135
SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS- ACTO-GEF-PNUMA 1 INTEGRATED AND SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY WATER RESOURCES IN THE AMAZON RIVER BASIN CONSIDERING CLIMATE VARIABILITY AND CHANGE SUBPROJECT III.1 Pilot Projects ACTIVITY Nº III.1.2 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS ACTO/GEF/PNUMA GEF AMAZON Santarém, Pará Novembro 2013

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

  • Upload
    vubao

  • View
    218

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

1

INTEGRATED AND SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY

WATER RESOURCES IN THE AMAZON RIVER BASIN CONSIDERING

CLIMATE VARIABILITY AND CHANGE

SUBPROJECT III.1 Pilot Projects

ACTIVITY Nº III.1.2 SUSTAINABLE MANAGEMENT OF

TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS

ACTO/GEF/PNUMA

GEF AMAZON

Santarém, Pará

Novembro 2013

Page 2: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

2

2o Produto

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS SÍTIOS PILOTOS EM

AMBIENTES INUNDÁVEIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA E

PERUANA COM VISTAS AO INPUT AGROTECNOLOGICO

Dra.Patricia Chaves de Oliveira

Page 3: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPITULO I- VÁRZEAS BRASILEIRAS

I.1 DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO

I.2- DIAGNÓSTICO CULTURAL

CAPÍTULO II- VÁRZEAS PERUANAS

II.1- DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO

II.2- DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO

II.3- DIAGNÓSTICO FÍSICO-QUIMICO E BIOLOGICO DA AGUAS DO RIO

MARANON E DOS RECURSOS PESQUEIROS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ANEXOS

Page 4: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

4

INTRODUÇÃO

Os cenários de desenvolvimento na Amazônia ainda estão muito longe do ideal sócio-

econômico, sobretudo para populações ribeirinhas, ou seja, de ambientes inundáveis,

chamados de várzeas. Tais populações convivem com sazonalidades climáticas muito

diferentes ao longo do ano, isto é, períodos de cheia e seca, que se alternam e provocam

uma dinâmica muito peculiar na região e no modo de vida destes povos.

O alto potencial destas várzeas através de sua diversidade de flora e fauna, poderia ser um

fator importante aos processos de desenvolvimento rural na Amazônia brasileira e Peruana,

contudo, os baixos níveis tecnológicos nos modelos de produção na agricultura e pesca

acabam ocasionando modelos artesanais de produção com baixa agregação de valor e

baixos rendimentos econômicos a estas populações.

Dessa forma, esta etapa do projeto tem como objetivo realizar os diagnósticos de flora, de

recursos pesqueiros, cultural e sócio-econômico com vistas à contribuição no momento

seguinte de modelos tecnologicamente mais promissores para comunidades ribeirinhas na

Amazônia Brasileira e Peruana com vistas ao desenvolvimento rural das potencialidades

agrícolas e pesqueiras nestes ambientes. Sendo assim, para a realização destes diagnósticos

alguns fatores abaixo foram necessários de se abordar.

MODELO DE ORGANIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR RURAL

BRASILEIRA.

Os agricultores e agricultoras brasileiras estão organizados de forma coletiva na sua base

em cooperativas ou associações rurais, as quais por sua vez, se organizam em Sindicatos de

Trabalhadore e Trabalhadoras Rurais (STTRs) os quais tem dimensão municipal; a seguir,

tais sindicatos se organizam em Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGRIs),

as quais têm dimensão estadual. A partir daqui, todas as Federações se integram na

Confederação de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a qual tem âmbito nacional e

está ligada diretamente á CUT (Central Unica dos Trabalhadores).

Page 5: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

5

A CUT

“A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma organização sindical brasileira,

fundada em 28 de agosto de 1983 na cidade de São Bernardo do Campo, no estado de São

Paulo, durante o Primeiro Congresso Nacional da Classe Trabalhadora. Historicamente

relacionada com o Partido dos Trabalhadores, participando das greves sindicais dos anos

80 no Grande ABC, principalmente no município de São Bernardo do Campo. É

característica da Central Única dos Trabalhadores, sua têndencia em oposição ao

chamado "Velho Sindicalismo" praticando com Getúlio Dornelles Vargas do Partido

Trabalhista Brasileiro, considerado a integração entre os sindicatos e o Ministério do

Trabalho, baseado na Carta del Lavoro da Itália Fascista, reivindicando o Novo

Sindicalismo indepentente do Governo Federal, completando-se em 1º de Maio de 2008 30

anos, democrático e socialista. A CUT é a maior central sindical da América Latina e a 5.ª

maior do mundo, estando presente em todos os ramos de atividade econômica. Segundo os

dados de março de 2004 somava: 3326 - Entidades Filiadas 7.468.855 - Trabalhadoras e

Trabalhadores Associados 22.487.987 - Trabalhadoras e Trabalhadores na Base...”Fonte

http://www.cut.org.br

Neste contexto, a CONTAG, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura se

insere como uma das unidades que compõe a CUT, trazendo consigo todo um movimento

de lutas pelo campesinato voltado à conquista de politicas rurais mais justas.

Page 6: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

6

MODELO HIERÁRQUICO DAS ORGANIZAÇÕES DA AGRICULTURA

A CONTAG

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura apresenta algumas bandeiras

de luta, as quais serão sinalizadoras para a seleção dos sítios de estudo do sub-Projeto

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN

FORESTS, pois representa de forma legítima a demanda de uma classe produtiva, a classe

da AGRICULTURA FAMILIAR NA AMAZONIA BRASILEIRA. Sendo assim, o sub-

Projeto GEF-Amazon se inclui no contexto das demandas dos agricultores e agricultoras

sindicalizados na Amazônia, este cenário potencializa o efeito que o projeto terá sobre as

comunidades a serem trabalhadas. As bandeiras de luta da CONTAG por fim, são:

• Reforma Agrária

• Agricultura familiar

• Direitos dos Assalariados Rurais

• Políticas sociais para o campo

• Novas relações de gênero e geração

CUT

CONTAG

FETAGRIs

STTRs

Cooperativas/Associações

Page 7: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

7

Estes itens nortearão o sub-PROJETO SUSTAINABLE MANAGEMENT OF

TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS da seguinte forma:

1. Reforma Agrária: os sítios de estudo estarão situados em assentamentos rurais

criados pela Reforma Agrária Brasileira na Amazônia com vistas ao fortalecimento

destes ambientes produtivos, onde o incremento tecnológico a ser feito visará a

inclusão produtiva de agricultores e agricultoras rurais, associado á questões de

comércio justo.

2. Agricultura Familiar: este tipo de agricultura com mão de obra exclusivamente

familiar será usado como opção de seleção dos sítios piloto onde ela ocorre

historicamente, o que deve ser compatível, portanto, com os assentamentos rurais na

Amazônia Brasileira. O input tecnológico a ser introduzido nestas áreas a partir de

discussões participativas com os agricultores e agricultoras familiares será

fundamental para a criação de agronegócios de base familiar e fortalecimento do

empreendedorismo na agricultura local.

3. Políticas sociais para o campo: este item sinalizará para o Projeto, ações voltadas

para o desenvolvimento social de agricultores e agricultoras rurais na Amazônia

brasileira, como por exemplo, a educação rural através da capacitação tecnológica,

a saúde através da implantação de farmácias vivas e hortos-medicinais nos

assentamentos, entre outros.

4. Novas Relações de Gênero e Geração: este item sinalizará ao Projeto de Manejo

Sustentável de Ambientes Inundáveis a inclusão de ações para categorias

especificas, tais como, mulheres e jovens. Naturalmente, a divisão de atividades

entre categorias distintas dentro da família rural já ocorre; no entanto, a

potencialização delas, é o que se espera através dos inputs tecnológicos, o que

acarretaria novas relações de gênero e geração.

Page 8: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

8

MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DOS SITIOS PILOTOS

A REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL E A IDENTIFICAÇÃO DE SÍTIOS

PILOTOS PARA O MANEJO SUSTENTÁVEL DE ÁREAS INUNDÁVEIS NA

AMAZÔNIA BRASILEIRA

A Reforma Agrária como ação política responsável pelo re-ordenamento de espaços

produtivos e, portanto, pela criação de Assentamentos Rurais, os quais correspondem às

áreas desapropriadas e divididas em lotes para que as famílias de agricultores implantem

suas moradias e lavouras, entre 2003 e 2011 apresentou o seguinte cenário:

3.748 assentamentos por todo o país

50,7 milhões de hectares totalizados

2.081 municípios

556,1 mil famílias beneficiadas

Assentamentos Rurais

Agricultura Familiar

Capacitação Tecnológica

Diversidade de Gêneros

Sítios Piloto

Page 9: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

9

A identificação de sítios piloto para o desenvolvimento do sub-projeto GEF-AMAZON

“Manejo Sustentável de Ambientes Inundáveis na Amazônia” considera prioritariamente o

processo de reforma agrária no país, mais precisamente, ações que contribuam para a

inclusão dos ASSENTAMENTOS RURAIS como unidades coletivas potenciais ao

desenvolvimento rural. Contudo, vários problemas ainda são enfrentados pelos agricultores

a agricultoras assentadas, especificamente na Amazônia brasileira são eles:

1.Sistemas de produção agro-florestal com baixa tecnologia: o sistema de preparo de área

para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

a ausência de máquinas agrícolas que facilitem o processo de derrubada de capoeiras

(florestas secundárias) para implantação dos roçados. Dessa forma, o input tecnológico

atarvés do projeto GEF-AMAZON com a introdução de máquinas agrícolas é fundamental

tanto para o sistema de produção quanto para a mitigação de impactos ambientais

originados pela agricultura famliar na Amazônia. Logo, a sustentabilidade do processo de

Reforma Agrária está intrinsecamente relacionada às Tecnologias de Produção Agro-

florestal e conservação da natureza.

2. Baixa diversidade de espécies em sistemas de produção agrícola: a baixa diversidade de

espécies cultivadas nos assentamentos rurais, caracterizada quase sempre pelo plantio da

mandioca, arroz, milho e feijao, se dá em função da cultura alimentar do povo amazônico,

do ciclo curto das culturas e por conseguinte, do rápido capital giro. Contudo, esta baixa

diversidade agricola inviabiliza a ampliação da renda de agricultores e agricultoras

familiares, a qual seria potencializada quando da diversificação desta produção. Neste caso,

a inclusão de Assentamentos rurais na Amazônia como nichos potenciais de diversidade

agrícola através de uma fruticultura irrigada por exemplo, pode trazer novas imersões da

agricultura familiar em mercados locais, nacionais e internacionais. Logo, a interação

Reforma Agrária e Politica de Implantação de Sistemas de Produção com alta diversidade

agro-florestal é essencial à sustentabilidade deste processo, pois, garante no tempo a

produção diversificada e fixação do homem no campo.

3. Ausência da Verticalização da Produção agro-florestal: o beneficiamento de produtos

advindos da agricultura familiar em assentamentos rurais na Amazônia praticamente não

existe, pois toda a produção é vendida in natura mesmo. Este cenário inviabiliza qualquer

forma de capitalização de familias assentadas na Amazônia, haja vista, que produtos

Page 10: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

10

minimamente processados adquirem maiores valores do que produtos in natura. Sendo

assim, a inclusão de fábricas de beneficiamento de frutas e hortaliças em assentamentos

rurais na Amazônia é urgente para a sustentabilidade da Reforma Agrária como processo de

desenvolvimento econômico de massa.

4. Não apropriação de caminhões e barcos pelas familias para escoamentoda produção: a

ausência de caminhões e barcos para o transporte da produção até os polos consumidores,

acaba por criar uma dependência dos agricultores e agricultoras junto aos atravessadores.

Tal dependência diminui o valor da mercadoria, o que caracteriza cenários de MERCADO

NÃO JUSTO. Dessa forma, a aquisição de caminhão e/ou barco via projeto GEF-

AMAZON, para que o mesmo possa atender o escoamento da produção de familias de

agricultores envolvidos no projeto, é o diferencial deste projeto para os projetos anteriores

na Amazônia, onde o aluguel temporário destes veiculos e barcos é finalizado com ofim do

projeto, ficando as comunidades depois disso, sem o meio de escoamento de sua produção.

5. Extensão Rural e Assistência Técnica Rural ainda insipiente:dada à vasta extensão dos

assentamentos rurais na região Amazônia, bem como, um quantitativo de extensionistas e

assistentes rurais ainda pequeno, este cenário acaba ocasionando alguns gargalos, como por

exemplo, a desatualização técnica e tecnológica de agricultores e agricultoras, e por

conseguinte a exclusão dos assentados de mercados agro-florestais cada vez mais exigentes.

6. Logística de Transporte Terrestre e Hidroviário ineficiente: as estradas e vicinais na

região Amazônica e portanto onde se localizam os Assentamentos Rurais ainda é precária,

o que dificulta o transporte da produção até polos consumidores, bem como, atua de forma

negativa na qualidade dos produtos que trafegam por estradas com buracos. Da mesma

forma, a inapropriação de embarcações adequadas ao transporte das mercadorias da

agricultura familiar tambem contribui pela baixa eficiência no escoamento da produção das

áreas inundáveis até as cidades.

7. Diversidade de Gêneros e Geração pouco explorada na agricultura: a família rural

amazônica localizada em assentamentos rurais apresenta um potencial de força de trabalho

admirável diante de todas as adversidades apontadas anteriormente. Homens e mulheres

embora em algumas atividades trabalhem juntos, em outras, a questão do gênero é

determinante, ou seja, onde a mulher, o jovem e o adulto fazem melhor uma dada atividade

que outra. É aqui portanto, que a viabilização e potencialização de atividades diferenciadas

Page 11: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

11

entre gênero e geração se colocam como alternativas de divisão de trabaho inteligente. A

integração do trabalho em contextos familiares rurais é fundamental à sustentabilidade dos

assentamentos rurais amazonicos.

VARIÁVEIS-PROBLEMAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS SÍTIOS PILOTO

(ASSENTAMENTOS RURAIS) EM ÁREAS INUNDÁVEIS NA AMAZÔNIA

Finalmente, levando em consideração as considerações acima, foram selecionadas as

seguintes comunidades nas várzeas para a realização dos diagnósticos florísticos,

pesqueiros, culturais e sócio-econômicos com vistas à implantação de modelos

agrotecnológicos mais produtivos: no Brasil, várzea do TAPARÁ GRANDE E

URICURITUBA e no Perú, várzea de SAN REGIS E SAN JACINTO.

Tecnologias de produção agro-florestal

Diversidade agro-florestal

Verticalização da Produção

Logística de Escoamento da Produção

Extensão Rural

Diversidade de Gênero e Geração

Page 12: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

12

CAPITULO I- VÁRZEAS BRASILEIRAS

I.1 DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO

ETNOBOTÂNICA DE VÁRZEA AMAZÔNICA NA REGIÃO DO

BAIXO AMAZONAS

Autora: Deliane Penha

Introdução

Na Amazônia, as várzeas são planícies de inundação fluvial que margeiam os rios

de águas brancas da região (águas barrentas e ricas de sedimentos em suspensão) e que

estão sujeitas a inundações sazonais. (Lima et al., 2007). Estas inundações são periódicas e

ocorrem durante um período do ano, que dura cerca de 4 a 5 meses, e caracterizam

“estações climáticas” no ecossistema de várzea: enchente (subida das águas), cheia (nível

máximo das águas), vazante (descida das águas) e seca (nível mais baixo das águas)

(Pereira, 2007).

As florestas desse ecossistema são ricas em recursos naturais e possuem grande

importância ecológica, econômica e social (Renó et al., 2011). A ampla biodiversidade

desse ambiente é responsável pela provisão de diversos bens e serviços ecossistêmicos à

população (Ewel, 2010).

Do ponto de vista florístico, apresentam baixa riqueza e menor diversidade quando

comparadas às florestas de terra firme (Almeida et al., 2004). A menor diversidade ocorre,

em parte, por que poucas espécies dispõem de mecanismos morfofisiológicos que tolerem o

ritmo sazonal de inundação (Gama et al., 2005).

Por outro lado, devido às deposições de sedimentos trazidos pelas águas dos rios

no período de inundação, os solos do ecossistema de várzea são mais ricos em nutrientes

(Oliveira et al., 2000 de Salomão). Dessa forma, a produção agrícola nesse ambiente pode

alcançar elevada produtividade das culturas sem a necessidade de incorporação de insumos

(Lima et al., 2007)

Contudo, embora a várzea seja produtiva e rica em recursos, é um ambiente

arriscado para os agricultores locais, pois a dinâmica do rio impõem limitações para as

Page 13: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

13

formas de uso produtivo dos recursos disponíveis, assim, é necessário estabelecer um

calendário agrícola baseado no regime de inundação (Pereira, 2007). Dessa forma, a

escolha do que cultivar e do período em que essa atividade deve ocorrer tem forte

influencia das estações fluviais da várzea.

Em duas comunidades de várzea na região do Baixo Amazonas, Tapará Grande e

São Ciríaco, o controle sobre essa dinâmica é até previsível, no entanto, a intensidade dos

picos de inundação e seca tem influenciado na produção agrícola. Enchentes cada vez

maiores implicam em prejuízos às culturas a cada ano, uma vez que as águas inundavam

rapidamente os espaços de produção antes da colheita. Com uma intensidade de inundação

maior, a descida das águas demora e o tempo para o cultivo do próximo ano reduz,

interferindo a produção do ano seguinte. A repetição desse evento ao longo dos anos

ocasionou em alguns produtores um certo desgaste, especialmente quanto aos prejuízos

financeiros, e, consequentemente, interferiu na produção agrícola das comunidades.

Nesse sentido, a investigação etnobotânica com foco na botânica econômica se faz

necessária para identificar espécies com potencial econômico, a fim de explorar os recursos

vegetais de forma mais intensiva, levando em consideração os limites impostos pelo regime

de inundação (enchente, cheia, vazante e seca) e o manejo e desenvolvimento sustentável

em áreas de várzea na região Baixo Amazonas.

Material e métodos

Área de trabalho

A Região do Baixo Amazonas tem uma área de aproximadamente 722.358 km2

que abrange 25 municípios do Estado do Pará (CIAM, 2010). Áreas de várzeas são

encontradas em vários deles. Este estudo ocorreu nas várzeas de Tapará Grande e São

Ciríaco presentes no município de Santarém (2°24'52'' S e 54°42'36'' O, Figura 1).

Page 14: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

14

Segundo a classificação de Köppen (1948), a região apresenta clima do tipo Ami

(equatorial quente e úmido). A temperatura anual média varia entre 25 e 28ºC, com

máximas de 30 e 31ºC e mínimas de 21 a 23ºC; a precipitação pluvial média anual é de

1920 mm, com maior intensidade no chamado período de "inverno", que ocorre de

dezembro a maio, e menor intensidade nos meses de junho à novembro, onde ocorre o

período mais seco, correspondendo ao "verão" regional (Rodrigues et al., 2001).

As várzeas do baixo amazonas são caracterizadas por apresentarem pulsos de

inundação sazonal por rios de água branca (Pires & Prance, 1985), que em geral, duram

cerca de seis meses. Os solos são argilosos e apresentam altos níveis de fertilidade (Ayres

1993). A vegetação apresenta predominantemente floresta de várzea (Renó et al., 2011)

com espécies bem adaptadas às condições de inundação causadas pelas cheias anuais do rio

Amazonas (Ferreira et al., 2005).

As comunidades estudas fazem parte do Projeto de Assentamento Agroextrativista

(PAE), o qual visa a exploração dos recursos naturais das várzeas por meio de atividades

economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis.

Tapará Grande

Figura 1. Área de trabalho. Mostrando a zona urbana do município de Santarém e as comunidades

estudadas. Balão azul São Ciríaco e balão rosa Tapará Grande.

Page 15: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

15

A comunidade de Tapará Grande está inserida no PAE Tapará. A principal fonte

de renda a pesca, agricultura, criação de gado e de pequenos animais domésticos, além de

benefícios públicos. É uma das principais comunidades da região do Tapará e, juntamente

com a comunidade Costa do Tapará, atua como um pólo de outras várzeas por apresentar

melhor estrutura educacional e médica que as demais.

São Círiaco

São Círiaco está inserida no PAE Urucurituba e tem como principal fonte de renda

a pesca, a agricultura e benefícios públicos. Possui infraestrutura educacional e médica, no

entanto, assim como as demais comunidades do PAE Urucurituba, o fenômeno das terras

caídas tem comprometido tais estruturas.

Levantamento etnobotânico

Para identificar as espécies úteis às comunidades, em especial as que têm potencial

econômico, 10 famílias de Tapará Grande e cinco famílias de São Círiaco foram

entrevistadas, seguindo a metodologia proposta por (Albuquerque et al., 2010). Foram

aplicados questionários semi-estruturados com perguntas sobre o conhecimento da

diversidade de espécies vegetais úteis presentes nas comunidades, bem como seus tipos de

usos e manejo. As entrevistas foram realizadas com apenas um membro de cada família e

ocorreram no período de cheia.

Coleta e identificação botânica das espécies citadas

As espécies citadas pelos moradores de Tapará Grande e Urucurituba foram

coletadas seguindo a metodologia proposta por Fidalgo e Bononi (1984). Ocorreram

durante o período de cheia, que correspondeu ao mês de junho. Por esta razão, muitas

espécies não estavam disponíveis, principalmente as cultivadas, e, portanto a coleta das

mesmas foi inviabilizada. As identificações botânicas foram feitas com auxílio de

bibliografia especializada e por comparação no herbário do Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia (INPA). Somente as espécies encontradas foram identificadas, as que não foram

Page 16: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

16

encontradas permaneceram com o nome popular, mesmo se tratando de espécies conhecidas,

como por exemplo, acerola e maracujá.

Análise quantitativa dos dados

A análise quantitativa dos dados foi feita através dos três índices: RFC (Frequência

Relativa de Citações), VU (valor de uso) e Similaridade de Sørensen (Is). A frequência

relativa de citações permite identificar as espécies consideradas úteis pela população local. O

valor de uso, por sua vez, determina o valor de cada espécie citada, baseada nas diferentes

utilidades que realiza na comunidade. O índice de similaridade de Sørensen permite identificar

a similaridade florística das áreas estudadas, neste caso, baseado na etnobotânica (citação

de espécies úteis à comunidade).

Os índices analisados e suas respectivas equações são apresentados a seguir:

1. Frequência relativa de citações – FRC (Tardío & Pardo- de- Santana, 2008).

FRC= FC/N

FC: número de informantes que citou a espécie como útil à comunidade.

N: número total de informantes.

2. Valor de uso – VU (Rossato et al., 1999).

VU= (ΣU)/N

ΣU: soma do número de citações de uso de uma espécie por informante.

N: número total de informantes

3. Índice de Similaridade de Sørensen –Is (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974)

Is= (2*C/A + B) *100

A e B = número de espécies nas amostras A e B

C = número de espécies comuns às amostras A e B

Page 17: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

17

Resultados Tapará Grande

Frequência Relativa de Citações

A frequência de citação (Figura 1) de vegetais nativos e cultivados úteis à

comunidade de Tapará Grande foi de 79 espécies, dentre as quais, melancia, foi a que

obteve maior frequência de citação (100%), seguida de manga, milho e jerimum (90%),

catauari e maxixe (80%).

Figura 1 Frequência relativa de citações das espécies úteis à Comunidade de Tapará Grande.

Legenda:

Espécies Nome comum

A Melancia

B Manga, milho, jerimum

C Catauari, maxixe

D Mandioca, socoró

E Castanha sapucaia, marajá

F Cheiro verde, munguba, uruá

G Bacuri, banana grande, caju, goiaba, ingá, macaxeira, mari, pau mulato, pepino, tomate

H Boldo, chicória, coentro, embaúba, feijão de leite, jenipapo, pimenta de cheiro,

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

A B C D E F G H I J

Fre

qu

ênci

a r

ela

tiv

a d

e ci

taçõ

es

Espécies

Page 18: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

18

pimentão, taperebá

I Abóbora, acerola, banana branca, castanha de macaco, cuieira, elichirparigori, folha

grossa, gengibre, graviola, maracujá, melão, pariri, parreira, quiabo, romã, tachi, tarumã

J Açacu, alecrim maniva, algodão roxo, aninga, apuí, azeitona, banana duas pencas,

banana pacuvi, cana mansa, capim cheiroso, cariru, cidreira, couve, curimbó, hortelã,

jaca, japana branca, japana roxa, jauari, marupá, melhoral, meracilina, meracoroa,

muruci, noni, pimenta malagueta, repolho, seiva de marajó, urucurana

Das espécies citadas (79) foram encontradas e identificadas 47 (Tabela 1), uma vez

que nesse período as águas inundam grande parte da vegetação, impossibilitando a

disponibilidade das mesmas, especialmente as que são cultivadas (como por exemplo,

abóbora, melancia e mandioca), cuja plantação ocorre somente após a descida das águas.

As espécies identificadas estão representadas por 31 famílias e 43 gêneros.

Tabela 1. Espécies úteis à comunidade de Tapará Grande.

Nome comum Família Espécies Uso

1 Abóbora Alimentar

2 Açacu Medicinal

3 Acerola Alimentar/comercial

4 Alecrim maniva Medicinal

5 Algodão roxo Medicinal

6 Aninga Arecaceae Montrichardia arborescens

(L.) Schott

Isca

7 Apuí Moraceae Ficus eximia Schott Medicinal

8 Azeitona Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Alimentar

9 Bacuri Clusiaceae Rheedia brasiliensis

(Mart.)Planch. & Triana

Alimentar/isca

10 Banana branca Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial

11 Banana duas

pencas

Musaceae

Musa sp.

Alimentar

12 Banana grande Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial

13 Banana pacuvi Musaceae Musa sp. Alimentar

14 Boldo Lamiaceae Plectranthus barbatus Andr. Medicinal

15 Caju Anacardiaceae Anacardim occidentale L. Alimentar/comercial/medi

cinal

16 Cana mansa Medicinal

17 Capim cheiroso Poaceae Cymbopogon citratus (DC)

Stapf.

Medicinal

18 Cariru Talinaceae Talinum esculentum Hedw Alimentar

19 Castanha de

macaco

Lecythidaceae Couroupita subsessilis Pilg. Alimentar

20 Castanha sapucaia Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. Alimentar/artesanal

Page 19: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

19

21 Catauari Capparaceae Crataeva tapia L Isca

22 Cheiro verde Amaryllidaceae Allium schoenoprasum L. Alimentar

23 Chicória Alimentar

24 Cidreira Medicinal

25 Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L. Alimentar

26 Couve Brassicaceae Brassica oleracea var.

acephala D. C.

Alimentar

27 Cuieira Bignoniaceae Crescentia cujete L. Utensílio

28 Curimbó Isca

29 Elichirparigori Medicinal

30 Embaúba Urticaceae Cecropia ficifolia Warb. ex

Snethl.

Medicinal/isca

31 Feijão de leite Alimentar/comercial

32 Folha grossa Lamiaceae Mentha cf. piperita L. Medicinal

33 Gengibre Zingiberaceae Zingiber officinale Roscoe Medicinal

34 Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L Alimentar/medicinal

35 Graviola Anonaceae Anona muricata L. Alimentar/comercial

36 Hortelã Medicinal

37 Ingá Fabaceae Inga cinnamomea Spruce ex

Benth

Alimentar

38 Jaca Alimentar

39 Japana branca Medicinal

40 Japana roxa Medicinal

41 Jauari Isca

42 Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L Alimentar/medicinal

43 Jerimum Cucurbitaceae Cucurbita moschata

Duchesne

Alimentar/comercial

44 Macaxeira Euphorbiaceae Manihot cf. flemingiana D.J.

Rogers & Appan

Alimentar

45 Mandioca Alimentar/comercial

46 Manga Anacardiaceae. Mangifera indica L. Alimentar/comercial/medi

cinal

47 Maracujá Alimentar/comercial

48 Marajá Arecaceae Bactris maraja Mart. Isca

49 Mari Fabaceae Cassia leiandra Benth Alimento

50 Marupá Medicinal

51 Maxixe Cucurbitaceae Cucumis anguria L. Alimentar/comercial

52 Melancia Alimentar/comercial

53 Melão Alimentar/isca

54 Melhoral Medicinal

55 Meracilina Medicinal

56 Meracoroa Salicaceae Laetia corymbulosa Spruce

ex Benth.

Combustível

57 Milho Poaceae Zea mays L. Alimentar/comercial/isca

Page 20: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

20

58 Munguba Malvaceae Pseudobombax munguba

(Mart. & Zucc.) Dugand

Isca

59 Muruci Alimentar

60 Noni Medicinal

61 Pariri Marantaceae Thalia geniculata L. Alimento

62 Parreira Isca

63 Pau mulato Rubiaceae Calycophyllum spruceanum

(Benth.) Hook.f. ex

K.Schum

Combustível/medicinal

64 Pepino Alimentar

65 Pimenta de cheiro Solanaceae Capsicum chinense Jacq., Alimentar

66 Pimenta

malagueta

Solanaceae Capsicum frutescens L. Alimentar

67 Pimentão Alimentar

68 Quiabo Alimentar

69 Repolho Alimentar

70 Romã Lythraceae Punica granatum L. Medicinal

71 Seiva de marajó Medicinal

72 Socoró Melastomataceae Mouriri cf. ulei Pilg. Isca

73 Tachi Polygonaceae Triplaris surinamensis

Cham.

Medicinal/combustível

74 Taperebá Anacardiaceae Spondias mombin L. Alimentar/isca

75 Tarumã Lamiaceae Vitex cymosa Bertero ex

Spreng

Isca/combustível

76 Tomate Solanaceae Solanum sp. Alimentar

77 Uruá Boraginaceae Cordia tetrandra Aubl Isca

78 Urucurana Tiliaceae Luehea candicans Mart. &

Zucc.

Combustível

79 Urucuri Arecaceae Attalea phalerata Mart. ex

Spreng.

Alimentar/artesanal

De modo geral, as florestas de várzea apresentam baixa riqueza florística,

especialmente quando comparadas às florestas de terra firme (Almeida et al., 2004). No

entanto, devido ao alto teor de nutrientes dos solos, este ambiente pode agregar uma riqueza

florística elevada, pois a qualidade dos solos influencia no aumento da diversidade de

plantas cultivadas em sistemas extensivos (quintais) que são úteis à população (Salomão,

2013). Na comunidade de Tapará Grande, durante o período de descida das águas, uma

considerável variedade dessas espécies é plantada em canteiros (suspensos e/ou não

suspensos) e hortas, a fim de contribuírem para a melhoria da qualidade vida da população

ribeirinha em diversos aspectos. A variedade de espécies úteis citadas pelos residentes de

Page 21: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

21

Tapará Grande, que nasceram espontaneamente ou que foram plantadas, atende às

necessidades das famílias e tem diferentes finalidades de uso.

Categorias de uso

De acordo com a citação da espécie e sua (s) respectiva (s) finalidade (s) de uso

(s), identificou-se seis categorias distintas: alimentar, comercial, medicinal, combustível,

utensílio, artesanal e isca (Figura 2).

Figura 2. Categorias de uso das espécies vegetais da comunidade de Tapara Grande

A diversidade e as categorias de uso das espécies vegetais podem ser influenciadas

por fatores ecológicos, sócio-econômicos e culturais (Salomão, 2013). Culturalmente,

devido às questões ecológicas e sócio-econômicas, a população ribeirinha das várzeas

amazônicas possui uma dieta baseada fundamentalmente nos recursos oriundos dos rios

(Pereira et al., 2007). Em Tapará Grande, a categoria alimentar foi a mais representativa,

com 43 espécies (Figura 2). Esse resultado sugere que, além dos recursos oriundos dos rios,

as famílias de Tapará Grande também exploram potencialmente os recursos da floresta, das

05

101520253035404550

mer

o d

e es

péc

ies

Categorias de uso

Page 22: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

22

roças e das hortas como fonte importante para a alimentação da família e de animais

domésticos.

Determinadas espécies foram citadas para uma ou mais finalidades. Assim, uma

mesma espécie se enquadrou em uma ou mais categorias. As categorias exclusivamente

alimentar e exclusivamente medicinal foram as mais representativas (29% e 25%,

respectivamente, Figura 3). Esse resultado demostra que as espécies consideradas mais

importantes na comunidade tem uma única finalidade de uso, ou exclusivamente alimentar,

ou exclusivamente medicinal.

Figura 3. Categorias de uso

No entanto, quando se analisa as espécies que se enquadram em mais de uma

categoria, nota-se que a maior expressividade foi para as que têm uso alimentar/comercial

(13%) e Alimentar/isca (11%). Isso indica que em Tapará Grande, um número expressivo

de espécies usadas na alimentação, humana e/ou animal, são também comercializadas e

usadas para a pescaria.

A comercialização de espécies vegetais oriundas da floresta, de roças e de quintais é

uma prática comum entre as famílias das áreas de várzea na Amazônia, onde o manejo de

uma diversidade de espécies vegetais está também associado à subsistência familiar (Castro

Ali

29%

Med

25%

Ali/Com

13%

Isc

11%

Isc

5%

Outros

17%

Page 23: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

23

et al., 2007). No entanto, o conhecimento e uso dos recursos vegetais para subsidiar a

pesca, demostra que os ribeirinhos dessa região são agricultores e pescadores.

Valor de uso

Devido ao conhecimento que a população detém sobre o ecossistema em que vivem,

algumas espécies são essenciais pela importância de uso que oferecem. Em Tapará Grande,

melancia, milho, jerimum, manga e maxixe apresentaram maior valor de uso na

comunidade (Figura 4), e, portanto, são consideradas mais importantes para a população,

uma vez que apresentam mais de uma utilidade.

Figura 4. Espécies com maior valor de uso na comunidade de Tapará Grande.

Esse resultado demostra que melancia é a principal cultura usada na comunidade

para alimentação e com fim comercial. Na alimentação, constitui-se com uma importante

fonte nutricional para as famílias, em que o fruto é consumido in natura por humanos e por

animais domésticos (porcos, galinhas e patos), para estes, a “casca” do fruto é usada como

ração. Para fim comercial, todas as famílias entrevistadas cultivam a melancia em menor ou

em maior escala.

00.20.40.60.8

11.21.41.61.8

2

Va

lor

de

uso

Espécies

Page 24: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

24

A manga, o milho e o jerimum, também são consideradas, dentre as demais,

espécies de maior importância para a população. No entanto, a produção dessas culturas

vem diminuindo a cada ano. Os entrevistados apontam os picos de inundação cada vez mais

altos e secas mais intensas como causas principais. Pois, A repetição desse evento ao longo

dos anos ocasionou em alguns produtores desgaste, principalmente quanto aos prejuízos

financeiros, e, consequentemente, interferiu na produção agrícola das comunidades.

Essas espécies (melancia, manga, milho e jerimum) foram apontadas como sendo as

principais fontes de alimentação e renda da população. Dessa forma, são as mais indicadas

para exploração econômica na região. Contudo, outros aspectos devem ser levados em

conta, como mercado, escoamento entre outros.

Page 25: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

25

Capítulo III – Resultados Urucurituba

Frequência Relativa de Citação

A frequência de citação de espécies nativas e cultivadas úteis à comunidade de São

Ciríaco foi de 59 espécies. O repolho foi a que obteve maior frequência de citação (100%,

Figura 1). Seguida de banana branca, goiaba, maxixe, quiabo e taperebá (90%, Figura 1.).

Essas espécies indicam ser as mais importantes para a comunidade.

Figura 1. Frequência relativa de citações das espécies úteis à Comunidade de São Ciríaco.

Legenda:

Grupos Espécies/nome comum

A Repolho

B Banana branca, goiaba, maxixe, quiabo, taperebá.

C Banana grande, banana prata, castanha sapucaia, cheiro verde, ingá

D Alfavaca, apuí, babosa, bacuri, banana mariquita, capim cheiroso,

carmilitana, catauari, chicória, coentro, curuminzeiro, jerimum, manga,

marupá, mastruz, pimenta cheirosa, socoró, uruá.

E Abóbora, arruda, banana sapa, boldo, caju, cana de açúcar, caxingubeira,

couve, cuieira, embaúba, erva cidreira, feijão de leite, folha grossa,

graviola, hortelã, jenipapo, jucá, macaxeira, marajá, mari, melancia,

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

A B C D E

Fre

qu

enci

a r

ela

tiv

a d

e ci

taçõ

es

Espécies

Page 26: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

26

melão, muruci, parreira, pau mulato, pimenta malagueta, pimentão,

quebra pedra, tarumã, tomate.

Das espécies citadas (59) foram encontradas e identificadas 38 (Tabela 1), pois o

período de coleta das espécies correspondeu ao período de inundação, durante o qual

inviabiliza a disponibilidade de muitas espécies, especialmente as que são cultivadas (como

por exemplo, abóbora, melancia e mandioca), cuja plantação ocorre somente após a descida

das águas. As espécies identificadas estão representadas por 24 famílias e 32 gêneros.

Tabela 1. Espécies úteis à comunidade de São Ciríaco.

Nome comum Família Espécies Uso

1 Abóbora Alimentar/comercial

2 Alfavaca Lamiaceae Ocimum basilicum L. Alimentar/comercial

3 Apuí Moraceae Ficus eximia Schott Isca

4 Arruda Medicinal

5 Babosa Medicinal

6 Bacuri Clusiaceae Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch.

& Triana

Alimentar/isca

7 Banana branca Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial

8 Banana grande Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial

9 Banana mariquita Alimentar/comercial

10 Banana prata Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial

11 Banana sapa Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial

12 Boldo Lamiaceae Plectranthus barbatus Andr. Medicinal

13 Caju Anacardiaceae Anacardim occidentale L. Alimentar

14 Cana de açúcar Alimentar/comercial

15 Capim cheiroso Poaceae Cymbopogon citratus (DC) Stapf. Alimentar/medicinal

16 Carmilitana Medicinal

17 Castanha sapucaia Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. Alimentar/comercial/

combustível

18 Catauari Capparaceae Crataeva tapia L Isca

19 Caxingubeira Moraceae Ficus adhatodifolia Schott Isca

20 Cheiro verde Amaryllidaceae Allium schoenoprasum L. Alimentar/comercial

21 Chicória Alimentar/comercial

22 Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L. Alimentar/comercial

23 Couve Brassicaceae Brassica oleracea var. acephala D.

C.

Alimentar/comercial

24 Cuieira Bignoniaceae Crescentia cujete L. Utensílio

25 Curuminzeiro Muntingiaceae Muntingia calabura L.- Isca

Page 27: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

27

26 Embaúba Urticaceae Cecropia ficifolia Warb. ex Snethl. Isca

27 Erva cidreira Alimentar/medicinal

28 Feijão de leite Alimentar

29 Folha grossa Lamiaceae Mentha cf. piperita L. Medicinal

30 Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L Alimentar/medicinal

31 Graviola Anonaceae Anona muricata L. Alimentar

32 Hortelã Alimentar/medicinal

33 Ingá Fabaceae Inga cinnamomea Spruce ex Benth Alimentar/comercial

34 Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L Alimentar/medicinal

35 Jerimum Cucurbitaceae Cucurbita moschata Duchesne Alimentar/comercial

36 Jucá Medicinal

37 Macaxeira Euphorbiaceae Manihot cf. flemingiana D.J. Rogers

& Appan

Alimentar/comercial

38 Manga Anacardiaceae. Mangifera indica L. Alimentar/comercial

39 Marajá Arecaceae Bactris maraja Mart. Isca

40 Mari Fabaceae Cassia leiandra Benth Alimento

41 Marupá Medicinal

42 Mastruz Medicinal

43 Maxixe Cucurbitaceae Cucumis anguria L. Alimentar/comercial

44 Melancia Alimentar/comercial

45 Melão Alimentar

46 Muruci Alimentar

47 Parreira Isca

48 Pau mulato Rubiaceae Calycophyllum spruceanum (Benth.)

Hook.f. ex K.Schum

Medicinal

49 Pimenta de cheiro Solanaceae Capsicum chinense Jacq., Alimentar/comercial

50 Pimenta

malagueta

Solanaceae Capsicum frutescens L. Alimentar/comercial

51 Pimentão Alimentar/comercial

52 Quebra pedra Medicinal

53 Quiabo Alimentar/comercial

54 Repolho Alimentar/comercial

55 Socoró Melastomatacea

e

Mouriri cf. ulei Pilg. Isca

56 Taperebá Anacardiaceae Spondias mombin L. Alimentar/comercial

57 Tarumã Lamiaceae Vitex cymosa Bertero ex Spreng Isca

58 Tomate Solanaceae Solanum sp. Alimentar/comercial

59 Uruá Boraginaceae Cordia tetrandra Aubl Isca

Em São Ciríaco, a quantidade de espécies úteis citadas pelos moradores foi menor

do em Tapará Grande. No entanto, o cultivo de uma variedade dessas espécies durante a

Page 28: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

28

descida das águas parece ser uma prática comum entre as comunidades. Sugerindo que os

recursos vegetais são essenciais para a melhoria da qualidade vida da população ribeirinha

do Baixo Amazonas, pois além de atenderem à dieta alimentar humana e animal, aumentam

a renda familiar.

Categorias de uso

Os recursos vegetais podem ter uma variedade de utilidade. Assim, determinadas

espécies podem estar inseridas em mais de uma categoria de uso, dada a importância e

utilidade que apresenta. Na comunidade de São Ciríaco foram identificadas cinco

categorias de uso, de acordo com a citação da espécie e sua (s) respectiva (s) finalidade (s)

de uso (s), (Figura 2).

Figura 2. Categorias de uso das espécies vegetais da comunidade de São Ciríaco.

A categoria alimentar e comercial foram as que obtiveram o maior número de

espécies (39 e 27, respectivamente, Figura 2). Indicando que na comunidade, as espécies

vegetais, cultivadas e/ou nativas, são essenciais para a qualidade de vida da população

local, pois os produtos que a natureza naturalmente oferece para a alimentação, associado

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Alimentar Comercial Medicinal Isca Utensilio

mer

o d

e es

péc

ies

Categorias de uso

Page 29: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

29

ao que pode ser cultivado para tal finalidade, também são usados para aumentar a renda das

famílias.

Valor de uso

Quanto às espécies que tiveram maior valor de uso (Figura 3) repolho é a mais

importante do ponto de vista alimentar e econômico da população.

Figura 3. Espécies com maior valor de uso na comunidade de Tapará Grande

Banana grande, castanha sapucaia, maxixe, quiabo e cheiro verde, banana prata,

goiaba e taperebá também apresentaram alto valor de uso na comunidade, portanto, além do

repolho, estas espécies demostram ter potencial de exploração econômica.

Os entrevistados não apontaram redução na produção dessas espécies, no entanto,

o calendário agrícola baseado na sazonalidade das cheias e secas deve ser seguido com

rigor, caso contrário há sérios prejuízos financeiros.

Similaridade Florística

O conhecimento dos moradores de determinada região sobre a diversidade de

categorias de uso das espécies é muito relativo, pois pode ser influenciado pelas

0.30.50.70.91.11.31.51.7

Va

lor

de

uso

Espécies

Page 30: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

30

necessidades e interesses das famílias locais (Salomão, 2013), e pelas diferenças na

composição florísticas existente entre as áreas analisadas (Almeida et al., 2004).

Na região do baixo amazonas, a similaridade florística entre várzeas é baixa. Dessa

forma, cada local pode apresentar um número restrito de espécies e influenciar no

conhecimento sobre os recursos vegetais da comunidade. Embora na várzea de São Ciríaco,

a quantidade de espécies úteis citadas pelos moradores tenha sido menor do em Tapará

Grande, do ponto de vista etnobotânico, não existe diferença entre as comunidades (Is=

64%).

Tabela 2 - Matriz de porcentagem de similaridade de

Sørensen entre as duas áreas estudadas.

Local Tapará Grande

Tapará Grande

São Círiaco 63.76

Tabela 3. Espécies citadas pelos moradores de Tapará Grande e São Ciríaco.

Espécies Tapará Grande São Ciríaco

Abóbora X X

Açacu X

Acerola X

Alecrim maniva X

Alfavaca X

Algodão roxo X

Aninga X

Apuí X X

Arruda X

Azeitona X

Babosa X

Bacuri X X

Banana branca X X

Banana duas pencas X

Banana grande X X

Page 31: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

31

Banana mariquita X

Banana pacuvi X

Banana prata X

Banana sapa X

Boldo X X

Caju X X

Cana de açúcar X

Cana mansa X

Capim cheiroso X X

Cariru X

Carmilitana X

Castanha de macaco X

Castanha sapucaia X X

Catauari X X

Caxingubeira X

Cheiro verde X X

Chicória X X

Cidreira X

Coentro X X

Couve X X

Cuieira X X

Curimbó X

Curuminzeiro X

Elichirparigori X

Embaúba X X

Erva cidreira X

Feijão de leite X X

Folha grossa X X

Gengibre X

Goiaba X X

Graviola X X

Hortelã X X

Inga X X

Jaca X

Japana branca X

Japana roxa X

Jauari X

Jenipapo X X

Jerimum X X

Jucá X

Page 32: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

32

Macaxeira X X

Mandioca X

Manga X X

Maracujá X

Marajá X X

Mari X X

Marupá X X

Mastruz X

Maxixe X X

Melancia X X

Melão X X

Melhoral X

Meracilina X

Meracoroa X

Milho X

Munguba X

Muruci X X

Noni X

Pariri X

Parreira X X

Pau mulato X X

Pepino X

Pimenta de cheiro X X

Pimenta malagueta X X

Pimentão X X

Quebra pedra X

Quiabo X X

Repolho X X

Romã X

Seiva de marajó X

Socoró X X

Tachi X

Taperebá X X

Tarumã X X

Tomate X X

Uruá X X

Urucurana X

Urucuri X

Page 33: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

33

Considerações finais

As comunidades de Tapará Grande e São Ciríaco demostram um perfil similar

quanto a agricultura familiar. Manejam uma diversidade de espécies vegetais cultivadas e

nativas, que são usadas para a subsistência e para a comercialização. Dessa forma, embora

o ambiente da várzea imponha limites naturais para a produção agrícola, uma agricultura

adaptada às condições locais pode otimizar a produção e contribuir de forma mais

significativa para o aumento da geração de renda com a comercialização desses produtos,

uma vez que há nessas áreas grande potencial agrícola com fim comercial.

Page 34: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

34

Referências

Albuquerque, U. P; Lucena, R. F. P; cunha, L. V. F. C. 2010. Métodos e técnicas na

pesquisa etnobotânica e etnoecológica.v.1/série: estudos & avanços. Recife:

NUPPEA. 559p.

Almeida, S. S.; Amaral, D. D., Silva, A. S. L. 2004. Análise florística e estrutura de

florestas de Várzea no estuário amazônico. Acta amazônica, 34: 513 – 524.

Ayres, J. M. 1993. As matas de várzea do Mamirauá. pp. 1-23. In: Estudos de Mamirauá

(Sociedade Civil Mamirauá, org.). Brasília: CNPq.

Castro, A. P.; Silva, S. C. P.; Pereira, H. S.; Fraxe, T.J. P. & Santiago, J. L.. 2007. A

agricultura familiar: principal fonte de desenvolvimento socioeconômico e cultural

das comunidades da área focal do projeto PIATAM. pp. 55-87. In: Comunidades

ribeirinhas amazônicas modos de vida e uso dos recursos naturais (Fraxe, T. J. P.;

Pereira, H. S. & Witkoski, A. C., org.). Manaus: EDUA.

CENTRO MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES AMBIENTAIS. CIAM: Informações

municipais de Santarém. Santarém Pará, 2010. 44p.

Ewel, K.C. 2010. Appreciating tropical coastal wetlands from a landscape perspective.

Frontiers in Ecology and the Environment, 8:20-26.

Ferreira, L.V.; Almeida, S.S.; Amaral, D.D & Parolin, P. 2005. Riqueza e Composição de

Espécies da Floresta de Igapó e Várzea da Estação Científica Ferreira Pena:

Subsídios para o plano de Manejo da Floresta Nacional de Caxianã. Disponível

em: http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/botanica56.htm#05.

Fidalgo, O. & Bononi, V. L.R. 1984. Técnicas de coleta, preservação e herborização de

material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica. 62p.

Gama, J. R. V.; Souza, A. L.de; Martins, S. V. Souza, D. R. de. 2005. Comparação entre

florestas de várzea e de terra firme do Estado do Pará. Revista Árvore, 29: 607-

616.

KÖPPEN, W. P. 1948. Climatologia. Cidade do México, Buenos Aires: Fundo de Cultura

Econômica,. 479 p.

Page 35: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

35

Lima, H. N.; Teixeira, W. G. & Souza, K. W. 2007. Os solos da paisagem da várzea com

ênfase no trecho entre Coari e Manaus. pp. 35-52. In: Comunidades ribeirinhas

amazônicas modos de vida e uso dos recursos naturais (Fraxe, T. J. P.; Pereira, H.

S. & Witkoski, A. C., org.). Manaus: EDUA.

Mueller-Dombois, D.; Ellemberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New

York: John Willey & Sons. 547 p.

Oliveira, L. A.; Moreira, F. W.; Falcão, N. P & Pinto, V. S. G. 2000. Floodplain soils of

Central Amazonia: chemical and physical characteristics and agricultural

sustainability pp 129 – 140. In: The Central Amazon Floodplain: Actual use and

option for a Sustentainable Management (Junk, W. J.; Ohly, J. J; Piedade, M. T. F.

& Soares, M. G. M., eds.). Leiden, The Netherlands: Backhuys Publishers.

Pereira, H. S. 2007. A dinâmica da paisagem socioambiental das várzeas do rio Solimões-

Amazonas. pp. 11-32. In: Comunidades ribeirinhas amazônicas modos de vida e

uso dos recursos naturais (Fraxe, T. J. P.; Pereira, H. S. & Witkoski, A. C., org.).

Manaus: EDUA.

Pereira, H. S.; Souza, D. S. R & Ramos, M. M. 2007. A diversidade da pesca nas

comunidades da área focal do projeto PIATAM. pp. 171-196. In: Comunidades

ribeirinhas amazônicas modos de vida e uso dos recursos naturais (Fraxe, T. J. P.;

Pereira, H. S. & Witkoski, A. C., org.). Manaus: EDUA.

Pires, J. M. & Prance, G. T. 1985. Notes on the vegetation types of the Brazilian Amazon.

pp. 109-145. In: Key environments: Amazonia (Prance, G. T. & Lovejoy, T. E.,

eds) Oxford: Pergamon Press.

Renó, V. F.; Novo, E. M. L. M.; Almeida-Filho, R. & , Suemitsu, C. 2011. Mapeamento da

Antiga Cobertura Vegetal de Várzea do Baixo Amazonas a Partir de Imagens

Históricas (1975-1981) do Sensor MSS-Landsat. Acta Amazonica, 41: 47- 56.

Rodrigues, T. E.; Santos, P. L.; Oliveira Junior, R. C.; Valente, M. A.; Silva, J. M. L. &

Cardoso Junior, E. Q. 2001 Caracterização e classificação dos solos da área do

planalto de Belterra, município de Santarém, PA. Belém: Embrapa Amazônia

Oriental (Embrapa Amazônia Oriental. Documentos, 115) 54p.

Rossato, S. C.; Leitão Filho, H & Begossi, A.1999. Ethnobotany of Caiçaras of the Atlantic

Forest Coast (Brasil). Economic Botany, 53: 387-395.

Page 36: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

36

Salomão, J. A. M. Aspectos etnobotânicos e ecofisiológicos em quintais de quatro

comunidades do município de Borba, Amazonas. 2013. 67 p. Dissertação

(Mestrado em Botânica) – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus,

2013.

Tardío, J & Pardo –de- Santana, M. 2008. Cultural importance indices: a comparative

analysis based on useful wild plants of Southern Cantabria (Northern Spain).

Economic Botany, 62: 24-39.

Page 37: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

37

I.2- DIAGNÓSTICO CULTURAL

Filosofia cabocla: considerações sobre o pensamento caboclo dos

moradores das comunidades de várzea Tapará Grande e São Ciríaco

Autor: Dr. Andrei Santos de Morais

Resumo: O caboclo das comunidades das várzeas Tapará Grande e São Ciríaco resistem a

muitas intempéries da vida – políticas públicas ineficientes, economia desleal, tecnologias onerosas

entre outras. Vistos do alto, são manchas em nossa cartografia. De perto, nos impressionam na

ousadia de morar em lugares tão inóspitos, sob condições muitas vezes sub-humanas. Aqui, a

mulher tem papel importante na composição dessa realidade, seja na organização da casa, seja

participando da cadeia produtiva. Com as águas sob os pés, sua referência é móvel,

“temperamental” a ponto de venerá-lo como maior obra divina, seja a partir da óptica protestante,

católica ou profana.

Abstract: The Caboclo communities Grande floodplain Calabash and St Cyriac resists many

storms of life - public policies inefficient, unfair economy, costly technology among others. Viewed

from above, are spots in our mapping. Closely impress us in daring to live in such inhospitable

places, under conditions often sub-human. Here, the woman has an important role in the

composition of this reality is the organization of the house, is participating in the production chain.

With the water underfoot, your reference is mobile, "moody" about to worship him as the greatest

work of God, either from the optical Protestant, Catholic or secular.

Palavras-chave: Filosofia; Natureza; Religião; Produção; Tecnologia.

Keywords: Philosophy; Nature; Religion; Production; Technology.

Page 38: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

38

Fonte: www.maps.google.com

Page 39: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

39

I. Apresentação

A alegria foi de quando um ano aí a gente teve um melancial, um roçado até meio grande (...). E esse

menino mais velho, que tá com 12 anos agora (...), quando ele tava com 3 anos, a gente botava um saco de

melancia nas costas e ele, entusiasmado também, ia pro meio do roçado, aí ele pegava, queria carregar

aquelas melancia grande, até que um dia ele pediu “Papai, bote aqui uma melancia pra eu levar!”, ele falava

meio que atrapalhado (...). Eu peguei uma meia grande, aí ele colocou a melancia na costa e a melancia caiu

pra trás e ele caiu em cima da melancia, hehe. Então isso divertiu muito a gente de ver uma criança com

aquela vontade de trabalhar.

Raimundo Iracildo dos Santos Dias, 42, do Tapará Grande

Neste artigo, apresentarei os resultados da minha pesquisa sobre o diagnóstico filosófico-

cultural das comunidades Tapará Grande e São Ciríaco (região de Uricurituba), áreas de várzea no

baixo Amazonas, município de Santarém (PA), a partir de visitas in loco com entrevistas e fotos,

entre os meses de junho e julho de 2013. O objetivo é apresentar não somente as condições de

trabalho, suas atividades econômicas principais como também refletir acerca de seu imaginário, sua

organização social e assim apresentá-los à equipe de especialistas que promoverão o

empoderamento tecnológico sustentável de suas culturas. Tudo isso para apresentarmos a filosofia

do caboclo de várzea: imerso nas intempéries violentas do rio, esquecido pelo Estado e guerreiro na

luta diária pela vida digna.

Fotos dos participantes do Projeto “Manejo sustentável de florestas de várzeas transfronteiriças na bacia do

rio Amazonas”. A partir do alto, da esquerda para a direita, os moradores do Tapará Grande: Raimundo

Iracildo dos Santos, Henriques Santos Brito, Maria de Jesus Leão Delgado, Francisco Miranda de Almeida,

Maria de Fátima Dias de Almeida, Antonio Edmilson Pinto Pimentel, Rosemary dos Santos Barros, Luís

Antonio Pinto e Odeise de Sousa Pinto, Edir Batista Melo e Elcilei Carvalho Melo, Raimundo Sousa e Maria

de Nazaré Dias de Sousa, Dnison Carlos Lopes Batista e Marília Silva Batista, Argélio Emerson dos Santos

Rebelo, Nilton Nazareno Pinto Pimentel e o encontro das águas do rio Tapajós e Amazonas. E, na última

linha, os moradores de São Ciríaco: Antonio Rodrigues dos Reis, Adelino Maciel Reis, Marli Pereira

Figueiredo, Milton Maciel dos Reis, Ely Maria Leopoldina Silva, Nilson Rego dos Santos e parte da equipe

de especialistas da Profa. Patrícia Oliveira Chaves, Coordenadora do Projeto supracitado

Page 40: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

40

II. Levantamento sócio-econômico-cultural

Meu dia-a-dia pra mim... é um dia. Milton Maciel dos Reis, 48, de São Ciríaco

As comunidades Tapará Grande (assentamento agroextrativista de aproximadamente 148

famílias, localizada a 02°17‟48.8” Sul, 054°31‟30.8” Oeste) e São Ciríaco (assentamento

agroextrativista de aproximadamente 96 famílias, localizada a 02°15'51.4” Sul, 054°44' 16.3” )

pertencem ao município de Santarém (PA). Ambas são classificadas como várzea, área às margens

do rio Amazonas que sofre mudanças extremas de cheia e seca. “A várzea é a planície aluvional

propriamente dita ou o leito maior dos rios; é a região sujeita, parcial ou totalmente, às inundações

anuais e o seu solo é constituído de sedimentos quaternários depositados anualmente pelo rio.”

(PORRO apud CUNHA: 1992, 176-7) Esse movimento das águas é fundamental para o

enriquecimento da terra firme, proporcionando uma renovação anual para as culturas desenvolvidas

na região. “A decomposição da matéria orgânica submersa, acelerada pela temperatura elevada e a

ação de bactérias e fungos, ajuda a fertilizar a terra de várzea.” (RIBEIRO: 1990, 32) Essa

decomposição de matéria orgânica faz da várzea terra deveras rica em nutrientes tanto para os

peixes na cheia quanto à produção agrícola na seca. Às margens ou sobre uma riqueza natural sem

dimensões quantitativas fazem de seu habitante parte integrante do rio Amazonas, nosso herói e

pensador caboclo.

E quem é esse pensador caboclo? Talvez um filósofo alemão tenha descoberto algumas

ruínas de resposta. No esforço de pensar o impensado, o que significa filosofar, sua tarefa e

condição, Martin Heidegger (2008) é enfático: “Filosofia é filosofar”. (Ibidem, 17) A filosofia deve

ser determinada a partir de si mesma. E é comum e aberta a todos que se dispuserem a questionar

mundo, valores, ideologias e toda sorte de verdades impostas como eternas e imutáveis. Desse

modo, bastar ser ser humano para filosofar. A saber, a filosofia não se reduz à sentimental e

bonachona concepção “amor à sabedoria”. Sofós (sábio)

É aquele que tem o paladar certo para algo, que tem “olfato” e instinto para o essencial e,

por isso, tem facilidade em lidar diretamente com esse algo, compreendendo-o de modo

profundo, isto é, trata-se de alguém que consegue se colocar diante de uma coisa de uma

maneira exemplar e, portanto, sobrepujante. (Ibidem, 23)

Page 41: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

41

Filosofar é uma atitude que parte do dasein (ser-aí), condição-instinto sine qua non ao pensador. Ou

seja, a introdução ao filosofar não se dá de fora para dentro (ibidem, p. 1), do estranho ao familiar.

Nem muito menos filosofar é re-fletir (Cf. HEIDEGGER: 1998), movimento para si mesmo. O ser-

aí está no mundo e não em si mesmo. Ao re-fletirmos, não nos voltamos para nós mesmos,

movimento deveras sub-reptício, voltamo-nos para o mundo em que estamos, é a nossa perspectiva

de pensar e agir. Ao investigar as origens gregas do que é sofía (sabedoria) e o fazer do sofós na

literatura, Heidegger encontra tanto na Ilíada (HOMERO, XV, vs. 410-12) quanto em Os Trabalhos

e os Dias (HESÍODO, vs. 649) a palavra sofía remetendo ao trabalho artesanal. E nos apresenta o

questionar/contemplar no fazer, na práxis, na atividade manual, técnica, vista pelo tempo, nas

histórias, como de menor valia. Esta é a ponte entre o saber acadêmico, visto muitas vezes como

contemplativo e superior, e o local, encontradiço em comunidades encrustadas na imensidão da

floresta. Doravante, o termo sofía é transposto para a poesia e a música, o que pode ser

compreendido e realizado.

Ser homem já significa filosofar. Segundo sua essência, o ser-aí humano como tal já se

encontra na filosofia, e isso não de modo ocasional. Como o ser-homem tem, contudo,

diversas possibilidades, múltiplos níveis e graus de lucidez, o homem pode encontrar-se de

diversas maneiras na filosofia. De modo correspondente, a filosofia como tal pode

permanecer velada ou manifestar-se no mito, na religião, na poesia, nas ciências, sem que

seja reconhecida como filosofia. E, visto que a filosofia como tal também pode se constituir

de modo efetivo e expresso, parece que aqueles que não tomam parte no filosofar expresso

estão fora da filosofia. (HEIDEGGER: 2008, 4)

Por “encontrar-se em diversas maneiras na filosofia”, o ato de filosofar estende-se a todas as

manifestações religiosa, mitológica, poética e científica, embora velado. Aqui, não há hierarquia

entre saberes hegemônicos e não-hegemônicos. Pelo contrário, há uma equidade de saberes cujo

núcleo é idêntico: a filosofia. As reflexões heideggerianas são a esteira filosófica para equipararmos

o saber global da academia com o saber local das comunidades amazônidas e santarenas. A

atividade filosófica, o filosofar, estende-se a todos empenhados na árdua dedicação àquilo que é

mais importante em nossas vidas, fundamento que encontramos na atividade poética artesanal, no

fenômeno religioso e na vivência dos mitos, principalmente por fazer parte do mundo amazônido

em questão.

“A nossa realidade, como é que a gente vive. Porque nós depende disso, nós depende da

chuva, nós depende da água, nós depende do verão, nós depende de tudo, porque se nós não

Page 42: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

42

depender de todas essas coisas, a gente não sobrevive.” (Francisco Miranda de Almeida, 53, Tapará

Grande) A analogia da dependência mútua humano-natureza é condição visceral para entender o

pensamento caboclo de várzea. É heraclítico (“§91. Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.”

Os pensadores originários: 1993, 83) seu pensamento. O modo como percebem o movimento

torna-os originais, uma vez que vivem em função da mudança cheia – seca – cheia. Na seca, ainda

que o chão esteja “parado”, a imagem-movimento do rio sobrepõe sobre seus olhos. É a expectativa

da próxima cheia: Virá maior ou não que a última de 2009? O rio avança e se retrai e os humores

caboclos acompanham o movimento do banzeiro. Nas grandes cidades, a velocidade do tráfico de

veículos determina seu tempo. Nas várzeas, temos os barcos, lanchas, bajaras, balsas e rabetas

compondo com o rio o movimento de suas vidas. Seja subindo o rio, seja descendo; vendo o rio

chegando, vendo-o indo..., não se pode manter o mesmo que se mantém em movimento. “A minha

profissão é pescar, é trabalhar... Meu dia-a-dia pra mim... é um dia. [Acordo] às 6 h, trabalho às 7

horas, de lá deixo 10 horas, 10 e meia (...). Duas em diante [retorno ao trabalho], [vou dormir] às 11

horas, meia noite.” (Milton Maciel dos Reis, 48, São Ciríaco) Sim, “um dia”. Não há repetição de

mais “um dia”, cada dia é “um dia” diferente, nada continua sendo o mesmo tendo como lastro da

realidade o que está sempre em movimento: o rio Amazonas. “Aqui, sem o rio, somos nada.”

(Argélio Emerson dos Santos Rebelo, 40, Tapará Grande)

Nessas comunidades, a presença da dinâmica peculiar na realidade social da/na Amazônia

transmite-se pela relação aproximada com a natureza, nas suas relações com a cidade distante, nas

trocas de fluxos entre várzea e cidade. As pessoas que compõem essa realidade expressam suas

formas nas interações com o rio, na dinâmica da várzea, área peculiar na Amazônia. O fluxo do rio

faz o espaço ficar na estiagem durante os meses de setembro a dezembro; encerrando este, inicia-se

o período de cheia, interferindo no dia-a-dia de seus moradores. Durante o período em que a cheia

se faz presente, as casas de palafita são perpassadas pelas águas do rio, este se torna, então, o

“chão” direto das embarcações como canoas, “bajaras” e barcos que se fazem como meios de

locomoção e de trabalho, tanto na pesca quanto no transporte humano e escoamento da produção.

Durante o período de estiagem, as práticas cotidianas são modificadas pela vinda da “terra da

várzea”, caracterizada pela sua fertilidade, torna-se fonte para práticas de agricultura. Dentre os

alimentos produzidos estão a melancia, a mandioca, o milho, jerimum, hortaliças. Além da

agricultura, na região do Tapará, as pessoas também praticam a pecuária assim como a criação de

aves. As produções advindas das práticas cotidianas dos moradores das duas comunidades são

fontes de suas trocas econômicas assim como de alimentação e de sua vivência em geral, uma vez

que se situam numa relação de homeostasia com a natureza. Assim, as formas pelas quais estão e

Page 43: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

43

percebem o mundo estão alicerçadas numa configuração de situações posicionais. Aqui, a técnica

está ligada diretamente a um modo de ser; isto é, operando em outras lógicas, em que diferem e

contrastam com a relação de trabalho, o qual aqui se engendra de outra forma. Tudo isso está

expresso no modo ser e estar dessas pessoas, a maneira como elas encaram e estão no mundo. As

relações entre natureza e cultura são fronteiras que se entrelaçam, já que a relação com a natureza é

dada de maneira direta, agenciando diretamente suas próprias formas de trabalho e trocas

econômicas. Os seus conjuntos de saberes estão associados a uma realidade social próxima à

natureza, suas interações se dão numa relação local, pois o espaço e o pertencimento que existe

entre ele criam uma relação recíproca entre as pessoas e a natureza.

A oposição entre várzea e terra firme constitui-se elemento essencial para se compreender o

cotidiano das pessoas que moram em tais comunidades. Rosemary dos Santos Barros, 39, moradora

há 18 anos no Tapará Grande, prefere a estiagem em vez da cheia. Na seca, ela pode circular melhor

entre as casas, visitar parentes e amigos como se vivesse uma grande família, mormente por

dividirem entre si suas culturas voltadas para o consumo próprio, como hortaliças e outras: a

mandioca, a melancia, o jerimum, o milho; ou até mesmo ser socorrida por um vizinho

transportando-a para a ajuda mais próxima. Por outro lado, para Marli Pereira Figueirerdo (40, São

Ciríaco): “Tá certo que no verão tá tudo terra. É melhor, a gente pode comer uma fruta melhor, que

a gente pode produzir, né? Mas também na enchente eu também sou feliz. Por exemplo, de você ver

a água aqui assim escoando, da gente ver um peixe que a gente pode pegar mais perto, né? Pra mim

ainda é uma felicidade a gente poder morar num lugar como esse que você vê muitas árvores (...), o

contato direto com a natureza é muito bom. Então, pra mim sou feliz, tanto seja no verão ou no

inverno.” E Nilson Rego dos Santos (49, Tapará Grande) acrescenta: “No verão... sábado ou

domingo tem festa.” Há um sentimento de pertencimento a uma grande família. Nas comunidades

do Tapará Grande e São Ciríaco, o respeito pelo espaço é familiar e condição de existência

harmônica entre seus pares. “Se eu tivesse na cidade nesse momento aqui, eu tinha que estar em um

emprego, às 5 da tarde eu teria de sair. Aqui se eu quiser sair durante uma semana, não preciso dar

satisfação para ninguém.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco) Todavia, apesar da

inconstância de uma realidade que se sobrepõe aos seus olhos, os caboclos são livres para fazer o

seu tempo.

Page 44: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

44

II.I Atividades produtivas

Pescador Henriques Santos Brito, 48, em sua atividade pesqueira no Tapará Grande

A gente veve em conformidade com a natureza (...). A mente avisada é continuar a viver aqui.

Edir Batista Melo, 51, do Tapará Grande

As populações ribeirinhas das áreas de várzea assim como as de terra firme organizam-se

principalmente a partir das Colônias de Pescadores (Z-20 em Santarém) e dos Sindicatos de

Trabalhadores Rurais, estes fazem intermédio entre as populações ribeirinhas e o IBAMA (Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão do Ministério do Meio

Ambiente. Além dessas Instituições, as populações ribeirinhas também se organizam por meio dos

Conselhos de Pesca, "formados por dois representantes de cada comunidade das regiões de pesca,

com o objetivo de acordar e gerenciar o uso dos recursos naturais renováveis de lagos, rios, furos e

igarapés, pelos usuários desses mananciais aquáticos, por meio da elaboração e cumprimento dos

Acordos Regionais de Pesca." ( O‟DWYER: 2013, 210)

As Colônias de Pesca servem como ponte direta entre as populações ribeirinhas e o Estado,

além de regularizar a situação da pesca na região (responsável pelas licenças, cadastradas no órgão,

que legitimam a atividade pesqueira). As Colônias de Pesca também concedem alguns auxílios e

benefícios sociais, como: “aposentadoria, auxílio-maternidade, auxílio-doença e pensão por

falecimento, sendo considerada uma das principais atividades das Colônias de Pescadores a luta

pela concessão do „seguro-desemprego‟ nos períodos de „defeso‟, com a proibição da pesca de

determinadas espécies que estão se reproduzindo.” (Idem) Os Conselhos de Pesca, por sua vez, são

instituições nas quais os pescadores da região instituem Acordos Regionais de Pesca, delimitando a

Page 45: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

45

organização das atividades pesqueiras na região, fixando um período para a captura e venda de cada

tipo de pescado.

Entretanto, as relações entre caboclos da várzea e o Estado não são satisfeitas por vários

motivos. Um reflexo prático existente na tensão entre moradores das áreas de várzea e as políticas

públicas estatais é uma característica da pós-modernidade, na qual as identidades são diluídas,

engendrando-se certas crises geradas pela relação Sociedade e Estado. Geralmente moradores de

várzea atuam em várias atividades ao mesmo tempo (pesca, pecuária, avicultura, agricultura e

extrativismo vegetal). No entanto, para eles garantirem direitos como aposentadoria, precisam

escolher entre a pesca e a agricultura; ou seja, necessitam filiar-se ou às Colônias de Pescadores ou

aos Sindicatos de Trabalhadores Rurais. Isto explicita diretamente as relações entre as agências do

Estado e o direcionamento das sociedades ribeirinhas “caboclas”.

Além dessas organizações e instituições ligadas às práticas de pesca e agricultura, outras

políticas públicas interferem na tensão “ribeirinho” e Estado por intermédio do “Programa

Comunidade Tradicional”, do Ministério do Meio Ambiente. ”A instância responsável pela

execução desse Programa é a Coordenadoria de Agroextrativismo – CEX, que está vinculada ao

Departamento de Agroextrativismo e Desenvolvimento Sustentável – DADS, que por sua vez faz

parte da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável – SDS do Ministério do Meio

Ambiente – MMA.” (Ministério do Meio Ambiente: 2013) Dentre os objetivos desse Programa,

está a "inclusão social" dos povos tradicionais, fomentando as APLs (Arranjos Produtivos Locais –

traduzindo: projetos de demanda). As verbas repassadas ao programa são de origem do Orçamento

Geral da União. Os projetos de demanda estão divididos em três categorias: tipo A (até 5.000,00

reais); tipo B (de 5.001,00 a 30.000,00 reais) e do tipo C (30.001,00 a 100.000,00 reais). No

entanto, atualmente apenas a categoria A está disponível. O Ministério do Meio Ambiente alega que

a “Gerência de Agroextrativismo (GEX) está estabelecendo uma nova estratégia de fomento para

atendê-los”. (Idem) Não é sem fundamento a reclamação geral dos moradores de várzea por verbas

que fomentem sua produção e qualidade digna de vida. Estão à mercê de políticas públicas que

atendam suas necessidades mais prementes, como capacitação tecnológica, energia, comunicação,

ensino e saúde.

Na visita de Ariovaldo Mariano Nunes, nos dias 9 e 11 de setembro (2013), consultor em

tecnologia da informação e técnico em hardware do Projeto, com vistas a atender demandas

tecnológicas às suas despesas econômicas, verificou uma lógica que espolia a produção pesqueira

local. No Tapará Grande, as “geleiras” oferecem “até” o valor de c$0,50/quilo (cinquenta centavos

Page 46: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

46

de real por quilo) ao pescado, são navios frigoríficos que repassam sua produção ao consumo

interno, mormente Mercadão 2000 e o Tablado (estrutura em alvenaria suspensa sobre o rio, com

bancas de pescado e hortaliças) de Santarém. Agora, para manter a qualidade de sua produção, os

pescadores e agricultores gastam maior parte de sua renda com a energia, consumidora de diesel

(via geradores) e de gelo. Em época da piracema, quando temos uma alta concentração de peixes no

rio Amazonas, os pescadores são obrigados a vender toda sua produção para evitar despesas na sua

conservação. Nunes sugeriu ao pescador e construtor de navios local um pré-projeto de balsa-horta

a Dnison Batista. Para os peixes, ensinou-lhes a defumar, salgar e desidratar tanto peixes quanto

frutas e hortaliças. A montagem de um fogão solar também foi incluída nas aulas.

Antônio Edmilson Pinto Pimentel está na comunidade de Tapará há 49 anos, sua família já

está na região na terceira geração. Atualmente ele é presidente do Conselho Regional de Pesca.

Suas atividades cotidianas se voltam para a criação de galinhas, gado, pesca e para o cultivo de

melancia, milho, feijão, jerimum, verduras e legumes em geral. Sua produção é direcionada à sua

alimentação assim como para trocas econômicas. Segundo Pimentel, a comunidade precisa de

incentivo profissionalizante e educacional para que não haja necessidade da juventude da região

migrar para as cidades maiores próximas, dentre elas estão Santarém e Manaus. Pimentel reforça,

ainda, que existe uma fronteira, a ser superada, nas suas trocas comerciais, sendo que os moradores

do Tapará enfrentam dificuldades para vender seus produtos, pois em geral as negociações são

feitas com atravessadores, “marreteiros”, os quais não pagam o preço “justo” para os produtos.

Em outras palavras, muito mais que verba, os caboclos de Tapará Grande e São Ciríaco

necessitam de soluções simples, de baixo custo e sustentáveis para atenderem suas necessidades

básicas e urgentes. “Não é porque nós moramos na várzea que nós não temos direito de tomar uma

água gelada ou viver melhor.” (Marli Pereira Figueiredo, 40, São Ciríaco) Na entrevista de Marli

Figueiredo, o reclame pelo direito às condições básicas de todo cidadão brasileiro é evidente. Os

direitos básicos do brasileiro não alcançam essas comunidades. Por isso, sentem-se excluídos de

políticas públicas voltadas à educação, precária em sua maioria de instalações, assim como um

atendimento de pronto-socorro de qualidade. Construir um laboratório de estudos tecnológicos em

áreas de várzea situado em suas terras foi uma ideia aventada nas entrevistas. Uma educação

promoveria certamente não somente o aprimoramento de técnicas, como o desenvolvimento de

soluções ribeirinhas e troca de conhecimento com os demais laboratórios dessa natureza no Brasil e

no mundo.

Page 47: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

47

II.II Experiências religiosas e o pensador caboclo de várzea

Há dois tipos de fé (...). Muita gente não tem fé, mas tem esperança.

Macambira (codinome de Antonio Pimentel), 49, do Tapará Grande

Tu diz que tu tem fé, mas tu trabalha e nunca consegue nada.

Francisco Miranda de Almeida, 53, do Tapará Grande

Do alto, da esquerda para a direita: igrejas Assembleia de Deus; Ministério Cristo é Vida; São Joaquim; Casa

de Oração da comunidade Tapará Grande; São Ciríaco, padroeiro da comunidade homônima; e o pássaro João

de Barro

Em meu questionário-guia, busquei a relação natureza (rio) – religião confessa (fé evangélica

ou católica) para explorar o imaginário das comunidades Tapará Grande e São Ciríaco. A partir

dele, tentar compreender a relação entre imaginário e tecnologia. Compreender essa relação poderia

me levar a traçar um rastro para entender a recepção de novas tecnologias no cotidiano do caboclo

de várzea. Faz-se necessário questionar: Como ele recebe/apreende as novas tecnologias e como

pode integrá-las a sua vida? Entretanto, como toda expectativa que se esvai em sua projeção, obtive

mais o silêncio das palavras nas entrevistas. No Tapará Grande, entre os 10 entrevistados, apenas 2

são católicos (representados na igreja de São Joaquim, padroeiro da comunidade). A maioria é de

religião protestante (com suas igrejas: Assembleia de Deus, Ministério Cristo é Vida, Casa de

Oração), mormente por interpretar toda sorte de visagem, mito ou lenda como obras unicamente do

demônio. “Esse negócio de „visagem‟, essas coisas não existem. Acredito apenas em deus. O que

Page 48: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

48

existe é o demônio que pode perseguir a vida dos outros. Mas assim..., nesse tipo de coisa, eu não

acredito, não.” (Rosemary Barros, 39, Tapará Grande)

(...) A atividade missionária, mais do que converter, tem como finalidade criar condições

simbólicas e materiais para que a mensagem cristã se universalize em diferentes contextos

socioculturais (…). A tradução cultural, portanto, coloca-se como essencial à expansão dos

evangélicos. Em sentido duplo: primeiro, porque a ação é direcionada para inserção de uma

religiosidade, a princípio estranha ao grupo-alvo. Segundo, e em sentido restrito, esse

processo materializa-se pela introdução de um livro sagrado: A Bíblia. Sendo ela a fonte

única de acesso a Deus, conforme a tradição protestante. (WRIGHT: 2004, 33-4)

Nessa evangelização, constroem-se relações simétricas entre a vida e o livro sagrado. Temos a

união entre o contexto sócio-econômico-cultural e a mensagem cristã, trata-se da universalização de

um discurso apodítico, sem direito a réplicas, tréplicas. Enquanto fundamento último, é realidade

última de justificativa.

A relação expressa na religião traduz nestes lugares as transposições cosmológicas (a lente

com a qual vemos o mundo) que ligam essas pessoas à natureza, uma vez que se entrelaçam

rompendo as fronteiras ontológicas entre a cultura e a natureza, expressando-se no cotidiano dessas

pessoas ao relacionarem às coisas que acontecem, também conhecido como o empirismo do saber

local. Raios, trovão, estação do ano, comportamento dos animais, artefatos e as relações de trabalho

também se encontram vinculadas principalmente às visões e sinais de uma realidade carregada de

espiritualidade. “Sempre meus pais falavam que quando a água vai vazando, que as borboletas

baixam ao favor do vento, eles diziam que o verão ia ser forte.” (Raimundo Sousa, 58, Tapará

Grande) Apesar de confessar o credo protestante, Raimundo Sousa não se desvincula de sua

tradição familiar, um atavismo que sua evangelização não foi capaz de extirpar.

De primeiro, meus pais me contavam que, quando baixava um bando de garça, era alguém

que ia morrer na comunidade. Meus pais diziam que era defunto. Morreu um cidadão

chamado seu “Arlindo”, aí eles pegaram e fizeram essa experiência (de pegar a cuia...),

quando chegou bem defronte ali do Rainero, a cuia rodou, mostrando onde estava o corpo.

Então, isso daí, são coisas antigas que muita gente tacha como superstição. Pra mim, quando

aquele panã-panã (borboleta grande) entra dentro de casa, eu já sei que é dinheiro que vão

me pagar. Pra muita gente, quando o gavião tá de peito é felicidade, os negócios vão dar

certo. (Antonio Edmilson Pinto Pimentel, 49, Tapará Grande)

Page 49: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

49

Seja a cuia que gira e emborca indicando a localização de um defunto no rio; o panã-panã,

seja o caracol que marca o nível das águas ou o João de Barro, ou seja o João de Pau na narrativa de

Maria de Jesus Delgado (48, Tapará Grande):

Aquele bichinho ali vermelhinho chama João de Pau (...). Se você visse como ele faz a

casinha de barro, ele faz uma casa de barro com uma janelinha, isso já foi pra banda do

colégio.... Ele é muito engraçadinho... Ele faz para outro passarinho morar. Aí ele se chama

João de Barro, porque o João só faz a casa para dar aos outros. O nome dele, desse

passarinho vermelhinho, aquele bem lá que vai passar pra lá, aquele lá jitinho [pequeno],

olha! Ele pega essas terrinhas aí, ele carrega muitos dias essas terrinhas, aí ele faz desse

tamanho “assim” [gesticulando].

Tudo isso nos leva a várias inquietações. No começo das entrevistas, quando se falava em

“visagens”, o silêncio se apoderava daqueles instantes. Entretanto, quando mudei a pergunta

direcionando-a a palavra “sinais”, como pura magia, a porta de suas lembranças se abriram

abruptamente, tanto que não havia mais espaço para dizer tudo que se sabia. Neste momento do café

filosófico com os entrevistados do Tapará Grande, notei uma profusão de estórias invadindo o

diálogo, de simples relatores de seu dia-a-dia, passaram à instância de grandes pensadores da

existência humana. Neste contexto, é válido apresentarmos Argélio Emerson dos Santos Rebelo

(40, Tapará Grande): Ele produz para seu consumo e ainda assiste seus vizinhos com melancia,

mandioca, feijão e leite para o seu consumo principalmente. Sua atividade principal é a pesqueira.

Segundo seus vizinhos, ele tem pacto com o diabo. “Rapaz, eu vou te falar a verdade, pra mim, eu

nunca vi, o pessoal dizem que eu tenho parte com o diabo aqui no Tapará. Te juro que é verdade!

Porque eles dizem assim: O que eu planto pra mim dá. Aí eu digo „não é, meu irmão‟, sabe o que

falta? Falta é uma técnica para trabalhar em cima daquilo.” Como o mito Midas do imaginário

grego antigo, tudo que ele toca nasce. Rebelo rebate ao defender como segredo a dedicação ao seu

trabalho. Apesar de não acreditar em “visagens”, tem muitas estórias que desafiam a racionalidade e

o cotidiano de pescador.

Todavia, em São Ciríaco, todos os entrevistados são católicos, apesar de também estar

presente na comunidade as igrejas da Paz e Assembleia de Deus. Por essa influência religiosa, as

estórias de “visagens” se multiplicaram. Aqui, destaco algumas instigantes: “Ouvi dizer que a

colher, quando cai de peito pra cima, é mulher; quando cai de peito pra baixo, é homem.” (Antonio

Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco); “Ele perguntou se a enchente vai ser grande ou vai ser

pequena. Aí tinha um senhor junto com nós, já meio idoso, aí ele disse „Olha, eu acho que a água

vai baixar porque o jacaré piripiri já lambou o rabo lá‟. Eu tenho uma fé porque quando vejo um

Page 50: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

50

jacaré fazer isso, eu sei que a água já vai baixar.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco);

“O carão, quando canta „caaarããoo‟, um grito dele que dobra, pode contar que a água já vai vazar.”

(Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco); “Se o galo cantar pelo rumo daquela casa, daquela

lá, alguém vai aparecer grávida naquela casa.” (Marli Pereira Figueiredo, 40, São Ciríaco); “O fite,

ele existe mesmo, não sei qual é o procedimento, mas se a gente vim na estrada; por exemplo, se eu

sair daqui e ir lá na casa do tio Berinho, que é longe, e um fite assobia na rabeira, eu saio, ele

assobia „fite‟ aqui, pode contar que ele não fica aí atrás. Ou ele assobia pra frente ou pro lado, mas

ele vai embora fazendo a frescura.” (Antonio Rodrigues dos Reis, 56, São Ciríaco)

III. Considerações finais

Eu admiro, admiro muito o homem na natureza. Eu, quando vejo, né, a pessoa dizer: “Eu sou muito feliz!” Aí

eu digo: “Mas tu vai domingo ao culto?” “Não, eu tenho tal coisa para ir ver.” Olha, à tarde, um esporte?

“Não, porque eu tenho tal coisa para fazer.” Ele acaba dizendo que ele é feliz porque tem uma fazenda,

porque ele tem um barco grande, porque ele tem muitas coisas, mas não sabe que gosto tem um lazer, nem

uma igreja, enfim, na sociedade espiritual, ele não existe. E eu gosto de ver, né, de ver a pessoa dizer “Eu sou

feliz!”. Porque? Porque mesmo que eu não tenho isso aqui, tudo isso aqui, mas ainda tiro tempo pra mim ir na

igreja, ainda tiro um tempo para jogar um jogo de futebol e com toda dificuldade, eu por exemplo ainda tomo

umas cervejinhas para conversar com meus colegas, né? Aí, não sei porque gosto de ver uma pessoa feliz

desse jeito, participando desse jeito, mas acho que a felicidade acaba ficando bem aqui onde a pessoa ainda

participa. Com todas as dificuldades, ele ainda participa desse momento. Então, eu, tanto faz com enchente

como verão, eu, a vida é essa aqui, a que deus meu deu, ficar nesse meio aqui na natureza. Então, a hora que

chegar esse ato de fazer essa alegria, eu estou alegre.

Antonio Rodrigues dos Reis, 56, de São Ciríaco

Desde o caminho pelo rio Tapajós até o Amazonas, onde se encontram as comunidades do

Tapará Grande e São Ciríaco, algumas questões percorreram o trabalho, como: Quem é o caboclo

de várzea? Há um tipo específico ou suas especificidades impede-nos de unifica-lo num só sentido?

Como eles vivem ou sobrevivem em condições tão ímpares? Como se dá o conflito entre seu credo

religioso e as intempéries do gigante Amazonas? Em que sentido a tecnologia pode ajuda-los ou

apenas torna-los mais dependentes de uma ajuda externa, seja de políticas públicas ou de iniciativa

privada? E, finalmente, o que seria a filosofia do caboclo de várzea?

Com as entrevistas, a primeira impressão era de que os caboclos não sairiam do senso

comum, como se a visita in loco pudesse ser feita por meios eletrônicos, em especial, via celular.

Entretanto, conhece-los em época de cheia, tendo as águas do Amazonas correndo por baixo de seus

Page 51: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

51

lares, fez toda a diferença. Conforme argumentado acima, são homens e mulheres guerreiros, heróis

de seu cotidiano, movidos pela ânsia de fazer valer seu amor pelas terras e águas que lhe dão seus

frutos e ensinamentos diários. A filosofia do caboclo de várzea está repleta de críticas ao Estado

ausente, às religiões que não dão conta de seu imaginário, aos projetos que prometem sem cumprir

metas eficientes e duradoras, aos marreteiros que usurpam sua economia e o melhor: suas reflexões

sobre uma vida que não se esgota na luta pela sobrevivência.

III.I Resultados esperados e demandas

Espero que dê certo... esse projeto. Nilson Rego dos Santos, 49, de São Ciríaco

A vontade da gente tem que ser feita pela mente e pelo coração. Macambira, 49, do Tapará Grande

Os resultados esperados fazem parte de um equacionamento entre as demandas imediatas dos

moradores de várzea (Tapará Grande e São Ciríaco) e a capacitação tecnológico-rural – com

soluções simples, práticas e de fácil sustentação operacional.

Abaixo, vejam essa relação para cada demanda (para esse detalhamento, contei com a

contribuição do consultor Ariovaldo Mariano Nunes, tecnólogo em hardware e soluções rurais-

domésticas de baixo custo):

DEMANDA SOLUÇÃO/ÕES

Armazenamento de pescado sem

recorrência a equipamentos de

refrigeração movidos a diesel ou à

compra de gelo

Salgamento, defumação ou desidratação.

Cozinhar alimentos sem recorrer ao gás Fogão solar.

Aumento da produção de hortaliças sem

degradar o ambiente

Recurso à hidroponia e agricultura orgânica, fazendo

uso de defensivos biológico-naturais (neen, citronela,

fumo, leite colosso de vaca, urina, reprodução de

bactérias do rúmen para a compostagem, utilização de

restos de peixes para a produção de fertilizantes

foliares e radiculares, e outros).

Transporte fluvial para o escoamento da

produção agrícola e pesqueira

Construção de barco movido a energia renovável

(eólica, biodiesel, força humana, solar, baterias lítio-

ferro), repensar o design dele com dispositivo

Page 52: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

52

antinaufrágio e arrojado sistema de hidro-aero-

dinâmico capaz de deslocamento estável, rápido e com

redução do uso de combustível tradicional,

promovendo maior segurança e conforto dos usuários.

Tudo isso fazendo uso de materiais recicláveis e outros

de fácil acesso.

Energia Placas com sensores solares ligadas a baterias

estacionárias; criação de placas foto-voltaicas caseiras

de baixo custo e alta produção de energia capaz de

sustentar ar condicionado caseiro (conceito) e freezers

caseiros dentro de um novo conceito arquitetônico

voltado para moradores de ambientes críticos

inundáveis ou ilháveis.

Dificuldade física e financeira para a

elevação do assoalho das casas em

época de cheia.

Desenvolvimento de arquitetura com estrutura naval e

base telescópica flutuante, aumentando assim a

segurança e o conforto dos moradores.

Dificuldade em comunicação. Desenvolvimento de uma rede de transmissão com

antenas aéreas de longo alcance e largo espectro

frequencial local (estilo omni). Esta antena poderá

ainda ser utilizada como coletora de dados climáticos e

hidrográficos.

IV. Referências citadas

CUNHA, Manuela C. da (org.). História dos índios no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Companhia das

Letras / Secretaria Municipal de Cultura: FAPESP, 1992.

HEIDEGGER, Martin. Introdução à filosofia. Tradução: Marco Antônio Casanova. São Paulo:

Martins Fontes, 2008.

_____. Heráclito. Tradução: Marcia Sá C. Schuback. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1998.

HESIODO. Os Trabalhos e os Dias. Tradução: Mary Camargo de Neves Lafer. São Paulo:

Iluminuas, 1990.

HOMERO. Ilíada. 2ª Edição. Tradução: Carlos Alberto Nunes. Rio de janeiro: Ediouro, 2002.

Page 53: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

53

Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <www.mma.gov.br>. Acesso em: 27.Set.2013.

O‟DWYER, Eliane Cantarino. A Construção da Várzea como Problema Social na Região do Baixo

Amazonas. Disponível em:

<http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=4206&Itemi

d=316>. Acesso em: 20. Jun.2013.

Os pensadores originários. Tradução e organização de Emmanuel Carneiro Leão e Sérgio

Wrublewski. 2ª ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1991.

RIBEIRO, Berta G. Amazônia urgente: cinco séculos de história e ecologia / Projeto conceitual,

textos e seleção de iconografia. Belo Horizonte/MG: Itatiaia, 1990.

WRIGHT, Robin M. (org.) Transformando os deuses. Vol. II. Igrejas evangélicas, pentencostais e

entre os povos indígenas no Brasil. Campinas/SP: Ed. UNICAMP, 2004.

V. Referências consultadas

ADAMS, Cristina (Ed.); MURRIETA, Rui (Ed.); NEVES, Walter (Ed.). Sociedades caboclas

amazônicas: modernidade e invisibilidade. São Paulo: Annablume, 2006.

BOLLE, Willi (org.); CASTRO, Edna (org.); VEJMELKA, Marcel (org.). Amazônia: região

universal e teatro do mundo. São Paulo: Globo, 2010.

CASTRO, Albejamere Pereira de; FRAXE, Therezinha de Jesus Pinto; MEDEIROS, Carlos

Moisés; SANTIAGO, Jozane Lima. Terras e águas: gestão de recursos comuns na várzea

amazônica. Disponível em <

http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_26_RBA/grupos_de_trabalho/trabalhos/GT

%2013/therezinha%20de%20jesus%20pinto%20fraxe.pdf>. Acesso em: 20.Jun.2013.

CASTRO, Fábio de; CÂMARA, Evandro; FUTEMMA, Célia; McGRATH, David. Manejo

comunitário de lagos de várzea e o desenvolvimento sustentável da pesca na Amazônia. Disponível

em: < http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/viewFile/4/1 >. Acesso em: 20.Jun.2013.

GALVÃO, Eduardo. Santos e visagens: um estudo da vida religiosa de Itá, Baixo Amazonas. 2ª ed.

São Paulo: Ed. Nacional / Brasília: INL, 1976.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: Ed.

Centauro, 2006.

MIGNOLO, Walter D. Histórias locais / Projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e

pensamento liminar. Tradução de Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003.

NOVO, Evlyn Márcia Leão de Moraes; RENO, Vivian Fróes. Alterações da paisagem de várzea do

Baixo Amazonas entre 1970 e 2008. Disponível em: <

http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p0543.pdf>. Acesso em: 20.Jun.2013.

VI. Anexo I

Page 54: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

54

Questionário filosófico-cultural

1. Fale-me um pouco de ti e do trabalho de seu dia-a-dia.

2. Tens ou já teve alguma visagem? Conhece algum relato? Algum mito é conhecido aqui na

região?

3. Como o(a) Sr.(a) percebe a natureza? Qual é a importância do rio em sua vida?

4. O seu modo pensar é afetado com as mudanças de cheia e seca? Por exemplo, o(a) Sr.(a) se sente

diferente tendo o rio sob seus pés?

5. O que o(a) Sr(a) vem percebendo de mudança climática nos últimos tempos?

6. A duração das cheias e secas tem se alterado?

7. As novas tecnologias podem ajudá-lo(a) a superar as dificuldades de sua produção?

8. Como o(a) Sr.(a) pode contribuir na produção de hortaliças hidropônicas e/ou na piscicultura?

CAPÍTULO II- VÁRZEAS PERUANAS

II.1- DIAGNÓSTICO FLORISTICO E ETNO BOTANICO

1.- Introducción

Las especies vegetales en sus formas microscópicas y macroscópicas habitan y ocupan

todos los ambientes o espacios vitales, es decir acuáticos, terrestres y aéreos. Las

poblaciones y comunidades de cada especie o grupos de especies desde las formas

planctónicas, herbáceas, arbustivas y arbóreas, constituyen los elementos transformadores

de la energía luminosa en biomasa, y éstas conforman las unidades de las redes tróficas,

definiendo y determinando todos los tipos de hábitats y ecosistemas de una zona, sector,

cuenca o región, todos estrechamente relacionados y utilizados por todas las formas de

fauna silvestre para el desenvolvimiento de la vida humana.

Los bosques de tierras bajas amazónicas, y en especial los de la Amazonia Noroccidental,

pertenecen a los ecosistemas boscosos lo más diversos del mundo (Gentry 1988b; Valencia

et al.1994; Duivevvoorden 1994ab), por lo tanto estos bosques ofrecen una gama muy

Page 55: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

55

diversa de recursos vegetales. Diferentes tipos de bosques ofrecen diferentes recursos

vegetales (Grenand 1992; Salick1992; Phillips et al.1994). Estudios muestran que la

Amazonia noroccidental está cubierta por un mosaico de unidades fisiográficas y bosques

diferentes (Kalliola et al. 1993; Duivenvoorden & Lips 1993, 1995, 1998; Duivenvoorden

1994, 1995, 1996; Tuomisto et al. 1995). Mapas que muestran la distribución espacial de

estos tipos de bosques y sus recursos vegetales son indispensables en la planificación de

desarrollo, de escala local a regional (Nepstad 1992; Duivenvoorden 1992; Duivenvoorden

& Lips 1993).

En las tierras bajas amazónicas, el drenaje de los suelos, que determina en gran parte la

disponibilidad de oxigeno, en un factor determinante en la subdivisión de los ecosistemas y

paisajes.

Al interior de la cuenca amazónica, la diversidad de especies de plantas no es homogénea,

estudios en la Amazonia noroccidental a lo largo del piedemonte andino, han demostrado

que estos bosques son significativamente más ricos en especies que los bosques de la

Amazonia central (Gentry 1985, 1988ª; Valencia et al. 1994). Esta mayor riqueza en los

bosques de piedemonte de Ecuador y Perú, ha sido explicada en términos de teorías que

hacen alusión a factores de tipo hidrológico y geomorfológico o a factores de tipo

climático. Las familias: Fabaceae, Rubiaceae, Orchidaceae, Poaceae, Asteraceae,

Euphorbiaceae, Apocynaceae, Malvaceae, Bignoniaceae y Areacaeae, son las primeras 10

familias que contienen el mayor numero de géneros en la Amazonia Peruana y aportan el

41.1 % de la flora genérica; la familia Fabaceae es la que mas géneros tiene en la amazonia

y que a nivel del Perú, la familia con mayor número de géneros es Asteraceae, por lo tanto

Fabaceae es desplazado al cuarto lugar.

La valoración de los bosques con base en la información derivada de la etnobotánica

cuantitativa se aplica ampliamente para estimar el uso potencial de los bosques amazónicos

por la comunidades locales, sin embargo, casi todos estos intentos (Prance et al. 1987;

Boom 1989; Pinedo &Vasquez et al.1990, Sanchez & Miraña 1991; Phillips & Gentry

1993ab) fueron basados en datos de arboles y lianas los cuales representan solo el 10-25%

Page 56: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

56

de la diversidad de plantas vasculares en parcelas de bosque(Gentry & Dodson 1987;

Duivenvoorden 1994).

Levantamiento de los mercados para los productos vegetales no maderables contribuyen de

manera eficaz al aumento del conocimiento de la comercialización de dichos productos, en

especial se requiere de información de la situación local de los mercados amazónicos

(Broekhoven 1996).

Los bosques laterales y adyacentes a los ríos son de mayor aprovechamiento forestal de tipo

selectivo para las especies de valor comercial, ésta característica es similar casi en toda la

amazonía, las actividades de aprovechamiento de los recursos naturales sin el debido

control y conocimiento, constituyen amenazas permanentes en el deterioro del medio

ambiente.

Ante el creciente interés sobre el futuro de los bosques amazónicos como uno de los

grandes reservorios de biodiversidad del planeta la información sobre el uso diferencial de

especies y tipos de bosques constituye un aspecto básico de gran utilidad para la

implementación de políticas y programas de desarrollo armónico de los recursos.

Para mejor aprovechamiento de la cobertura vegetal, se requiere el conocimiento de las

especies que la conforman, las comunidades vegetales y sus adaptaciones, así como la

utilidad económica y científica del conjunto. Estas afirmaciones implican e imponen el uso

ordenado y adecuado sobre la base de un diagnóstico temático, interrelacionado con los

factores fisiográficos, hidrográficos, edafológicos y sociales en el contexto de la

Zonificación Ecológica Económica (ZEE), instrumento clave de información para la toma

de decisiones que posibiliten la conservación de los hábitats y ecosistemas, y el uso

sostenible de los recursos vegetales y naturales aplicando Planes de Manejo. Este reporte es

una continuidad de los estudios realizados por CDC-WWF.OPP (1999) sobre las

ecorregiones de Bosques Húmedos de la Amazonía Sur Occidental, y por el IIAP-WWF

OPP (1999) sobre el Río Amazonas y Bosques Inundables.

La información etnobotánica contenida en el presente estudio se obtuvo de la colaboración

con las dos comunidades involucradas (San Jacinto y San Regis) en la cuenca del rio

Page 57: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

57

Marañón, comunidades ubicadas en la Zona de Amortiguamiento de la Reserva Nacional

Pacaya y Samiria (RNPS).

La Zona de Amortiguamiento es el espacio externo al ámbito de la Reserva, definido para

minimizar la presión que se pudiera dar sobre los recursos del área y el impacto que sobre

la Reserva puedan causar las actividades humanas fuera del área. La administración del

área propiciará el desarrollo de actividades de ecoturismo, manejo y recuperación de

poblaciones de flora y fauna, concesiones forestales para aprovechamiento de productos

diferentes de la madera, incluyendo concesiones para ecoturismo y concesiones para

servicios ambientales.

La Zona de Amortiguamiento de la Reserva Nacional Pacaya Samiria comprende una franja

de aproximadamente 10 kilómetros de ancho que circunda al área, en la margen izquierda

del río Marañón, al norte de la Reserva y la margen derecha del río Ucayali al este. Se

amplía en el sector del Canal de Puinahua hasta el Ucayali con una extensión de 20 km.

Igual amplitud tiene en el sector oeste, en la divisoria de aguas y en el sector suroeste, a fin

de prevenir actividades humanas que pudieran afectar la calidad de las aguas que se

originan en este lugar.

2.- Área de estudio

El estudio se realizo en los bosques inundables de las comunidades de San Jacinto y San

Regis ubicadas en la Reserva Nacional Pacaya y Samiria.

La Reserva Nacional Pacaya Samiria se encuentra ubicada al Noreste del Perú.

Políticamente se ubica en la Región Loreto y comprende parte de las provincias de Alto

Amazonas, Ucayali, Loreto y Requena, con sus respectivos distritos.

La Reserva Nacional está limitada por el Marañón al norte, y por el Ucayali-Canal de

Puinahua al sur, entre ambos accidentes geográficos se localiza la depresión geológica

denominada UCAMARA (Ucayali-Marañón). Al interior se distinguen tres cuencas

hidrográficas, la del río Samiria, la del río Pacaya y la del río Yanayacu Pucate. Es notoria

Page 58: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

58

la existencia de numerosas quebradas, tipishcas y cochas. Caracterizan a estas cuencas los

marcados ciclos hidrológicos de creciente y vaciante que determinan la dinámica de la

llanura aluvial.

La Reserva Nacional fue establecida oficialmente en 1972 con una superficie de 1‟478.790

ha, superficie que fue ampliada en 1982 hasta los 2‟080,000 ha. (Decreto Supremo Nº016-

82-AG), representando aproximadamente el 6% de la Región Loreto y el 1.5% de la

superficie nacional.

Figura 1. Mapa de Ubicación de la zona de estudio

Pacaya Samiria es la Reserva Nacional más grande del Perú, con más de 2 millones de

hectáreas que albergan una alta diversidad biológica y una importante población humana

que hace uso de sus recursos. Constituye también el área de bosque inundable “várzea”

protegido más extensa de la Amazonía Peruana.

Page 59: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

59

Contexto Ecológico

La Reserva Nacional Pacaya Samiria, situada al este de la Cordillera de los Andes, en la

Amazonía, es uno de los diez humedales más importantes del Perú. Está formada por el

complejo sistema hidrográfico integrado por las cuencas bajas de los ríos Ucayali, Huallaga

y Marañón sobre la gran depresión geológica denominada “UCAMARA”. Uno de los

elementos más destacados de la Reserva es su hidrografía y la dinámica fluvial. Dos

grandes ríos la limitan, el Marañón por el norte, y el Ucayali-Canal de Puinahua por el sur.

Al interior se distinguen tres cuencas hidrográficas, la del Samiria, Pacaya y Yanayacu

Pucate. Es notoria la existencia de numerosas quebradas, tipishcas y cochas. Caracterizan a

estas cuencas los marcados ciclos hidrológicos de creciente y vaciante que determinan la

dinámica ecológica de esta área.

Pacaya Samiria ha sido llamada con justicia la “selva de los espejos”, ya que las aguas

oscuras de esta Reserva reflejan de manera excepcional los bosques y el cielo. Es un

sistema ecológico de varzea caracterizado por ríos grandes y pequeños, cochas y otros

cuerpos de agua permanentes, así como también por bosques inundados estacionalmente;

todo ello debido a niveles de agua variable: la creciente (entre octubre y abril) y la vaciante

(mayo y setiembre). (APECO – ECO Studien, 2005), El clima de la Reserva Nacional

Pacaya Samiria es típico de la región del bosque húmedo tropical, con una temperatura

media anual que varía de 20,1º C a 33,1º C, con precipitaciones medias anuales que varían

de 2 000 a 3 000 mm. (Bayley et al., 1992, citado por Rodríguez et al., 1995). La

precipitación se distribuye de tal manera que no hay una estación seca bien definida. La

precipitación generalmente supera la evapotranspiración y el balance hídrico mensual

indica una buena disponibilidad de agua. Existe una época de friaje, generalmente en el mes

de junio, debido a la presencia de masas de aire frío y seco que vienen de las regiones

polares del sur. La duración de este evento es de 3 a 5 días y se caracteriza por días

despejados y fríos. Las temperaturas mínimas pueden alcanzar entre 17 y 20ºC. (Marengo,

1998, citado en STCP-SUSTENTA. 2005).

Page 60: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

60

Flora

En la Reserva Nacional Pacaya Samiria se presentan 3 grandes unidades paisajísticas:

Llanura Aluvial Reciente, Llanura Aluvial Antigua o Subreciente y Colinas del

Cuaternario, en las que se distribuyen 15 comunidades vegetales o estratos (CDC-UNALM,

IIAP y FPCN, 1995; IIAP, 2000; CDC-UNALM, 1993; INRENA, 2000).

La Reserva presenta 22 especies de flora que se encuentran en algún grado de amenaza, ya

sea nacional o internacional, una en estado crítico (Celtis iguanaea) según la categorización

de especies amenazadas de flora silvestre (aprobada por Decreto Supremo Nª 043- 2006-

AG) y a nivel internacional (UICN y Convención sobre el Comercio Internacional de

Especies Amenazadas de Flora y Fauna Silvestre - CITES). De acuerdo a la clasificación

empleada por el CDC, UNALM (1993), las formaciones más importantes para la Reserva

por su extensión son los bosques inundables (26,7%) y los aguajales (densos 27,2% y

mixtos 9,9%).

La Reserva alberga 965 especies de plantas silvestres y 59 de plantas cultivadas, agrupadas

en 559 géneros y 132 familias, y provee de importantes especies de valor para la

alimentación, construcción, artesanía, leña y medicina; resalta el valor que tiene esta

Reserva para la protección de la diversidad biológica, justificado por la presencia de

inmensas extensiones de “Aguajales”. El aguajal es una comunidad vegetal dominada por

la palmera “aguaje” (Mauritia flexuosa L. f), encontrándose a veces en asociación con el

“huasaí” (Euterpe predatoria) y ocupa superficies extensas pudiendo estar alejada de las

masas de agua (Kalliola, 1993). Por otro lado, Kahn (1991) agrega un componente

fisiográfico a la definición, señalando que los bosques de aguajal son palmerales en

depresiones permanentemente inundadas, paralelos al lecho del río y en los que el substrato

arcilloso retiene la lluvia y el agua del río entra a estas depresiones sólo en tiempo de altas

inundaciones.

El CDC – UNALM (1993) definió dos tipos de aguajales: aguajales densos (cuya

composición era mayoritariamente Mauritia flexuosa L. f, y los aguajales mixtos (diferentes

Page 61: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

61

tipos de palmeras). En ambos casos la dinámica de este sistema se basa en el desarrollo de

la especie Mauritia flexuosa L. f, con mayor incidencia en la producción de los frutos del

aguaje ya que constituyen parte muy importante de la dieta de varias especies de fauna, que

a su vez permiten la regeneración de esta comunidad.

3.- Metodología

Mediante el conocimiento ancestral de los pobladores locales se ubicaron y establecieron

dos parcelas en los bosques inundables de las comunidades basándose principalmente en

los métodos descritos por Duivenvoorden Lips (1993), con dimensiones de 0.1 ha.

(20x50m), divididos en subunidades de 10 x 10 m para facilitar el inventario.

Figura 2. Apoyo local instalando la parcela de 20 x 50 m.

En la evaluación florística se registro la altura y el DAP de cada individuo, además de la

Page 62: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

62

parte taxonómica como familia, género y especie para aquellos individuos identificables en

el campo. Los individuos no identificados en el campo se procedieron a lo siguiente:

Figura 3. Tomando medidas del DAP de cada individuo

3.1.- Colección y Herborización de Muestras Botánica

Se siguió la metodología de colección y herborización de muestras botánicas.

Colección

De cada una de las especies no identificadas en el campo, se colecto una muestra botánica,

para ello se utilizo personal capacitado en colección de muestras botánicas. En el caso que

los arboles fueron muy altos y no se podía colectar las muestras se utilizaron los subidores

y equipo de seguridad y tijera telescópica respectivamente según sea el caso.

Page 63: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

63

Figura 4. Especialista colectando una muestra de más de 20 m de altura

Figura 5. Apoyo local colectando una muestra botánica utilizando la tijera telescópica

Page 64: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

64

Figura 6. Apoyo local mostrando una muestra colectada

Preservado

Las muestras fueron colocados en papel periódico, rotulados con un número de colecta

asignando a cada muestra el lugar de colecta y otros datos útiles para el especialista como

género y humedecidos con una solución AA (alcohol, agua), este proceso se realiza para

facilitar su transporte y evitar su deterioro.

Figura 7. Especialista en el proceso de preservado de las muestra botánicas

Page 65: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

65

Figura 8. Añadiendo solución AA (alcohol y agua)

Prensado

Las muestra se colocaron en papel periódico que fue intercalada con una combinación de

papel secante y calamina corrugada, se arma una pila sujetada con correas o cuerdas que

son colocados a los secadores.

Secado

Fueron secadas en el secador a una temperatura de 65 - 70º C, por un espacio de 72 horas

con una cocina a gas propano.

Identificación

La totalidad de las muestras fueron identificadas por los autores en el Herbarium

Amazonense de la Universidad Nacional de la Amazonía Peruana (UNAP) mediante

consultas bibliográficas y por comparación de las exícatas existentes.

Page 66: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

66

3.2. Fase de campo

Para realizar el inventario florístico de muestreo se establecieron 2 parcelas para ello se

constituyo un equipo de campo de 3 personas un Especialista a cargo del equipo, un técnico

conocedor de la metodología de trabajo y dos asistentes locales conocedores del la zona de

trabajo. Los conocedores locales nos condujeron por trochas y asistieron además en la

instalación de las parcelas así como en la colección de las muestras botánicas.

3.3.- Usos de especies

El registro de la información etnobotánica se hizo mediante entrevistas abiertas

semidirigidas (Alexiades 1996). Las entrevistas se hicieron in situ en las parcelas de

estudio, como en las dos comunidades a los ancianos conocedores del bosque. En estas

entrevistas se repetían ciertas preguntas etnobotánicas para cada uno de los individuos

encontrados y registrados en las parcelas de estudio, pero siempre dando importancia a las

nuevas ideas, puntos de vista o aportes complementarios en los usos de las especies que

surgen con el desarrollo de la entrevista, en ocasiones, al regreso a la comunidad después

del trabajo de campo, se consultaban las dudas surgidas con los informantes, o se ampliaba

la información recibida.

3.4.- Procesamiento de datos.

La primera etapa del procesamiento del trabajo de campo fue la identificación de

las muestras colectadas una vez realizado el secado de las muestras.

Una vez identificada todas las muestras botánicas colectas, se procedió a

introducir en una base de datos en una tabla de Excel, donde se indicaba el

numero de parcela, su ubicación, número de colecta, familia, género y especie,

adicionalmente también la altura y la circunferencia y los usos.

4.- RESULTADO

Page 67: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

67

Las llanuras de inundación tienen una superficie de 662.781,56 ha, esto representa el

30.43% del total de la superficie de la Reserva, estas desempeñan una función esencial para

el mantenimiento del stock pesquero y de la fauna en general asociada al medio acuático,

claves para la salud del bosque inundable. En la Reserva estos bosques constituyen los

humedales más importantes en el Nor Oriente Amazónico, por lo que la Reserva Nacional

Pacaya Samiria es considerada un sitio RAMSAR (humedal de importancia internacional

por ser hábitat de aves acuáticas).

En el presente estudio se registraron un total de 185 individuos de plantas pertenecientes a

42 especies distribuidos en 41 géneros agrupadas en 21 familias, en solo dos parcelas, lo

que indica que el incremento de otras especies estará en relación al establecimiento de más

parcelas en las otras unidades de vegetación de esta zona. Las familias más abundantes en

estos bosques inundables son Rubiaceae siendo la especie más representativa

Calycophyllum spruceanum, Polygonaceae con su especie representativa Triplaris

weigeltiana, Violaceae representada por Leonia glycycarpa, seguidas de las familia

Fabacee con Zygia juruana, Anonacea, Clusiacae, Moraceae, Sapindaceae, etc.

Otros estúdios en los bosques de planicie inundable dos especies de plantas son las más

representativas Calycophyllum spruceanum “capirona” y Triplaris weigeltiana “tangarana”

por su abundancia e importancia de uso para los pobladores de las comunidades del sector

del Mazan en la cuenca del Rio Napo. Asímismo en el sector de El Estrecho (río

Putumayo), se ha registrado 48 familias con 157 géneros y 243 especies, la familia con

mayor diversidad de géneros corresponde a la familia Fabaceae, con 24 géneros y 39

especies, las Arecaceas con 11 géneros y 15 especies y están distribuidas en las Terrazas

bajas, medias y altas, así como en las colinas bajas con ondulaciones pronunciadas que

varían desde ligera a fuertemente disectadas (Propuesta Final de Zonificación Ecológica

Económica del Sector Mazan – Estrecho 2004).

En esta época de vaciante de los ríos muy pocas plantas se encontraban con flores o frutos

al interior de las parcelas de los bosques inundables de San Regis y San Jacinto, lo cual está

Page 68: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

68

totalmente relacionado con la estación de vaciante y creciente de los ríos, preferentemente

debido a que muchas especies de plantas son fuente de alimento para los peces.

Page 69: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

69

Tabla. 1. Listado de especies en los bosques inundables

De acuerdo a la información recibida por nuestros informantes se pudo determinar las

categorías de usos de las especies botánicas presentes en la zona de estudio.

Combustible: a pesar de que en caso de emergencia cualquier especie leñosa se puede

emplear como combustible, los pobladores locales diferencian claramente entre la calidad

Page 70: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

70

de las especies, aquellas que producen buenas brasas para cocinar como Alchornea

schomburgkii (kerosene caspi), Calycophyllum spruceanum (capirona), otras que son de

mala calidad y solo se usarían en caso de emergencia Astrocaryum jauari (huiririma) y las

que contienen mucha agua en sus tejidos y no mantienen brasas como Cecropia

membranácea (cético).

Maderas para construcción: en esta categoría se incluyen a las especies que son fuente

de madera utilizadas en la construcción de casas, viviendas comunales, etc, entre ellas

destacan Triplaris susinambilis “tangarana colorada”, Xilopia nítida “espintana”, Duguetia

odorata “tortuga caspi”, Oxandra sphaerocarpa “yahuarachi caspi”, Himatanthus sucuuba

“bellaco caspi”, entre otras.

Maderas para aserrío: para los pobladores de estas dos comunidades pertenecientes a la

Reserva Nacional Pacaya y Samiria (San Regis y San Jacinto) esta diferenciada esta

categoría de uso para aquellas especies que se utilizan para aserrío para extracción de

tablas, “triplay” como Calycophyllum spruceanum (capirona), Maquira coriácea

“capinuri”, Parkia velutina, Parkia nítida “pashaco”, Cordia collococca “sacha Macambo”.

Alimentación humana: para esta categoría y para estos bosques son muy pocas las

especies que son utilizadas para la alimentación Myrciaria dubia “camu camu”, Inga sp.

“shimbillo”, Garcinia madruno “charichuelo”.

Alimentación para peces (carnada): como son bosques inundables muchas de las especies

de peces dependen de la fructificación de algunas especies de plantas, asimismo los

pobladores locales identifican aquellas especies que son útiles para su captura (pesca)

utilizando los frutos como carnada como Rinonea guianensis “timareo”, Leonia glycycarpa

“tamara”, Neea spruceana “palometa huayo”, Bactris ripari “ñejilla”.

Medicinal: existe un variado grupo de especies pertenecientes a múltiples familias que se

emplean con fines medicinales. Las espécies Cupania cinérea “yacuruna caspi”, Maquira

coriácea “capinuri”, Swartzia arborescens “icoja”, Spondias mombin “ubos”, Himatanthus

sucuuba “bellaco caspi”, los pobladores conocen plantas en estos bosques inundables para

Page 71: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

71

curar sus dolencias tradicionales.

Otros: en esta categoría y en este tipo de bosque se utiliza la especie Cecropia

membranácea (cético) para deslizar las canoas desde los ríos hacia las cochas cuando se

dirigen a la pesca, son utilizadas como rodillos ya que la corteza es muy deslizante lo que

facilita el desplazamiento de lo que se transporta por medio del bosque.

Trabajos similares se desarrollo en el Parque Nacional de Yasuni, en promedio, en cada

hábitat, más de la mitad de las especies se utilizaron en construcción o como combustible y

aproximadamente un tercio de ellas sirvieron como alimento para el hombre, alrededor del

15% de las especies se empelaron como plantas medicinales, para la elaboración de

utensilios de usos domestico o con fines culturales. En las categorías de herramientas de

caza y pesca, se reporto la menor proporción de especies útiles (Macia et al.2001).

Sin embargo estudios realizados en la zona del Medio Caqueta en la Amazonia Colombiana

en los bosques de plano inundable , es el tipo de bosque con el menor uso, en comparación

a los otros tipos de bosques muestreados, donde se determino la categoría de combustibles,

alimentación humana y construcción (Sánchez et al. 2001).

Mientras que los estudios realizados en las cuencas del rio Yaguasyacu y Ampiyacu en la

Amazonia Peruana demuestran que la mayoría de las especies registradas se usan con fines

de construcción, también son comunes las especies que se usan para la alimentación

humana y la categoría de otros usos, pocas especies se usan para combustible, el patrón de

uso por categoría fue muy semejante entre los tres tipos de bosques (García et al. 2001).

Page 72: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

72

5.- Conclusiones

En el presente estudio se registraron un total de185 individuos de plantas pertenecientes a

42 especies distribuidos en 41 géneros agrupadas en 21 familias, en solo dos parcelas,

comparativamente con la cuenca del rio Napo, se registraron 49 familias, 133 géneros y

201 especies de plantas en 8 unidades de muestreo, donde se instalaron 12 parcelas

(Vargas, 2012).

Las familias más abundantes en estos bosques inundables son Rubiaceae siendo la especie

más representativa Calycophyllum spruceanum, Polygonaceae con su especie

representativa Triplaris weigeltiana, Violaceae representada por Leonia glycycarpa,

seguidas de las familia Fabacee con Zygia juruana, Anonacea, Clusiacae, Moraceae,

Sapindaceae, etc., por otro lado en un estudio realizado en la cuenca del río Mazán las

familias más representativas fueron Fabacaeae, Moraceae, Euphorbiacaea y Arecaceae

(Vargas, 2012). Otros estudios similares en la cuenca del río Mazán, se obtuvieron registros

de 33 familias, 93 géneros y 128 especies, distribuidas en terrazas bajas, medias y altas con

diferentes grados de disección que varían desde ligera a moderada, la familia más diversa

es la Euphorbiaceae seguidas de la familia Fabaceae y Annonaceae (Propuesta Final de

Zonificacion Ecologica Economica del Sector Mazan – Estrecho 2004).

En el presente estudio se determino las siguientes categorías: combustibles, madera para

construcción, maderas para aserrío, alimentación humana, alimentación para peces,

medicinal y otros.

Del mismo modo otros estudios como los realizados en el Parque Nacional de Yasuni en

promedio en cada hábitat, más de la mitad de las especies se utilizaron en construcción o

como combustible, En las categoría de herramientas de caza y pesca, se reporto la menor

proporción de especies útiles (Macia et al.2001). En la zona del Medio Caquetá en la

Amazonia Colombiana en los bosques de plano inundable, es el tipo de bosque con el

menor uso en comparación a los otros tipos de bosques muestreados, donde se determino la

categoría de combustibles, alimentacion humana y construcción (Sánchez et al. 2001). En

las cuencas del rio Yaguasyacu y Ampiyacu en la Amazonia Peruana son comunes las

especies que se usan para la alimentación humana y la categoría de otros usos, pocas

Page 73: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

73

especies se usan para combustible, el patrón de uso por categoría fue muy semejante entre

los tres tipos de bosques (García et al. 2001).

6.- Bibliografías

APECO Y ECO Studien. 2006. “Informe del primer monitoreo en la Reserva Nacional

Pacaya Samiria”. 663 pp. Lima-Perú.

Boom, B. 1989. Use of plant resources by the Chácobo. Advances in Economic Botany

7:78-96.

Broekhoven, G. 1996 Non-timber Forest Products: ecological and economic aspects of

exploration in Colombia, Ecuador y Perú. IUCN, Gland.

CDC UNALM/WWF OPP. 1999. Bosques húmedos Amazonía sur occidental. Centro de

Datos para la Conservación, Universidad Nacional Agraria La Molina (CDC UNALM) &

Fondo Mundial para la Naturaleza (World Wildlife Fund), Oficina Programa Perú (WWF

OPP). Lima, Perú.

CDC, UNALM., 1993. “Evaluación Ecológica de la Reserva Nacional Pacaya –

Samiria”.123Fundación Peruana para la Conservación de la Naturaleza. The Nature

Conservancy. Lima-Perú.

CDC, UNALM, IIAP, FPCN. 1995. “Evaluación del uso y capacidad de la tierra y de los

recursos naturales de la Reserva Nacional Pacaya-Samiria”. Volumen II p. 115

Continental-scale patterns of canopy tree composition and function across Amazonia.

Nature 443:444-447.

Duivenvoorden, J.F. 1994 Vascular plant species counts in the rain forest of the middle

Caquetá area, Colombia Amazonia. Biodiversity and Conservation 3:685-715.

Page 74: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

74

Duivenvoorden, J.F. 1995 Tree species composition and rain forest- environment

relationships in the middle Caquetá Area. Colombia, NW. Amazonia. Vegetation 120:91-

113.

Duivenvoorden, J.F. 1996 Patterns of tree species richness in rain forest of the middle

Caquetá area, Colombia, NW Amazonia. Biotropica 28(2):142-158

Duivenvoorden, J.F. &Lips, J.M. 1993 Ecología del paisaje del Medio Caquetá. Memoria

explicativa de los mapas. Estudio en la Amazonia Colombiana, Vol. III. Tropenbos-

Colombia, Santa Fe de Bogotá.

Duivenvoorden, J.F. & Lips, J.M. 1995 A land- ecological study of soils, vegetation and

plant diversity in Colombia Amazonia.Tropenbos Series 12. The Tropenbos Foundation,

Wageningen.

Duivenvoorden, J.F. & Lips, J.M. 1998 Mesoscale patterns of tree species diversity in

Colombia Amazonia. En: Dallmeir, F. &Komiskey, J. (Eds): Forest Biodiversity in North,

Central and South America, and the Caribbean: Research and Monitoring, pp. 539-554. The

Parthenon Publishing Group, Camforth& UNESCO, Paris.

Encarnación, F. 2004. Propuesta de Mesozonificación Ecológica Económica en las cuencas

de los ríos Pastaza y Morona.

Gentry, A.H. 1985 Plant distribution and diversity patterns in Amazonian Perú. Natl

Georg. Soc. Res. Rep. 10:245-252.

Gentry, A.H. 1988a Changes in plant community diversity and floristic composition on

environmental and geographical gradients. Annala of the Missouri Botanical Graden 75:1-

34.

Gentry, A.H. 1988b Tree species richness of upper Amazonia forests. Proceedings of the

National Academy of Sciences USA 85:156-159.

Gentry, A.H. & Dodson, C. 1987 Contribution of nontrees to species richness of a tropical

rainforest. Biotropica 19:149-156.

Page 75: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

75

Grenand, P. 1992 The use and cultural significance of the secondary forest among the

Wayapiindians. En: Plotkin, M. &Famolare, L. (Eds): Sustainable harvest and marketing of

rain forest products, pp. 27-40. Island Press, Washington.

IIAP/WWF OPP. 1999. Proyecto Ecorregión de bosques inundables y ecosistemas

acuáticos de várzea e igapó (Ecorregión de humedales amazónicos). Informe Final. Iquitos,

Perú. Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP) & Fondo Mundial para la

Naturaleza (World Wildlife Fund), Oficina Programa Perú. Iquitos, Perú. Tipog. 161 pp. +

7 anexos.

IIAP. 2000a. “Georeferenciación de la Reserva Nacional Pacaya-Samiria. Proyecto

“Manejo de Áreas Naturales Protegidas de la Amazonía Peruana”. Ministerio de

Agricultura – INRENA. 29 p.

INRENA, 2000. “Plan Maestro de la Reserva Nacional Pacaya Samiria”. Instituto Nacional

de Recursos Naturales.153 pp. Iquitos-Perú.

KAHN, FRANCIS; MEJIA, K; 1991. “Las Comunidades de palmeras en los ecosistemas

forestales inundables de la Amazonia Peruana”. En: Folia Amazonica Vol. 3. Nº 3. Pp 49-

60. Iquitos-Perú.

Kalliola, R., Puhakka, M. &Danjoy, W. (Eds) 1993 Amazonia Peruana: vegatacion húmeda

tropical en el llano subandino. Proyecto Amazonia, Universidad de Turku (PAUT) y

Oficina Nacional de Evaluación de Recursos Naturales (ONERN), Jyvaskyla.

Nepstad, D.C. 1992 The challenge of non-timber forest product extraction.Advances in

Economic Botany 9:143-146.

Marengo, J. 1998. Climatología de la zona de Iquitos, En: Kalliola, R. & Flores, P (Eds):

Geoecología y Desarrollo Amazónico, pp 35-57.

Phillips, O. & Gentry, A.H. 1993a The useful plants of Tambopata, Perú: I. Statistical

hypothesis test with a new quantitative technique. Economic Botany 7(1):15-32.

Page 76: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

76

Phillips, O. & Gentry, A.H. 1993b The useful plants of Tambopata, Perú: II. Additional

hypothesis testing in quantitative ethnobotany. Economic Botany 47(1):33-43.

Phillips, O., Gentry, A.H., Reynel, C., Wilkin, P. & Galvez-Durand, C. 1994 Quantitative

ethnobotany and Amazonian conservation. Conservation Biology 8(1):225-248.

Pinedo- Vasquez, M., Zarin, D., Jipp, P. &Chota-Inuma, J. 1990. Use values of tree species

in a comunal forest reserve in northeast Perú. Conservation Biology 4:405-416.

Prance, G.T., Balée, W., Boom, B. M. &Carnerio, R.L. 1987 Quantitative ethnobotany and

the case for conservation y Amazonia. Conservation Biology 1:296-310.

Rodríguez,F.; Rodríguez, M. y P, G. Vásquez 1995. “Realidad y Perspectivas: La Reserva

Nacional Pacaya Samiria”. Pro Naturaleza, Lima - Perú.

Saliuck, J. 1992 Forest products and natural forest management within the peace park

buffer zone, Nicaragua. En: Miller, F.R. & Adam, K.L. (Eds): Wise management of

tropical forest. Proceedings of the Oxford, conference and tropical forests 1992, pp. 235-

242.University of Oxford, Oxford.

Sánchez, S.M. & Miraña, P. 1991 Utilización de la vegetación arbórea en el medio

Caquetá: 1. El árbol dentro de las unidades de la tierra, un recurso para la Comunidad

Miraña. Colombia Amazonica 5(2): 69-98.

Tersteege, H., N. C. A. Pitman, O. L. Phillips, J. Chave, D. Sabatier, A. Duque, J-. F.

Molino, M-. F. Prevóst, R. Spichiger, H. Castellanos, P. von Hildebrand, and R. Vásquez.

2006.

Tuomisto, H., Ruokolainen, K., Kalliola, R., Linna, A., Danjoy, W. & Rodriguez, Z. 1995.

Dissecting Amazonia Biodiversity. Science 269:63-66.

Valencia, R., Balslev, H. & Paz y Miño, G. 1994. High treealph diversity in Amazonian

Ecuador. Biodiversity and Conservation 3:21-28.

Anexo

Page 77: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

77

Inventario florístico en la sitios de muestreo – San Jacinto y San Regis

N° de

de

individuo

o

Familia

a

Especie

e

DAP

P

(cm)

)

Altura

a

(m)

)

Nombre Comun

Comun

Usos

s

Categoria

a

1 Celastraceae

e

Maytenus macrocarpa 6.5 6 chuchuashi

i

corteza para la diarrea

diarrea

medicinal

l

2 Nyctaginaceae

e

Neea spruceana 11 8 palometa huayo

huayo

los frutos, para la pesca

pesca

carnada

a

3 Moraceae

e

Maquira coriacea 120 30 capinuri

i

latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay

triplay

medicinal y aserrio

aserrio

4 Rubiaceae

e

Calycophyllum spruceanum 104 28 capirona

a

construccion de casas

casas

, elaboracion de tablas y para leña

leña

construcción

n

5 Violaceae

e

Rinonea guianensis 14.5 11 timareo

o

alimento para peces

peces

alimento

o

6 Fabaceae

e

Zygia juruana 11 7 shimbillo

o

leña

a

7 Clusiaceae

e

Garcinia madruno 2.5 4 charichuelo

o

frutos comestibles

comestibles

alimento

o

8 Fabaceae

e

Senna macrophylla 8.6 9 retamilla

a

9 Bombacaceae

e

Psedobombax munguba 7.9 7 punga

a

tallos para piso, corteza para reomatismo

reomatismo

construcción

n

10 Clusiaceae

e

Garcinia madruno 5.5 6 charichuelo

o

frutos comestibles

comestibles

alimento

o

11 Violaceae

e

Gloeospermum sphaerocarpum 7.4 5 tamarilla

a

12 Clusiaceae

e

Garcinia madruno 3.6 5 charichuelo

o

frutos comestibles

comestibles

alimento

o

13 Nyctaginaceae

e

Neea spruceana 8.9 7 palometa huayo

huayo

los frutos, para la pesca

pesca

carnada

a

14 Violaceae

e

Leonia glycycarpa 11 6 tamara

a

frutos para pesca

pesca

carnada

a

15 Violaceae

e

Leonia glycycarpa 12 7 tamara

a

frutos para pesca

pesca

carnada

a

16 Malvaceae

e

licanea paniculata 20.5 12 17 Fabaceae

e

Zygia juruana 15.9 8 shimbillo

o

leña

a

18 Moraceae

e

Maquira coriacea 122 35 capinuri

i

latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay

triplay

medicinal y aserrio

aserrio

19 Euphorbiaceae

e

Drypetes amazonica 30 25 yutubanco

o

maderable

e

aserrío

o

20 Fabaceae

e

Zygia juruana 38 18 shimbillo

o

leña

a

21 Anacardiaceae

e

Spondias mombin 13.3 10 ubos

s

corteza para mujeres que dieron a luz, frutos comestibles

comestibles

medicinal y alimento

alimento

22 Arecaceae

e

Bactris ripari 2 5 ñejilla

a

frutos alimento para peces

peces

alimento

o

23 Arecaceae

e

Bactris ripari 2 6 ñejilla

a

frutos alimento para peces

peces

alimento

o

24 Arecaceae

e

Bactris ripari 2 7 ñejilla

a

frutos alimento para peces

peces

alimento

o

25 Arecaceae

e

Bactris ripari 2 5 ñejilla frutos alimento para peces alimento 26 Arecaceae Bactris ripari 2 6 ñejilla frutos alimento para peces alimento 27 Arecaceae Bactris ripari 2 4 ñejilla frutos alimento para peces alimento 28 Arecaceae Bactris ripari 2 6 ñejilla frutos alimento para peces alimento 29 Arecaceae Bactris ripari 2 5 ñejilla frutos alimento para peces alimento 30 Arecaceae Bactris ripari 2 5 ñejilla frutos alimento para peces alimento 31 Apocynaceae Himatanthus sucuuba 35 28 bellaco caspi recina para tumores medicinal 32 Bombacaceae Psedobombax munguba 8 7 punga tallos para piso, corteza para reomatismo y para amarrar las

crisnejas construcción 33 Annonaceae Xilopia nitida 15 10 espintana vigas para contruccion construcción 34 Euphorbiaceae Alchornea schomburgkii 20 13 kerosene caspi leña 35 Rubiaceae Alibertia pilosa 5.4 5 caimitillo del bajo leña 36 Rubiaceae Alibertia pilosa 6.5 5 capironillo, pihuri caspi leña 37 Clusiaceae Garcinia madruno 12.9 9 charichuelo frutos comestibles alimento 38 Polygonaceae Symmeria paniculata 9 9 tangarana negra 39 Sapindaceae Cupania cinerea 13 10 yacuruna caspi corteza para la diarrea y el reomatismo medicinal 40 Euphorbiaceae Alchornea schomburgkii 37 12 kerosene caspi leña 41 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 20 15 capirona construccion de casas , elaboracion de tablas y para leña construcción 42 Fabaceae Parkia velutina 22 17 pashaco maderable aserrío 43 Euphorbiaceae Podocalyx loranthoides 12.1 8 huacamayo caspi maderable aserrío 44 Euphorbiaceae Drypetes amazonica 7.5 5 yutubanco maderable aserrío 45 Euphorbiaceae Drypetes amazonica 6 6 yutubanco maderable aserrío

Parcela 1

Page 78: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

78

94 Sapindaceae Cupania cinerea 14.7 10 yacuruna caspi corteza para la diarrea medicinal

95 Violaceae Leonia glycycarpa 6.8 5 tamara frutos para pesca carnada

96 Myrsinaceae Stylogyne longifolia 7.2 5 vino huayo

97 Annonaceae Xilopia nitida 24.3 15 espintana vigas para contruccion construccion

98 Bombacaceae Matisia dolichopoda 38 15 sapotillo

99 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 11.8 7 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

100 Annonaceae Xilopia nitida 23 16 espintana vigas para contruccion construcción

101 Violaceae Leonia glycycarpa 8 5 tamara frutos para pesca carnada

102 Nyctaginaceae Neea spruceana 9.6 6 palometa huayo los frutos, para la pesca carnada

103 Nyctaginaceae Neea spruceana 8 5 palometa huayo los frutos, para la pesca carnada

104 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 27.6 18 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

105 Violaceae Leonia glycycarpa 20.3 8 tamara frutos para pesca carnada

106 Fabaceae Inga sp. 34 12 shimbillo comestible

107 Violaceae Leonia glycycarpa 8 4 tamara frutos para pesca carnada

108 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 19.8 12 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

109 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 19 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

110 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 24.7 20 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

111 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 9.5 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

112 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 19 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

113 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 18 15 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

114 Fabaceae Parkia velutina 45 10 pashaco maderable aserrío

115 Bombacaceae Matisia dolichopoda 30.2 18 zapotillo

116 Arecaceae Astrocaryum jauari 19 15 huiririma

117 Sapindaceae Cupania cinerea 16.4 7 yacuruna caspi corteza para la diarrea medicinal

118 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 11.6 8 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

119 Violaceae Rinonea guianensis 16.3 10 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

120 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 14 10 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

121 Annonaceae Xilopia nitida 39.6 19 espintana vigas para contruccion construcción

122 Lecythidaceae Eschweilera juruensis 10.6 6 machimango madera para construccion construcción

123 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 27 18 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

124 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 10.6 9 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

125 Annonaceae Xilopia nitida 23.7 18 espintana vigas para contruccion construcción

126 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 17 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

127 Myrtaceae Myrciaria dubia 4.6 4 camu camu frutos comestibles alimento

128 Myrtaceae Myrciaria dubia 4.5 4 camu camu frutos comestibles alimento

129 Rubiaceae Randia sp. 5 5 limoncillo

130 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 17 13 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

131 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 17.6 10 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

132 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 41.8 10 capinuri latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay medicinal y aserrío

133 Annonaceae Xilopia nitida 25 20 espintana vigas para contruccion construcción

134 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 21.6 10 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

135 Rubiaceae Randia sp. 7 3 limoncillo

136 Violaceae Rinonea guianensis 9.8 7 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

137 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 15 14 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

138 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 18 13 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

139 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 19.7 14 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

140 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 25.6 24 capinuri latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay medicinal y aserrio

141 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 11.6 10 capinuri latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay medicinal y aserrio

142 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 16 13 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

Page 79: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

79

143 Boraginaceae Cordia collococca 7 6 sacha macambo madera aserrable aserrio

144 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 15 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

145 Fabaceae Swartzia arborescens 38.7 20 icoja corteza para mujeres que dieron a Luz medicinal

146 Polygonaceae Triplaris weigeltiana 7 4 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construccion

147 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 44.4 30 capinuri latex para las hernias, el tallo elaboracion de triplay medicinal y aserrio

148 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 18 13 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

149 Annonaceae Oxandra sphaerocarpa 33 18 tortuga caspi vigas para contruccion construcción

150 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 12 10 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

151 Bombacaceae Matisia dolichopoda 48.6 18 sapotillo

152 Violaceae Leonia glycycarpa 10.6 6 tamara frutos para pesca carnada

153 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 26 19 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

154 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 13 13 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

155 Nyctaginaceae Neea spruceana 10 5 palometa huayo los frutos, para la pesca carnada

156 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 21 17 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

157 Bombacaceae Psedobombax munguba 14 8 pungatallos para piso, corteza para reomatismo y para amarrar las

crisnejasconstrucción

158 Violaceae Rinonea guianensis 17 16 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

159 Rubiaceae Randia sp. 7 6 limoncillo

160 Violaceae Rinonea guianensis 18.6 15 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

161 Violaceae Rinonea guianensis 27 19 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

162 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 22 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

163 Violaceae Rinonea guianensis 23 25 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

164 Rubiaceae Randia sp. 6.3 3.5 limoncillo

165 Rubiaceae Randia sp. 5 4 limoncillo

166 Violaceae Leonia glycycarpa 8 5 tamara frutos para pesca carnada

167 Rubiaceae Randia sp. 4 3 limoncillo

168 Euphorbiaceae Alchornea latifolia 9.2 9 lisa caspi frutos para pesca carnada

169 Polygonaceae Triplaris susinambilis 18 13 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

170 Polygonaceae Triplaris susinambilis 12 10 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

171 Soliciaceae Factis carpinb 18 13 timareo construccion y zeñuelo construcción y carnada

172 Violaceae Lionia glycyiorfa 9 7 tamara frutos para pesca carnada

173 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 36.8 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

174 Rubiaceae Randia sp. 6 3 limoncillo

175 Violaceae Lionia glycyiorfa 9.6 6 tamara frutos para pesca carnada

176 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 13 16 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construccion

177 Violaceae Lionia glycyiorfa 9.3 8 tamara frutos para pesca carnada

178 Fabaceae Parkia nitida 28 12 pashaco

179 Rubiaceae Calycophyllum spruceanum 28.5 15 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

180 Violaceae Lionia glycyiorfa 9.4 9 tamara frutos para pesca carnada

181 Rubiaceae Randia sp. 6 5 limoncillo

182 Violaceae Lionia glycyiorfa 4 3.5 tamara frutos para pesca carnada

183 Boraginaceae Cordia collococca 9 6 sacha macambo madera aserrable aserrío

184 Polygonaceae Triplaris susinambilis 29.8 20 tangarana colorada construccion de casas para las vigas y soleras construcción

185 Rubiaceae Randia sp. 6.4 4 limoncillo

Page 80: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

80

CAPÍTULO II- VÁRZEAS PERUANAS

II.2- DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO

I.- Introducción

Teniendo en cuenta los términos de referencia del Proyecto, y el objetivo general de esta

consultoría; la caracterización de los parámetros socio-económicos en los sitios piloto

elegidos (Población de San Regis y San Jacinto) en el Rio Marañon, se elabora este

documento técnico con la finalidad de proveer información detallada de los lugares,

metodología aplicada, incidentes e insumos usados como medios de investigación que

constituyen el medio de relacionamiento con El objeto. La metodología especifica o medios

de recopilación para abordar al objeto de estudio, tuvieron como interés principal conocer;

la caracterización del modo de producción de la familia en los sitios de estudio, de la

distribución del ingreso en los escenarios familiares y las relaciones de género / actividades

de generación y económica. Los medios de investigación se basaron principalmente en tres

herramientas etnográficas; las entrevistas abiertas, focus group y aplicación de encuestas

cerradas, estas desarrolladas y aplicadas a los diferentes grupos de interes presentes en las

poblaciones de San Regis y San Jacinto. Este trabajo de campo se realizó entre los meses de

julio y agosto del 2013. Los grupos involucrados para el estudio fueron representantes y

participantes de las diferentes actividades económicas y sociales de la zona de estudio,

asimismo también se involucró a líderes de opinión y autoridades políticas de la zona. Se

consiguieron y desarrollaron 6 entrevistas, 2 focus group (30 participantes) y se aplicaron

176encuestas individuales. Este documento intentara ordenar el proceso o medios de

investigación usados mediantes las siguientes partes: Objetivos, Planeación y capacitación,

metodología: proceso; ejecución de campo e incidencias e integración de resultados:

alcances del trabajo de campo.

Page 81: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

81

II.- Objetivos

II.1.- Objetivo general:

Realizar el reconocimiento de campo de la zona de estudio e informar sobre lãs actividades

a realizar en campo y aplicar herramientas etnográficas a la población relacionada a las

actividades sociales y económicas en los Centros Poblados de San Regis y San Jacinto.

II.2.- Objetivos específicos

- Posicionar el trabajo de campo encargado por el proyecto e informar sobre las actividades

y solicitar apoyo a los trabajos de levantamiento de información.

- Desarrollar entrevistas semis estructuradas a líderes, autoridades políticas y personajes

destacado de la actividad social y económica local.

- Desarrollar Grupos Focales (Focus groups), con representantes de lãs diversas actividades

económicas (hombres y mujeres)

- Aplicar encuestas cerradas a la población económicamente activa en La zona de estudio.

III.- Planeación y capacitación

Aunque las poblaciones objeto de estudio, son relativamente pequeñas requirió um diseño

de intervención muy bien pensado por dos razones; la primera porque en La zonas de

estudios intervienen pequeños proyectos de ONGs y asimismo El gobierno central viene

desarrollando censos nacionales específicos en estas épocas (censo; agrícola, escolar, de

vivienda, etc), y las poblaciones están saturadas y confundidas con tan continuas visitas y

aplicación de instrumentos de recojo o extracción de información. La segunda porque

aunque las poblaciones piloto; San Regis y San Jacinto, son cercanas pero disimiles en

estructura, costumbres y prácticas sociales y económicas. Se requirió para esto visitar a

especialistas o científicos sociales que ya intervinieron en la zona y aprender de sus

reflexiones y experiencia producto de su trabajo. Para implementar La intervención se vio

conveniente contar con un “enlace local”, que permita la rápida integración a los grupos de

interés y aceptación y apoyo de las autoridades locales a nuestra visita. Además se

seleccionaron a 3 alumnas de los últimos ciclos de las carreras sociales y ambientales de las

universidades de Iquitos, com experiencia en recojo de información social en campo, para

Page 82: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

82

la aplicación de lãs encuestas y por ultimo un revisor-sistematizador, que corrobora la

información y

procesara la información de campó. Las entrevistas y focus group, fueron desarrolladas por

el Consultor, quien también cumplió la función de coordinador de campo.

III.1.- Capacitación

Las capacitaciones se vino dando desde antes del arribo a la ciudad de Iquitos, proveyendo

información bibliográfica referente a la actividad etnográfica y SUS herramientas de

estudio, los encuestadores recibieron además dos sesiones de capacitación donde se

explicaron la importancia del OTCA y su proyecto, así como los objetivos de la consultoría

y su función dentro de ella. Se revisaron conceptos y prácticas sobre entrevistas y

encuestas, El Enlace Local, tuvo sesiones propias donde se establecieron las pautas para la

acreditación y alcance del trabajo de campo, además protocolos para la resolución de

conflictos, si es que se originaba por una inadecuada percepción del trabajo de los

encuestadores y otros en La localidad.

III.2.- Diseño para la intervención en campo

El difícil acceso (altos costos) y las difíciles condiciones de permanencia en las zonas de

trabajo, establecían una condicionante para realizar visitas prolongadas en caseríos como

San Jacinto, la cual no garantizaría obtener muestras (170 como Nro. de encuestados como

mínimo) representativas recomendables estadísticamente con bajo margen de error y un

nivel de confianza alto. Pero tomando la información previa recogida durante las

entrevistas y Focus Group, a segmentos decisores y representativos de las actividades

socioeconómicas, se pudo establecer una operación de campo más eficiente. Se organizó

una brigada de encuestadores, conformada por 3 entrevistadoras y un enlace local, que

realizarían visitas sistemáticas y ordenadas para aplicar las encuestas al cabeza de familia

en las zonas de estudio, que previamente fueran coordinados por La autoridad y el enlace

de campo. El trabajo de campo “encuestas” se inició en La localidad con menos población,

esto para permitir un proceso de aprendizaje y adecuación sin jornadas tan largas, para

espaciar los momentos de evaluación, luego la brigada pasaría a San Regis, donde existe

mayor variedad de actores y El desplazamiento es mayor. Para los Focus Groups y

Page 83: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

83

entrevistas a personas claves, el enlace local cumpliría una labor de bisagra y generación de

confianza parentablar el contacto y ánimo para involucrarse a la charla en la entrevista y

aportes con participación activa en la dinámica del Focus Group. De esta forma se

establecieron los planes de trabajo-cronograma para la brigada, proyectando um total de 6

días de campo para el posicionamiento del trabajo de la consultoría, entrevistas y Focus

Group, también para la aplicación de las encuestas se programó 5 días de campo.

IV.- Metodología

Los medios de investigación para abordar y relacionarse con el objeto de estudio,

se basaron en las siguientes herramientas etnográficas;

IV.1.- La entrevista

En una herramienta, donde se selecciona al entrevistado y accede a la reunión, y se realiza

bajo un guión de preguntas para conocer la opinión y testimonios sobre un tema en especial

o sobre su experiencia de su actividad social y econômica (para este caso semiestructurada)

del entrevistado.

IV.2.- El Focus Group

Está técnica se adecua al contexto porque, permite obtener una visión común Del tema en

cuestión, asimismo permite recoger las reflexiones y percepciones de los diferentes actores

bajo la influencia del grupo. Tradicionalmente es mas a fin a lãs costumbres locales, es una

forma de recojo de información muy practicada por poblaciones rurales para sus procesos

locales. Permite también recoger mayor información en menos tiempo.

IV.3.- Encuesta (cerrada)

La encuesta es una técnica cuantitativa que consiste en una investigación realizada sobre

una muestra de sujetos, representativa de un colectivo más amplio que se lleva a cabo en el

contexto de la vida cotidiana, utilizando procedimientos estandarizados de interrogación

con el fin de conseguir mediciones cuantitativas sobre una gran cantidad de características

objetivas y subjetivas de la población.

Page 84: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

84

Para este caso se usara una encuesta cerrada. Aunque esta herramienta no está

bien considerada como etnográfica por lo “cuantitativo”, se usa por la capacidad

de medir una característica, en grandes grupos. Su desventaja es la poca

profundidad en un tema, pero extrapolando resultados con las otras herramientas

como; entrevistas y grupos focales se profundiza el estudio.

V.- Proceso

El proceso, es la ejecución en campo según el planeamiento establecido y las

variaciones y adecuación tomando en cuenta las incidencias.

V.1.- Ejecución de campo

La ejecución de la aplicación de los cuestionarios (encuestas), se desarrollaron según lo

planeado, y teniendo en cuenta la necesidad de alcanzar en los puntos muéstrales el número

de muestra requerida según el dato censal e información previa de gabinete y entrevista a

autoridades, se tuvo el siguiente cuadro resultado en campo:

Punto/muestra

(localidad) Población prioriz.(PEA) Muestra representativa Nivel de confia %

San Jacinto 146 30 85

San Regis 1129 141 90

Ya que, el trabajo esta direccionado a un estudio socioeconómico, se tomó La decisión de

priorizar a la población del PEA, que viene a significar un 60% de La población total para

para Loreto (INEI, censos 2007), teniendo en cuenta esto se calculó del total de la

población un 40% menos en las localidades estudiadas o muestreadas para obtener la

muestra representativa. Asimismo se estableció que; en el hogar donde se presente ambas

cabezas de familia (hombre y mujer) se priorizaría la mujer para aplicarle el cuestionario,

ya que por lo general era más común encontrar a un varón como cabeza de familia y

predispuesto a participar en la encuesta.

Page 85: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

85

La aplicación de las encuestas fue en días de la semana laborable y de descanso (miércoles

a Domingo) en diversos horarios lo que permitió tener una buena representatividad de la

población de los diversos sexos, edades y actividad social y económica solicitados en el

estudio. Las entrevistas se dieron con líderes, autoridades y personas representativas de las

actividades sociales y econômicas de la localidad. Para los Focus Group, se solicitó que la

autoridad más representativa (alcalde o Apu), convoque a una reunión, priorizando la

diversidad de actores de a las diferentes actividades humanas de la localidad.

V.2.- Incidencias

El aspecto salud, en la brigada de encuestadores, determino un obstáculo para poder

obtener un mayor número en la muestra estudiada en cada localidad, casi todos los

miembros desarrollaron gripe con fiebre durante el primer día, después de asistir al Centro

Medico de San Regis, hubo una mejora considerable y pudieron continuar, con jornadas

más largas y temprano para concluir con El objetivo. En la Localidad de San Jacinto, se

puso en manifiesto las rivalidades entre dos grupos de interés de la localidad, las

autoridades políticas como el teniente alcalde y el agente municipal, en primera instancia

no permitieron que se continue con las encuestas, argumentando que no se había hecho las

coordinaciones necesarias con las instituciones que ellos representan y que no era válido

que solamente se realicen con el grupo organizado de manejadores de cochas “Los Tigres

Negros”, grupo que posee mucha influencia sobre la población local, por los logros y

beneficios económicos de su actividad. El asunto fue superado, con La explicación

respectiva y luego accedieron al cuestionario. Ambas autoridades estaban presentes en las

reuniones previas y Focus Group, y tenían El conocimiento necesario, pero los conflictos

entre ambos grupos se manifiesto mediante la obstaculización del trabajo. De la misma

forma el desconocimiento, de algunos comuneros encuestados em San Jacinto, amplio el

tiempo de la encuesta (40 minutos aproximadamente), lo que incidió en un menor número

de encuestados en esta localidad. En San Regis existió, mucha expectativa con respecto a la

aplicación de lãs encuestas, en un primer momento se pensó que, los encuestados serían

automáticamente involucrados en los beneficios del Proyecto, aunque se hicieron las

aclaraciones respetivas, esto favoreció a una mayor predisposición y rapidez para la

aplicación de las encuestas en esta localidad.

Page 86: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

86

En general el transporte limitado y poca oferta adecuada de alimentación y hospedaje fue

siempre una limitante para el buen ánimo de la brigada.

VI.- Información obtenida por localidad (resultados de campo)

VI.1.- San Regis

Se desarrollaron 05 entrevistas, entre los participantes están;

- El Comisario de la delegación policial

- Lideresa y directiva de la Asociaron de Créditos y Ahorros

- El Alcalde del Distrito

- El Juez de Paz

- Propietario de una bodega y hospedaje

En el Focus Group participaron 24 personas representando a;

- Autoridades

o Teniente Gobernador

o Comisario

- Actividades sociales y económicas

o Madereros

o Club de madres

o Comerciantes ambulantes

o Agricultores

o Asociación de Ahorro y Crédito

o Pesca

o Comercio de combustibles

o Madres de familia (APAFA)

Resultado

Punto/muestra (localidad) Población priorizada hombres mujeres

San Regis 1129 141 81 60

Page 87: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

87

VI.1.- San Jacinto

Se desarrollaron 05 entrevistas, entre los participantes están;

- El Apu de la Comunidad

- Coordinadora de un proyecto (control de la natalidad)

- Presidente de los “Tigres Negros”

- Líder local

- Director de la escuela primaria

En el Focus Group participaron 24 personas representando a;

- Autoridades

o Agente Municipal

o Apu de la CCNN

o Teniente Gobernador

o Presidente de APAFA

- Actividades sociales y económicas

o Religión - Iglesia católica

o Artesanos

o Pesca (manejadores de cochas)

Resultado

Punto/muestra (localidad) Poblaciónpriorizada hombres mujeres

San Jacinto 146 16 14

VII.- Adaptación y aprendizaje

- Todo proceso de toma de información y la forma de relacionarse desde le sujeto al objeto

de estudio (medios de investigación), originan perturbaciones, que tienen que tomarse

como parte del proceso del estudio, pero también tomarlas en cuenta para la planificación,

las sociedades y su trama cultural, se expresa en tres dimensiones la espacial, temporal y de

Page 88: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

88

relacionamiento y estas interactúan para manifestar posiciones en base de sus intereses de

los individuos o de grupo, estas posiciones están em constante negociación con los otros

intereses. El proyecto OTCA, representa un interés, que tendrá que interactuar en un

proceso de negociación con los intereses de los beneficiarios. Por sus procesos y estructura

social y económica San Regis y San Jacinto, manifiestan posiciones diferentes ante el

proyecto. Es importante entonces analizar y reflexionar sobre qué intereses son con los que

motivan estas posiciones, que relación de valor y poder se asignan a estos intereses, y como

estos pueden entrar en relación con los intereses del proyecto y garantizar El componente

estratégico del proyecto, porque los intereses son los factores de poder o factores

estratégicos y ambos están en juego en todo proceso de negociación.

VII.- Anexos:

1) Entrevista semiestructurada

2) Guia del Focus Group

3) Encuesta cerrada tabulada

4) Fotos

5) Listas de participantes (Focus Groups)

Page 89: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

89

AANNEEXXOO 11

FFIICCHHAA DDEE EENNCCUUEESSTTAA

I.- Información General

1. Lugar

de la

Encuesta

1 SAN JACINTO 2. N° Encuesta 5. Grupo

de Edad

1 14 – 19

2 SAN REGIS 3.Fecha

13 2 20 – 29

3 30 – 39

4. Sexo

M

F

4 40 – 49

5 50 - 59

6 60 - 69

7 70 - +

5. Lugar de

Nacimiento?

(encerrar en un

círculo)

1 Misma comunidad 6. Lugar de

nacimiento de su

Padre? (P)

7. Y de su

Madre? (M)

P

1

Misma comunidad

M

1

2 Mismo distrito 2 Mismo distrito 2

3 Misma provincial 3 Misma provincia 3

4 Mismo dpto. 4 Mismo dpto 4

5 Otro dpto. 5 Otro dpto 5

8. Idioma

materno?

1 Castellano 9. Manejo del

Idioma materno?

1 Habla, pero no escribe

2 Cocama 2 Habla, y escribe un poco

Page 90: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

90

3 Otro: 3 Habla, y escribe bien

4 4 Habla y escribe poco

10. Cuál es

su

Religión?

1 Católica 11. Estado

civil?

1 Soltero (a)

2 Evangelica (Nazarena) 2 Conviviente

3 Protestante 3 Casado (a)

4 Creencia tradicional 4 Separado (a)

5 Otra: 5 Divorciado (a)

6 Ninguna 6 Viudo (a)

7 No responde 7 Otro:

12. Grado de

Instrucción?

1 Ninguno 13. Principal

fuente de

ingresos

económicos?

1 Agricultura

2 Inicial 2 Venta de carne de monte

3 Primaria incomplete 3 Venta de pescado u otros

4 Primaria complete 4 Artesanía

5 Secundaria incomplete 5 Venta de leña o madera

6 Secundaria complete 6 Turismo

7 Superior incomplete 7 Salario como empleado

8 Superior complete 8 Negocio, tienda

9 Estudios en el exterior 9 Otra:

Page 91: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

91

14. Número total de hijos? 15. Número de hijos en época escolar

16. Número de hijos(as) fallecidos? 17. Numero de hijos(as) en la escuela ?

18. Cuantos miembros de su familia han migrado? solo 1 solo 2 solo 3 + de 3

19. En su familia, han decidido el número de hijos quieren tener? Si No

20. Usa métodos de planificación familiar con su pareja? Se

cuidan?

Si No

II.- Información socio-economica

21.¿Cuáles son las

enfermedades o

dolencias más

frecuentes?

(marcar x)

Enfermedad 21.

Niños

22.Jóven

es

23.Adult

os

24.

Ancianos

1 Infecciones Respiratorias

2 Diarreas, mal del estómago

3 Enfermedades de la piel

4 Huesos y articulaciones

5 Dolores corporales varios

6 Dolores de cabeza y mareo

7 Infecciones de los ojos

8 Dolencias odontológicas

Page 92: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

92

9 Inflamación de los riñones

10 Mordedura de víbora y otras

11 Susto, cutipado, brujería

12 Otra:

22¿Dónde se atiende los problemas

de salud?

1 Curandero local

2 Botiquin

3 Posta medica

4 Centro médico - Hospital

5 En casa

6 Otra forma:

23¿Cuál es la situación de la

tenencia sus tierras? (Casa)

1 Certificado de posesión

2 Título de propiedad

3 Prestado a alquilado

4 Titulado e inscrito en SUNARP

5 Ninguna modalidad

6 Otra forma:

Page 93: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

93

24. Para usted, ¿cuál es la actividad más

importante que realiza para vivir? (subsistencia:

para asegurar su alimentación y el intercambio de

algunos bienes y servicios locales)

1 Agricultura

2 Caza

3 Pesca

4 Extracción forestal

5 Crianza de animales

6 Artesanía

7 Turismo

8 Otras:

25. ¿Que actividades económicas

realiza en sus propiedades? ¿y

cuánto tiempo dedica a ella?(x)

26.

Agricultu

ra

(chacras)

27.

Caza

(coto

)

28.

Pesca

(cochas,

psigranjas,etc

)

29.

Extracción

Forestal

30.

Turismo

(guía,

artesano

etc.)

1 Dos o + veces por semana

2 Cada una o dos semanas

3 Cada tres o cuatro semanas

4 Cada cinco a seis semanas

5 Cada siete semanas o mas

Page 94: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

94

26. ¿Qué tipo de recurso usa o

produce según la actividad

económica realizada?

1 CAZA 1 Guangana

2 Sachavaca

3 Venado

4 Añuje

5 Mono

6 Otros:……………

….

2 AGRICULTURA 1 Maíz

2 Chiclayo

3 Yuca

4 Arroz

5 Platano

6 Otros:……………

….

3 PESCA 1 Paiche

2 Zungaro

3 Gamitana

4 Arahuana

5 Doncella

Page 95: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

95

6 Paco

7 Acarahuazu

8 Otros:……………

….

4 EXTRACCION

FORESTAL

1 Caoba

2 Cedro

3 Lupuna

4 Tornillo

5 Cumala

6 Mohena

7 Palmeras

8 Otros:……………

….

27.¿Con que frecuencia se dedica

a las siguientes actividades? (x)

28.

Agricultu

ra

29.

Caza

30.

Pesca

31.Extracció

n Forestal

32. Turismo

(guía, arriero,

porteador)

1 Dos o + veces por semana

2 Cada una o dos semanas

3 Cada tres o cuatro semanas

4 Cada cinco a seis semanas

Page 96: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

96

5 Cada siete semanas o mas

33.¿Qué tipo de servicios básicos posee para

su hogar? (casa)

1 Alumbrado publico

2 Alumbrado domiciliario

3 Agua potable (tratada) a domicilio

4 Agua entubada a domicilio

5 Pila o grifo comunitario

6 Letrina domiciliaria con red de desagüe

7 Letrina domiciliaria con pozo

8 Otro:

34.¿De qué material está construida

su casa?

1 Todo material de la región (piso, paredes y techo)

2 Material de la región y solo techo con calaminas

3 Todo con material noble (concreto, ladrillos, etc)

4 Otros:

35. ¿Qué artefactos o maquinas posee? 1 Motor peque peque

2 Televisor

3 Radio

Page 97: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

97

4 Cocina a gas

5 Refrigeradora

6 Otro:

36. ¿Cuáles son sus ingresos económicos

mensuales familiares en promedio?

1 Más de 50 soles

2 Más de 150 soles

3 Más de 300 soles

4 Más de 600 soles

5 Más de 1000 soles

6 No tengo ingresos

7 Otros:

37.¿ Cuáles son los 3 principales gastos que cubre

con sus ingresos mensuales? (marcar solo 3)

1 Paseos y diversión

2 Salud

3 Alimentación

4 Educación

5 Casa (arreglos/construcción)

6 Vestimenta

7 Negocio

8 Otro:

Page 98: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

98

38.¿Qué miembros de su familia participan de las

actividades económicas familiares?

1 Solo papa

2 Ambos padres

3 Padres y abuelos

4 Padres e hijos (Jóvenes y niños

también)

5 Otra forma:

39. ¿Quién o quienes toman las decisiones para

desarrollar una nueva actividad económica en su

hogar?

1 El padre; cabeza de familia

2 Ambos conyugues

3 Ambos conyugues con consulta

familiar

40. Con que frecuencia visita el centro

poblado más cercano? ¿Cuál?:

………………………………….

1 Una o más veces por semana

2 Cada dos o tres semanas

3 Cada cuatro a seis semanas

4 Cada siete semanas o mas

41. En sus visitas al centro poblado lleva productos para vender? Si No

42. Qué producto es el que mayormente lleva

a vender en el centro poblado?

41 Producto

1 Productos agrícolas (maíz, yuca, arroz,etc)

Page 99: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

99

2 Frutos del bosque; chonta, yarina, etc

3 Pescado de río o cocha

4 Carne de animales del monte

5 Animales domésticos

6 Plantas medicinales

7 Otros:

ANEXO 2

Focus Group

Está técnica se adecua al contexto porque, permite obtener una visión común del tema en

cuestión, asimismo permite recoger las reflexiones y percepciones de los diferentes actores

bajo la influencia del grupo. Tradicionalmente es mas a fin a las costumbres locales, es una

forma de recojo de información muy practicada por poblaciones rurales para sus procesos

locales. Permite también recoger mayor información en menos tiempo.

Duración: 4 horas

Participantes: Principalmente líderes y/o autoridades y beneficiarios directos e

indirectos (como líderes indígenas, personajes destacados y

población involucrada en los comité grupos organizados).

No. de participantes: 12 personas como máximo. *se usara intérprete si es necesario

Estructura del taller

- Resumen y reseña del proyecto interviniente

- Objetivos y metodología del focus Group

- Procedimiento

Page 100: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

100

o Mediante el trabajo de lluvia de ideas se responderán, preguntas enfocadas

a resolver las preguntas objetivo de la consultoría*.

o Luego en grupos de 4, ordenarán y se trabajarán las conclusiones,

desarrollando “ideas clave o fuerza”.

o Preguntas: para completar información

Preguntas.

1.- ¿Cuáles son los recursos naturales más abundantes y escasos en su localidad?

¿Porque?

2.- ¿Cuáles son las actividades económicas más importantes de la localidad? ¿Cuál

son los recursos naturales que lo sustentan?

2.-¿ De estas actividades económicas cuál es la esencial para el mantenimiento de la

costumbres y cultura de la localidad? ¿Por qué lo es?

3.-¿Cómo se hace la distribución de las ganancias (dinero y bienes), entre los

miembros de la familia, producto de la actividad económica?

4.- ¿Qué importancia tiene? ¿Cómo participan? ¿Cómo definen? las actividades

económicas entre;

- ¿Entre mujeres y hombres?

- ¿Entre jóvenes, adultos y ancianos?

5.- otra pregunta que complemente el trabajo.

ANEXO 3

Guías de entrevista semiestructurada

Estas serán aplicadas principalmente a los líderes de las organizaciones locales y

funcionarios de los proyectos.

1.- De forma general ¿Cómo explica o caracteriza la situación económica y social de su

localidad en la actualidad?

Page 101: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

101

2.- ¿Cuál o cuáles son las fortalezas y debilidades para el desarrollo económico y social de

su localidad?

3.- ¿Según su opinión que acuerdo o gestión suya (si corresponde), ha favorecido al

desarrollo y fortalecimiento de los ingresos económicos familiares de su zona? ¿Qué

hubiera sucedido si no existiese este factor o acción que usted ejecuto?

4.- ¿En su localidad existe alguna forma de manejo de recursos naturales? ¿Cómo y quienes

lo manejan y benefician?

5.- Con respecto a la actividad económica en su familia; ¿cómo realizan la distribución de

los beneficios y como participan los miembros de su familia en estas actividades?

6.- ¿Cree usted que las actividades económicas actuales ya no satisfacen las necesidades de

las familias locales? ¿Por qué?

7.- ¿Qué relación tiene la abundancia o disminución de los recursos naturales de su

localidad con los ingresos económicos familiares?

8.- ¿Cómo se organizan las personas de su localidad para realzar actividades económicas?

9.- ¿En su opinión cuales son factores que determinan el crecimiento poblacional de su

localidad? ¿Por qué?

10.- ¿Existe suficiente centros médicos, postas o botiquines comunales para atender la

necesidad local?

11.- ¿Existe suficiente IEs, para atender la necesidad local?

12.- ¿Que problemas sociales tiene su localidad?

Page 102: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

102

II.3- DIAGNOSTICO FÍSICO, QUÍMICO Y BIOLÓGICO DE LA COCHA

JACINTO – RÍO MARAÑÓN, LORETO - PERÚ E STOCK Y LA DIVERSIDAD DE

PECES DE LA COCHA JACINTO.

INTRODUCCIÓN

1. La cocha Jacinto está ubicada frente a la comunidad de San Jacinto entre las

coordenadas UTM E 0623314 y N 9495909. Tiene una extensión aproximada de 1.7

kilómetros de espejo de agua, encontrándose dentro de la jurisdicción de la cuenca

Yanayacu Pucate - Reserva Nacional Pacaya Samiria (RNPS), al margen derecho

del río Marañón. La cocha Jacinto tiene diferentes sectores conocidos como: la

restinga de Yanayacu, la restinga San Jacinto, Pungal, el Ojé, Renacal, la Punta, la

Boca, Capironal. Otras comunidades cercanas a la cocha son San Regis y 23 de

Junio.

2. La cocha Jacinto presenta orillas con abundante vegetación acuática flotante, siendo

sus aguas de aspecto verdoso-oscuro. Periódicamente, en época de creciente, el agua

proveniente del río Marañón ejerce una fuerte presión, ingresando abundantemente

a la cocha a través del complejo sistema de caños y quebradas que se encuentran

interconectados.

3. Comunidades vegetales

La vegetación existente es ribereña, de inundación periódica, conformada por

macrófitas acuáticas y ceticales. En ella podemos observar: Bactris sp. “ñejilla”,

Maquira Coriacea “Capinurí”, Ficus insipida Wild “ojé”, Calycophyllum

spruceanum “capirona”, Endlicheria krukovii “cunchi moena”, pachira sp. “punga”,

Leonia crassa L. “tamara”, Cecropia membranacea “cetico blanco”, Rinorea

paniculada “timareo”. También se presentan otras especies como Inga sp.

“shimbillo”, Neptunia natans “pashaco”, Triplaris sp. “tangarana”, Plumeria

tarapotensis “bellaco caspi”, Hevea spruceana “catahua”, Couropita sp. “ayahuma”

Page 103: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

103

y Spondias mombin L. “ubos”. La vegetación de la orilla cubre una faja que la rodea

y que varía entre los 20 y 60 metros de ancho, siendo las especies predominantes:

Pistia stratiotes “huama”, Potenderia rotundifolia “putu-putu”, Paspalum sp.

“gramalote”, Cyperus articulatus L. “piri piri”, Montrichardia sp. “rayabalsa”,

Bactris maraja “pijuaillo” y Ipomea phullomega “sacha camote”.

Fauna Silvestre

4.

Durante el periodo de evaluación se determinó la predominancia de Melanosuchus

niger “lagarto negro”, Caiman crocodylus “lagarto blanco” y Podocnemis unifilis

“taricaya, Ardea cocoi “garza ceniza”, Casmerodius albus “garza blanca grande” y

Egreta thula “garza blanca chica”, Tigrisoma lineatum “puma garza”, Jacana

jacana “tuqui tuqui”, Brotogeris sp. “pihuicho”, etc. Entre los monos se encuentran

Cebuella pygmaea “leoncito”, Saguinus fuscicollis “pichico común”. También

encontramos Sciurus sp. “ardilla” y Hydrochaeris hydrochaeris “ronsoco”.

Peces de la cocha Jacinto

Las principales especies de interés económico que produce la cocha Jacinto son:

Arapaima gigas “paiche”, Piaractus brachypomus “paco”, Colosssoma

macropomum “gamitana”, Osteoglossum bicirroshum “arahuana”,

Pseudoplatystoma flavicans “doncella”. Pero actualmente las principales especies

que sostienen la pesca de subsistencia y comercial a baja escala son el Prochilodus

nigricans “boquichico”, Hypophthalmus sp “maparate”, Astronotus ocellatus

“acarahuazú”, Liposarcus pardalis “carachama”, Cichla monoculus “Tucunaré”,

Triportheus sp “sardina”., Hemiodus sp “yulilla”, Pseudoplatystoma tigrinum “tigre

zungaro”, Hoplosternum sp., “shirui”, Satanoperca jurupari “bujurqui”, Hoplías

malabaricus “fasaco” y Oxydoras niger “turushuqui”.

En la cocha Jacinto la disponibilidad y oferta de pescado está sujeta a las

variaciones del nivel de las aguas, siendo escasa en el periodo de expansión del

Page 104: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

104

ambiente acuático y alta en el período de retracción de las aguas por el incremento

de la densidad del recurso y la mayor eficiencia de los aparejos de pesca. Estas

variaciones determinan un incremento en el aprovechamiento de pescado en una

época del año y la escasez y elevado precio en la otra.

Vías de acceso a la cocha Jacinto

La cocha Jacinto es una cocha cerrada en temporada de vaciante y en la temporada

de creciente se expande a través de diversos caños. Asimismo, tiene diferentes

ingresos, los cuales están sujetos a la temporada de creciente y vaciante del río; los

caños que permiten el acceso a la cocha Jacinto son los siguientes:

En creciente se ingresa en canoa por el caño Jacinto, así como por otros caños

conocidos como sacaritas que se conectan con la cocha.

Por la quebrada Yanayaquillo, la cual se conecta por la parte alta de la cocha

Jacinto durante la temporada de creciente.

Por las orillas del río Marañón durante la temporada de vaciante realizando una

caminata de 30 minutos hasta llegar a la cocha Jacinto.

MATERIALES Y MÉTODOS

1) Parámetros morfométricos de la cocha Jacinto.- Se determino en base a imágenes

satélites disponibles en escala de 1:40,000, disponibles en la base de datos

cartográfica del Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP).

Longitud máxima (LM).- Se define la LM a la línea que une los puntos más lejanos

y extremos de un cuerpo de agua lénticos, cuando la “cocha” tiene forma de

herradura o semilunar, la longitud máxima puede ser una línea curva, aunque ella

cruce tierra firme, siempre que sea una isla (Fukushima et al. 1980 en Montreuil et

al. 1990). Esta situación se adapta a las condiciones que presenta la cocha

Jacinto.

Page 105: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

105

Anchura máxima (AM).- Línea que une los puntos extremos de un cuerpo de agua,

pero en sentido transversal y perpendicular al eje de la longitud máxima

(Fukushima et al. 1980 en Montreuil et al. 1990).

Profundidad máxima (PMx).- Es la máxima profundidad registrada en los sondajes

(Fukushima et al. 1980 en Montreuil et al. 1990). En este caso se considerará este

parámetro solo como una aproximación, pues se origina de un único sondaje en el

centro del cuerpo de agua.

Parámetros físicos-químicos de la cocha Jacinto

Durante un lapso de 6 horas (8:00 y 14:00 horas) se hicieron mediciones de los

parámetros físicos-químicos utilizando para ello un Kit LaMotte – Juego de

Prueba para Acuicultura de Agua Dulce, Modelo AQ2, Código 3633-03, entre

los que destaca: Anhídrido carbónico, oxígeno disuelto, alcalinidad, dureza,

nitritos, amonio, cloruros, pH y para la temperatura un termómetro del mismo

kit. El color aparente se determinó visualmente, para el caso de la

transparencia se utilizo el disco Secchi y para la profundidad se utilizo una

sonda artesanal preparada con un cordel adecuadamente rotulado (20 metros)

y una plomada como contrapeso.

Parámetros biológicos - Plancton

Fito y zooplancton

El fitoplancton, incluye a organismos uni y pluricelulares (microalgas y algas

filamentosas) que carecen de movimiento propio, realizan fotosíntesis, producen

materia orgánica, constituyendo los organismos productores. El zooplancton,

comprende diferentes grupos de animales de ciclo vital corto (días y/o semanas) con

dimensiones de 100 micras hasta algunos milímetros. Constituyen los organismos

Page 106: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

106

consumidores de primer orden. Las colectas se realizaron por filtrado de un

volumen determinado de agua (usualmente 40 a 50 litros) a través de una red cónica

de 45 micras de abertura de malla; las muestras serán preservadas en formol al 4%,

analizadas posteriormente cualitativa y cuantitativamente, y expresados en

individuos/mL (modificado de Riofrio et al., 2003). El análisis cualitativo y

cuantitativo se realizó en los laboratorios de la Universidad Científica del Perú.

Bentos (macroinvertebrados bentónicos)

En esta comunidad se estudio básicamente macroinvertebrados acuáticos, ya que

algunos peces pueden también formar parte de esta comunidad, pero son muy raros

en las capturas con los métodos usualmente empleados para la colecta del bentos.

Estos macroinvertebrados incluyen numerosas formas larvarias y adultas de

insectos, así como otros grupos entre los que tenemos gusanos redondos

(oligoquetos), moluscos (caracoles, bivalvos), y gusanos hirundineos (sanguijuelas),

entre los más frecuentes en la Amazonía. Estos organismos habitan en diferentes

tipos de sustratos, como sedimento fino, arena, grava, hojarasca, vegetación

sumergida, fango, raíces, entre otros. Para la recolección del bentos, se empleo una

red surber de 500 um de luz de malla y 30 cm2 de área de colecta. Se realizo la toma

de tres (06) repeticiones en cada estación de muestreo, con la intención de obtener

un registro más exacto de la densidad de macroinvertebrados presentes, mayor

precisión en la estimación de la productividad secundaria del medio evaluado. Las

muestras se depositaron en frascos plásticos de tapa hermética de 500 ml, para

inmediatamente ser fijados con alcohol al 70%, la rotulación de cada muestra

incluyo la señalización externa, etiquetas en el interior y cadenas de custodia, para

su posterior envío al laboratorio.

Page 107: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

107

Stock y la diversidad de peces de la cocha Jacinto

Se realizó una evaluación cualitativa, registrando las especies presentes en el área

de estudio mediante colectas específicas por puntos de muestreo pre-definidos. Se

estimó la composición y abundancia de peces en cada estación de muestreo.

Se empleo redes de espera de diferentes aberturas de malla (1.5, 2.0, 2.5, 3, 3.5 y 4

pulgadas), las mismas que se colocaran en lugares aparentes y por un tiempo

determinado de acuerdo a las capturas (entre 2 a 12 horas). No se realizaron colectas

en la mayoría de casos de captura, dado a que todos los especímenes capturados

fueron fotografiados, generando un registro fotográfico de las diferentes especies de

peces capturados.

La longitud de cada espécimen capturado se midió con un ictiometro, utilizando

para ello la longitud estándar (desde la punta de la cabeza hasta la aleta caudal) y el

peso con una balanza electrónica de precisión marca Cavory. Deberá tomarse en

cuenta que las mediciones fueron hechas en especímenes frescos y no conservados.

Para determinar la diversidad de especies se utilizo el índice de Shannon: H‟=- Σ pi

ln pi, donde pi es la proporción de individuos de la “i” especie; y se procederá a

establecer posibles diferencias significativas entre la diversidad de cada categoría de

nivel de agua, para lo cual se determinará la varianza de cada H‟, así como el valor

de “t” y sus respectivos grados de libertad (Magurran 1988).

Page 108: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

108

RESULTADOS

1) Parámetros morfométricos de la cocha Jacinto

Longitud máxima: 1,700 metros (1.7 km)

Ancho máximo: 80 metros

Profundidad máxima: 4.73metros

Profundidad promedio: 3.83 metros

Área de manejo: 56.6 hectáreas

2) Parámetros físicos-químicos de la cocha Jacinto

Color aparente: Con relación al color la cocha Jacinto se comporta de dos formas,

durante la creciente adquiere el color del río Marañón marrón claro (café con leche)

y durante la vaciante el color se torna negruzco - verde (Cuadro N° 01).

Temperatura del agua: En el muestreo de las 08:00 horas la temperatura superficial

del agua fue de 28 °C, para luego aumentar hasta 29.6 °C a un 80 cm de

profundidad a partir de las 14:00 horas.

Transparencia: La permeabilidad lumínica oscilo entre 127 cm (08:00 horas) y 160

cm (14:00 horas para adelante).

Turbidez: De acuerdo a datos bibliográficos la Turbidez de la cocha Jacinto fluctúa

entre 4 en horas de la mañana y en horas de la tarde se registran valores de 14 FTU

(Cuadro N° 01).

Conductividad: Registros de trabajos anteriores dan una tendencia general de la

conductividad al aumento relacionado con la profundidad y con valores de 197 –

203 uhmos/cm (Cuadro N° 01).

Page 109: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

109

Oxígeno disuelto: En los dos muestreos realizados los valores de oxígeno superficial

fueron 12 y 14 ppm. Esta concentraciones fueron altas hasta la profundidad de 0.80

a 1.00 metro. Estos valores disminuyeron bruscamente en los estratos inferiores.

Anhídrido carbónico: Las concentraciones de anhídrido carbónico arrojaron valores

entre 10 y 11 en las zonas profundas de la columna de agua (Cuadros Nº 01).

pH: El pH arrojo valores de 6.5

Cuadro N° 01. Valores obtenidos del análisis físico- químico de la cocha Jacinto,

Mes de Agosto 2013. Toma de muestras 08:00 y 14:00 horas.

3) Parámetros biológicos – Plancton

a) Fitoplancton

Con respecto al análisis cualitativo, se encontraron Las muestras representativas de

algas registradas corresponden a la Muestra 1: 4 especies y la Muestra 2: 5 especies,

Page 110: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

110

a continuación se detalla las divisiones, familias y géneros identificados en la cocha

Jacinto.

División Cyanophyta

Familia: Microcystaceae

Genero: Merismopedia

División Chlorophyta

Familia: Volvocaceae

Género: Pandorina

Eudorina

División Euglenophyta

Familia: Euglenaceae

Género: Trachelomas

Lepocinclis

Euglena

Phacus

Page 111: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

111

Cuadro N° 02. Algas registradas en la cocha Jacinto – Agosto 2013.

La mayor presencia de algas ha estado relacionada con la división Euglenophyta

(muestra 1: 300 individuos y en la muestra 3: 600 individuos), presentando mayor

abundancia la microalga Lepocinclus ovum (23.1%), seguido de Trachelomas amata

(15.4%) y Phacus myerci (15.4%). La división Chlorophyta (muestra 1: 300 individuos

y en la muestra 3: 200 individuos), presentando relativa abundancia y se encuentra

representado por la microalga Pandorina morum (15.4%), seguido de Eudorina

elegans (7.7%) y con baja abundancia la división Cyanophyta (muestra 1: 0 individuos

y en la muestra 3: 100 individuos) representado por la microalga Merismopedia sp.

(7.7%).

Con respecto a la abundancia total de las divisiones de fitoplancton registradas en la

cocha Jacinto, se observa que las Euglenophytas es el grupo más abundante y

responsable de la productividad neta. Sin embargo se requiere de otras evaluaciones

que coincidan con la temporada de vaciante (época seca), el comportamiento sería

Page 112: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

112

totalmente diferente pudiendo incrementarse el número de individuos de otras

divisiones.

La presencia de estas algas indicaría una buena productividad primaria de Lepocinclus

que sirven de alimento para el zooplancton permitiendo generar una elevada

productividad secundaria y constituyéndose en sustento de la alimentación de los peces

presentes en la cocha Jacinto (Prescott, 1975).

b) Zooplancton

En el análisis cualitativo, los resultados se determino que Polyarthra sp., fue la especie

más abundante (muestra 1: 9 y muestra 3: 5), seguido de Brachiorus sp., (muestra 1: 2

y muestra 3: 4) ambos pertenecientes a los Rotíferos. Con respecto al número de

especies se tiene un total 13 especies.

Cuadro N° 03. Zooplancton registrados en la cocha Jacinto – Agosto 2013.

Page 113: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

113

Se han registrado la mayor presencia de organismos de zooplancton al Phyllum

Rotífera, contando un total acumulado 21 especies de organismos de zooplancton

presentes en las muestras (M-1: 2 individuos y M-3: 4 individuos perteneciente al

género Brachionus sp., mientras que para el género Polyarthra sp. (M-1: 9 indiviudos

y M-3: 5 individuos), finalmente para la especie Flilinia longiseta (M-1: 1 individuo y

M-3: sin ningún individuo registrado. Para luego continuar con el Phyllum

Gastrotricha, género Polymerus sp., (M-1: 1 individuo y M-3: sin ningún individuo),

asimismo el Phyllum Arthropoda – Subphyllum Crustácea inicialmente en la respectiva

muestras no se ha logrado identificar los individuos, por lo que se presume que se

encuentren relacionados con Nauplios que es el estadio inmaduro de los

microcrustáceos (M-1: 2 individuos de Nauplios y M-3: 2 individuos de Nauplios), en

este mismo Phyllum se presenta el género Cyclops sp., en la M-1: 3 individuos y M-3:

no registra ningún individuo, para luego seguir con el Phyllum Ciliophora con especies

Halteria grandinella y Paramecium bursaria ambas presentes en la M-3: 1 con un

individuo respectivamente.

Page 114: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

114

Para el análisis de la abundancia trabajamos con la densidad de organismos del

zooplancton (N° indiv(mL) en los dos puntos de muestreo ubicados en la cocha

Jacinto. Del total acumulado 31 individuos colectados del zooplancton, el 67.8%

corresponde al Phyllum Rotífera (21 individuos acumulados), el 22.6% corresponde al

Phyllum Arthropoda - Subphyllum Crustácea (7 individuos acumulados), el 6.4%

corresponde al Phyllum Ciliophora (2 individuos acumulados) y finalmente con 3.2%

el Phyllum Gastrotricha (1 individuo). La mayor abundancia de individuos fue

registrada en la Muestra 1 de la cocha Jacinto.

c) Bentos

Esta comunidad biológica acuática se encuentra constituida en su mayoría por

organismos invertebrados (insectos acuáticos, larvas, crustáceos y gusanos) que viven

asociados al fondo de los diferentes ambientes acuáticos.

Del total acumulado se identificaron 33 individuos de organismos de bentos, siendo el

registro mayor para la estación de muestreo 3 (M-3: 19 individuos) a diferencia de la

M-1: con 14 individuos, todos pertenecientes a la clase Insecta.

La composición del bentos en la cocha Jacinto durante este proceso de evaluación

estuvo representada por un solo phyla, una sola clase y 4 órdenes. El Phyllum

Arthropoda presento la mayor riqueza de especies (15 especies) y el orden Coleoptera

presento 4 géneros, el orden Heteróptera 4 géneros, el orden Díptera y Odonata con 2

géneros respectivamente (Cuadro 04).

De acuerdo a la composición por Órdenes de macroinvertebrados, se tiene una marcada

presencia Coleoptera y Heteroptera, indicadores de las aguas de la cocha Jacinto son de

buena calidad (limpias).

Page 115: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

115

Cuadro N° 04. Bentos registrados en la cocha Jacinto – Agosto 2013.

Para el análisis de la abundancia trabajamos con la densidad de organismos del bentos

(individuos/m2) en los dos puntos de muestreo (M-1 y M-2) identificados previamente

en la cocha Jacinto.

Con respecto a la abundancia por phyllum de los 33 individuos colectados todos

pertenecen al Phyllum Arthropoda (100%), con respecto a la abundancia total del

bentos se registra que Heteroptera y Coleoptera son los órdenes más abundantes

(36.3% y 33.3% respectivamente) en el área de estudio, seguido de los órdenes

Diptera y Odonata (21.2% y 9.09% respectivamente).

5. Dada las características del fondo de la cocha Jacinto, el establecimiento de

comunidades bentónicas en su fondo limoso y con abundante vegetación en

descomposición (ramas de los arboles, hojas entre otros materiales orgánicos) tienden a

albergar una mayor diversidad de estos organismos y al mismo tiempo la abundancia.

Page 116: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

116

Por lo que se puede decir que las condiciones ecológicas y ambientales de la cocha

Jacinto evaluada se encuentran en condición saludable, presentando una diversidad del

bentos conforme ocurren con otros lagos de las áreas inundables.

Peces

La pesca en la amazonía es importante para la subsistencia de las poblaciones locales y

como actividad económica. En la cocha Jacinto los peces son dominantes en riqueza,

abundancia y biomasa, constituyéndose en alimento importante en las comunidades de

la Amazonía en especial de la cuenca del río Marañón. La diversidad de peces de la

cuenca amazónica acompaña su dimensión. Se estima que existen entre 2.500 y 3.000

especies de peces de agua dulce en toda la Amazonía, considerando que, en la

actualidad el estado de conocimiento de la ictiofauna de la región amazónica es aun

incompleto, existiendo a la fecha muchas especies sin descripción formal, que hace que

sean incluidas erróneamente bajo una denominación común.

Composición

Entre las dos evaluaciones realizadas se identificaron 41 especies de peces distribuidas

en 5 órdenes y 13 familias taxónomicas. La lista general de especies registradas por

punto de muestreo en la cocha Jacinto evaluada se presenta en el anexo xx.

Respecto a la composición por órdenes acumulados los Characiformes (o también

llamados Caracoideos), presentó la riqueza de especies 24 especies que representan el

58.54%, seguido de los órdenes Siluriformes (bagres), 8 especies que representan el

19.51%, Perciformes (peces con espinas en las aletas), presento 7 especies que

representan el 17.07%, Beloniformes (peces aguja), presento 01 especie y

Osteoglossiformes (peces de lengua osea), presento 01 especie y juntos representan el

4.88% del total de la riqueza registrada en la cocha Jacinto.

Page 117: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

117

De acuerdo a lo que se observa en la Figura 01, el orden con mayor número de especies

en las dos evaluaciones realizadas es Characiformes, con igual número de especies

(12). Los órdenes Beloniformes y Osteoglossiformes solo se registraron en la primera

evaluación pesquera. La riqueza de especies del Orden Siluriformes se mantiene en las

dos evaluaciones, sin embargo el orden Perciformes se incrementa en una especie en la

segunda evaluación.

Page 118: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

118

Figura 01. Número de especies de peces por órdenes presentes en las evaluaciones

pesqueras en la cocha Jacinto. Agosto 2013.

En lo que respecta a la composición por familias en conjunto en los dos muestreos

(Cuadro 05), la mayor riqueza de especies corresponde a la familia Serrasalmidae

(Characiformes) con 8 especies (19.51% del total registrado), seguido de la familia

Cichlidae (Perciformes) con 7 especies (17.07%), seguido de la familia Curimatidae

(Characiformes) con 6 especies (14.63%) y luego siguen las familias Anastomidae y

Loricariidae con 4 especies cada uno representando cada uno de ellos el 9.76%,

seguido de la familia Pimelodidae con 3 especies que representan el 7.32%,

posteriormente se ubican las familias Characidae y Prochilontidae con 2 especies cada

uno de ellos con una representatividad 4.88% por familia, finalmente las familias

Acestrorhynchidae, Cynondotidae, Osteoglossidae, Erytrhrinidae y Doradidae con una

especie cada una de estas familias y que juntas representan 12.20%.

Page 119: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

119

Cuadro N° 05. Composición de especies de peces

6.

El número de familias y de especies registradas fue mayor en el primer muestreo (11

familias y 21 especies) que en el segundo muestreo (10 familias y 20 especies), no se

registro la ocurrencia de algunas familias en los dos sucesivos muestreos

(Cynondontidae y Osteoglossidae tiene ocurrencia en el primer muestreo, mientras que

Erythrinidae y Doradidae tienen ocurrencia en el segundo muestreo como se puede

apreciar en el siguiente cuadro 06.

Page 120: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

120

Cuadro N° 06. Ocurrencias de las familias taxonómicas en los dos muestreos

7.

Abundancia de peces

Para el análisis de la abundancia se trabajó con la densidad de organismos del necton

(N° de individuos/lance (tendidas), en los dos puntos de muestreo ubicados en la cocha

Jacinto. En el cuadro 07 y figura 02, se observa que los resultados de la abundancia de

peces, es mayor en el segundo muestreo en términos de cantidad de individuos

capturados (226) a diferencia del primer muestreo que solo se capturo 113 individuos.

Cuadro 07. Número de individuos y sus respectivos ordenes taxonómicos

Page 121: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

121

Con respecto a la abundancia por orden, de los 339 individuos colectados, el orden

Characiformes presento la mayor abundancia (245 individuos, 72.27%) entre los dos

muestreos, seguido de los Siluriformes (73 individuos, 21.53%), luego los Perciformes

(18 individuos, 5.31) y finalmente los ordenes con menor abundancia fueron

Beloniformes (2 individuos, 0.59%) y Osteoglossiformes (1 individuo, 0.29%).

Figura 02. Individuos y sus respectivos órdenes taxonómicos

De acuerdo a la abundancia por familias, el mayor número de individuos para la cocha

Jacinto corresponde a los Curimatidae (94 individuos que representan al 27.73%),

seguido de los Loriicaridae (53 individuos, 15.63%), Serrasalmidae (50 individuos,

14.16%), Characidae (48 individuos, 14.16%), Anostomidae (37 individuos, 10.91%),

Cichlidae (18 individuos, 5.31%), Pimelodidae (17 individuos, 5.01%), Prochilontidae

(8 individuos, 2.36%), Erytrinidae (6 individuos, 1.77%) y finalmente las familias

Acestrorhynchidae, Cynontidae, Osteoglossidae, Doradidae que en conjunto

representan un total de 7 individuos y 3.24% (Figura 03).

0

50

100

150

200

250

Abun

danc

ia d

e in

divi

duos

Órdenes

Muestreo 1

Muestreo 2

Page 122: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

122

Figura 03. Número de individuos de peces por familia taxonómica.

8.

Diversidad de peces

De acuerdo a la abundancia por familias, el mayor número de individuos para la cocha

Jacinto corresponde a los Characiformes (245 individuos, 72.27%del total colectado),

mientras que las demás familias representan en conjunto el 27.73% restante.

Con respecto a los muestreos, la mayor abundancia de individuos fue en el l segundo

muestreo (226 individuos) y en que ambos muestreos el orden Characiformes registró

el mayor número de individuos.

Respecto a los resultados de diversidad de peces, se observa que es mayor en el

muestreo 1 que en el muestreo 2, dado a que se obtuvo el valor más alto de riqueza de

especies y diversidad (Cuadro N° 08).

0

50

100

150

200

250

Char

acid

ae

Curi

mat

idae

Serr

asal

mid

ae

Lori

icar

idae

Ana

stom

idae

Cich

lidae

Pim

elod

idae

Ace

stro

rhyn

chid

ae

Cyno

dont

idae

Ost

eogl

ossi

dae

Proc

hilo

ntid

ae

Dor

adid

ae

Eryt

hrin

idae

Tota

l

Núm

ero

indi

vidu

os

Familias taxonómicas

Muestreo 1

Muestreo 2

Page 123: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

123

Cuadro N° 08. Número de especies, individuos e índice de diversidad de peces.

Las especies más abundantes corresponden a los Serrasalmidos (entre las que destaca

“paña roja” Serrasalmus natteri y Serralsamus rombei “paña blanca”, “gamitana”

Colossoma macropomum y “paco” Piaractus brachypomus todas estas con una alto

registro de individuos juveniles) y la familia de los Curimatidos fue la que registro

mayor número de individuos (entre las especies con mayores capturas se registra a la

“llambina” Potamorhina altamazonica, “ractacara común” Curimata sp., siendo

abundantes en este tipo de cuerpos de agua cercanos y altamente dependientes del río

principal (Marañón) y asimismo a los diversos tipos de hábitats con adecuadas

condiciones para el desarrollo de la actividad pesquera.

Tomando en consideración las formas de consumo, se calcula que al menos 41 especies

tienen preferencia por este ecosistema (cocha Jacinto), pero este número puede ser

mucho mayor si tomamos en consideración que las comunidad de peces que utilizan la

cocha Jacinto para realizar parte de sus ciclos biológicos, así varías familias de peces

entre algunos de ellos podemos destacar a las “carachamas”, las “sardinas”, las

“pañas”, las “ractacaras” han formado parte de la capturas frecuentemente en

abundancia considerable en todo el canal principal de la cocha Jacinto y en algunos

casos cerca a la desembocadura al río principal (Marañón).

Los peces de porte medio, entre los que destaca la gran mayoría de Curimatidae, y los

peces con placas de la familia Loricariidae fueron los grupos más frecuentes y

abundantes en las capturas con redes de espera (agalleras) de 2 pulgadas de abertura de

malla e hilo del 3, en especial en el centro de la cocha y orillas cubiertas de vegetación,

Page 124: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

124

además de capturar especímenes de familias poco abundantes como los

Acestrorhynchidae (peces aguja). En estas evaluaciones de la cocha Jacinto se estima

que cerca del 80% de especies capturadas utilicen los ambientes del cuerpo de agua en

gran parte de su ciclo de vida (Grafico N° 04).

Figura N° 04. Individuos capturados con redes de espera, número e hilo.

La riqueza de peces registrada puede ser evaluada como alta (41 especies acumuladas)

en comparación con las evaluaciones realizadas entre los años 2006, con 11 especies;

2007, 8 especies; 2008, con 20 especies y 2009 con 11 especies; coincidiendo solo con

el año 2008, dado a que la evaluación de este año 2013, se reporta 20 especies en el

segundo día de muestreo (M2).

En relación a los hábitos alimenticios de los peces colectados en la cocha Jacinto,

encontramos 4 categorías organizados en 3 niveles tróficos, siendo los omnívoros los

más diversos y abundantes (41 especies, 339 individuos). Cuadros 9 y 10.

17

47

20

12

05

12

24

58

33

75

1216

8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1.5" x 3 2" x 3 2.5" x 3 3" x 3 3.5 x 3 4" x 3 4.5" x 3

indi

vidu

os c

aptu

rado

s

Red de pesca (N° abertura de malla y N° de hilo)

M1 M2

Page 125: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

125

Cuadro N° 09. Riquezas totales (S) por niveles tróficos de peces

9.

Cuadro N° 09. Abundancia (N) totales por Niveles tróficos de peces

Page 126: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

126

I. CONCLUSIONES

Perifitón

Las características físicas registrada en la cocha Jacinto, relacionado con los

resultados obtenidos de la composición de especies de las diversas comunidades

biológicas (plancton, bentos y peces) y datos registrados sobre conservación del

ecosistema acuático, podemos deducir que las condiciones ecológicas de la cocha

Jacinto fluctúan en la categoría de media a alta productividad, característico de agua

de varzea.

Las características de las comunidades vegetales (vegetación de orilla y arbórea) de la

cocha Jacinto, están adecuadamente en un buen estado de conservación y son

proveedoras de alimento a los principales organismos acuáticos, asimismo el bosque

primario inundable contribuye con proporcionar sombra y ayudan a regular la

temperatura de y protegen las orillas de la erosión.

La cocha Jacinto es un ecosistema acuático que presenta características particulares,

como su cercanía y conexión con el río Marañón, asimismo presenta recodos y

estirones con troncos y ramas caídas, pozas, gramalotales, tamalones y hojarasca en el

fondo del agua cercano a las orillas, que dan un escenario adecuado para el desarrollo

de las diversas comunidades acuáticas, sin embargo son hábitats con alta fragilidad y

al mismo tiempo vulnerables.

Los dos muestreos realizados mostraron una alta diversidad asociado con los diversos

microhábitats que posee la cocha Jacinto (recodos, estirones, troncos, ramas caídas,

pozas, gramalotales, tamalones y hojarascas) y una amplia cobertura vegetal que

contribuye un importante cantidad de material alóctono (hojas, frutos, insectos, etc.)

que sirven de alimento para los peces.

Con respecto al perifitón registrado en la cocha Jacinto se puede afirmar que fue

moderado de igual forma en el aspecto cuantitativo, marcada presencia de nutrientes

Page 127: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

127

asociadas con la conductividad reportado para este tipo de aguas. Asimismo la

concetración moderada de organismos del perifitón se ve constantemente afectada por

las lluvias persistentes durante la época de creciente, ocasionando un permanente

lavado de las superficies dificultando el establecimiento de la comunidad de algas.

La división Euglenophyta presentó la mayor riqueza de especies del Perifitón. Las

especies de la división Euglenophyta estuvieron presentes en los dos muestreos

realizados en la cocha Jacinto, lo cual reporta indicadores de una buena productividad

primaria que son fuente de alimento al zooplancton (Prescott, 1975, Acleto, 1986). En

términos generales, de acuerdo a los resultados, la cocha Jacinto, presenta una

productividad moderada de concentración de nutrientes.

10.

Bentos

Con respecto al bentos, la diversidad de macroinvertebrados en la cocha Jacinto fue

baja, con escasa presencia de organismos de indicadores de aguas de buena calidad

(Ephemeroptera, Trichoptera y Plecoptera) del bento podría ser que los muestreos se

realizaron en el periodo de aguas altas – temporada de creciente, asimismo las lluvias

persistentes aumentan el caudal del cuerpo acuático, lavando las orillas que dificultan

el establecimiento de la comunidad de macroinvertebrados (Allan, 1995).

Peces

La diversidad de peces para la cocha Jacinto es moderada, muestreos biológicos

sucesivos y abarcando mayores sectores del cuerpo de agua, pueden arrojar otros

resultados o superar los valores obtenidos.

La composición de especies está dominada por los peces del orden Characiformes, es

el grupo de peces más diversificado en multitud de formas que ocupan un amplio

rango de nichos ecológicos por lo que dominan las aguas dulces continentales y por

su éxito en invadir y utilizar hábilmente la mayoría de los hábitats acuáticos

disponibles, aunado a sus diversas adaptaciones morfológicas y fisiológicas.

Page 128: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

128

Los representantes de la familia Curimatidae son los que presentaron mayor cantidad

de individuos, seguido por la familia Loriicaridae y Serrasalmidae, confirmando que

estos los representantes de estas familias cohabitan en un mismo tipo de hábitat, por

lo que se encuentran gran cantidad de especímenes juntos facilitando su captura. Al

mismo tiempo hay que destacar que las especies pertenecientes a estas familias se

encuentran en la lista de consumo de los pobladores de San Jacinto y San Regis (río

Marañón).

La cocha Jacinto es el principal centro de actividad pesquera a nivel de subsistencia y

comercial a baja escala de la comunidad de San Jacinto. Según registros y análisis de

datos del año 2006 al 2009 se extrajo aproximadamente 386.24 kilogramos,

destinando parte de esta producción para el autoconsumo y la otra parte para su

comercialización en la localidad de San Regis y Nauta.

Por tratarse de un lago con estrecha vinculación con el rio principal (Marañón), se

considera como una zona de desove de varias especies de peces, por lo que requiere

aplicar estrategias para su conservación a largo plazo para proteger a los peces

migradores que usan la cocha en parte de su vida y a los peces sedentarias.

Los valores obtenidos para todos los parámetros analizados, deben interpretarse

estacionalmente, pudiendo registrarse valores más elevados en otras épocas del año o

en distintas condiciones ambientales. Sin embargo podemos mencionar que la cocha

Jacinto se encuentra en buen estado de conservación.

Por todo lo mencionado anteriormente se puede concluir que es viable establecer un

sistema de cultivo de peces en jaula, con un permanente seguimiento y monitoreo,

cuidando no alterar las condiciones ambientales del cuerpo de agua.

Page 129: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

129

Diagnóstico rápido de la actividad acuícola en la localidad de San Regis – río Marañón,

Provincia de Loreto, distrito de Nauta – Loreto, Perú.

Introducción

El inicio de la Acuicultura en la Amazonía Peruana se da inicio en los años ‟40, cuando el

Estado reserva los ríos Pacaya y Samiria y posteriormente el lago Rimachi, para proteger al

paiche; así, se construyen corrales en el lago Zapote, para realizar observaciones del

comportamiento reproductivo de este pez; luego se realizarían actividades de repoblamiento

en lagos de San Martín y Madre de Dios. Posteriormente se introducirían especies exóticas

como las tilapias para fines de investigación y producción para alimentación local.

En el departamento de Loreto la promoción de la actividad piscícola data de 1970, cuando

IMARPE establece su laboratorio en Iquitos y se incluye el curso de pesquería en el

currículo de la Facultad de Ciencias Biológicas de la UNAP. En esa época, el Ministerio de

Pesquería mediante la Estación de Pesquería de Iquitos y el Criadero Experimental de

Quistococha inicia la captura y aclimatación de alevinos de gamitana, paco, sábalo cola

roja, sábalo cola negra, acarahuazú, tucunaré, lisa, palometa, boquichico, entre otras

especies nativas.

11.

El aporte del Estado para el desarrollo de la acuicultura ha sido fundamental, sin dejar de

lado el aporte de varias Organizaciones No Gubernamentales (ONG), como Care Perú,

Agencia Española de Cooperación Internacional (AECID), Terranuova, Minga Perú y

Cáritas Perú (brazo social de la iglesia católica). La mayoría de estas organizaciones han

focalizado su trabajo en la construcción de estanques y en algunos casos se han colocado

créditos para la adquisición de alevinos e insumos para la cría de peces, además de realizar

capacitación de los productores.

En las comunidades de la cuenca del río Marañón la promoción de la piscicultura estuvo

apoyado inicialmente por Caritas Iquitos y posteriormente otras organizaciones no

gubernamentales continuaron esta tarea entre las que destaca Minga Perú y que focalizo su

Page 130: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

130

atención en las comunidades que se encuentran ubicados en zona de altura y con

condiciones adecuadas para la construcción de estanques piscícolas. Más recientemente

algunos productores de la cuenca baja del río Marañón lograron recibir créditos pesqueros y

acuícolas.

Las actividad acuícola en la localidad de San Regis se caracteriza por tener un escaso nivel

de desarrollo, existiendo problemas comunes como es el caso de la deficiente

infraestructura acuícola (principalmente diques de contención), predomina cultivos de nivel

extensivo y a nivel familiar.

Page 131: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

131

Acciones implementadas

Durante la visita realizada a la localidad de San Regis (río Marañón), se mantuvo

reunión informativa con los productores acuícolas de esta localidad, de esta forma la

reunión informativa se realizo el 10 de agosto de 2013, con asistencia de 07

productores acuícolas, a quienes se les informo sobre la implementación de las

actividades del proyecto y la proyección que se tiene previsto ejecutar con la

participación activa de cada uno de ellos. Luego de sostenida la reunión informativa

se procedió a visitar los estanques piscícolas de algunos de ellos (aquellos

productores que estaban cercanos a la comunidad). Se detalla a continuación:

Román Gutiérrez.- Estanque con dimensiones menores a una hectárea y con

problemas en la cimentación del dique de contención, no cuenta con peces de valor

comercial en el estanque y predominando especies de peces invasivos que llegaron

al estanque por escorrentía.

Datos informativos

Transparencia: 1.10 cm

pH: 5.5

Dimensiones: 12 x 30 metros

Situación: Falta realizar arreglos en la infraestructura

Guillermo Tananta.- Estanque pequeño de tipo familiar que presenta problemas en

la infraestructura de del dique y los aliviaderos, por lo que se requiere mejorar esta

condición si tiene previsto realizar actividades acuícolas en el espejo de agua, no

cuenta con peces sembrados de valor comercial, todas son especies invasivas.

Datos informativos

Transparencia: 1.20 cm

pH: 5.8

Dimensiones: 18 x 35 metros

Page 132: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

132

Situación: Requiere de realizar mejoras en el dique de contención y limpieza en

general

Oliveros Pezo.- Posee un estanque de tipo familiar, es uno de los que presenta un

mayor espejo de agua que los productores antes descritos, sin embargo se encuentra

en las mismas condiciones no posee peces de valor comercial y el predomina las

especies invasivas. Falta realizar una limpieza general del estanque y mejorar las

condiciones del dique de contención.

Datos informativos

Transparencia: 1.15 cm

pH: 6

Dimensiones: 20 x 45 metros

Situación: Requiere de mejoras en el dique de contención y mayor presencia del

productor.

Los siguientes productores:

Juana Ochavano

Juliana Soto

Mercy Sangama

Ana Ipushima

Poseen estanques familiares de espejo de agua que no supera los 500 m2 y se

encuentran algo alejados de la comunidad (aproximadamente 45 minutos a 1 hora

de caminata por trocha). Todos estos productores requieren mejorar las condiciones

de sus estanques en lo que concierne al arreglo de los diques de contención y

limpieza general del área.

Page 133: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

133

Conclusiones

Se debe considerar que en la mayoría de los productores se requiere mejorar las

condiciones de los estanqueria, en lo que concierne a la mejora y acondicionamiento

de los diques de contención.

Se requiere de agrupar a los productores piscícolas de tal manera de incrementar el

espejo de agua para proyectar actividades acuícolas como es la siembra de especies

de valor comercial y la crianza de churos amazónicos.

No se recomienda intervenir en aquellos estanques que se encuentran a largas

distancias de la comunidad de San Regis, dado a que los productores no viven cerca

a sus estanques y se podría perder la producción por acción de predadores naturales

o por robos.

Page 134: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

134

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados deste Diagnóstico multidisciplinar e sistêmico em várzeas

peruanas e brasileiras consideramos que as ações futuras de input agrotecnológico nestes

ambientes deverão a rigor estar em sintonia com a cultura e dinâmica sócio-econômica

destas populações, bem como, devem favorecer a inclusão produtiva destas famílias

ribeirinhas com vistas à promoção do desenvolvimento na PANAMAZÕNIA em

situações de variações climáticas atuais.

Ações futuras:

1. Implantação de tecnologias voltadas para a piscicultura em várzeas peruanas e

brasileiras.

2. Implantação de tecnologias para o cultivo de hortaliças em estruturas suspensas

nas várzeas brasileiras.

3. Implantação de Sistemas de Irrigação móveis nas várzeas brasileiras e peruanas.

4. Implantaçaõ de Tuneis de Cultivo em várzeas brasileiras e peruanas

5. Popularização do Projeto TECNOVÁRZEAS.

Page 135: SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY … · para plantio na Amazonia ainda é o slash and burn (corte e queima da floresta), haja vista,

SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY FLOODPLAIN FORESTS-

ACTO-GEF-PNUMA

135