caso da jasmin manga (Plumeria rubra L.) com 38% e comigo ninguem pode (Dieffenbachia picta Schott) com 30%. (tabela III). Para avaliar o nível de identificação dos entrevistados foi questionado se eles já observaram algumas das plantas do catálogo no parque, e solicitado para citar quais. Costela-de-adão (Monstera deliciosa Liebm.) e espatodea (Spathodea campanulata) foram as mais citadas com 10% e 8% respectivamente. Esses dados corroboram com as observações feitas no parque, onde espatodea (Spathodea campanulata) e costela-de-adão (Monstera deliciosa Liebm.) são encontradas mais do que as outras especies tóxicas no parque.(tabela III). Vinte e dois por cento dos entrevistados descreveram experiências com pessoas que se intoxicaram com plantas. A planta mais citada pelos entrevistados foi comigo ninguém pode (Dieffenbachia picta Schott), apresentando sintomas diversos como irritação cutânea e na mucosa. Casos curiosos como intoxicação pela castanha de caju “crua”, ou até mesmo por ficar muito tempo encostado na aroeira (Lithraea brasiliens March) foram menos frequentes do que os casos com comigo ninguém pode (Dieffenbachia picta Schott). (Gráfico IV).

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Nome Popular A B C D

Alamanda 10% 8% 12% 4%

Antúrio 16% 4% 8% 2%

Arruda 16% 2% 6% 0%

Azaleia 26% 6% 16% 6%

Bico de papagaio 20% 4% 16% 2%

Buxinho 2% 2% 4% 0%

Camará 2% 4% 4% 2%

Castanha de caju 4% 2% 6% 0%

Chapéu de Napoleão 0% 2% 4% 0%

Comigo ninguém pode 8% 2% 30% 4%

Copo de leite 6% 2% 10% 2%

Coroa de Cristo 4% 2% 24% 0%

Costela de Adão 0% 4% 10% 10%

Cróton 14% 4% 10% 0%

Dama da Noite 18% 2% 8% 0%

Espada de São Jorge 18% 6% 16% 2%

Tinhorão 8% 2% 10% 0%

Manaca 6% 2% 4% 0%

Hera 2% 2% 6% 0%

Espatódea 0% 2% 10% 8%

Suina 2% 2% 8% 0%

Jasmim Manga 12% 4% 38% 0%

Aroeira 6% 2% 6% 0%

Mamona 0% 6% 26% 2% Tabela III- Número de citações de cada espécie em (%). A- Se refere a presença da planta em residências. B- Presença de espécies na área de trabalho C- Possivelmente tóxica segundo o entrevistado D- Espécies observadas no parque pelos entrevistados. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os casos de intoxicação por plantas são correspondentes a 2% dos casos de intoxicação humana. Este número apesar de parecer baixo, não pode ser considerado real, pois muitos casos de intoxicação não são registrados de forma correta. (OLIVEIRA, 2002)

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Gráfico IV- Conhecimento dos entrevistados a respeito de alguém que tenha sido intoxicado por plantas.

Gráfico V- Número de entrevistados que sabem o que fazer no caso de intoxicação por plantas. Para finalizar a entrevista foi questionado se as pessoas sabem o que fazer em casos de intoxicação por plantas, 58% responderam que não sabem quais procedimentos devem ser realizados e 42% responderam que sabem o que fazer, e citaram procedimentos errôneos como tomar leite, induzir ao vômito, dar água com sal, lavar o local com água foram citados. (gráfico V). Estas espécies tóxicas encontradas na área do parque são utilizadas frequentemente no espaço urbano como ornamentais e podem apresentar riscos a população devido ao seu potencial tóxico.

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Diversos acidentes de intoxicações causados por plantas que acontecem atualmente são provenientes de plantas que já foram caracterizadas como tóxicas, o que nos remete a ideia de que esse conhecimento não é difundido para as populações. (PEDRINHO, 2006) CONCLUSÃO No Parque Espaço Verde Chico Mendes existem diversas espécies de plantas, mas o número de plantas tóxicas comparado com as demais é baixo. Embora sua distribuição não apresente grande risco, é preocupante a realidade que a presença destas espécies no parque seja de fácil acesso aos frequentadores, inclusive ao acesso de crianças. Pode-se alegar falhas de planejamento do parque, entretanto, não é simples intervir diretamente no contato destas pessoas com tais plantas, pois, fazem parte seu dia-a-dia, no trabalho ou em casa e estão presentes por toda a extensão urbana por terem sido domesticadas, é possível concluir que a população esteja vulnerável a elas. Este estudo apontou que os frequentadores do parque têm simplório conhecimento de plantas com princípios tóxicos e como proceder caso venha haver intoxicação; salvo os de idades mais avançada que trazem consigo suas experiências de longa data, estes descrevem casos de intoxicação que presenciaram ou de alertas de seus antepassados sobre mitos e verdades de determinadas espécies. Por falar em mitos ou verdades, é cada vez maior o interesse sobre plantas e suas possíveis aplicações fitoterápicas, não há dúvidas de que este método é eficiente, desde que tenha comprovações científicas, mas algumas pessoas adotam a iniciativa de auto-medicação, essa alternativa é arriscada por diversos motivos, causando sérios problemas dependendo da quantidade e densidade da substância absorvida pelo tecido, cada organismo responde aos estímulos químicos de uma maneira diferente. Setenta por cento dos entrevistados não observou a presença de plantas tóxicas no parque, talvez por falta de atenção ou de informação, portando, há necessidade de divulgação para melhorar o conhecimento da população. Os meios para tal são diversos, a distribuição de panfletos é uma boa alternativa para frequentadores do parque, contudo, se o objetivo é abranger uma população em massa, pode-se recorrer a outras maneiras de informação. O público de meia idade é mais prudente, volta-se uma atenção especial ao público jovem. Uma maneira de atingir o público jovem é através da Internet, que é um meio de comunicação veloz e ágil, é um universo fértil para ações de marketing e divulgação. Com a chegada das “redes sociais”, por exemplo, “FaceBook”, “Twitter”, “Tumblr” entre outros, se utilizadas com seriedade tornam-se ferramentas valiosas, gerando grande repercussão para assuntos importantes e de considerável utilidade pública. Não podemos esquecer os menos favorecidos, e de pessoas que moram em cidades que ainda há dificuldade para acesso à Internet. Ela sozinha não atinge o público em massa, para isso, é possível recorrer a campanhas em escolas, nas comunidades e na televisão.

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