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7/25/2019 Texto 04 - Pontualidade Total
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PONTUALIDADE TOTAL:
UM MODELO CONCEITUAL PARA A
GESTO DA PRODUO SOB ENCOMENDA
Por Eduardo G. M. Jardim e Ricardo Sarmento Costa
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O papel estratgico do sistema de planejamento e controle
Qual o ponto de partida para o projeto de um sistema de controle capaz de
propiciar as vantagens competitivas ?
Ora, a competitividade de uma empresa conseguida pelo esforo articulado
de suas vrias funes visando a melhoria da performance nos fatores que afetamdecisivamente a satisfao dos clientes. A funo de planejamento e controle ,
nesse sentido, apenas um dos instrumentos que compem uma estratgia
competitiva e sua contribuio varia de acordo com a natureza do objetivo que se
quer alcanar.
Por exemplo, a conformidade do produto s especificaes ou, mais
especificamente, a meta de ter 100% dos produtos fabricados dentro dos padres
combinados, embora fundamental no ambiente de produo por encomenda, foge
em princpio ao escopo estrito de atuao das atividades de planejamento e controle .
De fato, o momento para assegurar a conformidade do produto com as
especificaes antes e quando ele est sendo fabricado. Nesse sentido, a
tecnologia do processo e os prprios operadores so os principais agentes de
melhoria da qualidade, desempenhando o sistema de controle apenas um papel
secundrio no alcance desse objetivo.
Em contrapartida, o potencial da atividade de planejamento e controle na
busca de uma boa performance de entrega muito expressivo. Estudos indicam que
numa planta tpica "job-shop" um item dispende, em mdia, mais de 80% do seu
tempo de produo em filas, aguardando processamento. Filas so a expresso de
uma situao de concorrncia por recursos escassos e consequentemente a deciso
gerencial de prioridades, sequenciamento e programao tem um impacto muito
grande sobre o cumprimento de prazos.
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Nesse sentido, o planejamento e controle exatamente a funo mais
adequada para tratar essa questo de uma forma integrada, fazendo com que a
deciso de sequenciamento tomada na fbrica seja feita em correspondncia aos
requisitos de prazo vindos do mercado.
Em funo disso, assume-se que a Pontualidade Total o objetivo principal
a nortear a concepo do sistema de controle.
O termo cunhado aqui para expressar a meta de entregar 100% dos
pedidos no prazo, dentro do oramento e de acordo com as especificaes tcnicas
previamente combinadas. Ou ainda, de forma mais abrangente, para caracterizar o
desenvolvimento junto ao cliente de uma reputao de excelncia em termos de
cumprimento de prazos, capaz de garantir uma vantagem competitiva estratgica e
duradoura (figura 1).
PONTUALIDADE TOTAL
Programar e controlar a produo tendo como meta
Entregar 100% dos pedidos no prazo
de acordo com as especificaes tcnicas e o oramento combinado
e assim
desenvolver junto ao cliente uma reputao de excelncia
em termos de cumprimento de prazos
Figura 1: Pontualidade Total
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Muitas vezes, porm, esse objetivo pode ser muito dispendioso ou mesmo
impossvel de ser alcanado. Nesses casos, ser tambm papel do sistema de
controle permitir ao programador visualizar antecipadamente os custos e benefcios
de um leque de alternativas de processamento, cada qual considerando diferentes
hipteses de priorizao, ajuste do nvel de capacidade, renegociao do plano de
materiais, dentre outras possveis aes gerenciais.
Isso relevante porque, se de um lado, na produo sob encomenda, o
preo um aspecto qualificador tratado a priori numa negociao entre as partes
(transcendendo, nesse sentido, a rbita de influncia da funo de planejamento e
controle), de outro, a lucratividade bastante influenciada pela atividade deprogramao no curto prazo. Note-se que estando pr-fixado o preo no
oramento, o lucro da empresa est diretamente relacionada a sua capacidade de
produzir com baixo custo.
Quanto a rapidez e flexibilidade de entrega, aspectos que esto
estruturalmente relacionados ao objetivo bsico de Pontualidade Total, o sistema de
programao e controle tambm, possivelmente, a ferramenta chave para
implantar estratgias que favoream um bom desempenho nesses fatores.
um instrumento de rapidezporque, como mencionado, a espera em filas
de mquina (um aspecto profundamente ligado definio de prioridades e funo
de programao das atividades) o fator que mais afeta a velocidade de
processamento dos itens atravs da planta.
um instrumento bsico para prover flexibilidade de entrega (isto , a
capacidade de adequar-se a novas situaes e prioridades) porque permite que o
programador (i) visualize antecipadamente os impactos dos fatos novos e
imprevistos que se colocam no dia-a-dia; (ii) desenvolva e avalie as alternativas que
permitam acomodar essas oportunidades sem prejuzo dos compromissos j
assumidos e (iii) reprograme-se a tempo e de forma eficiente.
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Quanto as flexibilidades de produto e mix tambm relevantes na produo
sob encomenda, cabe dizer que esses tipos de flexibilidade so providos
fundamentalmente pela disponibilidade de tecnologias de processo flexveis
(mquinas e arranjo fsico) e mo-de-obra polivalente multifuncional. O papel do
sistema de controle como provedor dessas vantagens fica, nesse sentido, restrito a
representao das flexibilidades existentes no processo de planejamento visando
sua explorao sistemtica.
A figura 2 resume o contedo dessa seo apresentando os objetivos
fundamentais que devem nortear o projeto do sistema de programao e controle na
produo sob encomenda.
Objetivos fundamentais para o projeto do sistema de programao e controle
Principal: Pontualidade Total
Relacionados: Lucratividade e baixo custo
Rapidez de processamento
Flexibilidade de entrega
Figura 2: Objetivos fundamentais para o projeto do sistema de programao e controle
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Direcionando o sistema de contro le para Pontualidade Total
Diretrizes relacionadas pontualidade
Identificados os objetivos fundamentais para o projeto do sistema, o prximo
passo a identificao das linhas de ao que podem conduzir Pontualidade Total.
A figura 3 apresenta algumas prticas de planejamento, programao e
controle relacionadas idia de desenvolver uma "reputao" positiva junto ao
cliente, como cumpridor pontual de prazos.
1) Planejar antecipadamente
2) Programar realisticamente considerando os limites existentes de capacidade
3) Programar com folga
12) Prometer prazos e/ou decidir aceitar encomendas considerando os compromissos j assumidos
13) Acompanhar o andamento e a pontualidade dos processos internos
5) Explorar as possibilidades de sequenciamento existentes
7) Explorar as possibilidades de ajuste do nvel de capacidade (e.g. horas-extras, subcontrataes )
8) Explorar as possibilidades de apressamento (i.e expeditao) de pedidos urgentes
14) Replanejar rapidamente e sempre que fatos significativos aconteam sem terem sido previstos
9) Explorar as possibilidades de antecipao do recebimento de materiais crticos
6) Explorar as possibilidades ligadas ao uso de mquinas e roteiros alternativos
10) Explorar as possibilidades ligadas ao uso de projetos, processos e materiais alternativos
11) Antecipar para os clientes possveis problemas de entrega, quando inevitveis
4) Programar detalhadamente o curto prazo
Figura 3: 14 prticas de planejamento e controle para privilegiar a pontualidade
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O quadro apresentado certamente no exaustivo mas ilustra um conjunto
significativo de estratgias de planejamento e controle que podem ser adotadas
visando a Pontualidade Total, na produo sob encomenda.
Diretrizes relacionadas lucratividade, rapidez e flexibilidade
Alm das 14 diretrizes citadas relacionadas diretamente meta de ser
pontual, o projeto do sistema de controle deve ainda considerar o objetivo de,
simultaneamente com o objetivo de pontualidade, prover rapidez, flexibilidade e baixo
custo de processamento.
A figura 4 abaixo lista seis outras prticas de planejamento e controle
relacionadas a esses objetivos secundrios.
18) Programar para dispor dos equipamentos o mais cedo possvel (e faturar o quanto antes)
19) Conhecer (representar) as alternativas de gesto de curto prazo para explorao sistemtica
15) Evitar grandes antecipaes na produo de componentes no-crticos
16) Apresentar os custos e benefcios de cada possvel soluo de programao
17) Identificar as operaes e recursos crticos para concentrar neles os ajustes de capacidade
Baixo custo
Rapidez
Flexibilidade
20) Conhecer (representar) as alternativas de processamento existentes para explorao sistemtica
Figura 4: 6 prticas de gesto visando lucratividade, rapidez e flexibilidade
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Diretrizes de implementao
Adicionalmente, no como uma diretriz conceitual, mas sim como uma diretriz
de implementao, sugere-se que o sistema seja de simples operao e baixo
custo, j que o conjunto de empresas de produo sob encomenda rene em sua
maioria indstrias de pequeno porte.
No obstante, para que esse requisito de baixo custo no comprometa a
eficincia da abordagem de tentativas e erros pretendida, a implementao dosistema dever privilegiar a velocidade de processamento.
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A viso estratgica e o ponto de vista operacional
O conceito de Pontualidade Total decorrente de observaes feitas sobre a
forma como as empresas onde sistemas de programao com capacidade finitaesto
sendo implantados se relacionam com os seus clientes.
Correspondentemente, os 20 pontos citados revelam, nesse sentido, prticas
utilizadas por essas empresas e/ou prticas de planejamento desejveis, conformeexpresso implicita ou explicitamente em depoimentos de diretores dessas empresas,
programadores de fbrica e pelos seus prprios clientes.
interessante notar que esses 20 pontos foram desenvolvidos a partir de
uma anlise do comportamento do mercado, leia-se a atitude dos clientes em relao
aos seus pedidos. No obstante, todas as estratgias apontadas esto diretamente
relacionadas pelo menos uma das seis preocupaes operacionais selecionadas
como cruciais no cho-de-fbrica da produo sob encomenda, quais sejam: (i)
programao das atividades, (ii) gesto de curto prazo, (iii) promessa de prazos, (iv)
oramento, (v) rastreabilidade e (vi) replanejamento.
A figura 5 faz esse cruzamento entre o ponto de vista estratgico e o
operacional agrupando os 20 pontos identificados em conjuntos que guardam
relao com aquelas questes selecionadas no cho-de-fbrica.
A concluso clara e confirma a premissa proposta: intuitivamente o cho-
de-fbrica da produo sob encomenda j se estrutura para a pontualidade. A
questo que, sem um instrumento adequado, a gesto se torna extremamente
complexa.
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1) Planejar antecipadamente
2) Planejar realisticamente considerando os limites existentes de capacidade
3) Programar com folga
12) Prometer prazos e/ou decidir aceitar encomendas considerando os compromissos j assumidos
13) Acompanhar o andamento e a pontualidade dos processos internos
5) Explorar as possibilidades de priorizao existentes
7) Explorar as possibilidades de ajuste do nvel de capacidade (e.g. horas-extras, subcontrataes )
8) Explorar as possibilidades de apressamento na fbrica (i.e expeditao) de pedidos urgentes
14) Replanejar rapidamente e sempre que fatos significativos aconteam sem terem sido previstos
9) Explorar as possibilidades de antecipao do recebimento dos materiais
6) Explorar as possibilidades ligadas ao uso de mquinas e roteiros alternativos
10) Explorar as possibilidades ligadas a o uso de projetos, processos e materiais alternativos
11) Antecipar para os clientes possveis problemas de entrega, quando inevitveis
18) Programar para dispor dos equipamentos o mais cedo possvel
19) Conhecer (representar) as alternativas de gesto de curto prazo para explorao sistemtica
15) Evitar grandes antecipaes na produo de componentes no-crt icos
16) Apresentar os custos e benefcios de cada possvel soluo de programao
17) Identificar as operaes e recursos crticos para concentrar neles os ajustes de capacidade
20) Conhecer (representar) as alternativas de processamento existentes para explorao sistemtica
Programao das atividades
Gesto de curto prazo
Promessa de prazos
Oramento
Rastreabilidade
Reprogramao
4) Programar detalhadamente o curto przao
Figura 5: As 20 diretrizes de Pontualidade Total agrupadas em torno das principais questesde planejamento e controle da produo sob encomenda
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Estruturando conceitualmente o sistema de controle
Definidas as linhas de ao que devem parametrizar o projeto lgico de um
sistema de planejamento e controle da produo sob encomenda, tempo agora de
investigar como podem ser combinados os elementos das vrias tecnologias de
gesto disponveis para compor um modelo integrado e coerente capaz de prover as
vantagens competitivas identificadas como relevantes. Nesse sentido os dez pontos
abaixo apresentam as caractersticas construtivas que definem o modelo de gestoconcebido:
(a) Para programar antecipada e detalhadamente (diretrizes 1 e 4) o curto prazo,
testando hipteses de processamento no futuro que permitam identificar eventuais
problemas e possveis solues, a utilizao de um modelo determinstico e
computacional de simulao discreta parece ser apropriada. Essa tcnica permiteantecipar situaes cujo teste na vida real poderia ser invivel ou mesmo desastroso.
Alm disso, os objetivos (que muitas vezes so conflitantes entre si) e as alternativas
de gesto de curto prazo podem ser tratados no modelo sem perda de foco e com o
grau de detalhe desejado para uma explorao sistemtica (diretriz 19).
(b) Alm disso, para que os resultados obtidos pela simulao tragam de fatouma contribuio efetiva para a gesto de cho-de-fbrica, preciso que o modelo
esteja integrado a uma base de conhecimento que retrate a ampla gama de
alternativas de processamento existentes. o modelamento, no computador, da
informao sobre essas inmeras flexibilidades de processamento (diretriz 20) que
possibilita o funcionamento consistente do algoritmo de simulao, produzindo
resultados teis, vistos como projees reais do futuro pelos prprios operadores.
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Registre-se que o modelamento da flexibilidade de processamento um
processo bastante delicado, especialmente porque na produo sob encomenda, a
variedade de itens e servios a marca registrada. Uma mesma operao pode,
em geral, ser feita de muitas formas, utilizando-se diferentes recursos, com
eficincias distintas. Trata-se de um conhecimento que est em geral disperso com
os encarregados de fbrica ou com a Engenharia de Processos, quando essa existe
formalmente. Entretanto, fazendo uso de abordagens de Tecnologia de Grupo,
pode-se grupar os servios segundo o tipo de operao realizado, as dimenses da
pea, a preciso requerida, dentre outros aspectos, construindo-se assim,
dinamicamente, a base de conhecimento mencionada.
(c) Para planejar realisticamente considerando os limites de capacidade do
sistema (diretriz 2) preciso que o modelo incorpore elementos da lgica de
planejamento com "capacidade finita. Cada programa gerado precisa ser factvel e
passvel de imediata implantao no cho-de-fbrica sem maiores nus para a
gerncia. De outro modo, caso por exemplo uma abordagem de "capacidade
infinita" seja utilizada, ento a conjugao dessa tcnica com a variabilidade do
problema induzir demasiado "nervosismo" ao sistema. Uma carga excessiva de
decises de carregamento e ajustes de capacidade tender a ser deixada para o dia-
a-dia do cho-de-fbrica com perda da viso de conjunto.
(d) Para programar com folga (diretriz 3) e liberar os recursos o mais cedo
possvel para fazer frente a novas encomendas (diretriz 18), a lgica de
planejamento para frente (isto , programao pela data mais cedo) revela-se
oportuna e apropriada. Empresas que trabalham por encomenda so de algum
modo "vendedoras" da sua capacidade de produo sendo razovel, portanto, que
os gerentes tentem melhorar a utilizao dos seus recursos produtivos, no apenas
como forma de aumentar a produtividade, mas tambm para garantir capacidade de
atender novas ordens que surjam no futuro.
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(e) Para que seja simples ao usurio combinar e avaliar os impactos das vrias
possveis aes gerenciais - quais sejam, priorizao e sequenciamento (diretriz 5),
mquinas alternativas (diretriz 6), ajustes do nvel de capacidade (diretriz 7),
expeditao (diretriz 8), ajustes do plano de materiais (diretriz 9) e renegociao de
prazos com clientes (diretriz 11) - o modelo deve reter em sua lgica parte da
complexidade do problema liberando o usurio para se concentrar na anlise dos
custos e benefcios de cada alternativa simulada, tarefa onde a participao do
elemento humano realmente fundamental e decisiva.
Para tanto o modelo deve incorporar caractersticas inteligentes, para ser
capaz de:i. identificar a falta/excesso de capacidade ao longo do horizonte de planejamento;
ii. analisar os vrios ajustes propostos pelo usurio tomando as decises
pertinentes para a sua simulao e
iii. prover relatrios sobre os custos e benefcios desses ajustes.
(f) Essa caracterstica inteligente do sistema no deve funcionar, entretanto,como uma caixa preta que congele a tomada de deciso numa lgica permanente e
imutvel, fora do controle do programador. A formulao do problema dinmica
(isto a carteira de pedidos varia, os objetivos e prioridades tambm) e, em
consequncia, dinmica deve ser tambm a estratgia de soluo (diretriz 14).
Nesse sentido, a utilizao de um modelo aberto e flexvel indicada para permitir
que o programador informe (e possa alterar a qualquer tempo) as lgicas de deciso
adotadas.
(g) A utilizao conjunta das tcnicas de "planejamento com capacidade finita" e
"programao pela data mais cedo" sugerida aqui nos itens ce d respectivamente
traz, por certo, dificuldades ligadas sincronizao de componentes para
montagem (diretriz 16). Isto , componentes no-crticos tm a sua fabricao
programada para antes de seu aproveitamento efetivo no processo, como ilustradona figura 6.
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Produto A
Montagem
Fabricaao de B Fabricao de C
Item B Item C
Material de B Material de C
Recurso 1
Recurso 2
Recurso 3
Fabricao de C
Fabricaao de B
Montagem
Ant ecip ao
rvore de fabricao do Produto A Programao de fabricao de A no tempo
Figura 6: Antecipao gerada pela lgica de programao pela data mais cedo
Essa questo, porm, pode ser contornada utilizando-se uma programao
de compras como dado de entrada para o problema de sequenciamento. De acordo
com essa soluo, um plano de compras feito antecipadamente com base numa
lgica de "data mais tarde" e "capacidade infinita", como a utilizada pelo MRP-II.
Isto , partindo-se da data de entrega do produto, so deduzidos os tempos
de produo (inclusive tempos de transporte e estimativas superdimensionadas de
fila que funcionam como pulmes estabelecidos pelo programador) das vrias
operaes at obter-se o instante indicado para a disponibilidade dos materiais.
Essa datas so utilizadas para a compra dos materiais e, por conseguinte, definem
um limite para a antecipao dos caminhos no-crticos (j que mesmo na lgica de
"programao pela data mais cedo" as operaes s so programadas quando os
materiais esto disponveis). A situao resultante ilustrada pela figura 7.
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Produto A
Montagem
Fabricaao de B Fabricao de C
Item B Item C
Material de B Material de C
Recurso 1
Recurso 2
Recurso 3
Fabricao de C
Fabricaao de B
Montagem
rvore de fabricao do Produto A Programao de fabricao de A no tempo
Folga
Disponibilidade
do material de B
Disponibilidade
do material de C
Figura 7: Programao pela data mais cedo feita a partir de um plano de compras elaboradocom base num planejamento de data mais tarde
Como se v, utilizando-se o plano de compras como dado de entrada para a
programao, obtem-se uma soluo intermediria entre a "programao feita pela
data mais cedo" e a "programao de data mais tarde" (vide figura 8) onde o
problema de sincronizao tem sua dimenso expressivamente reduzida. Tudose passa como se pulmes de tempo (como preconizados pelo OPT) fossem
introduzidos na programao. As eventuais antecipaes que se verificam na
fabricao de componentes no crticos so de pequena monta e funcionam como
folgas "salutares" (diretrizes 3 e 18) que garantem uma certa flexibilidade
programao exata, gerada pela lgica de capacidade finita.
Produto A
Montagem
Fabricaao de B Fabricao de C
Item B Item C
Material de B Material de C
Recurso 1
Recurso 2
Recurso 3
Fabricao de C
Fabricaao de B
Montagem
rvore de fabricao do Produto A Programao de fabricao de A no tempo
Folga nula
Figura 8: Folga nula decorrente da lgica de programao pela data mais tarde
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(h) Visando a reduo dos custos de processamento, o sistema precisa ser
capaz de identificar as operaes e recursos crticos para concentrar neles os ajustesde capacidade que eventualmente venham a ser adotados (diretriz 17). Em outras
palavras, preciso que o sistema seja capaz de identificar caminhos crticos e
"gargalos"de produo, em tempo de simulao.
Esse requisito pode ser atendido integrando tcnicas de avaliao de redes
(do tipo das utilizadas pelo PERT/CPM) dentro da lgica bsica de simulao. Isto
, pode-se estimar, para cada uma das operaes que vai ser sequenciada, a data
mais tarde em que essa operao precisa comear para que o pedido a ela
associado no atrase. Dispondo-se dessas datas sempre que um item for ser
colocado numa fila, durante a simulao, para processamento posterior, sua
criticidade ser avaliada comparando-se o relgio da simulao com essas datas-
mais-tarde previamente calculadas e, dependendo do caso, seu processamento ser
agilizado.
(i) Visando planejar e prometer prazos realistas que considerem os
compromissos j assumidos (diretriz 12), a atividade de (re)programao das
tarefas precisa ter o suporte de um sistema de informaes capaz de detectar a
qualquer momento, o estado da planta (i.e em termos do que j foi processado e do
que ainda est pendente). Com efeito, a consistncia da projeo futura feita pelo
simulador depende tambm do conhecimento preciso da situao corrente real.
Esse acoplamento tambm essencial para que seja possvel replanejar
rapidamente sempre que fatos aconteam sem terem sido previstos (diretriz 14).
Registre-se ainda que, independente desses benefcios ligados promessa de
prazos e reprogramao, o nus de criar e manter essa base de dados atualizada
certamente justificado de per si, pela necessidade gerencial de acompanhar o
andamento e a pontualidade dos processos internos (diretriz 13), a partir de
informaes confiveis sobre compras, produo, carteira de pedidos, produtos,processos e capacidade da fbrica.
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(j) Por fim, no esprito da moderna viso de gesto que assinala a necessidade
do sistema funcionar integrado num ciclo de planejamento, ao, controle ereprogramao, preciso que no apenas os programas sejam gerados
coerentemente com os objetivos estratgicos da empresa, mas necessrio que os
resultados sejam aferidos e o sistema reorientado, se este for o caso (diretriz 14).
Para tanto, medidas de performance ligadas aos objetivos estratgicos
precisam ser definidas para mensurar os custos operacionais e os benefcios das
vrias solues de programao simuladas (diretriz 16). Tambm, para orientar o
usurio na anlise desses dados o sistema deve prover dicas e orientaes que
guiem o programador no processo de tomada de deciso.
(k) Quanto s diretrizes de implementao relacionadas a baixo custo, facilidade
de operao e velocidade de processamento (diretriz 21), sugere-se que o
desenvolvimento seja feito para uso em microcomputadores e que o algoritmo de
simulao seja todo implementado em memria, evitando-se acesso a disco durante
o processamento do algoritmo, para privilegiar a velocidade de resposta.
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Um modelo hbrido de gesto para a produo sob encomenda
A figura 9 resume o contedo da seo anterior descrevendo, numa nica
tabela, as caractersticas e objetivos considerados como desejveis no modelo e a
sua forma de implementao conceitual. Ressalte-se a natureza hbrida do modelo
resultante onde aspectos das vrias tecnologias de gesto da produo esto
combinados em torno do objetivo da Pontualidade Total.
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Num Diretrizes para o projeto do sistema de controle Tcnica relacionada
1 Planejar antecipadamente Simulao discreta4 Planejar detalhadamente o curto prazo Modelo determinstico19 Representar as possibilidades de gesto de curto
prazoModelo computacional
20 Representar a flexibilidade do processo p/ exploraosistemtica
Base de conhecimento
Tecnologia de grupo
2 Planejar realisticamente Planejamentocapacidade finita
3 Programar com folga Pulmes de tempo18 Dispor dos equipamentos o mais cedo possvel Programao para frente
5 Explorar as possibilidades de priorizao esequenciamento
6 Explorar as alternativas de processamento7 Explorar as possibilidades de ajuste do nvel de
capacidadeProcedimentosinteligentes
8 Explorar as possibilidades de apressamento no cho-de-fbrica
9 Explorar as possibilidades de alterao do plano decompras
Modelo aberto
10 Explorar as possibilidades de projeto e materiaisalternativos11 Antecipar para os clientes possveis problemas de
entrega
15 Evitar antecipao dos itens no-crticos Planejamentohierrquico
17 Identificar os recursos e operaes crticas para apontualidade
Tcnicas de avaliaode redes
12 Programar e dar prazos considerando compromissosassumidos
Sistema de informaes
13 Acompanhar o andamento e pontualidade dosprocessos internos
Modelo dinmico
16 Apresentar os custos e benefcios das vrias solues Medidas de performance14 Reprogramar sempre que fatos no previstos
aconteamGuias para tomada dedeciso
21 Baixo custo MicrocomputadorFacilidade de operao Interface simplesVelocidade de resposta Processamento em
memria
Figura 9: Modelo conceitual para o planejamento e controle da produo sob encomenda
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Programao com capacidade finita dinamicamente ajustvel
Observando o conjunto de tcnicas alinhadas na coluna mais a direita da
figura 9 pode-se perceber que a dicotomia capacidade finita versus capacidade
infinita superada no modelo proposto. Em lugar dessas abordagens, coloca-se a
idia de programao com capacidade finita dinamicamente ajustvel.
A figura 10ilustra esse conceito, de forma estilizada, tendo como referncia
as duas abordagens tradicionais.
Observe que no planejamento com capacidade infinita tudo se passa como
se os programadores espremessem a carga de trabalho com uma barra de ao
correspondente aos prazos prometidos aos clientes. Como decorrncia evidenciam-
se as faltas e excessos de capacidade.
J na programao com capacidade finita a situao inversa. Isto , os
programadores achatam a carga de trabalho com uma barra de ao
correspondente ao limite de capacidade da planta. A consequncia que alguns
prazos prometidos aos clientes deixam de ser cumpridos.
Por fim, no conceito de programao finita dinamicamente ajustvel os
programadores vendo a capacidade da planta como algo que pode ser pontualmente
ajustvel substituem a barra de ao por uma corda elstica que molda umarelao negociada entre capacidade disponvel e prazos prometidos.
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PROGRAMAO COM CAPACIDADE FINITA
PLANEJAMENTO COM CAPACIDADE INFINITA
PROGRAMAO COM CAPACIDADE FINITA DINAMICAMENTE AJUSTVEL
Atrasos
Sobrecargas
Prazos
Limite de capacidade
Prazos
Prazos
Limite de capacidade
Limite de capacidade
Carga
Carga
Carga
Tempo
Tempo
Tempo
Figura 10: O conceito de programao finita dinamicamente ajustvel
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Sntese e concluses
Nesse texto foi discutido, no nvel conceitual, como deve ser estruturado um
sistema de planejamento e controle para a produo sob encomenda quando se
pretende que esse sistema seja, de fato, um instrumento gerador de vantagens
competitivas no mercado.
O ponto de partida foi a anlise feita no captulo anterior sobre quais fatores
de competitividade so os mais relevantes no caso. A partir da desenvolveu-se o
conceito de Pontualidade Total enumerando-se em seguida 20 prticas de
planejamento e controle capazes de conduzir a esse objetivo.
A partir dessa discusso preliminar, formulou-se o modelo conceitual do
sistema de controle para a indstria com produo sob encomenda onde conceitos
e/ou tcnicas retiradas das vrias tecnologias de gesto conhecidas so combinados
de uma forma particular.
O modelo obtido claramente orientado para a pontualidade, embora
considere tambm estratgias de flexibilidade, reduo de custos e rapidez.
Conceitos e tcnicas extradas das vrias tecnologias de gesto funcionam
integradas para a obteno desse resultado.
O eixo central do modelo a tcnica de simulao discreta computacional,usada de forma determinstica e aberta, para projetar o processamento futuro de
uma dada carteira de pedidos. Uma modelagem avanada incluindo procedimentos
de deciso inteligentes, guias para o processo de tomada de deciso e medidas
de performance relacionadas aos fatores de competitividade da produo sob
encomenda possibilita avaliar, por tentativas e erros, o impacto combinado de
diferentes esquemas de prioridades e aes gerenciais de curto prazo.
7/25/2019 Texto 04 - Pontualidade Total
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Complementarmente, o MRP-II tomado como referncia bsica para o
sistema de informaesque captura dinamicamentea informao do cho-de-fbrica.
tambm assumida como adequada a sua perspectiva hierrquica onde o
planejamento agregado de materiais (feito pela data mais tarde, com capacidade
infinita) se localiza no nvel ttico e a programao de fbrica no nvel operacional.
Por seu turno, as tcnicas de avaliao de redes do PERT/CPM so
utilizadas para a identificao da criticidade das operaes enquanto a lgica de
planejamento com "capacidade finita", pulmes de tempoe as idias de "gargalo"
de produo so aproveitadas do OPT e da Teoria das Restries, respectivamente.
Conceitos de Tecnologia de grupo so utilizados para a construo da base
de conhecimento sobre flexibilidade de processamento. As contribuies do Just-
in-time, por seu turno, situam-se mais a nvel dos recursos de produo do que na
concepo do sistema de planejamento, acionamento e controle.
Esse conjunto integrado de tcnicas, configura um modelo de gesto hbrido
voltado para a Pontualidade Total na produo sob encomenda. O princpio
fundamental desse modelo o conceito de programao finita dinamicamenteajustvel segundo o qual as restries de prazo e de capacidade existentes devem
ser consideradas simultaneamente no ato da programao, ajustando-se pontual e
seletivamente o nvel de capacidade e o plano de materiais para alcanar a
performance de pontualidade desejada.