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PRÊMIO ALICE BOTTAS17 DE MARÇO, ÀS 18h30, NO INSTITUTO FEMININO

Edição Diária 7163 | Salvador, segunda-feira, 06.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

TERCEIRIZAÇÃO

Mobilização ampla contra Temer, dia 15Página 4

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A terceirização pode ser votada amanhã. Notícia péssima para os trabalhadores, especialmente os bancários. Fim da aposentadoria, jornada de 12 horas e outros absurdos. Governo Temer, um corpo com várias cabeças e muita maldade. Dragão neoliberal. Página 2

Mais uma bomba do governo

Manoel porto

O dragão neoliberal

As ruas clamam por Michel Temer fora da presidência do Brasil

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 06.03.20172 TERCEIRIZAÇÃO

Governo Temer ressuscita velho projeto de FHCANA BEATriz lEAl imprensa@bancariosbahia.org.br

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Votação pode ocorrer amanhã

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O MOMENTO político do país exige intensa mobilização das forças progressistas. Há gran-des chances de o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), colocar em votação, amanhã, o PL 4.302/98, do ex--presidente FHC, que amplia de forma irrestrita a terceirização. Um retrocesso inaceitável no mundo do trabalho.

Os terceirizados são líderes em acidentes de trabalho, que, muitas vezes, resultam em gra-

ves sequelas e até morte dos tra-balhadores. Os direitos também são minimizados. Um presta-

dor de serviço recebe, em mé-dia, 23% a menos do que um contratado direto, além da rota-tividade maior da mão de obra.

Se a proposta, sob relatoria do deputado Laércio Olivei-ra (SD-SE), for aprovada, vai à sanção presidencial, pois já pas-sou pelo Senado. A base de Te-mer ressuscitou o projeto, que implica na precarização das re-lações de trabalho.

O governo tem feito uma ofensiva contra o povo, com medidas que destroçam os di-reitos e impõem perdas. A clas-se trabalhadora precisa se arti-cular e ampliar as forças para barrar o nefasto projeto.

Semana de atividades em homenagem às mulheresO MÊS de março é voltado para homenagens às mulhe-res. Na quarta-feira, data quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher, re-presentantes de diversos mo-vimentos sociais realizam um grande ato unificado no Cen-tro de Salvador.

As propostas neoliberais do governo Temer estão entre as bandeiras de luta, a exemplo da reforma da Previdência, que pe-naliza todos os brasileiros e ain-

da mais as mulheres. Assuntos como violência

contra a mulher, igualdade sa-larial e direito ao aborto tam-bém vão estar entre os temas centrais da manifestação.

É fundamental a conscienti-zação de toda a sociedade, para que o respeito às trabalhadoras, que na maioria dos casos en-frentam jornada dupla de traba-lho, se estenda a uma realidade de equidade nas disputas dentro do mercado de trabalho.

A cobrança de juros sobre atrasos vai mudarAS ORgANIZAÇõES financei-ras não vão mais poder cobrar juros de mercado por atrasos em pagamentos. A nova regra é de-terminação do CMN (Conselho Monetário Nacional) e entra em vigor em setembro deste ano.

Hoje, os bancos cobram mul-tas por mora, os punitivos por dia de atraso, e juros remunera-tórios sobre parcelas em atraso. Em relação às taxas remunera-tórias, as empresas tinham li-berdade de fixar o índice com

base nos juros definidos na as-sinatura do contrato ou nas ta-xas de mercado, cobrada sobre as novas operações.

De acordo com o Banco Cen-tral, a nova exigência proporcio-na mais uniformidade às opera-ções de crédito e torna as regras mais claras. Apesar da boa notí-cia, não significa juros mais ba-ratos, pois as taxas de mercado podem estar mais baixas do que os juros fixados no momento da assinatura dos contratos. Pela igualdade de oportunidades e fim da violência contra as mulheres

Os bancos cobram juros de mora, além de multa, cada um a seu critério

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 06.03.2017 3BANCOS PÚBLICOS

Não há reposição do quadro através de concurso públicoBárBArA AGuiAr imprensa@bancariosbahia.org.br

joão ubaldo

Manoel porto

Governo Temerimpede novas contratações

O gOvERNO Temer pare-ce não se cansar de golpear o povo brasileiro. A ideia agora é aproveitar o enxugamento do quadro de pessoal pela saída es-pontânea dos funcionários dos bancos públicos, realizado por meio dos planos de demissão/aposentadoria voluntária, para vedar formalmente a possibili-dade de reposição por concurso.

No Banco do Brasil, 9,4 mil funcionários aderiram ao progra-ma e se desligaram da empresa. Já na Caixa, a expectativa da dire-ção era atrair 10 mil empregados ao PDVE (Programa de Desliga-

mento Voluntário Extraordiná-rio) - 4.645 fizeram a adesão.

Com a medida, não vai exis-tir reposição de vagas no BB e na Caixa e os limites vão dimi-nuir na mesma quantidade de adesões aos planos implementa-dos recentemente. Ou seja, mais caos nas unidades, já que o nú-mero de bancários dificilmente vai conseguir atender a alta de-manda de clientes.

Nos bancos públicos, a falta de funcionários é visível. Basta ir a uma agência da Caixa, BB ou do BNB para perceber como os clientes sofrem com o núme-ro reduzido de empregados.

Temer demonstra não ter nenhum compromisso com os trabalhadores. No entanto, o papel do Sindicato é resistir às investidas do governo golpista, inclusive recorrendo à Justiça para assegurar as contratações.

Na Caixa, 4,6 mil aderem ao PDVE. Situação pioraA CAIxA tem de repor as vagas abertas pelo PDVE (Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário). Ao todo, 4.645 empregados aderiram. A em-presa esperava que 10 mil, dos 30 mil aptos, fizessem adesão

Embora o número esteja abaixo da expectativa da dire-ção do banco, o fato é que há um déficit hoje nas agências, ge-rado pelo aumento da demanda e dos sucessivos planos de de-missões lançados pela Caixa.

Com a redução, o quadro de pessoal do banco vai cair para

perto dos 90 mil, ou seja, 11 mil a menos do que em 2014, quando a empresa chegou a ter 101 mil empregados. Já a car-teira de correntistas chega a quase 80 milhões.

O resultado não podia ser outro: caos generalizado. Em-pregados trabalham sobrecar-regados e clientes têm de ter pa-ciência, pois a demora é muita. O cenário pode mudar, basta a direção do banco cumprir com o acordo coletivo e convocar os aprovados em concurso públi-co. A lista de espera é grande.

Ação do Sindicato devolve ar à agência do BradescoO DESCASO dos bancos com as condições de trabalho não tem vez no Estado. O Sindicato dos Bancários da Bahia, que atua na causa sem cessar, já resolveu o problema da falta de ar condicio-nado na agência do Bradesco, no bairro da Calçada, em Salvador.

Por conta de uma pane elé-trica, funcionários e clientes so-friam com o calor na unidade. Agora, depois da ação do SBBA, o problema foi resolvido. O di-

retor Luiz Barcelar esteve no lo-cal para conferir.

O Sindicato reiterou à dire-toria regional do Bradesco que a entidade continua fiscalizan-do as condições de trabalho nas agências. Além dos bancá-rios, o ambiente precário pre-judica também os clientes. O SBBA segue atento e busca so-luções para que a falta de con-dições de trabalho seja resolvi-da em todo o Estado. Agências não comportam número de clientes. Muita gente. Pouco bancário

Caixa não cumpre acordo de contratações e incentiva saída de empregados

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 06.03.20174

SAQUE

BRASIL

Passeata, no dia 15, é contra a reforma da Previdência de TemerrOSE LIMA imprensa@bancariosbahia.org.br

Trabalhador vai tomar as ruas

EM ESCALA mundial, 41 mi-lhões de crianças com até cinco anos de idade tem obesidade ou sobrepeso, segundo a OMS (Or-ganização Mundial da Saúde). Só no Brasil, uma a cada três crianças está acima do peso.

A vulnerabilidade é real, tendo em vista o fácil acesso às propagandas de alimentos processados, que muitas ve-zes patrocinam eventos dentro das escolas. O excesso de peso

SE QUISEREM garantir que os direitos sejam mantidos, os tra-balhadores devem reagir ime-diatamente às medidas de Te-mer. Uma boa oportunidade de mostrar ao governo que não vai permitir retrocessos é a partici-pação no Dia Nacional de Para-lisação e Mobilização, em 15 de março. Em Salvador, diversas ações estão previstas e o Sindi-cato dos Bancários da Bahia vai marcar presença.

É sério. Toda a população deve participar. A manifestação

é contra a reforma da Previdên-cia, proposta que aumenta para 65 anos a idade mínima para se aposentar e estabelece 49 anos de contribuição para que o tra-balhador tenha direito ao bene-fício integral.

Na real, a medida inviabiliza a aposentadoria do brasileiro. É fundamental que o trabalha-dor parta para cima e faça mo-bilizações duras, com passeatas, paralisações e até greves, se ne-cessário. Caso contrário, per-derá, além do direito de se apo-sentar, benefícios fundamentais previstos na CLT (Consolida-ção das Leis do Trabalho). Isso porque também tramitam no Congresso Nacional a reforma trabalhista e o projeto de lei da terceirização, que tiram históri-cos direitos do povo.

Obesidade afeta um terço das crianças brasileiras

colabora para o surgimento de problemas cardíacos, diabetes e gera traumas emocionais nas crianças causados pelo bullying.

Diversos fatores podem cau-sar obesidade infantil. Má ali-mentação, sedentarismo, pre-disposição genética e até a combinação de todos esses fato-res. É preciso frear o mal. Mu-danças de hábito e reeducação nutricional são alternativas efi-cientes e necessárias.

reprovado pela população, governo Temer faz de tudo para afundar o país

Crianças são mais vulneráveis a apelos publicitários da indústria alimentícia

TRAMA Os acontecimentos políticos revelam discordâncias no núcleo do poder das forças golpistas. Há quem defenda a manutenção de Temer até o final do próximo ano, desde que ele toque a agenda neoliberal. Mas, existe gente poderosa inte-ressada em derrubá-lo agora, aproveitando o processo no TSE. O plano é colocar um nome menos sujeira, competitivo na cor-rida presidencial ou, no último caso, com autoridade e cora-gem para suspender a eleição. Seria o golpe dentro do golpe.

AMISTOSO Contando assim, parece mentira. O procura-dor-geral da República, Rodrigo Janot, pediu logo ao ministro Gilmar Mendes, indicado para o STF pelo ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso, para ouvir Aécio Neves. O senador mineiro foi citado na delação premiada de Marcelo Odebrecht, que o acusou de ter recebido R$ 15 milhões da empreiteira, na eleição de 2014. Jogo amistoso.

DOBRADO Em pouco mais de 24 horas, o presidente nacio-nal do PSDB, Aécio Neves (MG), foi citado em duas delações. Na Lava Jato, Marcelo Odebrecht disse ter dado R$ 15 milhões ao senador mineiro, enquanto no TSE (Tribunal Superior Elei-toral) o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Bendito Jú-nior, afirmou ter entregue R$ 9 milhões ao tucano. Isso só em 2014. Dose dupla.

COMPATERNIDADE Mais uma voz de credibilidade a denunciar a manipulação da Lava Jato para atender interes-ses eleitorais de grupos políticos conservadores. Em artigo, o jornalista Kennedy Alencar cobra pressa nas investigações e condena a seletividade na operação. “O que se vê é celeridade em relação a petistas e demora no que se refere a tucanos”. Ele defende o fim do sigilo nas delações da Odebrecht.

ASSOMBRAÇÃO Os fantasmas da militarização do cone Sul voltam a assombrar. Por incrível que pareça, parlamentares e ativistas que investigam o paradeiro de brasileiros desapare-cidos na operação Condor estão sendo ameaçados de morte. Entre os ameaçados, o próprio presidente da Comissão de Di-reitos Humanos da Câmara Federal, deputado Padre João. A ultradireita volta a mostrar as garras em toda a América Latina.