Tauromaquia Pt 2004

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    Espanha

    T

    O U R A D A

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    Ilustração da capa: Miquel Barceló. La cuadrilla, 1990

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    ÍNDICE

    TRADIÇÃO HISTÓRICA 6

    O RITUAL DA CORRIDA 12

    OS TOUROS E AS ARTES 18

    O TOURO 21

    PRAÇAS DE TOUROS 23

    PRINCIPAIS FEIRAS TAURINAS 25

    REGULAMENTAÇÃO DAS CORRIDAS DE TOUROS 27

    TEXTOS ILUSTRADOS 28

    CALENDÁRIO DE FEIRAS 35

    MUSEUS TAURINOS 39

    DADOS DE INTERESSE 41

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    A s festas de touros desfrutam em Espanha de uma rica eantiga tradição, pois a presença na Península Ibérica demanadas selvagens destes animais desde tempos imemoriais,despertou o natural sentido lúdico dos seus aborígenes,que depressa aprenderam a forma de burlar as perigosasinvestidas deste animal feroz e submetê-lo, mais para usufruirdo intenso prazer que provoca o exercício físico de perigo,do que pelos benefícios derivados do consumo da sua carne.

    A figura do touro na Península Ibérica esteve ligada alémdisso desde as suas antigas origens a uma série de rituaismágicos e a crenças religiosas, que o consideravam comoanimal sagrado em virtude do poder genésico que se atribuía à vigorosa rês. Desta maneira os jogos tauromáquicos na Ibéria,

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    TRADIÇÃO HISTÓRICA

    Mosaico “Rapto de Europa”

    Manuel Revilla. Corrida de Toros

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    tal como em Creta, eram ritos dirigidos para implorara fecundidade dos campos, assim como a procriação

    com êxito da espécie humana.

    Séculos depois, estas antigas crenças impregnaram,de certa maneira, o nascimento do cristianismo, de talforma que as festas e os rituais taurinos que tantoprogrediram em Espanha durante a Idade Média,não eram senão vestígios de desaparecidos cultos e ritos

    pagãos, nos quais o toureiro assumia o papel desacerdote oficial, e o touro o lugar da vítimapropiciatória. Um caso muito especial dentre estesantigos ritos folclóricos é o “touro nupcial”, festa popularreproduzida nas Cantigas do rei Afonso X, o Sábio(século XIII) jóia bibliográfica guardada na Biblioteca deEl Escorial. Era costume em algumas localidades donorte da Estremadura que, quando um rico senhorcasava, comprava por sua conta o touro mais bravo epoderoso que podia encontrar, e o fazia soltar pelas ruase praças da localidade na véspera do casamento, paraentretenimento dos moços do povo; depois de ser corridoe toureado, o touro era conduzido pelos moços até à

    porta da noiva, e ali o noivo devia pôr em contacto como animal uma prenda ou um objecto que pertencesse ànoiva, acção perigosa que constituía uma espécie deconjuro ou invocação, com a finalidade de assegurar afertilidade da recém-casada.

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    Cantigas do Rei Afonso X.Detalhe do “Toro Nupcial”

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    Nos magníficos espectáculos que eram asFestas Reais de touros, não se olhavam a custos

    para que a magnificência e a ostentação fossemsuperiores aos de qualquer outro evento.Nobres cavaleiros, vestidos com as suasmelhores vestimentas, competiam entre si,exercitando a sua destreza e prodigalizandoalardes a cavalo, perante as investidas do bravoanimal. Ajudavam àqueles primeiros toureiros

    da Idade Moderna humildes homens do povo,que burlavam os touros a pé, os “chulos” ou“peões”, personagens aos quais o génio deGoya pintou com trajes e traços mouriscos.

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    Francisco de Goya. La Tauromaquia

    José Gutiérrez Solana. Toros en Chinchón

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    Na realidade, o toureiro a pé, ou o que hoje conhecemoscomo toureiro moderno, não surge até finais do séculoXVIII, e o seu nascimento e desenvolvimento supõe umfenómeno de extraordinária influência entre as classespopulares espanholas, que quiseram ver naqueles valentes toureiros heróis saídos do próprio povo, mitosque encarnavam os valores românticos, e representavamo ideal a que aspirar. O eminente filósofo espanholOrtega e Gasset expressou com lucidez a importância que

    o acontecimento taurino teve e que ainda continua a terpara os espanhóis.

    “ Não pode compreender bem a história de Espanha

    desde 1650 até hoje quem não tenha elaborado com

    rigorosa construção a história das corridas de touros (...)

    O efeito que (a corrida moderna) causou em Espanha foi

    fulminante e avassalador (...) São poucas as coisas ao

    longo da sua história que têm apaixonado tanto e têm

    feito tão feliz a nossa nação”.

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    Daniel Vázquez Díaz. Retrato de Manuel Rodríguez “Manolete”

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    P rova da enorme influência que as corridas tiveram e têm emEspanha, resulta também no grande número de expressões dalinguagem que se referem ou têm a sua origem em termostaurinos ou em circunstâncias da tourada: “pegar o touro peloscornos”, por exemplo, é a expressão que quer dizer enfrentardirectamente os problemas e “tourear” alguém é enganá-lo.

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    Daniel Vázquez Díaz. Retrato de Juan Belmonte

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    A corrida de touros moderna conserva das antigas festas detouros o sentido litúrgico, a formalidade estética e a seriedade.Nada se produz na corrida que não esteja sujeito a regras e aum ritual.

    Um homem a cavalo, vestido ao estilo do século XVII,representa a Autoridade, que faz a entrega da chave simbólicacom a qual um empregado da praça abre as portas do touril,

    espaço onde estão fechados os touros, para que dê começo acorrida. Logo que os destros saem para o “redondel” (o círculoda arena onde acontece o espectáculo), delimitado por duascircunferências concêntricas, como numa representaçãomágica dos terrenos propícios. Os toureiros (“espadas” ou“mestres”) são seguidos pelos seus acólitos ou ajudantes,as quadrilhas, formadas por picadores e bandarilheiros,num desfile (o “paseíllo”) em que cada um tem o seu lugarestabelecido em função do ofício ou da antiguidade do mesmo:o primeiro espada (o mais antigo) situa-se no lado esquerdo,o segundo espada no lado direito, e o mais jovem, no centro,como protegido e defendido pelos maiores do seu ofício,os “mestres” aos que deve respeito.

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    Paseíllo (desfile na arena da praça)

    O RITUAL DA CORRIDA

    Callejón (espaço

    compreendidoentre oredondel e a

    bancada)

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    Na mesma ordem de prelação, mas em filas paralelas,guardam os componentes das quadrilhas que vão atrás;uns vestem trajes com bordados de ouro, outros com bordados de prata, também com referência às antigastradições. Os picadores, que vão a cavalo, vestem também jaquetas bordadas a ouro, parecidas às dos espadas, porquena tourada antiga os toureiros que iam a cavalo eram os chefesdas quadrilhas, enquanto que os bandarilheiros, que toureiama pé, vão sempre vestidos com trajes bordados a prata.

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    Trajes de luzes: Museu Taurino de Antequera

    Alguacilillos (dois cavaleiros que antecedem à quadrilha)

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    Os preciosos e adornados trajes dos toureiros (“trajes deluzes”) muito justos e muito coloridos, fazem também partedo ritual taurino. Os toureiros, por natureza supersticiosos,apenas têm preferência por certas cores, às que se atribuem bons augúrios, mas o mesmo tipo de fetichismo os leva

    a afastar por completo outras cores. O verde-escuro,por exemplo, tem sido uma cor tabu para alguns toureirosmuito famosos, e são muitas as histórias que se contam a esserespeito; embora, em geral, e como acontece no teatro,a cor que deve ser desterrada das apresentadas, se não sequer ter sorte, é o amarelo.

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    Praça de Touros de Madrid. Las Ventas

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    Quando um toureiro se inicia como matador de touros emqualquer praça existe uma cerimónia chamada “alternativa”,e quando o faz pela primeira vez na praça de Madridrepete-se a mesma cerimónia com o nome de “confirmação”;uma espécie de liturgia semelhante às ordenações sacerdotais,em que o toureiro mais antigo cede ao “ordenado” osinstrumentos do ofício: a “muleta”, pedaço de tela vermelhacom que se burla o touro e a espada; e lhe prodigaliza umasérie de conselhos secretos, na presença do segundo espada,

    que actua como testemunha. Depois deste acto altera-se aordem de intervenção dos participantes na corrida, e o toureiroque assegura a tourada alternativa toureia em primeiro lugar otouro que fora atribuído ao primeiro espada, isto é, o toureiromais antigo cede ao mais novo a lide do seu touro.

    Por fim, no dia em que o matador profissional actua por última vez, antes de se retirar definitivamente da vida profissional,dá-se início a outro acto cerimonial, no qual o primeiroajudante da quadrilha, o “peão de confiança”, corta com umatesoura a trança de cabelo da parte posterior da cabeça, que otoureiro recolhe com uma fita, a “coleta” do mestre. Por isso,a esse facto de se retirar da vida profissional activa de toureiro

    chama-se “cortar a coleta”. Hoje em dia, quando o toureiro levauma pequena coleta postiça, esta cerimónia, com o mesmoritual e significado, faz-se habitualmente desprendendo umpostiço de cabelo.

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    Sai o touro à praça, e desde este momento até ao dasua morte, espaço de tempo que se chama lide,tanto a ordem de intervenção dos toureiros em cadafase da corrida, como o que a cada um corresponde fazer(as “sortes”), são matérias predeterminadas pelas “regras

    da arte”; e zelosamente guardadas e custodiadas tantopelos profissionais como pelo público aficionado, poisquando o espectáculo sai da sua liturgia, deixa de seruma autêntica corrida de touros.

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    Primeiro Tércio

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    A lide divide-se em três tércios ou terceiras partes.Nos dois primeiros tércios os toureiros realizam sortesartísticas, burlando o touro com o “capote” (peça de telade grande tamanho, com a forma da antiga capaespanhola, de cor vermelha na face que se mostra,e geralmente amarela no seu reverso), picando-o acavalo, e colocam-se bandarilhas em vistosos encontrosde touro e toureiro a corpo descoberto; durante todoeste tempo os toureiros devem ter à cabeça o gorro ou

    toucado tradicional, chamado de “montera”; mas antesde começar o terceiro e último tércio, o mestre devedestapar a cabeça, enquanto pede permissão àautoridade que preside o festejo, para continuar coma lide e a morte do touro, utilizando a partir dessemomento apenas a muleta, troço de tela vermelha bastante menor que o capote.

    Um espectáculo muito especial de touros é a corrida derojões, ou toureação a cavalo, espectáculo muito vistoso,em que, além do touro e do toureiro, o principalprotagonista é o cavalo espanhol, domado e ensinadopara burlar e esquivar-se das investidas do touro, com

    rápidos quebros e movimentos, que constituem umaespécie de dança, de extraordinária beleza.

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    Corrida de rojões

    Picadores

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    A plasticidade, o simbolismo e a força da corrida de tourostêm sido desde sempre objecto de interesse de muitos artistas:literatos, pintores, músicos, cineastas, etc., não só espanhóis,mas também de outras nacionalidades, que quiseramdemonstrar na sua obra a estética e a grandiosidade doslances do espectáculo, desde a imponente figura do touro àgraciosidade dos movimentos e gestos do toureiro; pois atourada é, em definitivo, uma espécie de dança de extrema

    plasticidade, o que unido ao risco sempre latente, transmite aoque contempla uma fortíssima, única e inigualável emoção.

    O escritor José Bergamín definiu poeticamente esta artepeculiar da tourada como a música calada; Ernest Hemingway impressionou-se profundamente perante a heróica e dramáticafigura do toureiro, que o inspirou em alguns dos seus melhoresrelatos; Federico García Lorca soube sublimar na sua poesia oambiente e a tensão de risco, Francisco de Goya representou nasua Tauromaquia o espírito da época antiga da tourada e PabloRuiz Picasso apelou na sua obra ao enorme simbolismo e àsraízes mitológicas da arte taurina.

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    Pablo Picasso. Corrida de toros

    Daniel Vázquez Díaz. Las cuadrillas

    OS TOUROS E AS ARTES

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    Mas também Rafael Alberti, Gerardo Diego, MarianoFortuny, Guitérrez Solana, Vázquez Díaz, Ignacio Zuloaga,Edouard Manet, Botero, Miquel Barceló, penas e pincéisgloriosos de Espanha e doutras localidades, inspiraram-sena estética do soberbo espectáculo das corridas de tourospara criar uma singular obra artística.

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    Miquel Barceló. Toros

    Ignacio Zuloaga. Torerillos de pueblo

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    Pablo Picasso. Toro en la dehesa

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    Sem as corridas de touros há muito tempo que se teriaperdido esta formosíssima raça da espécie animal, cujostraços genéticos singulares, que se manifestam pela ferocidadee nobre bravura, comportamentos insólitos noutros animaisde criação, são preservados por grandes ganadeiros de reses bravas mediante uma custosa e delicada selecção, exemplarem muito aspectos.

    O touro bravo é criado no campo em grandes extensões deterreno chamadas de “dehesas” (pasto), sendo alimentadoscom uma dieta completa, sã e equilibrada, sujeito a milcuidados, entre os quais se esmeram os sanitários, e em estadode semi-liberdade, sendo durante toda a sua vida o donoabsoluto de grandes espaços onde exercita e desenvolve oshábitos próprios da sua espécie. A ganadaria de reses bravas é,certamente, a única actividade ganadeira na Europa querespeita o ecossistema autóctone original do animal alvo deexploração, ecossistema de enorme beleza paisagística, como éo bosque mediterrâneo de azinheiras e sobreiros, garantindocom ele a conservação do mais elevado número de endemismos vegetais do continente europeu. Os pastos destinados à criação

    de touros bravos em Espanha são espaços naturais a proteger,em favor da manutenção da biodiversidade ecológica,a sobrevivência dos corredores naturais, a conservação dos bosques e da fauna, e a prevenção da desertificação.

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    O TOURO

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    A s praças de touros são o círculo mágico onde se produz oritual da corrida. Recordam pela sua forma os coliseus domundo romano, e nelas as localidades estão diferenciadassegundo estejam ao sol, ou à sombra, à hora de começo dacorrida, que tradicionalmente é ao meio da tarde.

    A lgumas praças de touros espanholas são monumentos deextraordinário valor artístico e arquitectónico, cuja visita se

    torna obrigatória para o viajante. No bonito povo serrano deBéjar, na província de Salamanca, no coração de um idílico bosque de castanheiros encontra-se a praça de touros maisantiga de Espanha, construída em silhares de granito em 1706. A Real Maestranza de Sevilha, de 1761, e a Real Maestranzade Ronda (Málaga), de 1785, são as praças de touros maisformosas da Andaluzia, visitadas cada ano por dezenas demilhares de turistas. O viajante também não deve deixar deadmirar a Praça Monumental de Barcelona e a Monumentalde Las Ventas, em Madrid, ambas de estilo arquitectóniconeo-mudéjar. A praça da capital de Espanha é a “primeira”praça do mundo, isto é, a de maior importância, e na sua visita inclui-se um interessante Museu Taurino.

    PRAÇAS DE TOUROS

    Praça de Touros de Ronda

    Praça de Touros de Antequera

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    Muitas localidades de Espanha engalanam-se por ocasiãodas Festas Patronais, que em numerosos casos se celebramcom grandes festejos taurinos, entre outros actos.De indubitável interesse turístico são as Fallas de Valência,por volta de 19 de Março, a Feira de Abril em Sevilha, a deSan Isidro em Madrid, a meados do mês de Maio, o Corpusde Granada e de Toledo (Junho), os muitos conhecidosSanfermines de Pamplona, por volta de 7 de Julho, com as

    suas tradicionais e emocionantes largadas de touros pelas ruas,que têm lugar à primeira hora do dia.

    Mas em outras cidades de Espanha, como Castellón de laPlana (Feira da Magdalena em Março), Córdova (Maio), Burgose Alicante (em torno da festa de São João, a 24 de Junho),Santander (por volta de 25 de Julho), Málaga, Vitoria,San Sebastián, Almería e Bilbau (Agosto), Salamanca, Albacetee Múrcia (Setembro), Logronho (por volta de 21 de Setembro),e Saragoça (Feira de El Pilar, por volta de 12 de Outubro),celebram também grandes feiras de touros no quadro dassuas preciosas festas patronais de interesse turístico,às que o viajante não deve deixar de assistir se quer levar

    uma impressão completa do carácter e o espírito alegre,generoso e festivo dos seus habitantes.

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    PRINCIPAIS FEIRAS TAURINAS

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    A s festas de touros sempre estiveram regulamentadas epresididas por uma autoridade pública, que vela pelocumprimento das regras, proibindo e castigando o maltrato e osofrimento injustificado que se poderia infligir nos animais.Basta dizer que as primeiras normas reguladoras de algunsaspectos das corridas de touros datam de meados do séculoXIII. A vigente Lei Taurina de 1991, e o seu Regulamento de1996, teimam na pureza do espectáculo, e na defesa da

    integridade e da dignidade do touro de lide.

    Por seu lado, o Protocolo número 10, anexo ao TratadoConstitutivo da Comunidade Europeia, assinado em Amesterdão a 2 de Outubro de 1997, aceita as corridas detouros como acontecimentos regulados que constituem umatradição cultural:

    A Comunidade e os Estados membros terão plenamente em

    conta as exigências na matéria de bem-estar dos animais,

    respeitando ao mesmo tempo as disposições legais ou

    administrativas e os costumes dos Estados membros relativos,

    em particular, a ritos religiosos, tradições culturais e

    património regional.

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    REGULAMENTAÇÃO DAS CORRIDAS DE TOUROS

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    V erónica: a verónica, o lance supremo de capa,realiza-se pela frente, na rectidão do touro, levando a rêspara o centro da praça. Adopta o nome da mulher que noNovo Testamento limpou o sangue do rosto de Cristo acaminho do Calvário, porque neste lance o toureiro deveempapar com a tela do capote a cara do touro.

    Chicuelina: Lance vistoso que inventou o toureiroChicuelo no século XIX. Executa-se pela frente, com aspernas juntas e girando sobre si na direcção contráriaà que traz o touro, que deve passar muito perto dacintura do toureiro.

    Farol: Lance muito adornado em que o destro passa ocapote por cima da cabeça ao mesmo tempo que girasobre si.

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    Verónica

    Chicuelina

    TEXTOS ILUSTRADOS

    Lances de capa

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    Natural: O passe natural é o mais meritório de quantosse realizam com a muleta. Em rigor, realiza-se com a mãoesquerda e com todo o pano solto, sem o apoio da espada,de modo que a superfície da tela que se oferece ao touroreduz-se ao mínimo, e o touro na sua passagem abeira-seà coxa esquerda do toureiro.

    Passe de peito: A melhor forma de rematar uma partidade naturais é com o passe de peito. O toureiro inverte osentido circular da trajectória descrita pelo touro,dando-lhe à rês a saída de costas. Os cânones mandamque a muleta entre pela cabeça do touro e saia pelo rabo.

    Manoletina: Também chamado de “giraldilla”, é umpasso executado com ambas as mãos a meia altura e pordetrás, em que o toureiro é ajudado pela espada parasustentar a muleta, que deve passar sobre a cabeça e o

    lombo do animal, ao mesmo tempo que o corpo dotoureiro gira noventa graus. O seu nome deve-se aogrande toureiro Manolete.

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    Passe de peito

    Natural

    Lances de muleta

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    Pintas ou pelagem do touro

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    P reto: O preto é a cor mais frequente do touro bravo,embora se distinga entre o preto “zaino” dos touros de pêlocompletamente preto, sem nenhum pêlo branco, do preto“bragado”, que tem uma mancha branca no ventre,o “meano”, com pêlos grisalhos na região do prepúcio,e outras muitas variações.

    Colorau: Dentro dos exemplares de pelagem avermelhada,o que é muito frequente, a variação vai desde o vermelho semmatiz ao vivo, do violáceo ao avinagrado, e do mogno aoretinto. Muitos touros coloraus apresentam uma coloraçãomais clara ao redor dos olhos, chamada “olho-de-perdiz”.

    Cárdeo: Touro de pelagem cinzenta, composta por umamistura de pêlos brancos e pretos, nas suas muito variadas

    combinações e intensidades.

    Malhado: Touro de pelagem branca, que apresenta grandesmalhas em outras cores (preto, vermelho, castanho, etc.).

    A lbino: Touro de pelagem completamente branca.

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    Colorau

    Albino

    Preto

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    FEIRA DE SÃO JOÃOALICANTE Ao redor de Junho

    FEIRA DE BURGOSBURGOS Junho

    FEIRA DE SÃO FERMÍNPAMPLONA Ao redor de de Julho

    FEIRA DE SÃO JAIMEVALÊNCIA Julho

    FEIRA DE SANTIAGOSANTANDER Ao redor de de Julho

    FEIRA DO VINHO FINOPUERTO DE SANTA MARÍA Julho e Agosto

    FEIRA DA VIRGEM BRANCAVITÓRIA – GASTEIZ Agosto

    FEIRA COLOMBINA

    HUELVA AgostoFEIRA DE MÁLAGAMÁLAGA Agosto

    FEIRA DA CORUÑAA CORUÑA Agosto

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    MUSEUS TAURINOS

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    MUSEU TAURINO DE BILBAUPraça de Touros de Vista Alegre

    Martín Agüero, 1. 48012 Bilbao9 944 448 698

    www.torosbilbao.com/fra/museo

    MUSEU TAURINO “PEPE CABRERA” DELA LÍNEA DE LA CONCEPCIÓN (CÁDIS)www.lalinea.com/pcabrera

    MUSEU TAURINO DE CÓRDOVA Casa de las Bulas

    Praça de Maimónides

    14004 Córdoba9 957 200 522

    www.sol.com/cordoba/monumentos/bullfighting-musem-es

    MUSEU TAURINO DE MADRIDPraça de Touros de Las Ventas

    Alcalá, 237

    28028 Madrid9 913 562 200

    www.madrid.org/asuntos_taurinos/museo/museo

    MUSEU TAURINO MUNICIPAL DE ANTEQUERA (MÁLAGA)Praça de Touros da Antequera

    Paseo María Cristina. 29200 Antequera9 952 702 505

    www.sopde.es/cultura/museos/museo3

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    MUSEU TAURINO DE MIJAS (MÁLAGA) Algarrobo, 6

    29650 Mijas

    9 952 485 548www.sopde.es/cultura/museos/museo23

    MUSEU TAURINO DE RONDA (MÁLAGA)Praça de Touros da Real Maestranza de Caballería de Ronda

    Virgen de la Paz, 13

    29400 Ronda9 952 874 132

    www.sopde.es/cultura/museos/museo29

    MUSEU TAURINO DE SALAMANCA Doctor Piñuela, 5-7

    37002 Salamanca

    9 923 235 432

    MUSEU TAURINO DE SEVILHA Praça de Touros da Real Maestranza

    Paseo de Colón

    41000 Sevilla9 954 215 539

    www.maestranzasevilla.es/mf4

    MUSEU TAURINO DE VALÊNCIA Pasaje Doctor Serra, 10

    46004 Valencia9 963 511 850

    www.xarxamuseus.com/taurino

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    DADOS DE INTERESSE

    Indicativo internacional 34

    INFORMAÇÃO TURÍSTICA TURESPAÑA9 901 300 600www.spain.info

    PATRONATO PROVINCIAL DE TURISMO DE CÁDISPlaza de San Antonio, 3 – 2º9 956 807 061

    www.cadiz.org/turis

    PATRONATO PROVINCIAL DE TURISMO DECÓRDOVA

    Avda. Ronda de los Tejares, 1 – 6ª planta

    9 957 491 677 – 957 491 678 – 957 491 679www.turiscordoba.es

    PATRONATO PROVINCIAL DE TURISMO DEHUELVA Fernando El Católico, 189 959 257 467 – 959 258 467

    INSTITUTO DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTODA CIDADE JEREZ DE LA FRONTERA (CÁDIS)

    Avda. Alcalde Alvaro Domecq, 5, 7 y 99 956 348 696

    www.aytojerez.es

    TURISMO DA PROVÍNCIA DE SEVILHA Plaza del Triunfo, 19 954 501 001

    www.turismosevilla.org

    PATRONATO PROVINCIAL DE TURISMO DESALAMANCA Plaza de Sexmeros, 29 923 280 136

    PATRONATO PROVINCIAL DE TURISMO DEBADAJOZFelipe Checa, 239 924 212 495

    PATRONATO DE PROMOÇÃO DE TURISMO E ARTESANATO DA PROVÍNCIA DE CÁCERESPalacio de Carvajal – Amargura, 19 927 255 597

    PATRONATO MUNICIPAL DE TURISMO DEMADRIDMayor, 69 (entrada por la calle Traviesa)9 915 882 900

    www.munimadrid.es

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    HOTÉISCentral de Reservas

    Requena, 3. Madrid 28013

    9 915 166 666) 915 166 657

    www.parador.es

    TRANSPORTES Aeroportos

    www.aena.es

    Serviberia9 902 400 500

    www.iberia.es

    RENFE9 902 240 202

    www.renfe.es

    Informação de trânsito9 900 123 505

    www.dgt.es

    TELEFONES ÚTEISEmergências 9 112

    Urgências sanitárias 9 061

    Guarda Civil 9 062

    Polícia Nacional 9 091

    Polícia Municipal (ou Autónoma) 9 092

    Informação ao cidadão 9 010

    Correios 9 902 197 197. www.correos.es

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    Sedes de turismo no exterior

    ALEMANHABerlimSpanisches FremdenverkehrsamtKurfürstendamm 6310707 BERLIN9 4930/ 882 65 43) 4930/ 882 66 61e-mail: [email protected]

    DüsseldorfSpanisches FremdenverkehrsamtGrafenberger Allée 100“Kutscherhaus”40237 DÜSSELDORF9 49211/ 680 39 81) 49211/ 680 39 85e-mail: [email protected]

    FrankfurtSpanisches FremdenverkehrsamtMyliusstrasse 1460323 FRANKFURT AM MAIN9 4969/ 72 50 33) 4969/ 72 53 13e-mail: [email protected]

    MuniqueSpanisches FremdenverkehrsamtPostfach 15194080051 MÜNCHEN9 4989/ 53 07 46 11) 4989/ 53 07 46 20e-mail: [email protected]

    ARGENTINABuenos AiresOficina Española de TurismoCarlos Pellegrini, 1163, 3º piso

    1009 BUENOS AIRES9 5411/ 43 28 96 64) 5411/ 43 28 90 15e-mail: [email protected]

    ÁUSTRIAVienaSpanisches FremdenverkehrsamtWalfischgasse 8 (Mzz). 1010 WIEN - 19 431/ 512 95 80) 431/ 512 95 81e-mail: [email protected]

    BÉLGICABruxelasOffice Espagnol du TourismeRue Royale 97, 5º. 1000 BRUXELL9 322/ 280 19 26) 322/ 230 21 47e-mail: [email protected]• www.tourspain.lu

    BRASILSão PauloEscritório Espanhol de TurismoRua Zequinha de Abreu, 78Cep 01250 SAO PAULO9 5511/ 38 65 59 99) 5511/ 38 72 07 33e-mail: [email protected]

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    CANADÁ Nova Iorque ITÁLIA POLÓNIA

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    TorontoTourist Office of Spain2 Bloor Street West Suite 3402TORONTO, Ontario M4W 3E29 1416/ 961 31 31) 1416/ 961 19 92www.tourspain.toronto.on.cae-mail: [email protected]

    DINAMARCACopenhagaDen Spanske Stats TuristbureauNy Østergade 34,11101 KØBENHAVN-K9 4533/ 18 66 30) 4533/ 15 83 65www.spanien-turist.dke-mail: [email protected]

    ESTADOS UNIDOSLos AngelesTourist Office of Spain8383 Wilshire Blvd, Suite 960BEVERLY HILLS, CAL 902119 1323/ 658 71 95) 1323/ 658 10 61www.okspain.orge-mail: [email protected] Office of SpainWater Tower Place, suite 915 East845 North Michigan AvenueCHICAGO, ILL 606119

    1312/ 642 19 92) 1312/ 642 98 17www.okspain.orge-mail: [email protected] Office of Spain1221 Brickell AvenueMIAMI, Florida 331319 1305/ 358 19 92) 1305/ 358 82 23www.okspain.orge-mail: [email protected]

    qTourist Office of Spain666 Fifth Avenue 35th floorNEW YORK, N.Y. 101039 1212/ 265 88 22)

    1212/ 265 88 64www.okspain.orge-mail: [email protected]

    FINLÂNDIAHelsínquiaEspanjan Valtion MatkailutoimistoMechelininkatu, 12-1400100 HELSINKI9 3589/ 44 19 92)

    3589/ 44 26 87e-mail: [email protected]

    FRANÇAParisOffice Espagnol du Tourisme43, Rue Decamps75784 PARIS. Cedex-169 331/ 45 03 82 50) 331/ 45 03 82 51

    www.espagne.infotourisme.come-mail: [email protected]

    GRÃ-BRETANHALondresSpanish Tourist OfficePO BOX 4009LONDON W1A 6NB9 44207/ 486 80 77) 44207/ 486 80 34www.tourspain.co.uke-mail: [email protected]

    HOLANDAHaiaSpaans Bureau VoorVreemdelingenverkeerLaan Van Meerdervoort, 8A2517 AJ DEN HAAG9 3170/ 346 59 00) 3170/ 364 98 59www.spaansverkeersbureau.nle-mail: [email protected]

    MilãoUfficio Spagnolo Del TurismoVía Broletto, 30. MILANO - 201219 3902/ 72 00 46 17) 3902/ 72 00 43 18www.turismospagnolo.ite-mail: [email protected]

    RomaUfficio Spagnolo del TurismoVia del Mortaro, 19 - interno 5ROMA - 001879 3906/ 678 28 50) 3906/ 679 82 72

    www.turismospagnolo.ite-mail: [email protected]

    JAPÃOTóquioTourist Office of SpainDaini Toranomon Denki Bldg.4F3-1-10 Toranomon. Minato-KuTOKIO-1059 813/ 34 32 61 41) 813/ 34 32 61 44www.spaintour.come-mail: [email protected]

    MÉXICOMéxicoOficina Española de TurismoAlejandro Dumas, 211Colonia Polanco11560 MEXICO DF9 525/ 531 17 85) 525/ 255 47 82e-mail: [email protected]

    NORUEGAOsloDen Spanske Stats TuristbyraKronprinsensgate, 3. 0251 OSLO9 47/ 22 83 40 92) 47/ 22 83 19 22www.tourspain.noe-mail: [email protected]

    VarsóviaBiuro turystyki paƒstwa hiszpaƒÊkiegoAl. Jana Paw a II 27. Atrium Centrum00-867 WARSZAWA

    00-867 Warszawa9 4822/ 653 64 16) 4822/ 653 64 15e-mail: [email protected]

    PORTUGALLisboaDelegaçao Oficial do TurismoEspanholAv. Sidónio Pais, 28 - 3º dto.1050 - 215 LISBOA9 351 21/ 354 53 29) 351 21/ 354 03 32e-mail: [email protected]

    RÚSSIAMoscovoSpanish Tourist OfficeTverskaya - 16/2. Edificio 3

    MOSCÚ 1030099 70 95/ 935 83 97) 70 95/ 935 83 96www.tourspain.rue-mail: [email protected]

    SINGAPURASingapuraSpanish Tourist Office541Orchard Road Liat Tower # 09-04

    238881 SINGAPORE9 657/ 67 37 30 08) 657/ 67 37 31 73e-mail: [email protected]

    SUÉCIAEstocolmoSpanska Stat. TuristbyråStureplan, 6. 114-35 STOCKHOLM9 468/ 611 19 92) 468/ 611 44 07e-mail: [email protected]

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    SUIÇA

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    GenebraOffice Espagnol du Tourisme15, Rue Ami-Lévrier - 2º1201 GENÈVE9

    4122/ 731 11 33) 4122/ 731 13 66e-mail: [email protected]

    ZuriqueSpanisches FremdenverkehrsamtSeefeldstrasse, 19CH 8008 ZÜRICH9 411/ 252 79 30) 411/ 252 62 04

    e-mail: [email protected]

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    Texto: Carlos Bloch RodríguezTradução: Agoralingua, S.L.

    Fotografias: Archivo Turespaña © Miquel Barceló, José Gutiérrez Solana,

    Daniel Vázquez Díaz, Ignacio Zuloaga. VEGAP, Madrid, 2004

    © Sucesión Pablo Picasso. VEGAP, Madrid, 2004Desing gráfico: Manuel Revilla Bel

    Paginação: MEGACOLORPublicado por: Turespaña

    Secretaría de Estado de Turismo y ComercioMinisterio de Industria, Turismo y Comercio

    Impresso por: EGESAD.L. M-XXXXXXX-2004

    NIPO: 380-04-038-7Impresso em Espanha

    1ª edição

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    COMUNIDADE EUROPEIA

    Fundo Europeu deDesenvolvimento Regional

    P

    T O U R A D

    A

    MINISTERIO DEINDUSTRIA,TURISMOY COMERCIO

    SECRETARÍA DEESTADO DE TURISMOY COMERCIO

    SECRETARÍA

    GENERAL DE TURISMOTURESPAÑA