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Julherme José Pires
A RELAÇÃO DE FICÇÃO E NÃOFICÇÃO NO FILMEBATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, do curso de Jornalismo da Universidade Comunitária da Região de ChapecóOrientador:
Chapecó, SC, novembro de 2012
SUMÁRIO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
2. TEMA
3. DELIMITAÇÃO DO TEMA
4. PROBLEMA DE PESQUISA
5. HIPOTESE
6. JUSTIFICATIVA
7. OBJETIVOS
8. REFERENCIAL TEÓRICO
9. METODOLOGIA
10. CRONOGRAMA
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
12. BIBLIOGRAFIA
13. SUMÁRIO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
1.1 Instituição: Universidade Comunitária da Região de Chapecó
1.2 Título: A relação de ficção e nãoficção no filme Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge
1.3. Orientador (a): Lírian Sifuentes1
1.4. Graduando (a)Nome: Julherme José Pires2Matrícula: 200819002email: [email protected]
1.5. Previsão de defesa do TCCDezembro de 2013
1.6. ResumoO cinema de ficção faz parte da cultura ocidental de maneira muito explícita. Precisamos entender o que de informação há dentro destes produtos de entretenimento, ou seja, como o conteúdo dentro dos filmes se relacionam com a nãoficção. Este estudo irá, por meio de uma detalhada análise de conteúdo do filme do Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge, escrito e dirigido por Christopher Nolan, entrar na busca de compreender estas relações.
1.7: palavraschave: cinema, ficção, nãoficção, informação, comunicação
1 Lírian Sifuentes é professora da disciplina de TCC I do curso de Jornalismo da Unochapecó.2 Julherme José Pires é acadêmico do curso de Jornalismo da Unochapecó.
2.TEMA
A relação entre ficção e a nãoficção no cinema de ficção.
3.DELIMITAÇÃO DO TEMA
A relação entre ficção e a nãoficção de análise no filme Batman O Cavaleiro das Trevas
Ressurge (Warner Bros. 2012).
4. PROBLEMA DE PESQUISA
Como o filme Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge expõe informações (fatos,
eventos, pessoas, sistemas) verídicas implementandoas em cena num produto cinematográfico de
entretenimento dentro de um contexto ficcional? Esta é a pergunta em que se baseia toda a pesquisa
proposta neste projeto.
Muitos estudos são feitos para entender, por meio de análise de discurso, de conteúdo,
semiótica, o que se diz em produtos cinematográficos de nãoficção, reportagens de TV, notícias em
geral. Mas há um referencial teórico muito limitado em termos de análise de produtos ficcionais. Não
há pesquisas que identifiquem a fundo a relação da nãoficção com a ficção dentro de um filme de
“propósito ficcional”. Para entender é preciso partir de uma pergunta que dê a amplitude necessária
sobre onde se quer chegar.
Existem mesmo conexões do filme com coisas do presente e do passado? Na hora da
produção do roteiro, das gravações e da pósprodução, Christopher Nolan buscou produzir sentido
adaptável ao nossa sociedade? O Batman pode ser entendido como um personagem, uma pessoa,
do mundo em que vivemos? Todas estas perguntas se agrupam na principal para formar o foco do
estudo proposto neste projeto.
5. HIPOTESE
Desde a criação do personagem por Frank Foster, Bob Kane e Bill Finger em 1932 até
hoje, o Batman tem um histórico famoso pela ampla presença de violência e da corrupção em suas
histórias. Muitas pessoas conectam Gothan City, cidade onde se passam os capítulos de Batman, a
cidades onde a máquina pública é mal gerida e/ou criminalidade anda de mãos dadas com o Estado.
No cinema, o Batman, até então, era retratado de uma maneira sombria, mas mais caricata.
Foi nesta trilogia de Christopher Nolan que o personagem ganhou o corpo denso dos quadrinhos e
arrancou o pesado fardo desta época de crise econômica e dos valores humanos para dentro da
película.
Acredito que há diversos fragmentos de nãoficção suplantados, permeados no roteiro de
toda a trilogia, especialmente no terceiro filme, que é quando estas informações me saltam aos olhos.
Desde os personagens, passando pelo cenário background , até as ações políticas da história. É
preciso, no entanto, identificálas com precisão científica e conhecer os metódos, ou como, essas
informações estão introduzidas no filme.
6. JUSTIFICATIVA
[...] o cinema apresenta fronteiras em graus variados, sujeitas à mesma mobilidade
das pessoas... Em termos gerais, a mobilidade do cinema, assim como a mobilidade
humana, é determinada por fatores geopolíticos e pela estirpe financeira. (FRANÇA;
LOPES apud ERZA; ROWDEN, 2010, p. 79).
Entender o processo de informação do cinema através de um filme que é exemplo dentro da
cultura do entretenimento atual é essencial para começarmos a desvendar as conexões
nãoficcionais dentro da ficção no cinema. Pouco conseguimos entender, tanto como produtores
quanto como público.
Estudos na área são necessários para nos educarmos em relação aos processos de inserção
de informação em produtos audiovisuais, para compreender o lado da informação na "fantasia", e
delimitarmos melhor a síntese entre ficção e nãoficção. Precisamos enxergar quais são os limites
que guiam essas duas áreas para reforçar o caráter de realidade nos produtos jornalísticos e para
apurarmos nossos sentidos em relação ao cinema.
O filme Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises) foi
escolhido para a pesquisa por representar a indústria do entretenimento, sendo que teve um
orçamento de US$ 250 milhões e um faturamento de US$ 1.080.688.473 bilhão, e por incluir na
obra uma profundidade de informações muito densa, sendo aclamado pela crítica especializada e
por boa parte dos espectadores.
O brasileiro é conhecido por ser um dos maiores consumidores do audiovisual. Cerca de
98% dos lares do Brasil possuem pelo menos uma televisão. Hoje as favelas, comunidades
conhecidas pela baixa renda de seus moradores, estão repletas de antenas de TV fechada. Os
indicadores gerais mostram um acesso ao cinema em crescimento no país, seja pelos meios
tradicionais ou seja pela internet e até pela pirataria.
Com isso em mente e sabendo da importância dos filmes como meio de formação do
sujeito, é preciso entender suas fórmulas para, como fins, qualificar a produção, aguçar os sentidos
enquanto público, selecionar com mais precisão a classificação indicativa e explorar melhor os
produtos cinematográficos na educação.
Não mais podemos considerar o processo artístico uma atividade reservada,
misteriosamente inspirada do alto, não relacionada e não relacionável às outras
coisas que as pessoas fazem. Em vez disso, o elevado modo de ver que leva à criação
da grande arte aparece como um resultado da mais humilde e rotineira atividade dos
olhos na vida cotidiana. (ANDREW apud ARNHEIM, 2002, p. 42)
7. OBJETIVOS
Objetivo geral: identificar informação de nãoficção no filme e descrever como ela está
relacionada com a ficção.
Objetivos específicos:
1 Conceituar todos os termos relacionados a análise: cinema, informação, ficção,
nãoficção, contexto, sociedade, história, corrupção, violência, crise econômica e civilização
humana.
2 Identificar informações verídicas “maquiadas” sob contexto ficcional dentro do filme.
3 Verificar a intensidade das informações implementadas dentro do filme.
4 Investigar a existência de uma conexão com algum fato históricosocial específico da
civilização humana.
5 Relatar os métodos de inserção das informações por meio de roteiro, iluminação,
enquadramento, som, trilha sonora...
8. REFERENCIAL TEÓRICO
As Principais Teorias do Cinema é uma ampla coletânea bibliográfica que traz
conhecimento proposto por uma diversidade de teóricos do cinema difícil de encontrar em outra
obra. Contido logo nas primeiras páginas, o pensamento de Rudolf Arnheim é espectral para a
pesquisa proposta neste projeto.
A arte é a organização, não de um campo específico de informação sensorial, mas de
um padrão geral aplicável acima de si mesmo. Arhneim afirma: “O artista usa suas
categorias de forma e cor para capturar alguma coisa universalmente significativa no
particular” (Art and Visual Perpection, p. vi). A preocupação do artista não é tanto
seu tema, mas o padrão que ele pode criar através desse tema. (ANDREW, 2002, p.
43)
Todo artista parte do mundo para criar, continua Andrew. No entanto, sua obra não é ou
representa o mundo, ela é recheada de um significado dado pelo artista, é a composição de nuances
e pontos de vista dele. Identificar, porém, a “informação raíz” de uma obra pode não ser uma tarefa
fácil.
O Cinema Novo, movimento ancorado pelo cineasta Glauber Rocha, por exemplo, é
lembrado por conceitos mais difusos. “Não apresentam uma realidade facilmente reconhecível, com
heróis e violões claramente indentifícáveis [...] Mostam uma situação social escandalosa sem mostrar
qualquer causa política, ou alternativa ideológica clara.” (FURHAMMAR; ISAKSSON, 1976, p.
89). É preciso então, identificar a que tipo, padrão ou movimento a obra a ser analisada pertence
para que saibamos aplicar a metodologia com precisão.
Outro aspecto importante a se observar em relação ao cinema é a prática que ele assume
enquanto produto formador. Sua credibilidade perpassa até mesmo informações ditas “verídicas”
em outros meios de comunicação. “O cinema é a forma de arte que acompanha a ameaça crescente
à vida que o homem moderno tem que enfrentar.” (CHARNEY; SCHWARTZ apud BENJAMIN,
2010, p. 118).
Para concluir o referencial teórico, produzido a partir de fragmentos de grande importância
para a pesquisa proposta neste projeto, situo o termo “real inuzido” (LEBEL, 1989, p. 93). Este
será um termo importante para a pesquisa porque difunde toda a questão que gira em torno da
ficção e da nãoficção em seus mais variados conjuntos e agremiações de elementos dentro do
universo que é uma obra cinematográfica.
9. METODOLOGIA
Semiótica. A pesquisa será produzida através de uma análise semiótica do filme, levando em
conta algumas categorias de análise relacionadas à civilização humana. Após a análise, será feita uma
descrição a partir da contextualização de cada trecho do filme identificado como recorte da
nãoficção, levando em conta as características técnicas dele. Posteriormente, serão selecionados os
trechos com mais propriedades de nãoficção e colocados lado a lado para uma análise final do
filme como um todo e sua relação com a nãoficção.
As categorias de análise são: corrupção, violência e crise econômica. As duas primeiras
categorias de análise tem um histórico muito explicitado na saga do Batman nos quadrinhos, jogos
de vídeogames, desenhos animados... e a terceira vem num momento importante em que a
civilização humana passa por uma das piores crises de sua história. Ir a fundo para desvendar as
informações contidas no filme é encontrar no meio artístico estes reflexos da civilização humana.
A partir destes conceitos, os trechos serão contextualizados também a partir de informações
dos produtores e do referencial teórico já produzido a partir do filme.
10. CRONOGRAMA
ATIVIDADES 2º sem. 2012 1° sem 2013 2° sem. 2013
Produção doanteprojeto de
X
pesquisa
Pesquisa bibliográficaexploratória
X X
Desenvolvimento doprojeto de pesquisa
X
Revisão bibliográfica X XColeta de dados X XAnálise dos dados XRedação dos capítulosteóricos
X
Redação do trabalho XRevisão do trabalho
final
X
Entrega do TCC X (nov)Defesa do TCC X (nov)
11. BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Inácio. Cinema: o mundo em movimento. 1. ed. São Paulo Scipione, 2002.
AUMONT, J; MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico de cinema. 3. ed. Campinas, SP: Papirus, 2007.
DUNCAN JESSER, Jody. The Art and Making of The Dark Knight Trilogy. New York: Abrams, 2012.
FRANCE, Claudine de. Cinema e antropologia. Campinas: FUCAMP Fundação de Desenvolvimento da UNICAMP, 1998.
IRWIN, Willian. MATRIX: bem vindo ai deserto do real. São Paulo: Madras, c2005.
MILLER, Frank. Batman O Cavaleiro das Trevas Edição Definitiva. Barueri: Panini Books, 2012.
MOCELLIN, Renato. O cinema e o ensino da história. Curitiba: Nova Didática, 2002.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREW, J. Dudley. As principais teorias do cinema: uma introdução. Rio de Janeiro: J. Zahar,
2002.
BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS. Direção: Christopher Nolan. Produção: Christopher Nolan. Intérpretes: Christian Bale, Michael Caine, Heath Ledger, Gary Oldman, Aaron Eckhart, Maggie Gyllenhaal e Anne Hathaway. Música: Hans Zimer. Estados Unidos: Warner Bros. Picutres; DC Entertainment; Legendary Pictures; Syncopy, 2012. 1 bobina cimenatográfica (164 min), son., color., 35 e 65mm.
CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa R (Orgs.). O cinema e a invenção da vida moderna. 2. ed. rev. São Paulo: COSAC NAIFY, 2010.
FRANÇA, Andréa; LOPES, Denilson. Cinema, globalização e interculturalidade. Chapecó: Argos, 2010.
FURHAMMAR, Leif; ISAKSSON, Folke. Cinema e política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
LEBEL, JeanPatrick. Cinema e ideologia. São Paulo: Mandacaru, 1989.
13. SUMÁRIO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I O cinema e os heróis no mundo moderno1.1 Cinema de ficção e o impacto na civilização humana1.2 Os heróis dos quadrinhos no cinema1.3 Batman como símbolo de reação
CAPÍTULO II Cinema de ficção e informação penetrante2.1 Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge2.2 Conceitos epistemológicos de informação de nãoficção2.3 Relação de informações
CAPÍTULO III Batman de Nolan e o conceito do mundo moderno2.1 Violência2.2 Corrupção2.3 Crise econômica
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS