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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA
TENESSEE ANDRADE NUNES
RECOBRIMENTO, CONDICIONAMENTO, SECAGEM E ARMAZENAME NTO DE
SEMENTES DE MELANCIA.
FORTALEZA
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA
TENESSEE ANDRADE NUNES
RECOBRIMENTO, CONDICIONAMENTO, SECAGEM E ARMAZENAME NTO DE
SEMENTES DE MELANCIA.
Tese submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Fitotecnia.
Orientador: Prof. Dr. Renato Innecco.
FORTALEZA
2011
TENESSEE ANDRADE NUNES
RECOBRIMENTO, CONDICIONAMENTO, SECAGEM E ARMAZENAME NTO DE
SEMENTES DE MELANCIA.
Tese submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em
Fitotecnia.
Aprovada em: ____/____/____.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Prof. Dr. Renato Innecco (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
____________________________________________________
Prof. Dr. Salvador Barros Torres (Co-orientador)
Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
____________________________________________________
Prof. Dr. Sebastião Medeiros Filho (Conselheiro)
Universidade Federal do Ceará - UFC
____________________________________________________
Prof. Dr. Marcio Cléber de Medeiros Corrêa (Conselheiro)
Universidade Federal do Ceará - UFC
____________________________________________________
Profª. Dra. Maria Clarete Cardoso Ribeiro (Conselheira)
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA
“Senhor, concedei-me a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso
modificar, coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir uma
das outras.”
Oração da Serenidade
A todos os meus companheiros e companheiras das irmandades queridas, MADA, CODA,
AA e Al-anon, só por hoje, estou vencendo essa batalha!
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, com especial carinho ao meu Senhor Jesus Cristo, que possibilitaram que eu
chegasse ao final de mais uma batalha; Essa foi difícil hein!!!! E quando enfim, pensei que
nada mais me surpreenderia, veio mais uma pancada. Mas em momento algum me senti
desamparada por Vós, muito pelo contrário, fizestes como prometido, fostes à minha frente e
segurastes minha mão quando pensei que ia cair;
Minha querida mãe, que talvez tenha vivido os piores momentos de sua vida, quando precisou
ficar tanto tempo sozinha em Mossoró, mas você entende que é pro nosso bem, e assim se
mantém firme, até que dias melhores enfim chegassem;
Meu querido tio Kiko, conforme foi dito ao terminar o mestrado, devo tudo que tenho e o que
sou à dedicação que tiveste por mim, ao esforço que tiveste para que não me faltasse nada, a
figura de pai mais presente que alguém pode ter na vida, essa obra também é tua; viu como
valeu a pena investir em mim?
A Vitor, meu Vi, pela paciência, carinho, atenção, respeito, pelo cuidado e zelo que tem
comigo, e por provar que o amor sincero vai muito além da relação homem-mulher;
Ao professor Renato Innecco, pelas orientações, pela paciência com minhas limitações e
dificuldades, pelo apoio carinhoso e mão amiga;
Ao professor Salvador Torres e a professora Maria Clarete Cardoso Ribeiro , pela amizade
sincera, nossa relação está muito além do mero professor – aluno, ambos são exemplos de
profissionais em quem me espelho e que só tenho a agradecer por terem cruzado meu
caminho;
À irmã Suzete Mourato, pela acolhida em sua casa, pelas palavras de conforto, orações em
meu favor, em sua casa vivi os melhores anos aqui em Fortaleza e conheci pessoas muito
especiais, que me ajudaram a vencer os obstáculos que encontrei;
Às minhas queridas amigas do pensionato: Ronara, Vilani, Rayllany, Lidiane, Déborah,
Simone, Cristina e Helaine;
À minha querida “equilina” Suéllem, quanta saudade, Fortaleza não é mais a mesma sem
você aqui, como sinto falta de sua presença, se soubesse que passaria tão depressa, teria
aproveitado muito mais o tempo juntas, sucesso minha querida! Você é uma pessoa
iluminada, obrigada por me acolher em sua casa!
Minhas colegas da UFC; Nara e Brisa, vocês fizeram a diferença!
Meus amigos de Mossoró, que tanto me fizeram falta enquanto estive ausente: Jane Kelly,
Alexandre, Riccely, Lidiane, Tiago e Norma;
Ao meu psicólogo, Dr. Frederico de Souza Costa (Fred) que agüenta minha barra e que me
proporcionou a mudança mais significativa em minha vida;
Aos amigos do MSN, sempre tão perto: Keny, Socorro, Tereza, Michelle e Danise (quem
diria que um dia, depois de tudo que vivemos, seríamos contatos de MSN, né?);
Aos profissionais que trouxeram coisas positivas à minha passagem por esta instituição: prof.
Sebastião, prof. Valter, prof. Márcio e Deoclesiano, é importante ressaltar que sempre existe
o bem, basta saber ver com o coração, e os senhores são prova disso;
As instituições SENAR AR/RN representadas por: Ubirajara Filho, Cátia Câmara, Nelma
Cintra e Carol Outesda e SEBRAE RN pelas oportunidades;
A todas as pessoas maravilhosas das inúmeras comunidades rurais do Rio Grande do Norte,
ao qual tive o privilégio de conhecer e conviver uma semana de minha vida com cada um de
vocês;
Ao CNPq pela concessão da bolsa de doutorado sem a qual eu não poderia ter realizado esse
curso.
Muito obrigada!
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fruto de melancia da cultivar Crimson Sweet............................................
20
Figura 2 – Fruto de melancia da cultivar Charleston Gray..........................................
20
Figura 3 – Sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet e Charleston Gray, Fortaleza – CE. 2011..................................................................................
20
Figura 4 - Estrutura da molécula de fitase...................................................................
22
Figura 5 - Imagem da estrutura superficial da molécula de fitase............................................................................................................
22
Figura 6 - Aparência visual da Fitina e do Fosfato Bicálcico antes de aderidas às sementes. ....................................................................................................
29
Figura 7 - Mistura das sementes à Fitina e / ou Fosfato Bicálcico dentro do saco.............................................................................................................
29
Figura 8 - Polímero de cor vermelha ColorSeed HE® – Rigrantec.............................
30
Figura 9 - Uniformização do polímero no saco...........................................................
30
Figura 10 - Sementes de melancia Charleston Gray recobertas com polímero Rigrantec® de cor vermelha........................................................................
30
Figura 11 - Valores médios da variável germinação, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011. ...........................................
34
Figura 12 - Valores médios da variável envelhecimento acelerado, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.............
35
Figura 13 - Valores médios da variável primeira contagem de plântulas, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.............
36
Figura 14 - Valores médios da variável índice de velocidade de germinação de plântulas, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011..................................................................................
37
Figura 15 - Valores médios da variável germinação, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011............................................
39
Figura 16 - Valores médios da variável índice de velocidade de germinação , em
função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011.....................................................................................................
40
Figura 17 - Valores médios da variável envelhecimento acelerado, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011...........
41
Figura 18 - Valores médios da variável primeira contagem de plântulas, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011............................................................................................................
42
Figura 19 – Disposição dos recipientes contendo as sementes de melancia Crinsom Sweet e Charleston Gray para as leituras da condutividade. UFC, Fortaleza – CE, 2011..................................................................................
64
Figura 20 - Condutividade elétrica dos quatro lotes de sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet nos cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses). UFC, Fortaleza - CE, 2011.............................................
71
Figura 21 - Condutividade elétrica dos quatro lotes de sementes de melancia das cultivares Charleston Gray nos cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses). UFC, Fortaleza - CE, 2011.............................................
72
Figura 22 - Desdobramento da interação entre os fatores: lotes x potenciais osmóticos, para a variável sementes firmes, no condicionamento osmótico de sementes de melancia Crimson Sweet, UFC, Fortaleza - CE, 2011.. ..................................................................................................
74
Figura 23 - Desdobramento da interação entre os fatores: lotes x potenciais osmóticos, para a variável índice de velocidade de germinação, no condicionamento osmótico de sementes de melancia Charleston Gray, UFC, Fortaleza - CE, 2011.........................................................................
77
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição média da melancia..................................................................... 19
Tabela 2 - Doses do tratamento com Fitina aplicadas por uma camada de recobrimento às sementes...............................................................................
28
Tabela 3 - Doses de Fosfato Bicálcico aplicadas através de uma camada de recobrimento às sementes...............................................................................
28
Tabela 4 - Valores da análise da variância para as variáveis germinação, envelhecimento acelerado, primeira contagem de germinação e índice de velocidade de germinação em função das doses de P nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011................................................................................................................
33
Tabela 5 - Valores da análise da variância para as variáveis germinação, envelhecimento acelerado, primeira contagem de germinação e índice de velocidade de germinação em função das doses de P nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011................................................................................................................
38
Tabela 6 – Concentração de polietilenoglicol (PEG 6000) utilizada para obter os diferentes níveis de potencial osmótico à temperatura 25°C.........................
65
Tabela 7 – Valores da análise da variância para as variáveis Teor de água (TA), germinação (G), envelhecimento acelerado (EA), teores de cálcio, magnésio e potássio da solução de embebição das sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet na avaliação inicial das sementes. UFC, Fortaleza - CE, 2011.......................................................................................
66
Tabela 8 – Valores da análise da variância para as variáveis Teor de água (TA), germinação (G), envelhecimento acelerado (EA), teores de cálcio, magnésio e potássio da solução de embebição das sementes de melancia das cultivares Charleston Gray na avaliação inicial das sementes. UFC, Fortaleza - CE, 2011.......................................................................................
66
Tabela 9 - Teor de água (TA), germinação (G), envelhecimento acelerado (EA), teores de cálcio, magnésio e potássio da solução de embebição das sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet e Charleston Gray na avaliação inicial das sementes. UFC, Fortaleza - CE, 2011..........................
67
Tabela 10 - Teor de água inicial das amostras e após o período de envelhecimento acelerado das sementes melancia Crimson Sweet e Charleston Gray aos zero, três, seis, nove e 12 meses de armazenamento. UFC, Fortaleza - CE, 2011................................................................................................................
68
Tabela 11 – Germinação e envelhecimento acelerado das sementes melancia Crimson Sweet e Charleston Gray aos três, seis, nove e 12 meses de armazenamento. UFC, Fortaleza - CE, 2011... ..............................................
69
Tabela 12 – Resumo da análise de variância para as condutividades elétricas apresentadas pelas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet e Charleston Gray, antes e após o armazenamento, UFC, Fortaleza - CE, 2011................................................................................................................
70
Tabela 13 –
Resumo da análise de variância para as variáveis, plântulas normais (PN), plântulas anormais (PA), sementes firmes (SF), índice de velocidade de germinação (IVG) altura de plântulas (AP), comprimento de raiz (CR) e massa de matéria seca de plântulas inteiras (MS), no condicionamento osmótico de sementes de melancia de quatro lotes da cultivar Charleston Gray com polietilenoglicol 6000, Fortaleza, 2011.........................................
74
Tabela 14 – Resumo da análise de variância para as variáveis, plântulas normais (PN), plântulas anormais (PA), sementes firmes (SF), índice de velocidade de germinação (IVG) altura de plântulas (AP), comprimento de raiz (CR) e massa de matéria seca de plântulas inteiras (MS), no condicionamento osmótico de sementes de melancia de quatro lotes da cultivar Charleston Gray com polietilenoglicol 6000, Fortaleza, 2011......................................... 76
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL............................................................................................................ 12
Capítulo 1 – DESEMENHO DE SEMEMSTE DE MELANCIA APÓS O RECOBRIMENTO COM FÓSFORO...................................................................................... 14 RESUMO..................................................................................................................................... 14
ABSTRACT................................................................................................................................. 15
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 16
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................. 18
2.1. Considerações gerais sobre a cultura................................................................................. 18
2.2 Importância do fósforo......................................................................................................... 21
2.3 Recobrimento de sementes................................................................................................... 23
2.4 Principais vantagens e desvantagens do recobrimento de sementes................................ 25
3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................... 27
3.1 Sementes................................................................................................................................. 27
3.2 Tratamentos........................................................................................................................... 27
3.3 Recobrimento das sementes................................................................................................. 28
3.4 Qualidade inicial das sementes............................................................................................ 30
3.4.1 Variáveis analisadas............................................................................................................ 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................. 33
5 CONCLUSÕES........................................................................................................................ 44
Capítulo 2 – MÉTODOS DE CONDICIONAMENTO, SECAGEM E DESEMPENHO DE SEMENTES DE MELANCIA DURANTE O ARMAZENAMENTO.... ........................
45
RESUMO..................................................................................................................................... 42
ABSTRACT................................................................................................................................. 47
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 48
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................. 50
2.1. Qualidade e germinação de sementes................................................................................. 50
2.2. Avaliação do vigor de sementes.......................................................................................... 51
2.3. Teste de condutividade elétrica........................................................................................... 52
2.4. Teste de envelhecimento acelerado..................................................................................... 54
2.5. Quantificação de Ca2+, Mg2+ e K+ da solução de embebição............................................ 55
2.6 Condicionamento de sementes............................................................................................. 56
2.6.1. Etapas da germinação de sementes................................................................................... 56
2.6.2. Características do condicionamento osmótico de sementes............................................. 57
2.6.3. Polietilenoglicol 6000 (PEG 6000).................................................................................... 59
3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................... 61
3.1. Obtenção das sementes........................................................................................................ 61
3.2. Análises das sementes.......................................................................................................... 61
3.2.1. Determinação do teor de água........................................................................................... 61
3.2.2. Teste de germinação........................................................................................................... 62
3.2.3. Primeira contagem de germinação.................................................................................... 62
3.2.4. Índice de velocidade de germinação (IVG)....................................................................... 62
3.2.5. Teste de envelhecimento acelerado................................................................................... 63
3.2.6. Teste de condutividade elétrica.......................................................................................... 63
3.2.7. Quantificação de Ca2+, Mg2+ e K+ da solução de embebição........................................... 64
3.2.8. Condicionamento osmótico de sementes de melancia em polietilenoglicol 6000............ 64 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................ 66
5. CONCLUSÕES....................................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 79
12
INTRODUÇÃO GERAL
O vigor é hoje entendido como um atributo abrangente ou que compreende várias
propriedades das sementes, entre as quais cita-se boa velocidade de germinação, uniformidade
de emergência e de desenvolvimento da plântula, sendo mesmo capaz de refletir a capacidade
da planta adulta produzir bem no campo. Evidentemente um teste de laboratório que seja hábil
para dar uma indicação confiável de todas essas qualidades é muito difícil de ser elaborado.
Segundo o International of Seed Testing Association (ISTA) o vigor é a soma de todas
as propriedades da semente as quais determinam o nível de atividade e o desempenho da
semente, ou do lote de sementes durante a germinação e a emergência de plântulas. Sementes
que tenham um bom desempenho são classificadas como vigorosas e as de baixo desempenho
são chamadas de sementes de baixo vigor (ISTA, 1981).
A Association of Official Seed Analystis (AOSA, 1983) definiu o vigor de sementes
como aquelas propriedades que determinam o potencial para uma emergência rápida e
uniforme e para o desenvolvimento de plântulas normais, sob uma ampla faixa de condições
ambientais.
Já na década passada, Marcos Filho (1999) relatava que os produtores de sementes e
os agricultores estão cada vez melhor informados a respeito dos conceitos de vigor e,
paralelamente, acentuando suas exigências quanto às informações sobre os níveis de vigor das
sementes que comercializam ou adquirem. Por causa disso, existe uma infinidade de trabalhos
procurando medir e quantificar esse parâmetro para trazer mais segurança ao produtor, que
hoje dispõe de uma vasta gama de opções de sementes tanto de materiais híbridos quanto de
cultivares.
As cucurbitáceas, especialmente melão e melancia, estão entre os frutos mais
estudados pela tecnologia de sementes, e a região Nordeste tem importância primordial nesse
sentido, pelo fato de Rio Grande do Norte e Ceará estarem hoje entre os estados que mais
produzem esses frutos. Aliado a isso, está o fato da tecnologia empregada para a produção de
frutos voltados especialmente para o mercado externo.
Se a semente não é de qualidade, logicamente isso implicará no prejuízo de toda uma
cadeia produtiva bem estruturada. Tecnologias oriundas de ciências como a genética e o
melhoramento, Fitossanidade e Fitotecnia são aliados dos produtores de sementes para que
estes tenham um produto final apto a gerar uma planta em campo que responda aos
incrementos advindos da adubação e da irrigação bem manejada. Dessa forma, pode-se que
13
tudo começa pela semente de boa qualidade, e este conceito, qualidade advém do vigor e de
outros atributos que a semente tenha a oferecer.
A perda do vigor, também citada como deterioração, é definida, em geral, como toda
transformação degenerativa que ocorre nas sementes (ABDUL-BAKI & ANDERSON, 1972).
Não pode ser sustada e é de progressão variável entre espécies, cultivares, lotes e sementes de
um mesmo lote (DELOUCHE, 1968). Essas transformações deletérias podem ser de origem
bioquímica, física ou fisiológica.
Juntamente com o nitrogênio e o potássio, o fósforo é considerado macronutriente para
as espécies, sendo um dos nutrientes mais extraídos pelas plantas desde o processo de
formação inicial da plântula. O fósforo é essencial para o crescimento da planta e está
envolvido na maioria dos processos metabólicos. Há muitas substâncias bioquímicas
importantes nas plantas, que contêm fósforo. Fosfolipídeos são componentes estruturais
primários das membranas que cercam células e organelas da planta.
Dentro da célula, a informação genética na forma de DNA e moléculas de RNA
contém P como um componente estrutural integrante. Estas importantes moléculas constituem
a informação genética na planta e guiam a síntese de proteínas que se dá dentro das células.
Uma das chaves para a "vida na Terra" é a habilidade das plantas em captar a energia da luz
solar e aprisioná-la na forma de ligações de fosfato de alta energia, para finalmente construir
moléculas de carboidrato no processo de fotossíntese.
A fotossíntese em plantas envolve fósforo de muitas maneiras. Os açúcares feitos no
início deste processo são principalmente triose fosfato e hexose fosfato. O fosfato também
tem que entrar no cloroplasto para que as trioses fosfato saiam dele para uso em outras partes
da célula e da planta. Esta reação de troca fosfato/fosfato triose é crítica para o adequado
movimento do açúcar elaborado na fotossíntese. Isto porque, em plantas deficientes em P,
estes açúcares de cadeia curta não podem sair dos cloroplastos e se acumulam, então,
formando grandes cristais de amido que eventualmente podem causar dano estrutural aos
cloroplastos e paralisar a fotossíntese.
Os objetivos deste trabalho foram verificar o efeito do fósforo em cobertura das
sementes de melancia na melhoria dos aspectos do seu vigor, e num segundo momento aplicar
testes para verificar o vigor de sementes de melancia de duas cultivares, Crimson Sweet e
Charleston Gray.
14
RESUMO
Capítulo 1 – DESEMPENHO DE SEMENTES DE MELANCIA APÓS O
RECOBRIMENTO COM FÓSFORO
Com o objetivo de avaliar o desempenho de sementes de melancia de duas cultivares
(Crimson Sweet e Charleston Gray) realizou-se um experimento no Laboratório de Análises
de Sementes da Universidade Federal Rural do Semi-Arido (UFERSA) durante os meses de
dezembro de 2009 a junho de 2010. Utilizou-se quatro lotes de sementes de melancia de duas
cultivares, Charleston Gray e Crimson Sweet. Para o recobrimento com fósforo as sementes
foram agitadas no interior de um saco plástico junto à fonte de fósforo empregada em suas
respectivas doses, para que estas aderissem às sementes. Após a aplicação das fontes de
fósforo às sementes procedeu-se o recobrimento na dose de 0,8 ml / 100g de sementes com o
auxílio de uma seringa utilizando-se o polímero ColorSeed HE Rigrantec® de cor vermelha
para a cultivar Charleston Gray e de cor azul para a cultivar Crimson Sweet. As fontes de
fósforo utilizadas foram a fitina e o fosfato bicálcico. Logo após a secagem do polímero,
foram efetuados aos testes para avaliação do vigor e desenvolvimento das plântulas e a
influência da fonte de fósforo e dosagem destas nas cultivares de melancia. As variáveis
analisadas foram: porcentagem de germinação, primeira contagem da germinação (PC),
envelhecimento acelerado (EA) e índice de velocidade de emergência. O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente casualizado e as médias dos dados quantitativos
(doses) foram ajustadas mediante teste de regressão. A germinação da cultivar Crimson
Sweet, após o teste de envelhecimento acelerado, mostrou que as sementes submetidas ao
recobrimento com o fosfato bicálcico apresentaram maiores valores quando comparados às
sementes recobertas com fitina. Os dados de primeira contagem sugerem que concentrações
mais elevadas de P nas sementes, por via exógena, proporcionam maior disponibilidade de
energia para as atividades metabólicas da semente, o que levaria ao maior crescimento inicial
das plântulas e ao desenvolvimento maior e mais rápido do sistema radicular, resultando no
aumento da absorção de nutrientes e, conseqüentemente, na capacidade produtiva da planta.
Palavras chave: Citrullus lanatus, fósforo, fitina, fosfato bicalcico.
15
ABSTRACT
Chapter 1 - PERFORMANCE OF SEEDS OF WATERMELON DURING COVER
WITH PHOSPHOROUS.
With the objective of evaluate the performance of seed of two cultivars of watermelon
(Charleston Gray and Crimson Sweet) conducted an experiment in the Laboratory of Seeds
Analysis of Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) during the months of
December 2009 to June 2010. Was used four seed lots of two watermelon cultivars
Charleston Gray and Crimson Sweet. For the phosphorus coating the seeds were agitated
inside a plastic bag near the source of phosphorus used in their respective dose, so that they
adhere to the seeds. After the application of phosphorus sources for seeds proceeded to the
coating at a dose of 0,8 ml / 100 g of seeds with a syringe using the polymer ColorSeed HE
Rigrantec ® red for the cultivar Charleston Gray and blue for the cultivar Crimson Sweet. The
sources of phosphorus and phytin were bicalcium phosphate. Immediately after drying the
polymer, we proceeded to test for evaluation of existing and development of plants and the
influence of phosphorus source and dosage in these cultivars of watermelon. The variables
analyzed were: germination, first count germination (CP), accelerated aging (EA), plus the
weight of thousand seeds and uniformity test for standardization of the lots and the variables
of seedling growth, seedling emergence and emergence speed index. The experimental design
was completely randomized and averages of quantitative data (doses) were adjusted by
regression testing. The germination of the cultivar Crimson Sweet watermelon after the
accelerated aging test showed that the seeds subjected to coating with the bicalcium phosphate
showed higher values when compared to coated seeds phytin. Data from the first count in this
experiment suggest that higher concentrations of P in seeds, exogenously, will provide greater
availability of energy for metabolic activities of the seed, which would lead to greater initial
seedling growth and development of the largest and fastest root system, resulting in increased
absorption of nutrients and, consequently, the productive capacity of the plant.
Key words: Citrullus lanatus, phosphorous, phytin and bicalcium phosphate.
16
1 INTRODUÇÃO
A semente de alta qualidade é o ponto de partida para obtenção de estande de plântulas
uniforme, lavoura adequada e, conseqüentemente, alta produtividade. Deste modo, a
qualidade das sementes e o seu tratamento, antes da semeadura, são fatores primordiais para a
instalação das culturas, pois irão contribuir para que as sementes expressem o seu potencial de
germinação e vigor (PERETTI, 1994).
O aumento da concentração de nutrientes na semente tem sido obtido por meio da
adubação no solo e da pulverização foliar, ou seja, da aplicação à planta-mãe (JACOB-NETO
et al. 1988). Todavia, parte desses nutrientes podem ser fornecidos pela aplicação diretamente
às sementes, visando obter mais uma possibilidade de aumento do conteúdo de nutrientes
minerais, via peletização (SFREDO et al. 1997), via embebição destas em soluções contendo
determinados nutrientes (TEIXEIRA, 1995; TEIXEIRA et al 1999) ou pelo tratamento das
sementes com determinado produto (RIBEIRO, 1993) , como é feito na aplicação dos
fungicidas, inseticidas e inoculantes.
Os fertilizantes sofrem constantemente altas taxas de perdas no campo, devido à
volatização dos produtos implantados e erosões do solo, que carregam para fora das áreas de
plantio frações minerais e orgânicas essenciais à cultura em desenvolvimento, além dos
problemas relacionados com a retenção e a disponibilidade dos nutrientes no solo. O fósforo é
um dos macronutrientes mais suscetíveis a esses dois últimos problemas, além disso, ele se
apresenta como o nutriente mais difícil de manejar em relação à adubação. Uma alternativa
para reverter essas perdas seria “manipular” a semente de forma a proporcionar esse nutriente
mais diretamente à plântula via aplicação direta na semente, realizando uma espécie de
peletização manual fosfatada.
A metodologia de recobrimento de sementes constitui uma das técnicas de tratamento
na pré-semeadura mais promissoras, pelo fato de dar proteção às sementes contra agentes
exteriores, possibilitar o fornecimento de nutrientes, oxigênio, reguladores de crescimento,
proteção fitossanitária, herbicidas e sobre tudo por permitir uma semeadura de precisão em
cultivos com semeadura direta (SCOTT, 1989).
Entre os macronutrientes, o fósforo, é, talvez, o elemento que mais se discute, havendo
ainda, porém, muitas perguntas sem respostas a respeito dele. Os motivos para tantos escritos
e indagações são vários: a importância para a vida da planta, do animal e do homem que se
alimenta da planta; a freqüência com que limita a produção, particularmente nos trópicos
(SANCHEZ & SALINAS, 1981).
17
A indústria de polímeros vem se desenvolvendo muito rápida nos últimos anos,
principalmente na produção de polímeros compatíveis com as formulações do tratamento
convencional de sementes. O uso de polímeros tem seu uso fundamento na possibilidade de
proteger sementes de alto valor, proporcionando ao agricultor resultados de alta qualidade e
desempenho superior (BAUDET, 2004).
Como exemplo, em termos de tecnologia em recobrimento de sementes já é possível
através de polímeros, agregar diversos produtos às sementes, sejam quais forem seus
propósitos, ato chamado de polimerização. Os polímeros são substâncias constituídas a partir
da união de uma ou várias classes de átomos ou configurações de átomos com ligações
múltiplas entre eles (PLATZEN, 2007). Desta forma, aumentando significantemente as
chances de sucesso da semente em se tornar em uma planta vigorosa e produtiva.
Este trabalho teve o objetivo de avaliar o desempenho de sementes de melancia
submetidas ao recobrimento com fósforo em dosagens diferentes por aplicação direta nas
sementes.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Considerações gerais sobre a cultura
A melancia (Citrullus lanatus) pertence à família das cucurbitáceas, sendo originária
do continente africano e é considerada uma das mais importantes olerícolas produzidas e
comercializadas no Brasil, não somente pelas suas características nutricionais como também
pelo seu valor comercial (BHERING et al., 2003).
Atualmente, a melancia é uma das principais frutas em volume de produção mundial, e
também está entre os dez principais produtos hortícolas mais exportados, com um mercado
estimado em mais de 1,7 milhão de toneladas por ano. A Ásia produz cerca de 85% do total
mundial; a China contribui sozinha com 69% do total mundial. A Europa representa 5% da
produção mundial. A Espanha é o principal produtor europeu, seguida da Grécia e da Itália.
África produz cerca de 4,5% do total mundial. O Egito produz mais de 50% da produção do
continente africano (DUARTE, 2003).
No Brasil, no ano de 2008, foram produzidas 1.946.912 t de frutos, ficando atrás
apenas da laranja (18.032.313 t), banana (6.956.179 t), abacaxi (3.430.721 t) e coco
(1.985.478 t) (IBGE, 2008).
A melancia é uma planta rasteira, com folhas médias e flores pequenas, de coloração
amarela ou branca. Os frutos são constituídos por uma baga, de paredes externas duras e
internas carnosas. A fruta pode ser arredondada ou alongada, com tamanho variável entre 25 e
75 cm. Quando maduro, a coloração externa varia de verde-cana a verde-escuro, enquanto que
na polpa a coloração é predominantemente vermelha (CASTELLANNI & CORTEZ, 1995).
A melancia Crimson Sweet (Figura 1) apresenta frutos de formato ovalado, com
coloração externa verde-escura com estrias verde-claras, excelente qualidade de polpa e brix
em torno de 12º. A planta possui polinização aberta, sendo muito vigorosa, apresentando boa
sanidade e pegamento dos frutos. O ciclo é de aproximadamente 80 a 90 dias, com frutos
pesando em média 11kg. Cada grama de semente possui em média 9 a 12 sementes (Figura
3).
Já a cultivar Charleston Gray (Figura 2) possui frutos de formato alongado e tamanho
grande, a coloração externa é verde-clara com pequenas veias verde-escuras, a polpa é
vermelho brilhante. Seu ciclo dura entre 90 a 100 dias, com frutos pesando em média 15kg.
Cada grama de semente possui em média 8 a 11 sementes (Figura 3).
19
Os frutos de polpa vermelha como as melancias são alimentos muito apreciados por
suas características sensoriais relacionadas aos atributos aroma, cor, doçura e suculência
(IBGE, 2008). Além disso, é uma fonte natural de licopeno, um carotenóide, de grande
interesse devido a sua capacidade antioxidante, que tem sido relacionada à diminuição do
risco de diversos tipos de câncer e problemas cardiovasculares. (ALMEIDA, 2003; KRIS-
ETHERTON et al., 2002; RODRIGUEZ - AMAYA, 2001).
Dentre os frutos tropicais, a melancia de polpa vermelha destaca-se pelo seu agradável
sabor doce, porém é considerada uma fruta de valor nutritivo reduzido pelo conteúdo
vitamínico mediano (Almeida, 2003). Possui baixo valor calórico (26 kcal/ 100g de fruto in
natura), cerca de 90% de água; açúcares, como glicose, frutose e sacarose; vitamina C e do
complexo B; além de sais minerais como ferro, cálcio e fósforo. Segundo Miranda et al.
(2005), os principais açúcares presentes na melancia são glicose, frutose, sacarose e maltose,
sendo os teores de glicose e frutose mais altos que os teores de sacarose e maltose. Na tabela 1
apresenta-se a composição química média da melancia.
Tabela 1 - Composição média da melancia¹
Constituinte Teor (%) Vitaminas Teor Minerais Teor
Água 93 Vitamina A (UI) 590 Cálcio (mg) 7
Gordura 0,5 Tiamina (mg) 0,03 Fósforo (mg) 10
Proteína 0,2 Riboflavina (mg) 0,03 Sódio (mg) 1
Carboidratos 6,4 Niacina (mg) 0,2 Potássio (mg) 100
Fibra 0,3 Ácid. Ascórbico (mg) 7 Magnésio (mg) 10,2
Vitamina B6 (mg) 0,07 Ferro (mg) 0,5
Ácid. Pantotênico
(mg)
0,03 Zinco (mg) 0,09
Ácid. Fólico (mcg) 8 Cobre (mg) 0,2
Biotina (mcg) 3,6
Fonte: Almeida (2003). ¹= valores expressos por 100g de parte comestível.
20
Figura 1 – Fruto de melancia da cultivar Crimson Sweet.
Fonte: ISLA Sementes LTDA. 2010.
Figura 2 – Fruto de melancia da cultivar Charleston Gray.
Fonte: ISLA Sementes LTDA. 2010.
Figura 3 – Sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet e Charleston Gray, Fortaleza – CE. 2011
Fonte da pesquisa
Segundo Duarte (2003) a melancia é pouco afetada por doenças de origem bacteriana,
embora a Erwinia possa causar estragos em regiões de elevada umidade relativa. As
principais doenças que afetam esta cultura são provocadas por fungos e vírus.
21
2.2 Importância do fósforo
As sementes, à semelhança dos demais órgãos da planta, apresentam composição
química bastante variável por se tratar de um órgão que se forma no final do seu ciclo
produtivo. O conhecimento da composição química da semente é de interesse prático da
tecnologia de sementes, pois, tanto o vigor como o potencial de armazenamento são
influenciados pelo teor dos compostos presentes nas mesmas (CARVALHO &
NAKAGAWA, 1988).
A importância do fósforo no suprimento de energia ao metabolismo intenso, que se
caracteriza nos processos de formação e de germinação da semente é, desde há muito,
reconhecida (CHING, 1972). A principal forma de armazenamento de fósforo nas sementes é
o fitato, que pode conter de 50 a 80% do total ali armazenado. Esse sal catiônico de ácido
fítico é formado por moléculas derivadas do açúcar mioinositol ao qual se ligam grupos PO4-3,
que complexam outros elementos, principalmente o K e o Mg, mas também com o Ca, Mn,
Zn, Ba e Fe (LOTT et al., 2000). Suas principais funções fisiológicas são: suprir o processo de
germinação com inositol, fosfato e minerais (Lott et al., 2000; Lei & Stahl, 2001) e controlar
os níveis de fosfatos inorgânicos, tanto na fase de maturação da semente quanto na sua
germinação (Strother, 1980). Não foram identificadas espécies vegetais em cujas sementes
este sal não esteja presente (LOTT et al., 2000).
A liberação de elementos complexados ao fitato depende da ação de um grupo
especial de fosfatases encontradas nas sementes, as enzimas denominadas fitases (mioinositol
hexafosfato fosfohidrolase) (Figuras 4 e 5) que são capazes de hidrolizá-lo para uma série de
ésteres de mioinositol e fosfatos durante a germinação (FRIAS et al., 2003). O aumento da
atividade de fitases, a concomitante redução de fitato e biodisponibilidade de vários minerais
durante a germinação foi constatada em diversas espécies (GREINER et al., 2003; BADAU et
al., 2005; AGOSTINI et al., 2006; GHAVIDEL et al., 2007; SANGRONIS et al., 2007).
Espécies e cultivares diferem entre si quanto ao conteúdo de fitase, assim como às
características da fitase (ESKIN et al., 1983; BEAL et al., 1985; BARTNIK et al., 1987; EGLI
et al., 2003; GREINER et al., 2003; AGOSTINI et al., 2006). A hidrólise do ácido fítico
(fitato) a mio-inositol e ácido fosfórico é considerada como um importante processo
metabólico em vários biosistemas. Variações da atividade da hidrólise de fitato em grãos e
sementes de uma mesma espécie foram atribuídas ao genótipo e a condições de cultivo, tais
como local, ano de produção e clima prevalecente durante a safra (GREINER et al., 2003).
Talvez, não coincidentemente, esses sejam alguns dos principais fatores reconhecidos como
22
capazes de influenciar o vigor de sementes de muitas espécies agrícolas (TEKRONY et al.,
1991).
Uma clara relação entre fitato e vigor de sementes foi identificada em soja em estudos
nos quais foram comparados teores altos e baixos desse sal. Sementes de genótipos com
baixos teores resultaram em menores rendimentos de matéria seca da raiz e da parte aérea, e
da emergência de plântulas no campo, quando comparadas a sementes de genótipos cujos
teores de fitato eram altos (MEIS et al., 2003; HULKE et al., 2004; OLTMANS et al., 2005;
SPEAR et al., 2007).
Figura 4 - Estrutura da molécula de fitase. . Figura 5 - Imagem da estrutura superficial da molécula de fitase
Fonte: Wyss et al., 1999.
Esta afirmação é ainda confirmada por outros autores em relação a outras espécies de
sementes. Boland & Baker (1998) constataram aumento de produtividade de plantas de
Trifolium balansae e trevo carretilha (Medicago polymorpha) cujas sementes possuíam maior
concentração de fósforo, fato também verificado por George et al. (1978) em tomate,
Bhattacharyya et al. (1984) em Vigna mungo, e Thompson et al. (1992) em tremoço.
Pesquisas em várias espécies mostraram que a matéria seca de plântulas e a produção
da planta subseqüente podem ser incrementadas pelo aumento dos níveis de fósforo na
semente. Este efeito pode ocorrer na ausência ou presença de adubação fosfatada (Bolland &
Baker, 1998). Isto foi observado em sementes de aveia (Roberts, 1938), de ervilha (AUSTIN
23
& LOGDEN, 1966), de tomate (George et al., 1978, de Trifoflaim balansae e Medicago
polimorpha (BOLLAND & BAKER, 1989).
Araújo et al. (2002) constataram que sementes de feijoeiro com maior teor de fósforo
podem resultar em plantas com maior crescimento da parte aérea, nodulação e acúmulo de
nitrogênio, no estádio vegetativo de crescimento, particularmente em solo adicionado com
baixas doses aplicadas de fósforo.
Por outro lado, Abdou & EI Kobbia (1976) e Bhattacharyya et al. (1984) mostraram
que o rendimento de grãos de trigo, cevada, aveia e Vigna mungo foram incrementados pela
imersão das sementes em uma solução de fosfato. Durrant (1958), Austin (1966), Turkiewicz
(1976), George et al. (1978) e Bolland et al. (1989) observaram, ainda, que a aplicação de
fósforo à planta-mãe aumenta o conteúdo de fósforo da semente produzida.
2.3 Recobrimento de sementes
De acordo com Rezende et. al. (2008) o tratamento de sementes com nutrientes baseia-
se no princípio da translocação dos mesmos da semente para a planta. Assim, a reserva desses
nutrientes torna-se uma importante fonte para a nutrição da planta, prevenindo sintomas
iniciais de deficiência.
Um problema dos mais complexos, uma vez estabelecida a necessidade de aplicação
desses nutrientes, é determinar qual o método de aplicação que seria mais recomendável para
cada caso, pois a eficiência dos diversos métodos de aplicação está intimamente relacionada
com diversos fatores, com destaque para fontes, tipo de solo, pH, solubilidade, efeito residual,
mobilidade do nutriente, na planta e cultura, dentre outros (LOPES, 1999). Com base na
quantidade exigida pelas plantas, pode-se dar ênfase à sua aplicação via semente. A
uniformidade de distribuição de pequenas doses, as quais podem ser aplicadas com precisão é
uma das grandes vantagens desse método. Além do mais, pode apresentar menores custos de
aplicação, melhor uniformidade na distribuição, menores perdas e racionalização no uso de
reservas naturais não renováveis (PARDUCCI et al., 1989).
O recobrimento foi primeiramente utilizado pelos chineses, que revestiam as sementes
de arroz com lodo para evitar que boiassem. Os primeiros passos desta tecnologia há várias
décadas, foram dados em sementes de hortaliças, pela peletização das sementes para melhorar
seu desempenho. O custo das lavouras de hortaliças alcançava níveis muito altos,
principalmente de mão-de-obra, pela necessidade de fazer raleio para uniformizar o estande.
O recobrimento de sementes de hortaliças veio a resolver este problema ao uniformizar os
24
tratamentos das sementes, assegurando a precisão na semeadura e a aplicação dos produtos
químicos, causando ainda uma significativa redução nos custos das lavouras.
No Brasil, para as grandes culturas, o recobrimento de sementes ainda é considerado
uma nova tecnologia pois faltam muitas informações técnico-científicas. A agregação de valor
às sementes, utilizando métodos e tecnologias de produção como a de recobrimento, vem
sendo uma exigência do mercado, cada vez mais competitivo. Para isto são necessárias
sementes com alta uniformidade de germinação/emergência (vigor) e que produzam plântulas
com alto potencial de crescimento (BAUDET & PERES, 2004).
O uso do recobrimento de sementes com materiais artificiais pode facilitar a obtenção
destes conjuntos de características necessárias ao estabelecimento das plântulas,
uniformizando assim os estádios iniciais da produção de sementes. Para a fixação dos
aglomerantes em torno das sementes, com o propósito de formar camadas, são utilizados
adesivos, que numa classificação genérica, estão divididos em três grupos: orgânicos,
minerais e sintéticos (SAMPAIO & SAMPAIO, 1994).
A metodologia de recobrimento de sementes constitui uma das técnicas de tratamento
na pré-semeadura mais promissoras, pelo fato de dar proteção às sementes contra agentes
exteriores, possibilitar o fornecimento de nutrientes, oxigênio, reguladores de crescimento,
proteção fitossanitária, herbicidas e, sobretudo por permitir uma semeadura de precisão em
cultivos com semeadura direta (SCOTT, 1989).
Como exemplo, em termos de tecnologia em recobrimento de sementes já é possível
através de polímeros, agregar diversos produtos às sementes, sejam quais forem seus
propósitos, ato chamado de polimerização. Desta forma, aumentando significantemente as
chances de sucesso da semente em se tornar uma planta vigorosa e produtiva.
O recobrimento de sementes consiste na deposição de uma camada fina e uniforme de
um polímero à superfície da semente. Pode ser utilizado conjuntamente com o tratamento
químico e biológico um material protetor em quantidade muito precisa e com impacto mínimo
sobre o meio ambiente.
Isto faz esta tecnologia altamente eficiente na proteção das sementes, ao combinar
fungicidas com inseticida (ingredientes ativos) e com uma camada ou filme feito de polímero
líquido (adesivo). O recobrimento envolve tanto a peletização de sementes, como o
revestimento com filmes de polímeros e outros produtos para encapsulamento da semente.
Quanto à metodologia de aplicação, as sementes são misturadas com um adesivo, de
forma que cada semente seja encoberta. Os adesivos devem ser solúveis em água e são
geralmente utilizados polímeros orgânicos, amidos, resinas naturais, açúcares, colas de
25
origem animal e mucilagens vegetais que são dispersos em água para produzir um fluído
pulverizável. Logo são acrescentados os sólidos do recobrimento. Quando a semente entra em
contato com o solo, o recobrimento não deve oferecer resistência à radícula e a estrutura que
irá formar a parte aérea da planta, devendo permitir a passagem de água e oxigênio para que o
embrião comece a desenvolver-se naturalmente.
Os polímeros são substâncias constituídas a partir da união de uma ou várias classes de
átomos ou configurações de átomos com ligações múltiplas entre eles. Segundo Delouche
(2005), o revestimento de sementes está entre os tratamentos mais interessantes e
potencialmente benéficos para realçar o desempenho das sementes.
Os polímeros, apesar de existirem ha décadas, estão disponíveis para o uso em
sementes apenas nos últimos anos, favorecendo a relação entre o produto aplicado à semente e
a mesma, permitindo mínimas perdas ou falhas no processo de tratamento. Além de permitir
diversas alternativas referentes ao recobrimento de sementes, relativas à cada situação em
particular. Em caso de prevenção, busca – se o uso de fungicidas e/ou inseticidas. Já, se o
interesse do produtor for melhorar o desempenho relativo ao desenvolvimento da plântula, há
a possibilidade da utilização de micronutrientes como Boro, Molibdênio, Cobalto, Zinco ou
Cobre; hormônios como giberelinas; ou até mesmo produtos polímeros ativados pela
temperatura, permitindo a ampliação do período de semeadura.
2.4 Principais vantagens e desvantagens do recobrimento de sementes
Algumas vantagens do processo de recobrimento de sementes têm sido apontadas
como: melhoria da eficiência dos produtos fitossanitários, permitindo uma excelente cobertura
e adesão dos ingredientes ativos na semente, e reduz a lixiviação dos produtos do tratamento
no campo.
Capacidade de melhorar a segurança no uso, ao criar uma barreira entre a pele do
operador e o produto, eliminando os perigos relacionados com o tratamento, embalagem e
semeadura da semente; Reduzir a poeira, reduzindo o contato dérmico e a inalação dos
operadores com os produtos.
Proporcionar um meio de carregar fungicidas, pesticidas, produtos biológicos e
micronutrientes para melhorar o estabelecimento do estande com uma correta dosagem dos
produtos.
Entretanto, algumas desvantagens têm sido apontadas como o maior custo pelo
processo do recobrimento; necessidade de produtos específicos, como por exemplo,
26
aglomerantes, adesivos, corantes e polímeros e algumas vezes, existe a necessidade de
máquinas com alta precisão na dosagem dos produtos.
Vale salientar que para a utilização de polímeros para recobrir sementes alguns
cuidados devem ser tomados afim de evitar prejuízo, especialmente com a cobertura que deve
ser uniforme para não comprometer o desempenho do produto.
A aglomeração do produto também é um ponto fundamental para evitar que a semente
tenha uma aparência inaceitável por parte do consumidor.
27
3 MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Análise de Sementes do
Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA, no Campus de Mossoró – RN.
3.1 Sementes
Utilizou-se quatro lotes de sementes de melancia de duas cultivares Charleston Gray e
Crimson Sweet.
3.2 Tratamentos
As fontes de fósforo bem como suas dosagens utilizadas seguiram a metodologia
proposta por Soares (2009). O fosfato bicálcico (Figura 6) é obtido através do ácido
ortofosfórico, que por sua vez tem origem nas rochas fosfáticas. Quanto mais pura for esta
rocha, maior a qualidade do ácido dela originado. As rochas então, através de reações, dão
origem ao ácido ortofosfórico, conhecido vulgarmente como ácido fosfórico. O ácido
ortofosfórico por sua vez, depois de desfluorizado, reage com calcário ou cal e dá origem ao
Ortofosfato Bicálcico, conhecido popularmente como fosfato bicálcico.
Em seu processo de fabricação existem duas matérias-primas principais:
• O ácido fosfórico (H3PO4);
• Fonte de cálcio (Ca2+) como base neutralizante, que pode ser calcário, cal virgem ou cal
hidratada.
Já a fitina (Inositol, hexafosfato de cálcio e magnésio) é encontrado normalmente nas
sementes de plantas e nos grãos de alguns cereais (aveia, arroz, etc.) e em outras espécies
vegetais em menor quantidade. Apresenta-se como pó branco (Figura 6) ou levemente
amarelado ou ainda castanho-claro, miscível em água, álcool e glicerol. Deve ser armazenado
em ambiente fresco e seco ao abrigo da luz, pois é altamente higroscópico. Sua fórmula
molecular é: C6H18O24P6. O fósforo da fitina presente nas sementes é visto como um fósforo
de reserva. Durante a germinação, este é mobilizado e convertido em outras formas de fosfato,
necessárias para o metabolismo das plantas jovens.
28
Tabela 2 - Doses de fitina aplicadas através de uma camada de recobrimento às sementes.
TRATAMENTOS DOSES (g/100g sementes)
1 Fitina ( FT 1 ) 0,00 2 Fitina ( FT 2 ) 0,70 3 Fitina ( FT 3 ) 1,40 4 Fitina ( FT 4 ) 2,10
Tabela 3 - Doses de fosfato bicálcico aplicadas através de uma camada de recobrimento às sementes.
TRATAMENTOS DOSES (g/100g sementes )
1 Fosfato bicálcico (FO 1) 0,00 2 Fosfato bicálcico (FO 2) 0,70 3 Fosfato bicálcico (FO 3) 1,40 4 Fosfato bicálcico (FO 4) 2,10
3.3 Recobrimento das sementes
O processo de recobrimento das sementes constou da agitação de 100 gramas de
destas no interior de um saco plástico ininterruptamente por 5 minutos junto à fonte de
fósforo empregada em sua respectiva dose, após um período de repouso de duas horas
verificou-se que a as fontes aderiram às sementes naturalmente sem nenhum adjuvante ser
necessário devido à natureza física de ambas as fontes de fósforo utilizadas nos tratamentos,
ambas as fontes de fósforo durante o repouso em contato com as sementes, tornaram-se
líquidas, facilitando a absorção pelas sementes (Figuras 7 e 8).
Em seguida, procedeu-se o recobrimento na dose de 0,8 mL / 100g de sementes com o
auxílio de uma seringa utilizando-se o polímero ColorSeed HE Rigrantec® de cor vermelha
para a cultivar Charleston Gray (Figura 8) e de cor azul para a cultivar Crimson Sweet (o
polímero, neste caso, serve com o propósito de minimizar perdas de fósforo ao manejar a
semente e/ou colocá-la no solo, além de facilitar e uniformizar o tratamento das mesmas ), a
escolha de cores diferentes foi apenas para efeito de visualização.
29
Figura 6 - Aparência visual da Fitina e do Fosfato Bicálcico antes de aderidas às sementes.
Fonte: dados da pesquisa Figura 7 - Mistura das sementes à Fitina e / ou Fosfato Bicálcico dentro do saco.
Fonte: dados da pesquisa
30
Figura 8 - polímero de cor vermelha ColorSeed HE® – Rigrantec
Figura 9 - Uniformização do polímero no saco.
Fonte: dados da pesquisa
Figura 10 - Sementes de melancia Charleston Gray recobertas com polímero Rigrantec® de cor vermelha.
Fonte: dados da pesquisa 3.4 Qualidade inicial das sementes 3.4.1 Variáveis analisadas Germinação (G) - conduzido com quatro repetições de 50 sementes para cada lote. Utilizou-
se como substrato o rolo de papel toalha umedecido com um volume de água deionizada
equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato seco. Após a semeadura, os rolos foram mantidos
31
a 25°C. As avaliações foram feitas no 7º e 14º dias após a semeadura, registrando-se a
porcentagem de plântulas normais (BRASIL, 2009).
Primeira contagem da germinação (PC) - corresponde à porcentagem de plântulas normais
no sétimo dia após a instalação do teste de germinação (MARCOS FILHO, 1999).
Envelhecimento acelerado (EA) - as sementes foram colocadas em camada única, de modo a
preencher totalmente a tela acoplada ao interior da caixa gerbox, a qual continha, ao fundo, 40
mL de água destilada (Marcos Filho, 1999). As caixas gerbox com as sementes foram
tampadas e mantidas a 41°C por 48 horas (MARCOS FILHO, 1999). Decorrido o período de
envelhecimento, quatro repetições de 50 sementes foram submetidas ao teste de germinação.
No quinto dia foi realizada a avaliação do teste e registrada a porcentagem de plântulas
normais.
Índice de velocidade de germinação (IVG):
Calculado durante a condução do teste a partir dos dados diários do número de
plântulas normais, empregando – se a fórmula proposta por Kzryzanowski et al., (1999).
n
n
N
G
N
G
N
GIVG +++= ...
2
2
1
1
Ao qual,
IVG = índice de velocidade de germinação;
G1, G2, Gn = número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e assim por
diante, até a última contagem;
N1, N2, Nn = número de dias após a semeadura, na primeira, na segunda e assim
sucessivamente, até a última contagem.
Todos os testes foram montados em um delineamento inteiramente casualizado com
quatro repetições, segundo esquema de 4x2x4 correspondendo a quatro lotes das sementes,
duas fontes de fósforo e quatro doses de fósforo no recobrimento das sementes para cada
cultivar separadamente, o que resultou em 32 tratamentos. Os dados foram submetidos à
análise de variância e as médias dos fatores quantitativos foram comparadas utilizando-se o
32
teste F a 5% de probabilidade e quando houve significância os dados foram ajustados através
de regressão.
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Antes da realização dos testes de vigor e germinação, no Laboratório de Sementes, foi
realizado o teste de uniformidade e o peso de 1000 sementes nos quatro lotes das duas
cultivares. A porcentagem de sementes retidas na peneira 5,5 mm foi de 90% para os quatro
lotes da cultivar Charleston Gray e de 80% na peneira de 5,0 mm para a cultivar Crimson
Sweet que visualmente possui sementes menores que a cultivar anterior. Os lotes 1, 2, 3 e 4
apresentaram respectivamente um peso de 1000 sementes igual a 182,09, 182,67, 182,60 e
182,15 g para a cultivar Charleston Gray e de 178,90, 178,17, 178,93 e 178,34g para os lotes
1, 2, 3 e 4 para a cultivar Crimson Sweet respectivamente. Nos dois testes não houve
diferença significativa entre os quatro lotes, pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade. Ou
seja, esses dois testes mostraram que não houve diferença entre os quatro lotes com relação à
análise de peso e no tamanho das sementes.
Verificou-se, de acordo com a análise de variância (Tabela 4), efeito significativo para
a interação entre lotes de sementes, fontes e doses de fósforo ao nível de 1% de probabilidade
para todas as variáveis analisadas exceto para o índice de velocidade de germinação, para o
qual apenas a interação entre fontes de fósforo e doses apresentou significância.
Tabela 4 - Valores da análise da variância para as variáveis germinação, envelhecimento acelerado, primeira contagem de germinação e índice de velocidade de germinação em função das doses de P nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
Quadrados médios Fonte de variação g.l Germinação EA PC IVG
Lotes (L) 3 305,00** 339,59** 3,39 ns 1,05 ns Fontes de fósforo (P) 1 0,35 ns 14,14** 127,13 ** 0,33 ns Doses de fósforo (D) 3 0,11 ns 48,61** 50,75 ** 57,37 **
LxP 3 39,50 ** 64,69** 26,99** 0,13 ns LxD 9 186,32 ** 256,87 ** 144,29** 0,18 ns PxD 3 106,71** 100,91 ** 319,99 ** 0,33 ns
LxPxD 9 56,17** 72,06 ** 68,06** 0,82 ns Resíduo 96
C.V. (%) 6,21 4,61 4,52 2,86 ** Significância ao nível de 1% de probabilidade ns não significativo
De acordo com a figura 11, verifica-se que a porcentagem de germinação dos lotes 1 e
2 das sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet, apresentaram redução deste
parâmetro. Essa redução entretanto não foi tão significativa, caindo de 94 a 86% para o lote 1,
34
entre as doses de 0, 0,70 e 1,40g de fosfato bicálcico. Já para a fitina, verificou-se pequeno
aumento com os aumentos das dosagens desta fonte na aplicação das sementes.
Larsen et al., (1998) afirmaram poder existir influencia do vigor de sementes mesmo
sem ocorrerem diferenças no stande inicial. Em estudos com sementes de ervilha e canola,
esses autores observaram que sementes menos vigorosas emergiram mais lentamente, embora
as diferenças do desenvolvimento inicial tenham se atenuado com o processo de ciclo das
plantas, o crescimento de plantas provenientes de sementes de baixo vigor geralmente
continuou menor.
Figura 11 - Valores médios da variável germinação, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
LOTE 1
LOTE 2
LOTE 3
LOTE 4
Fonte: dados da pesquisa
A germinação das sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet após o teste de
envelhecimento acelerado mostrou que as sementes submetidas ao recobrimento com o
fosfato bicálcico apresentaram maiores valores quando comparados às sementes recobertas
com fitina (Figura 11).
35
A dose de 1,40g de fitina foi o que proporcionou maiores valores para a germinação
das sementes após o envelhecimento acelerado para todos os lotes apesar de não diferir
estatisticamente da dose de 2,10g de fosfato bicálcico (Figura 11).
Neste trabalho verificou-se dados de envelhecimento acelerado muito constantes
dentro de cada fonte de fósforo, diferindo apenas entre as fontes. O aumento destas não
provocou aumento ou decréscimo significativos no resultados verificados por essa variável, o
que pode indicar que o teste de envelhecimento acelerado por 72h a 41ºC não foi eficiente
para separar os lotes por vigor dentro de cada fonte de fósforo (Figura 12) .
Esse resultado difere do encontrado por Rossetto et al. (1997) que estudando o
recobrimento de sementes de soja com fosfato de potássio, no teste de envelhecimento
acelerado, constatou que à medida que se aumentava a dose do sal, houve redução da
germinação, após o teste. Essa redução da germinação pode ser função do decréscimo do
potencial hídrico em volta da semente, reduzindo a absorção de água ou mesmo favorecendo a
retirada de água das sementes, efeito que tende a se potencializar em condição de estresse,
como no teste de envelhecimento acelerado.
Figura 12 - Valores médios da variável envelhecimento acelerado, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
LOTE 1
LOTE 2
36
LOTE 3
LOTE 4
Fonte: dados da pesquisa
Os dados de primeira contagem nesse experimento (figura 13) sugerem que
concentrações mais elevadas de fósforo nas sementes, por via exógena resultando em maior
crescimento inicial das plântulas e desenvolvimento maior e mais rápido do sistema radicular,
resultando no aumento da absorção de nutrientes e, conseqüentemente, na capacidade
produtiva da planta. Isso pode ser evidenciado, verificando-se os resultados obtidos
especialmente com a aplicação de fitina, em que as sementes sem tratamento de fósforo
apresentaram em média de 2 a 4 plântulas normais na primeira contagem, enquanto que as
doses de fitina em especial a dosagem de 1,40 g de fitina por 100 g de sementes foi bastante
superior à testemunha sem recobrimento, não diferindo estatisticamente da dosagem de 0,70
g.
Figura 13- Valores médios da variável primeira contagem de plântulas, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
LOTE 1 LOTE 2
37
LOTE 3 LOTE 4
Fonte: dados da pesquisa
Com relação ao índice de velocidade de germinação, os valores não diferiram
estatisticamente entre si, demonstrando que nenhum dos fatores isoladamente ou em interação
foi capaz de dividir os lotes pela categoria de vigor utilizando-se como referência essa
variável (figura 14). Entretanto verificou-se que os valores dessa variável foram sempre mais
elevados quando se utilizou fitina como fonte de fósforo do que ao utilizar-se fosfato
bicalcico em termos absolutos. Evidenciando que apesar de apresentar variações, essa variável
não foi eficiente para demonstrar correlação entre as fontes de fósforo e suas dosagens para a
cultivar de melancia Crimson Sweet.
Figura 14 - Valores médios da variável índice de velocidade de germinação de plântulas, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
LOTE 1
LOTE 2
38
LOTE 3 LOTE 4
Fonte: dados da pesquisa
Verificou-se efeito significativo para a interação entre os fatores lotes x fontes de
fósforo x doses de fósforo para todas as variáveis analisadas ao nível de 1% de probabilidade
para o comportamento da cultivar de melancia Charleston Gray (Tabela 5).
Tabela 5 - Valores da análise da variância para as variáveis germinação, envelhecimento acelerado, primeira contagem de germinação e índice de velocidade de germinação em função das doses de P nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
Quadrados médios Fonte de variação g.l Germinação EA PC IVG
Lotes (L) 3 17,79** 219,13** 109,61** 119,71** Fontes de fósforo (P) 1 40,61** 220,25** 8,43** 18,14** Doses de fósforo (D) 3 6,83** 15,72** 5,41** 2,08 ns
LxP 3 7,85** 8,72** 9,79** 29,49** LxD 9 14,09** 22,85** 68,33** 7,35** PxD 3 10,12** 75,88** 21,98** 13,79**
LxPxD 9 16,72** 6,36** 15,28** 10,28** Resíduo 96 C.V. (%) 2,27 6,10 20,59 8,02
** Significância ao nível de 1% de probabilidade ns não significativo
Verificou-se pequeno incremento na germinação das sementes da cultivar Charleston
Gray com o aumento da dosagem de fitina para os lotes 1 e 4. Essa mesma fonte de fósforo
foi responsável pela queda nos valores a germinação observadas nos lotes 2 e 3, com destaque
para o lote 3, em que esse decréscimo foi mais marcante (figura 15).
De modo geral, doses de 0,7 e 1,4g de fosfato bicálcico foram responsáveis por
aumentos da germinação em todos os lotes. Esses valores foram superiores aos apresentados
pelas sementes recobertas com fitina nos lotes 1 (doses iniciais) e lotes 2 e 4 (todas as
dosagens).
39
Segundo Houde et al. (1990), a função fisiológica da fitase em sementes
provavelmente está relacionada com a liberação do fósforo inorgânico a partir do fitato, e a
maior proporção do fósforo inorgânico hidrolisado é incorporada aos ácidos nucléicos. Além
disso, esses autores mencionam que a fitase é responsável pela degradação do fitato e que
pode estar relacionada a várias reações celulares com liberação de energia, com relevante
função na germinação de sementes, e que o aumento na atividade dessa enzima ocasiona
decréscimo no teor de fitatos.
Figura 15 - Valores médios da variável germinação, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
y = -0,9286x2 + 2,2843x + 90,614
R2 = 0,7025
y = -0,4592x2 + 2,8357x + 89,435
R2 = 0,9416
80
85
90
95
100
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Ger
min
ação
(%
)
Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 1
y = -1,8878x2 + 4,9786x + 88,085
R2 = 0,9574
y = -0,4082x2 + 2,9429x + 90,71
R2 = 0,9374
80
85
90
95
100
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Ger
min
ação
(%
)Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 2
y = 0,4082x2 - 5,8571x + 94,3
R2 = 0,9871
y = 0,699x2 + 1,6907x + 86,369
R2 = 0,9017
80
85
90
95
100
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Ger
min
ação
(%
)
Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 3
y = -0,5663x2 + 2,8764x + 88,204
R2 = 0,9598
y = 0,102x2 + 0,4714x + 91,98
R2 = 0,8014
80
85
90
95
100
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Ger
min
ação
(%
)
Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 4
Fonte: dados da pesquisa O índice de velocidade de germinação para os quatro lotes avaliados apresentou
comportamento bastante variado.
O lote 3 foi o mais sensível às variações das dosagens de fósforo tanto de fitina quanto
de fosfato bicálcico, apresentando comportamento quadrático, ou seja, descréscimo seguido
de aumento nos valores da velocidade de germinação para as duas fontes de fósforo aplicadas
às sementes. Os lotes 1 e 4 sofreram pouca influencia tanto das fontes quanto das dosagens de
40
fósforo no recobrimento, apresentando comportamento bastante estável durante a condução
dos testes. (figura 16).
Figura 16 - Valores médios da variável índice de velocidade de germinação, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
y = -0,1378x2 - 0,1664x + 13,044
R2 = 0,9931
y = 1,4286x2 - 0,9714x + 11,495
R2 = 0,995
0
5
10
15
20
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
IVG Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 1
y = 2,551x2 - 3,6143x + 12,02
R2 = 0,934
y = 0,3061x2 + 1,6714x + 11,07
R2 = 0,8585
0
5
10
15
20
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
IVG Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 2
y = 0,5306x2 - 0,3314x + 11,148
R2 = 0,8837
y = 0,6633x2 - 1,6357x + 12,255
R2 = 0,5413
0
5
10
15
20
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
IVG Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 3
y = 1,2194x2 - 1,9336x + 12,742
R2 = 0,9858
y = -0,4643x2 + 0,2964x + 16,173
R2 = 0,9888
0
5
10
15
20
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
IVG Fitina
Fosfato bicálcico
LOTE 4
Fonte: dados da pesquisa
O envelhecimento acelerado para a cultivar Charleston Gray não foi tão drástico
quanto se espera da aplicação deste teste, os gráficos (Figura 17) demonstram que ao longo do
aumento das dosagens de fitina e fosfato bicálcico, o comportamento desta variável
permaneceu praticamente constante com os valores observados para o fosfato bicálcico
ligeiramente maiores do que os apresentados pela fitina.
A exceção foi observada para o lote 2 (Figura 17), no qual verificou-se um aumento
linear para a germinação das sementes após o envelhecimento acelerado para as dosagens de
fosfato bicálcico, indicando que essa fonte de fósforo pode ter proporcionado alguma proteção
extra às sementes mesmo após as condições de deterioração oferecidas pelo teste. Sementes
de melancia sem fósforo no recobrimento tiveram médias de germinação em torno de 50%
após o envelhecimento acelerado, demonstrando claramente a perda de vigor destas após a
realização do teste.
41
O ritmo do processo de absorção de água por parte das sementes, durante o
envelhecimento, depende do lote e da temperatura na câmara de envelhecimento. Em relação
à temperatura podem se citar danos recorrentes em diferentes níveis, como alterações
degenerativas no metabolismo das sementes, ocasionadas, por exemplo, pela desnaturação de
proteínas, redução nos teores de carboidratos totais, carboidratos solúveis e de proteínas,
aumento nos teores de açúcares redutores e de ácidos graxos livres, desestabilização da
atividade de enzimas e da síntese de RNA e de proteínas. Essas alterações, em geral, podem
ser desencadeadas pela desestruturação e perda da integridade do sistema de membranas
celulares causadas, principalmente, pela peroxidação de lipídios (MARCOS FILHO, 1999).
Figura 17 - Valores médios da variável envelhecimento acelerado, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
y = -0,2194x2 - 3,0493x + 64,966
R2 = 0,9992
y = 4,9439x2 - 2,9979x + 46,747
R2 = 0,9919
0
10
20
30
40
50
60
70
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Env
elhe
cim
ento
ace
lera
do (
%)
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fosfato bicálcico)
Polinômio (Fitina)
LOTE 1
y = 0,2602x2 - 0,725x + 51,188
R2 = 0,1692
y = -0,0561x2 + 4,4107x + 49,823
R2 = 0,763
495051525354555657585960
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Env
elhe
cim
ento
ace
lera
do (
%)
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fitina)
Polinômio (Fosfato bicálcico)
LOTE 2
y = 9,3878x2 - 17,543x + 54,37
R2 = 0,7017
y = 8,8776x2 - 12,4x + 68,095
R2 = 0,9312
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Env
elhe
cim
ento
ace
lera
do (
%)
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fitina)
Polinômio (Fosfato bicálcico)
LOTE 3 Fonte: dados da pesquisa
y = 1,0255x2 - 4,5007x + 59,815
R2 = 0,83
y = 11,122x2 - 16,349x + 54,941
R2 = 0,9668
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Env
elhe
cim
ento
ace
lera
do (
%)
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fosfato bicálcico)
Polinômio (Fitina)
LOTE 4
A primeira contagem de plântulas da cultivar Charleston Gray foi incrementada pela
aplicação de fosfato bicálcico em todos os lotes com exceção apenas para o lote 1. Os maiores
valores foram observados pelos lotes 2 e 3, em que os gráficos (figura 18) evidenciam efeito
linear crescente no comportamento dessa variável. Ambos os lotes (2 e 3) apresentaram uma
média de 20 a 26 sementes na primeira contagem, com a maior dosagem de fosfato bicalcico,
42
2,10g/ g de semente. Esses resultados são considerados excelentes, confirmando a
possibilidade do incremento no vigor germinativo inicial das plântulas (Figura 18).
De acordo com Thompson et al. (1992) aquelas plantas originadas de sementes com
maior conteúdo de P atendem melhor à demanda metabólica inicial, tornando-as, portanto,
menos dependentes dos teores existentes deste elemento no solo nessa fase. Em solos com
menor disponibilidade de fósforo, a importância do conteúdo deste nutriente nas sementes
poderá ser relevante para o estabelecimento das plantas. Isto não significa, entretanto, que as
plantas originárias de sementes com alta concentração de P possam prescindir de adequados
teores desse nutriente no solo George et al. (1978) em tomate e Bhattacharyya et al. ( 1984 )
em Vigna Mungo, constataram resultados similares aos obtidos neste trabalho em que o
fósforo aplicado ás sementes incrementam as variáveis relacionadas ao vigor das plântulas.
Com relação ainda ao comportamento da primeira contagem de plântulas, os lotes
apresentaram comportamento variável quando a fonte adicionada foi a fitina. O lote 3 não
respondeu bem à aplicação exógena dessa fonte, apresentando queda no número de plântulas
germinadas durante a realização da primeira contagem. O decréscimo nesta variável para este
lote foi bastante significativo. Já para os demais lotes, o comportamento foi de aumento ainda
que não tão expressivo quanto com a utilização de fosfato bicálcico, mostrando que este
apresenta-se como uma fonte mais adequada de fósforo para o recobrimento de sementes
desta cultivar.
Figura 18 - Valores médios da variável primeira contagem de plântulas, em função das doses de P e das fontes (Fitina e fosfato bicálcico) nas sementes de melancia da cultivar Charleston Gray. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
y = 0,7653x2 - 3,0357x + 15,305
R2 = 0,6642
y = -3,3776x2 + 10,253x + 9,962
R2 = 0,9992
02468
101214161820
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo
Prim
eira
con
tage
m Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fosfatobicálcico)
Polinômio (Fitina)
LOTE 1
y = 2,7398x2 - 1,4521x + 10,259
R2 = 0,9928
y = 5,0357x2 - 4,005x + 10,502
R2 = 0,9422
0
5
10
15
20
25
30
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Pri
mei
ra c
onta
gem
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fosfato bicálcico)
Polinômio (Fitina)
LOTE 2
43
y = 0,2296x2 - 6,3893x + 18,928
R2 = 0,9927
y = -2,2194x2 + 12,511x + 3,6575
R2 = 0,8564
0
5
10
15
20
25
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Prim
eira
con
tage
m
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fitina)
Polinômio (Fosfato bicálcico)
LOTE 3 Fonte: Dados da pesquisa
y = 0,7602x2 + 4,0079x + 4,9255
R2 = 0,9921
y = -16,964x2 + 42,304x + 6,8575
R2 = 0,9707
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,7 1,4 2,1
Doses de fósforo (g)
Prim
eira
con
tage
m
Fitina
Fosfato bicálcico
Polinômio (Fosfato bicálcico)
Polinômio (Fitina)
LOTE 4
44
5. CONCLUSÕES
O recobrimento das sementes com fósforo foi significativo para todas as
características avaliadas, o que resultou num aumento da germinação e do vigor das duas
cultivares;
A fitina foi mais eficiente no recobrimento de sementes de melancia Crimson Sweet.
Já para Charleston Gray é preferível o uso de fosfato bicálcico.
Estes resultados demonstram que os fatores cultivar, genótipo e fonte de fósforo
interferem nos resultados obtidos com recobrimento.
45
Capítulo 2 - MÉTODOS DE CONDICIONAMENTO, SECAGEM E DESEMPENHO
DE SEMENTES DE MELANCIA DURANTE O ARMAZENAMENTO.
RESUMO
A qualidade das sementes é um conceito múltiplo que compreende diversos componentes,
ainda que para muitos dos que irão utilizá-la, a semente de qualidade é aquela que vai
germinar e está livre de espécies de invasoras indesejadas. O objetivo deste ensaio foi realizar
testes para avaliar a qualidade fisiológica de quatro lotes de duas cultivares de sementes de
melancia comercialmente importantes (Crimson Sweet e Charleston Gray). Utilizou-se
sementes de quatro lotes de melancia de duas cultivares, Crimson Sweet e Charleston Gray,
os lotes de melancia Crimson foram obtidos junto a Sakata Seeds, e os lotes de Charleston
Gray juntamente a ISLA Sementes LTDA, estes lotes, foram recebidos no laboratório de
análise de sementes onde as sementes de cada lote foram retiradas da embalagem original,
homogeneizadas, amostradas para avaliação da qualidade inicial e grau de umidade e
subdivididas em 10 amostras de 250g e acondicionadas em sacos de plástico de polietileno
(15 x 30 cm) selado. A caracterização do potencial fisiológico inicial dos lotes de sementes e
após três, seis, nove e 12 meses foi determinada pelos testes de germinação, envelhecimento
acelerado e condutividade elétrica. Foram determinados também os teores de água das
sementes e a composição mineral (Ca2+ + Mg2+ e K+) da solução de embebição das mesmas.
As variáveis analisadas foram: germinação, primeira contagem de germinação, Índice de
velocidade de germinação (IVG), teste de envelhecimento acelerado, condutividade elétrica
antes e após o armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses) lixiviação de Ca+Mg e potássio. Além
disso, realizou-se o teste de condicionamento osmótico das sementes com polietilenoglicol
6000 nos potenciais osmóticos de (0,00; -0,05; -0,10; -0,20; -0,40; -0,60 e -0,80MPa). O
delineamento utlizado foi o inteiramente casualizado em todos os ensaios. Os fatores
quantitativos foram ajustados através de análise de regressão e os qualitativos mediante teste
de Tukey a 5% de probabilidade. A embalagem utilizada para o acondicionamento das
sementes permitiu uma boa conservação do teor de água da semente. Durante o período de
armazenamento a maior variação foi de 13,6% para 30,9 encontrada no lote 3 aos 6 meses
após o armazenamento, para a cultivar Charleston Gray e de 10,9 para 36,1% no lote 4 da
cultivar Crimson Sweet, mas de forma geral, o ganho de umidade apresentado pelas sementes
apresentou-se muito uniforme para ambas as cultivares, demonstrando que as embalagens e o
46
ambiente utilizados para o armazenamento foram eficazes na proteção destas contra as
variações externas de temperatura e umidade.
Palavras-chave: Citrullus lanatus, melancia, vigor, armazenamento.
47
ABSTRACT – METHODS OF CONDITIONING, DRYING AND PERF ORMANCE OF SEEDS OF WATERMELON DURING STORAGE. Quality of seeds is a concept that comprises multiple different components, even for many
who will use it, the seed quality is one that will germinate and is free of unwanted
invasive species. The purpose of this essay was to conduct tests to evaluate the physiological
quality of four lots of two cultivars of commercially important seeds of watermelon (Crimson
Sweet and Charleston Gray). Was used four lots of seeds of two watermelon cultivars
Charleston Gray and Crimson Sweet, lots of watermelon Crimson were obtained from Sakata
Seeds, and lots of Charleston Gray seed LTDA ISLA together, these lots were received in the
laboratory analysis of seeds where seeds from each batch were removed from the original
container, homogenized, sampled for quality evaluation and initial moisture content and
subdivided into 10 samples of 250 and placed in polyethylene plastic bags (15 x 30 cm)
sealed . The initial characterization of the physiological potential of seed lots and after three,
six, nine and 12 months was determined by germination, accelerated aging and electrical
conductivity. We also determined the water content of seeds and mineral composition (Ca2 +
+ Mg2 + and K+) solution soaking them. The variables analyzed were: Germination, first
count of germination, germination speed index (GSI), accelerated aging, electrical
conductivity before and after storage (0, 3, 6 , 9 and 12 months) leaching of Ca + Mg and
potassium. In addition, we carried out the test seed priming with polyethylene glycol 6000 in
the osmotic potential (0,00, -0,05, -0,10, -0,20, -0,40, -0,60 and -0,80 MPa). The design was
completely randomized utilized in all tests. The quantitative factors were adjusted through
regression analysis and qualitative data by the Tukey test at 5% probability. The container
used for the packaging of seeds allowed a good conservation of the water content of the seed.
During the storage period the greatest variation was 13,6% to 30,9 found in Lot 3 to 6 months
after storage for the cultivar Charleston Gray and 10,9 to 36,1% in the fourth batch of the
cultivar Crimson Sweet, but in general, the moisture gain made by the seeds showed very
uniform for both cultivars, showing that the packaging and the environment used for the
storage of these were effective in protecting against external variations in temperature and
humidity.
Key-words: Citrullus lanatus, watermelon, vigor, storage.
48
1. INTRODUÇÃO
A agricultura moderna concentra grandes esforços no sentido do aumento de
produtividade, utilizando cultivares mais produtivas e com resistência a doenças, obtidas via
melhoramento genético, mais recentemente engenharia genética. Esse ganho de qualidade
obtido nas cultivares é repassado aos agricultores por meio das sementes, insumo básico e
necessário, para a maioria das espécies de interesse agrícola (MENEZES et al, 2008).
Só estarão aptas para uso as sementes que apresentarem elevada qualidade genética,
física, fisiológica e sanitária.
O método rotineiro para determinar a qualidade das sementes (muitas vezes o único) é
o teste de germinação, que, embora, muito útil não informa sobre o vigor, longevidade e
emergência em campo. Além disso, necessita um prazo de 7 a 28 dias para informar os
resultados, período considerado longo, para atender aos interesses comerciais dos produtores
de sementes.
No Brasil, o estabelecimento da cultura da melancia divide-se através da semeadura
direta no campo bem como pela utilização de mudas em sementeiras. No primeiro caso,
Souza et al., (1999) afirma que além do maior gasto com sementes e aumento de custos
devido ao desbaste, observa-se costumeiramente certa desuniformidade nas plântulas
emergidas.
No processo de germinação de sementes, a primeira etapa da seqüência de eventos que
culminam com a retomada do crescimento do embrião é a embebição, um tipo de difusão que
ocorre quando as sementes absorvem água. Essa absorção dá início a uma série de processos
físicos, fisiológicos e bioquímicos no interior da semente, os quais, na ausência de outro fator
limitante, resultam na emergência da plântula. O conhecimento das condições adequadas para
a germinação de sementes de uma espécie é de fundamental importância, principalmente pelas
respostas diferenciadas que ela pode apresentar devido a diversos fatores, como dormência,
condições ambientais: água, luz, temperatura e oxigênio e ocorrência de agentes patogênicos,
associados ao tipo de substrato para sua germinação ( CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).
O agente osmótico mais comumente utilizado é o polietilenoglicol - PEG, por não ser
fitotóxico, não atravessar o sistema de membranas e não ser metabolizado pelas sementes
(PILL et al., 1991).
De acordo com a maioria dos autores, os principais fatores que afetam o
armazenamento são a temperatura e a umidade das sementes. Harrington (1972), afirma que a
manutenção da baixa temperatura reduz a atividade das enzimas envolvidas no processo
49
respiratório. Principal responsável pela perda da viabilidade das sementes durante o
armazenamento.
Segundo Stein et al (1974), muitos fatores afetam a longevidade das sementes durante
o armazenamento, incluindo-se o tipo da semente, estágio de maturação, tratamentos
anteriores ao armazenamento, viabilidade e conteúdo de umidade das sementes, temperatura
do ar, umidade e pressão de oxigênio durante o armazenamento e grau de infecção por fungos
e bactérias. Existe uma série de inter-relações entre esses fatores que dificultam uma
avaliação do comportamento das diversas espécies durante o armazenamento.
O objetivo deste ensaio foi verificar o desempenho de sementes de melancia, cv.
Crimson Sweet e Charleston Gray, submetidas ao condicionamento, secagem e
armazenamento.
50
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Qualidade e germinação de sementes
A qualidade das sementes é um conceito múltiplo que compreende diversos
componentes, ainda que para muitos dos que irão utilizá-la, a semente de qualidade é aquela
que vai germinar e está livre de espécies de invasoras indesejadas. Este conceito público
reflete-se no fato de que para muitos laboratórios de análise de sementes, entre 80 a 90% de
todas as análises solicitadas são de pureza e germinação. Contudo, existem outros
componentes da qualidade de sementes que podem ser agrupados em três categorias:
descrição: espécie e pureza varietal, pureza analítica, uniformidade, peso da semente; higiene:
contaminação com invasoras nocivas, sanidade da semente, contaminação com insetos e
ácaros e potencial de desempenho: germinação, vigor, emergência e uniformidade em campo
(HAMPTON, 2001).
A utilização de sementes de alta qualidade é um pré-requisito para o estabelecimento
rápido e uniforme das plântulas no campo com conseqüências no estande, na produtividade e
na qualidade do produto colhido. A qualidade da semente é particularmente crítica quando são
utilizadas novas cultivares ou híbridos, pois devido ao alto custo, há necessidade de melhores
técnicas para se obter melhor emergência. Visando melhoria na qualidade das sementes e
rápido e uniforme estabelecimento de plântulas, diferentes tipos de tratamentos têm sido
estudados, dentre eles, o condicionamento osmótico (BRADFORD, 1986).
O conceito de germinação compreende uma seqüência ordenada de eventos
metabólicos, que resulta no reinício do desenvolvimento do embrião, originando uma plântula
(Marcos-Filho, 1986). Já Copeland & McDonald (1995) conceituam como sendo a reativação
do crescimento do embrião, resultando na ruptura da cobertura da semente e na emergência da
plântula.
As Regras para Análise de Sementes (RAS), Brasil (2009) afirmam que a germinação
de sementes em teste de laboratório é a emergência e o desenvolvimento das estruturas
essenciais do embrião, demonstrando sua aptidão para produzir uma planta normal sob
condições favoráveis de campo.
51
2.2 Avaliação do vigor de sementes
De acordo com AOSA (1983), vigor de sementes pode ser definido como “um
conjunto de características da semente que determinam o potencial para a emergência e o
rápido desenvolvimento de plântulas normais, sob ampla diversidade de condições de
ambiente”.
O vigor declina muito rapidamente para baixos níveis antes de haver uma significativa
redução na germinação (EGLI, 1979). Sendo assim, os testes de vigor geralmente permitem
identificação de diferenças significativas entre lotes de sementes com poder germinativo
semelhante. Os resultados dos testes de vigor são complementares aos obtidos no teste de
germinação, uma vez que este é conduzido em condições ideais, não tendo seus resultados
correspondentes à percentagem de emergência de plântulas em campo, à medida que as
condições ambientais se desviam das ideais (MARCOS FILHO, 1999). Porém, quando as
condições se desviam muito das favoráveis, a eficiência dos testes de vigor em estimar o
potencial de emergência das plântulas também diminui.
Os estudos sobre os testes de vigor ganharam impulso no IX Congresso da ISTA em
1950, tendo como principal objetivo fornecer informações sobre a percentagem de
emergência de plântulas em campo, em uma larga escala de ambientes, e/ou sobre o potencial
de armazenamento de lotes de sementes (HAMPTON, 1995). São utilizados pelas empresas
de sementes e instituições oficiais, que os incluem em programas internos de controle de
qualidade.
Apesar disso, a maioria dos procedimentos disponíveis para avaliação do vigor de
sementes foi desenvolvida para sementes de grandes culturas, havendo a necessidade de
adaptação ou desenvolvimento de procedimentos adequados para a avaliação do potencial
fisiológico de sementes pequenas, como as de espécies olerícolas ou floríferas. O preço
relativamente elevado das sementes destas espécies, a produção em quantidades limitadas, a
avançada tecnologia empregada, a adoção de sistema de semeadura em bandejas de
poliestireno (“isopor”), justificam o direcionamento da pesquisa a estas espécies (MARCOS
FILHO, 2001). Especialmente nos casos específicos de espécies onde a condução da cultura
comercial envolve o transplante, como a couve-flor, as falhas na emergência ou a formação de
plântulas fracas podem causar sérios prejuízos ou acréscimos nos custos de produção. Dessa
forma, para essas espécies é de grande importância que as sementes apresentem elevado nível
de vigor.
52
2.3 Teste de condutividade elétrica
Nas últimas décadas, uma das principais exigências das empresas de sementes tem
sido relacionada à avaliação da qualidade das sementes de forma rápida e eficiente, de modo a
permitir a agilização das tomadas de decisões, principalmente no que se refere às operações
de colheita, processamento e comercialização. Segundo Hampton & Coolbear (1990), em
função das limitações do tempo requerido para o teste de germinação, têm sido contínuo o
interesse pelo potencial das propriedades fisiológicas e bioquímicas das sementes como
índices de vigor. Os testes rápidos de vigor mais estudados estão relacionados com eventos
iniciais da seqüência de deterioração das sementes tais como, degradação das membranas
celulares e a redução das atividades respiratórias e biossintéticas (DIAS & MARCOS FILHO,
1996).
Dentre os testes de vigor considerados mais importantes pela International Seed
Testing Association (Hampton & Tekrony, 1995), destaca-se o teste de condutividade elétrica
como um dos mais indicados para estimar o vigor de sementes, devido sua objetividade e
rapidez, além da facilidade de execução na maioria dos laboratórios de análise de sementes,
sem maiores despesas em equipamento e treinamento de pessoal (VIEIRA &
KRZYZANOWSKI, 1999). Este teste preenche ainda os requisitos básicos de um teste de
vigor eficiente (MATTHEWS & POWELL citados por MARCOS FILHO et al., 1990).
A condutividade elétrica tem mostrado boa relação com a emergência das plântulas em
campo e separação de lotes em diferentes níveis de qualidade (VIEIRA &
KRZYZANOWSKI, 1999), tanto que estes motivos têm sido a maior razão para o seu
emprego em pesquisa. O teste é baseado na menor velocidade de estruturação das membranas
por sementes menos vigorosas, quando embebidas em água, tendo como conseqüência maior
liberação de exsudados para o exterior da célula e, portanto, maior condutividade elétrica que
aquelas mais vigorosas (MARCOS FILHO, 2005). Assim, considera-se o vigor das sementes
inversamente proporcional à leitura da condutividade elétrica (VIEIRA &
KRZYZANOWSKI, 1999).
Juntamente com o teste de tetrazólio, o teste de condutividade elétrica é classificado
como teste bioquímico. Fick e Hibbard propuseram o princípio deste teste, em 1925, quando
associaram a baixa germinação de sementes de capim Timóteo à elevada liberação de solutos
durante a embebição. Essa idéia foi posteriormente retomada por Matthews & Bradnock
(1967), que estudaram detalhadamente a metodologia desse teste, estabelecendo um
53
procedimento básico, amplamente disseminado para a aplicação em várias espécies e
considerado padronizado para sementes de ervilha.
O método padrão estabelece que a leitura da condutividade elétrica da solução deve ser
efetuada após 24 horas de embebição, em condutivímetro; os resultados são expressos em
µmho.cm-1.g-1 de sementes ou em µS cm-1 g-1 de sementes.
Vários fatores podem afetar os resultados desse teste e necessitam de monitoramento
cuidadoso para assegurar a consistência dos resultados. Dentre eles destacam-se o genótipo, o
grau de umidade, o tamanho e a condição física das sementes, o volume de água, a precisão
do condutivímetro, tratamento químico da semente, o tamanho das amostras, o período de
embebição, a temperatura durante a embebição e a leitura.
Os resultados deste teste são obtidos em aproximadamente 24 horas (HAMPTON;
TeKRONY, 1995), porém, para sementes pequenas como as de hortaliças, o período de
embebição pode ser reduzido. Sendo assim, 8h de embebição foram eficientes para avaliar o
vigor de sementes de brócolis (MARTINS et al., 2002), 4 horas para maxixe (TORRES et al.,
1998), 2 ou 4 horas para pimentão (OLIVEIRA & NOVEMBRE, 2005; MINAMI, 2000) e 2
horas para tomate (CASTRO et al., 2003).
Quanto à temperatura de embebição, Hampton & Tekrony (1995) informam que sua
influência é verificada na velocidade de embebição e de lixiviação de eletrólitos do interior
das células para o meio externo. Nesse sentido, Loeffler (1981) constatou que a diminuição na
temperatura causa aumento na viscosidade da solução, seguida por um decréscimo na
mobilidade de íons e conseqüente redução da condutividade; por outro lado, as altas
temperaturas aumentam a dissociação de íons e reduzem a viscosidade da solução, o que
resulta em alta condutividade.
A recomendação da embebição a 20°C, ainda é comum (KRZYZANOWSKI et al,
1991; HAMPTON, 1995), apesar disso, a temperatura de 25°C, tem se mostrado mais
coerente com as condições ambientais dos laboratórios de análise de sementes (VIEIRA &
KRZYZANOWSKI, 1999).
O uso de quatro repetições de 50 sementes tem sido recomendado (LOEFLER et al,
1988; VIEIRA, 1994). No entanto, para sementes de olerícolas há alguns trabalhos, sugerindo
a diminuição do número de sementes para 25 (CALIARI, 1990; VILLELA, 1998; FESSEL et
al., 2003; NOVEMBRE, 2005).
Quanto ao volume de água, para grandes culturas é recomendada a utilização de 75ml
(LOEFLER et al, 1988; MARCOS FILHO et al., 1999; DIAS & MARCOS FILHO, 1996).
No entanto, para sementes de hortaliças esse volume tem sido reduzido para 25 a 50ml, com
54
sucesso.
De acordo com Panobianco & Marcos Filho (2001) apesar de serem encontrados na
literatura, trabalhos utilizando esse teste para avaliação do vigor de sementes de hortaliças,
ainda há controvérsias sobre sua eficiência para essas sementes.
No entanto, resultados satisfatórios com o uso desse teste foram obtidos para avaliação
do vigor de sementes de cenoura (ANDRADE et al., 1995), couve-flor (PAIVA et al., 2005),
brócolos (MARTINS et al., 2002), cebola, pepino (ABDO et al., 2005) e pimentão
(OLIVEIRA & NOVEMBRE, 2005). Porém, para sementes de tomate (ARGERICH &
BRADFORD, 1990; NOVEMBRE et al., 1995) e de melão (TORRES & MARCOS FILHO,
2003) esse teste não produziu bons resultados.
2.4 Teste de envelhecimento acelerado
O teste de envelhecimento acelerado é muito utilizado em pesquisas e em programas
de controle de qualidade de empresas produtoras de sementes. Foi desenvolvido com a
finalidade de estimar o potencial de armazenamento de sementes, mas pode fornecer
informações sobre o potencial de emergência das plântulas em campo. Nesse teste, considera-
se que lotes de sementes de alto vigor mantêm sua viabilidade quando submetidos, durante
curtos períodos de tempo, a condições severas de temperatura e umidade relativa do ar
(DELOUCHE & BASKIN, 1973).
Combinações de período de exposição e temperatura durante a incubação no teste de
envelhecimento acelerado variam de acordo com a espécie, havendo indicações de sucesso
com o uso de 45°C/48h para rabanete (HAMPTON & TeKRONY, 1995), 41°C/72h para
pimentão (TeKRONY, 1995; PANOBIANCO & MARCOS FILHO, 1998), 45°C/48h para
brócolos (TEBALDI et al., 1999), 41°C/72h para tomate (PANOBIANCO & MARCOS
FILHO, 2001), 41°C/48h para berinjela (BHÉRING et al., 2003), 41°C/48h para cenoura
(RODO et al., 2001), 41°C/72h para alface (TeKRONY, 1995) ou 41°C/48h (PEREIRA &
NASCIMENTO, 2003), 41°C/72h para cebola (TeKRONY, 1995; RODO et al, 2000),
41°C/72 ou 96h para melão (TORRES & MARCOS FILHO, 2003), 41°C/72H para ervilha
(HAMPTON et al., 2004), 41°C/48h para rúcula (RAMOS et al., 2004).
Porém, no teste de envelhecimento acelerado tradicional, as sementes absorvem água
em ambiente relativamente quente e úmido, de modo que os resultados sofrem influência,
dentre outros fatores, do grau de umidade inicial das sementes e do período de permanência
das amostras no interior da câmara de envelhecimento (MARCOS FILHO, 1999b). Esses
55
efeitos têm sido detectados, de maneira mais drástica, em sementes tipicamente de menor
tamanho, como as de hortaliças, ocasionando inconsistência nos resultados (POWELL, 1986).
Variação de 11,4% a 24,0% no grau de umidade de diferentes amostras de sementes de
cebola, após 24 horas de envelhecimento acelerado, foram observados por Powell (1981),
enquanto Rodo et al. (2000), trabalhando com sementes de cenoura, detectaram variações de
até oito pontos percentuais no grau de umidade das amostras avaliadas.
Por esse motivo, alternativas têm sido estudadas para a condução do envelhecimento
acelerado, como, por exemplo, a substituição da água colocada no interior da caixa plástica,
por soluções saturadas de NaCl, KCl ou NaBr (JIANHUA & McDONALD, 1996). Isto
permite a redução da velocidade de captação de água, da intensidade de deterioração, além da
obtenção de efeitos menos drásticos sobre as sementes e resultados menos variáveis
(JIANHUA & McDONALD, 1996; PANOBIANCO & MARCOS FILHO, 2001).
Diante disso, informações mais detalhadas acerca das melhores combinações volume
de água/número de sementes, são necessárias, para melancia.
2.5 Quantificação de Ca2+, Mg2+ e K+ da solução de embebição
Durante o processo de embebição da semente, enquanto as membranas celulares
reestruturam-se há liberação de eletrólitos, cuja quantidade está associada à integridade
destas. Assim, maiores níveis de eletrólitos lixiviados pelas sementes são características de
lotes de menor vigor (VIEIRA, 1994; HAMPTON & TEKRONY, 1995; VIEIRA &
KRZYZANOWSKI, 1999; PANOBIANCO & MARCOS FILHO, 2001). Os principais
solutos incluem os carboidratos, ácidos graxos, aminoácidos, ácidos orgânicos, proteínas,
substâncias fenólicas e íons K+, Ca2+, Na+ e Mg2+ (CUSTÓDIO & MARCOS FILHO, 1997;
FESSEL. et al., 2003).
Essas sementes demandam mais tempo e há dificuldade para a reestruturação das
membranas celulares (DESAI et al., 1997), devido à perda da integridade destas no processo
de deterioração, que resultando em valores altos de condutividade elétrica, medidos na
solução de embebição.
Vários trabalhos relatam a relação entre menores valores de condutividade e sementes
com alto vigor e maiores valores com lotes menos vigorosos (McDONALD & WILSON,
1979; POWELL, 1986; MARCOS FILHO et al., 1990), demonstrando que a diminuição do
vigor relaciona-se diretamente com a elevação da concentração de eletrólitos liberados pelas
sementes na água de embebição.
56
Já o teste de lixiviação de potássio tem sido utilizado como um indicador da
integridade da membrana celular, mostrando ser um índice rápido de avaliação do vigor de
sementes de algumas espécies, como algodão, milho, soja e tomate. Sobre melancia, a
literatura ainda carece de dados referentes à essas informações. Sementes envelhecidas
lixiviam maiores quantidades de potássio e essas quantidades têm sido utilizadas como um
indicador da integridade do sistema de membranas celulares.
Woodstock (1988) concluiu que as mensurações das quantidades de potássio e cálcio,
lixiviados de sementes de algodão, foram promissoras como índices de avaliação da qualidade
fisiológica da semente, enfatizando que os resultados obtidos da lixiviação de potássio eram
mais consistentes que os do teste de condutividade elétrica.
Já Vanzolini & Nakagawa (2003) verificaram em seu trabalho que a lixiviação de
cálcio foi a característica que proporcionou resultados menos consistentes, não sendo um bom
indicativo da qualidade de sementes de amendoim. Após 6 horas de embebição, foi possível
diferenciar os dois lotes empregados, pela lixiviação de magnésio. Entretanto, os resultados
ainda indicaram variações muito acentuadas nos coeficientes de variação.
2.6 Condicionamento de sementes
2.6.1 Etapas da germinação de sementes
Segundo Bewley & Black (1994) o processo de germinação ou embebição de
sementes pode ser dividido em três fases; de acordo com a figura 1, na fase I da curva, a
absorção de água pela semente é relativamente rápida, ocorrendo em decorrência do potencial
matricial dos diversos tecidos que compõem a semente. Esta etapa independe da semente
estiver viva, morta ou dormente. No plano bioquímico essa fase marca o início da degradação
das substâncias de reserva, de modo a garantir energia e nutrientes necessários à retomada do
crescimento do embrião.
Ao atingir entre 25% de umidade para espécies albuminosas e 40% para as
exalbuminosas, tem início então a fase II. Nesta fase aparentemente está ocorrendo um
transporte ativo do tecido de reserva para o tecido meristemático, a absorção de água é quase
nula visto que os potenciais hídricos do substrato e da semente são semelhantes. No entanto a
duração desta fase em relação à fase I é geralmente mais longa. O eixo embrionário, apesar de
já estar recebendo nutrientes, ainda não consegue crescer (POWELL & MATTEUS, 1981;
BEWLEY & BLACK, 1994).
57
Ao final da fase II ocorre um súbito incremento no teor de água das sementes. Inicia-
se então a fase III que é caracterizada pela reorganização das substâncias para formar o
citoplasma, o protoplasma e as paredes celulares, o que resulta no crescimento do eixo
embrionário, a chamada germinação visível (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).
Segundo Bewley & Black (1994), é necessário que seja atingido um grau mínimo de
umidade para haver germinação, como por exemplo: 30% para sementes de milho, 26,5%
(arroz), 33,4% (algodão) e 29,4% (mamona).
A interação de três potenciais representa o chamado potencial hídrico das células
(ΨW) nos tecidos das sementes. O potencial mátrico (Ψm) é resultante de algumas matrizes,
como por exemplo, parede celular, amido e proteínas que sofrem hidratação e se ligam à água.
O potencial osmótico (Ψo) surge em função da concentração de solutos dissolvidos no interior
das células.
Por último há atuação, também do potencial de pressão (Ψρ) relacionado à força
contrária da parede celular e a turgescência causada pela entrada de água na célula
(CARVALHO & NAKAGAWA, 1988).
2.6.2. Características do condicionamento osmótico de sementes
A técnica do condicionamento osmótico desenvolvida por Heydecker, Higgins e
Turner (1978), apesar de fisiologicamente complexa, é simples em conceito.
O objetivo é reduzir o período de germinação, bem como sincronizar e melhorar a
emergência das plântulas, submetendo as sementes a um controle da hidratação suficiente
para permitir os processos reparatórios essenciais à germinação, porém insuficientes para a
ocorrência da protusão da radícula. O uso do condicionamento osmótico faz com que a
semente passe pelas fases I e II, que são preparatórias para germinação sem, no entanto
avançar para a fase III caracterizada pelo alongamento celular e emissão da radícula (KHAN,
1992).
Da mesma forma, Khan (1992) relata que os processos bioquímicos e fisiológicos da
germinação são estimulados até o ponto em que o baixo potencial osmótico do meio de
embebição, impede a germinação.
O controle da hidratação das sementes pode ser realizado de diferentes formas: através
do método de embebição simples (mediante o equilíbrio com o vapor de água da atmosfera),
58
embebição em substrato úmido, ou ainda podendo-se fazer a imersão direta em água. Além
disso, o uso de substâncias químicas osmoticamente ativas como uma forma de controlar a
entrada de água na semente tem sido amplamente difundida.
Khan (1992) afirma que durante o condicionamento osmótico a semente hidrata-se
lentamente, o que permite um maior tempo para a reparação ou reorganização das membranas
plasmáticas, possibilitando a formação dos tecidos de maneira mais ordenada e reduzindo os
riscos de danos ao eixo embrionário. Zengh et al. (1994) também relataram que o aumento no
vigor obtido em sementes osmocondicionadas decorre em razão da eficiência do tratamento
em reparar a organização estrutural da membrana plasmática durante a embebição. O
condicionamento osmótico permite maior uniformidade e velocidade de emergência pelo
acúmulo de solutos (açúcares, ácidos orgânicos e íons) provenientes do início do metabolismo
da semente, resultando em maior turgescência na reidratação e promovendo a protusão da raiz
primária em menor tempo (BRADFORD, 1986).
Apesar das várias vantagens da técnica do condicionamento osmótico das sementes, o
seu uso em escala comercial depende do estabelecimento de metodologias específicas para
cada espécie e do desenvolvimento de um método prática e de baixo custo.
Dentre os componentes utilizados no osmocondicionamento pode-se citar os sais
inorgânicos NaCl, NaNO3, MgSO4, MgCL2, KNO3, entre outros açúcares (manitol e sorbitol),
o PEG 6000 e 8000, e glicerol (VASQUEZ, 1995). Para Bradford (1986) além de não
penetrar no sistema de membranas das células, o soluto não deve provocar toxidez ou
alterações estruturais as sementes, nem sofrer deterioração por microrganismos. No entanto,
mesmo com toda pesquisa nessa área, somente algumas dessas características são encontradas
simultaneamente alguns dos reagentes indicados ao condicionamento.
Trabalhos realizados por Posse et al. (2002) em pimentão e por Perez & Negreiros
(2002) em sementes de canafístula, sob condições de estresse, mostraram que o
condicionamento em água pode ser mais efetivo ou semelhante ao condicionamento osmótico
utilizando-se os sais inorgânicos KNO3 e NaCl para melhorar o processo germinativo, os
autores verificaram que a canafístula apresentou sementes firmes quando submetidas ao
condicionamento com KNO3, sendo que essa característica não apareceu quando as sementes
foram embebidas somente em água destilada.
Incrementos na longevidade e na taxa de germinação das sementes associados ao
osmocondicionamento também têm sido reportados. Em algumas espécies, como ervilha,
tomate, cenoura (SAVINO et al., 1979 e LIU et al., 1996) em cebola o osmocondicionamento
aumentou a capacidade de armazenamento (DEARMAN et al., 1986).
59
O condicionamento osmótico incrementou a capacidade germinativa de sementes de
amendoim, houve também incremento no crescimento de plântulas devido ao aumento de
enzimas promotoras de crescimento (FU et al., 1988). O priming em solução aerada de KNO3
a 3% numa temperatura de 25 ºC não aumentou a porcentagem final de germinação, mas sim
à velocidade de germinação e o desenvolvimento de plântulas de Capsicum annunn (L.), além
2.6.3. Polietilenoglicol 6000 (PEG 6000)
O PEG 6000 ou Macrogol 6000 consiste numa mistura de polímeros de fórmula geral
HOCH2-CH-OH correspondendo a uma massa molecular relativa média da ordem de 6000.
Seu peso molecular é, portanto bastante elevado variando de 4000 a 12000, sendo 6000 o
mais utilizado. É um sólido branco ou esbranquiçado, de aparência cerosa ou parafínica. É
muito solúvel em água e em cloreto de metileno, porém praticamente insolúvel em álcool, em
éter ou ainda em gorduras animais e minerais; sua fusão pode ocorrer no intervalo entre 55ºC
e 61ºC. É o soluto mais utilizado em testes de condicionamento osmótico (MENEZES et al.,
2006).
Os efeitos do condicionamento osmótico com PEG 6000, no maior desempenho da
germinação de sementes e emergência das plântulas foram relatados em várias hortaliças,
dentre elas berinjela (TRIGO & TRIGO, 1999) e brássicas (ZHENG et al., 1994).
O condicionamento osmótico com PEG 6000 mostrou-se eficiente para revigorar
sementes de cenoura de baixa qualidade fisiológica (SAMPAIO & SAMPAIO, 1994).
Sachs (1977) afirma que o condicionamento osmótico das sementes de melancia pode
ampliar a época de semeadura e aumentar a uniformidade do estabelecimento das plântulas no
campo, refletindo-se em maior produtividade da cultura.
Em milho-doce Bennett & Waters Jr. (1987) sugerem que parte da melhora no
comportamento germinativo observado nas sementes osmocondicionadas dessa espécie
advém da reparação de deterioração sofrida pela semente após a maturação, uma vez que as
sementes durante o processo de maturação ou durante o armazenamento, deterioram-se e
necessitam de um reparo durante a embebição para germinarem satisfatoriamente.
Murray (1989) afirma que em pimentão tem-se utilizado sementes condicionadas para
minimizar o efeito de microrganismos do gênero (Pythium, Phytophthora, Rhizoctonia e
Fusarium), reduzindo a incidência de "damping-off". Roveri José (1999) trabalhando com
sementes de salsinha verificou retardo no estabelecimento das plântulas oriundas de sementes
condicioanadas com PEG, apesar disso o autor ressalta que houve menos anormalidade de
60
plântulas quando comparado às sementes embebidas somente em água destilada e nas
sementes não manipuladas Para melão houve incrementos significativos na germinação das
sementes (BRADFORD, 1986).
Nerson & Govers (1986) verificaram que a velocidade de germinação pode ser
melhorada através do osmocondicionamento das sementes. Esses mesmos autores sugerem
que o priming em melão promove um acúmulo de solutos no decorrer do processo, resultando
em um maior potencial de turgor celular durante a reidratação das sementes, o que resulta na
emergência da radícula em menor tempo.
61
3. MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Análise de Sementes do
Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA, no Campus de Mossoró – RN.
3.1 Obtenção das sementes
Utilizou-se sementes de quatro lotes de melancia de duas cultivares, Crimson Sweet e
Charleston Gray, os lotes de melancia Crimson foram obtidos junto a Sakata Seeds, e os lotes
de Charleston Gray juntamente a ISLA Sementes LTDA, estes lotes, foram recebidos no
laboratório de análise de sementes onde as sementes de cada lote foram retiradas da
embalagem original, homogeneizadas, amostradas para avaliação da qualidade inicial e grau
de umidade e subdivididas em 10 amostras de 250g e acondicionadas em sacos de plástico de
polietileno (15 x 30 cm) selado.
3.2 Análises das sementes
A caracterização do potencial fisiológico inicial dos lotes de sementes e após três, seis,
nove e 12 meses foi determinada pelos testes de germinação, envelhecimento acelerado e
condutividade elétrica. Foram determinados também os teores de água das sementes e a
composição mineral (Ca2+ + Mg2+ e K+) da solução de embebição das mesmas.
3.2.1. Determinação do teor de água
Determinado pelo método da estufa a 105 ± 3 °C por 24 horas. Foram utilizadas duas
repetições de 50 sementes cada, de todos os lotes das duas cultivares em cada época de
avaliação, pesadas em balança com precisão de quatro casas decimais e os dados expressos
em porcentagem (base úmida) seguindo-se os critérios descritos nas Regras para Análise de
Sementes (BRASIL, 2009).
62
3.2.2. Teste de germinação
Realizado com quatro repetições de 50 sementes distribuídas sobre três folhas de papel
germitest umedecidas com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato. As
sementes foram mantidas em germinador a 25ºC. Foram realizadas duas contagens, aos após a
semeadura, computando-se a porcentagem de plântulas normais (Brasil, 2009).
- Sementes firmes:
São as sementes que absorveram água durante o teste de germinação e não se
apresentavam deterioradas, nem mortas, porém não germinaram até o final do período do teste
aos 14 dias.
- Sementes mortas:
Sementes que se apresentavam deterioradas ou completamente mortas, ao final do
teste de germinação.
3.2.3. Primeira contagem de germinação
Realizada juntamente o teste de germinação, mediante o registro das porcentagens de
plântulas normais, no sexto dia após a semeadura.
3.2.4. Índice de velocidade de germinação (IVG)
Calculado durante a condução do teste a partir dos dados diários do número de
plântulas normais, empregando – se a fórmula proposta por Kzryzanowski et al., (1999).
n
n
N
G
N
G
N
GIVG +++= ...
2
2
1
1
Ao qual,
63
IVG = índice de velocidade de germinação;
G1, G2, Gn = número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e assim por
diante, até a última contagem;
N1, N2, Nn = número de dias após a semeadura, na primeira, na segunda e assim
sucessivamente, até a última contagem.
3.2.5. Teste de envelhecimento acelerado
Foi conduzido utilizando-se caixas plásticas de germinação (11 x 11 x 3,5 cm)
(MARCOS FILHO, 1999a), utilizando as caixas como compartimentos individuais (mini-
câmaras), que têm em seu interior 40 mL de água deionizada e bandeja de tela de inox, para
evitar o contato das sementes com a água, onde estas foram distribuídas formando camada
única. As caixas, tampadas, foram mantidas em BOD regulada a 41 ºC, por 72 horas. Em
seguida, as sementes foram submetidas ao teste de germinação, conforme descrito
anteriormente utilizando quatro repetições de 50 sementes. O teor de água das sementes foi
determinado no final do período de envelhecimento.
3.2.6. Teste de condutividade elétrica
Para a avaliação da condutividade elétrica, foi empregado o método de massa (AOSA,
1983), utilizando-se quatro subamostras de 50 sementes de cada lote das duas cultivares,
previamente pesadas, imersas em 50mL de água destilada (figura 19), permanecendo em
incubadora BOD, a 25°C por 24 horas (Rodo, 2002). Após cada período, realizou-se leitura da
condutividade elétrica em condutivímetro da marca Tecnal TEC – 4MP, sendo os resultados
expressos em µS.cm-1.g-1 de semente.
64
Figura 19 – Disposição dos recipientes contendo as sementes de melancia Crinsom Sweet e Charleston Gray para as leituras da condutividade. UFC, Fortaleza – CE, 2011.
Fonte: dados da pesquisa
3.2.7. Quantificação de Ca2+, Mg2+ e K+ da solução de embebição
Após a leitura da condutividade elétrica, a solução de embebição das sementes as
quatro repetições de cada lote e cultivar foram colocadas em frascos de plástico tampados e
identificadoS, e encaminhadas ao Laboratório de Química e Fertilidade do Solo da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
O conteúdo dos íons da solução de embebição em mg.L-1 foi determinado: o potássio
(K+) de forma direta por fotometria de chama e os de cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) por meio
de espectrofotômetro de absorção atômica (BATAGLIA & FURLANI, 1983; TOMÉ
JUNIOR, 1997).
O resultado final do conteúdo de íons foi expresso em mg do íon por Kg de sementes.
3.2.8. Condicionamento osmótico de sementes de melancia em polietilenoglicol 6000
O condicionamento osmótico foi realizado utilizando-se caixas plásticas tipo gerbox
de dimensões 14cm x 14cm. O controle constou de sementes que não sofreram
osmocondicionamento, com sementes embebidas em água destilada somente. Como substrato
utilizou-se papel filtro de dimensões 13cm x 13cm, que foram esterilizados em autoclave
vertical por um período de 1 hora à 1 atm de pressão e 140ºC de temperatura. Foram
utilizadas duas folhas por caixa gerbox, umedecidas com a respectiva solução na proporção de
2,5 vezes o peso de uma folha seca.
65
Para embebição foram utilizadas soluções de polietilenoglicol de massa molar 6000
nos potenciais 0,00; -0,05; - 0,10 -0,20; -0,40; - 0,60; -0,80 MPa, para o cálculo da quantidade
de PEG 6000 adicionado para obtenção de cada um destes potenciais foi utilizada a equação
proposta por Michel & Kaufmann (1973), em que:
Ψos = - (1,18 x 10-2) C – (1,18 x 10 -4) C2 + (2,67 x 10-4) CT + (8,39 x 10-7) C2T
Onde:
Ψos: potencial osmótico encontrado em Bar e transformado para MPa;
C: Concentração de PEG 6000/ litro de água;
T: temperatura.
Tabela 6 – Concentração de polietilenoglicol (PEG 6000) utilizada para obter os diferentes níveis de potencial osmótico à temperatura 25°C.
Potencial osmótico (MPa) Concentração (g de PEG 6000/ L H2O)
0,00 0,000
-0,05 50,080
-0,10 78,490
-0,20 119,571
-0,40 178,343
-0,60 223,664
-0,80 261,948
Fonte: Dados da pesquisa ajustados através de Michel & Kaufmann (1973).
As caixas contendo as sementes embebidas foram colocadas em estufa incubadora tipo
BOD a 25ºC (BRASIL, 2009) por 48 horas (NASCIMENTO & ARAGÃO, 2004) e logo em
seguida as sementes foram lavadas em água destilada, secas e avaliadas as variáveis de
germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas.
66
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização inicial dos lotes
Tabela 7 – Valores da análise da variância para as variáveis Teor de água (TA), germinação (G), envelhecimento acelerado (EA), teores de cálcio, magnésio e potássio da solução de embebição das sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet na avaliação inicial das sementes. UFC, Fortaleza - CE, 2011.
Quadrados médios Fonte de variação g.l TA G EA Ca2+ Mg2+ K+
Lotes 3 2,10ns 71,39** 9,46** 0,54ns 1,01ns 0,88ns Resíduo 12
C.V. (%) 5,58 8,40 12,00 9,20 9,90 8,16
** Significância ao nível de 1% de probabilidade ns não significativo
De acordo com a tabela da análise de variância (Tabela.7), verficou-se efeito
significativo ao nível de 1% de significância para as variáveis: teor de água, germinação,
envelhecimento acelerado. E não houve efeito diferença significativa entre os lotes de
melancia da cultivar Crimson Sweet para os teores de íons lixiviados de cálcio, magnésio e
potássio.
Tabela 8 – Valores da análise da variância para as variáveis Teor de água (TA), germinação (G), envelhecimento acelerado (EA), teores de cálcio, magnésio e potássio da solução de embebição das sementes de melancia das cultivares Charleston Gray na avaliação inicial das sementes. UFC, Fortaleza - CE, 2011.
Quadrados médios Fonte de variação g.l TA G EA Ca2+ Mg2+ K+
Lotes 3 18,16 **
28,85** 6,95** 1,90ns 0,85ns 8,87**
Resíduo 12
C.V. (%) 7,88 5,57 13,84 17,45 11,09 5,90 ** Significância ao nível de 1% de probabilidade ns não significativo
De acordo com a tabela da análise de variância (Tabela.8), verficou-se efeito
significativo ao nível de 1% de significancia para as variáveis: teor de água, germinação,
67
envelhecimento acelerado e a lixiviação de potássio. E não houve efeito diferença
significativa entre os lotes de melancia da cultivar Charleston Gray para os teores de íons
lixiviados de cálcio, magnésio.
Os resultados dos testes realizados para a caracterização inicial dos lotes das sementes
das duas cultivares de melancia estão mostrados na tabela 9. Os teores de água dos lotes
foram similares, com uma pequena variação de 0,31 ponto percentual entre o maior e menor
valores encontrados para a cultivar Crimson Sweet e de 0,49 para a Charleston Gray.
Com relação à qualidade fisiológica inicial das sementes, verificou-se que na cultivar
Crimson Sweet não houve diferença estatística entre os lote 1, 2 e 4, porém estes foram
superiores ao lote 3 que apresentou menor qualidade fisiológica mediante os parâmetros
germinação e envelhecimento acelerado, porém a análise da quantificação de íons não
forneceram o mesmo resultado, onde os quatro lotes apresentaram comportamento
semelhante.
Tabela 9- Teor de água (TA), germinação (G), envelhecimento acelerado (EA), teores de cálcio, magnésio e potássio da solução de embebição das sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet e Charleston Gray na avaliação inicial das sementes. UFC, Fortaleza - CE, 2011.
Cultivar Lote TA G EA Cálcio Magnésio Potássio -------------%--------------- --------------mg kg-1----------
1 7,09 a 96 a 74 a 32,4 a 125,4 a 2190 a 2 7,30 a 96 a 76 a 35,0 a 124,0 a 2221 a 3 6,99 a 92 b 68 b 32,2 a 119,8 a 2244 a
Crimson
Sweet 4 7,13 a 96 a 74 a 31,0 a 116,4 a 2091 a
1 6,72 a 90 b 82 a 36,6 a 130,8 a 2400 a 2 6,90 a 86 b 84 a 37,0 a 129,9 a 2375 a 3 7,21 a 92 ab 78 b 31,0 a 130,4 a 2408 a
Charleston
Gray 4 6,90 a 98 a 84 a 33,4 a 130,9 a 2299 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para as duas cultivares de melancia, o íon lixiviado em maior quantidade foi o
potássio, seguido pelo magnésio e em menores quantidades o cálcio, isto provavelmente deve-
se ao fato de que estes íons são encontrados na semente nesta mesma ordem. Diferentes
autores apresentaram a composição química da melancia, onde prevaleceu o potássio como
sendo o íon mais abundante em sua composição; 90,03 mg de K/ 100g de polpa (MORI
1996); 116,00 mg de K/ 100g de polpa (PUC, 2000) e 100 mg de K/ 100g de polpa
(ANDRADE JR et. al., 2004), entretanto não foi encontrado na literatura, dados sobre a
quantificação mineral destes íons na composição da semente (Tabela 9).
68
Sementes mortas:
Não foi verificado o aparecimento de sementes mortas durante a condução dos
experimentos para nenhuma das cultivares e lotes avaliados.
Tabela 10- Teor de água inicial das amostras e após o período de envelhecimento acelerado das sementes melancia Crimson Sweet e Charleston Gray aos zero, três, seis, nove e 12 meses de armazenamento. UFC, Fortaleza - CE, 2011.
Cultivares / lotes Crimson Sweet Charleston Gray
Inicial Após EA Diferença Inicial Após EA Diferença
Períodos -----------------------------%--------------------- -------------
meses Lote 1 0 7,9 22,4 14,5 10,1 29,8 19,7 3 10,1 29,0 18,9 12,4 29,4 17,0 6 10,2 32,4 22,2 12,3 29,1 16,8 9 10,6 28,9 18,3 12,9 28,7 15,8 12 10,1 32,1 22,0 12,5 29,2 16,7
Lote 2 0 10,2 29,9 19,7 8,6 30,0 21,4 3 12,9 31,2 18,3 12,9 28,6 15,7 6 12,8 32,3 19,5 13,5 28,8 15,3 9 12,6 32,6 20,0 13,6 29,4 15,8 12 12,4 33,6 21,2 12,7 29,9 17,2
Lote 3 0 8,7 32,0 23,3 8,3 28,9 20,6 3 12,5 35,5 23,0 14,0 29,9 15,9 6 12,9 36,1 23,2 13,6 30,9 17,3 9 12,9 36,4 23,5 13,4 31,4 18,0 12 12,5 35,0 22,5 14,1 30,9 16,8
Lote 4 0 9,9 29,4 19,5 7,9 28,7 20,8 3 10,9 36,1 25,2 12,6 29,6 17,0 6 10,2 36,4 26,2 12,9 29,8 16,9 9 10,4 28,6 18,2 12,9 29,7 16,8 12 10,6 28,8 18,2 12,9 29,9 17,0
A embalagem utilizada para o acondicionamento das sementes permitiu uma boa
conservação do teor de água da semente. Durante o período de armazenamento a maior
variação foi de 13,6% para 30,9 encontrada no lote 3 aos 6 meses após o armazenamento, para
a cultivar Charleston Gray e de 10,9 para 36,1% no lote 4 da cultivar Crimson Sweet, mas de
forma geral, o ganho de umidade apresentado pelas sementes apresentou-se muito uniforme
para ambas as cultivares, demonstrando que as embalagens e o ambiente utilizados para o
69
armazenamento foram eficazes na proteção destas contra as variações externas de temperatura
e umidade.
O baixo teor de umidade inicial das sementes de ambas as cultivares (variando de 6,72
a 7,30%) (tabela 8) de acordo com Toledo & Marcos Filho (1977) é um importante fator para
a conservação das sementes, o que também contribuiu para que a viabilidade das sementes
fosse mantida.
Segundo Ferreira & Gentil (2003) o armazenamento tem por objetivo principal
conservar as sementes de plantas de valor econômico, preservando a qualidade física,
fisiológica e sanitária, para posterior semeadura no ano seguinte. Para tanto é necessário um
local apropriado, seco, seguro, passível de aeração e de fácil combate a roedores, insetos e
microrganismos.
Tabela 11 – Germinação e envelhecimento acelerado das sementes melancia Crimson Sweet e Charleston Gray aos três, seis, nove e 12 meses de armazenamento. UFC, Fortaleza - CE, 2011.
Cultivares / lotes Crimson Sweet Charleston Gray
Germinação EA Diferença Germinação EA Diferença
Períodos -----------------------------%--------------------- -------------
meses Lote 1 3 96 a 40 b 56 91 a 88 a 03 6 96 a 26 c 70 88 ab 88 a 00 9 97 a 68 a 29 84 b 79 a 05 12 95 a 24 c 71 84 b 64 b 20
Lote 2 3 96 a 80 a 16 84 b 68 a 16 6 97 a 68 a 29 91 a 24 b 67 9 98 a 36 b 62 86 b 27 b 59 12 95 a 44 b 51 90 a 17 b 73
Lote 3 3 96 a 60 a 36 88 b 68 a 20 6 84 b 49 b 35 94 a 60 a 34 9 88 ab 38 b 50 95 a 68 a 27 12 94 a 38 b 56 96 a 64 a 32
Lote 4 3 96 a 90 a 06 98 a 80 a 18 6 96 a 90 a 06 96 a 68 b 28 9 95 a 88 a 07 96 a 60 b 36 12 96 a 86 a 10 98 a 68 b 30
Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O teste de envelhecimento acelerado detectou redução no vigor das sementes de
praticamente todos os lotes das semetes de melancia com resultados mais acentuados para o
lote 2 da cultivar Charleston Gray, o teste de envelhecimento acelerado foi portanto capaz de
70
separar os lotes por vigor. Comparando-se os dados de germinação antes e após o
armazeamento (tabela 11), verifica-se que não houve muita diferença entre os valores obtidos
para essa variável, demonstrando que esse parâmetro isoladamente não é eficiente para
separar os lotes pelo vigor.
Panobianco (2000) verificou que o teste de envelhecimento acelerado, tanto pelo
método tradicional como pelo uso de solução salina de NaCl, mostrou-se adequado para
avaliar o vigor de sementes de tomate; no entanto, o uso de solução saturada de NaCl
forneceu separação de lotes mais próxima à obtida na emergência das plântulas em casa de
vegetação. Também Torres (2002), utilizando a combinação 41 por 72 horas, verificou que o
ambos os métodos de envelhecimento mostraram-se promissores para avaliar o potencial
fisiológico de sementes de melão. O teste de envelhecimento acelerado, método tradicional,
também se mostrou eficiente para avaliar o vigor de sementes de brócolis (MELLO et al.,
1999 e MENDONÇA et al., 2000), cenoura (TRIGO & TRIGO, 1995b), pepino (TRIGO &
TRIGO, 1995a) e melão (TORRES, 2002).
Condutividade elétrica
Tabela 12 – Resumo da análise de variância para as condutividades elétricas apresentadas pelas sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet e Charleston Gray, antes e após o armazenamento, UFC, Fortaleza - CE, 2011.
QM (Condutividade Eletrica)
Crimson Sweet Charleston Gray Fonte de Variação gl
Lotes 3 56,47** 11,26** Tempo 4 13,76** 3,58*
Lotes x tempo 12 80,40** 6,81** Resíduo 60 Média
CV 17,43 20,50 ** Significância ao nível de 1% de probabilidade * Significância ao nível de 5% de probabilidade ns Não significância
De acordo com a análise de variância, verificou-se efeito significativo para a
condutividade elétrica das sementes de melancia da cultivar Crimson Sweet e Charleston
Gray , em todos os períodos de armazenamento, além disso, os fatores, lotes tempo de
armazenamento também influenciaram significativamente o comportamento da condutividade
elétrica apresentada pelas sementes antes e após o armazenamento (tabela 12).
71
Figura 20 - Condutividade elétrica dos quatro lotes de sementes de melancia das cultivares Crimson Sweet nos cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses). UFC, Fortaleza - CE, 2011.
y = 0,6415x2 - 0,4784x + 37,845
R2 = 0,9525
0
20
40
60
80
100
120
140
0 3 6 9 12
Tempos de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 1
y = 0,2119x2 + 2,0485x + 79,682
R2 = 0,9702
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 3 6 9 12
Tempos de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 2
y = 0,2033x2 + 1,6846x + 98,591
R2 = 0,9863
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 3 6 9 12
Tempo de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 3
y = 0,1231x2 + 1,1699x + 124,83
R2 = 0,9797
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 3 6 9 12
Tempos de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 4
De uma maneira geral, todos os lotes apresentaram aumento linear nas leituras de
condutividade elétrica ao longo dos meses de armazenamento. Quanto maior o tempo de
armazenamento, maior o valor desse parâmetro. O lote 1, foi aquele que apresentou aumento
mais sensível ao longo do armazenamento, indicando maior deterioração das sementes de
melancia. O lote 4, manteve-se praticamente estável durante o armazenamento, porém em
termos absolutos os valores obtidos nas leituras de condutividade foram mais altos do que os
demais lotes.
Enquanto que no lote 1 e 2, os valores iniciais de condutividade oscilaram em média
de 35 µS.cm-1, as sementes dos lotes 3 e 4 já apresentaram valores elevados, acima de 100
µS.cm-1 ainda nas sementes não armazenadas, o que pode indicar aumento na deterioração da
integridade física destas mesmo antes de serem submetidas ao armazenamento. Considerando
que sementes deterioradas, tanto embebem água mais rapidamente, quanto lixiviam mais íons
para a água de embebição (Figura 20).
Vários fatores foram discutidos por Marcos Filho et. al., (1986) e por Vieira &
Krzyzanowski (1999) como possibilidades de afetar os resultados desse teste e necessitam de
72
monitoramento cuidadoso para assegurar a consistência dos resultados. Dentre eles destacam-
se o genótipo, grau de umidade, o tamanho e a condição física das sementes, o volume de
água e a dimensão dos recipientes utilizados para a embebição, além da forma de utilização
do aparelho (condutivímetro).
Figura 21 - Condutividade elétrica dos quatro lotes de sementes de melancia das cultivares Charleston Gray nos cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses). UFC, Fortaleza - CE, 2011.
y = 0,411x2 + 3,1626x + 43,851
R2 = 0,9604
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 3 6 9 12
Tempo de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 1
y = 0,2119x2 + 2,0485x + 79,682
R2 = 0,9702
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 3 6 9 12
Tempo de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 2
y = -0,3338x2 + 6,7257x + 101,19
R2 = 0,9292
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 3 6 9 12
Tempo de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 3
y = -0,2423x2 + 6,7813x + 71,605
R2 = 0,8948
0
20
40
60
80
100
120
140
0 3 6 9 12
Tempo de armazenamento (meses)
Con
dutiv
idad
e
Lote 4
Alguns autores afirmam que as características genéticas da semente também
influenciam na sua velocidade de deterioração.
Verificou-se que o padrão de leitura permaneceu o mesmo observado na cultivar
Crimson Sweet para a cultivar Charleston Gray, ou seja, com o aumento do tempo de
armazenamento, as condutividades aumentaram também, porém apresentando valores de
condutividade mais elevados do que os valores da cultivar Crimson, já com relação aos lotes,
para ambas as cultivares, o lote 1 foi aquele que apresentou aumento mais sensível de
condutividade.
Variações na condutividade elétrica entre cultivares foram verificadas, também, por
Panobianco & Vieira (1996) e Vieira (1996), com sementes de soja e feijão. Essas diferenças
73
podem estar relacionadas a certas características da própria cultivar, como o teor de lignina no
tegumento da semente (Alvarez et al., 1997), uma vez que existe uma estreita
relação entre o teor de lignina no tegumento das semente e os resultados do teste de
condutividade elétrica (Panobianco et al., 1999), sendo assim, seria interessante analisar a
dureza do tegumento das duas cultivares para observar se essa questão foi mesmo aquela que
provocou a modificação no padrão das leituras de condutividade.
Alguns outros fatores podem interferir nessa variável como o grau de umidade inicial
das sementes bem como o ganho desta durante o período de armazenamento. De acordo com
a tabela 8, apesar de não apresentarem diferenças significativas, as sementes de Crimson
Sweet apresentaram valores para o teor de água relativamente mais elevados do que a
Charleston Gray após o armazenamento.
A cultivar Charleston Gray apresentou sempre valores mais elevados de condutividade
elétrica do que os da Crimson Sweet, levantando uma questão se esse resultado deve-se ao
tamanho das sementes, ou ao grau de deterioração de suas membranas.
Um teste adequado para comprovar esses resultados e dar mais clareza seria o teste de
Tetrazólio, que foi considerado por Marcos Filho (2005) como preciso e de grande valia na
interpretação dos danos sofridos pelas sementes durante o armazenamento.
Entre as inúmeras vantagens do teste de condutividade elétrica como um bom
indicador do vigor de sementes está, ainda, o fato de ele ser considerado um teste rápido por
estar relacionado com eventos iniciais da sequência de deterioração das sementes, como a
degradação das membranas celulares e a redução das atividades respiratórias e biossintéticas
(DELOUCHE & BASKIN, 1973).
Este teste avalia o grau de estruturação das membranas celulares em decorrência da
deterioração das sementes, por meio da determinação da quantidade de íons lixiviados em
solução de embebição. As sementes de menor potencial fisiológico liberam maior quantidade
de lixiviados, como consequência da menor estruturação e seletividade das membranas
(VIEIRA & KRZYZANOWSKI, 1999).
74
Condicionamento osmótico de sementes de melancia em polietilenoglicol 6000
Tabela 13 – Resumo da análise de variância para as variáveis, plântulas normais (PN), plântulas anormais (PA), sementes firmes (SF), índice de velocidade de germinação (IVG) altura de plântulas (AP), comprimento de raiz (CR) no condicionamento osmótico de sementes de melancia de quatro lotes da cultivar Crimson Sweet com polietilenoglicol 6000, Fortaleza, 2011.
Fonte de variação QM (características)
gl %G PA (%) SF (%) IVG AP (cm) CR (cm)
Lotes 3 21,23** 23,09** 0,20 ns 58,11** 20,23** 0,87ns
Potenc. osmóticos 6 5,12* 17,00** 0,98 ns 49,09** 89,34 ** 0,48 ns
Lotes x pot. osmót. 1,76 ns 0,99 ns 3,09 * 1,18 ns 8,17 ** 0,88 ns
Desvio padrão 1,97 1,58 1,82 1,78 0,87 0,59
C.V(%) 12,86 39,53 32,15 19,37 5,94 8,71
** Significância ao nível de 1% de probabilidade * Significância ao nível de 5% de probabilidade ns Não significância
De acordo com os resultados da tabela 13, verificou – se efeito significativo ao nível
de 1% de probabilidade para a interação entre as os lotes de sementes de melancia e os
potenciais osmóticos de PEG 6000 somente para a variável altura de plântulas (AP), e ao
nível de 5% para sementes firmes, as demais variáveis não apresentaram efeitos significativos
para as interações, apresentando somente efeitos significativos para cada fator isoladamente.
Sementes firmes
Figura 22 - Desdobramento da interação entre os fatores: lotes x potenciais osmóticos, para a variável sementes firmes, no condicionamento osmótico de sementes de melancia Crimson Sweet, UFC, Fortaleza - CE, 2011.
y = -1,4017x2 - 6,0431x + 4,6724
R2 = 0,8816
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmoticos
Sem
ente
s fir
mes
Lote 1
y = -1,8461x2 - 7,8888x + 3,6111R2 = 0,908
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmóticos (MPa)
Sem
ente
s fir
mes
Lote 2
75
y = 1,8628x2 - 4,0517x + 3,7186
R2 = 0,9624
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0Potenciais osmóticos (MPa)
Sem
ente
s fir
mes
Lote 3
y = 3,1109x2 - 4,1951x + 3,1726
R2 = 0,8699
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmóticos (MPa)
Sem
ente
s fir
mes
Lote 4
O desdobramento da interação entre os fatores lotes x potencial osmótico revelou que
para todos os lotes da cultivar Crimson Sweet, o comportamento da variável sementes firmes
foi semelhante, ou seja, com o aumento da concentração PEG nas soluções de embebição das
sementes, ocorreu aumento nos valores dessa variável (figura 22).
Sementes que embora aparentemente viáveis e que não germinam mesmo quando
colocadas nas condições especificadas para a espécie em um teste são consideradas pelas
Regras para Análises de Sementes como sementes dormentes. Essas sementes são capazes de
absorver água, mas não germinam nem apodrecem até o final do teste (BRASIL, 2009).
Segundo Carmona & Villas Bôas (2001) as sementes firmes diferenciam-se das
mortas, quando submetidas a uma leve pressão com pinça ou os dedos, as sementes mortas
cedem à pressão com facilidade, e o tegumento se rompe, deixando sair o material deteriorado
em forma líquida; as firmes são mais resistentes à pressão e os tecidos embrionários, sendo
mais consistentes, quando pressionados são expostos na forma sólida. E diferenciam-se das
duras, pois essas permanecem sem absorver água por um período mais longo que o normal e
se apresentam no final do teste com aspecto de sementes recém colocadas no substrato, ou
seja, não intumescidas.
Condicionamento osmótico das sementes
De acordo com a tabela 14, verificou-se efeito significativo ao nível de 1% de
probabilidade para a interação entre os fatores lotes de sementes x potenciais osmóticos de
PEG, somente para a variável índice de velocidade de germinação. Os potenciais osmóticos
isoladamente influenciaram as variáveis, germinação, plântulas anormais e índice de
velocidade de germinação. Enquanto que os lotes em separado demonstraram efeito
significativo para todas as variáveis.
76
Tabela 14 – Resumo da análise de variância para as variáveis, plântulas normais (PN), plântulas anormais (PA), sementes firmes (SF), índice de velocidade de germinação (IVG) altura de plântulas (AP), comprimento de raiz (CR) e massa de matéria seca de plântulas inteiras (MS), no condicionamento osmótico de sementes de melancia de quatro lotes da cultivar Charleston Gray com polietilenoglicol 6000, Fortaleza, 2011.
Fonte de variação QM (características)
gl %G PA (%) SF (%) IVG AP (cm) CR (cm)
Lotes 3 4,89* 19,00 ** 3,05* 3,12* 3,19** 2,64*
Potenc. osmóticos 6 22,4** 17,10** 0,88 ns 6,78* 0,03ns 0,34ns
Lotes x pot. osmót. 1,35 ns 0,15 ns 0,16 ns 22,4 ** 1,78ns 0,68ns
Desvio padrão 1,97 2,23 1,76 0,86 0,68 1,78
Média geral 15,29 6,53 2,67 13,69 7,92 13,69
C.V(%) 12,86 34,09 65,68 6,33 8,65 6,33
** Significância ao nível de 1% de probabilidade * Significância ao nível de 5% de probabilidade ns Não significância
Índice de velocidade de germinação:
O índice de velocidade de germinação aumentou com o aumento da concentração de
polietilenoglicol na solução de embebição das sementes. Os menores valores para essa
variável foram verificados nos potenciais -0,80 MPa (4,8) e (5,0) para os lotes 1 e 4
respectivamente.
Trabalhando com melão, Nascimento & Aragão (2004) verificou que o
condicionamento osmótico aumentou a velocidade do estabelecimento das plântulas no teste
de germinação (Figura 25). O rápido estabelecimento da cultura, segundo esse mesmo autor
implica em menor risco, uma vez que a germinação das sementes e a emergência das
plântulas são marcadamente reduzidas pela ação de microrganismos.
Oluoch et al. (1996) afirmam que o condicionamento osmótico de sementes de melão,
pode ser utilizado para melhorar o desempenho da germinação dessa espécie. Esses resultados
contrastam com o verificado nesse ensaio, onde o aumento do potencial resultou em
diminuição na velocidade de estabelecimento das plântulas em melancia Charleston Gray.
Muitas das plântulas durante o teste, apresentaram o tegumento aderido as folhas, essa é uma
característica indesejável, pois pode comprometer o desenvolvimento da plântula, e a tentativa
de remoção desse tegumento se não for feita com cuidado pode danificar permanentemente a
parte aérea da mesma.
77
Figura 23 - Desdobramento da interação entre os fatores: lotes x potenciais osmóticos, para a variável índice de velocidade de germinação, no condicionamento osmótico de sementes de melancia Charleston Gray, UFC, Fortaleza - CE, 2011.
y = 2,3633x2 + 5,9281x + 8,1114
R2 = 0,9855
23456789
101112
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmóticos (MPa)
IVG
Lote 1
y = 9,3001x2 + 13,897x + 11,716
R2 = 0,9324
0
2
4
6
8
10
12
14
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmóticos (MPa)
IVG
Lote 2
y = 1,8563x2 + 3,6051x + 8,33
R2 = 0,8769
0123456789
10
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmóticos
IVG
Lote 3
y = 5,788x2 + 8,3665x + 8,2686
R2 = 0,6447
0123456789
10
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0
Potenciais osmóticos (MPa)
IVG
Lote 4
78
5 CONCLUSÕES
O potássio foi o íon mais lixiviado pelas sementes de ambas as cultivares de melancia;
Apesar das boas condições de armazenamento, verificou-se ligeira perda de
integridade física das sementes, evidenciado pelo aumento no teor de íons lixiviados na água
de embebição das sementes;
O condicionamento osmótico das sementes de melancia não apresentou vantagens para
nenhuma das cultivares estudadas nem em termos de vigor ou de desenvolvimento de
plântulas.
.
79
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