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7/26/2019 Tese Rejane Harder Seg
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE MSICAPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM MSICAMESTRADO E DOUTORADO EDUCAO MUSICAL
TESE DE DOUTORADO
A ABORDAGEM PONTES NO ENSINO DE INSTRUMENTO:
TRS ESTUDOS DE CASO
REJANE HARDER
Salvador2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE MSICAPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM MSICA
MESTRADO E DOUTORADO EDUCAO MUSICAL
REJANE HARDER
A ABORDAGEM PONTES NO ENSINO DE INSTRUMENTO:
TRS ESTUDOS DE CASO
Tese submetida ao Programa de Ps-Graduao em Msica daUniversidade Federal da Bahia comorequisito parcial para a obteno dograu de Doutor em Msica.
Orientadora: Prof. Dr. Alda Oliveira
Salvador2008
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Biblioteca da Escola de Msica - UFBA
H259 Harder, Rejane.A abordagem Pontes no ensino de instrumento: trs estudos de caso / Rejane
Harder. 2008.312 f.: il.
Orientadora : Prof. Dr. Alda Oliveira.Tese (Doutorado) Universidade Federal da Bahia, Escola de Msica, 2008.
1. Instrumentos musicais - metodologia pedaggica - Brasil. 2. Msica - Instruo eestudo - instrumento musical . 3. Msica - Instrumento musical - Estudo de casos. I.Oliveira, Alda. II. Universidade Federal da Bahia. Escola de Msica. III. Ttulo.
CDD - 784.19
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REJANE HARDER
A ABORDAGEM PONTES NO ENSINO DE INSTRUMENTO:TRS ESTUDOS DE CASO
Tese submetida ao Programa de Ps-Graduao em Msica daUniversidade Federal da Bahia como
requisito parcial para a obteno dograu de Doutor em Msica.
Aprovada em 27 de junho de 2008
BANCA EXAMINADORA
Alda de Jesus Oliveira Universidade Federal da Bahia
Regina Clia Souza Cajazeira Universidade Federal de Alagoas
Paulo Afonso Batista dos Santos Universidade Catlica do Salvador
Ana Cristina Gama dos Santos Tourinho Universidade Federal da Bahia
Joel Lus da Silva Barbosa Universidade Federal da Bahia
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, que me acompanha em todos os momentos.
minha querida Orientadora, Prof. Dr. Alda Oliveira, pela atenciosa e competente
orientao.
Coordenao, Secretaria e Corpo Docente do Programa de Ps-Graduao em
Msica da UFBA.
Aos Professores Dr. Lucas Robatto, Dr. Diana Santiago e Dr. Mario Ulloa pela
participao e colaborao no presente trabalho.
Aos alunos do Curso de Instrumento da UFBA que participaram da presente pesquisa.
CAPES, pelo apoio financeiro.
Aos meus pais, Rudolf e Guiomar Harder, pela formao moral e acadmica e pelo
apoio espiritual, emocional e econmico durante a elaborao da presente pesquisa.
Ao meu amado esposo, Sandro Machado, por sua compreenso e pelas
interminveis horas de preparao do material grfico e udio-visual.Aos meus queridos filhos, Priscila e Marcos Felipe pelo apoio e colaborao.
minha irm Regina Harder Ducatti, pelo incentivo.
Ao colega Raul Costa dvila por discutir e incentivar meu trabalho.
Aos colegas do Grupo de Pesquisa MEMUBA, pelas discusses e trabalhos em
parceria.
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LISTA DE EXEMPLOS
EXEMPLO 1 Excertos de Estudios Sencillos N 1 de Leo Brouwer ........................... 64
EXEMPLO 2 Excertos do Estudo em L maior de Matteo Carcassi ........................... 79
EXEMPLO 3 Excertos do Elogio de La Danza (I Lento) de Leo Brouwer .............. 94
EXEMPLO 4 Excertos do Capricen N 9 de Legnani ................................................ 103
EXEMPLO 5 Excertos da pea Dr. Sabe Tudo (Choro) de Dilermando Reis ........... 115
EXEMPLO 6 Excertos da Sinfonia N 11 (BWV 797) de Bach ................................ 130EXEMPLO 7 Excertos da obra Venetian Gondola Song (Op.19 N 6) deMendelssohn ..................................................................................................................... 132
EXEMPLO 8 Excertos da obra Quatre Mazurkas (Op. 24 N 1) deChopin ............................................................................................................................... 141
EXEMPLO 9 Excertos da obra Vogel als Prophet de Schumann .............................. 144
EXEMPLO 10 Excertos da Grande Valse Brilhante (Op. 34 N 2) de Chopin ......... 145
EXEMPLO 11 Excertos da Sonate (Op.31 N 1) de Beethoven ................................ 153
EXEMPLO 12 Excertos da Toccata G dur (BWV 916) de Bach ............................... 172
EXEMPLO 13 Excertos da Sonata N 60 (Hob. XVI/50) de Haydn ......................... 178
EXEMPLO 14 Excertos do Concerto I (Op. 25) de Mendelssohn ............................. 188
EXEMPLO 15 Excertos da Violin Sonata (Op. 12 N 1) de Beethoven .................... 195
EXEMPLO 16 Excertos da Sonate III de Haendel (Adagio) ..................................... 205
EXEMPLO 17 Excertos da Sonate III de Haendel (Allegro) ..................................... 214
EXEMPLO 18 Excertos do Quartett in D (KV 285) de Mozart ................................ 223
EXEMPLO 19 Excertos das Variations on a theme by Rossini de Chopin
(Tema) ............................................................................................................................... 238EXEMPLO 20 Excertos das Variations on a theme by Rossini de Chopin (Variation II Andante) ............................................................................................................................ 246
EXEMPLO 21 Excertos das Variations on a theme by Rossini de Chopin (Variation IIIAllegretto) ......................................................................................................................... 246
EXEMPLO 22 Excertos das Variations on a theme by Rossini de Chopin (Variation IV Allegro assai) .................................................................................................................... 246
EXEMPLO 23 Excertos da Partita em L menor para Flauta Solo (BWV 1013) deBach .................................................................................................................................. 252
EXEMPLO 24 Excertos da Sonata Arpeggione (D 821) de Schubert ....................... 275
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SUMRIO
1 INTRODUO .............................................................................................. 11
2 METODOLOGIA DA PESQUISA .............................................................. 152.1 Abordagens Qualitativas de Pesquisa .............................................................. 162.2 O Trabalho de Campo ...................................................................................... 202.3 Objeto da Investigao ..................................................................................... 222.4 Fundamentao Terica ................................................................................... 22
2.5 Objetivo ............................................................................................................ 232.6 Questo da Pesquisa ......................................................................................... 232.7 Tcnicas de Pesquisa ........................................................................................ 232.7.1 O Estudo de Caso ............................................................................................. 242.7.1.1 Participantes da pesquisa ................................................................................. 262.7.1.1.1 O investigador .................................................................................................. 262.7.1.1.2 Os professores de instrumento investigados ...................................................... 272.7.1.1.3 Os alunos .......................................................................................................... 302.7.1.1.4 A Prof. Dr. Alda Oliveira ............................................................................... 302.7.1.2 A observao .................................................................................................... 312.7.1.3 Transcries e anlises ..................................................................................... 32
2.7.1.4 O Registro em udio e vdeo ............................................................................ 342.7.2 As Entrevistas .................................................................................................. 352.7.3 A Pesquisa Bibliogrfica .................................................................................. 372.7.4 A Anlise Geral do Material Colhido e Textualizao .................................... 37
3 REVISO BIBLIOGRFICA ...................................................................... 393.1 Algumas Consideraes a Respeito do Ensino de Instrumento ....................... 393.2 A Tradio Oral no Ensino de Instrumento ..................................................... 43
4 FUNDAMENTAO TERICA ................................................................ 484.1 A Abordagem PONTES: Origem, Conceitos e Aplicao ........................... 48
4.2 A Abordagem PONTES: Entrevista com a Prof. Dr. Alda Oliveira .......... 57
5 ESTUDO DE CASO N. 01: O PROFESSOR MARIO ULLOA VIOLO ......................................................................................................... 62
5.1 O Aluno Rodrigo .............................................................................................. 645.1.1 Transcrio da aula .......................................................................................... 645.1.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ............................................. 725.1.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Mario ..................... 755.1.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com Rodrigo ........................ 765.1.5 Cruzamento dos dados ..................................................................................... 775.1.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ........................................ 785.2 O Aluno Miguel ............................................................................................... 785.2.1 Transcrio da aula .......................................................................................... 795.2.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ............................................. 87
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5.2.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Mario ..................... 905.2.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com Miguel ......................... 905.2.5 Cruzamento dos dados ..................................................................................... 915.2.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ........................................ 92
5.3 O Aluno Edgar ................................................................................................. 925.3.1 Transcrio da aula .......................................................................................... 935.3.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ............................................. 985.3.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Mario ................... 1005.3.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com Edgar ......................... 1015.3.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1025.3.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 1025.4 O Aluno Ruan ................................................................................................ 1035.4.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1035.4.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1095.4.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Mario ................... 111
5.4.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com Ruan ......................... 1115.4.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1125.4.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 1135.5 O Aluno Lucas ............................................................................................... 1145.5.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1145.5.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1215.5.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Mario ................... 1245.5.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com Lucas ......................... 1255.5.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1265.5.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 127
6 ESTUDO DE CASO N. 02: A PROFESSORA DIANA SANTIAGO PIANO ........................................................................................................... 129
6.1 O Aluno Lucas ............................................................................................... 1296.1.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1306.1.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1356.1.3 Ponto de vista do professor entrevista com a professora Diana .................. 1376.1.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com Lucas ......................... 1386.1.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1396.1.6 Principais caractersticas pedaggicas da professora ..................................... 1406.2 A Aluna Mila ................................................................................................. 141
6.2.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1416.2.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1476.2.3 Ponto de vista do professor entrevista com a professora Diana .................. 1496.2.4 Ponto de vista da aluna entrevista com a aluna Mila .................................. 1506.2.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1516.2.6 Principais caractersticas pedaggicas da professora ..................................... 1526.3 O Aluno Vasni (1 aula) ................................................................................. 1526.3.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1536.3.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1626.3.3 Ponto de vista do professor entrevista com a professora Diana .................. 1646.3.4 Ponto de vista do aluno entrevista com o aluno Vasni ............................... 165
6.3.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1666.3.6 Principais caractersticas pedaggicas da professora ..................................... 1676.4 O Aluno Norberto .......................................................................................... 168
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6.4.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1686.4.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1806.4.3 Ponto de vista do professor entrevista com a professora Diana .................. 1846.4.4 Ponto de vista do aluno entrevista com o aluno Norberto .......................... 184
6.4.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1856.4.6 Principais caractersticas pedaggicas da professora ..................................... 1876.5 O Aluno Vasni (2 aula) ................................................................................. 1876.5.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 1876.5.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 1966.5.3 Ponto de vista do professor entrevista com a professora Diana .................. 1986.5.4 Ponto de vista do aluno entrevista com o aluno Vasni ............................... 1986.5.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 1996.5.6 Principais caractersticas pedaggicas da professora ..................................... 200
7 ESTUDO DE CASO N. 03: O PROFESSOR LUCAS ROBATTO
FLAUTATRANSVERSAL ........................................................................ 2027.1 A Aluna Marta (1 aula) ................................................................................. 2047.1.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 2047.1.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 2157.1.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Lucas ................... 2187.1.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com a aluna Marta ............. 2197.1.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 2197.1.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 2217.2 O Aluno Flavio (1 aula) ................................................................................ 2227.2.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 2237.2.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 2297.2.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Lucas ................... 2317.2.4 Ponto de vista do aluno entrevista com o aluno Flavio ............................... 2327.2.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 2337.2.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 2347.3 A Aluna Marta (2 aula) ................................................................................. 2357.3.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 2357.3.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 2477.3.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Lucas ................... 2497.3.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com a aluna Marta ............. 2507.3.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 251
7.3.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 2527.4 O Aluno Raul ................................................................................................. 2527.4.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 2527.4.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 2657.4.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Lucas ................... 2687.4.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com o aluno Raul .............. 2707.4.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 2727.4.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 2737.5 O Aluno Flavio (2 aula) ................................................................................ 2747.5.1 Transcrio da aula ........................................................................................ 2757.5.2 Ponto de vista da pesquisadora anlise da aula ........................................... 285
7.5.3 Ponto de vista do professor entrevista com o professor Lucas ................... 2877.5.4 Ponto de vista do aluno questionrio aplicado com o aluno Flavio ............ 2897.5.5 Cruzamento dos dados ................................................................................... 289
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7.5.6 Principais caractersticas pedaggicas do professor ...................................... 290
8 CONSIDERAES A RESPEITO DOS ESTUDOS DE CASO ............ 2928.1 Caso N. 1 Professor Mario Ulloa Violo ................................................ 297
8.2 Caso N. 2 Professora Diana Santiago Piano ........................................... 3008.3 Caso N. 3 Professor Lucas Robatto Flauta Transversal .......................... 301
9 CONCLUSO ............................................................................................. 304
REFERNCIAS .............................................................................................................. 307
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RESUMO
A presente pesquisa, atravs de estudos de caso, objetivou investigar a maneira como osprofessores de instrumento realizam articulaes pedaggicas em sala de aula visando umaaprendizagem significativa por parte dos alunos. Estruturalmente, este texto est organizadoda seguinte forma: Logo aps a Introduo (captulo um), que aponta e discute pesquisasem ensino de instrumento no Mundo Ocidental, incluindo pesquisas realizadas no Brasil,segue o captulo dois, intitulado Metodologia, que apresenta o problema de pesquisa, bemcomo a metodologia utilizada para conduzir esta investigao. O terceiro captulo, a ttulo de
Reviso Bibliogrfica apresenta alguns dados e reflexes relacionadas ao Ensino deInstrumento. No quarto captulo apresentada a "Abordagem PONTES", de Alda Oliveira,como referencial terico para a presente pesquisa. A referida abordagem aparece relacionada articulao de diferentes aspectos que envolvem o processo de ensino e aprendizagem emmsica. Os captulos cinco, seis e sete, so dedicados aos Estudos de Caso. Cada caso,referente a um professor, apresentado individualmente em um captulo, sendo que, em cadaum desses captulos (cinco, seis e sete), aps a transcrio das aulas observadas, soapresentadas a anlise de cada aula, as entrevistas com o professor e com o aluno e a seguir ocruzamento dos dados recolhidos, alm do relato das concepes de cada aluno a respeito dascaractersticas pedaggicas do seu professor. No captulo oito, so efetuadas reflexes arespeito dos estudos de caso apresentados e no captulo nove a Concluso apresenta como
resultados, as anlises dos casos estudados que mostram diferentes propostas de articulaespersonalizadas pelos professores, considerando os novos saberes e habilidades a seremtransmitidas a seus alunos, assim como a realidade do contexto artstico, educativo e socialdos mesmos. Foi encontrada, na atuao dos professores estudados, caractersticas daAbordagem PONTES, a saber: Positividade, Observao, Naturalidade, Tcnica
pedaggica, Expressividade e Sensibilidade. Finalizando, so discutidas algumas dascontribuies da presente pesquisa para o Ensino de Instrumento Musical, bem como para aformao continuada de professores de msica. Ao final da concluso so sugeridas novas
pesquisas na rea de Ensino de Instrumento.
Palavras-chave:Ensino de Instrumento; Articulaes Pedaggicas; PONTES.
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ABSTRACT
The present research consists of a case studies, and the aim of this research was to investigatehow music instrument teachers make pedagogical articulations in the music class aiming foreffective teaching. In chapter two, after the Introduction (chapter one), that discussesresearches in instrumental teaching in the Ocidental World and, inclusive, in Brazil, theresearch problem is defined, as well as, the methodology research concept enable to orientthis research. The third chapter presents some dates and reflections related to instrumentalteaching. In chapter four, is presented "The PONTES Approach", by Alda Oliveira, the
theoretical background of the present research on music teachers related to articulate thedifferent aspects that surround the teaching/learning process aiming at effective musiclearning. Chapter five, six and seven are dedicated to case studies. Each case is individuallyreported and is presented in a chapter which includes the lesson observed and the analysis ofeach lesson. Secondly, is presented the interview with the teacher, and with the student. Allthese points are reviewed in a cross-site analysis. After the end of the cross-site analysis eachstudent explains his/her pedagogical characteristics of his/her teacher. In chapter eightdevelops educational thoughts that come from the cases studied. Results indicate that thecases studied, several types and proposals of pedagogical articulations were created by the
professors for their students, taking into consideration the new knowledge and skills to belearned, and also the artistic, educational and social reality of that specific context.
Characteristics of the PONTES Approach were found among these articulations: Positivity,Observation, Naturality, Pedagogical Technique, Expressivity and Sensibility. Finally, theConclusion (chapter nine) brings the contributions of the present research to the field ofmusical instrument teaching as well as some implications for instrument teacher's education.Further research is suggested.
Keywords:Instrumental Music Education; Pedagogical Articulations; BRIDGES(PONTES).
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1 INTRODUO
A preocupao com questes relacionadas ao Ensino de Instrumento vem
sendo demonstrada por pesquisadores em alguns pases ao redor do mundo.
J h mais de duas dcadas, no ano de 1986, foi realizado um trabalho
relevante e abrangente em relao ao Ensino de Instrumento nos Estados Unidos durante o
Crane Symposium. O objetivo central desse encontro, que reuniu catorze renomados
pesquisadores nas reas de Msica, Esttica, Educao e Psicologia, foi o de buscar subsdiospara estabelecer um direcionamento para o Ensino da Performance. (FOWLER, 1986). No
referido Simpsio, que discutiu o preparo de contedos, programas e currculos, foi efetuado
um levantamento das pesquisas relacionadas aos processos de ensino e aprendizagem da
performance musical existentes poca. Desse levantamento, de acordo com Fowler (1986)
foram selecionados dados relevantes para a subrea, sendo que os resultados apontados foram
tanto tranqilizantes como provocativos, j que algumas prticas comuns encontradas nos
professores de instrumento foram consideradas como positivas, enquanto que outras prticastambm muito difundidas foram consideradas como negativas.
J na atualidade, autores como Susan Hallam (1998, 2006), Lisboa, et al.
(2005), Juslin e Persson (2002), Sloboda (2000), Bastien (1995), entre outros, vm
desenvolvendo trabalhos, alguns deles citados na Reviso Bibliogrfica da presente
pesquisa, que, ao abordarem o Ensino de Instrumento demonstram que continua a existir uma
preocupao significativa com esta subrea da msica no mundo.
Mesmo reconhecendo os esforos existentes no sentido de se estruturar oEnsino de Instrumento, esta pesquisadora concorda com a declarao de Malcom Tait (apud
Hallam 1998, p.229), que afirma que a profisso presentemente no tem um considervel
corpo de pesquisa no qual construir modelos de ensino de msica efetivos1.
No Brasil, apesar da preocupao com os processos de ensino e aprendizagem
de instrumento demonstrada por alguns pesquisadores na atualidade, ainda significativa a
escassez de trabalhos que venham aliar o estudo sistemtico da performance ao estudo de
1the profession does not presently have a comprehensive body of research on wich to build models of musicteaching effectiveness. Tait, M.J. Teaching strategies and styles. In: R. Cowel (Ed.)Handbook of Research onMusic Teaching and Learning.Music Educators National Conference. New York: Schirmer Books, 1992.Traduo desta pesquisadora.
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processos pedaggicos relacionados com a mesma (BORM, 2001 e 2005; DEL BEN e
SOUZA, 2007). Essa escassez se acentua, tanto no Brasil quanto em diversos pases, quando a
produo de pesquisas em Ensino de Instrumento comparada produo que relaciona a
Msica a subreas como Composio, Educao Musical, Musicologia / Etnomusicologia e
Performance, ou mesmo a outras reas do conhecimento como a Psicologia, a Sociologia, a
Filosofia, a Fsica e a Medicina, por exemplo (BORM, 2001 e 2005; GERLING E SOUZA,
2000; HALLAM, 1997; PARNCUTT e McPHERSON, 2002).
A realidade brasileira at o ano de 2001, de acordo com estatstica elaborada
por Fausto Borm (2001 e 2005) de que, dentre as 585 Teses e Dissertaes produzidas nos
cursos de Msica das principais universidades federais - trabalhos estes registrados entre 1981
e 2001 - menos de duas dezenas versam sobre o Ensino de Instrumento, ou seja, apenas 6%das teses e dissertaes em msica produzidas no Brasil, aproximadamente. Esta pesquisadora
vem encontrando dissertaes e teses que abordam o Ensino de Instrumento, defendidas a
partir do ano de 2002, entre as quais, Arajo (2005), Cruvinel (2003), Cruzeiro (2005), Louro
(2004), Oliveira (2007), Paiva (2004), Tourinho (2002), Ducatti (2005) e Sales (2002); porm,
no foi possvel estabelecer uma estatstica que relacione o nmero de teses e dissertaes
atuais da referida subrea, aos trabalhos defendidos em outras subreas de Msica, o que
deixa margem para pesquisas posteriores.Uma importante pesquisa, que aponta a realidade do Ensino de Instrumento no
Brasil, foi apresentada no XVII Encontro da ANPPOM (Associao Nacional de Ps-
Graduao e Pesquisa em Msica) realizado no ms de agosto de 2007. No referido encontro
as educadoras musicais Luciana Del Ben e Jusamara Souza (2007) apresentaram um
levantamento, tomando como dados os trabalhos apresentados em catorze dos quinze
encontros anuais da ABEM (Associao Brasileira de Educao Musical) realizados entre
1992 e 2006. Entre os itens sistematizados foram relacionados os temas dos encontros, bemcomo o nmero e modalidades de trabalhos apresentados. Foram tambm escolhidos eixos
temticos para agrupar os trabalhos. Observando os temas de cada encontro, esta pesquisadora
no encontrou, entre eles, nenhum tema que mencionasse o Ensino de Instrumento, porm, o
X Encontro, realizado no ano de 2001 em Uberlndia, MG, tem um dos eixos temticos
relacionados formao do professor de instrumento, abordando tambm as aulas de
instrumento. Nesse mesmo encontro, uma iniciativa que impulsionou a subrea no pas foi a
criao do Grupo de Trabalho Performance e Pedagogia do Instrumento, coordenado por
Snia Ray. Entre os temas sugeridos para discusso na ocasio, podem ser destacados: As
possibilidades de pesquisa em performance e pedagogia do instrumento musical e a
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formao do professor de instrumento musical. No XI Encontro, em 2002, mais uma vez a
formao de professores e as aulas de instrumento fazem parte do eixo temtico do congresso.
Portanto, entre os encontros da ABEM analisados por Del Ben e Souza (2007), apenas o X e o
XI apresentaram o Ensino de Instrumento como um dos eixos temticos.
A respeito do teor das pesquisas em Ensino de Instrumento realizadas na
atualidade, Del Ben e Souza (2007) avaliam:
As temticas referentes s escolas de msica e ao ensino de instrumentoparecem ainda privilegiar a idia de mtodos ou propostas de ensino emdetrimento de discusses mais conceituais, o que sugere a necessidade deampliar esse campo de investigao e ao para alm dos contedos tcnico-musicais [...] (ibid., 2007, p. 7).
As informaes e dados acima, ao apresentarem um panorama do Ensino de
Instrumento, alm de apontar iniciativas que vm sendo tomadas no sentido de uma melhor
estruturao do mesmo, revelam tambm que muito ainda h por fazer por esta subrea da
Msica.
Tais concluses so tambm uma justificativa para a presente pesquisa que,
indo alm dos contedos tcnico-musicais (DEL BEN E SOUZA, 2007) estudou as
articulaes pedaggicas realizadas por trs professores de instrumento em sala de aula.A presente pesquisa aponta a realizao de articulaes pedaggico-musicais
encontradas na prtica de ensino dos professores Dr. Lucas Robatto, Dr. Diana Santiago e Dr.
Mario Ulloa, professores de reconhecida competncia acadmica, musical e educacional,
junto a alunos de instrumento da Escola de Msica da Universidade Federal da Bahia. Atravs
de Estudos de Caso, foram investigadas cinco aulas ou master classes de cada professor.
Durante a investigao foram observadas as maneiras como os referidos professores efetuam
articulaes entre o aluno, a partir de suas caractersticas individuais e a aprendizagem deconhecimentos e de habilidades em execuo instrumental.
A principal ferramenta utilizada no estudo da atuao dos professores em sala
de aula foi a Abordagem PONTES, desenvolvida por Alda Oliveira (2001, 2005, 2006),
aliada literatura corrente abalizada em Ensino de Instrumento apresentada na Reviso
Bibliogrfica da presente pesquisa. A partir do referencial terico, cada aula foi analisada
com a finalidade de responder a seguinte questo de pesquisa: Como os professores de
instrumento escolhidos articulam pedagogicamente seus saberes e prticas visando uma
aprendizagem musical significativa?
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A respeito do significado da expresso articulaes pedaggicas utilizada
neste artigo, transcrita abaixo uma definio elaborada por Oliveira (2008):
Por articulao pedaggica entendo todo o percurso do processo(movimento) de ensino e aprendizagem em direo construo doconhecimento necessrio para solucionar problemas, que realizado napraxiseducativa entre indivduos. Esse processo de articulao pedaggica, visto como um caminho para o desenvolvimento. Nesse caminho dearticulao pedaggica vo sendo construdas ou criadas pontes dearticulao ou aes pontuais que conduzem, ligam, conectam, fazem atransio entre os atores e sujeitos participantes do processo de articulao
pedaggica e os saberes que esto sendo trabalhados. Vemos o professorcomo uma das principais figuras para a arquitetura da articulao pedaggicaem msica...(Ibid, 2008).
Aps a anlise de cada aula, realizada por esta pesquisadora, foi apresentado o
resultado das entrevistas de estimulao de recordao realizadas tanto com os professores,
como com os alunos estudados. Aps as entrevistas, foi efetuado um cruzamento de dados,
quando foram verificadas as similaridades e discrepncias entre as respostas dos professores e
as respostas dos alunos s questes propostas pela entrevista, bem como entre os resultados da
anlise de cada aula que foi efetuada por esta pesquisadora. Aps o cruzamento dos dados foi
adicionado o subtpico Caractersticas do professor, onde cada um dos alunos aponta as
principais caractersticas pedaggicas que encontra em seu professor. As declaraes dos
alunos foram analisadas luz da Abordagem PONTES, sendo buscadas correlaes entre as
caractersticas apontadas pelos mesmos e as caractersticas e aes docentes consideradas
necessrias ao professor de msica, a partir da referida abordagem.
Na concluso foram apresentados os resultados finais do presente estudo, cuja
leitura poder contribuir na formao continuada de professores de instrumento.
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2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Sendo toda pesquisa cientifica uma busca pela construo de novos
conhecimentos, os mtodos de pesquisa so os meios atravs dos quais os objetivos da
pesquisa so atingidos. E ao estudo de tais mtodos que a Metodologia da Pesquisa se
dedica (Freire e Cavazotti, 2007, p. 25).
A metodologia de pesquisa tem sido definida por Pedro Demo (1981, p.55)
como uma disciplina instrumental cujo sentido exclusivo montar condies mais propciaspara a pesquisa social cientfica. Para o autor, a metodologia tambm questiona a
cientificidade da produo tida por cientfica. A pesquisa, de um modo geral, seria para este
autor (p. 103) um trabalho de produo de conhecimento no repetitivo, mas produtivo e
original, sendo que a metodologia estaria voltada s preocupaes de carter terico da
pesquisa, ou seja, aos referenciais da mesma. Uma das principais proposies da metodologia
seria levar o pesquisador a um conhecimento das vrias abordagens de pesquisa (empirismo,
positivismo, funcionalismo, sistemismo, dialtica e estruturalismo, entre outras), ou seja, sdiferentes maneiras atravs das quais possvel elaborar um quadro de referncia na pesquisa
para que, atravs de um estudo crtico, seja definida a abordagem a ser utilizada em uma
investigao.
De acordo com Freire e Cavazotti (2007, p. 13), a pesquisa sobre arte, que
inclui a pesquisa em msica, seria resultante de uma construo sistemtica, sustentvel por
uma lgica interna, mas tambm suscetvel de comprovao emprica, mesmo quando no
pretende generalizar concluses. Em relao pesquisa em Educao Musical e a relevnciada mesma para a subrea, Swanwick (1988, p.123-132) parte da questo colocada por Elliot
Gisner que indaga se a pesquisa educacional poderia contribuir com informaes para a
prtica educacional. Swanwick cita a resposta afirmativa do prprio Gisner, que ainda critica
a pesquisa que pode apenas responder s questes com dados sobre escolas e outras
instituies, assim como critica tambm pesquisadores que se vm como psiclogos,
socilogos ou cientistas polticos, por exemplo. Ele afirma que na verdade o pesquisador em
Educao Musical deve ser simplesmente um educador pesquisando na rea da educao.
Alda Oliveira (2008), em depoimento afirma:
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A pesquisa em Educao Musical precisa re-alimentar a prtica do professorde msica, seja em sala de aula, em apresentaes musicais, na organizaode planejamentos curriculares e programas especiais, tanto nas instituiesescolares como em outros contextos socioculturais, sejam eles formais ouinformais. Portanto, a observao da realidade da sala de aula se tornaassunto relevante para o desenvolvimento de pesquisas. (ibid., 2008)
2.1 Abordagens Qualitativas de Pesquisa
Utilizadas, se bem que em pequena escala, pelas Cincias Sociais 2 desde o
final do Sculo XIX, bem como na primeira metade do Sculo XX,
3
as abordagensqualitativas de pesquisa s passaram a ser reconhecidas oficialmente no final dos anos de
1960 (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 20-23). A investigao em Educao, institucionalizada
desde a dcada de 1950 (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 19), da mesma maneira que
pesquisas em outras reas ligadas s cincias humanas e s cincias sociais utilizaram por
algum tempo as mesmas abordagens e mtodos de pesquisa aplicados s cincias fsicas e
naturais. Dessa forma, o fenmeno educacional era estudado tal qual so estudados os
fenmenos fsicos.
A partir da dcada de 1970, discusses e tomadas de posies a respeito de
abordagens quantitativas e qualitativas4 levam a investigao qualitativa a ocupar um lugar
significativo nas pesquisas em cincias sociais e por conseqncia nas pesquisas em
Educao. Na dcada de 1990 puderam ser observados avanos ainda maiores na investigao
qualitativa. Tais avanos foram denominados por Bogdan e Biklen (1994, p. 40-46), como a
fase ps-moderna da investigao qualitativa. Esta denominao justificada pelos autores
devido crescente utilizao do computador nas pesquisas, bem como pelo florescimento de
abordagens feministas, que, de acordo com os mesmos, levaram emoo e sentimento ao
campo rido das investigaes.
Desde ento, a cada dia se torna mais evidente o interesse que os
pesquisadores da rea de educao vm demonstrando pelo uso das metodologias
qualitativas (LDKE e ANDR, 1995, p.11). As abordagens qualitativas, que passaram a ser
2Um exemplo a pesquisa de W.E.B. Du Bois The Philadelphia Negro, 1899 que consistiu em um ano e meiode observao e entrevistas com o propsito de examinar as condies de vida da populao negra da
Philadelphia (BOGDAN E BIKLEN, 1994, p. 21).3No ano de 1932 o trabalho de Webb e Webb torna-se a primeira discusso sobre a abordagem qualitativapublicada (BOGDAN E BIKLEN, 1994, p. 23).4Discusses que continuaram nos anos de 1980 e 1990 (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 42).
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utilizadas em contrapartida ao esquema positivista de investigao - que at algumas dcadas
atrs impunha a sua forma de pesquisa, na qual o pesquisador deveria ser isento ou neutro
em relao ao seu objeto de estudo - se apresentam como uma modalidade de pesquisa mais
comprometida com a realidade histrica e com as constantes transformaes que a sociedade,
em geral, vem atravessando.
De acordo com Pedro Demo (2001, p. 30) A informao qualitativa no busca
ser neutra ou objetiva, mas permevel argumentao consensual crtica, dentro do meio
termo.... A forma de investigao, a que se denominou Investigao Qualitativa, se
caracteriza pela multiplicidade de mtodos e tcnicas utilizados e por no priorizar a
mensurabilidade dos dados quantitativos.
As caractersticas apresentadas acima so fatores que contribuem para que as
abordagens qualitativas venham encontrando grande sintonia com as investigaes realizadas
na rea educacional e conseqentemente nas pesquisas em Educao Musical. Existe uma
detalhada literatura especfica a respeito dos diferentes mtodos e abordagens que podem ser
inseridos na categoria de pesquisa qualitativa. Essa literatura aborda mtodos e tcnicas como
estudos de caso, investigao participativa, entrevistas, observao participante, registros
audiovisuais e anlises interpretativas, entre outros.
So tambm inmeros os conceitos e terminologias relativas s abordagens
qualitativas, tais como pesquisa qualitativa, participante, etnogrfica e naturalstica, para os
quais so atribudos muitas vezes significados distintos, por diferentes autores. Optamos na
presente pesquisa, pela utilizao do termo Investigao Qualitativa, termo este adotado por
Bogdan e Biklen em sua obraInvestigao Qualitativa em Educao(1994).
Para uma melhor definio dos contornos da Investigao Qualitativa
utilizaremos os conceitos propostos pelos autores Bogdan e Biklen (1994, p. 47-51), que vm
sendo largamente utilizados na literatura especfica. Tais conceitos apontam cincocaractersticas principais que definiriam uma investigao qualitativa:
a) A investigao qualitativa se desenvolve no contexto natural, sendo o
pesquisador o elemento-chave da investigao, tanto na coleta dos dados
como na interpretao dos mesmos.
b) Na investigao qualitativa, os dados coletados so essencialmente de
natureza descritiva, [...] em forma de palavras ou imagens e no de
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nmeros. Os dados devero incluir relatrios de observao,
documentao em udio, vdeo e fotografias, transcries de entrevistas,
documentos pessoais e oficiais. Os dados e a maneira como os mesmos
forem transcritos ou registrados devem ser respeitados ao mximo
possvel, sendo analisados em toda a sua riqueza. Quanto maior o
nmero de detalhes considerados, mais importantes sero os resultados
da investigao (p.47 e 48). Kraemer (2000) afirma que A Pedagogia
considera como fontes: fontes de palavras faladas, fontes visuais, fontes
de divulgao e de som, fontes abstratas (instituies, situaes jurdicas
e legislativas) feitos dos costumes e da lngua.
c) Os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que
simplesmente pelos resultados ou produtos (BOGDAN e BIKLEN,
1994, p. 49).
d) Os autores afirmam que a investigao qualitativa se utiliza da anlise
indutiva, nunca definindo hipteses com o objetivo de que as mesmas
sejam confirmadas ou rejeitadas pela investigao. ... as abstraces(sic) so construdas medida que os dados particulares que foram
recolhidos vo se agrupando (p.50). Bogdan e Biklen afirmam que:
para um pesquisador qualitativo que esteja elaborando uma teoria a
respeito do seu objeto de estudo, a direo dessa teoria s vai comear a
se definir aps a coleta dos dados e do contato contnuo com os sujeitos.
Para os autores, a investigao qualitativa no significa montar um
quebra-cabea do qual j conhecemos a forma final, mas sim, aconstruo de um quadro cuja forma ir se definindo a partir da coleta e
anlise dos dados. Para os autores:
O processo de anlise dos dados como um funil: as coisas esto abertas deincio (ou no topo) e vo tornando-se mais fechadas e especficas noextremo. O investigador qualitativo planeia (sic) utilizar parte do estudo para
perceber quais questes so mais importantes. No presume que se sabe osuficiente para reconhecer as questes importantes antes de efectuar (sic) ainvestigao (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 50).
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e) O significado de importncia vital na abordagem qualitativa O
pesquisador deve buscar os significados que os participantes da pesquisa
atribuem a cada situao, fato ou objeto, utilizando-se da sua observao
e sensibilidade (exemplo: relatos orais, respostas a entrevistas e
questionrios, entre outros). O investigador qualitativo preocupa-se em
registrar da forma mais rigorosa que for possvel a maneira como cada
participante da pesquisa interpreta o seu significado.
As caractersticas apontadas por Bogdan e Biklen (1994, p. 47-51) ratificam a
escolha de uma abordagem de carter qualitativo para a presente pesquisa, pois:
A Investigao, que se utilizou do Estudo de Caso, foi desenvolvida no
contexto natural de sala de aula, sendo que no papel de pesquisadora, fui
responsvel pela coleta de dados, bem como pelo trabalho de
interpretao das informaes obtidas;
Ao decidir a categoria de observao a ser utilizada nos estudos de caso
da presente pesquisa (ANGROSINO and MAYS DE PREZ, 2003, p.3), a opo escolhida foi a observao como participante, que, para
Buford Junker (1971), in: Ldke e Andr, (1995, p.28 e 29), a
modalidade de observao em que a identidade do observador revelada
ao grupo, bem como os objetivos de sua pesquisa. Esta pesquisadora
optou tambm pela documentao em vdeo e relatrios escritos, bem
como por entrevistas semi-estruturadas (LDKE e ANDR, 1995, p.33)
e alguns questionrios, contendo as mesmas perguntas das entrevistas,que foram aplicados com alguns alunos via e-mail. As entrevistas semi-
estruturadas foram realizadas na categoria de estimulao de recordao
(Pacheco, 1995), sendo que, os professores e alunos entrevistados
assistiram a gravao em vdeo das suas aulas ou leram o relatrio de
observao das mesmas, redigido por esta pesquisadora.
A investigao no objetivou avaliar quantitativamente as articulaes
pedaggicas observadas nos professores estudados, mas sim, descrev-
las e interpret-las, visando desvelar os processos pedaggico-musicais
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de tais professores que podero ser utilizados como subsdios na
preparao de novos professores de instrumento;
Na presente pesquisa foram coletados dados, que foram analisados
subjetivamente, tais como as respostas s entrevistas e questionrios,
bem como as manifestaes em sala de aula, tanto dos professores
observados como dos alunos, entre outros aspectos.
2.2 O Trabalho de Campo
O trabalho de campo, sendo realizado de forma minuciosa, leva o pesquisador
a uma descrio de detalhes que podero ser importantes e at decisivos na anlise dos dados,
tais como:
Descrio dos sujeitos da pesquisa a aparncia dos mesmos, o modo
como falam, o que esto tentando expressar com gestos e expressesfaciais, entre outros aspectos a serem observados;
Reconstruo dos dilogos transcrio ou textualizao fiel das falas e
dilogos que ocorrem durante a observao;
Descrio do espao fsico alm da descrio escrita do espao
fsico, podem ser includos nos relatrios de pesquisa desenhos do localonde feito o estudo de caso. Por exemplo, da sala de aula, incluindo a
disposio dos mveis e a posio onde ficam os alunos e o professor;
Relatos de acontecimentos particulares Acontecimentos ocorrentes,
no premeditados tambm podero ser teis, se relatados;
Descrio detalhada das atividades Do comportamento dos
participantes do estudo de caso e da seqncia do que vai ocorrendo em
sala de aula durante a observao (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.163).
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mpo, o
pesquisador decises
ssertivas em relao pesquisa (p. 207 - 210):
Procure ir tomando decises que sejam relacionadas ao tipo de estudo
Planeje a sesso de coleta de dados a partir do que j foi detectado em
e, pois
descreve os mento em que os mesmos ocorrem. O enfoque est,ortanto nas condies dominantes na msica ou em situaes musicais, ou no
comportament
como instrumentista e professora de instrumento foram delineados alguns
aspectos music
a respirao do aluno,
objetivando uma determinada sonoridade ao este tocar uma nota, um
Os autores acima recomendam ainda que, durante o trabalho de ca
faa anlises de todas as situaes possveis a fim de ir tomando
a
Procure tomar decises que direcionem o foco da investigao;
que pretenda realizar;
Desenvolva questes analticas;
observaes anteriores.
Em msica, o trabalho de campo de uma investigao important
acontecimentos no mop
o de uma pessoa ou de um grupo numa situao musical (YARBROUGH,
1995, p.88).
Em virtude de a presente pesquisa consistir em uma investigao qualitativa na
rea de Educao Musical, durante o trabalho de campo, a partir da experincia desta
pesquisadora
ais e tcnicos trabalhados pelos professores, sujeitos da presente pesquisa, com
seus alunos, a serem observados. Entre eles so destacados:
A maneira como cada professor trabalhou detalhes como a postura, a
colocao das mos e dedos no instrumento ou
motivo ou frases musicais;
A maneira como o professor explicou determinados conceitos musicais a
cada aluno, em especial;
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A organizao do contexto das aulas de cada professor em funo das
necessidades dos alunos a respeito da aprendizagem de repertrio,
levando em conta informaes histricas e outras questes musicais;
al;
tocada por um de seus alunos;
de, medo de tocar em pblico e falta de
familiaridade com o instrumento;
rticular, para esclarecer dvidas ouensinar novos conceitos aos outros alunos presentes.
espao fsico ia.
isa teve como objeto de estudo a investigao das articulaes
as prticas pedaggico-musicais efetuadas pelos trs professores de instrumento estudados,
ntre seus alunos de instrumento e os novos conhecimentos e habilidades em Interpretao
Musical a sere
2.4 Fundamentao Terica
A maneira como cada um dos professores observados trabalhou questes
referentes expressividade do aluno em relao interpretao music
O modo como cada um dos professores agiu ao tirar dvidas a respeito
de questes tcnicas ou de interpretao musical de determinada pea
A maneira pela qual os professores estudados trabalharam com seus
alunos questes como: ansieda
O modo como os professores, em uma aula em grupo, utilizaram o
trabalho com um aluno, em pa
Para a realizao dos estudos de caso foi escolhido como local, ou
, a Escola de Msica da Universidade Federal da Bah
2.3
Objeto da Investigao
A presente pesqu
d
e
m transmitidos aos mesmos.
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23
O conceito de articulaes pedaggicas explicitado na Abordagem PONTES
LIVEIRA, 2001, 2005, 2006) foi o foco terico atravs do qual foram observadas,
s as pontes ou transies efetuadas pelos professores durante
processo de ensino e aprendizagem.
O objetivo principal da presente investigao foi o estudo das articulaes
edaggicas, mais especificamente das PONTES (Oliveira, 2001, 2005, 2006) desenvolvidas
r sino de instrumento pelos professores: Lucas Robatto, Diana Santiago e Mario
lloa.
A principal questo da presente pesquisa foi: Como os professores de
strumento escolhidos articulam pedagogicamente seus saberes e prticas visando uma
icativa?
2.7 Tcnicas
Para fazer a distino entre metodologia e mtodos e tcnicas de pesquisa,
sta pesquisadora utilizou como fundamentao a afirmao de Pedro Demo (1981, p.55) de
ca Latina, metodologia significa o momento da pesquisa onde
ntram em pauta preocupaes de carter terico, ou seja, os quadros referenciais de
terpretao da realidade. J os mtodos e tcnicas de pesquisa, de carter emprico, teriam
como preocupao principal a coleta e mensurao dos dados.
(O
registradas, descritas e analisada
o
2.5 Objetivo
p
na p tica de en
U
2.6
Questo da Pesquisa
in
aprendizagem musical signif
de Pesquisa
e
que, principalmente na Amri
e
in
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24
Na presente investigao foram utilizadas tcnicas de pesquisa comuns a uma
investigao qualitativa. As mesmas so descritas abaixo:
2.7.1 O estudo de caso
ducacional quando se necessita de
ma ferramenta para estudar uma unidade, seja uma escola, um professor, um aluno ou uma
la de aula, a partir de um estudo descritivo, sendo que o objetivo de tal observao
samente a multiplicidade dos fenmenos que constituem umaeterminada unidade (COHEN e MANION, 1994, p.120-123). Existe porm a possibilidade
e se estudar dois ou mais casos ao mesmo tempo, como ocorre na presente pesquisa
(BOGDAN e B
smo
n
etao em contexto. Para
melhor se compreender um objeto de pesquisa preciso levar em conta
c) rocuram retratar a realidade de forma completa e
profunda. O estudo de caso enfatiza a complexidade natural das
d) de fontes de informao. O
pesquisador colher dados diversos em diferentes situaes, por
diferentes meios, a partir de diferentes pessoas e em diferentes fontes de
informao;
O Estudo de Caso utilizado na pesquisa e
u
sa
analisar profunda e intend
d
IKLEN, 1994; BRESLER & STAKE, 1992; MERRIAM, 1988).
Na busca por definir os contornos desse tipo de abordagem, Ldke e Andr
(1995, p.18-20) estabelecem sete princpios, de acordo com os quais seria possvel
caracterizar um estudo como estudo de caso qualitativo:
a) Os estudos de caso visam descoberta. Durante o desenvolvimento da
pesquisa, o pesquisador deve estar sempre atento a fatos novos e me
o previstos por ele;
b) Os estudos de caso enfatizam a interpr
o contexto no qual o mesmo est inserido;
Os estudos de caso p
situaes, evidenciando a inter-relao dos seus componentes;
Os estudos de caso usam uma variedade
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e)
ra si as
experincias vivenciadas pelo pesquisador;
f)
trar para a pesquisa opinies colhidas, mesmo que
conflitantes e adicionar a sua prpria viso da situao;
g)
quisa. O estilo de escrita
mais informal, descritivo, com exemplos, inclusive auditivos e visuais,
que o
pesquisador
Uma atividade especfica selecionada (BOGDAN e BIKLEN, 1994,
p.
Levando em considerao as caractersticas acima, que definem um estudo de
caso, de alitativa, este foi o formato metodolgico escolhido para a
resente pesquisa. Atravs de trs estudos de caso foi observada a atuao de trs professores
de instrume te, em relao aos seus alunos (LDKE e
NDR, 1995, p.18).
, seria
possvel de r a este estudo como um estudo multi-caso ou de mltiplos casos
OGDAN e BIKLEN, 1994; BRESLER & STAKE, 1992). Para a presente pesquisa foi
escolhida, porm, a definio de Merriam (1988), que utiliza a expresso Estudo de Caso,
Os estudos de caso revelam experincia vicria e permitem
generalizaes naturalsticas. O leitor poder aproveitar pa
Estudos de caso procuram representar os diferentes e s vezes
conflitantes pontos de vista presentes numa situao social. O
pesquisador
Os relatos do estudo de caso utilizam uma linguagem e uma forma maisacessvel do que os outros relatrios de pes
levando em considerao a compreenso do leitor.
Para que seja realizado um estudo de caso de observao, necessrio
defina:
Um local especfico;
Um grupo especfico de pessoas;
84).
ntro de uma abordagem qu
p
nto, cada um deles individualmen
A
Pelo fato da presente pesquisa estar lidando com trs casos diferentes
nomina
(B
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26
independente d
e modo a criar um confronto entre os dados dos casos entre si.
O papel do investigador, de extrema importncia em uma Investigao
i ligente e ativo entre o conhecimento existente e as
vidncias, ou novas descobertas encontradas a partir da pesquisa realizada (LDKE eNDR, 1995, p.5-7). Ainda a respeito do papel do investigador as autoras afirmam que, nos
moldes atuais
vestigao. Sendo assim, necessrio que o investigador procure, ao mximo, eliminar os
us preconceitos (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.83). Eliminar todos os preconceitos e
a investigao qualitativa no algo de todo possvel, pois, cada
vestigador traz consigo suas caractersticas pessoais, tais como suas vivncias, seus valores
e seus conhec
a quantidade de casos estudados. A opo por esta ltima definio se justifica
pelo fato de ter sido trabalhado um mesmo tipo de objeto de estudo, ou seja: o estudo de trs
professores de instrumento e seus alunos, bem como a busca de articulaes pedaggicas
realizadas pelos professores de cada caso estudado. A anlise das informaes colhidas em
cada caso no ocorreu d
2.7.1.1 Participantes da pesquisa
Como participantes da presente pesquisa, so apresentados os sujeitos abaixo:
2.7.1.1.1 O investigador
Qualitat va, seria o de veculo inte
eA
da pesquisa qualitativa, o pesquisador colocado no meio da cena de
in
se
garantir a neutralidade em um
in
imentos que podero interferir no olhar com que o mesmo observa, registra eanalisa as cenas investigadas. A esse respeito Demo (2001, p.24) declara que a prpria
politizao do sujeito garante que a neutralidade s pode significar a tentativa, o propsito ou
mesmo o compromisso de no interferncia, no para que no se faa interferncia, mas, para
controlar minimamente a interferncia inevitvel.
No papel de investigadora, durante o trabalho de campo, esta pesquisadora
permaneceu em cada sala de aula, nos horrios escolhidos previamente em acordo com os
professores, observando e registrando em vdeo e em relatrios escritos o ocorrido durante as
aulas. Para a anlise dos casos estudados, esta pesquisadora utilizou, alm da fundamentao
terica e leituras complementares, de sua experincia de mais de vinte anos como professora
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de instrumento (flauta transversal e piano), bem como de sua experincia de dezoito anos
como instrumentista (flautista da Orquestra Filarmnica do ES). Em todos os passos da
pesquisa, ou seja, na coleta de dados, no momento de selecionar os recortes das articulaes
pedaggicas efetuadas por cada um dos professores entre seus alunos e os novos
conhecimentos
ao musical
Barrios, no
mio Printemps de la Guitare, na Blgica. Em sua
rio Ulloa vem se apresentando em
ses ga, Frana,
ova York e outras cidades), Mxico,
, Costa Rica, Equador, Argentina, Paraguai, bem como nas
ministrados, bem como na anlise dos dados obtidos, esta pesquisadora
procurou ser o mais isenta possvel, atravs do planejamento de ao em cada etapa. Isso
significa que foi planejado, antes do incio da etapa de observao, que elementos da atuao
de cada professor seriam observados e registrados; quais momentos observados seriam
selecionados para a anlise e como essa anlise seria efetuada. Porm, em geral, a
pesquisadora estava sempre aberta para incorporar algum elemento que pudesse ser
considerado relevante, novo e que pudesse contribuir para o desenvolvimento do estudo.
2.7.1.1.2 Os professores de instrumento investigados
A partir dos critrios de competncia pedaggica e tcnica (no instrumento),
bem como pela proximidade do local de trabalho, tanto dos professores entre si, como pela
facilidade de acesso a esse local por esta pesquisadora, foram escolhidos, dentre osprofessores de instrumento da Escola de Msica da Universidade Federal da Bahia, os
professores abaixo, para terem suas atuaes em sala de aula estudadas.
O Prof. Dr. Mario Ulloa formao e atu
O professor MARIO ULLOA natural de Costa Rica e graduou-se em
violo pela Escuela de Artes Musicales de la Universidad de Costa Rica.
Em 1990 obteve o Konzertexamen na Musikhochschule Kln, Alemanha.
Em 1994 obteve o Prmio de Melhor Intrprete de Agustn
Paraguai e em 1997 o Pr
carreira, o professor e violonista Ma
pa como Inglaterra, Alemanha, ustria, Holanda, Norue
Blgica, Canad, Estados Unidos (N
Panam
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28
principais capitais brasileiras. Ulloa cursou seu doutorado em msica no
Programa de Ps-Graduao da Escola de Msica da Universidade Federal
da Bahia, onde atualmente professor de violo nos cursos de Graduao e
Ps-Graduao. O professor Mario Ulloa tem sido convidado a ministrar
master classese seminrios em universidades e outras instituies musicais
nacionais e internacionais.
A Prof. Dr. Diana Santiago formao e atuao musical
A professora DIANA SANTIAGO Doutora em Execuo Musical/Piano
pela Universidade Federal da Bahia. tambm Mestre em Execuo e
Literatura Pianstica, bem como Mestre em Educao Musical pelaEastman
School of Music, da Univer
sidade de Rochester (Nova York). A professora
Diana iniciou seus estudos de piano com sua me, aos quatro anos de idade.
No Brasil, estudou com os professores Paulo Gondim, Ryoko Katena Veiga
rn ulas deAlta Interpretao Pianstica com Charles Rosen, David Witten, Emmy
Henz-Diemmand, Luiz Medalha, Nelson Freire e Sergei Dorenski. Sua
e A aldo Estrella e nos EUA com James Avery. Realizou tambm a
carreira como pianista se iniciou aos sete anos de idade e aos dez anos j
atuava como solista a frente de orquestras. Diana Santiago se apresentou
como recitalista, camerista e acompanhadora em vrios estados brasileiros,
bem como nos Estados Unidos. tambm detentora de prmios artsticos e
acadmicos, entre os quais o Prmio COPENE Cultura e Arte em1999, quelhe possibilitou o lanamento do CD, Alma brasileira. A professora Diana
Santiago vem se dedicando a atividades de pesquisa desde sua graduao,
tendo posteriormente sido representante da Regio Norte-Nordeste no
conselho diretor da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em
Msica (1990-1991), tesoureira da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-
Graduao em Msica (1991-1995) e segundo-secretrio da Associao
Brasileira de Educao Musical (1993-1995). ainda vice-presidente da
Associao Brasileira de Cognio e Artes Musicais (2006-2008) e membro
efetivo da European Society for the Cognitive Sciences of Music.
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29
Atualmente a professora Diana Santiago ocupa o cargo de Professor
Adjunto de Piano da Escola de Msica da Universidade Federal da Bahia.
O Prof. Dr. Lucas Robatto formao e atuao musical
O professor LUCAS ROBATTO natural de Salvador, Bahia e graduou-se
em flauta transversal pela Escola de Msica da Universidade Federal da
Bahia. Entre os anos de 1986 e 1992 continuou seus estudos na Escola
Estatal Superior de Msica de Karlsruhe, na Alemanha, na classe da
professora Renate Greiss-Armin. No ano de 1990 graduou-se como Msico
de Orquestra, tendo completado o Curso de Aperfeioamento Artstico
uiv 7 e 2001
cursou o Doutorado em Flauta na Universidade de Washington, Seattle na
classe do professor Felix Skowronek. O professor Lucas Robatto tem
(eq alente ao Master of Music) em 1992. Entre os anos de 199
participado de diversos cursos e festivais de msica, como bolsista e como
artista convidado, tanto no Brasil como na Itlia, Alemanha, Suia,Argentina, Estados Unidos e Canad. Em 1982 o professor Lucas Robatto
passou a integrar a Orquestra Sinfnica da Bahia (OSBA), onde desde 1991
ocupa o cargo de primeiro flautista /chefe de naipe. No ano de 1992 o
professor Lucas Robatto foi contratado como professor de flauta da Escola
de Msica da Universidade Federal da Bahia, onde hoje Professor Adjunto
de flauta, lecionando na graduao e ps-graduao (mestrado e doutorado),
exercendo tambm o cargo de Vice-Diretor da Escola de Msica da UFBA.O professor Lucas Robatto vem atuando como msico convidado em
diferentes orquestras, entre elas a OSESP a Orquestra Sinfnica da UFBA, a
Orquestra Sinfnica da Escola Superior Estatal de Msica de Karlsruhe, a
Bach Akademie-Stuttgart e a Orquestra do Teatro Arthur Azevdo
Maranho. Como solista tem se apresentado frente a orquestras como a
Orquestra Sinfnica da UFBA, Orquestra Sinfnica da Bahia, Orquestra
Sinfnica de Minas Gerais, Orquestra Municipal de Campinas, Orquestra da
Universidade de Washington e Orquestra da Chamber Music San Juans,
entre outras. Lucas Robatto tem atuado tambm como camerista com os
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seguintes grupos: Bahia Ensemble, Quarteto de Madeiras da Bahia,
Contemporary Ensembleda Universidade de Washington, Chamber Music
San Juans e Duo Robatto. Lucas Robatto foi premiado nos seguintes
concursos: Concurso Eldorado (1995), Concurso de Msica de Cmara
Santa Marcelina - SP (1995), Concurso Jovens Cameristas - Paraiba (1996),
Concurso Internacional de Msica de Cmara de Buenos Aires (1996),
Concerto Competition da Universidade de Washington (1998) e Prmio
BRASKEM Arte e Cultura - Bahia (2002). Em 2002 Lucas Robatto,
juntamente com Pedro Robatto gravou o CD "DUO ROBATTO" com obras
para flauta e clarineta. Em 2003 Lucas Robatto participou de uma turn
como camerista pela Sua e Alemanha e desde 2004 tem sido o professorde flauta dos Veres Musicais (Gramado e Canela-RS). Desde 2004
tambm o representante oficial no Brasil da Ernst Widmer Gesellschaft
(Sua).
Os alunos
Foram investigadas as aulas de onze alunos do curso de gradua
nto da Escola de Msica da Universidade Federal da Bahia, de diversos nv
gressos ao curso formandos) e um aluno do doutorado em flauta transver
2.7.1.1.3
o em
instrume eis (de
recm-in sal. Os
referidos alunos participaram como executantes durante as aulas e master classes observadas,
ndo que trs alunos tiveram suas aulas investigadas duas vezes, pelo simples fato de serem
s executantes nos dias marcados para as filmagens.
.7.1.1.4 A Prof. Dr. Alda Oliveira
ribuindo, como autora da Abordagem
se
o
2
Professora Orientadora do Programa de Ps-Graduao em Msica da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), na rea de Educao Musical; Pesquisadora Nvel 1
pelo CNPq.Possui Doutorado (PhD) pela Universidade do Texas em Austin, Texas, Estados
Unidos da Amrica. A professora Alda vem cont
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PONTES, para a anlise das articulaes pedaggicas realizadas pelos professores
studados.
.7.1.2 A observao
rpretao das observaes realizadas o pesquisador tem que contar com suaxperincia pessoal, seus conhecimentos e suas sensibilidades, entre outras caractersticas e
abilidades.
m ao pesquisador definir o tipo de observao a que se prope: se
ais interativa com os atores do fenmeno estudado ou se mais isento, apenas no papel de
bservador. Para o estudo de caso que esta pesquisa props, foi escolhido o formato de
observao qu
Nessa posio, o pesquisador pode ter acesso a uma gama variada de
seus comentrios durante
pre que chegar a concluses mais consistentes, fazer uma espcie de
Memorando que regi
e
2
Utilizada como o principal mtodo de investigao em abordagens qualitativas
e principalmente no Estudo de Caso, a observao possibilita um contato pessoal e estreito
do pesquisador com o fenmeno pesquisado (LDKE e ANDR, 1995, p. 26 e 27). Porm,
para a intee
h
Cabe tamb
m
o
e Ldke e Andr, (1995, p.29) denominam como aquela que tem o observador
como participante. Nesta modalidade de observao, ainda de acordo com as autoras, opesquisador revela ao grupo tanto sua identidade quanto os objetivos da pesquisa. A respeito
do observador se tornar um participante, as autoras avaliam:
informaes, at mesmo confidenciais, pedindo cooperao ao grupo.Contudo, ter em geral que aceitar o controle do grupo sobre o que ser ouno tornado pblico pela pesquisa (LDKE e ANDR, 1995, p. 29).
Swanwick (1988, p. 125) afirma que a pesquisa do educador musical necessita
envolver observao prolongada e que [...] um conjunto de idias, tais como uma metfora
em particular, como a descrio da prtica em sala de aula, so a essncia de uma teoria 5em
Educao Musical. Bogdan e Biklen (1994 p.163) oferecem sugestes prticas para o
comportamento do observador, instruindo o mesmo a ir registrando
a observao e sem
stre suas concluses parciais.
5 A set of ideas, even a particular metaphor as a description of classroom practice, is in essence a theory.Traduo desta pesquisadora.
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A observao da presente pesquisa, como j citado acima, foi realizada nas
salas de aula dos trs professores selecionados. O registro da mesma foi efetuado atravs de
relatrio escrito e de gravaes das aulas em udio e vdeo.
2.7.1.3 Transcries e anlises
o vaivm das mos, a cara de quemestar imbudo de sentido e expressar
mais do que a prpria fala (DEMO, 2001, p. 34).
referentes aos trs Estudos de Caso, apresentada a
anscrio do material gravado em udio e vdeo durante a observao dos casos estudados,
ada um referente atuao pedaggica de um professor, bem como a anlise de cada uma
das aulas num total d
procurou reproduzir c
professores quanto do tomou a liberdade de
anscrever algumas falas de forma mais livre com o objetivo de aumentar a clareza e
coerncia, faci
As formas musicais;
Os motivos rtmicos;
O analista qualitativo observa tudo, o que ou no dito: os gestos, o olhar, obalanar da cabea, o meneio do corpo,fala ou deixa de falar, porque tudo pode
Nos trs captulos
tr
c
e cinco aulas por professor. Nessas transcries, esta pesquisadora
om o mximo de fidelidade possvel as falas e gestos, tanto dos
s alunos. Em alguns momentos, porm,
tr
litando assim a compreenso do leitor (GATTAZ, 1996).
Nas transcries e anlises de cada caso so apresentadas as maneiras como
cada um dos professores desenvolveu articulaes entre o aluno e os vrios aspectos
relacionados ao Ensino de Instrumento, tais como:
A tcnica instrumental;
As concepes estilsticas e interpretativas sobre a obra;
A sonoridade;
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Os motivos meldicos;
A harmonia;
A afinao;
A respirao;
A articulao;
O andamento;
O contexto histrico;
O compositor;
O repertrio;
As atitudes profissionalizantes do msico que est em processo de
a ministrarem aulas de instrumento;
do necessrio ao aluno;
concertos e recitais;
Como parmetro da anlise da atuao de cada professor foi utilizada a
Aborda ctersticas importantes
ara um professor de msica, a saber: Positividade, Observao, Naturalidade, Tcnica
Compete ir da referida abordagem, foi observado se
formao;
Preparo dos alunos par
O tempo de estu
O preparo para
As apresentaes pblicas relao com o pblico.
gem PONTES (OLIVEIRA, 2001) que apresenta seis cara
p
nte, Expressividade e Sensibilidade. A part
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34
e de que maneira os professores estudados considerados professores experientes
realizara ical (no ensino/aprendizagem de habilidades e
onceitos em relao aos alunos de instrumento), articulaes pedaggicas ou pontes, que
possam apontadas na Abordagem
ONTES. importante ressaltar o fato de que os professores estudados desconheciam a
Abordagem P
eferida aula. claro que no ser
possvel comp
m durante as aulas de instrumento mus
c
ser associadas s caractersticas ou aes docentes
P
ONTES e desenvolveram suas aulas naturalmente, sendo a associao entre as
aes docentes desses professores e a Abordagem PONTES realizada apenas por esta
pesquisadora, sem qualquer interferncia dos professores.
Embora na presente pesquisa no exista o interesse na comparao dos dados e
do desempenho de professores e alunos, possvel tomar como referncia para avaliar se as
articulaes surtiram efeitos benficos aos alunos, durante o perodo de uma aula, um critriode comparao interna, ou seja, comparando o desenvolvimento musical de cada aluno com
ele mesmo diante da atuao articuladora de seus professores. Por exemplo, de acordo com as
atividades desenvolvidas pelo professor durante a aula, um aluno pode, partindo de uma
performance considerada mdia ou deficiente por esta pesquisadora, chegar inclusive a uma
excelente performance tcnica, em vista do alto ndice de desenvolvimento que aconteceu a
partir do primeiro ponto de observao da pesquisa na r
arar ou mesmo descrever o que um aluno consegue aprender em termos deconhecimento e musicalidade e que o perodo de uma aula no suficiente para se determinar
o grau exato de aprendizagem de um aluno, j que esta pode se efetivar num perodo que
compreenda diversas aulas, ou meses, ou se concretizar apenas quando o aluno estiver em sua
prtica individual do instrumento, sem o acompanhamento do professor. Levando em
considerao tais fatores, a comparao efetuada por esta pesquisadora, utilizando apenas os
elementos observveis da performance do aluno entre o incio e o final de cada aula. A
descrio desses nveis de performance de cada aluno feita apenas atravs de palavras.Cada aula observada segue uma seqncia de apresentao: Em primeiro lugar
apresentada a transcrio da aula observada. Em seguida vem o ponto de vista da
pesquisadora, ou seja, a anlise da aula observada sob a tica da Abordagem PONTES.
2.7.1.4 O Registro em udio e vdeo
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As aulas de cada um dos professores investigados foram documentadas atravs
de gravaes em udio e vdeo (LDKE e ANDR, 1995, p.32). Os registros aproveitados
para a presente pesquisa perfazem um total aproximado de trinta horas de gravao, que
ram realizadas durante aproximadamente quinze semanas, entre o segundo semestre de
007 e o primeiro semestre de 2008.
.7.2 As entrevistas
auxilia a pesquisa com a incluso de novas informaes
ertinentes que clareiam alguns pontos j registrados durante a observao. As respostas a
eterminadas questes propostas durante a entrevista so importantes tambm no momento da
KE e ANDR, 1995, p. 33).
A respeito dos diferentes formatos e funes das entrevistas Bogdan e Biklen
994, p.134) declaram:
efetivamente com os resultados da
quisador elabore tpicos que tenham como objetivo clarear as
situaes observadas, b
A respei
algumas recomendae
Se o entrev
inflexvel quanto forma da mesma, esse tipo de entrevista estar
destoando com a abordagem qualitativa;
fo
2
2
A Entrevista, um recurso tambm importante para a coleta de informaes, nainvestigao qualitativa, aumenta as possibilidades de conhecimento dos investigados pelo
pesquisador. Quando bem elaborada,
p
d
anlise dos dados (LD
(1
Em investigao qualitativa, as entrevistas podem ser utilizadas de duasformas. Podem constituir a estratgia dominante para a recolha de dados, ou
podem ser utilizadas em conjunto com a observao participante, anlise dedocumentos e outras tcnicas. Em todas estas situaes, a entrevista utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do prprio sujeito,
permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma idia sobre amaneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo (ibid., 1994, p.134).
Para que a entrevista possa contribuir
pesquisa, necessrio que o pes
em como registrar os pontos de vista dos entrevistados.
to das entrevistas qualitativas, Bogdan e Biklen (1994, p.136) apontam
s:
istador tentar controlar demais o contedo da entrevista e for
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tas so aquelas que produzem uma riqueza de dados,
recheados de palavras que revelam as perspectivas dos respondentes;
ulao
de recorda de entrevista enquanto o professor assiste sua
rpria aula em vdeo (PACHECO, 1995), ou, no caso desta pesquisa, algumas vezes
enquanto molde
de entrevist licado um
uestionrio, via e-mail). Dessa maneira, refletindo sobre a aula enquanto observavam a
gravao ou xplicar
e interpreta rias aes em sala de aula. Foram realizadas cinco entrevistas destimulao de recordao com cada professor e em cada entrevista uma das aulas foi
assistida em to
pesquisadora, a partir da observao efetuada.
Em boas entrevistas os sujeitos ficam vontade para mostrar com
liberdade seus pontos de vista;
Boas entrevis
Uma boa entrevista dever conter em sua transcrio muitos detalhes e
exemplos.
Para a presente pesquisa, foi escolhida a utilizao da entrevistade estim
o, que consiste na realizao
p
o professor ou o aluno procederam leitura da transcrio da sua aula. Esse
a foi utilizado com alguns dos alunos (sendo que com outros foi ap
q
transcrio, cada professor, bem como os alunos entrevistados puderam e
r suas prpe
do o seu contedo, ou o professor, ou o aluno, leram na ntegra a transcrio de
cada aula. As perguntas das referidas entrevistas foram realizadas na forma semi-
estruturada, desenvolvidas a partir de um esquema, ou estrutura bsica elaborada por esta
pesquisadora, sendo o contedo das questes apresentadas aos professores praticamente iguais
para todos, o mesmo ocorrendo com as questes apresentadas aos alunos investigados. Houve,
no entanto, a preocupao de que a aplicao da mesma no fosse realizada de uma formargida, mas sim, permitindo uma maior flexibilidade para que a mesma fosse adaptada aos
entrevistados e s circunstncias.
Nas referidas entrevistas e questionrios, foram buscadas respostas do
professor e do aluno em relao seguinte questo: Quais os objetivos do professor para a
referida aula (ou seja, o professor procurou estabelecer articulaes pedaggicas entre seu
aluno e quais aspectos musicais)? Em seguida, a ttulo de complementao, perguntado
tambm ao professor e ao aluno se estes observaram progressos durante a aula, ou seja, se os
objetivos do professor foram atingidos. As questes acima so respondidas tambm por esta
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Alm das entrevistas realizadas com os professores e alunos, foi realizada
entrevista semi-estruturada com a professora Dr. Alda Oliveira, idealizadora da Abordagem
PONTES, que foi gravada em vdeo.
te o estudo de caso, foram consultadas,
principalmente
s particulares.Foram tambm consultadas verses on-
ne de artigos acadmicos e de Anais de eventos cientficos, tais como os dos encontros da
ME (International Society of Music Education), ABEM (Associao Brasileira de Educao
s-Graduao em Msica).
2.7.4 A anl
dos e
formaes importantes se perdessem. Para tanto importante que sucessivas retomadas
eviso de Literatura sejam feitas para que se possam tomar decises mais seguras sobre as
es (LDKE e ANDR, 1995,
.47).
A respeito de como tanto o investigador como os demais participantes da
pesquisa pode
2.7.3 A pesquisa bibliogrfica
A ttulo de reviso Bibliogrfica, bem como complemento para a anlise e
contextualizao dos dados colhidos duran
em Ensino de Instrumento, fontes bibliogrficas nacionais e estrangeiras. Aconsulta foi realizada nas bibliotecas das Escolas de Msica e de Educao, da Universidade
Federal da Bahia, bem como em fonte
li
IS
Musical) e ANPPOM (Associao Nacional de Pesquisa e P
ise geral do material colhido e textualizao
A anlise do material coletado, de acordo comLdke e Andr (1995, p.45),
importante que seja realizada a partir de um confronto entre os princpios tericos do estudo
e o que vai sendo aprendido durante a pesquisa, num movimento constante que perdura at a
fase final do relatrio. De acordo com as autoras, Decises quanto aos principais focos dapesquisa no devem ser deixadas para o final da mesma, pois haveria o risco que da
in
R
direes em que vale a pena concentrar o esforo e as aten
p
m influenciar na anlise de um Estudo de Caso, Pedro Demo (2001, p. 26, 28,)
faz algumas declaraes que servem como advertncias:
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No podemos ver a realidade estritamente de fora porque somos parte
dela ... intil esconder que somos tambm como analistas, parte da
anlise. O comprometimento ideolgico pode estar tanto no sujeito
como no objeto;
Nunca analisamos a realidade como ela realmente , mas, como
co
crtica interna em qualquer avaliao metodolgica apontando a necessidade de um dilogo
crtico, l crtica
(DEMO, 19
iu na
organizao o, que foi classificado, na busca das articulaes pedaggicas
ue os professores pesquisados realizaram entre seus alunos e o ensino de novos
conhecim os das
entrevistas. l j organizado, em um segundo momento, em um
vel mais elevado de abstrao, houve um cruzamento dos dados obtidos, ou seja, dastranscries da
ados foram contextualizados luz da Abordagem PONTES, de
Oliveira (2001
nseguimos padroniz-la.
A partir das constataes acima mencionadas o autor aconselha que se pratique
a
dec arando ser importante assumir a autocrtica como a base lgica da
81, p. 57).
Nesta pesquisa, em um primeiro momento, a anlise se constitu
do material colhid
q
entos e habilidades musicais. Em seguida foram classificados os resultad
Tendo em mos esse materia
ns aulas, mais a anlise das mesmas do ponto de vista desta pesquisadora ( luz
da fundamentao terica), mais os resultados das entrevistas com os professores, mais os
resultados das entrevistas ou questionrios realizados com os alunos. Aps o cruzamento
desses dados, os result
, 2005, 2006, 2008), bem como de autores em Ensino de Instrumentos citados
na Reviso Bibliogrfica.
Um tpico adicional denominado caractersticas do professor, apresenta oregistro das caractersticas dos professores, apontadas por seus alunos durante a entrevista ou
questionrio via e-mail. Dessa forma, nesse estudo ocorre um cruzamento das caractersticas
citadas pelos alunos, relativas aos seus professores com as caractersticas ou aes docentes
apresentadas na Abordagem PONTES, a saber: Positividade, Observao, Naturalidade,
Tcnica Competente, Expressividade e Sensibilidade.
importante ressaltar que, visando obter um grau de confiabilidade da
investigao, sempre foi levado em considerao o fato de que os alunos no haviam recebido
quaisquer instrues a respeito da Abordagem PONTES, no perodo em que a pesquisa foi
desenvolvida.
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de Instrumento
conhecimentos e habilidades em um instrumento musical, ou seja, a respeito
do ensino de instrumento. De acordo com Kraemer (2000), temas relacionados aos problemasde apropriao e transmisso da msica tm sido o centro das reflexes na rea da pedagogia
da msica. A respeito das questes relativas transmisso, autores tm utilizado diferentes
abordagens que vm sendo discutidas atravs de pesquisas e trabalhos cientficos ao redor do
mundo.
Susan Hallam (1998, p.232), autora que vem pesquisando exaustivamente o
tema nas ltimas dcadas, aponta que o ensino de instrumento, em uma abordagem mais
simples, pode ser considerado tanto como transmisso de conhecimento como facilitao daaprendizagem 6. A autora afirma tambm que a cada dia vem sendo colocada maior nfase
na facilitao da aprendizagem.
Formulaes mais complexas e especficas tm sido estabelecidas por
diferentes autores para caracterizar um ideal para as aulas de instrumento. De acordo com
Sloboda (2000), para que haja um ensino de instrumento efetivo necessrio que o ambiente
de aprendizagem seja direcionado para a aquisio das habilidades necessrias performance
da msica ocidental. Para o autor, os fatores sociais e a motivao esto diretamente
relacionados ao fato de o aluno manter ou no a constncia de atividades relacionadas
aquisio de habilidades, tais como a prtica. Sloboda afirma ainda que as habilidades em
performance instrumental no so apenas tcnicas e motoras. So necessrias tambm
habilidades interpretativas que gerem diferentes performances expressivas de uma mesma
pea de acordo com o que se quer comunicar de forma estrutural e emocional. A esse respeito,
dif