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Av. Getúlio Vargas, 1200 Vila Nova Santana Assis SP 19807-634 Fone/Fax: (0XX18) 3302 1055 homepage: www.fema.edu.br NATACHA SANTOS MODRO TECNOLOGIA PLC UMA OPÇÃO PARA A TRANSMISSÃO DE DADOS Assis 2010

TECNOLOGIA PLC UMA OPÇÃO PARA A TRANSMISSÃO DE … · dados, e, principalmente, esta tecnologia pode democratizar o acesso a Internet, já que 97% dos domicílios Brasileiros são

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Av. Getúlio Vargas, 1200 – Vila Nova Santana – Assis – SP – 19807-634 Fone/Fax: (0XX18) 3302 1055 homepage: www.fema.edu.br

NATACHA SANTOS MODRO

TECNOLOGIA PLC – UMA OPÇÃO PARA A TRANSMISSÃO DE DADOS

Assis 2010

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NATACHA SANTOS MODRO

TECNOLOGIA PLC – UMA OPÇÃO PARA A TRANSMISSÃO DE

DADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis,

como requisito do Curso de Graduação

Orientador: Fábio Eder Cardoso

Área de Concentração: Informática

Assis

2010

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FICHA CATALOGRÁFICA

MODRO, Natacha S. Tecnologia PLC - Uma Opção para a Transmissão de Dados / Natacha Santos

Modro. Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA – Assis, 2010. 94p. Orientador: Fábio Eder Cardoso Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis

– IMESA. 1.Informática 2.Internet 3.Redes

CDD: 001.6 Biblioteca da FEMA

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TECNOLOGIA PLC – UMA OPÇÃO PARA A TRANSMISSÃO DE DADOS

NATACHA SANTOS MODRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis,

como requisito do Curso de Graduação, analisado

pela seguinte comissão examinadora:

Orientador: Fábio Eder Cardoso

Analisador (1):

Assis

2010

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Orlando e Marizilma, por todo apoio e confiança que eles me deram em toda a minha vida, e que foi indispensável nesses últimos quatros anos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores que nos passaram tanto conhecimento nestes

últimos quatro anos. Agradeço ao meu orientador Fábio Eder Cardoso.

Agradeço em especial a minha família, que nunca poupou esforços para que eu

chegasse até aqui.

Aos meus Amigos, que sempre me ajudaram a estar no caminho certo.

Agradeço a empresa Copel, por colaborar diretamente para o sucesso deste

trabalho, dividindo suas pesquisas sobre a tecnologia estudada comigo.

E agradeço a todos que direta ou indiretamente colaboram com a execução deste

trabalho.

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EPíGRAFE

Wibbly Wobbly Timey Wimey

(Doctor Who, 2007)

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RESUMO

Este trabalho vem por meio de pesquisa e estudo de caso, entender o funcionamento da tecnologia PLC, suas diversas aplicações, assim como avaliavar viabilidade da aplicação comercial da mesma. Palavras-Chave: Informática; Internet; Redes.

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ABSTRACT

This work comes through research and case study, to understand the operation of the PLC technology, its various applications, as well as measurable commercial feasibility of implementing it Keywords: Computers; Internet, Networks.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Topologia PLC para Acesso Interno .......................................................... 21

Figura 2 - Modem PLC para Acesso Interno ............................................................. 22

Figura 3 - Topologia PLC para Acesso de Ultima Milha ............................................ 23

Figura 4 - Topologia PLC para Acesso WAN ............................................................. 24

Figura 5 - Distribuição das Portadoras na Modulação OFDM ................................... 28

Figura 6 - Principais Iniciativas pelo Mundo Utilizando PLC ..................................... 32

Figura 7 - Modem ILV 211 ......................................................................................... 36

Figura 8 - Modem ILV 211 Portas .............................................................................. 37

Figura 9 - Modem ILV 260 ......................................................................................... 38

Figura 10 - Modem ILV 260 Portas ............................................................................ 39

Figura 11 - Repetidor ILV 2110 .................................................................................. 40

Figura 12 - Head-End ILV 2010 ................................................................................. 41

Figura 13 - Head-End 2010 ....................................................................................... 42

Figura 14 - Acoplador Capacitivo CC3 ...................................................................... 43

Figura 15 - Esquema de Instalação do Acoplador Capacitivo ................................... 44

Figura 16 - Distribuidor de Sinal SDB2 ...................................................................... 45

Figura 17 - Circuito PLC ............................................................................................ 49

Figura 18 - Instalação dos Equipamentos ................................................................. 51

Figura 19 - Instalação dos Equipamentos ................................................................. 52

Figura 20 - Caixa de Proteção do HE já instalada ..................................................... 53

Figura 21 - Caixa de Proteção do HE ........................................................................ 54

Figura 22 - Esquema de Distribuição e Gerência do Sinal PLC ................................ 55

Figura 23 - Rede IP de Santo Antônio da Platina ...................................................... 57

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Figura 24 – Esquema da Instalação de Filtro no Medidor de Energia ....................... 58

Figura 25 - Filtro Instalado no Medidor de Energia ................................................... 59

Figura 26 - Histórico do Consumo entre Maio de 2009 e Fevereiro de 2010 ............ 61

Figura 27 - Histórico de Consumo Diário .................................................................. 62

Figura 28 - Histórico de Consumo Semanal .............................................................. 63

Figura 29 - Histórico de Consumo Mensal ................................................................ 63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparativo entre a Geração PLC de 2001 e 2010 ................................. 35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação

PIB - Produto Interno Bruto

OPLAT - Ondas Portadoras de Linhas de Alta Tensão

DS2 - Design of Systens on Silicon

OFDM – Modulação por Divisão de Frequencias Ortogonais

OPERA - Opem PLC European Research Alliance

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO .................................................................................... 15

2 TECNOLOGIA PLC ............................................................................ 18

2.1 HISTÓRICO ............................................................................................... 18

2.2 PRINCIPAIS APLICAÇÕES ...................................................................... 20

2.2.1 Topologia PLC para Acesso Interno ............................................................. 21

2.2.2 Topologia PLC para Acesso de Ultima Milha ................................................... 22

2.2.3 Topologia PLC para Acesso WAN ................................................................... 24

2.3 VANTAGENS DE DESVANTAGENS ........................................................ 25

2.3.1 Vantagens ....................................................................................................... 25

2.3.2 Desvantagens ................................................................................................. 26

2.4 TECNICAS DE MODULAÇÃO .................................................................. 27

2.4.1 Modulação OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing ............ 27

2.4.2 Modulação de Espalhamento Espectral – Spread Spectrum ..................... 28

2.5 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ......................................................... 29

3 TESTES E IMPLANTAÇÔES COM PLC ............................................ 31

3.1 PLC NO MUNDO ....................................................................................... 31

3.2 PLC NO BRASIL ........................................................................................ 32

3.2.1 Testes da Copel .............................................................................................. 34

3.2.1.1 Início e Preparação para os Testes ............................................................... 34

3.2.1.2 Implantação em Santo Antonio da Platina ..................................................... 47

3.2.1.3 Topologia da Rede ........................................................................................ 54

3.2.1.4 Ações na rede ............................................................................................... 57

3.2.1.5 Clientes ativos ............................................................................................... 60

3.2.1.6 Problemas Encontrados ................................................................................ 64

3.2.1.7 Conclusões Obtidas pela Copel .................................................................... 66

4 REGULAMENTAÇÃO ........................................................................ 68

5 CONCLUSÃO .................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 71

ANEXO ................................................................................................. 75

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INTRODUÇÃO

Com o avanço que a Internet tem tido nos últimos anos oferecendo aplicações e

serviços, até então nunca imaginados por muitos, vem sendo necessário o

investimento em pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias bem como

o aprimoramento daquelas já existentes em transmissão de dados, com a finalidade

de oferecer melhor qualidade e maior velocidade também aumentando a parcela da

população com acesso a rede. É dentro deste contexto que temos a tecnologia

Power Line Communications (PLC), que é aquela em que os dados são transmitidos

utilizando o mesmo meio físico em que caminha a energia elétrica.

O Power Line Communications não é uma tecnologia recente, e vem sendo usada a

muitos anos, dando suporte aos serviços de telecomunicações nas usinas geradoras

de energia elétrica, nos centros de operações do sistema e nas diversas

subestações.

A tecnologia PLC permite altas taxas de transmissão, provendo a interoperabilidade

de diversas aplicações como automação, segurança e comunicação, assim como o

gerenciamento de recursos como a própria distribuição de energia elétrica.

Uma das maiores vantagens da utilização de PLC é a sua aplicabilidade em relação

à estrutura já existente, perfazendo o mesmo sentido da distribuição da rede elétrica,

sem interferir na condução normal da mesma. Como desvantagem, temos o

problema de heterogeneidade das instalações elétricas que apresentam diferentes

topologias, e por esse motivo a exigência de engenharia de implantação e utilização

de trabalho técnico para as diferentes redes, como residencial e industrial.

Na última década várias concessionárias de energia, tanto nacionais quanto

internacionais vem demonstrando maior interesse, fazendo testes para verificar a

aplicabilidade do PLC. No Brasil, esta tecnologia de comunicação de dados

apresenta aspectos iniciais, ou seja, está sendo difundida em parâmetros de teste,

onde podemos destacar o Projeto Barreirinhas no Maranhão e a pesquisa que vem

sendo desenvolvida pela Copel no município de Santo Antônio da Platina no Paraná.

Porém, na Europa, a empresa Norweb Communications na Inglaterra foi pioneira no

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desenvolvimento de testes, e na França já é possível à contratação desta tecnologia.

O presente trabalho demonstra certo nível de importância, onde através de pesquisa

bibliográfica e estudo de caso será feita uma análise sobre a viabilidade de

implantação da tecnologia PLC, como uma alternativa competitiva para a

transmissão de dados, assim como a oportunidade de negócios com a exploração

de outros serviços como o VoIP, automação residencial, gerenciamento de recursos,

entre outros. Também, este trabalho descreverá uma visão de como está o

desenvolvimento do PLC tanto no Brasil como no mundo.

Este trabalho tem como motivação a utilização de uma ferramenta que colabore com

a diminuição da exclusão digital, principalmente no sentido de acesso à Internet. A

tecnologia PLC por utilizar uma infraestrutura já existente, a das redes de energia

elétrica, pode oferecer preços competitivos, maior velocidade de transmissão de

dados, e, principalmente, esta tecnologia pode democratizar o acesso a Internet, já

que 97% dos domicílios Brasileiros são atendidos com energia elétrica.

De acordo com os resultados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios

(PNAD), do IBGE, feita em 2008, 65% dos Brasileiros não tem acesso à Internet.

São 104,7 milhões de pessoas, que em sua maioria das regiões Norte e Nordeste e

pertencentes a famílias com renda mensal de até três salários mínimos.

O número de pessoas acessando a Internet no Brasil é muito baixo se comparado a

países como a Coréia do Sul onde 78% da população têm acesso a rede, aos

países da Europa ocidental, ou até mesmo com os da América do Sul como o

Uruguai em que cerca de 40% da população tem acesso.

No Brasil, a situação é ainda pior nas áreas rurais onde está concentrada 15% da

população, e a exclusão digital chega a 82%. Destas, 27% estão desconectadas

porque simplesmente não existe Internet nestes locais. Pelo alto custo de

implantação, as empresas de telefonia não levam banda larga a esses lugares.

A agência da ONU para questões de comunicações e tecnologia, estima que apenas

5,26% dos Brasileiros tem acesso a conexões de alta velocidade. O Brasil é o último

entre os 20 maiores mercados de Internet rápida do mundo. Argentina e Chile

apresentam um índice de aproximadamente 8% de população com acesso a

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conexões rápidas.

Os maiores motivos para o Brasil registrar um atraso considerável no

desenvolvimento de Tecnologias de Informação e Comunicação, conhecido como

TIC, são preço, qualidade, cobertura e velocidade. De acordo com um estudo

divulgado pela União internacional de telecomunicações o Brasil se encontra em

colocação inferior no ranking de desenvolvimento de TIC, atrás do Uruguai, Chile e

até mesmo de Trinidad e Tobago.

Dados da consultoria McKinsey&Company apontam que um aumento em 10% nas

conexões de banda larga, pode levar a um crescimento de até 1,4% no PIB do pais.

Dessa forma podemos ver como a exclusão digital afeta diretamente a economia do

Brasil.

Este trabalho é composto por 5 capítulos, onde no Capitulo 1 é dada uma breve

introdução ao assunto, apresentados os objetivos do trabalho assim como os

aspectos motivadores.

No Capítulo 2 é apresentada uma visão geral da tecnologia PLC, com o histórico da

mesma, seus principais modelos de topologia, vantagens e desvantagens, principais

técnicas de modulação utilizadas, assim como outras oportunidades de negócios

que a tecnologia PLC pode prover.

Os diversos estudos realizados com esta tecnologia será apresentado no Capítulo 3,

com os principais projetos desenvolvidos no Brasil e no mundo assim como os

resultados já obtidos. Também neste capitulo temos uma descrição dos testes que

vem sendo realizados pela Copel em Santo Antônio da Platina.

No Capítulo 4 veremos como está e regulamentação da tecnologia PLC no Brasil.

E, finalmente, no Capítulo 5 serão apresentadas as conclusões obtidas depois da

analise de todos os tópicos estudados.

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2 TECNOLOGIA PLC

2.1 HISTÓRICO

Os primeiros registros de transmissão de dados utilizando a tecnologia PLC são

datados de 1838, quando o inglês Edward Davy propôs uma solução que permitia a

aferição remota de níveis de tensão de baterias do sistema de telégrafo entre

Londres e Liverpool, sendo que em 1897, ele patenteou essa técnica de medição

remota, tornando-se a primeira patente de sinalização via rede elétrica na Grã-

Bretanha. Em 1913 houve o inicio da comercialização sob o nome de Power Line

Carrier, chamada no Brasil de OPLAT (Ondas Portadoras de Linhas de Alta Tensão),

e tinha como característica o uso de faixa estreita entre 3 kHz a 148,5 kHz e a

modulação AM/FM. Os equipamentos utilizados eram robustos e com uma vida útil

superior a trinta anos. Com o avanço das instalações de fibras óticas e com a

redução dos preços dos sistemas em telecomunicações o sistema Carrier foi

abandonado.

Sem avanços significativos devido à falta de interesse dos investidores em

telecomunicações, em 1970 a maioria das aplicações que utilizavam PLC tinham

taxas de transmissão muito baixas. Na década de 1980, houve avanços na

tecnologia, pois foi possível a implementação de técnicas de processamento de

sinais por modulação digital e a codificação de canais em modems. Na mesma

época, na Europa foi estabelecido o padrão CENELEC, pelo Comitê Europeu de

Normalização Eletrotécnica (European Committee for Electrotechnical

Standardization), que oferecia taxas de transmissão de dados de até 144Kbps com

frequência de máxima de 500MHz. O padrão CENELEC permitiu a comunicação

bidirecional utilizando a rede elétrica de baixa tensão, sendo praticável a leitura

remota assim como o avanço na área da automação residencial (alarme de incêndio,

detecção de vazamentos de gás, alerta de intrusos, entre outros).

A partir de 1990, com a disseminação da Internet pelo mundo, a tecnologia PLC

começou a ser visto como uma opção competitiva para a transmissão de dados. No

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ano de 1991, a empresa Norweb Communications, em Manchester, Inglaterra,

iniciou testes para a comunicação utilizando redes de baixa tensão, sendo que em

outubro de 1997, Norweb e Nortel anunciaram que os problemas associados a

ruídos em linha de energia e interferência haviam sido resolvidos. Dois meses

depois, estas mesmas empresas anunciaram que o primeiro teste de acesso a

Internet havia sido realizado em uma escola de Manchester. Em 16 março de 1998 a

Nortel e a Norweb em parceria criaram uma nova empresa com o nome de

NOR.WEB DPL (Digital Power Line), para a comercialização mundial da tecnologia

PLC bem como no desenvolvimento da mesma.

Com vários diferentes fabricantes de equipamentos trabalhando no desenvolvimento

de sistemas PLC, rapidamente uma variedade de soluções surgiram no mercado,

onde podemos destacar três fornecedores por obterem melhores performances. A

empresa suíça Ascon e a Main-Net de Israel desenvolveram seus sistemas, que

chegavam a uma capacidade máxima de transmissão, em camada física, de até

4,5Mbps, sendo que o sistema da primeira utilizava modulação GMSK (Gaussian

Minimum Shift Keing) e a solução em PLC da segunda era baseada em modulação

com Espalhamento Espectral (Spread Spectrum). Já a empresa espanhola DS2

(Design of Systens on Silicon) optou pela até então, inovadora técnica de modulação

conhecida por OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) e por isso

precisou integrar um processador capaz de executar, em tempo real todo o

complexo processamento que o OFDM necessita. Os sistemas PLC equipados com

o chipset da DS2 apresentaram taxas de transmissão em camada física de ate

45Mbps.

Na ultima década empresas privadas como a CISCO, Endesa, 3Com, fundos de

investimento especializados, entre outros que vem apoiando a pesquisa e

desenvolvimento desta tecnologia. Também nesta década foram iniciados os

primeiros testes com PLC no Brasil. Mesmo com o recente interesse, a tecnologia

PLC ainda se encontra muito atrasada em relação às outras tecnologias em

transmissão de dados.

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2.2 PRINCIPAIS APLICAÇÕES

A tecnologia PLC pode ter diferentes aplicações em diferentes níveis de uma

estrutura de rede elétrica. A rede de distribuição de energia elétrica foi concebida

para transportar e distribuir energia elétrica em diferentes níveis, onde cada um é

adaptado para interligar diferentes distâncias. Estes níveis são interconectados por

meio de transformadores, que foram projetados para operar com o mínimo de

perdas possíveis, em frequências de rede (50 ou 60 Hz). Por este motivo, altas

frequências, normalmente utilizadas para comunicação, são filtrados por esses

equipamentos, mas isso será abordado mais adiante, apresentando a solução para

este problema.

Os níveis da rede elétrica serão descritos a seguir:

Rede elétrica de Alta Tensão (100kV): este é o nível utilizado para interligar os

centros de geração aos centros de consumo geralmente percorrendo grandes

distâncias.

Rede elétrica de Média Tensão (1 - 100kV): é responsável pela interligação das

subestações de energia aos centros de distribuídos de consumo. Este nível pode

ser também utilizado como fornecedor direto a consumidores de grande porte

como indústrias e prédios.

Rede elétrica de Baixa Tensão (1kV): este é o nível de tensão que chega

efetivamente a maioria das unidades consumidoras, vindo de um transformador

de redução. A partir do transformador de baixa tensão, a distribuição do

fornecimento tem um raio entre 100 a 500 metros.

Depois de apresentadas às características de cada nível da rede de distribuição de

energia elétrica, será apresentados a seguir diferentes possibilidades, cada qual

diferencias pelos equipamentos utilizados e a interligação dos mesmos, forma de

como é feito o controle e a transmissão dos dados, para a implementação de redes

PLC, sendo que em todas as topologias todos os pontos de acesso à energia

elétrica (tomadas) estariam aptas a serem pontos de acesso a Internet.

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2.2.1 Topologia PLC para Acesso Interno

Com diferentes denominações como PLC Indoor ou In-Home, a topologia PLC para

acesso interno apresenta um modelo de aplicação com o uso da uma instalação da

rede de energia elétrica interna, como, por exemplo, de uma residência, com a

finalidade de conectar alguns computadores em rede, assim como compartilhar

periféricos ou uma conexão de banda larga baseada em outra tecnologia (ADSL,

Cable). Para o compartilhamento de uma conexão de banda larga é necessário o

uso de equipamento especifico que injeta os dados na rede local de energia elétrica.

Na Figura 1 é possível visualizar este tipo de topologia, e na Figura 2 o modem

utilizado (Home plug Turbo).

Figura 1 - Topologia PLC para Acesso Interno

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Figura 2 - Modem PLC para Acesso Interno

2.2.2 Topologia PLC para Acesso de Ultima Milha

O termo ultima milha (the last mile) é utilizado para denominar o trecho entre o

Backbone principal e cada usuário final.

Nesta topologia, são usadas as redes de baixa tensão, onde após o transformador

de distribuição é acoplado o sinal PLC, de modo que todos os usuários desta rede

estão potencialmente aptos para terem acesso ao sistema PLC por meio de

modems. A distância entre o equipamento primário e os usuários finais é pequena

pelo fato de uma rede de baixa tensão não passar de algumas centenas de metros,

tendo na maioria das vezes uma cobertura muito efetiva. Mas há casos de haverem

pontos mais afastados ou até mesmo trechos mais críticos da rede com um grande

numero de derivações ou afetados por interferências, e para garantir uma melhor

cobertura de toda a rede o provedor de serviços pode disponibilizar elementos

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repetidores com a finalidade de regenerar a potencia do sinal PLC. Na Figura 3 é

possível visualizar a aplicação desta topologia.

Figura 3 - Topologia PLC para Acesso de Ultima Milha

Este modelo de topologia apresenta vantagens como redução de custo de

implantação pelo fato do sinal PLC percorrer pequenas distâncias, muitas vezes não

necessitando de elementos repetidores, assim como o uso de equipamentos

primários com menor capacidade. Outra vantagem é a possibilidade de ser mais

seletivo quanto às áreas de cobertura, disponibilizando o serviço apenas naquelas

áreas de maior necessidade, ou de interesse por parte do operador do sistema.

Mesmo com os gastos em equipamentos serem reduzidos, este modelo apresenta

como desvantagem a necessidade de vários pontos de acesso WAN (Wide Area

Network), e, se o operador do sistema não contar com uma capilaridade

considerável de estruturas de backbone, algum investimento devera ser feito neste

item.

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2.2.3 Topologia PLC para Acesso WAN

Este modelo de topologia apresenta a alternativa de implementação mais

abrangente e clássica de sistemas PLC, na qual as redes de média e baixa tensão

são utilizadas como meios para a transmissão de dados. Como é possível visualizar

na Figura 04 é necessário uma região centralizada da rede de energia elétrica para

ser o local onde os sinais possam ser injetados em várias linhas de energia.

Normalmente é utilizada a subestação local de energia, onde os equipamentos PLC

responsáveis pela interface com a estrutura de telecomunicações e pela injeção do

sinal são instalados. Estes equipamentos convertem as informações disponíveis na

forma digital em sinais analógicos, para após serem injetados na rede.

Figura 4 - Topologia PLC para Acesso WAN

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A partir da subestação o sinal é transmitido através da rede sendo regenerado

sempre que for necessário por meio de elementos repetidores, sendo que os locais

para a instalação dos mesmos são determinados a partir do levantamento das

características da rede como numero de derivações e tipo e estado dos condutores,

entre outros. Junto aos transformadores de média para baixa tensão é indispensável

o uso de elementos repetidores, já que estes equipamentos atuam como barreira

natural para os sinais de alta frequência. Assim que o sinal entra na rede de baixa

tensão, segue o mesmo caminho que no modelo de acesso de ultima milha, sendo o

que vai determinar o uso ou não de elementos repetidores é a topologia da rede de

baixa tensão. E, finalmente dentro da casa do usuário, um modem ligado à rede

elétrica extrai os dados, e os converte deixando pronto para o uso. A maior

vantagem desta topologia é o uso total de uma infraestrutura já existente, onde em

apenas alguns pontos centralizados são necessários para a conexão com redes de

Internet de grande porte. Mas dependendo da topologia da rede elétrica, irá ser

necessário estudo técnico especializado, aumentando os custos de implantação,

bem como a necessidade de uso de muitos elementos repetidores que demandam

alto custo de instalação e de manutenção, para que uma determinada região seja

totalmente coberta pelo sinal PLC.

2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS

A seguir serão descritas as principais vantagens e desvantagens da

tecnologia PLC.

2.3.1 Vantagens

O principal atrativo da tecnologia PLC é o uso da infraestrutura da rede elétrica já

existente, desta forma agregando valor a esta, oferecendo acesso a Internet banda

larga com alta velocidade de transmissão, concorrendo diretamente com as

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tecnologias atuais de transmissão de dados como a ADSL, Cable entre outras. O

PLC faz com que todo ponto de acesso à energia elétrica se torne um potencial

ponto de acesso a Internet, sendo que para utilizar só é preciso apenas plugar um

equipamento capaz de receber os sinais modulados e deixá-los aptos para o uso

(modem). Desta forma é possível oferecer suporte a eletro-eletrônicos inteligentes e

a serviços de telecomunicações avançados como a transmissão simultânea de

dados voz e vídeo.

A rapidez na implantação é outro ponto positivo desta tecnologia devido ao uso de

uma infraestrutura que já está pronta, necessitando, em alguns casos de apenas

pequenos ajustes.

Ainda temos outro fator que torna a tecnologia PLC muito atrativa, que é a grande

capilaridade que as redes de distribuição de energia elétrica atingem, sendo que no

Brasil, aproximadamente 97% das residências tem acesso a ela.

2.3.2 Desvantagens

Como em todas as tecnologias, o PLC apresenta algumas desvantagens que, de

certa forma, impedem a maior disseminação desta tecnologia.

Um dos problemas mais discutidos é que as redes de energia elétrica são muito

sensíveis a ruídos e assim, alguns aparelhos domésticos como liquidificadores,

secadores de cabelo, aspiradores de pó, micro-ondas, entre outros, podem causar

interferências de diferentes intensidades. Estes ruídos prejudicam a propagação do

sinal, e assim, muitas técnicas estão sendo desenvolvidas e melhoradas, como

novos métodos de modulação de sinal e o desenvolvimento de filtros.

As diferentes características encontradas nas topologias das redes de distribuição

de energia elétrica, assim como a qualidade das mesmas apresentam mais uma

desvantagem, pois em algumas concessionárias de energia se faz necessário

melhorias significativas – melhorias estas que aumentaria a qualidade da própria

energia distribuída - para prover o suporte à tecnologia PLC.

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A falta de regulamentação e padronização desta tecnologia também impede a maior

disseminação da mesma.

2.4 TECNICAS DE MODULAÇÃO

Em todo sistema de comunicação o objetivo é enviar e entregar “pacotes de

informação” independente da distancia entre a fonte e o receptor, e para que tal

serviço seja realizado com sucesso é necessário que o transmissor modifique esta

informação, que está na forma de uma seqüência de bits em um sinal analógico, e

assim é efetivamente possível transmiti-la por um canal de comunicação. Esse

processo de transformação dos dados é chamado de modulação.

Existem várias técnicas de modulação que estão aptas a ser utilizadas em um

sistema PLC, e como a escolha da técnica está intrinsecamente associada à

qualidade na transmissão do sinal, pois algumas técnicas são mais flexíveis em

relação a ruídos, entre outros. Sendo assim esta área requer extensa pesquisa e

análise das aplicações das diferentes técnicas.

A seguir serão apresentadas algumas dessas técnicas de modulação.

2.4.1 Modulação OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing

A modulação por Multiplexação por Divisão de Frequência Ortogonal, que oferece a

possibilidade de transmissão de até 224 Mbps, consiste em dividir bytes de

comunicação nas 1536 portadoras estreitas distribuídas lado a lado ortogonalmente.

Este método de modulação oferece grande adaptabilidade ao sistema, pois é

selecionado automaticamente as melhores portadoras para transmitir o sinal,

excluindo ou variando a quantidade de bits naquelas portadoras que apresentam

alguma interferência. Antes de o sinal ser modulado nas portadoras, ele passa por

algumas etapas de processamento que tem a finalidade de melhorar ainda mais o

desempenho alcançado pelo OFDM.

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Primeiramente os dados são protegidos contra erros com a inserção de códigos

corretores de erros. Após isso, os bits passam por um processo de entrelaçamento

onde bits subsequentes são separados, tornado a informação mais imune a alguns

tipos de erros. Em seguida diversas portadoras em frequências diferentes são

utilizadas para transportar o sinal original já modulado, onde cada portadora pode

levar uma taxa relativamente pequena de bits. É possível observar essa diferença de

frequências utilizadas na Figura 5, onde é ilustrado a distribuição das portadoras.

Assim, como poucos bits são transportados em diferentes frequências há certa

imunidade ao sinal, em relação a interferências em frequências especificas, uma vez

que somente uma pequena quantidade de bits serão atingidos, os quais estão bem

distantes no sinal original. (ROSS, 2010, p.26)

A necessidade de um amplificador de potencia altamente linear para evitar as

interferências nas faixas de frequência mais elevadas é um ponto fraco desta técnica

de modulação.

2.4.2 Modulação de Espalhamento Espectral – Spread Spectrum

A técnica de modulação de Espalhamento Espectral também é utilizada para

modulação de sinais PLC pois suporta ruídos e interferências encontradas na rede

Figura 5 - Distribuição das Portadoras na Modulação OFDM

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elétrica.

A modulação nesta técnica se dá da seguinte forma, de acordo com ROSS (2010, p.

24):

Nos sistemas convencionais de modulação ocorre uma tentativa de maximizar a concentração de energia para uma dada mensagem. Ou seja, o espectro de frequência do sinal codificado é maior que o espectro de sinal da informação.

Por outro lado, como o sistema distribui a energia em uma grande faixa de frequências, a relação sinal/ruído na entrada do receptor é baixa, chegando mesmo, em alguns casos, abaixo no nível de ruído dos receptores convencionais e, portanto, tornando-se insensível para os mesmos. No receptor do sistema de Espalhamento Espectral o processo recíproco ao espalhamento é realizado, restaurando o nível adequado das mensagens.

Nesta técnica a largura de banda necessária para transmissão na ordem de

megabits é bastante elevada.

2.5 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

O fornecimento de Internet banda larga é atualmente a principal aplicação da

tecnologia PLC, mas pela sua característica de utilizar a rede de energia elétrica

para trafego dos dados, o PLC traz a oportunidade de exploração de outros serviços

nas áreas de telefonia, automação, medição remota entre outros.

A área de automação residencial e industrial está em destaque com os atuais

avanços tecnológicos com sensores, câmeras, telas sensíveis ao toque, entre outros

equipamentos, cada vez melhores. A automação das rotinas pode trazer mais

conforto e segurança aos usuários.

São conhecidas varias tecnologias que possibilitam a automatização, como wireless

ou cabeamento estruturado, mas o PLC se destaca entre essas tecnologias pelo fato

dos equipamentos poderem se comunicar apenas plugando-os na rede elétrica. É

nesse cenário que encontramos os eletroeletrônicos “inteligentes” que possuindo

uma interface compatível com o sistema, é possível ter total controle sobre eles,

além de oferecerem serviços especializados como uma geladeira informar por e-mail

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ou sms se tem algum item em falta, a cafeteira saber exatamente a hora de preparar

o café, iluminação e climatização dos ambientes serem automáticos. Outra

vantagem do uso do PLC para automatização é o fato de não ser preciso a

instalação de novos cabos específicos.

O fornecimento de serviços de telefonia através do VoIP só vem a agregar

benefícios a tecnologia PLC. Este tipo de telefonia vem apresentando constante

melhoria, atingindo níveis de qualidade da telefonia tradicional. A tecnologia PLC

permite priorizar os dados VoIP na entrega de trafego a rede, para obter a máxima

qualidade de serviço (ROSS, 2010, p.29).

As concessionárias de energia serão grandes beneficiárias da tecnologia PLC, pois

elas terão a possibilidade de melhorar os serviços prestados de distribuição,

monitoramento e suporte aos clientes de energia elétrica.

As possíveis aplicações incluem leitura automática de medidores, supervisão e

gerencia da demanda, analise de sobrecargas, notificações de quedas, supervisão

de perda de fase, caracterização de falhas, e muitas outras. A tecnologia PLC pode

permitir a identificação ou até mesmo a predição de algumas falhas de

equipamentos e sua localização (ROSS, 2010, p.30).

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3 TESTES E IMPLANTAÇÔES COM PLC

3.1 PLC NO MUNDO

Em vários lugares pelo mundo a tecnologia PLC vem sendo estudada, testada e

implementada. Na Figura 6 podemos ver as principais iniciativas envolvendo PLC.

Na Europa existe o consórcio OPERA (Opem PLC European Research Alliance),

uma aliança entre 36 parceiros europeus e Israel, representados pelas organizações

envolvidas com o desenvolvimento da tecnologia PLC como concessionárias de

energia elétrica, empresas de telecomunicações, universidades, fabricantes de

chipset e modems, consultores entre outros.

O maior objetivo do OPERA é, através de pesquisas e desenvolvimento na área de

PLC, poder proporcionar um serviço de acesso de alta velocidade aos europeus com

preço competitivo. Além disso, buscam uma padronização para a tecnologia PLC.

Vários países europeus já exploram comercialmente o PLC, onde podemos citar

França, Espanha onde a cidade de Puerto Real já tem os serviços de telefonia e

internet providos pela empresa local de energia elétrica, Rússia com um projeto em

Moscou que prevê a instalação de mais de 70 mil pontos de acesso a internet pela

energia elétrica, Portugal e Alemanha.

Os Estados Unidos também se destaca no cenário mundial com a comercialização

do PLC, onde as concessionárias de energia elétrica acreditam no potencial que

uma rede de distribuição de eletricidade inteligente pode representar, em termos de

aumento de sua eficiência, confiabilidade e segurança (LIMA et al., 2006, p.15).

Atualmente o governo Obama tem uma parceria com o Banco da IBM investindo

cerca de 2,5 bilhões de dólares para a inclusão digital em áreas rurais.

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3.2 PLC NO BRASIL

Em todo o país, o PLC vem sendo estudado e testado a vários anos pelas

concessionárias de energia, havendo muitas vezes parcerias com prefeituras,

governo, universidades ou empresas quem tem interesse na melhoria e difusão

desta tecnologia.

No ano de 2005, o município de Barreirinhas no Maranhão, com uma população

urbana de pouco mais de 13 mil habitantes, a prefeitura municipal como o apoio da

APTEL (Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas

privados de Telecomunicações) e das empresas Cemar, Copel, EBA PLC,

Eletropaulo, FITEC, Lucent Technologies, Positivo Informática, Samurai e SEBRAE,

recebeu um projeto piloto de conectividade utilizando a tecnologia PLC. O objetivo

era de demonstrar como o PLC poderá ser uma solução contra a exclusão digital em

Figura 6 - Principais Iniciativas pelo Mundo Utilizando PLC

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nosso país. Assim foram criadas ilhas digitais em locais de prestação de serviços

públicos, como escolas, bibliotecas, postos de saúde, prefeitura, secretarias, entre

outros.

Em 2008, por já contar com um sistema PLC estruturado, a Cemar com recursos de

investidores da comunidade europeia, através do Projeto SAMBA, utilizou uma

topologia de comunicação hibrida, realizando a integração da rede local com um

canal de comunicação via satélite, instalando o sistema PLC para uso como retorno

de canal de TV digital, buscando interatividade e acesso a Internet através da TV.

O bairro Restinga situado a trinta quilômetros de distância da cidade de Porto Alegre

(RS), foi escolhido para a implementação de uma ilha digital, por se tratar de uma

comunidade extremamente carente e isolada.

Com a parceria da prefeitura de Porto Alegre, SENAI, Procempa e a UFRGS,

utilizando uma infovia interligada a um anel óptico, foi formada uma rede PLC. São

atendidos quatro pontos distintos que são: uma escola municipal, um centro

administrativo do bairro, uma unidade operacional do SENAI e uma unidade de

saúde municipal.

Este projeto atinge uma extensão linear de aproximadamente 3,5 Km, transmitindo

dados em alta velocidade sobre a rede elétrica de média tensão energizada com

uma tensão de 13,8 kV. O sinal PLC trafega com perdas aceitáveis em distancias de

até 1200m. Foram instalados modems regeneradores, a cada certo intervalo de

distancia, com a finalidade de reconstituir perdas no sinal do sistema. Nestes pontos

também foram instalados modems repetidores. Nas extremidades são utilizados

modems especiais, chamados Head-End, que recebem o sinal PLC da linha de

média tensão e reinjetam este sinal na rede elétrica de baixa tensão. E finalmente o

sinal chega através de baixa tensão, e é extraído das tomadas com um modem para

baixa tensão designado como CPE.

Espera-se com a implementação desse projeto piloto colaborar com o crescimento

socioeconômico, político e intelectual da comunidade.

Já a Eletropaulo na cidade de São Paulo implantou um projeto de utilização da

tecnologia PLC “Indoor” com previsão de atendimento a 300 prédios na cidade.

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Mesmo tendo um fabricante de equipamentos em seu grupo empresarial, a

Eletropaulo contratou a BPLG, a mesma empresa que forneceu os equipamentos

para a Copel, realizando testes no mesmo modelo desta.

Em Belo Horizonte (MG) a CEMIG realizou testes com o PLC na ano de 2001, e

agora está com um projeto de rede de acesso para 300 residências em um bairro

carente daquela cidade.

Em Goiânia (GO) a Celg, através do Projeto Opera, realiza desde 2003 testes com a

tecnologia PLC em parceria com ANATEL, UFJF (Universidade Federal de Juiz de

Fora), além de todos os parceiros internacionais do projeto Opera.

3.2.1 Testes da Copel

Durante as pesquisas feitas, pude perceber que a empresa Copel foi pioneira no

Brasil em testes utilizando a tecnologia PLC. Sendo assim, entrei em contato com a

Copel para ver a possibilidade de uma visita. Tendo um retorno favorável, foi

agendada uma visita para dia 27 de Setembro no Pólo Km 3 da Copel em Curitiba.

Nesta data, pude ver os equipamentos que estão sendo utilizados em Santo Antonio

da Platina, sendo testados em laboratório, além de todo o sistema de gerência em

funcionamento. Também foi possível conhecer e entender melhor como se dá o real

funcionamento desta tecnologia, assim como toda a parte lógica do sistema.

E para complementar esta pesquisa, foi disponibilizado material adicional

bibliográfico. Com todos esses recursos, a seguir é feito um estudo dos testes feitos

pela Copel no município de Santo Antônio da Platina.

3.2.1.1 Início e Preparação para os Testes

A Copel (Companhia Paranaense de Energia), presente em mais 98% dos

municípios do estado do Paraná com sua rede de distribuição de energia elétrica,

possui também a maior rede de fibra óptica do estado, e dessa forma esta empresa

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viu a tecnologia PLC como uma possível solução para a integração das áreas de

telecomunicações e de energia, com o objetivo de levar a Internet e outros serviços

para diversos locais do estado, assim como realizar a inclusão digital para aqueles

que nunca tiveram a oportunidade de acessar tais recursos tecnológicos.

O teste da Copel com a tecnologia PLC tem a finalidade de verificar quais os efeitos

da utilização da comunicação de dados em alta velocidade na estrutura da rede

elétrica, no modelo das redes elétricas brasileiras e mais especificamente, com as

particularidades da rede desta empresa. A Copel tem a pretensão de não apenas

avaliar o funcionamento do PLC, mas sim, agregar ao seu conhecimento técnico a

engenharia de implantação desta tecnologia (instalação, operação e manutenção)

onde se faz necessário a união de conhecimentos nas áreas de eletricidade,

informática e telecomunicações, e assim poder desenvolver suas próprias “melhores

práticas” na implantação, operação e manutenção da tecnologia PLC, otimizando e a

tornando viável de acordo com as características de suas redes de distribuição de

energia elétrica.

Os primeiros testes da Copel com a tecnologia PLC foi no ano de 2001, em Curitiba

com 50 usuários, no bairro de Água Verde. Infelizmente, na época a tecnologia

apresentou diversos problemas em relação a sua aplicabilidade devido a restrições

tecnológicas, mas com os avanços que esta tecnologia obteve nos últimos anos, que

é possível observar na tabela abaixo, impulsionou a empresa a realizar novos testes.

Geração PLC 2001 Geração PLC 2009

3 portadoras analógicas

Uma portadora bloqueada e duas

selecionadas manualmente

1536 portadoras digitais

Todas selecionadas via gerencia em

13 modos com 3 bandas possíveis

2,1 Mbps (camada física) 204 Mbps (camada física)

1 Mbps – velocidade de acesso real. 30 Mbps – velocidade máxima de

acesso real.

Tabela 1 - Comparativo entre a Geração PLC de 2001 e 2010

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E se espera para um futuro próximo velocidade de 400Mpbs, sendo 1Gbps na

camada física.

No final do ano de 2007, foi aberto o processo de licitação para a aquisição dos

equipamentos PLC, sendo que a empresa BPLG Brasil Desenvolvimento de Projetos

em PLC (BPLG) ganhou o processo. A BPLG foi responsável pelo fornecimento

equipamentos da marca ILEVO que possuem o chipset do tipo DS2, fabricadas pela

empresa Schneider, e também a prestação dos serviços de instalação e suporte dos

mesmos durante o processo de implantação.

A seguir segue uma descrição mais detalhada dos equipamentos adquiridos.

Modems:

ILV 211 – Conversor de PLC em Ethernet. Conta com uma porta VoIP e uma porta

Ethernet.

Figura 7 - Modem ILV 211

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ILV 260 – Conjunto de conversor PLC em Ethernet, mais um roteador comum e um

roteador Wireless. Contém um discador PPPoE interno, o que torna possível a

conexão plug-and-play, e quatro portas Ethernet e uma VoIP.

Figura 8 - Modem ILV 211 Portas

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Figura 9 - Modem ILV 260

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Equipamentos de rede:

ILV 2110 – TRD (Time Domain Repeater) Repetidor de domínio de tempo, utilizado

para repetir e reforçar o sinal.

Figura 10 - Modem ILV 260 Portas

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Figura 11 - Repetidor ILV 2110

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ILV 2010 – HE (Head-End) Equipamento principal da rede PLC, é nele onde todos

os outros equipamentos sincronizam. É nesse equipamento que acontece a

transformação do sinal de Internet para eles possam caminhar na rede de energia

elétrica.

Figura 12 - Head-End ILV 2010

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Figura 13 - Head-End 2010

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Equipamentos passivos:

Acopladores capacitivos CC3 – Elemento de ligação entre os equipamentos PLC

com a rede de Baixa Tensão. Na Figura 15 é ilustrado como ele funciona.

Figura 14 - Acoplador Capacitivo CC3

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Figura 15 - Esquema de Instalação do Acoplador Capacitivo

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Distribuidores de sinal SDB2 – Elemento para a distribuição do sinal PLC para até

oito circuitos.

Filtros de tomadas – Filtros para equipamentos domésticos que produzam um

ruído muito acentuado.

Ferrites – Utilizado para acoplamento indutivo e como filtro.

Além dos equipamentos, foi também adquirido pela Copel o sistema de

gerenciamento IMS (Ilevo Management System), e a seguir é listada algumas

funções:

Inclusão e exclusão de modems

Configuração dos modems;

Reboot remoto de qualquer um dos equipamentos;

Monitoramento de ruído de cada modem;

Figura 16 - Distribuidor de Sinal SDB2

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Monitoramento de sinal ao longo do tempo;

Opção MUTE, que praticamente desliga a transmissão de dados de um modem,

o deixando em estado de Stand By (espera);

Arranjo da topologia conforme a distribuição física ou lógica dos equipamentos;

Monitoramento de alarmes e eventos;

Em setembro de 2008, após a entrega dos equipamentos, enquanto eram

aguardados os cursos que seriam fornecidos pela BPLG, iniciou-se testes no Pólo

KM 3 da Copel em Curitiba.

O principal objetivo naquele momento era disponibilizar sinal PLC em um laboratório

localizado no bloco A daquela unidade, assim como verificar o funcionamento do

modem master, repetidor e o modem de usuário. Para isso, foi instalado um Head-

End junto ao quadro principal de distribuição deste bloco. Com o uso de um

acoplamento capacitivo, o Head-End foi ligado as três fases após o disjuntor que

atende ao andar térreo do bloco em questão.

Com a instalação feita desse modo, ainda não era possível obter-se sinal no

laboratório desejado, mas em algumas tomadas já eram contempladas com o sinal

PLC. Dessa forma foi necessária a instalação de um repetidor no quadro de

distribuição local, mais próximo ao laboratório Após muitos testes acompanhados

por um engenheiro técnico da BPLG, assim como um engenheiro da BPLG do

Canadá, conseguiu-se um sinal muito fraco no laboratório definido, mas em

laboratórios próximos a este tinham um sinal de melhor qualidade, assim foi alterado

o local de teste para um dos laboratórios que tinham melhor sinal. Ali foi montada

uma base para os testes com a tecnologia, onde com o modem master (Head-End)

alimentado com um sinal de Internet na velocidade FastEthernet (100Mpbs), obteve-

se um sinal consideravelmente bom no modem de usurário.

Para esses testes funcionários do Departamento de Manutenção de

Telecomunicações, Departamento de Engenharia de Redes de Acesso e do

Departamento de Engenharia de Redes e Sistemas IP trabalharam em conjunto.

Para seguir em continuidade, foram realizados mais testes, agora com os fatores

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que poderiam enfraquecer o sinal PLC. Como a interferências provocadas por ruídos

causados por diversos eletroeletrônicos é apontado como o maior empecilho da

tecnologia PLC, a Copel realizou testes em laboratório com diversas possíveis

fontes de ruídos, e os resultados mostraram que a principal fonte de interferências

eletromagnéticas nas instalações elétricas são as fontes chaveadas que podem ser

lâmpadas fluorescente ou carregadores de celular, entre outros.

Buscou-se avaliar nesses testes a interoperabilidade dos equipamentos PLC, o

efeito de ruídos na velocidade de acesso a internet o funcionamento dos filtros

adquiridos. Sendo assim, os teste foram feitos sem e com o uso de filtros, e no

laboratório foi possível observar que o uso dos mesmos minimizava os impactos

provocados em cada dispositivo. Mas, posteriormente com os testes já iniciados em

Santo Antonio da Platina, concluiu-se que o uso de filtros pode ser desnecessário

dependendo da situação. De acordo com FARIA et al. (2010, p.45):

As instalações em Santo Antônio da Platina mostraram que o filtro só se faz

necessário em ligações elétricas próximas ao modem PLC e/ou

interconectadas diretamente. Pois o próprio percurso e a impedância da

rede elétrica reduzem as interferências nas faixas de frequências utilizadas

pelo PLC.

Os resultados obtidos em laboratório foram suficientes para darem suporte ao início

dos teste em Santo Antonio da Platina.

3.2.1.2 Implantação em Santo Antonio da Platina

Santo Antonio da Platina foi escolhida por atender a requisitos como ser uma cidade

de porte médio, estar na rota do principal do anel do Backbone óptico (passagem da

rede de transporte e rede Ethernet) e ter equipes tanto da subsidiária de distribuição

de energia como equipes de telecomunicações.

Como já foi citado acima, a topologia de acesso escolhida para a implementação foi

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a de ultima milha, onde o modem master (Head-end) é acoplado ao transformador,

distribuindo o sinal na rede 110/220V.

Inicialmente o projeto previa a instalação de quinze equipamentos Head-end em

quinze circuitos de baixa tensão em diferentes pontos na cidade de santo Antônio da

Platina, mas havendo a necessidade de se manter equipamentos reserva para

reposição caso ocorresse falhas com os instalados, foi decidido a implementação de

dez circuitos.

Para a escolha dos locais onde seriam instalados os dez circuitos, buscou-se a

diversidade de topologia, diversidade de densidade de consumidores e diversidade

de tipos de consumidores, além de serem buscados circuitos que possuíam algum

tipo de entidade de representação social em benefício da população (FARIA et al.,

2010, p53).

Diferente do que foi planejado - dois equipamentos repetidores por circuito - em

relação aos equipamentos repetidores, foi necessário o uso de um número bem

maior, com alguns circuitos necessitando de até quatro repetidores.

Na Figura 17 é ilustrado um dos circuitos presentes em Santo Antonio da Platina. O

circuito em questão é o da Estação do Ofício, está numa região afastada do centro

da cidade, tem uma extensão de aproximadamente 350 metros, com 44

consumidores tanto residenciais, comerciais e industriais. A topologia testada nesse

circuito é a mais indicada para o sistema PLC, onde o Head-End fica próximo ou no

centro do circuito com os repetidores distribuídos em torno dele.

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Figura 17 - Circuito PLC

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Antes da implantação dos circuitos nos locais escolhidos foram necessárias algumas

ações na rede de energia elétrica, pois a frequência em que opera o sinal PLC

necessita de uma rede com qualidade superior, otimizada, onde as emendas são

reduzidas ao mínimo e os critérios de manutenção são melhorados. Uma das ações

tomadas foi o uso de um termovisor em todos os circuitos, aparelho que identifica

pontos quentes, que são locais onde as conexões elétricas estão deficientes

dissipando parte da energia elétrica na forma de calor. Identificados esses pontos,

emendas e/ou conexões eram reparadas. Também foram verificados quaisquer

outros itens que podiam facilitar a fuga de corrente, assim como testes em

medidores, onde se houvesse alguma anomalia o mesmo era substituído.

Como resultado, alem do melhor funcionamento do sinal PLC houve uma

significante melhora na qualidade da energia elétrica distribuída.

As Figuras 18, 19 e vinte mostram os serviços sendo realizados na fase de

montagem e instalação dos equipamentos PLC em Santo Antônio da Platina.

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Figura 18 - Instalação dos Equipamentos

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Figura 19 - Instalação dos Equipamentos

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Na Figura 21, é mostrado como é a caixa de proteção com o Head-End por dentro.

Figura 20 - Caixa de Proteção do HE já instalada

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3.2.1.3 Topologia da Rede

Os equipamentos da plataforma PLC, master (HE) e modems (CPE - Customer

Premises Equipment1) funcionam semelhantes a switches gerenciáveis. O HE

converte os dados da camada dois (enlace de dados) de sua porta de rede em

sinais de alta freqüência que são injetados na rede elétrica, que posteriormente são

convertidos novamente pela CPE em sua porta de rede, funcionando como

”bridges”.

Os HE adquiridos pela Cope tem suporte ao protocolo 802.1Q (VLAN), permitindo

transmitir redes distintas para cada aplicação, VoIP, dados, vídeo, gerência, através

da rede elétrica.

1 A sigla CPE é um termo técnico muito utilizado por operadoras de telecomunicações e fornecedores

de serviços de comunicação. É uma sigla em inglês quer dizer Customer Premises Equipment ou Customer Provided Equipment, e que significa "equipamento dentro das instalações do cliente".

Figura 21 - Caixa de Proteção do HE

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No projeto foi utilizado duas vlans, uma para dados (internet) e uma para a gerencia

dos equipamentos, como é possível observar na Figura 22. A vlan de gerencia é de

uso exclusivo para monitoramento e configuração remota dos equipamentos CPEs

que estão no cliente, sendo inacessível a este. A CPE no cliente recebe a vlan de

dados (PPPoE) e entrega essa rede na porta de dados.

Funcionamento com vlan

vlan gerência

IMS-PLC

vlan PPPoENo HE chegam

duas vlans a de

gerência e a de

PPPoE

data port

entrega a vlan PPPoP sem tag

(como se fosse um switch)

O HE transmite as

duas vlans

pela rede elétrica

ILV211

(BRIDGE)

ILV260

(ROUTER)

data port

client PPPoE na WAN, com NAT pra LAN

(estilo modem ADSL)

Figura 22 - Esquema de Distribuição e Gerência do Sinal PLC

Os dois modelos de CPEs utilizadas no teste têm características diferentes,

necessitando de algumas ações adicionais. O CPE ILV 211 é um modelo bridge que

recebe a vlan de PPPoE e entrega a essa rede para o cliente, sendo necessário

utilizar um discador PPPoE no sistema operacional do cliente.

Já o CPE ILV 260 que é um modelo roteador, recebe a vlan de PPPoE, e seu cliente

PPPoE interno estabelece a conexão (plug-and-play), sendo o modelo ideal para o

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uso.

Para o fornecimento de Internet em Santo Antonio da Platina foi estruturada uma

rede IP nos mesmos moldes que as operadoras de banda larga ADSL utilizam com

os equipamentos necessário para o atendimento em grande escala.

Os equipamentos necessários foram um concentrador PPPoE e um servidor que faz

o serviço de AAA (Authentication, Authorization and Accounting).

O PPPoE estabelece a sessão ponto-a-ponto de forma segura, autentica o usuário e

realiza a aquisição de um endereço IP, através do servidor IMS, na máquina do

usuário. Esse sistema é largamente utilizado pelas operadoras de banda larga, pois

permite que o usuário apenas plugue seu modem e saia navegando, deixando

transparente toda à complexidade do sistema.

A seguir é mais bem explicado o conceito AAA que descreve os processos de

autenticação, autorização e contabilização:

Autenticação (Authentication) - verifica se o usuário e senha conferem;

Autorização (Authorization) - verifica quais os recursos a que o usuário está

autorizado a ter, banda contratada por exemplo.

Contabilização (Accounting) - destina-se ao armazenamento de informação sobre

a utilização de recursos de um sistema pelos seus usuários. No caso do

fornecimento de internet, permite armazenar histórico de qual IP foi fornecido a

que usuário e o horário da conexão. Por lei, é obrigatório o provedor manter

esses dados por um período de três anos, segundo previsto no artigo 22 do

projeto de lei substitutivo 76. Esses dados podem ser requisitados para

investigação de crimes virtuais.

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Curitiba

IMS Server

Internet

da gerência

Concentrador PPPoE

SPL

Internet

WoD100Mbps

PPPoE

RADIUS/DNS (BACKUP)

rede elétrica

ILV211(bridge)

fecha PPPoE

pelo windows

ILV260 (roteador)

fecha PPPoE

no CPE

vlan de gerência

vlan PPPoE

IMS-PLC

RADIUS/DNS

L2VPN

Rede Ip - PLC Santo Antônio da Platina

HEADEND

Concentrador PLC

em Santo Antônio

IMS Server BACKUP

Figura 23 - Rede IP de Santo Antônio da Platina

3.2.1.4 Ações na rede

Com o intuito de melhorar a qualidade do sinal PLC oferecido, evitando os ruídos

causados pelas redes de consumidores que não estavam utilizando o PLC, os

próprios engenheiros da Copel desenvolveram um filtro capaz de bloquear o sinal

PLC para os não usuários e evitar que os ruídos da rede dos mesmos não

causassem mais interferências, podendo oferecer um sinal de melhor qualidade aos

usuários.

Esse filtro projetado não é o ideal, pois não apresenta total eficiência, deixando uma

pequena porcentagem de ruídos “escapar”, mas como tal equipamento não foi

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previsto no projeto, o filtro projetado foi o que apresentou o melhor custo beneficio,

não encarecendo demais o projeto.

Na Figura 24 é possível observar onde o filtro é instalado.

Figura 24 – Esquema da Instalação de Filtro no Medidor de

Energia

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Figura 25 - Filtro Instalado no Medidor de Energia

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Segundo FARIA et al. (2010, p93):

O intuito do filtro é impedir tanto o sinal PLC de entrar, quanto o ruído

interno gerado sair, isolando para a alta frequência a rede externa da rede

interna do consumidor. Apesar do filtro não bloquear 100% do sinal, a

atenuação acrescida por ele é satisfatória.

Foi escolhido um circuito PLC, e então foram instalados filtros em todos os

consumidores que não estavam testando o sistema. Após isso, foram realizados

novos testes para verificar como ficou o sinal PLC com o uso dos filtros. Em alguns

pontos o sinal melhorou significamente, em outros não houve mudança, e até em

outros pontos, houve queda na qualidade do sinal. Sendo assim, com os dados

levantados não foi possível concluir se é necessária a utilização dos filtros por todos

os não usuários, ou apenas a utilização em locais com maior intensidade de ruídos.

Também foram feitos testes para verificar se a iluminação pública poderia causar

grande interferência no sinal PLC. Para os testes foram comparados a

velocidade/sinal/ruído com a iluminação pública apagada e acesa. Não foram

verificadas grandes alterações, mas com o uso de filtros (ferrites colocados nos

cabos de alimentação da iluminação), os valores voltaram ao patamar de quando as

lâmpadas estão desligadas.

3.2.1.5 Clientes ativos

Até a apresentação do Relatório Técnico da Avaliação da Tecnologia Powerline

Communications (PLC), em março de 2010, havia 110 clientes (voluntários)

distribuídos pelos 10 circuitos, utilizando o sinal PLC em Santo Antônio da Platina. A

Copel ainda trabalha para efetuar melhorias na configuração dos equipamentos e na

rede com a finalidade de oferecer um melhor sinal aos que já utilizam e também

para tentar ativar o maior número possível de clientes dentro dos dez circuitos

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existentes.

O objetivo inicial da Copel para o projeto PLC era disponibilizar internet em banda

“extra-larga” em até 100Mpbs, mas após a aquisição e analise dos equipamentos

PLC, pode se verificar que esta é uma tecnologia de “banda-larga”, pois o chipset

DS2 usado pelos equipamentos adquiridos, tem uma velocidade máxima de

200Mpbs na camada física, mas a interface de entrada do Head-End é de até

100Mpbs, assim sendo o PLC concorrente com as tecnologias atuais de transmissão

de dados como cable modem e DSL.

Para o compartilhamento entre todos os usuários de Santo Antônio da Platina uma

internet de 100Mbps, e de acordo com FARIA et al. (2010) “o único elemento

limitador de velocidade é inerente da própria tecnologia PLC, de sua camada física,

não havendo nenhum filtro de banda dos roteadores ou switches”.

Em testes em ambiente ideal – em bancada- foi alcançada velocidade de

transmissão de 70Mbps na camada IP. Já na maioria dos usuários em campo, a

velocidade obtida varia entre 5 a 10Mbps.

Na Figura 26 é possível observar o gráfico demonstrando o crescimento do consumo

de Internet durante o ano de 2009, pois as instalações começaram em março com

alguns usuários, e até o final do ano eram mais de 90 usuários de PLC. Os valores

representados por IN e OUT significam respectivamente Upload e Download.

Figura 26 - Histórico do Consumo entre Maio de 2009 e Fevereiro de 2010

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Os gráficos abaixo demonstram o padrão de consumo diário, semanal e mensal dos

usuários. Através deles, é possível observar que a média de consumo é de apenas

2.5Mbps de download. Assim concluímos que a maioria dos usuários faz o uso da

Internet para ler emails, assistir vídeos e acessar sites de redes sociais, não sendo

uma tráfego contínuo de dados, pois o navegador do usuário só consome banda

enquanto está baixando o conteúdo da página.

Figura 27 - Histórico de Consumo Diário

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Figura 28 - Histórico de Consumo Semanal

Figura 29 - Histórico de Consumo Mensal

De acordo com FARIA et al. (2010, p.113):

Para ofertar o serviço comercialmente e cobrar pelo consumo de dados por

usuário é necessário uma plataforma específica para esse fim, que não foi

adquirida com o sistema atual.

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Ao especificar a compra de tecnologias de acesso, é imprescindível prever

sua forma de atendimento, e incluir todos os elementos de hardware

(equipamentos) e softwares (aplicativos de gerência e operação, tarifação,

bilhetagem, integração com o sistema de faturamento da empresa), suporte

e garantia.

3.2.1.6 Problemas Encontrados

Nos testes que estão sendo realizados no município de Santo Antonio da Platina

foram encontrados alguns problemas como a falta de filtros de tomada adequados,

pois os fornecidos tinham plugues no padrão japonês, e não foi possível efetuar a

troca para um com o padrão mais parecido com o brasileiro. Assim foram utilizados

apenas alguns filtros, na maioria em equipamentos de informática.

Outro problema identificado foi a dificuldade para a instalação de filtros nos quadros

de distribuição de energia por falta de espaço no mesmo sendo necessária a

utilização de uma caixa externa para a acomodação do filtro.

A interferência entre circuitos, também foi outro problema encontrado, que acontece

quando os clientes de dois circuitos adjacentes, quando um dos circuitos não tinha

sinal PLC, vários clientes se conectavam através do outro circuito, que pode ser

visto até como um ponto positivo, mas não é. O problema é a frequente conexão e

desconexão de modems e Head-Ends e repetidores diferentes conforme variações,

ao longo do dia, do sinal de cada um deles, degradando o desempenho das duas

redes em questão. Tentando solucionar este problema, foram instalados filtros nos

equipamentos que os impedem de emitirem e receberem determinada faixa de

frequência, separando os sistemas PLC por faixa de frequência. Os filtros tiveram o

devido funcionamento, mas não impediam que alguns clientes se conectassem no

outro circuito, já que os modems de usuário sempre “buscam” o melhor sinal.

Outro grande problema foi a falta de padronização nas instalações elétricas internas

das residências. A maioria das instalações foram feitas de forma precária,

desorganizada e sub-dimensionada. Uma das soluções para este problema seria a

readequação completa da rede elétrica interna, atendendo as normas da ABNT, com

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quadros de distribuição, separação dos circuitos, o redimensionamento dos cabos, a

utilização de conectores e um planejamento melhor da rede.

A solução encontrada pelos próprios usuários foi a instalação de um ramal direto da

saída do medidor ou outro local onde o sinal esteja bom, diretamente para o modem.

O software para gerencia IMS, apesar de apresentar um desempenho satisfatório

para os testes, apresenta vários pontos fracos, impossibilitando o uso em uma

utilização em massa. Os problemas mais significativos, como a impossibilidade de

haver um acesso simultâneo, o tempo de resposta dos alarmes aumentar de acordo

com que mais equipamentos vão entrando na gerencia, algumas configurações só

poderem ser feitas individualmente nos equipamentos e a impossibilidade de se

configurar um equipamento que não seja do mesmo fabricante, mesmo se esse

utilize o meso chipset, o DS2.

Mais um problema era encontrar um método de definição do local para a instalação

dos equipamentos repetidores que consiste no processo de realização de medidas

através da conexão de um modem na rede externa, nos postes subsequentes ao

poste em que está instalado o equipamento master assim determinando o ponto no

qual o sinal é baixo, e neste local instalar um equipamento repetidor. O problema é a

falta de um sistema que efetue uma medição precisa do sinal PLC, sendo que as

únicas formas encontradas para medir a qualidade do sinal eram através do modem

(apenas o modelo ILV 260) ou com o software de gerencia, mas através desses

métodos não é possível determinar com precisão pois o sinal varia de medição a

medição. Não saber qual é o local onde o sinal realmente necessita de regeneração

influencia na determinação da melhor posição dos equipamentos repetidores.

Outros problemas levantados, relacionados com a falta de conhecimento básico em

computadores, como a utilização de discador PPPoE no computador (com o modem

ILV 211) onde sendo que muitas vezes o usuário apaga ou desconfigura seu

discador, assim como problemas com a configuração do sistema Wi-Fi com os

modems ILV 260.

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3.2.1.7 Conclusões Obtidas pela Copel

A Copel vê que a grande vantagem do uso do sistema PLC, é que esta tecnologia

une as areas de energia e telecomunicações, áreas em que a Copel domina e tem

grande atuação.

Os testes desenvolvidos com a tecnologia PLC foram divididos em dois momentos.

Os realizados em ambientes controlados (laboratórios, e em agências da Copel em

Curitiba), que serviram como preparação para os testes do segundo momento, em

ambiente não controlado, em Santo Antonio da Platina.

De acordo com FARIA et al. (2010), é obtido um sinal PLC de qualidade:

Em Santo Antônio da Platina foram realizadas medições em dois circuitos

em todos os quadros de medição. Destas medições, pôde-se concluir,

principalmente, que existe sinal de qualidade na grande maioria dos

quadros de medição, o que demonstra que a dificuldade da implantação da

tecnologia está dentro da residência dos consumidores devido às

características das instalações elétricas (instalações elétricas fora das

normas, emendas de má qualidade e grande quantidade de ruídos). A

qualidade do sinal que chega até os quadros esta diretamente relacionada

com o tamanho do circuito, a quantidade de ruído, como também com o

acerto no posicionamento dos equipamentos repetidores.

Com os testes lá realizados concluiu que o uso de filtros – de tomadas, luminárias

por causa das fontes chaveadas de lâmpadas que geram ruídos, quadros de

distribuição para filtrar certos circuitos dentro das residências que causam ruídos e

em quadros de medição pra isolar os não consumidores impedindo estes que

enviem seus ruídos nos circuitos – é indispensável, pois o sistema PLC é

extremamente sensível a interferências. Assim ficou evidente a necessidade de

pesquisa e desenvolvimento de filtros adequados a realidade brasileira.

No final de 2009 foi realizada uma pesquisa com os usuários de PLC, onde, de

acordo com FARIA et al. (2010) foi possível concluir:

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A pesquisa, realizada, no final de 2009 com os usuários do PLC em Santo

Antônio da Platina, foi importante para percebermos a sensibilidade do

usuário em relação o serviço testado. A pesquisa foi dividida em cinco

tópicos: Cadastro (com Pergunta Referencial), Utilização, Qualidade,

Atendimento e Percepções de Futuro. Os resultados apresentaram dados

interessantes, o principal deles é que os usuários estão satisfeitos com a

Internet via PLC, e que gostariam que o serviço fosse prestado

comercialmente, e que caso isso ocorresse, os usuários estariam dispostos

a fazer as reformas necessárias para receber o melhor sinal PLC possível.

Dos usuários que declararam ter problemas com o sinal PLC, todos foram

avaliados, a maioria dos problemas já foi resolvida, e o restante está em

fase de estudos.

Mesmo tendo ainda muito a se estudar sobre a tecnologia PLC, os testes realizados

até o momento foram importantes para trazer os conhecimentos desta tecnologia

aos técnicos da Copel. Com os conhecimentos adquiridos, a Copel pode procurar

por fornecedores de equipamentos com melhores soluções e projetos.

Os testes também trouxeram uma maior visibilidade a área de telecomunicações da

Copel, que vem sendo como referencia no assunto. Com isso, outros fabricantes

começaram a oferecer seus equipamentos para testes sem custos, almejando por

negócios futuros.

Segundo o relatório, ainda não é possível afirmar se a implantação da tecnologia

PLC é viável, pois, como dito anteriormente, ainda existem muitos problemas a

serem resolvidos, problemas estes que a Copel vai continuar estudando para

encontrar as soluções adequadas, visando a implantação em larga escala do PLC.

Com todo o trabalho de testes a Copel concluiu que a tecnologia PLC funciona, e

com o devido uso das soluções para a diminuição de ruídos, como os filtros, é

possível o trafego dados de Internet com qualidade nos mesmos cabos da energia

elétrica. Com o desenvolvimento das soluções adequadas no âmbito externo, o

principal problema seria em relação aas instalações internas dos usuários, que

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geralmente estão fora dos padrões recomendados. Sendo assim, a Copel estuda

modelos de negócios onde fosse possível a não interferência direta da empresa

nestas instalações, oferecendo o serviço de Internet como o de água ou de gás

encanado, onde entrega-se o acesso na entrada de serviço do consumidor, e este,

através de orientações da empresa por cartilhas e/ou normativas providencia a

adaptação das instalações internas. Dessa forma o serviço seria cobrado nos

mesmos modelos utilizados para o fornecimento de água e gás encanado, não por

velocidade da conexão com Internet e sim pelo consumo do usuário.

Assim, a Copel vislumbra o PLC como uma alternativa para o desenvolvimento e

inclusão digital.

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4 REGULAMENTAÇÃO

No Brasil, as agencias responsáveis pela regulamentação da utilização da rede

elétrica para a transmissão de dados, voz e imagem e acesso a Internet em alta

velocidade por meio da tecnologia PLC são a ANATEL (Agencia Nacional de

Telecomunicações) e a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica). Elas já

estabeleceram regras mínimas para o PLC. A ANATEL dispôs o assunto através da

Resolução Nº. 527, de abril de 2009, e a ANEEL através da Resolução Normativa

Nº. 375, de 25 de agosto de 2009, ambas em anexo.

As resoluções delimitam o uso das redes de energia elétrica para fins de

telecomunicações para garantir a qualidade, confiabilidade da mesma, determinam

quem poderá explorar comercialmente o PLC, quem tem prioridade do uso da rede,

e como deve ser revertida porcentagem da arrecadação com a exploração comercial

desta tecnologia.

Nos anexos é possível ver as resoluções na integra.

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5 CONCLUSÃO

Após extensa pesquisa sobre a forma de funcionamento da tecnologia PLC, suas

aplicações, testes realizados entre outros, foi possível obter algumas conclusões.

Mesmo sendo um pouco antiga, a tecnologia PLC ainda requer estudos na área de

desenvolvimento de soluções em áreas como as das técnicas de modulação, para

que cada vez mais, os sinais sejam imunes a ruídos, assim como o de

equipamentos que diminuam a incidência destes ruídos.

Com o desenvolvimento de tais soluções, a tecnologia PLC poderá ser um aliado

contra a exclusão digital, uma alternativa para as atuais distribuidoras de Internet ter

maior cobertura para seus serviços, pode ajudar a melhorar a qualidade de energia

distribuída e o suporte oferecido aos seus clientes. Esta tecnologia pode também

impulsionar ainda mais o desenvolvimento de soluções voltadas a automação

residencial. Também, além de Internet, o PLC pode vir operar com telefonia através

de VoIP.

Acredito que em um futuro próximo poderemos contratar serviços de Internet PLC

em nosso país, vendo que na Europa isto já é possível.

Para trabalhos futuros, espero montar uma rede interna utilizando PLC, com os

equipamentos já disponíveis no mercado.

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REFERÊNCIAS

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FARIA, Tássilu; NAKATSUKASA, Dennis Yonaha; KERSCHER Luis Fernando;

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RIBEIRO, Moises Vidal. Técnicas de Processamento Aplicadas a Transmissão

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<http://www.patrulhadomeiodia.kit.net/curso_power_lines_comu.pdf>. Acesso em: 16

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para Transferência de Dados. Fundação Unirg. Disponível em <http://www.ulbra-

to.br/eventos/encoinfo/2009/Anais/Uma_Abordagem_no_Uso_de_Rede_de_Energia

_Eletrica_para_Transferencia_de_Dados.pdf>. Acesso em: 16 abril 2010.

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VIDAL, Alexandre de Moura. Estudo do Estado da Arte e Análise de Desempenho

de Sistemas de Comunicação PLC de Banda Larga. UFSC. Disponível em

<http://www.tede.ufsc.br/teses/PEEL1075.pdf>. Acesso em: 19 junho 2010.

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ANEXO

NORMA ANATEL

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

RESOLUÇÃO Nº. 527, DE 8 DE ABRIL DE 2009

Aprova o Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofreqüências por Sistemas de Banda Larga por meio de Redes de Energia Elétrica.

O CONSELHO DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 22 da Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997, e pelo art. 35 do Regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações, aprovado pelo Decreto no 2.338, de 7 de outubro de 1997,

CONSIDERANDO que, de acordo com o disposto no inciso VIII, do art. 19, da Lei no 9.472, de 1997, cabe à Anatel administrar o espectro de radiofreqüências, expedindo as respectivas normas;

CONSIDERANDO que, de acordo com o disposto no art. 159 da Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997, serão consideradas na destinação das faixas, as atribuições, distribuições e consignações existentes, objetivando evitar interferências prejudiciais;

CONSIDERANDO que, de acordo com o disposto no art. 160 da Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997, poderá ser restringido o emprego de radiofreqüências com o objetivo de regular o uso eficiente do espectro;

CONSIDERANDO as contribuições recebidas em decorrência da Consulta Pública nº. 38, de 25 de agosto de 2008, publicada no Diário Oficial da União de 26 de agosto de 2008;

CONSIDERANDO o que consta do processo no 53500.017793/2008;

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CONSIDERANDO deliberação tomada em sua Reunião nº. 517, realizada em 2 de abril de 2009,

RESOLVE :

Art. 1º Aprovar o Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofreqüências por Sistemas de Banda Larga por meio de Redes de Energia Elétrica (BPL).

Art. 2º Estabelecer que as atualizações quanto ao centro das zonas de proteção e exclusão de estações costeiras e terrestres definidas nos Anexos I, II e III do Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofreqüências por Sistemas de Banda Larga por meio de Redes de Energia Elétrica, quando solicitadas pelas Forças Armadas ou Órgãos de Segurança, serão realizadas por ato da Superintendência competente para tratar da administração do uso do espectro de radiofreqüências, e disponibilizadas na página da Anatel na Internet.

Art. 3º Estabelecer que, caso o funcionamento de estações que utilizem sistemas BPL estiver associado à exploração do serviço de telecomunicações, será necessária a correspondente autorização do Serviço de Comunicação Multimídia ou do Serviço Limitado Privado, bem como o licenciamento das estações que se destinem à:

a) interligação às redes das prestadoras de serviços de telecomunicações; ou

b) interligação a outras estações da própria rede por meio de equipamentos que não sejam de radiação restrita;

Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

RONALDO MOTA SARDENBERG

Presidente do Conselho

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ANEXO À RESOLUÇÃO Nº. 527, DE 8 DE ABRIL DE 2009

REGULAMENTO SOBRE CONDIÇÕES DE USO DE RADIOFREQÜÊNCIAS POR SISTEMAS DE BANDA LARGA POR MEIO DE REDES DE ENERGIA ELÉTRICA

CAPÍTULO

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Este Regulamento tem por objetivo estabelecer as condições de uso de radiofreqüências por sistema de “banda larga por meio de redes de energia elétrica” (BPL), em especial quanto às radiações indesejadas causadas por estes sistemas.

Art. 2º A comunicação a ser estabelecida pelo sistema BPL, confinada nas redes de energia elétrica, somente poderá ocorrer na faixa de radiofreqüências de 1,705 Mhz a 50 Mhz.

Art. 3º Os equipamentos que compõem o sistema BPL serão tratados como equipamentos de radiocomunicação de radiação restrita e operam em caráter secundário.

CAPÍTULO II

DAS DEFINIÇÕES

Art. 4º Para os efeitos deste Regulamento, considera-se:

I – BPL: banda larga por meio de redes de energia elétrica;

II – Faixas de exclusão: faixas de radiofreqüências em que os sistemas BPL não poderão emitir sinais;

III – Interferência Prejudicial: qualquer emissão, irradiação ou indução que obstrua, degrade seriamente ou interrompa repetidamente a telecomunicação;

IV – Linha de distribuição de Baixa Tensão (BT): linha de distribuição de energia elétrica com tensão nominal igual ou inferior a 1kV, situada entre os transformadores da rede de distribuição de energia elétrica e as instalações do

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usuário BPL, podendo ser aérea ou subterrânea;

V– Linha de distribuição de Média Tensão (MT): linha de distribuição de energia elétrica com tensão nominal maior que 1 kV e menor que 69 kV, situada entre as subestações e os transformadores da rede de distribuição de energia elétrica, podendo ser aérea ou subterrânea;

VI- Radiação indesejada: fluxo de energia indesejado liberado sob a forma de ondas de rádio, por uma fonte qualquer;

VII – Rede de distribuição de Baixa Tensão (RBT): conjunto de instalações de distribuição de energia elétrica, com tensão nominal igual ou inferior a 1 kV;

VIII – Rede de distribuição de Média Tensão (RMT): conjunto de instalações de distribuição de energia elétrica, com tensão nominal maior que 1 kV e menor que 69 kV;

IX – Zona de proteção de estações costeiras: compreende a área circunscrita ao círculo de raio de 1 km com centro nas coordenadas geográficas das estações costeiras listadas no Anexo I;

X – Zona de proteção de estações terrestres: compreende a área circunscrita ao círculo de raio de 1 km com centro nas coordenadas geográficas das estações terrestres listadas no Anexo II;

XI – Zona de exclusão de estações terrestres: compreende a área circunscrita ao círculo de raio de 1 km com centro nas coordenadas geográficas das estações terrestres listadas no Anexo III;

XII – Zona de exclusão de presídios: compreende a área restrita aos limites dos estabelecimentos penitenciários.

CAPÍTULO III

DOS REQUISITOS GERAIS

Art. 5º As radiações indesejadas causadas por sistemas BPL, operando na rede de distribuição de Baixa Tensão, devem estar limitadas aos valores descritos na Tabela I.

Tabela I

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Limites de radiações indesejadas causadas por sistemas BPL de RBT

Art. 6º As radiações indesejadas causadas por sistemas BPL, operando

na rede de distribuição de Média Tensão, devem estar limitadas aos valores

descritos na Tabela II.

Tabela II

Limites de radiações indesejadas causadas por sistemas BPL de RMT

Art. 7º Os sistemas BPL devem possuir as seguintes características técnicas:

I - incorporar técnicas de mitigação de interferências que possibilitem reduzir remotamente a potência do sinal e remanejar as freqüências em operação em tais sistemas, incluindo filtros ou permitindo o completo bloqueio de radiações indesejadas em freqüências ou de faixas de freqüências, em conformidade com este Regulamento.

II – para freqüências abaixo de 30 Mhz, quando da utilização de filtros para evitar interferência em uma faixa de radiofreqüências específica, os filtros devem ser capazes de atenuar as radiações indesejadas dentro desta faixa a um nível de, pelo menos, 20 dB abaixo dos limites especificados neste Regulamento.

III – para freqüências acima de 30 Mhz, quando da utilização de filtros para evitar interferência em uma faixa de radiofreqüências específica, os filtros devem ser capazes de atenuar as radiações indesejadas dentro desta faixa a um nível de, pelo menos, 10 dB abaixo dos limites especificados neste Regulamento.

IV – manter as configurações de mitigação de interferência, mesmo quando houver falta de energia na rede ou quando o equipamento for desligado e religado, de forma consecutiva ou esporádica.

V – dispor de mecanismo que possibilite, remotamente, a partir de uma central de controle, o desligamento da unidade causadora de interferência prejudicial, caso outra técnica de mitigação não alcance o resultado esperado.

Faixa de freqüências Intensidade de campo Distância da Medida

(Mhz) (microvolt por metro) (metro)

1,705-30 30 30

30-50 100 3

Faixa de freqüências Intensidade de campo Distância da Medida

(Mhz) (microvolt por metro) (metro)

1,705-30 30 30

30-50 90 10

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CAPÍTULO IV

DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS

Art. 8ºA operação do sistema BPL em RMT não poderá provocar radiações indesejadas nas faixas de exclusão listadas na Tabela III, que abrangem faixas de radiofreqüências atribuídas ao Serviço Móvel Aeronáutico (R) e Radioamador.

Parágrafo único. As faixas de radiofreqüências que vierem a ser atribuídas e destinadas posteriormente ao Serviço Móvel Aeronáutico (R) no segmento do espectro compreendido entre 1,705 Mhz e 50 Mhz também serão consideradas faixas de exclusão.

Tabela III

Faixas de Exclusão

Faixa de freqüências (Mhz)

2,754-3,025

3,400-3,500

4,453-4,700

5,420-5,680

6,525-6,876

6,991-7,300

8,815-8,965

10,005-10,123

11,275-11,400

13,260-13,360

13,927-14,443

17,900-17,970

21,000-21,450

21,924-22,000

28,000-29,700

Art. 9º. Dentro das zonas de proteção de estações costeiras deverão ser observados os seguintes critérios:

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I - Na faixa de radiofreqüências de 2,1735-2,1905 Mhz, fica vedada a operação de quaisquer sistemas BPL.

II - Nas faixas de radiofreqüências listadas na Tabela IV, atribuídas ao Serviço Móvel Marítimo, os limites de radiação indesejada causada pelos sistemas BPL em RMT devem estar atenuados a um nível de, pelo menos, 10 dB abaixo dos limites especificados nos arts. 5º e 6º deste Regulamento.

Tabela IV

Faixas de Radiofreqüências relativas à zona de proteção de estações costeiras

Faixa de freqüências (Mhz)

4,122-4,128

4,177-4,178

4,207-4,208

6,212-6,218

6,268-6,269

6,312-6,313

8,288-8,294

8,364-8,365

8,376-8,377

12,287-12,293

12,520-12,521

12,577-12,578

16,417-16,423

16,695-16,696

19,680-19,681

22,376-22,377

26,100-26,101

Art.10. Dentro das zonas de proteção de estações terrestres, na faixa de radiofreqüências de 1,705 Mhz a 30 Mhz, fica vedada a operação de quaisquer sistemas BPL.

Art. 11. Dentro das zonas de exclusão de estações terrestres e de presídios, fica vedada a operação de quaisquer sistemas BPL.

Art 12. As Forças Armadas e/ou os Órgãos de Segurança, quando no cumprimento de suas missões constitucionais, poderão notificar a Anatel sobre a

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região geográfica e as faixas de radiofreqüências que serão utilizadas.

§ 1º A Anatel informará ao operador do sistema BPL, que deverá proceder aos ajustes necessários, imediatamente, para não causar interferências prejudiciais aos sistemas daquelas entidades, incluindo a interrupção do serviço, se for o caso.

§ 2º No caso de interrupção do serviço BPL, por prazo superior a 5 dias, a Anatel poderá, por solicitação do operador do sistema BPL, intermediar e mediar junto às Forças Armadas e/ou Órgãos de Segurança, na busca por uma solução que permita o restabelecimento da porção do serviço BPL que foi interrompido.

§ 3º O não cumprimento do estabelecido no caput implicará, por solicitação das Forças Armadas e/ou Órgãos de Segurança, ações da Anatel, que determinarão novas zonas de exclusão e faixas de radiofreqüências onde ficará vedado o uso de sistemas BPL, além das sanções administrativas cabíveis.

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CAPÍTULO V

DO CONTROLE DO USO DE RADIOFREQÜÊNCIAS

Art. 13. Adicionalmente às obrigações provenientes da autorização do serviço de telecomunicação pertinente, a prestadora do serviço de telecomunicações que fizer uso de sistema BPL deve prestar à Anatel, em até 30 dias antes de início de operação comercial, informações necessárias para a criação e manutenção de uma base de dados pública, disponível a quaisquer interessados, atualizando-as na entrada de operação do serviço e sempre que houver alterações, e especialmente:

I – a identificação da prestadora do serviço de telecomunicações;

II – o fabricante do equipamento BPL e os dados da estação certificada em utilização;

III – a latitude e longitude de todas as estações, exceto as estações terminais do usuário;

IV – o endereço completo, incluindo o CEP, da localidade atendida;

V – a faixa de radiofreqüências de operação do sistema BPL;

VI – a data prevista para o início da operação;

VII – a data de entrada em operação; e

VIII – o contato do operador do sistema em cada localidade, incluindo telefone e correio eletrônico.

Parágrafo único. Os sistemas existentes na data de publicação deste Regulamento terão 30 dias para se adequarem ao estabelecido neste artigo.

Art. 14. Antes do início da operação comercial do sistema BPL, a prestadora do serviço de telecomunicações deverá fornecer às Forças Armadas e Órgãos de Segurança locais, assim como às Associações de Radiodifusão e Radioamadorismo da Unidade da Federação as informações enumeradas nos incisos I, IV, V e VIII do artigo 13 deste Regulamento.

Parágrafo único. Em caso de interferência prejudicial, a entidade afetada deverá notificar a prestadora do serviço de telecomunicações, que se comprometerá a aplicar técnicas adicionais de mitigação de interferências, conforme o art. 15 deste Regulamento.

Art. 15. Se, após o início da operação comercial da estação do sistema BPL, for detectada a existência de alguma interferência prejudicial deverá ser observada:

I – se a estação interferida opera em caráter primário, a estação BPL interferente deverá imediatamente cessar a sua transmissão e proceder aos ajustes necessários para eliminar a interferência;

II – se a estação interferida também opera em caráter secundário, os interessados devem proceder à coordenação de uso das radiofreqüências de forma

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a eliminar as interferências.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 16. Os equipamentos que compõem o sistema BPL devem:

I - possuir certificação expedida ou aceita pela Anatel, de acordo com a regulamentação vigente;

II - atender às normas cabíveis, referentes ao sistema elétrico, expedidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Art. 17. Os sistemas existentes até a data de publicação deste Regulamento, em desacordo com o aqui estabelecido, podem continuar em operação até 30 de junho de 2010, após o que deverão cessar sua operação.

Art. 18. A Anatel definirá critérios, procedimentos e sistemas específicos que permitam aos interessados prover o cadastramento previsto no art. 13 deste Regulamento.

Parágrafo único. Até que tais critérios, procedimentos e sistemas sejam especificados, as operadoras deverão armazenar as informações relacionadas no art. 13 para acesso pela Anatel, quando solicitado.

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Anexo I

Centro das Zonas de Proteção de Estações Costeiras

CIDADE UF Coordenadas Geográficas

LATITUDE LONGITUDE

Arraial do Cabo RJ 22S5655 42W0140

Belém PA 01S2341 48W2927

Belém PA 01S2752 48W3016

Belém PA 01S2346 48W2644

Belém PA 01S2701 48W2918

Brasília DF 15S4707 47W5130

Brasília DF 15S5947 47W5356

Cabo Frio RJ 22S4258 42W0017

Duque de Caxias RJ 22S4813 43W1727

Itajaí SC 27S0435 48W4620

Ladário MS 19S0014 57W5357

Manaus AM 03S0818 60W0130

Manaus AM 03S0827 60W0122

Manaus AM 03S0616 59W5416

Natal RN 05S4730 35W1313

Natal RN 05S4732 35W1152

Niterói RJ 22S5305 43W0758

Parnamirim RN 05S5155 35W1618

Recife PE 08S0604 35W0118

Rio de Janeiro RJ 22S4645 43W0916

Rio de Janeiro RJ 22S5226 43W0806

Rio de Janeiro RJ 22S5357 43W1037

Rio de Janeiro RJ 22S4937 43W1106

Rio de Janeiro RJ 22S5451 43W1701

Rio de Janeiro RJ 23S0000 43W3622

Rio Grande RS 32S0150 52W0454

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Rio Grande RS 32S0824 52W0616

Rio Grande RS 32S0202 52W0420

Rio Grande RS 32S0823 52W0625

Rio Grande RS 32S0349 52W0837

Salvador BA 12S4830 38W2947

Salvador BA 12S5827 38W3055

São Gonçalo RJ 22S5045 43W0608

São Pedro da Aldeia

RJ 22S4927 42W0532

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Anexo II

Centro das Zonas de Proteção de Estações Terrestres

CIDADE UF

Coordenadas Geográficas

LATITUDE LONGITUD

E

Rio de Janeiro

RJ 225403S 431128W

Rio de Janeiro

RJ 225032S 432328W

Rio de Janeiro

RJ 225319S 432408W

São Paulo SP 233500S 463848W

São Paulo SP 232854S 465230W

Porto Alegre RS 300327S 511206W

Porto Alegre RS 300353S 511305W

Belo Horizonte

MG 214444S 432130W

Curitiba PR 252535S 491618W

Salvador BA 125841S 383058W

Recife PE 080642S 345410W

Belém PA 012140S 482739W

Campo Grande

MS 202700S 543600W

Campo Grande

MS 202800S 543800W

Fortaleza CE 034327S 383137W

Brasília DF 154618S 475508W

Manaus AM 030406S 600502W

Anexo III

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Centro das Zonas de Exclusão de Estações Terrestres

CIDADE UF Coordenadas Geográficas

LATITUDE LONGITUDE

Brasília DF 154243,10S 474980,92W

Brasília DF 154253,63S 474930,46W

Brasília DF 154236,23S 474856,93W

Brasília DF 154243,58S 474846,61W

Campo Grande

MS 202746,72S 543812,51W

Manaus AM 030447,26S 600442,39W

Porto Alegre RS 300958,1S 511230,0W

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NORMA ANEEL

RESOLUÇÃO NORMATIVA N°.375, DE 25 DE AGOSTO DE 2009

Regulamenta a utilização das instalações de distribuição de energia elétrica como

meio de transporte para a comunicação digital ou analógica de sinais.

O Diretor-Geral da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, no uso de suas

atribuições regimentais, de acordo com deliberação da Diretoria, tendo em vista o

disposto no § 1º do art. 6º da Lei nº. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, nos incisos

IV, VIII, IX, XIII e XVII do art. 3º da Lei nº. 9.427, de 26 de dezembro de 1996, nos

incisos IV, XV e XVI do art. 4o, Anexo I, do Decreto nº. 2.335, de 6 de outubro de

1997, nos artigos 5º e 6º do Regulamento aprovado pela Resolução Conjunta nº.

001 ANEEL/ANATEL/ANP, de 24 de novembro de 1999, o que consta do Processo

nº. 48500.000370/09- 89, e considerando: as contribuições recebidas no contexto da

Audiência Pública - AP nº010/2009, realizada no período de 12 de março a 11 de

maio

de 2009, que contribuíram para o aperfeiçoamento deste ato regulamentar, resolve:

Art. 1º Regulamentar a utilização das instalações de distribuição de energia elétrica

como meio de transporte para a comunicação digital ou analógica de sinais.

DAS DEFINIÇÕES

Art. 2º Para os fins desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - Power Line Communications - PLC: sistema de telecomunicações que utiliza a

rede elétrica como meio de transporte para a comunicação digital ou analógica de

sinais, tais como: internet, vídeo, voz, entre outros, incluindo Broadband over Power

Line - BPL.

II - Prestador de Serviço de PLC: toda pessoa jurídica detentora de autorização nos

termos da regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel para

a exploração comercial de serviço de telecomunicações utilizando a tecnologia PLC.

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III - Distribuidora: Agente titular de concessão ou permissão federal para prestar o

serviço público de distribuição de energia elétrica.

DA ABRANGÊNCIA, ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES

Art. 3º As distribuidoras que atuam no Sistema Interligado Nacional - SIN não podem

desenvolver atividades comerciais com o uso da tecnologia PLC, exceto nos casos

previstos em lei e nos respectivos contratos de concessão.

Parágrafo único. A distribuidora tem liberdade para fazer uso privativo da tecnologia

PLC nas atividades de distribuição de energia elétrica, ou aplicação em projetos

sociais, com fins científicos ou experimentais, observadas as prescrições do contrato

de concessão ou permissão e da legislação específica.

Art. 4º O Prestador de Serviço de PLC pode utilizar as instalações de distribuição de

energia elétrica para a transmissão analógica ou digital de sinais, e disponibilizar

seus serviços de telecomunicação aos seus clientes, de acordo com as normas e

padrões técnicos da distribuidora, o disposto nesta Resolução e na regulamentação

de serviços de telecomunicações e de uso de radiofreqüências da Anatel.

§ 1º A implantação do sistema de PLC pelo prestador desses serviços deve ser

precedida da celebração de contrato de uso comum das instalações da distribuidora.

§ 2º As instalações de distribuição de energia elétrica, por serem bens vinculados

aos serviços concedidos, devem ter sua manutenção sob controle e gestão da

distribuidora, de forma a atender às obrigações contidas no contrato de concessão

ou permissão.

§ 3º A prestação dos serviços com o uso da tecnologia PLC não deve comprometer

o atendimento aos parâmetros de qualidade da energia elétrica, segurança das

instalações e proteção ao meio ambiente estabelecidos pelos órgãos competentes,

assim como de obrigações associadas às concessões ou permissões outorgadas

pelo Poder Concedente.

§ 4º É vedada, ao prestador de serviços PLC, a cessão ou comercialização com

terceiros do direito de uso das instalações de distribuição de energia elétrica.

Art. 5º A destinação do uso das instalações de distribuição de energia elétrica para o

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desenvolvimento das atividades comerciais com o uso da tecnologia PLC deve ser

tratada de forma não discriminatória e a preços livremente negociados entre as

partes.

Art. 6º A distribuidora deve disponibilizar suas instalações para o desenvolvimento de

atividades comerciais com o uso da tecnologia PLC mediante solicitação formal de

algum interessado, ou por interesse próprio.

§ 1º Para disponibilizar suas instalações para o uso da tecnologia PLC, a

distribuidora deve dar publicidade antecipada, durante três dias, sobre a

infraestrutura e respectivas condições para uso das instalações de distribuição de

energia elétrica, em, pelo menos, três jornais, sendo dois de circulação nacional.

§ 2º No ato da publicidade, deve ser dado prazo não inferior a 60 (sessenta) dias

para apresentação das novas solicitações de uso das instalações para

desenvolvimento da tecnologia PLC.

§ 3° A distribuidora deve fornecer todas as informações às empresas interessadas

para a realização de estudos técnicos e econômicos relativos ao desenvolvimento

de atividades comerciais com o uso da tecnologia PLC, os quais são de

responsabilidade do interessado.

Art. 7º A solicitação de uso das instalações de distribuição de energia elétrica para o

desenvolvimento das atividades comerciais com o uso da tecnologia PLC deve ser

feita formalmente, por escrito, e conter as informações técnicas necessárias para a

análise de viabilidade de disponibilização da infraestrutura, bem como o plano de

implantação, a demonstração da capacidade de execução do referido plano e o valor

a ser pago pelo contrato de uso comum.

§ 1º A distribuidora somente poderá negar a solicitação devido à limitação na

capacidade, segurança, confiabilidade ou violação de requisitos de engenharia.

§ 2º Em todos os casos previstos no parágrafo anterior, a distribuidora deve fornecer

a justificativa com o devido embasamento, em até 60 (sessenta) dias após o

recebimento da solicitação formal do interessado.

Art. 8º A distribuidora deve selecionar o Prestador de Serviço de PLC considerando o

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atendimento a todos os requisitos técnicos e o maior valor a ser pago pelo contrato

de uso comum.

Parágrafo Único A escolha do Prestador de Serviço de PLC deve ocorrer em até 30

(trinta) dias após o término do prazo estabelecido no §2º do art. 6º.

DAS RELAÇÕES CONTRATUAIS

Art. 9º Os critérios para celebração de atos e negócios jurídicos entre distribuidoras,

suas sociedades controladas ou coligadas e outras sociedades controladas ou

coligadas de controlador comum, no que tange à habilitação de prestador de

serviços de PLC, considerado como parte relacionada, são os estabelecidos na

Resolução Normativa nº 334, de 21 de outubro de 2008.

Art. 10. O contrato de uso comum das instalações de distribuição com o Prestador

de Serviço de PLC deve dispor sobre as condições gerais dos serviços a serem

prestados bem como as condições técnicas, operacionais, comerciais e

responsabilidades mútuas a serem observadas.

§ 1º Objetivando resguardar as obrigações associadas às concessões ou

permissões, cabe à distribuidora estabelecer, no contrato de uso comum de suas

instalações com o Prestador de Serviço de PLC, cláusulas que definam

responsabilidades e prazos para ressarcimento por eventuais danos causados a sua

infraestrutura e que assegurem a prerrogativa de a mesma fiscalizar as obras do

prestador de serviços, tanto na implantação do sistema quanto na manutenção e

adequação.

§ 2º Os contratos devem revestir-se de todas as formalidades técnicas e legais, bem

como observar as disposições contábeis previstas no Manual de Contabilidade do

Setor Elétrico, instituído pela Resolução nº. 444, de 26 de outubro de 2001.

§ 3º Os contratos devem conter Acordo Operativo observando, no que couber, o

disposto no Anexo I da Seção 3.5 do Módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição -

PRODIST.

§ 4º Caso a distribuidora deseje utilizar a infraestrutura do Prestador de Serviço de

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PLC para atendimento às suas necessidades e interesses dos serviços públicos de

distribuição de energia elétrica, o contrato de uso comum deve conter as condições

para essa utilização.

Art. 11. Havendo necessidade de modificação ou adaptação das instalações da

distribuidora, os custos decorrentes devem ser atribuídos ao Prestador de Serviço

de PLC.

Art. 12. Os equipamentos a serem utilizados na composição do sistema de PLC que

serão integrados às instalações de distribuição de energia elétrica devem obedecer

à regulamentação específica da Anatel.

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 13. Para execução dos serviços nas instalações da distribuidora, o prestador de

serviços de PLC deve observar as condições estabelecidas na Norma

regulamentadora NR 10 do Ministério do Trabalho - Instalações e Serviços em

Eletricidade e outras aplicáveis, que estabelecem as condições mínimas exigíveis

para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas

e, também, de usuários e terceiros.

Art. 14. As receitas relativas à realização do objeto contratual devem ser

contabilizadas em separado pelas distribuidoras, de forma a permitir, a qualquer

tempo, a identificação dos valores relativos às operações de que trata esta

Resolução pela ANEEL.

Art. 15. A apuração das receitas do uso das instalações de distribuição nas

atividades com o uso do PLC terá reversão em prol da modicidade tarifária, nos

termos da legislação específica estabelecida pela ANEEL.

Art. 16. Para fins de fiscalização pela ANEEL, a distribuidora deve manter as

solicitações de uso das instalações de distribuição de energia elétrica para o

desenvolvimento das atividades com o uso da tecnologia PLC, bem como as

justificativas das negativas ao pedido ou o contrato de uso comum resultante da

solicitação, em registro eletrônico e/ou impresso, de forma organizada e auditável,

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pelo período mínimo de cinco anos, contados da data do recebimento da solicitação.

Art. 17. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

NELSON JOSÉ HÜBNER MOREIRA

Publicado no DOU , sexta-feira, 28 de agosto de 2009