Teste Fernao Lopes 1

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  • 7/23/2019 Teste Fernao Lopes 1

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    Teste Crnica de D. Joo Ide Ferno Lopes

    GRUPO I

    A

    L o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulrio.

    CAPTULO 115Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quando el-rei de

    Castela ps cerco sobrela

    []Onde sabee ue como o !eestre e os da cidade souberom a viinda del"#ei de

    $astela, e esperarom seu %rande e poderoso cerco, lo%o &oi ordenado de recol'erempera a cidade os mais mantiimentos ue 'aver podessem, assi de pam e carnes, comeuaes uer outras cousas. E iam"se muitos aas li(irias em barcas e batees, depois ue)antarem esteve por $astela, e dali tra%iam muitos %aados mortos ue sal%avom em

    tinas, e outras cousas de ue &e(erom %rande a*almamento+ e col'erom"se dentro aacidade muitos lavradores com as mol'eres e l'os, e cousas ue tiin'am+ e doutraspessoas da comarca d-arredor, aueles a ue prou%ue de o &a(er+ e deles passarom o

    Teo com seus %aados e bestas e o ue levar poderom, e se &oram contra )etuval, epera /almela+ outros carom na cidade e nom uiserom dali partir+ e taes i 'ouve ueposerom todo o seu, e carom nas vilas ue por $astela tomarom vo(. []

    E ordenou o !eestre com as %entes da cidade ue &osse repartida %uarda dosmuros pelos dal%os e cidados 'onrados+ aos uaes derom certas uadril'as ebeesteiros e 'ome0s d-armas pera auda de cada u1 %uardar bem a sua. Em cadauadril'a 'avia u1 sino pera repicar uando tal cousa vissem, e como cada u1 ouvia o

    sino da sua uadril'a, lo%o todos riamente corriam pera ela+ por uanto aas ve(es osue tiin'am crre%o das torres viin'am espa*ar pela cidade, e leixavom"nasencomendadas a 'ome0s de ue muito avom+ outras ve(es nom cavom em elassenom as atalaias+ mas como davom aa campa, lo%o os muros eram c'eos, e muita%ente &ora.

    E nom soomente os ue eram assiinados em cada lo%ar pera de&ensom, masainda as outras %entes da cidade, ouvindo repicar na )ee, e nas outras torres,avivavom"se os cora*2es deles+ e os mesteiraes dando &ol%an*a a seus ocios, lo%otodos com armas corriam riamente para u di(iam ue os $astelos mostravom deviinr. 3li viriees os muros c'eos de %entes, com muitas trombetas e braados e apuposes%rimindo espadas e lan*as e semel'antes armas, mostrando &oute(a contra seus0mi%os. []

    E nom embar%ando todo isto, o !eestre ue sobre todos tiin'a especial cuidadode %uarda e %overnan*a da cidade, dando seu corpo a mui breve sono, reueria permuitas ve(es de noite os muros e torres com toc'as acesas ante si, bemacompan'ado de muitos ue sempre consi%o levava. 4om 'avia i neu1s revees dosue 'aviam de velar, nem tal a ue esuecesse cousa do ue l'e &osse encomendado+mas todos muito prestes a &a(er o ue l'e mandavom, de %uisa ue, a todo boomre%imento ue o !eestre ordenava, nom min%uava avondan*a de tri%osos executores.

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    Teste Crnica de D. Joo Ide Ferno Lopes

    Ferno Lopes, Crnica de D. Joo I, Lisboa, )eara 4ova = $omunica*o, 5>?8, pp. 5@8 a 5@A.

    76Edi*2es 3)37859 Entre Palavras 103nt:nio ;ilas"

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    Vocabulrio

    a*almamento, l.9 B a*ambarcamento+ aueles a ue prou%ue de o &a(er, l.@ B os ue o uiseram &a(er+contra )etuval,l. ? B em dire*o a )etCbal+ poseram todo o seu, l. > B puseram na cidade tudo o ue tin'am+ uadril'as,

    l. 55 B uadrelas, lan*os de mural'a ue cabem a cada vi%ia+ e como cada u1, l5. 57"5A B lo%o uecada um+ os ue tin'am carre%o das torres, ll. 5A"5D B os ue estavam encarre%ados das torres das

    mural'as+ espa*ar, l. 5D B espairecer, passear+ davom aa campa, l. 59 B tocavam o sino a rebate+assinados, l. 5@ B desi%nados+ mesteiraes, l. 5? B operrios+ dando &ol%an*a a seus o&cios, ll. 5?"5> Binterrompendo as suas atividades+ &oute(a, l. 75 B cora%em+ nom embar%ando todo isto, l. 77 B apesar detudo isto+ reueria, l. 7A B percorria+ nom min%uava avondan*a de tri%osos executores, l. 7@ B no &altavauem uisesse cumprir coraosamente o ue o !estre ordenava.

    3presenta, de &orma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens ue sese%uem.

    1.O texto apresenta um 'er:i individual. $aracteri(a"o.

    2.4o texto est tambm presente um 'er:i coletivo. Gustica esta arma*o.3. #e&ere dois exemplos de atitudes dos cercados ue revelem uma conscinciacoletiva.

    4. Explicita o sentido da &raseH outras %entes da cidade, ouvindo repicar na )ee, enas outras torres,

    avivavom"se os cora*2es deles+I, ll. 5@"5?

    B

    Jm dos aspetos da Crnica de D. Joo Ide Ferno Lopes ue mais cativa o leitorde 'oe B 'abituado Ks lutas sociais, to &reuentes B a conscincia coletiva ueemana do povo da cidade de Lisboa cercada.

    Escreve um texto de nature(a expositiva no ual comproves esta rma*o combase na tua experincia de leitura.

    O teu texto deve ter entre 578 e 598 palavras.

    GRUPO II

    L o texto se%uinte.

    CRNICA D D! "#$# I % O POVO D LI!BOA

    O povo de Lisboa tem, dentro desta cate%oria, um tratamento particular. parte ocaso Cnico do tanoeiro 3&onso 3nes /enedo, ue intima os bur%ueses a conrmarem anomea*o do !estre proclamada pelo povo em )o Momin%os, no se l'e con'eceidentidade. 3 %ente anda em ma%otes pelas ruas e pra*as da cidade, ou conversa Ks

    anelas, ou unta"se em prociss2es e nas i%reas. 3s vo(es isoladas &alam em nome detodos e exprimem deseos comuns, porue partil'am muito da vida uns dos outros.;istos de perto pelo narrador, mani&estam"se, a%itam"se, ansiosos por um c'e&e ueos protea, em troca da sua dedica*o.

    O povo recusa o rei estran%eiro, esperando benevolncia de um l'o de um rei da

    sua terra [o !estre de 3vis] ue, alm disso, l'e aparece como adversrio de M.Leonor, a uem mais ue a todos odeiam, e

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    por ele disp2e"se a tudo. 3prendem depois ue o pacto selado com a escol'a do!estre, e provado indissolCvel nos 'eroicos sacri&cios do cerco, trouxeraconseuncias no previstas, abran%endo"os nas mudan*as ue sucediam nasociedade portu%uesa. N de novo no !osteiro de )o Momin%os, um ms ap:s olevantamento do cerco, a %rande reunio de todos os dal%os e povo. Guradavassala%em por aueles ao !estre, este reCne o consel'o. 3nuncia ue ell tin'acuidado de dar *ertos priville%ios e &a(er al%umas mercee aa dita *idadeI de Lisboa,a maPor e mel'or ue no rreino aviaI, por ter sido a primeira ue tomara vo( ees&or*o para de&ender estes rreinos da so%ei*om em ue os elrei de $astella uiserapoerI, e em pa%a dos so&rimentos e %astos ue tivera e 'averia de ter. /%inasadiante, usticado pelos documentos com ue compos este e outros captulos de teorsemel'ante, Ferno Lopes presta K popula*o da capital uma suprema e comovida'omena%em.

    O ri%or da in&orma*o 'ist:rica o&erecida por Ferno Lopes tem sido cada ve( maisamplamente comprovado pelos 'istoriadores deste sculo, e a sua obra continua a seruma das &ontes principais para o con'ecimento da poca sobre a ual escreveu. 3s&al'as ocasionais ue se l'e apontam, voluntrias ou no, no obstam, portanto, a uese recon'e*a ue cumpriu o intuito de basear a narrativa em &actos verdadeiros ue,se%undo as suas pr:prias declara*2es, sobrelevou no seu proeto ualuer outro. !asno seu texto aparece tambm explicitada a preocupa*o em contar a 'ist:ria demaneira clara e bem ordenada, de no en&adar os ouvintes e leitores e de utili(ar&ormas de expresso elaboradas, su%eridas pela autoridade de mestres anteriores. Nesta conscincia de escritor, ue nele nunca se separa da de 'istoriador, ue o leva a

    inte%rar na narrativa as abundantes cita*2es e re&erncias ue a tornam umtestemun'o precioso das ideias literrias, los:cas e reli%iosas ue circulavam em/ortu%al no seu tempo.

    3 modesta advertncia ue o autor da Crnica de D. Joo I insere no pr:lo%o daprimeira parte de ue no vai exibir &remosura e a&eitamento de palavrasI, pois todoo seu trabal'o &oi pouco pera 'ordenar a nua verdadeI, s: tem ra(o de ser se &orinterpretada como promessa de um estilo simples e claro, ue se concreti(a. )eriailus:ria se criasse a expectativa de uma lin%ua%em ba*a ou pobre ou en&adon'a B uenunca visasse o puro pra(er de surpreender.

    Ferno Lopes tem tambm em mente ue a 'ist:ria deve representar os &actos

    ue narra, isto , criar ima%ens da realidade. F"lo por meio das cenas, dos dilo%os edo destaue dado Ks persona%ens, elementos pr:prios do discurso romanesco ue anarrativa 'ist:rica muitas ve(es adotou e ue atin%em uma tal amplitude na CrnicadeD. Joo Iue permitem ver a, misturado com a 'ist:ria, um esbo*o do %nero aue no sculo QRQ se c'amaria romance 'ist:rico.

    Teresa 3mado, Ferno LopesI, in Histria da literatura portuguesa "1, Lisboa,/ublica*2es 3l&a, 7885, pp. D@D a D@@. Texto adaptado.

    1./ara responder a cada um dos itens de 1.1a 1.#, seleciona a op*o ue permiteobter uma arma*o correta.

    1.1Este texto tem como &un*o principal

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    $A%apreciar criticamente a perspetiva 'ist:rica assumida por Ferno Lopes naCrnica de D.Joo I.

    $B%apresentar ar%umentos no sentido da importSncia da leitura da Crnica deD. JooIde Ferno

    Lopes. $C%descrever o modo como o povo apresentado por Ferno Lopes na Crnicade D.Joo I. $D%comparar a Crnica de D. Joo Ide Ferno Lopes com outros textos denature(a 'istorio%rca.

    1.2 O tratamento particularI dado por Ferno Lopes ao povo de LisboaI, l. 5,consiste em

    $A% ele ser apresentado como um conunto de individualidades identicadas. $B% ele ser apresentado coletivamente embora abundem exemplos de pessoasconcretas. $C%ele ser apresentado numa perspetiva praticamente an:nima. $D% ele ser re&erido como um todo completamente an:nimo.

    1.3 O interesse do povo pelo !estre de 3vis tem na ori%em

    $A%dois motivos. $B%trs motivos. $C%uatro motivos. $D%cinco motivos.

    1.4 3s mudan*asI re&eridas na l. 59, radicam

    $A% no &acto de o !estre de 3vis se ter oposto a M. Leonor. $B% nos sacri&cios do povo de Lisboa. $C% no apoio dado pelo povo ao !estre de 3vis. $D% no &acto de o povo ter recusado um rei estran%eiro.

    1.5 3uilo a ue Ferno Lopes deu mais importSncia no seu proeto 'istorio%rco &oi

    $A% a preocupa*o com a verdade 'ist:rica. $B% a apresenta*o de testemun'as dos &actos narrados. $C% a preocupa*o em utili(ar uma lin%ua%em clara. $D% a apresenta*o de &actos ue no aborre*am os leitores.

    1.& O &acto de Ferno Lopes ter includo na Crnica de D. Joo Ire&erncias denature(a reli%iosa, los:ca

    e literria do /ortu%al do seu tempo permitem 'oe

    $A%aui(ar da ualidade literria da sua obra. $B%ar%umentar a &avor da atualidade da sua obra. $C%ar%umentar a &avor da intemporalidade da sua obra. $D%con'ecer a cultura portu%uesa da sua poca.

    1.# 4o Cltimo par%ra&o, a autora

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    $A% su%ere ue se podem encontrar na Crnica de D. Joo Ianidades com oromance 'ist:rico. $B% armaue se podem encontrar na Crnica de D. Joo Ianidades com oromance 'ist:rico. $C% ar%umenta a &avor da ideia de ue o romance 'ist:riconasceu com a Crnicade D. Joo I.

    $D% interpreta a Crnica de D. Joo Icomo um romance 'ist:rico em %esta*o.

    2.#esponde, de &orma correta aos itens apresentados.

    Tem em aten*o o Texto do rupo R

    2.1Rdentica o processo &onol:%ico de altera*o ue se observa na evolu*o dapalavra latina 4O$TE"

    para a palavra portu%uesa noiteI, l. 7A.

    Tem em aten*o o Texto do rupo RR

    2.2 Rndica a &un*o sinttica da palavra destacada em Gurada 'a((ala)*+poraueles ao !estre, estereCne o consel'o.I, ll. 5U"5@.

    2.3 $lassica a ora*o destacada em 3 %ente anda em ma%otes pelas ruas epra*as da cidade, ou

    co,'*r(a -( a,*la(, ou unta"se em prociss2es e nas i%reas.I, ll. D"9.

    GRUPO III

    ALTR/ATIVA I

    Escreve um texto no ual aprecies criticamente um livro recentemente lido ou umlme visto ' pouco.

    O teu texto deve ter um mnimo de 788 e um mximo de A88 palavras.

    ALTR/ATIVA II

    Elabora uma sntese do se%uinte texto ue ten'a aproximadamente um uarto dassuas palavras.

    O ri%or da in&orma*o 'ist:rica o&erecida por Ferno Lopes tem sido cada ve(mais amplamente comprovado pelos 'istoriadores deste sculo, e a sua obra continuaa ser uma das &ontes principais para o con'ecimento da poca sobre a ual escreveu.3s &al'as ocasionais ue se l'e apontam, voluntrias ou no, no obstam, portanto, aue se recon'e*a ue cumpriu o intuito de basear a narrativa em &actos verdadeirosue, se%undo as suas pr:prias declara*2es, sobrelevou no seu proeto ualuer outro.!as no seu texto aparece tambm explicitada a preocupa*o em contar a 'ist:ria demaneira clara e bem ordenada, de no en&adar os ouvintes e leitores e de utili(ar&ormas de expresso elaboradas, su%eridas pela autoridade de mestres anteriores. Nesta conscincia de escritor, ue nele nunca se separa da de 'istoriador, ue o leva ainte%rar na narrativa as abundantes cita*2es e re&erncias ue a tornam umtestemun'o precioso das ideias literrias, los:cas e reli%iosas ue circulavam em/ortu%al no seu tempo.

    3 modesta advertncia ue o autor da Crnica de D. Joo I insere no pr:lo%o daprimeira parte de ue no vai exibir &remosura e a&eitamento de palavrasI, pois todoo seu trabal'o &oi pouco pera 'ordenar a nua verdadeI, s: tem ra(o de ser se &orinterpretada como promessa de um estilo simples e claro, ue se concreti(a. )eria

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    ilus:ria se criasse a expetativa de uma lin%ua%em ba*a ou pobre ou en&adon'a B uenunca visasse o puro pra(er de surpreender.

    Ferno Lopes tem tambm em mente ue a 'ist:ria deve representar os &actosue narra, isto , criar ima%ens da realidade. F"lo por meio das cenas, dos dilo%os edo destaue dado Ks persona%ens, elementos pr:prios do discurso romanesco ue anarrativa 'ist:rica muitas ve(es adotou e ue atin%em uma tal amplitude na CrnicadeD. Joo Iue permitem ver a, misturado com a 'ist:ria, um esbo*o do %nero aue no sculo QRQ se c'amaria romance 'ist:rico.

    Texto com A7A palavras. 3 sntese deve ter cerca de ?8 palavras VW ou B 9X.

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