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Sustentabilidade e Competitividade
na Saúde em Portugal
Sumário Executivo
Novembro de 2010
Um estudo elaborado para o:
2
Título
Sustentabilidade e Competitividade da
Saúde em Portugal
Cliente
Health Cluster Portugal
Autoria
Instituto Superior de Economia e Gestão
Equipa
Coordenação Global
- Augusto Mateus
- Gonçalo Caetano
Coordenação Executiva
- Hermano Rodrigues
Consultores
- Cristina Cabral
- Eduarda Ramalho
- Jorge Moreira
- José Vasconcelos
- Nuno Vitorino
- Rui Maia
Ficha Técnica
1.1. Grandes Ideias de Força Transversais ao Mundo Desenvolvido
Características do “Bem” Saúde, Fronteiras e Envelhecimento
Alargamento das actividades - Está em curso um claro alargamento das “fronteiras”
da saúde à “prevenção” e ao “bem-estar” que, sectorialmente, origina lógicas de
“mega-clusterização” para o agro-alimentar, a cosmética, o turismo, o desporto ...
Natureza dos “gastos” em saúde - Os gastos em saúde não podem ser avaliados de
forma míope, descurando a natureza de “investimento” que lhe está associada e as
suas repercussões na competitividade do cluster e da economia.
Especificidades do bem de mérito - As reformas a implementar nos sistemas de saúde
para recuperar a sustentabilidade (tal como as políticas de promoção da
competitividade), não podem descurar as especificidades do “bem de mérito” saúde.
Envelhecimento - O envelhecimento é hoje uma realidade incontornável no mundo
desenvolvido, criando enormes desafios aos sistemas de saúde (importantes ameaças
à sua sustentabilidade, mas também inúmeras oportunidades de desenvolvimento).
4
Estilos de Vida, Dinâmicas de Mercado, Progresso Tecnológico e Morbi-Mortalidade
Urbanização e estilos de vida - Os sistemas de saúde têm hoje de ter presente o
fenómeno da urbanização e da mudança de estilos de vida que está em curso,
procurando minimizar as suas ameaças e capitalizar as suas oportunidades.
Dinâmicas de mercado - O sector empresarial da saúde (indústria farmacêutica,
dispositivos médicos, meios de diagnóstico) não pode descurar as dinâmicas
geográficas recentes de alguns mercados (Ásia, América Latina, África Lusófona, etc.).
Progresso tecnológico - Os avanços recentes no conhecimento da genómica,
proteómica, metabolómica e bioinformática, a par das inovações nos dispositivos
médicos e TICs, estão a criar numerosas oportunidades em diversos domínios da Saúde.
1.1. Grandes Ideias de Força Transversais ao Mundo Desenvolvido
Doenças e Morbi-Mortalidade - Os padrões de mudança da morbi-mortalidade e do
fardo das doenças têm de ser considerados, quer nas consequências potenciais que
têm para os sistemas de saúde, quer nas oportunidades de mercado que criam.
5
Clusterização Internacional, RH da Saúde e Traços dos Sistemas de Saúde
Clusterização internacional - Os desenvolvimentos técnicos e tecnológicos nas ciências
da vida ocorrem crescentemente no contexto de clusters nacionais e internacionais, no
seio de redes de I&D, produção e comercialização crescentemente globais.
Recursos humanos - Existem importantes problemas no mundo desenvolvido no tocante
a RH especializados em Saúde, quer pelo “mix” de qualificações que é exigido, quer
pelos “gaps” existentes na cobertura de certo tipo de serviços.
Traços dos sistemas de saúde - O hospitalo-centrismo, a fragmentação, os défices
preventivos, a falta de antecipação, a falta de pró-actividade, etc. são traços dos
actuais sistemas de saúde do mundo desenvolvido que estão em acesa discussão.
1.1. Grandes Ideias de Força Transversais ao Mundo Desenvolvido
Refocagem da actuação - O sucesso dos clusters da saúde de base regional ou
nacional depende cada vez mais do aproveitamento de oportunidades de âmbito
internacional, segundo modelos baseados na especialização e integração.
6
Realidade Específica do Sistema de Saúde em Portugal
A prestação de cuidados de saúde no nosso país beneficiou nas décadas recentes de um aumento
apreciável dos níveis de produção e qualidade, mas apresenta ainda registos inferiores à média da OCDE e
da UE-27, quer em matéria de produtividade, quer de qualidade, disponibilidade e acessibilidade.
Portugal apresenta indicadores de saúde e bem-estar (esperança média de vida à nascença, taxas de
mortalidade e de mortalidade infantil, etc.) muito satisfatórios, o que configura o nosso “jovem” Sistema de
Saúde como um caso de boas práticas a nível internacional.
Os nossos níveis de eficiência-custo na prestação de cuidados hospitalares apresentam-se desfavoráveis
face a países de rendimento per capita próximo do nosso país (Eslovénia, Israel, Coreia do Sul), apesar de
favoráveis em relação a países de elevado rendimento per capita (EUA, Itália, França, Canadá, Suécia).
Ocorreu no nosso país um reforço claro dos recursos humanos, equipamentos e tecnologias (em quantidade
e qualidade) disponíveis para a prestação de cuidados de saúde, num contexto de progressiva
integração/racionalização, concentração e qualificação das unidades hospitalares e de saúde.
Existem em Portugal problemas de organização do trabalho dos médicos, em parte, ditados pela
necessidade de articulação com outras classes profissionais da administração pública, que determinam
escalões salariais não comparáveis com a procura fora deste sistema, obrigando ao recurso intensivo a
remunerações extraordinárias para a cativação destes profissionais no seio do sistema público, com forte
impacto nos custos das estruturas contratantes, mas mesmo assim incapaz de resolver a insatisfação e falta
de motivação desta classe profissional.
1.2. Grandes Ideias de Força da Realidade Específica em Portugal
7
Realidade Específica do Sistema de Saúde em Portugal (cont.)
É patente no nosso país o envelhecimento da classe médica.
O nosso Sistema de Saúde apresenta um baixo rácio de enfermeiros por médico (1,5 enfermeiros por médico
em Portugal contra 3,1 na OCDE, em 2007), a par de um nível de enfermeiros per capita distante da média
do mundo desenvolvido.
Observam-se no nosso país elevados níveis de acumulação entre o sector público e o sector privado da
Saúde pelos profissionais qualificados da saúde, sobretudo médicos.
A nossa despesa em saúde per capita (pública e total) tem crescido continuamente e acima da média dos
países da OCDE e da UE, mas apresenta ainda registos em níveis inferiores aos padrões médios do mundo
desenvolvido (cerca de 70% da média da OCDE), na linha do desfasamento existente em matéria de nível
de vida avaliado pelo PIB per capita.
O crescimento da despesa em saúde em Portugal foi mais suportado pela despesa pública (72% da despesa
total em saúde em 2007), não obstante os desenvolvimentos mais recentes que apontam para um maior
dinamismo da despesa privada (em particular, da despesa “out-of-pocket”), claramente acima do ritmo de
evolução do PIB português, justificando o crescente peso da despesa, total e pública, em saúde no PIB,
ultrapassando, de forma inequívoca, os registos médios da OCDE e UE; o crescimento da despesa pública
em saúde tem, para além disso, sido mais forte que o crescimento da despesa pública total.
Observa-se em Portugal um peso superior da despesa em fármacos na despesa total em saúde face à
média da OCDE, facto que constitui uma situação normal, dada a natureza transaccionável dos
medicamentos e o patamar de desenvolvimento em que se encontra o nosso país.
1.2. Grandes Ideias de Força da Realidade Específica em Portugal
8
Realidade Específica do Sistema de Saúde em Portugal (cont.)
A política do medicamento no nosso país tem sido fortemente monopolizada pela redução do preço dos
medicamentos de marca e pela promoção dos genéricos, com potenciais efeitos perversos nos níveis de
consumo, na utilização ineficiente, no desperdício e, em geral, nos níveis de despesa pública com fármacos.
Existe em Portugal uma crónica sub-orçamentação do SNS, associada a um crescimento muito forte da
despesa total e pública em saúde, claramente acima da evolução verificada ao nível da geração de
riqueza e da própria despesa pública total, num cenário de fortíssimas restrições ao crescimento desta
última, em face dos compromissos assumidos em matéria de reequilíbrio das contas públicas, previsão de
reduzido crescimento económico a médio prazo e de consequente pressão sobre as receitas públicas
correntes, envelhecimento populacional e de inversão da pirâmide etária e algum hospitalo-centrismo
associado ao até agora reduzido enfoque na prevenção e nos cuidados de saúde primários.
Esta realidade coloca ao país um problema muito grave de insustentabilidade financeira do SNS, que
poderá acarretar a prazo, à medida que se vão tentando encontrar e impor medidas e soluções de curto
prazo, desenvolvimentos negativos para a competitividade do cluster da saúde e fazer perigar todos os
avanços registados em matéria de saúde e bem-estar e a própria equidade, cobertura e universalidade do
sistema, condicionando ainda mais a geração e distribuição de riqueza em Portugal e, por essa via, numa
lógica de círculo vicioso, a própria sustentabilidade financeira do Sistema de Saúde Português.
1.2. Grandes Ideias de Força da Realidade Específica em Portugal
9
Realidade Específica do Sector Empresarial Ligado à Saúde em Portugal
1.2. Grandes Ideias de Força da Realidade Específica em Portugal
10
Apesar de incorporar massa crítica relevante, o sector empresarial ligado à saúde (sector farmacêutico e
dos dispositivos médicos) apresenta uma orientação exportadora débil, com grau de cobertura baixo e
elevada taxa de penetração de importações.
Este sector regista igualmente uma reduzida expressão no comércio internacional e, portanto, insuficiente
presença e visibilidade nos grandes mercados de produção e de consumo, bem como nas redes de I+D+I.
Existe no nosso país uma grande segmentação e dispersão das instituições de I&D dedicadas à saúde, com
insuficiente evidência do funcionamento em rede e em efectiva articulação com a importante I+D+I
realizada pelo sector empresarial do cluster.
O número reduzido de patentes, de novos produtos e de spin-offs em Portugal evidencia uma insuficiente
valorização económica e empresarial da I&D na saúde realizada por instituições públicas, cuja produção se
traduz sobretudo no crescente número de publicações científicas.
Existe em Portugal uma importante margem de progressão nos níveis de utilização e difusão das TIC na
saúde, sobretudo na prestação de cuidados da saúde (actualização e integração dos sistemas de
informação de apoio à gestão, de optimização de processos e procedimentos, de partilha de informação,
de relação com os utentes, envolvendo hospitais, centros de saúde e respectivas extensões).
A competitividade-custo, em termos de eficiência e preço, particularmente importante nalguns segmentos
de mercado mais intensivos na exploração de economias de escala e de menor valor acrescentado,
parece estar claramente ameaçada no nosso país em face da concorrência cada vez mais forte nos
mercados globais de players de economias emergentes.
2. Cluster da Saúde Português: Evolução Recente, Situação Actual e
Perspectivas Futuras
11
2.1. Cluster da Saúde Português: Evolução Recente e Situação Actual
Estrutura do Cluster da Saúde: Perspectiva Adoptada
A perspectiva holística que se pretende adoptar no presente estudo torna especialmente pertinente uma
abordagem centrada no conceito de cluster.
Fonte: Equipa do projecto
Cuidados de Saúde
Sector Farmacêutico
Distribuição
Retalho
TIC
Indústria Química
Serviços
Centros de I&D
Universidades/Ensino
Pólos Tecnológicos
Entidades Representativas
Actividades Core Actividades de SuporteActividades Relacionadas
Cluster da Saúde
Entidades Reguladoras:
MS, ERS, Infarmed, …
Dispositivos Médicos e Consumíveis
Elementos Auxiliares de Diagnóstico
Serviços Partilhados
12
2.1. Cluster da Saúde Português: Evolução Recente e Situação Actual
Núcleo Duro do Cluster da Saúde Português: Sector Farmacêutico
O “sector farmacêutico”, se considerado numa perspectiva restrita (Indústria Farmacêutica - IF), evidencia um
peso pouco significativo na estrutura industrial da nossa economia, designadamente em matéria de emprego
e de saídas; ao invés, se considerado numa perspectiva mais alargada (Sector Farmacêutico - SF), evidencia
uma expressão relevante na economia nacional, nomeadamente em matéria de volume de negócios e VAB.
No que toca a relações com o exterior, apesar de apresentar uma razoável orientação exportadora, regista
um grau de cobertura baixo e uma elevada taxa de penetração das importações.
A respeito de produtividade do trabalho e da I&D, o “sector farmacêutico” encerra uma realidade
particularmente destacada face à grande maioria dos sectores da economia portuguesa.
Em termos de evolução recente (2004-2007), a componente industrial do sector (IF) apresenta uma dinâmica
assinalável, em especial nas variáveis VN, VAB, produtividade e saídas.
Indústria Farmacêutica (IF) Sector Farmacêutico (SF)
Realidade Actual (2007) TVMA (2004/2007) Realidade Actual (2007) TVMA (2004/2007)
IF IT % na IT IF IT SF % na IT+CG SF IT
N.º de empresas 161 94.639 0,2% +5,8% -2,7% 1.344 0,8% -8,9% -2,7%
Emprego 6.350 830.116 0,8% +0,7% -2,1% 19.435 1,8% -1,1% -2,1%
Dimensão média 39 9 - - - 15 - - -
VN (106 €) 1.265 76.908 1,5% +9,3% +5,2% 8.268 5,4% +4,6% +5,2%
VAB (106 €) 463 18.713 2,3% +9,1% +2,0% 1.509 5,3% +3,1% +2,0%
Produtividade (103 €) 73 23 300,0% +8,4% +4,2% 78 326,7% +4,3% +4,2%
Saídas (106 €) 458 35.475 1,3% +12,1% +7,3% - - - -
Entradas (106 €) 1.948 46.524 4,2% +5,1% +5,5% - - - -
Grau de cobertura 23,5% 76,3% - - - - - - -
Orientação exportadora 36,2% 46,1% - - - - - - -
Tx. penetração das importações 70,7% 52,9% - - - - - - -
Peso das Desp. em I&D no VAB 5,2% 1,5% - - - - - - -
Legenda: IF - Indústria Farmacêutica; SF - Sector Farmacêutico; IT - Indústria Transformadora;
CG - Comércio por Grosso.
Fonte: INE, Eurostat, DPP, GEE 13
2.1. Cluster da Saúde Português: Evolução Recente e Situação Actual
Núcleo Duro do Cluster da Saúde Português: Dispositivos Médicos
O sector dos dispositivos médicos evidencia um peso muito pouco significativo na estrutura produtiva
portuguesa, designadamente em matéria de emprego, volume de negócios e de saídas.
No tocante a relações com o exterior, este sector apresenta uma orientação exportadora relativamente
débil, a par de um grau de cobertura muito baixo e de uma elevada taxa de penetração das importações.
A respeito de produtividade do trabalho, o sector dos dispositivos médicos encerra uma realidade que está
em linha com a média das indústrias transformadoras.
Ao nível da I&D, este sector apresenta números baixos, mas mais expressivos do que a grande maioria dos
sectores da economia.
Em termos de evolução recente (2004-2008), o sector dos dispositivos médicos apresenta uma performance
bastante positiva em praticamente todas as variáveis em análise.
Realidade Actual (2008) TVMA (2004/2008)
DM IT % na IT DM IT
N.º de empresas 929 79.589 1,2% +4,1% -6,2%
Emprego 4.427 818.418 0,6% +2,8% -3,0%
Dimensão média 5 10 - - -
VN (106 €) 316 83.027 0,4% +6,8% +3,9%
VAB (106 €) 118 19.891 0,6% +8,5% +0,2%
Produtividade (103 €) 27 24 109,2% +5,5% +3,3%
Saídas (106 €) * 86 35.226 0,2% +12,9% +5,2%
Entradas (106 €) * 499 47.481 1,1% +8,0% +4,6%
Grau de cobertura * 17,2% 74,2% - - -
Orientação exportadora * 27,2% 42,4% - - -
Tx. de penetração das importações * 68,5% 49,8% - - -
Peso das despesas em I&D no VAB 1,9% 1,5% - - -
* Por falta de informação estatística, não foi considerado o material óptico e oftálmico.
Legenda: DM - Dispositivos Médicos; IT - Indústria Transformadora.
Fonte: INE, Eurostat, DPP, GEE 14
2.1. Cluster da Saúde Português: Evolução Recente e Situação Actual
Núcleo Duro do Cluster da Saúde Português: Cuidados de Saúde
O sector dos cuidados de Saúde (actividades de Saúde humana) evidencia um peso muito significativo na
economia portuguesa, designadamente em variáveis como o emprego e valor acrescentado.
Trata-se de um sector marcadamente composto por micro-empresas, ainda que no caso das actividades
ligadas a estabelecimentos com internamento e à prática clínica em ambulatório existam algumas
empresas/instituições de grande dimensão.
Tendo uma natureza eminentemente não transaccionável, a sua relevância directa nas contas externas
nacionais é muito pouco expressiva; a um nível indirecto, isso já não acontece, dada a realidade que se
observa nas taxas de penetração das importações registadas no sector farmacêutico e no sector dos
dispositivos médicos.
A respeito da produtividade do trabalho, o sector dos cuidados de Saúde encerra uma realidade que está
em linha com a média do sector terciário.
Em termos de evolução recente (2004-2008), este sector apresenta uma dinâmica comparativa bastante
“positiva” em praticamente todas as variáveis consideradas na análise.
Realidade Actual (2008) TVMA (2004/2008)
CS ST % no ST CS ST
N.º de empresas/instituições 68.898 1.008.779 6,8% +4,6% +2,7%
Emprego 210.574 2.510.052 8,4% +10,5% +3,3%
Dimensão média 3 3 - - -
VN (106 €) 8.947 224.182 4,0% -5,2% +4,2%
VAB (106 €) 4.496 51.502 8,7% +13,6% +5,5%
Produtividade (103 €) 21 21 103,5% +2,8% -2,1%
Legenda: CS - Cuidados de Saúde; ST - Sector Terciário.
Fonte: INE15
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
Com o objectivo de enquadrar de forma estrutural os desafios que se colocam ao cluster da saúde
português e as grandes opções de evolução com que este se confronta, apresenta-se de seguida um
exercício de cenarização que procura perspectivar os principais caminhos possíveis para os Cuidados de
Saúde (CS), a Indústria Farmacêutica (IF) e a Indústria dos Dispositivos Médicos (DM) em Portugal.
Assumiu-se para este exercício de cenarização um horizonte temporal compreendido entre o “momento
actual” (numa boa parte dos dados disponíveis, reportado a 2008) e 2020.
As fontes de informação estatística utilizadas para o efeito foram as seguintes:
o No respeitante aos Cuidados de Saúde, Governo (PEC, na sua versão disponível mais actualizada),
FMI (World Economic Outlook, na sua versão mais recente, de Outubro de 2010), Banco de Portugal
(Boletim Económico de Outubro de 2010), OCDE (Health at a Glance 2010), Organização Mundial de
Saúde (National Health Accounts) e Nações Unidas (World Population Prospects: The 2008 Revision);
o No respeitante à Indústria Farmacêutica e à Indústria de Dispositivos Médicos, INE (Sistema de Contas
Integradas das Empresas e Estatísticas do Comércio Internacional) e Eurostat (Structural Business
Statistics).
A par das fontes de informação estatística mencionadas, estabeleceu-se um conjunto de pressupostos de
trabalho que, no essencial, se encontram sistematizados no slide que se segue.
Cenários para o Futuro: Objectivos e Hipóteses de Partida
16
Cenários para o Futuro: Objectivos e Hipóteses de Partida (cont.)
“Sectores” Hipóteses de Partida
Cuidados de
Saúde
Para o PIB nominal, os níveis estabelecidos de 2008 a 2015 correspondem aos apresentados na
versão mais recente do World Economic Outlook do FMI, que, por um lado, absorvem os dados
mais recentes do INE disponíveis para 2008 e 2009 e, por outro, assumem valores muito próximos dos
projectados pelo Banco de Portugal para 2010 e 2011, apresentados no Boletim Económico
recentemente publicado; para 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020, utilizou-se o referencial de
crescimento do FMI projectado para 2015
Para a Despesa Pública, até 2013, consideraram-se os objectivos consubstanciados no PEC2 para
esta variável em % do PIB, como base para a quantificação do seu valor nominal; para os anos
posteriores, apuraram-se os níveis que garantem um rácio da despesa pública no PIB igual ao
estabelecido no PEC para 2013
Para a População, assumiram-se as projecções constantes do World Population Prospects: The 2008
Revision das Nações Unidas
Para a Despesa Per Capita em Saúde Média na OCDE, procedeu-se a uma actualização, em nível,
para o período 2007-2020, com base numa TVMA de 4,5% (tendo em conta as TVMA registadas
entre 1990-1995, 1995-2000 e 2000-2006 de, respectivamente, 5,1%, 5,5% e 7,2%, e as perspectivas
de alguma contenção a este nível nos próximos anos, nomeadamente do lado da despesa
pública)
Indústria Farmacêutica e dos Dispositivos
Médicos
Assumiu-se como base de partida a evolução, entre 2004-2007 ou 2004-2008, de diversas variáveis
económico-financeiras, de comércio internacional e de intensidade em I&D da IF e dos DM
Em paralelo, contrapôs-se essa evolução ao comportamento da IT, com excepção da intensidade
em I&D, para a qual, para além dos valores históricos, se teve em conta um exercício de
benchmarking com a UE
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
17
No tocante aos Cuidados de Saúde, elaboraram-se 6 cenários, enquadrados em 3 grandes caminhos.
As lógicas de base subjacentes a cada um dos caminhos e dos cenários em causa são as seguintes:
Cenários para o Futuro: Caminhos e Opções nos Cuidados de Saúde
Caminho A: Mobilização para a convergência, com forte penalização do objectivo sustentabilidade
Lógica
de Base
Caminho que busca uma convergência total ou parcial, até 2020, da despesa em saúde per capita no nosso país
com os níveis que previsivelmente vão prevalecer na média da OCDE, mas que implica uma deterioração aguda
das condições de sustentabilidade do nosso SNS, dado o necessário aumento da componente pública da
despesa em saúde no PIB e da sua expressão no total da despesa pública, coarctando os desejados esforços de
redução do défice público por via da despesa ou implicando uma correspondente redução das outras despesas
do Estado, para as quais o contexto actual e de futuro próximo aconselham um reforço da sua importância
CenáriosA1. Convergência absoluta da despesa em saúde per capita com o mundo desenvolvido
A2. Cenário da continuidade
Caminho C: Mobilização agressiva para a sustentabilidade, com forte penalização do objectivo convergência
Lógica
de Base
Caminho que procura uma efectiva recuperação da sustentabilidade do nosso SNS, materializada por uma
significativa redução da expressão da despesa pública em saúde, quer no PIB, quer na despesa pública total, mas
com afastamento relativo face aos níveis de despesa com saúde per capita previstos para a média da OCDE em
2020 (divergência)
CenáriosC1. Cenário de congelamento da despesa pública real em saúde per capita
C2. Cenário de congelamento da despesa pública em saúde em termos nominais
Caminho B: Mobilização moderada para a sustentabilidade, sem resultados de relevo na convergência e sustentabilidade
Lógica
de Base
Caminho que consubstancia uma redução “modesta” (ou estagnação) do peso da despesa pública em saúde no
PIB (que não é suficiente para impedir que o peso da despesa pública em saúde no total da despesa pública
aumente até 2020) e, simultaneamente, mudanças pouco significativas em matéria de convergência, com registos
relativos face à média da OCDE em 2020 próximos dos registados em 2008
CenáriosB1. Cenário "PEC Linear“, com congelamento do peso da despesa pública em saúde na despesa pública total
B2. Cenário de congelamento do peso da despesa pública em saúde no PIB
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
18
No tocante à Indústria Farmacêutica e dos Dispositivos Médicos, elaboraram-se 3 cenários.
As lógicas de base subjacentes a cada um dos cenários são as seguintes:
Cenários para o Futuro: Caminhos e Opções na Ind. Farmacêutica e dos Disp. Médicos
Cenário A: Continuidade
Lógica
de Base
Cenário em que o VN, o VAB, o Emprego, a Produtividade, as Saídas e Entradas crescem, até 2020, a uma taxa
anual coincidente com a TVMA verificada entre 2004 e 2007, na IF “versus” IT, e entre 2004 e 2008, nos DM “versus”
IT, significando uma demarcação, quer da IF, quer dos DM (mas mais exacerbada na IF), face ao andamento da
IT, com resultados mais favoráveis, determinando um aumento da sua expressividade nesta última; por seu turno, o
rácio das despesas de I&D no VAB leva em linha de conta os valores observados naquele período, conjugado com
o exercício de benchmarking europeu, ajustado pela evolução esperada para a produtividade neste cenário
Cenário C: Desenvolvimento Condicionado
Lógica
de Base
Cenário que pressupõe uma evolução do VN, VAB, Emprego, Produtividade, Saídas e Entradas substancialmente
menos acelerada do que no passado recente, em linha com a evolução da IT no período 2004-2008, não
havendo, portanto, uma demarcação futura destas actividades industriais face à IT; consagra-se, apenas, um
aumento do grau de cobertura e da orientação exportadora (mais notório na IF do que nos DM); por seu turno, o
rácio das despesas de I&D no VAB sofre um ajustamento face ao primeiro cenário, determinando uma estimativa
de um intervalo de confiança mais baixo
Cenário B: Avanço Estratégico
Lógica
de Base
Cenário que procura reflectir uma situação em que o SNS recupera gradualmente a sua sustentabilidade e
consegue, simultaneamente, gerar efeitos virtuosos sobre o sectores industriais ligados à Saúde, acelerando a sua
trajectória prevista no primeiro cenário, traduzida numa demarcação mais intensa face à evolução da IT
decorrente de ganhos mais acentuados em termos de produtividade, orientação exportadora e grau de
cobertura; assume-se taxas de variação superiores às registadas no passado, diferenciando-se as variações do VN,
VAB e Entradas (c/ um factor multiplicativo de 1,25), do emprego (1,15) e das saídas (1,35); por seu turno, a
intensidade em I&D aproxima-se claramente dos referenciais médios da UE projectados a 2020, levando também
em linha de conta a evolução mais favorável da produtividade
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
19
Ainda que o exercício de cenarização estabeleça uma separação entre os Cuidados de Saúde e a
Indústria (IF e DM), a verdade é que existem nexos de relacionamento entre estes dois grandes sectores.
A este nível, destaca-se a causalidade inevitável CS IF+DM e os potenciais efeitos sinérgicos/virtuosos que
podem resultar de lógicas de aprofundamento do “cluster”.
Cenários para o Futuro: Relações “Cuidados” - “Indústria”
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
Fonte: Equipa do projecto
20
Caminho B: Mobilização
moderada para a
sustentabilidade, s/ resultados
de relevo na convergência e
sustentabilidade
Caminho A: Mobilização para
a convergência, com forte
penalização do objectivo
sustentabilidade
Caminho C: Mobilização
agressiva para a
sustentabilidade, com forte
penalização do objectivo
convergência
Cenário B: Avanço
estratégico
Indústria (IF + DM)
Cenário A: Continuidade
Cenário C: Desenvolvimento
condicionado
Sustentabilidade CompetitividadeAprofundamentodo Cluster
(Caminhos) (Cenários)
Cuidados de Saúde
Aumento acelerado da despesa em saúde
Agravamento da
insustentabilidade
Aumento moderado da despesa em saúde
Eficiência dinâmica ao serviço da sustentabilidade
Congelamento da despesa em saúde
Bloqueio do avanço competitivo
Cenários para o Futuro: Síntese de Resultados para os Cuidados de Saúde
Despesa em Saúde
Per Capita, USD ppc
Despesa em Saúde Per Capita,
USD ppc (em % da OCDE)
Despesa Total em Saúde
em % do PIB
Despesa Pública em
Saúde em % do PIB
Despesa Pública em
Saúde
em % da Despesa
Pública Total
2008 2020 2008 2020 2008 2020 2008 2020 2008 2020
Caminho A: Mobilização para a convergência, com forte penalização do objectivo sustentabilidade
A1. Convergência Absoluta com o MundoDesenvolvido
2.334 5.288 74,8% 100,0% 9,8% 17,3% 6,9% 10,7% 14,9% 23,6%
A2. Cenário da Continuidade 2.334 4.004 74,8% 75,7% 9,8% 13,1% 6,9% 8,1% 14,9% 17,9%
Caminho B: Mobilização moderada para a sustentabilidade, s/ resultados de relevo na convergência e sustentabilidade
B1. "PEC Linear“ 2.334 3.578 74,8% 67,7% 9,8% 11,7% 6,9% 6,7% 14,9% 14,8%
B2. Congelamento do Peso da Despesa Pública em Saúde no PIB
2.334 3.614 74,8% 68,3% 9,8% 11,8% 6,9% 6,9% 14,9% 15,1%
Caminho C: Mobilização agressiva para a sustentabilidade, com forte penalização do objectivo convergência
C1. Congelamento da Despesa Pública Real em Saúde Per Capita
2.334 2.757 74,8% 52,1% 9,8% 9,0% 6,9% 5,6% 14,9% 12,3%
C2. Congelamento da Despesa Pública Nominal em Saúde
2.334 3.143 74,8% 59,4% 9,8% 10,3% 6,9% 5,3% 14,9% 11,7%
Apresentam-se de seguida os principais resultados dos cenários construídos para os Cuidados de Saúde:
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
21
Cenários para o Futuro: Síntese de Resultados para a Indústria Farmacêutica
Apresentam-se de seguida os principais resultados dos cenários construídos para a Indústria Farmacêutica:
Cenário A (IF): Continuidade
Cenário B (IF): Avanço Estratégico
Cenário C (IF): Desenvolv. Condicionado
TVMA Peso % na IT TVMA Peso % na IT TVMA Peso % na IT
2007-2020 2007 2020 2007-2020 2007 2020 2007-2020 2007 2020
Volume de Negócios 9,3% 1,6% 2,7% 11,6% 1,6% 3,6% 5,2% 1,6% 1,6%
VAB 9,1% 2,5% 5,9% 11,4% 2,5% 7,8% 2,0% 2,5% 2,5%
Emprego 0,7% 0,8% 1,1% 0,8% 0,8% 1,1% -2,1% 0,8% 0,8%
Produtividade 8,4% 323,4% 540,8% 11,3% 323,4% 765,9% 4,2% 323,4% 323,4%
Saídas 12,1% 1,3% 2,3% 16,3% 1,3% 3,7% 7,3% 1,3% 1,3%
Entradas 5,1% 4,2% 4,0% 6,4% 4,2% 4,7% 5,5% 4,2% 4,2%
Despesas em I&D 14,3% 8,6% - 18,4% 8,6% - 3,8% 8,6% 8,6%
Cenário A (IF): Continuidade
Cenário B (IF): Avanço Estratégico
Cenário C (IF): Desenvolv. Condicionado
Indústria Transformadora
2007 2020 2007 2020 2007 2020 2007 2020
Grau de Cobertura 23,5% 54,4% 23,5% 75,3% 23,5% 29,3% 76,3% 95,0%
Orientação Exportadora 36,2% 50,3% 36,2% 62,0% 36,2% 46,8% 46,1% 59,6%
Despesas em I&D/VAB 5,2% 9%-10% 5,2% 11%-12% 5,2% 6%-7% 1,5% -
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
22
Cenários para o Futuro: Síntese de Resultados para a Indústria de Dispositivos Médicos
Apresentam-se de seguida os principais resultados dos cenários construídos para os Dispositivos Médicos:
Cenário A (DM): Continuidade
Cenário B (DM): Avanço Estratégico
Cenário C (DM): Desenvolv. Condicionado
TVMA Peso % na IT TVMA Peso % na IT TVMA Peso % na IT
2008-2020 2008 2020 2008-2020 2008 2020 2008-2020 2008 2020
Volume de Negócios 6,8% 0,4% 0,5% 8,5% 0,4% 0,6% 3,9% 0,4% 0,4%
VAB 8,5% 0,6% 1,5% 10,6% 0,6% 1,9% 0,2% 0,6% 0,6%
Emprego 2,8% 0,5% 1,1% 3,2% 0,5% 1,1% -3,0% 0,5% 0,5%
Produtividade 5,5% 110,0% 141,4% 7,4% 110,0% 175,7% 3,3% 110,0% 110,0%
Saídas 12,9% 0,2% 0,6% 17,4% 0,2% 0,9% 5,2% 0,2% 0,2%
Entradas 8,0% 1,1% 1,5% 10,0% 1,1% 1,9% 4,6% 1,1% 1,1%
Despesas em I&D 12,7% 0,8% - 18,8% 0,8% - 1,7% 0,8% -
Cenário A (DM): Continuidade
Cenário B (DM): Avanço Estratégico
Cenário C (DM): Desenvolv. Condicionado
Indústria Transformadora
2008 2020 2008 2020 2008 2020 2008 2020
Grau de Cobertura 17,2% 29,3% 17,2% 37,6% 17,2% 18,4% 74,2% 79,4%
Orientação Exportadora 27,2% 53,0% 27,2% 70,2% 27,2% 31,8% 42,4% 49,5%
Despesas em I&D/VAB 1,9% 2,5%-3,5% 1,9% 4%-5% 1,9% 2%-2,5% 1,5% -
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
23
Investigação
- Investigação Básica - Ensaios Clínicos, Matrizes de Prevenção,
Provas de Conceito, etc.- Investigação Clínica e de Translação
- Investigação Epidemiológica- Outra Investigação
Cenários para o Futuro: Papel das Instituições de I&D e das CRO’s
Antes de finalizar a análise dos cenários de desenvolvimento do cluster da saúde português, importa
assinalar que, por razões que se prendem com falta de informação essencial, não se considerou neste
exercício o papel das Instituições de I&D e das Contract Research Organizations (CRO’s) ligadas à Saúde.
Esta realidade não nos deve impedir de reconhecer e evidenciar o importante papel que este tipo de
actores podem desempenhar na promoção da competitividade e sustentabilidade do cluster da saúde
português e no seu aprofundamento, em especial pela via da investigação clínica e de translação.
Instituições de I&D
CRO’s, …
Paciente
Cuidados de SaúdeInd. Farmacêutica
Dispositivos Médicos
2.2. Cluster da Saúde Português: Perspectivas Futuras
Fonte: Equipa do projecto24
3. Sustentabilidade e Competitividade do Cluster da Saúde Português:
Desafios e Recomendações
25
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Dinâmicas Negativas e Cumulativas do Sistema de Saúde: o Problema a Resolver
Efeitos
Negativos
Efeitos
Cumulativos
Competitividade
do Cluster da
Saúde
Insustentabilidade
Financeira do
Sistema de Saúde
Competitividade
e Coesão
Económica,
Social e Territorial
Efeitos
NegativosEficiência e
Equidade na
Saúde e no
Bem-Estar
Fonte: Equipa do projecto26
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Referencial de Objectivos para o Sistema de Saúde Português
Processo de Decisão
Participado
Sustentabilidade Financeira e
Económica
Criação de um Mercado
de Saúde ReguladoPromoção da Sociedade
do Conhecimento
Responsabilidade e
Eficiência Profissional
Financiamento sustentável do
Sistema de Saúde
Mercado competitivo nos
Cuidados de Saúde
Ambiente favorável ao
investimento, à I&DT e à
inovação
Liberdade de escolha
dos prescritores e
prestadores de
serviços de saúde e
disponibilidade de
tratamentos
Cidadãos/Pacientes
com mais e melhor
informação
Criação de um Cluster da Saúde Eficiente e Competitivo:
Prestação eficiente e equitativa de cuidados de saúde Sustentabilidade financeira Estímulo e Apoio à I+D+I
Regulação do mercado de saúde, com transparência e objectividadeCompetitividade
INTEGRAÇÃO INTEGRAÇÃO
INTEGRAÇÃO
INTEGRAÇÃOINTEGRAÇÃO
Fonte: Equipa do projecto27
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Grandes Desafios do Sistema de Saúde Português
Dinâmicas
Negativas e
Cumulativas no
Sistema de Saúde
Necessidade
Absoluta de
Adopção de
Medidas
Reformistas
Grandes Desafios do Sistema de Saúde Português:
• Como Criar um Sistema de Saúde
Virtuoso: Sustentável, Qualificado e
Gerador de Capacidades de I&D e
de Inovação?
• Com Maior Visibilidade Interna e
Externa?
• Promovendo uma Imagem de
Modernidade e de Competitividade?
• Viabilizador da Penetração em Novos
Mercados, nos Planos Global e
Nacional?
• Susceptível de Produzir Efeitos de
Demonstração que Influenciem Outros
Grandes Sistemas Públicos?
• Garantindo a Adesão dos Utentes, dos
Indivíduos e dos Empregadores?
Para Criar
Dinâmicas
Positivas e
Virtuosas no
Sistema de Saúde
Fonte: Equipa do projecto 28
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Medidas Reformistas: Quadro Indicativo de Referência
Implementar incentivos para subscrição de seguros de
saúde “Opting-Out” do SNS
Reforçar a aposta em TIC e SI integrados que apoiem
toda a cadeia de valor da saúde
Quantificar o impacto das medidas apontadas e
efectuar a sua monitorização depois de adoptadas
Aprofundar a externalização de funções de suporte à
prestação de cuidados de saúde e/ou privatizar
actividades não essenciais
Centralizar de forma coordenada as compras e a
prestação de serviços comuns e partilhados
Aprofundar a reforma do sistema hospitalar público,
com aumento da sua eficiência global
Disciplinar a utilização dos meios de diagnóstico
complementar e negociar melhores condições para
fornecimento ao SNS
Aprofundar o processo de integração de cuidados de
saúde, dando forte enfoque aos processos de
referenciação
Alterar/controlar a massa salarial dos profissionais do
sector público da saúde
Reconfigurar os perfis profissionais (job descriptions) dos
profissionais de saúde, em especial dos médicos,
permitindo maior delegação de actos para recursos
menos qualificados (e, portanto, mais económicos)
Alargar os Estudos de Avaliação Económica na
adopção de novas “tecnologias” e práticas de Saúde
Afectar parte da receita de impostos específicos sobre
o consumo (álcool, tabaco, combustíveis) ao
financiamento do SNS, acompanhado por um
eventual aumento das taxas que lhes estão associadas
Restrição do actual sistema de dedução fiscal com as
despesas de saúde apenas aos MSRM
Preparar e adoptar “manuais de boas práticas” na
prestação de cuidados de saúde
Rentabilizar as infra-estruturas hospitalares (ex: aluguer
de utilização a entidades privadas)
Reduzir a capacidade dos hospitais (menos camas,
concentração de unidades) e aprofundamento da
racionalização dos cuidados primários
29
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Medidas Reformistas: Quadro Indicativo de Referência (cont.)
Aumentar o nível de responsabilidade dos
consumidores, baixando as comparticipações do
Estado em produtos/medicamentos e serviços, com
redução dos escalões de comparticipação
Estabelecer taxas moderadoras nos serviços de
urgência em função da gravidade da situação clínica,
em detrimento da actual prática de valor fixo
Adoptar uma nova política do medicamento que
prossiga objectivos estratégicos com estabilidade,
favorecendo a inovação e as poupanças, com uma
adequada gestão do ciclo de vida dos medicamentos
Estabelecer taxas de co-financiamento privado nos
cuidados de saúde a partir e em função de patamares
de rendimento, articulando de forma mais sustentável
a lógica de bem de mérito da saúde com um equilíbrio
mais efectivo, a este nível, entre equidade e eficiência,
aproximando um pouco mais os “preços” destes
serviços do seu real custo
Sensibilizar os profissionais e pacientes para o uso
racional dos recursos do SNS, bem como para o
recurso à análise custo-efectividade no âmbito das
suas decisões, quer na prescrição (medicamentos e
exames), quer na actividade de gestão
Apostar em políticas activas de prevenção e de
promoção da saúde, quer criem hábitos saudáveis de
vida e atenuem o problema do envelhecimento
Balancear melhor a afectação de recursos entre os
níveis de prestação (primária, secundária e terciária),
tipo de cuidados (gerais, especialistas e continuados),
facilidades (centros de saúde, hospitais e unidades de
cuidados continuados) e distribuição geográfica
Encerrar subsistemas de saúde ainda existentes em
favor de um sistema dotado de coerência global e
flexibilidade para enquadrar a diversidade
Regular de forma inteligente as condições de
acumulação de serviço dos profissionais de saúde
entre o SNS, o sector privado e o sector cooperativo
Promover a valorização da I&D nos cuidados de
saúde, destacando o seu papel potencial na
sustentabilidade futura do SNS
Facilitar e estimular os ensaios clínicos como
metodologia privilegiada para a investigação clínica e
de translação
30
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Selecção dos Caminhos Potenciais
31
As Não Opções
Não Opção 1: Aumento da Despesa Pública
As Pistas de Trabalho
Não Opção 2: Aumento da Despesa Privada
Adopção aleatória e avulsa de medidas reformistas, dirigidas à poupança financeira, não atentas à equidade
Pista 1: Adopção sistémica de medidas reformistas
nas várias dimensões e segmentos do Sistema de
Saúde que, melhorando a eficiência e a eficácia,
contribuam para a respectiva sustentabilidade
financeira, sem mudança de paradigma de
financiamento
Pista 2: Adopção sistémica de medidas reformistas
nas várias dimensões e segmentos do Sistema de
Saúde que, melhorando a eficiência e a eficácia,
contribuam para a respectiva sustentabilidade
financeira, com mudança de paradigma de
financiamento
A mera adopção de medidas reformistas não é, por si só, necessariamente virtuosa
Racionalidade e Programação da Adopção de
Medidas Reformistas: Aleatória ou Sistemática?
Dirigidas à Poupança Financeira ou à Eficiência do
Sistema de Saúde? Atentas à Equidade e à
Protecção dos mais Frágeis?
Dimensão dos Ganhos da Adopção de Medidas
Reformistas: Serão estes ganhos suficientes para
assegurar a sustentabilidade financeira do Sistema de
Saúde? Necessidade de estudos de custos-benefícios
sistemáticos
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Aprofundamento dos Caminhos Potenciais: Não Opções
32
Elementos Estruturantes
Aumentar a despesa pública
em saúde para satisfazer total e
atempadamente as
necessidades de
financiamento do S. de Saúde
Assegurar, por via do aumento
da despesa pública, a
sustentabilidade financeira do
Sistema de Saúde
Problemas/Dificuldades
A Despesa Pública total diminuirá inevitavelmente nos próximos anos
O recurso ao crédito externo para financiamento do Estado e da economia reduzir-se-á no futuro
Aumentará, consequentemente, a competição sobre afectação de recursos financeiros públicos entre grandes sistemas (saúde, educação, obras públicas, defesa, …)
A mera sustentabilidade financeira do Sistema de Saúde não assegura - poderá impedir - a I&D e a inovação
Não Opções
Não Opção 1
Aumentar a despesa privada
em saúde, através do
incremento do financiamento
directo da prestação de
cuidados , da utilização de
meios de diagnóstico e do
pagamento dos
medicamentos pelos utentes
Assegurar, por via do aumento
da despesa privada, os
recursos necessários à
sustentabilidade financeira do
Sistema de Saúde
A despesa privada em Saúde, incluindo a despesa „out-of-pocket‟, já cresceu significativamente nos
últimos anos
A capacidade de financiamento individual/familiar é reduzida, mesmo nos actuais níveis de financiamento privado, encontrando-se crescentemente debilitada na actual envolvente económica e financeira
O eventual aumento adicional da despesa privada terá efeitos muito perversos na equidade e na prestação de serviços de saúde aos utentes social e economicamente mais frágeis
A mera sustentabilidade financeira do Sistema de Saúde não assegura - poderá impedir - a I&D e a inovação
Não Opção 2
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Aprofundamento dos Caminhos Potenciais: As Pistas de Trabalho
33
Elementos Estruturantes
Adopção sistémica de medidas reformistas nas várias dimensões e segmentos do Sistema de Saúde que, melhorando a
eficiência e a eficácia, contribuam para a respectiva sustentabilidade financeira, sem alterações estruturais das actuais bases de financiamento
Aprofundamento do cluster da saúde (Health Cluster como plataforma cooperativa mobilizadora do conhecimento/inovação e dinamizadora
da competitividade)
Problemas/Dificuldades
Capacidade política e administrativa para elaborar e concretizar, num horizonte temporal necessariamente longo, um programa sistémico de medidas reformistas
no sistema de saúde
Resistências culturais e corporativas à mudança
Actual paradigma do financiamento do Sistema de Saúde - orientado para financiar a oferta - é desincentivador da eficiência
Os ganhos das medidas reformistas podem não atingir dimensão suficiente para assegurar a sustentabilidade financeira do S. de Saúde
Pistas
Pista 1
Capacidade política e administrativa para elaborar e concretizar, num horizonte temporal necessariamente longo, um programa sistémico de medidas reformistas no sistema de saúde e no modelo de financiamento
Resistências culturais e corporativas à inovação e à mudança
Potenciais problemas que podem emergir durante o processo de implementação da transição de paradigma
Pista 2
Financiamento público da procura substitui o financiamento público da oferta
Estado financiador da procura e regulador
da oferta (qualidade e preço) substitui Estado prestador de serviços de saúde, via privatização/concessão/contratualização
ARS assumem as responsabilidades inerentes à regulação operacional da adopção das medidas reformistas e do financiamento público da procura em Saúde
Aprofundamento do cluster da saúde
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Dinâmicas Virtuosas e Cumulativas do Sistema de Saúde: a Resolução do Problema
Competitividade
do Cluster da
Saúde
Competitividade
e Coesão
Económica,
Social e Territorial
Eficiência e
Equidade na
Saúde e no
Bem-Estar
Sustentabilidade
Financeira do
Sistema de Saúde
Efeitos PositivosAdopção
Sistémica e
Coerente de
Medidas
Reformistas
Efeitos Positivos
Efeitos Cumulativos
Alteração do
Paradigma de
Financiamento do
Sistema de Saúde
Efeitos Positivos
Fonte: Equipa do projecto 34
3.1. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Sustentabilidade
Dinâmicas Virtuosas e Cumulativas do Sistema de Saúde: Requisitos para a Governação
Regulação
Gestão
InvestigaçãoIndústria
Prestação
Governação
Necessidade de reconhecimento da diversidade e complementaridade dos stakeholders, bem como da
explicitação de abordagens, sensibilidades e interesses diferenciados.
Importância da atribuição de prioridade ao desenvolvimento de interacções na prossecução do objectivo
de consolidação de um sistema de governação integrado e participado, que maximize sinergias positivas.
Fonte: Equipa do projecto 35
3.2. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Competitividade
Competitividade do Cluster da Saúde: Matriz Sintética dos Desafios e das Recomendações
Sector Farmacêutico
Dispositivos Médicos e Consumíveis
Cuidados de Saúde
Elementos Auxiliares de Diagnóstico
Instituições de I&D
SustentabilidadeEconómica e Financeira
Eficiência e Produtividade
Melhoria Continuada dos
Serviços
I+D+I EmpreendedorismoInternacionalização
Clu
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as TIC
Fonte: Equipa do projecto36
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3.2. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Competitividade
Desafios Estratégicos/Recomendações
Aferir, de forma aprofundada e consolidada, o potencial endógeno das empresas que integram o cluster da
saúde português, com vista a uma efectiva promoção e colocação dos seus produtos, serviços e
tecnologias nos mercados internacionais.
Inventariar os recursos nacionais de I&D ligados à saúde (incluindo os fluxos financeiros alocados ao sector)
e as grandes oportunidades e ameaças que se lhes colocam no contexto global, tendo em vista a
identificação de massas críticas no cluster e a priorização mais efectiva das apostas a realizar.
Reforçar a ligação do sector farmacêutico e dos dispositivos médicos a grandes players internacionais,
alicerçada na especialização em determinadas fases do processo de I&D e inovação, aproveitando a
fragmentação crescente que este assume a nível global.
Racionalizar, redimensionar, qualificar, especializar e integrar a rede de infra-estruturas de suporte e de
instituições de I&D ligadas ao cluster da saúde português, favorecendo a criação de massa crítica, a
excelência pela especialização, a complementaridade e a emergência de sinergias (considerar, a este
respeito, os modelos que estiveram subjacentes à criação do IBB e do I3S).
Privilegiar as apostas nacionais a efectuar em matéria de I+D+I ligada à saúde na investigação industrial e
no desenvolvimento experimental e na transferência de tecnologia de base nacional ou internacional,
priorizando as áreas científicas e tecnológicas que potencialmente se mostrem mais estratégicas.
Promover a realização de ensaios clínicos enquanto instrumento de apoio à investigação clínica e de
translação, tendo em vista a valorização e qualificação da prestação de serviços de saúde, bem como a
sustentabilidade do sistema de saúde e a sua integração nas redes de I&D globais.
37
3.2. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Competitividade
Desafios Estratégicos/Recomendações (cont.)
Reforçar a internacionalização das principais empresas e instituições de I&D nacionais ligadas ao cluster da
saúde, aproveitando as oportunidades abertas pelas redes internacionais de I&D (seja pela via de parcerias,
seja pela via da exportação e investimento directo, seja ainda pela via do licenciamento internacional de
fármacos e equipamentos de marca), pelo crescimento dos mercados no mundo desenvolvido e
emergente e pela proximidade cultural e linguística à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Intensificar os níveis de cooperação inter-empresarial no cluster português da saúde, bem como as ligações
entre as empresas, os hospitais, os centros de saúde, as infra-estruturas de suporte e as instituições de I&D ao
longo de toda a cadeia de valor da saúde.
Promover o empreendedorismo de base tecnológica no cluster português da saúde (nomeadamente
através do apoio à criação e desenvolvimento de spin-offs de universidades, centros de I&D, etc.) e
potenciar o seu crescimento e afirmação internacional (minimizando o chamado “vale da morte”).
Potenciar a mudança do eixo fundamental da competitividade do custo para a I+D+I no sector empresarial
da Saúde em Portugal, valorizando as parcerias em fases específicas dos processos de inovação com as Big
Pharma internacionais e os processos que favorecem a emergência de originadores nacionais,
designadamente em novos produtos e serviços de nicho.
Desenvolver um modelo estratégico de definição, gestão e concessão de incentivos financeiros e fiscais ao
esforço de I+D+I devidamente ajustado às necessidades particulares das empresas e instituições de I&D
ligadas ao cluster português da saúde (nomeadamente no tocante às fases de maior investimento, risco e
incerteza) e que consubstancie uma forte articulação entre, por um lado, os “Ministérios” da Ciência, da
Economia e da Saúde e, por outro, as entidades representativas do sector empresarial, baseando-se numa
espécie de “Contrato Programa para a Inovação”.
38
3.2. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Competitividade
Desafios Estratégicos/Recomendações (cont.)
Promover o aumento da eficiência dos processos de I&D e inovação, sobretudo em face das exigências
regulamentares crescentes e da morosidade nos registos de novos medicamentos.
Reforçar e diversificar os modelos de financiamento das empresas industriais do cluster da saúde português
(dadas as elevadas necessidades de investimento associadas à reorientação preconizada dos modelos de
negócio em favor da I+D+I) pela garantia de acesso privilegiado a financiamento bancário competitivo de
médio e longo prazo e a mecanismos de capital de risco, nas suas diferentes modalidades, pela cotação
dos principais players em praças financeiras internacionais, abrindo e reforçando a estrutura accionista e de
capital aos mercados de capitais globalizados, e pela tomada de posições em negócios competitivos,
geradores de fundo de maneio para o investimento mais estratégico, diversificando o portfólio de
actividades (em segmentos não muito intensivos em investimento, polarizados pela escala e pela
exploração de mercados alargados, assegurando-se, por esta via, o financiamento de outras actividades
mais carenciadas em investimento), sobretudo num contexto de ameaça de shortage futuro de apoios
públicos e de liquidez alavancada pela banca para financiamento do esforço de investimento necessário.
Favorecer a crescente integração entre as actividades industriais e de distribuição grossista, visando a
generalização dos ganhos de eficiência ao longo da cadeia de valor da saúde, que se prolonga pelo
comércio retalhista, envolvendo também as farmácias e os hospitais.
Promover a prestação competitiva, por parte da distribuição grossista e retalhista, de serviços de informação
e logística a montante (laboratórios) e a jusante (aos prestadores e, no limite, aos próprios utentes).
39
3.2. Desafios Estratégicos e Recomendações para a Competitividade
Desafios Estratégicos/Recomendações (cont.)
Promover o empreendedorismo e o conhecimento científico no alargamento do conceito de saúde a outros
domínios da saúde preventiva e do bem-estar, em especial os ligados ao agro-alimentar, à cultura, ao lazer
e desporto, ao turismo, à cosmética, aos têxteis técnicos, às TIC, articulando crescentemente um tecido
empresarial renovado e qualificado com os centros de saber internacionais e nacionais mais importantes a
este nível e com as Clinical Research Organizations, em negócios de elevado valor acrescentado, que
potenciem a passagem da lógica de “cluster da saúde” para a lógica de “mega-cluster da saúde”.
Potenciar a valorização da I&D nos cuidados de saúde e o seu contributo para a sustentabilidade do SNS,
quer pela via da investigação clínica e de translação, quer da investigação epidemiológica e da
investigação de natureza sócio-profissional e económica (governação e gestão do n/ sistema de saúde).
Promover a competitividade internacional na prestação de cuidados de saúde, nomeadamente no que
respeita ao acompanhamento e apoio do crescimento do turismo de saúde no nosso país.
Utilizar o public procurement como instrumento privilegiado para a agilização da transferência de
tecnologia, para robustecer o tecido empresarial e científico e para melhorar a performance competitiva
de todo o cluster da saúde (via, por exemplo, concursos de ideias estimulados por grandes compradores
que desafiam empresas e centros de I&D a formarem consórcios para apresentação de soluções,
envolvendo contratualização do fornecimento por determinado período de tempo).
Potenciar a afirmação efectiva e progressiva do Health Cluster Portugal (HCP) enquanto organismo de
inteligência, orientação e vigilância estratégica do (mega-)cluster da saúde português e veículo
privilegiado da sua integração e da sua representação aos níveis doméstico e internacional.
40
3.3. Grandes Apostas Estratégicas
41
As Dez Propostas-Chave
PROPOSTA 3 - Mudança para um novo paradigma de financiamento do nosso Sistema
de Saúde, clarificando o papel do Estado enquanto prestador, financiador e regulador
de cuidados de saúde, e procurando, por essa via, alcançar a sustentabilidade do SNS.
PROPOSTA 1 - Adopção sistémica/estratégica de um conjunto de medidas reformistas
visando o reforço continuado da eficiência, produtividade, eficácia, qualidade e
sustentabilidade financeira do Sistema de Saúde Português, salvaguardando a equidade.
PROPOSTA 2 - Aprofundamento da reforma, racionalização, integração e modernização tecnológica (via TIC e dispositivos médicos custo-eficientes) do sistema hospitalar, com aumento da sua eficiência global e aperfeiçoamento da resposta ao problema do envelhecimento e das doenças que lhe estão associadas.
PROPOSTA 4 - Adopção de uma nova (e estável) Política do Medicamento baseada em
critérios de custo-eficiência e em mecanismos que favoreçam a reorientação dos
modelos de negócio das farmacêuticas a actuar em Portugal no sentido da I+D+I.
PROPOSTA 5 - Racionalização, redimensionamento e qualificação da “rede” nacional de instituições de I&D ligadas à Saúde, favorecendo a criação de massa crítica, a excelência pela especialização, a complementaridade e a emergência de sinergias, com definição de prioridades claras em matéria do esforço nacional de I+D+I.
42
As Dez Propostas-Chave (cont.)
PROPOSTA 8 - Promoção do empreendedorismo de base tecnológica no Cluster da Saúde Português e potenciação do crescimento e afirmação internacional das novas empresas dele resultantes, capitalizando sobre o alargamento do conceito de Saúde a outros domínios da saúde preventiva e bem-estar.
PROPOSTA 6 - Promoção da valorização da I&D na Saúde em Portugal e do seu contributo
para a sustentabilidade do SNS, quer pela via da investigação clínica e de translação,
quer da investigação epidemiológica e de natureza sócio-profissional e económica.
PROPOSTA 7 - Reforço da integração internacional do Cluster da Saúde Português,
nomeadamente pela ligação a grandes players globais, alicerçada na especialização
em fases do processo de I+D+I, aproveitando a sua fragmentação global crescente.
PROPOSTA 9 - Desenvolvimento de um modelo estratégico de definição, gestão e concessão de incentivos financeiros e fiscais ao esforço de I+D+I na Saúde em Portugal, num quadro mais global de promoção da diversificação dos modelos de financiamento das empresas e instituições de I&D do cluster como um todo.
PROPOSTA 10 - Reforço da clusterização na Saúde em Portugal, com maior cooperação entre empresas e destas com as infra-estruturas de suporte e de I&D, e afirmação efectiva e progressiva, neste contexto, do Health Cluster Portugal enquanto plataforma de excelência de eficiência colectiva.
3.3. Grandes Apostas Estratégicas
43
As Dez Propostas-Chave (cont.)
Saúde ao serviço do
desenvolvimento territorial
Saúde enquanto “sector” que
satisfaz necessidades
Saúde como factor de criação
de riqueza e inovação
Saúde como Actividade
que Gera Valor e como
Factor de Atractividade Territorial
P1: Reforma Sistémica e Estratégica
P3: Novo Paradigma (Oferta Procura)
P2: Eficiência nos Cuidados
P6: Inovação
P4: Política do Medicamento Estável e Estratégica
P7: Integração Internacional do Cluster
P10: Reforço da Clusterização na Saúde
[Health Cluster Portugal]
P8: Empreendedorismo Qualificado
P5: I+D+I
P9: Sistema de Incentivos
3.3. Grandes Apostas Estratégicas