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AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 2
Sumário
1 Introdução ................................................................................................................................ 3
2 Estudo de Mercado .................................................................................................................... 4
3 Estudos de Engenharia e Afins.................................................................................................. 11
4 Estudos Ambientais ................................................................................................................. 25
5 Avaliação Econômico-Financeira .............................................................................................. 33
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 3
1 INTRODUÇÃO
O MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL - MPTA, por intermédio de sua
SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL – SAC, publicou, no Diário Oficial da União, na Edição n.º 169-A, de 01
de setembro de 2017 – Seção 3, o Edital de Chamamento Público de Estudos (CPE) n.º 1/2017, tendo
por objeto a seleção de projetos, levantamentos, investigações e estudos técnicos que subsidiem a
modelagem das concessões para expansão, exploração e manutenção dos seguintes Aeroportos:
BLOCO 2: Guararapes/Gilberto Freyre – Recife; Zumbi dos Palmares – Maceió; Santa Maria – Aracaju;
Presidente Castro Pinto – João Pessoa; Orlando Bezerra de Menezes – Juazeiro do Norte; e Presidente
João Suassuna – Campina Grande; BLOCO 3: Marechal Rondon – Cuiabá; Maestro Marinho Franco –
Rondonópolis; Piloto Osvaldo Marques Dias – Alta Floresta; Presidente João Batista Figueiredo – Sinop;
e Barra do Garças; BLOCO 4: Eurico de Aguiar Salles – Vitória; e Macaé.
Em atenção ao CPE n.º 1/2017, o Grupo de Consultores em Aeroportos (GCA) apresentou os seguintes
relatórios para cada um dos aeroportos: Estudos de Mercado, Estudos de Engenharia e Afins, Estudos
Ambientais e Avaliação Econômico-Financeira. Além disso, apresentou um Relatório complementar de
Avaliação Econômico-Financeira, para cada Bloco, que teve por objeto a avaliação da viabilidade
econômico-financeira do grupo de aeroportos que compõem o Bloco.
O presente Sumário Executivo tem por objetivo apresentar as principais premissas, informações e
conclusões de cada um dos relatórios do Aeroporto de Macaé. Para um entendimento completo dos
estudos realizados, é recomendável a leitura dos relatórios.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 4
2 ESTUDO DE MERCADO
Essa seção apresenta o Sumário Executivo do Estudo de Mercado para a concessão do Aeroporto de
Macaé. O aeroporto se destaca no cenário nacional como ponto de embarque e desembarque de
trabalhadores destinados ou oriundos das sondas e plataformas de produção de petróleo e gás natural
da Bacia de Campos. Até 2015 o Aeroporto processava da ordem de 400-450 mil passageiros, tendo
reduzido o volume para 180 mil em 2017 em função da queda nas atividades de exploração offshore
na região.
Visão Geral
Entre 2014 e 2015 o Aeroporto conectou-se, com voos regulares, a quatro destinos domésticos (Figura
2-1). Desde então, devido à incompatibilidade entre o sistema de pistas e as aeronaves operadas, as
operações comercias cessaram.
Figura 2-1: Mapa das rotas domésticas com no mínimo 20 chegadas ou partidas entre 2014 e 2015 (ANAC). A espessura das linhas reflete a frequência relativa das rotas
Fonte: ANAC.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 5
A RI do Aeroporto, definida como a área para as quais se destinam (ou nas quais se originam) a maior
parte dos passageiros e cargas que utilizam este aeroporto como destino final (ou origem inicial) da
viagem, deve levar em consideração não só fatores econômicos, tempos de deslocamento e distâncias
ao aeroporto, mas também fatores culturais, como hábitos e preferências. Assim, como base para a
definição das RIs foi utilizado o estudo “Regiões de Influência das Cidades” (REGIC), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso em tela, Macaé é enquadrada como Centro Sub-regional e influencia três municípios próximos
(Figura 2-2). Macaé está sob a influência direta da Metrópole do Rio de Janeiro, e ao todo, sua RI cobre
uma área total de 2,1 mil km².
Figura 2-2: RI de Macaé (área azul) segundo o REGIC. Os aeródromos públicos da Metrópole influenciadora estão marcados e o Aeroporto de Macaé está destacado em laranja
Fonte: REGIC, ANAC e Consórcio GCA.
SBME é um aeroporto doméstico que conferirá a passageiros de todo o país o acesso ao mais
importante polo logístico e de serviços voltados ao setor de petróleo e gás natural no Brasil. Para
atingir todo seu potencial, o Relatório de Engenharia e Afins prevê a construção de uma nova pista e
taxiways para adequar o Aeroporto aos modelos de aeronaves comerciais hoje utilizados e às normas
de segurança aeronáutica. Isso permite a reinserção de SBME na malha doméstica com pontes aéreas
para o Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras rotas. Tais intervenções também permitirão que SBME
continue sendo um dos principais pontos de transbordo de trabalhadores para as sondas e plataformas
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 6
de petróleo e gás natural offshore na Bacia de Campos, atendendo também as Bacias do Espírito Santo
e Santos, por meio de helicópteros especializados.
O Aeroporto se encontra em uma área populacional adensada (Figura 2-3), a 6km de carro do centro
de Macaé e a menos de 5km de um Cento de Convenções. Na região há vários centros logísticos e
industriais voltados ao setor de petróleo e gás.
Figura 2-3: Entorno próximo do Aeroporto1
Fonte: Google Earth.
Mais distante, está o município de Rio das Ostras (menos de 30km de distância), onde se encontram
os mais visitados pontos turísticos da RI (Figura 2-4). Há várias praias na região incluindo Costazul,
ponto conhecido de prática do surfe.
1 Norte para cima.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 7
Figura 2-4: Mapa centrado no Aeroporto em tela indicando alguns dos principais destaques do seu entorno. As linhas cinzas denotam as rodovias estaduais e federais. Os círculos marcam raios de 5, 10, 30 e 50km de
distância do Aeroporto
Fonte: DNIT e Consórcio GCA.
A demanda aeroportuária de SBME está ligada à indústria do petróleo, principal atividade econômica
da RI. Por outro lado, segundo o relatório Brasil Que Voa (BQV), de 2014, parcela significativa dos
passageiros originados na RI de Macaé optam por embarcar em SBRJ e SBGL (26% e 67%,
respectivamente), o que se justifica pela maior conectividade e número de frequências destes
aeroportos.
Cabe ainda mencionar que apenas 27% dos passageiros de SBME reside em Macaé e 45% no município
de destino da viagem. O principal motivo de viagem é negócios (79%).
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 8
Projeção de passageiros e movimentos de aeronaves
As projeções de demanda de passageiros foram realizadas a partir de análises de regressão
multivariada, com parâmetros selecionados por meio de testes de diversas variáveis explicativas
potenciais.
Para a projeção dos passageiros domésticos de origem e destino da região provedora de demanda2,
adotou-se regressões com PIB Brasil e yield da região, ajustando-se a elasticidade-renda no longo
prazo, refletindo a queda da propensão a voar da população à medida em que a renda per capita
cresce. Depois, propõe-se a divisão da demanda entre os aeroportos dessa região com base na
tendência histórica para o Aeroporto em tela, limitando os porcentuais de captura àqueles definidos
com base no BQV. Não se prevê fluxos de passageiros de conexão ou de passageiros internacionais no
Aeroporto.
Finalmente, para a aviação geral, projeta-se o total de movimentos de aeronaves a partir de análise de
regressão (neste caso, adotando produção de petróleo e gás e o câmbio real3 como variáveis
explicativas). Estima-se então o total de passageiros a partir de parâmetros usuais de pax/movimento.
Como resultado consolidado das projeções, o total de passageiros cresce 3,1%a.a. entre 2019 e 2048,
último ano cheio da concessão, quando se prevê 1,2 milhão de passageiros (Figura 2-5).
Figura 2-5: Projeção de passageiros totais no Aeroporto, por tipo de fluxo
Fonte: Consórcio GCA.
A projeção dos movimentos de aeronaves é feita a partir da projeção de passageiros, do mix da frota
de aeronaves e do load factor. Atualmente, predominam aeronaves de asa rotativa, cenário que
2 Que engloba aeroportos de Macaé, Cabo Frio, Campo dos Goytacazes, Santos Dumont e Galeão (apenas fluxos domésticos). 3 Obtida a partir de projeções de IPCA, CPI e câmbio nominal.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 9
deverá perdurar ao longo da concessão. Em 2048 prevê-se um total 7,9 mil operações comerciais no
Aeroporto, além de 49,8 mil operações de aviação geral.
Demandas de pico de passageiros e aeronaves
Para o dimensionamento dos principais sistemas do aeroporto calcula-se as demandas em instantes
de fluxo mais intenso, de forma que os usuários possam ser atendidos em um nível de serviço
adequado segundo critérios preestabelecidos.
No caso das instalações do TPS (processadores e áreas de check-in, controle de segurança, etc.) utiliza-
se a hora-pico de passageiros (PHP). O critério utilizado para definir PHP varia de acordo com a
movimentação anual de passageiros no aeroporto. A PHP de aeroportos que movimentam menos de
1 milhão de passageiros por ano, caso de SBME até 2036, foi definida como a quantidade de assentos
oferecidos durante o período de 45 minutos com maior número de movimentos de aeronaves. Quando
o Aeroporto supera 1 milhão de passageiros anuais, a PHP passa a ser definida pela 30ª hora mais
movimentada do ano. A PHP cresce a uma taxa mais lenta que a demanda anual devido ao natural
espraiamento das operações para instantes de menor solicitação. A Tabela 2-1 resume os resultados
de PHP para os fluxos simultâneos (doméstico e internacional).
Tabela 2-1: PHP (30ª hora) no Aeroporto – Ano base, início da concessão e término da concessão
Natureza Sentido 2016 2019 2048
Simultâneo Embarque 200 180 317
Desembarque 200 180 343
Conexões 0 0 0
Simultâneo 400 360 538
Fonte: Infraero e Consórcio GCA.
Já o sistema de pistas deve ser dimensionado para atender à totalidade de operações da aviação
comercial na hora pico, com as operações de aviação geral sendo acomodadas na mesma hora pico ou
em instantes de menor solicitação, se necessário. Projeta-se que o Aeroporto terá, em 2048, hora-pico
de 8 movimentos de pista por aeronaves comerciais de passageiros, além de 4 movimentos de aviação
geral.
Projeta-se ainda a máxima solicitação do pátio de aeronaves, considerando o pico atual e o ritmo de
crescimento da hora-pico de pista comercial. Ao final da concessão, projeta-se a necessidade mínima
de 5 posições no pico de pátio (além de eventuais posições adicionais de reserva), com dominância de
aeronaves da classe C de envergadura.
A partir do confronto entre as demandas projetadas e a evolução da capacidade, para os diferentes
sistemas do Aeroporto, segundo o plano de desenvolvimento adotado (vide Relatório de Engenharia
e Afins), não se identificou restrições ao crescimento das demandas previstas.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 10
Carga aérea
Entre 2011 e 2017, SBME processou anualmente uma média de 300 toneladas de cargas domésticas
nos porões de aeronaves de passageiros (não há registros aeronaves cargueiras), se resumindo a 92
toneladas em 2017. Projeta-se crescimento de 1,3%a.a. para a carga doméstica no horizonte da
concessão, chegando a 385 toneladas em 2048.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 11
3 ESTUDOS DE ENGENHARIA E AFINS
Essa seção apresenta o Sumário Executivo do Relatório dos Estudos de Engenharia e Afins para a
concessão do Aeroporto de Macaé.
O Relatório dos Estudos de Engenharia e Afins foi desenvolvido de acordo com a metodologia
apresentada na figura a seguir.
Figura 3-1: Metodologia de Estudo
Fonte: Consórcio GCA.
A seguir estão apresentados de forma resumida os resultados e premissas de cada etapa dos estudos.
Para maiores detalhes verificar os relatórios completos dos estudos.
3.1 Inventário das Condições Existentes
3.1.1 Situação Atual
A caracterização da situação atual é fundamental para um desenvolvimento apropriado do Sítio
Aeroportuário. Por meio dela, é possível ter um entendimento mais preciso das limitações e
oportunidades existentes para a ampliação do complexo aeroportuário. Entre outros aspectos, o
entendimento da situação atual envolve questões operacionais, de segurança, legais e
socioambientais.
Para a caracterização da situação atual, também foi avaliada a operação atual e feita a identificação
das infraestruturas existentes por meio das visitas in loco e dos principais planos de desenvolvimento
e dos estudos disponíveis. A figura a seguir ilustra a identificação das principais instalações existentes.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 12
Além disso, quanto a situação patrimonial atual, cumpre destacar que o aeroporto em estudo
apresenta apenas regiões não-regularizadas, uma vez que não foram encontradas matrículas
referentes às áreas patrimoniais.
Quanto as obras, cumpre destacar que, segundo informações da visita in loco realizada, não existem
obras em execução no aeroporto.
3.1.2 Avaliação da Capacidade Instalada
A análise de capacidade instalada é uma das etapas do processo de avaliação das condições existentes.
Nessa etapa são avaliadas as condições de capacidade de acordo com os níveis de serviço adequados.
Deste modo, foi desenvolvida a avaliação de capacidade para todos os sistemas aeroportuários. A
seguir estão apresentas as capacidades instaladas apenas dos principais sistemas.
3.1.2.1 Sistema de Pistas e Pátios
A tabela a seguir sumariza os resultados obtidos de capacidade instalada e as demandas existentes dos
sistemas de pistas e pátios. As pistas de táxi foram avaliadas com base nas restrições geométricas de
largura e código da aeronave de projeto. Já os pátios foram avaliados com base na capacidade estática
e dinâmica de estacionamento de aeronaves.
Tabela 3-1: Capacidade da PPD
Componente Capacidade Atual Demanda atual Situação
PPD (mov/h) 27,3 27,0 Atende
Fonte: Consórcio GCA.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 13
Tabela 3-2: Capacidade das Pistas de Táxi
Pista de Taxi Largura (m) Acostamento (m) Código
RBAC154 Aeronave Crítica Situação
Taxiway A 13 13 B C Não atende
Taxiway B 13 13 B C Não atende
Taxiway C 13 13 B B Atende
Taxiway D 13 13 B C Não atende
Fonte: AIP, Consórcio GCA.
A fim de mensurar a capacidade atual do pátio principal, foram analisadas as capacidades estáticas e
dinâmicas para o cenário atual. A tabela a seguir apresenta as capacidades estáticas para o cenário
avaliado.
Tabela 3-3: Capacidade Estática de Pátio
Tipo Aviação
Comercial Aviação
Geral
B 0 3
C 2 0
D 0 0
E 0 0
H 0 41
Total Pontes de Embarque 0 0
Total Posições Remotas 2 44
Total de Posições 2 44
Fonte: Consórcio GCA.
Para avaliar a capacidade dinâmica horária do pátio principal, ponderou-se as capacidades estáticas
obtidas pelo tempo médio de ocupação de cada código de aeronave, obtendo-se assim a capacidade
dinâmica total, conforme a tabela a seguir.
Tabela 3-4: Capacidade Dinâmica de Pátio
Tipo Aviação
Comercial
Tempo Médio de Turn (min) C
C 45
D 75
E 85
Capacidade C
C 3
D 0
E 0
Total 3
Fonte: Consórcio GCA.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 14
3.1.2.2 Sistema Terminal de Passageiros
A figura a seguir sumariza os resultados obtidos de capacidade instalada e as demandas existentes dos
fluxos de embarque e desembarque. Os componentes do terminal foram avaliados considerando os
segmentos doméstico e internacional.
Figura 3-2: Capacidade do Componentes do Terminal
Fonte: Consórcio GCA.
3.1.2.3 Demais Sistemas
Quanto a condição dos demais sistemas que sofreram intervenções imediatas na fase 01, pode-se
notar as seguintes observações quanto a situação atual descritas na tabela a seguir.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 15
Tabela 3-5: Capacidade dos demais componentes
Componente Descrição da Situação Atual
Infraestrutura Aeronáutica
• Operação: apresenta capacidade técnica para operação VFR/IFR de não precisão diurno/noturno para ambas as cabeceiras (06 e 24). Com um sistema PAPI instalado em cada cabeceira, a PPD está apta a pouso de aeronaves a jato por qualquer uma das cabeceiras. Entretanto, cabe ressaltar que as luzes da PPD e o circuito de alimentação são antigos e estão com a vida útil esgotada.
Sistema Terminal de Cargas
• TECA: não há.
• Pátios Lado Ar e Lado Terra: não há.
• Estacionamento: não há.
Sistema de Aviação Geral
• TAG: atende à necessidade atual.
• Estacionamento: não há.
• Hangares e pátios associados: atende à necessidade atual.
Sistema de Administração e Manutenção
• Administração: atende à necessidade atual.
• Manutenção: atende à necessidade atual.
Sistema de Apoio às Operações
• PAA: atende à necessidade atual.
• SCI: atende à necessidade atual.
Sistema de Apoio às Companhias Aéreas
• Processamento de carga: não há.
• Manutenção: não há.
• Manutenção e Hangaragem: não há.
Sistema Industrial de Apoio
• Correios: não há.
• Comissaria: não há.
• Serviços Aeroportuários: não há.
Sistemas de Infraestrutura Básica
• Energia Elétrica: atende à necessidade atual, mas existem inconformidades.
• Água Potável: atende à necessidade atual.
• Esgoto Sanitário: atende à necessidade atual sob análise qualitativa.
• Resíduos Sólidos: atende à necessidade atual.
Fonte: Consórcio GCA.
3.2 Estudos de Demanda
A fim de avaliar a capacidade atual de acomodar a demanda e as necessidades de investimentos ao
longo do período de concessão, foram desenvolvidos estudos mercadológicos e previsões de demanda
de passageiros, operação de aeronaves e carga transportada.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 16
Figura 3-3: Resumo da Demanda Projetada
Fonte: Estudo de Mercado.
3.3 Plano de Necessidades
Dadas as projeções de demanda e a capacidade instalada, avaliou-se, para todos os sistemas
aeroportuários, as infraestruturas necessárias para atender a demanda prevista. Na figura a seguir é
apresentado um resumo das necessidades de infraestrutura para o aeroporto ao longo das fases de
implantação consideradas para o período de análise. A obtenção dos requisitos de cada fase baseou-
se na avaliação das infraestruturas existentes diante da demanda projetada. Assim, as infraestruturas
instaladas foram mantidas, realocadas ou ampliadas de acordo com as necessidades previstas.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 17
Tabela 3-6: Plano de Necessidades
Fonte: Consórcio GCA.
Além disso, a seguir é apresentado um resumo das necessidades de infraestrutura para o aeroporto
com suas principais informações e componentes ao longo dos 30 anos considerados para o período de
análise.
Sistema de Pistas e Pátios
Pista de Pouso e Decolagem 2 Intervenção 2 Intervenção
Pistas de Táxi 2 Intervenção 2 Intervenção
Pátios de Aeronaves 1 Adequado 1 Adequado
Equipamentos de Rampa 1 Adequado 1 Adequado
Sistema Terminal de Passageiros
Terminal de Passageiros (TPS) 2 Intervenção 1 Adequado
Estacionamento de Veículos 1 Adequado 2 Intervenção
Vias de Acesso 1 Adequado 1 Adequado
Infraestrutura Aeronáutica
Auxílios à Navegação Aérea 2 Intervenção 1 Adequado
Sistema Terminal de Cargas
Terminal de Cargas (TECA) 4 N/A 4 N/A
Estacionamento de Veículos 4 N/A 4 N/A
Vias de Acesso 4 N/A 4 N/A
Sistema de Aviação Geral
Terminal de Aviação Geral (TAG) 1 Adequado 1 Adequado
Estacionamento de Veículos 1 Adequado 1 Adequado
Vias de Acesso 1 Adequado 1 Adequado
Sistema de Administração e Manutenção
Instalações de Administração 1 Adequado 1 Adequado
Instalações de Manutenção 2 Intervenção 2 Intervenção
Sistema de Apoio às Operações
Parque de Abastecimento de Aeronaves (PAA) 2 Intervenção 1 Adequado
Seção de Contraincêndio (SCI) 1 Adequado 2 Intervenção
Sistema de Apoio às Companhias Aéreas
Instalações de Processamento de Carga e Manutenção 2 Intervenção 2 Intervenção
Instalações de Manutenção e Hangaragem 4 N/A 4 N/A
Sistema Industrial de Apoio
Correios 4 N/A 4 N/A
Comissaria 4 N/A 4 N/A
Serviços Aeroportuários 2 Intervenção 2 Intervenção
Sistemas de Infraestrutura Básica
Energia Elétrica 2 Intervenção 2 Intervenção
Água Potável 1 Adequado 2 Intervenção
Esgoto Sanitário 2 Intervenção 2 Intervenção
Resíduos Sólidos 1 Adequado 1 Adequado
Fase 1 Fase 2SBME
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 18
Tabela 3-7: Resumo das necessidades dos principais componentes
Atual/ Existente
Fase 01 Fase 02
DEMANDA 2016 15 Anos 30 Anos
Passageiros Anual
Aviação Regular 0 196.973 584.734
Aviação Geral 525.739 705.545 597.519
Total 525.739 902.518 1.182.253
Passageiros Hora-Pico (Doméstico)
Embarque 109 227 317
Desembarque 118 245 343
Conexão 0 0 0
Simultâneo 185 385 538
Aeronaves Hora-Pico
Hora-pico comercial (mov/h) 9 12 12
Hora-pico total (mov/h) 27 31 30
SISTEMA DE PISTAS
Aeronave de Projeto C C C
Capacidade Teórica (mov/h) 27,3 34,2 34,2
Comprimento de Pista (m) 1.200 1500 +
450 1500 +
450
Tipo de Operação NPA NPA NPA
SISTEMA DE PÁTIOS
Pátio de Aeronaves de Passageiros
Posições de Contato - - -
Posições Remotas 2C 5C 6C
Total de Posições 2C 5C 6C
SISTEMA TERMINAL DE PASSAGEIROS
Edifício do Terminal
Total (m²) 10.000 10.000 10.000
Estacionamento de Veículos
Área Total (m²) 9.013 10.500 13.600
Número de Vagas 334 398 502
Fonte: Consórcio GCA.
Após a programação de necessidades, com base na análise de capacidade dos sistemas do aeroporto,
foi possível definir para cada componente quando as intervenções devem ser iniciadas de modo que
o nível de serviço seja mantido durante todo o período.
Considerando que a concessão se inicia em 2019, é estimado um tempo de 6 meses para que sejam
obtidas as licenças ambientais necessárias para o início das obras. Após a obtenção das licenças
ambientais, as obras podem ser iniciadas. Com isso, como resultado da iteração dos diversos
componentes de planejamento, foram definidas as fases de obras e de operação conforme
apresentado na figura a seguir.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 19
Figura 3-4: Cronograma estimado de fases de operação e de obras
Fonte: Consórcio GCA.
3.4 Estudo de Alternativas
Para a escolha da alternativa mais vantajosa para o desenvolvimento do sítio aeroportuário, buscou-
se aquela que apresentasse soluções para todas as não conformidades de infraestrutura, permitisse o
desenvolvimento futuro do sítio aeroportuário de forma otimizada, garantisse um nível de serviço
adequado para todas as instalações, minimizasse as intervenções nas instalações existentes e
apresentasse custos compatíveis com as receitas do aeroporto durante o período de concessão.
As alternativas propostas e suas principais características foram apresentadas na figura a seguir.
Figura 3-5: Alternativas Propostas
Alt
ern
ativ
a 0
1
• Ampliação da PPD atual de 1.200 m para 1.500 m;
• Implantação de uma segunda pista de dimensões 450 m x 21 m para helicópteros;
• Implantação de RESA’s em ambas as cabeceiras;
• Construção de novo TPS e pátio;
• Necessidade de desapropriações, desativação de hangar e reposicionamento do VOR DME;
• Desativação das atuais instalações do TPS e outras estruturas.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 20
Alt
ern
ativ
a 0
2
• Implantação de nova PPD de 1.500 m de comprimento a 168 m da atual, permanecendo a atual como taxiway paralela;
• Implantação de uma segunda pista de dimensões 450 m x 21 m para helicópteros;
• Implantação de RESA’s e ambas as cabeceiras;
• Reforma do TPS e pátio atuais;
• Necessidade de desapropriações, desativação de hangar e reposicionamento do VOR DME;
• Aproveitamento das atuais instalações do TPS e outras estruturas.
Alt
ern
ativ
a 0
3
• Implantação de nova PPD de 1.500 m de comprimento a 134 m da atual;
• Implantação de uma segunda pista de dimensões 450 m x 21 m para helicópteros;
• Implantação de RESA’s e ambas as cabeceiras;
• Reforma do TPS e pátio atuais;
• Necessidade de desapropriações, desativação de hangar e reposicionamento do VOR DME;
• Aproveitamento das atuais instalações do TPS e outras estruturas.
Alt
ern
ativ
a 0
4
• Implantação de nova PPD oblíqua com 1.500 m de comprimento;
• Aproveitamento de parte da atual PPD como pista para helicópteros;
• Implantação de RESA’s em ambas as cabeceiras, sem desapropriações;
• Reforma do atual TPS e pátio;
• Melhorias nas influências ao PBZPA e PZR.
Alt
ern
ativ
a 0
5
• Implantação de nova PPD paralela e distante 395 m da atual, conforme Plano Diretor;
• Aproveitamento de parte da atual PPD como pista para helicópteros;
• Implantação de RESA’s em ambas as cabeceiras, sem desapropriações;
• Reforma do atual TPS e pátio;
• Sem custos com desapropriações.
Fonte: Consórcio GCA.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 21
Para adequação do Aeroporto de Macaé às normas aeronáuticas vigentes, considerando a operação
de aeronaves código 3C sob condições de aproximação por instrumentos de não-precisão, são
necessários a ampliação do comprimento da PPD e um maior afastamento entre a pista e o pátio.
Dadas as condições do aeroporto, isso pode ser atendido ou pela implantação de um novo pátio/TPS,
conforme estudado na Alternativa 01, ou pela implantação de uma nova PPD, conforme estudado nas
demais alternativas.
Por outro lado, as sondagens geotécnicas do terreno apontam a existência de bolsões de solo mole no
subleito do sitio aeroportuário, exigindo que os projetos de engenharia para implantação de nova PPD
ou pátio de aeronaves adotem soluções de engenharia especiais e de alto custo financeiro.
Os estudos financeiros mostraram que apesar do custo elevado, a construção de uma nova PPD ainda
seria mais econômica do que a ampliação da PPD atual, incluindo as desapropriações de área
necessárias, e a construção de novo TPS/Pátio de Aeronaves. Dessa forma, a Alternativa 01 foi
descartada.
As Alternativas 02 e 03, além de inviabilizar o aproveitamento da PPD atual, exigem a desapropriação
de áreas, a desativação do Hangar construído no setor oeste e o reposicionamento do VOR-DME. Além
disso, para atender a demanda do aeroporto, seria necessária a construção de uma segunda pista,
exclusiva para a operação de helicópteros. Os custos dessas intervenções mostraram-se mais altos do
que os das Alternativas 04 e 05, sendo, portanto, descartadas.
Entre as Alternativas 04 e 05, a Alternativa 05 apresentou custo de implantação ligeiramente menor e
acabou sendo escolhida por garantir uma boa reserva de área para aproveitamento futuro, otimizando
a ocupação do sítio aeroportuário, e por seguir as diretrizes gerais do Plano Diretor do Aeroporto.
3.5 Plano de Desenvolvimento
Após a seleção da alternativa mais apropriada e o desenvolvimento do plano de necessidades, foi
elaborado o plano de desenvolvimento do aeroporto para o período de concessão considerado.
Ademais, foi elaborado um anteprojeto de engenharia e arquitetura. Assim, estimaram-se os custos
de projetos e operação ao longo das fases de implantação, de modo a viabilizar a modelagem
econômico-financeira do aeroporto.
A seguir foram apresentados os principais investimentos de cada fase de planejamento, bem como as
plantas de implantação identificando as intervenções no aeroporto e posterior detalhamento das
mesmas.
3.5.1 Fase 1
A primeira fase da concessão está prevista para ocorrer entre os anos de 2023 e 2033, já que o período
entre 2019 e 2024 é utilizado para obtenção das licenças ambientais e realização das obras, de forma
que todas as obras propostas atendam à demanda do ano de 2033.
As principais intervenções propostas para esta fase são:
• Construção da nova PPD 06L/24R;
• Implantação de RESA nas cabeceiras 06L e 24R;
• Adequação e implantação de auxílios à navegação, balizamento e sinalização vertical;
• Ampliação do estacionamento de veículos;
• Reconfiguração dos portões de controle e acesso ao aeroporto, com construção de via de serviço pavimentada nas áreas de apoio;
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 22
• Implantação de novos trechos da via de serviço operacional não-pavimentada.
A figura a seguir apresenta as intervenções prevista para a fase de implantação.
3.5.2 Fase 2
A segunda fase da concessão está prevista para ocorrer entre os anos de 2034 e 2048, de forma a
infraestrutura prevista atende à demanda do ano de 2048. As obras desta fase estão previstas para
acontecerem em 2032 e 2033.
As principais intervenções propostas para esta fase são:
• Recapeamento do sistema de pistas;
• Ampliação do estacionamento de veículos;
• Implantação de SCI;
• Ampliação das áreas de apoio do aeroporto.
A figura a seguir apresenta as intervenções prevista para a fase de implantação.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 23
3.6 Estimativas de Custos de Investimento (CAPEX)
Para a elaboração do orçamento dos investimentos previstos, considerou-se preços consoantes com
as tabelas referenciais do SICRO e SINAPI, de modo a obter custos unitários referenciais por
componente aeroportuário. Considerou-se também, a taxa de BDI, de acordo com as orientações do
TCU e metodologia do SICRO. Assim, a partir dos investimentos previstos, custos unitários e da taxa de
BDI, obteve-se o orçamento dos investimentos para o desenvolvimento do aeroporto. A tabela a seguir
sumariza os investimentos por fase de implantação.
Tabela 3-8: CAPEX – Resumo por fase
DESCRIÇÃO VALOR (R$)
Investimentos na Fase 1 255.520.377,99
Investimentos na Fase 2 7.765.558,64
Subtotal dos investimentos em expansão aeroportuária 263.285.936,63
Gastos com Manutenção 35.613.466,15
Gastos com Meio Ambiente 25.427.724,67
Gastos com Desapropriações 0,00
Total do CAPEX 324.327.127,45
Fonte: Consórcio GCA.
A tabela a seguir compila os investimentos com base nos componentes principais do aeroporto para
cada fase.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 24
Tabela 3-9: CAPEX – Resumo por componente
Componente Fase 01 (R$) Fase 02 (R$)
Sistema de Pistas 232.877.023,30 0,00
Sistema Terminal de Passageiros 275.909,59 579.410,13
Sistema de Apoio 146.252,60 3.537.843,44
Sistema Administrativo e de Manutenção 927.094,87 485.621,12
Sistema das Companhias Aéreas 48.535,16 88.981,12
Sistema Industrial de Apoio 24.267,58 64.713,54
Sistema de Infraestrutura Básica 1.710.668,15 863.693,45
Área Patrimonial 4.109.610,63 0,00
Sistema Viário 2.040.846,04 621.409,42
Demolições 257.711,59 0,00
Equipamentos 13.102.458,49 1.523.886,42
Total do CAPEX (R$) 255.520.377,99 7.765.558,64
Fonte: Consórcio GCA.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 25
4 ESTUDOS AMBIENTAIS
Essa seção apresenta o Sumário Executivo do Relatório dos Estudos Ambientais para a concessão do
Aeroporto de Macaé.
O Relatório dos Estudos Ambientais apresenta todos os estudos ambientais realizados em campo e no
escritório, por meio de dados primários e secundários, tendo sido realizada avaliação criteriosa de toda
a documentação pertinente fornecida pela Secretaria Nacional de Aviação Civil – SNAC, por meio de
Data Room. As informações disponíveis no banco de dados orientaram a condução das vistorias de
campo, as reuniões com órgãos públicos e as vistas dos autos de processos relacionados ao aeroporto.
Para o Aeroporto de Macaé, essas atividades foram realizadas nos dias 07 e 08 de dezembro de 2017.
Contatos telefônicos, mensagens eletrônicas e/ou reuniões foram realizadas com os seguintes órgãos:
• Instituto Estadual do Ambiente (INEA);
• Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Macaé;
• Secretaria Adjunta de Planejamento;
• Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda.
Os estudos ambientais foram desenvolvidos de modo a atender às diretrizes constantes no edital para
o tema, sendo que todos os requisitos foram devidamente abordados ao longo do relatório, seguindo
certa cronologia analítica, mediante avaliação criteriosa de toda a regularidade do aeroporto e
respectivos processos de licenciamento, dos estudos de ampliações, planos diretores e estudos
ambientais pretéritos.
Com relação à regularidade ambiental, o Aeroporto de Macaé se encontra irregular em relação ao
licenciamento operacional de suas atividades e infraestrutura existente, sendo o Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), órgão ambiental do estado do Rio de Janeiro, responsável pelo licenciamento
ambiental do empreendimento. A tabela a seguir apresenta o detalhamento da LO e os motivos da
não renovação.
Tabela 4-1: Informações sobre a licença de operação
Licença Processso Órgão Emissor Emissão Validade Status
LO nº FE013515
E07/200619/2004
FEEMA, posteriormente, transferido ao INEA
07/11/2007 07/11/2012
Procedimento de Renovação Paralisado. O órgão ambiental condicionou a renovação da LO à prévia implantação de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) no aeroporto.
Fonte: Consórcio GCA.
O atual administrador vem adotando providências para a implantação de uma Estação de Tratamento
de Efluentes (ETE) no aeroporto. No entanto, considerando as incertezas associadas a essas ações,
optou-se por incluir os custos de implantação de uma ETE no CAPEX do projeto, sendo esta uma ação
prioritária para o futuro administrador do aeroporto. Após a implantação da ETE, é prevista a
continuidade do processo de renovação da LO do aeroporto, com a respectiva emissão de uma nova
licença.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 26
No relatório elaborado foi apresentado em detalhes, o status de atendimento das condicionantes da
Licença de Operação (LO) nº FE013515, inseridas no Processo Administrativo nº E07/200619/2004,
mantido sob a guarda do INEA.
Desde o início de suas operações, o empreendimento recebeu diversas obras de melhorias e
ampliações. No relatório ambiental elaborado, podem ser verificados, em ordem cronológica, as
principais ações, obras, intenções de realização de obras e respectivos licenciamentos ambientais
ocorridos a partir de 2010.
Foram também levantadas e relatadas, as licenças das empresas concessionárias do administrador
aeroportuário, as autorizações, outorgas e demais licenças do administrador aeroportuário, as
notificações e não conformidades do aeroporto, aplicadas por órgãos diversos, bem como a
conformidade do aeroporto perante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e perante a
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Não foram evidenciadas ocorrências (notificações, infrações, não conformidades e outros) aplicadas
pela ANVISA ao atual administrador aeroportuário.
Em relação às inconformidades ambientais perante a ANAC, identificou-se o não atendimento aos
requisitos do RBAC 164, devendo o administrador aeroportuário elaborar estudos para a avaliação e
gerenciamento do risco da fauna no aeroporto.
Foi também realizado o diagnóstico socioambiental atual do aeroporto e levantados os passivos
ambientais existentes e da compatibilidade das atividades aeroportuárias e o uso do solo local.
Com relação aos passivos ambientais existentes, foram levantados no aeroporto de Macaé, 13 passivos
ambientais, sendo que 62% são referentes a passivos do tipo IR (irregularidades ambientais) e 38%
referem-se a passivos do tipo AC (áreas contaminadas). Desse total de passivos, apenas dois estão em
áreas sob responsabilidade de terceiros (T) e o restante é de origem da Administração Local (AL).
Figura 4-1: Classificação do tipo de passivo e sua origem no aeroporto
Fonte: Consórcio GCA
Foi também avaliada a classificação dos passivos encontrados à luz da sua Classe de Risco, efetuada
com base na metodologia adaptada da FMEA (FailureModeandEffectsAnalysis).
Diante deste cenário apresentado, é possível visualizar que no Aeroporto de Macaé não foram
identificados passivos classificados com risco Alto e Muito Alto. Os passivos têm classificação de riscos
AC5
38%IR8
62%
TIPO DO PASSIVO
AL11
85%
T2
15%
ORIGEM DO PASSIVO
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 27
de Médio a Muito Baixo e poderão ser geridos de acordo com as suas respectivas criticidades a curto
e médio prazo.
Figura 4-2: Classificação dos passivos por risco
Fonte: Consórcio GCA
O estudo também analisou criteriosamente a compatibilidade atual e futura entre as atividades
aeroportuárias e o uso do solo, de forma a verificar se o plano de proteção contra obstáculos, plano
de zoneamento de ruído e área de segurança aeroportuária foram devidamente incorporados nas
diretrizes e legislações que norteiam a ocupação das áreas do entorno do aeroporto.
Para o bom desenvolvimento das atividades aeroportuárias e a adequação à luz da legislação vigente,
o administrador aeroportuário deverá atualizar o Plano Básico de Zona de Proteção do Aeródromo e
o Plano Específico de Zoneamento de Ruído, além de desenvolver acordos de cooperação técnica com
os municípios afetados pelas superfícies de proteção, com intuito de incorporar as necessidades
aeroportuárias aos instrumentos municipais de ordenamento urbano.
O estudou também estimou a quantidade de pessoas afetadas pelos níveis de ruído aeronáutico,
conforme a tabela a seguir, tanto para o Cenário Atual quanto para o Cenário futuro de
desenvolvimento.
46%
23%
31%
QUANTIDADE DE PASSIVOS POR CLASSE DE RISCO
Muito Baixo Baixo Médio
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 28
Tabela 4-2:Impacto do ruído aeronáutico sobre a população do entorno
Área entre curvas de ruído
Ocupação de uso Misto ou residencial dentro das curvas (%)
Número de pessoas que habitam dentro das curvas
Número de residências dentro das curvas
Curvas atuais
Curvas Futuras
Aumento do impacto (%)
Curvas Atuais
Curvas Futuras
Aumento do impacto (%)
Curvas Atuais
Curvas Futuras
Aumento do impacto (%)
65 -70dB 2 5 254 12 43 258 4 14 250
70 - 75dB 0 0 -- 0 0 -- 0 0 --
75 - 80dB 0 0 -- 0 0 -- 0 0 --
80 - 85dB 0 0 -- 0 0 -- 0 0 --
Fonte: Consórcio GCA
Nota-se que o impacto do ruído sobre as residências do entorno não é considerado um fator crítico,
pois poucas residências são afetadas pelo ruído aeronáutico. Salienta-se a importância de o
administrador aeroportuário desenvolver ações conjuntas com a municipalidade, visando garantir que
os usos do solo no interior das curvas de ruído estarão em consonância com o recomendado pelo RBAC
161.
Em relação ao risco da Fauna, o estudo identificou os principais focos atrativos existentes no interior
da Área de Segurança Aeroportuária (ASA), área circular com 20 km de raio, a partir do centro
geométrico da maior pista do aeroporto. Destacam-se os focos relacionados à disposição irregular de
resíduos. Neste sentido, o administrador aeroportuário deverá auxiliar a administração municipal no
monitoramento dos focos e desenvolver ações educativas para evitar que novos focos sejam criados.
No que tange às ações do risco da fauna dentro do sítio aeroportuário, destaca-se a necessidade de
elaboração dos estudos denominados Identificação do Perigo da Fauna (IPF) e do Programa de
Gerenciamento do Risco da Fauna (PGRF). Com os resultados desses estudos, será possível analisar a
necessidade de implantação de ações de manejo direto no sítio aeroportuário.
O estudo também apresenta o diagnóstico dos principais aspectos ambientais do aeroporto, no que
se refere a: drenagem, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, áreas degradadas, fauna, flora,
emissões atmosféricas, energia, riscos ambientais, engajamento com stakeholders e Sistema de
Gestão Ambiental.
Com base em todos esses levantamentos, entende-se que o objetivo maior do estudo foi cumprido,
notadamente, no diz respeito à análise das restrições legais e ambientais existentes na área do sítio
aeroportuário e seu entorno, com a definição dos critérios socioambientais a serem incorporados ao
projeto, de tal forma que os mesmos pudessem direcionar a elaboração do Plano de Desenvolvimento
com os menores impactos ambientais possíveis.
O aeroporto apresenta algumas restrições ambientais que podem dificultar sua ampliação e
adequação, especialmente no que se refere a existência de formações pioneiras de mangue e de
restinga; a localização em zonas de amortecimento de unidades de proteção integral; a localização em
rotas de aves migratórias e por estar em região cuja fauna e flora são sensíveis à atividade
aeroportuária, conforme classificação do ICMBIO.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 29
Dessa forma, a elaboração do Plano de Desenvolvimento para o Aeroporto levou em consideração
todas as restrições e critérios ambientais descritos no parágrafo anterior. Entende-se que a solução
proposta é a que menos impactará os recursos ambientais na região do aeroporto e, ao mesmo tempo,
permitirá que o empreendimento esteja de acordo com as legislações aplicáveis. A figura a seguir
ilustra o impacto das obras de ampliação sobre a vegetação do aeroporto.
Figura 4-3: Impacto das obras de ampliação sobre a vegetação do aeroporto.
Fonte: Consórcio GCA.
Uma vez definido o plano de desenvolvimento, foi possível avaliar os riscos socioambientais e os
impactos ambientais decorrentes da sua implantação.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 30
Ao se avaliar o impacto das obras de expansão sobre a cobertura vegetal no decorrer das duas fases
do Plano de Desenvolvimento, identifica-se a necessidade de supressão de vegetação em 48,43
hectares de Formações Pioneiras (Manguezal e Restinga) e 11,35 hectares de áreas úmidas.
A análise dos riscos socioambientais associados ao projeto, ou seja, situações que podem inviabilizar
ou atrasar a execução das atividades e obras previstas, foi sintetizada na tabela a seguir.
Tabela 4-3: Riscos e respectivas estratégias para minimizar o risco
Situação de Risco Risco identificado Estratégia para minimizar o risco
Necessidade de fechamento de via pública no interior do sítio aeroportuário e regularização de suas áreas
Morosidade na elaboração de acordos e implantação de sistemas viários alternativos
Durante o período de licenciamento ambiental das obras de ampliação, o empreendedor deverá auxiliar a prefeitura municipal na escolha de vias alternativas em substituição à Estrada Eng. Antônio Carlos Junqueira Moraes.
Ausência de Sistema de Tratamento de Efluentes no aeroporto
Notificações ambientais
Ao assumir a gestão operacional do empreendimento, implantar imediatamente a ETE, cujo processo de licenciamento ambiental para a emissão da LI já foi iniciado pela Infraero.
Existência de Zona de Especial Interesse Ambiental dentro do sítio aeroportuário
Imposição de restrições para a realização das obras de implantação da nova pista do aeroporto
Elaboração de EIA/RIMA que avalie os impactos nos ambientes de interesse ambiental e proponha medidas concretas para mitigá-los. Diálogo com a prefeitura municipal para a alteração do zoneamento municipal, com o intuito de compatibilizá-lo com o Plano Diretor do Aeroporto.
Falta de aprovação do PBZPA pelo COMAER
Restrições operacionais Elaborar o PBZPA de acordo com o Plano Diretor revisado e abrir processo no DCEA.
Inexistência de IPF e PGRF em conformidade com o RBAC 164
Colisões com Fauna Realizar os estudos necessários para direcionar as ações de prevenção e mitigação do risco da Fauna.
Fonte: Consórcio GCA.
Por fim, com o conhecimento dos riscos e impactos ambientais decorrentes da implantação do plano
de desenvolvimento, foi realizada a proposição medidas mitigadoras, sistemas de gestão, programas
ambientais e indicadores de desempenho mais adequados para que o futuro operador tenha
segurança durante toda a fase de implantação das obras de expansão e operação do aeroporto.
Foram também levantadas as diretrizes de licenciamento necessárias para todo o período de
concessão do aeroporto, com a definição dos respectivos cronogramas para as fases de implantação e
operação do aeroporto.
As obras da fase 1 do Plano de Desenvolvimento, que contemplam a construção de uma nova pista de
pouso e decolagem, foram classificadas com médio a alto grau de impacto ambiental. Por essa razão,
é prevista a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA) para subsidiar a emissão da Licença Prévia – LP.
A respeito da emissão da LI, é comum o órgão ambiental solicitar a elaboração de um Plano de Controle
Ambiental (PCA) ou de um Plano Básico Ambiental (PBA), que descrevem detalhadamente os
programas ambientais a serem implementados durante a fase de obras para o controle e mitigação
dos impactos descritos no estudo que subsidiou a emissão da LP. Portanto, o objetivo e o conteúdo
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 31
de ambos os estudos são semelhantes. No relatório de Estudos Ambientais, considerou-se que o órgão
ambiental solicitará a elaboração do PCA.
Ainda com relação às obras da Fase 1, em empreendimentos sujeitos à elaboração do EIA/RIMA, o
empreendedor deve apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação de Grupo de
Proteção Integral, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Dessa
forma, no orçamento socioambiental foi reservado o valor de 0,5% do total de investimentos da Fase
1 para que seja realizada a compensação ambiental em unidades de conservação.
Para a Fase 2 do Plano de Desenvolvimento, classificada como de baixo impacto ambiental, será
necessária a elaboração de um Relatório Ambiental Simplificado e Plano de Controle Ambiental,
visando a obtenção das Licenças Prévia (LP) e de Instalação (LI).
Para o licenciamento de todas as fases que compõem o Plano de Desenvolvimento, o administrador
aeroportuário também deverá solicitar a manifestação da prefeitura municipal e o parecer de demais
órgãos públicos, como o do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) e do Conselho
Gestor do Parque Municipal do Estuário do Rio Macaé.
A elaboração dos estudos ambientais e consultas aos órgãos públicos ocorre em período que precede
o início das obras, conforme prazos de licenciamento consolidados na tabela a seguir.
Tabela 4-4: Prazos consolidados para o licenciamento ambiental das fases do projeto
Fase do Plano de Desenvolvimento Duração do licenciamento (Estudos e análises)
Início das obras (após a obtenção da Licença de Instalação – LI)
Fase 1 16 meses Dezembro de 2020
Fase 2 10 meses Janeiro de 2032
Fonte: Consórcio GCA.
Por fim, o estudo apresentou os custos do orçamento socioambiental previsto para as obras de
ampliação (CAPEX) e para a operação do aeroporto (OPEX), que estão resumidos no quadro a seguir.
Tabela 4-5: Custos socioambientais estimados para o Aeroporto de Macaé
Ações/Programas Ambientais Valor Total
OBRAS DE AMPLIAÇÃO
Licenciamento
Estudos Ambientais + TX análise + Tx emissão LP 1.236.862
Estudos Ambientais + TX análise + Tx emissão LI 417.033
Estudos Ambientais + TX análise + Tx emissão LO 143.740
subtotal licenciamento 1.797.635
PCA
Gestão e Monitoramento de Obra 2.960.860
Supressão de Vegetação 19.125.375
subtotal PCA 22.086.235 Passivos Ambientais 266.253
* Compensação Ambiental (SNUC) 1.277.602 TOTAL CAPEX 25.427.725
OPERAÇÃO
Licenciamento
Reemissão de LO 71.870
Renovação LO 431.219
TCFA IBAMA 695.608
subtotal licenciamento 1.198.696
SGA Equipe do Sistema de Gestão Ambiental 12.724.296
PBZPA e PZPANA 138.598
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 32
Ações/Programas Ambientais Valor Total
Programa de Gerenciamento de Fauna
IPF / PGRF 372.695
Plano de Controle de Pragas e Vetores 2.335.535
Programa de Gerenciamento do Ruídos
Elaboração das curvas de ruído 34.181
Plano de Zoneamento de Ruído 41.673
Programa de Gerenciamento de Energia e Emissões 17.827
Programa de Gerenciamento de Recursos Hídricos e Efluentes 6.052.583
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 34.772
Programa de Comunicação Social, Educação e Treinamentos 2.328.743 subtotal SGA 24.080.903 TOTAL OPEX 25.279.599
Fonte: Consórcio GCA.
O estudo, que contou com a participação de diversos profissionais especializados na área ambiental e
com atuação efetiva na operação de aeroportos, apresentou trabalhos inéditos relacionados à
avaliação das restrições e impactos ambientais decorrentes dessa atividade, bem como a definição de
medidas mitigadoras específicas e indicadores de desempenho inovadores, podendo-se destacar:
• A análise do uso e ocupação do solo no interior das curvas de ruído, mediante a identificação
das áreas e números de residências, pessoas e médias de pessoas por residência originais dos
setores censitários (IBGE, 2010);
• Levantamento dos focos atrativos à fauna, utilizando-se de critérios definidos em legislações
aeronáuticas específicas;
• Levantamento e análise de índices de colisão de aeronaves com fauna, segundo dados
disponibilizados pelo CENIPA;
• Identificação de áreas sensíveis à atividade aeroportuária, em virtude da existência de espécies
da fauna e flora de distribuição restrita localizadas em regiões sob influência do aeródromo,
conforme critérios do ICMBIO;
• Avaliação de risco dos passivos ambientais levantados utilizando-se uma adaptação da FMEA
(FailureModeandEffectsAnalysis);
• A proposição dos indicadores de acordo com as referências do GRI Standards (versão 2016) e do GRI G4- Airport Operator Sector Disclosures (versão 2013), correlacionando-os com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com os padrões de Desempenho IFC, e com os princípios do Pacto Global.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 33
5 AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
Esta seção apresenta o Sumário Executivo do Relatório de Avaliação Econômico-Financeira da
concessão do Aeroporto de Macaé, no horizonte de 30 anos, compreendendo o período de
01/agosto/2019 a 31/julho/2049. Atualmente, o aeroporto gera receitas de cerca de R$22 milhões e
tem margem de EBITDA de cerca de 15% (dados de 2016)4.
Receitas
A avaliação econômico-financeira da concessão do Aeroporto de Macaé partiu da projeção das
receitas, compostas de:
• Receitas tarifárias, resultado da cobrança de tarifas sobre as operações de passageiros, cargas e aeronaves (tarifas aeronáuticas), além de armazenagem e capatazia de cargas; e
• Receitas não tarifárias (ou comerciais/acessórias), associadas à exploração direta ou indireta de espaços e de serviços no aeroporto, incluindo as seguintes atividades: varejo, alimentos e bebidas; estacionamento de veículos; abastecimento de aeronaves; locação de veículos; publicidade e mídia; cessão de espaço para companhias aéreas e Esatas; entre outros.
As projeções do primeiro grupo de receitas se baseiam na demanda esperada do aeroporto e nas
tabelas tarifárias aplicáveis a cada caso. Já no caso das receitas não tarifárias, as projeções consideram
não apenas a evolução da demanda do aeroporto e o respectivo impacto sobre cada tipo de negócio
explorado, mas também ganhos de eficiência advindos da renegociação de contratos entre o
concessionário e os cessionários de espaço no aeroporto, considerando padrões de benchmarks do
mercado.
Prevê-se que as receitas do aeroporto cresçam a uma média de 2,1%a.a. entre 2020 e 2048 (primeiro
e último ano cheios da concessão), evoluindo de R$20,7MM5 para R$37,4MM no período. As receitas
com tarifas aeronáuticas deverão oscilar de R$12,1MM a R$20,4MM e as não tarifárias de R$8,6MM
para R$16,9MM (Figura 5-1), alcançando cerca de 45% de participação no total de receitas em 2048.
4 Todos os valores monetários são apresentados no relatório em Real (R$) a valores constantes, com nível de preços compatíveis com a data-base de julho/2017, conforme orientação da SNAC/MTPAC. 5 Note-se que o crescimento expressivo em relação à receita de 2016 se deve não apenas à evolução da demanda projetada no período, mas também à incorporação do ATAERO à receita dos aeroportos, ocorrida apenas na segunda metade de 2016 e, que, portanto, teve efeito limitado sobre as receitas deste ano.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 34
Figura 5-1: Projeção das receitas tarifária (aeronáutica e armazenagem e capatazia), não tarifárias e totais ao longo da concessão
Fonte: Consórcio GCA.
A receita unitária do Aeroporto ao final da concessão será de R$31,5/WLU. Descontada a incorporação
do ATAERO à receita do concessionário (para torná-la comparável a dados históricos de outros
aeroportos nacionais), a receita total será de R$27,0/WLU (ante R$41,9/WLU em 2016), acima da
média nacional atual (Figura 5-2).
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 35
Figura 5-2: Benchmark nacional de receita total por WLU6
Fonte: Consórcio GCA.
Custos e despesas
Os custos e despesas operacionais do aeroporto concentram-se nas seguintes categorias: pessoal e
serviços terceirizados (principalmente), além de utilidades/serviços públicos e material de consumo.
Após o início da concessão, novas obrigações serão assumidas pelo concessionário, incluindo: seguro
para garantia de execução do contrato, despesas socioambientais e IPTU, além de custos de transição7.
O concessionário terá ainda de arcar com o pagamento de outorgas; estas, entretanto, são definidas
em função da viabilidade da concessão e, portanto, não são abordadas neste item.
A projeção dos custos e despesas do concessionário considera ganhos iniciais de eficiência associados
à assunção da operação pela iniciativa privada, além de ganhos de escala conforme o crescimento da
movimentação do aeroporto, determinados a partir de análise de benchmarks.
Projeta-se que os custos e despesas totais da concessão cresçam a uma média de 1,8%a.a. entre 2020
e 2048, evoluindo de R$13,7MM para R$22,8MM no período (Figura 5-3). Os custos com Pessoal e
Serviços Terceirizados são os mais significativos para o aeroporto, representando e 57% e 29% dos
custos totais em 2048, respectivamente.
6 Dados de 2016, exceto para Salvador, Porto Alegre, Fortaleza e Florianópolis (dados de 2014). 7 Ressarcimento pela elaboração do EVTEA da concessão e pela realização do leilão, além de ressarcimento à atual operadora do aeroporto durante o período em que esta assistirá o concessionário na operação (Estágio 3 da Fase 1-A da concessão).
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 36
Figura 5-3: Projeção dos custos e despesas totais ao longo da concessão
Fonte: Consórcio GCA.
EBITDA e margem
Antes do pagamento de outorgas, o EBITDA da concessão foi projetado em R$5,0MM em 2020,
alcançando R$11,3MM em 2048 (Figura 5-4). Projeta-se uma evolução da margem ao longo da
concessão, partindo de 27% para 33% (atingindo 41% em 2024), resultado do aumento da
representatividade das receitas comerciais8 no total de receitas do aeroporto e dos ganhos de escala
esperados.
8 Que têm margens de contribuição superiores.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 37
Figura 5-4: Projeção do EBITDA e margem de EBITDA ao longo da concessão
Fonte: Consórcio GCA.
CAPEX
O projeto previsto para a concessão, contemplando a adequação do nível de serviço do aeroporto e
sua ampliação conforme o crescimento esperado da demanda, prevê investimento total de R$289MM
(CAPEX de desenvolvimento), divididos em diferentes fases de desenvolvimento (Figura 5-5). Além
desse montante, prevê-se um CAPEX de manutenção que soma R$36MM ao longo da concessão.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 38
Figura 5-5: Projeção do CAPEX de desenvolvimento
Fonte: Consórcio GCA.
Avaliação da viabilidade financeira da concessão
O fluxo de caixa do projeto é apresentado na Figura 5-6. Conforme se observa, o fluxo de caixa é
positivo ao longo da maior parte da concessão, à exceção da primeira fase do plano de
desenvolvimento, que demandará o aporte de recursos, com queda nos fluxos de caixa
correspondentes aos desembolsos previstos na segunda fase de investimento. A TIR do projeto é de
0,01%a.a. real e a MTIR é de 6,4%a.a. real, inferiores ao custo de capital do projeto de 8,86% a.a.,
configurando um cenário de inviabilidade financeira.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 39
Figura 5-6: Projeção do fluxo de caixa livre para a firma (não descontado)
Fonte: Consórcio GCA.
Os fluxos de caixa livres para a firma foram descontados ao custo de capital (WACC) normativo,
estabelecido em 8,86%a.a. real. A Figura 5-7 apresenta o fluxo de caixa descontado acumulado, a partir
do qual determinou-se o valor presente líquido da concessão, antes da consideração de pagamento
de outorgas. O projeto proporciona um retorno abaixo do custo de capital e, consequentemente, VPL
negativo dos fluxos de caixa. Deste modo, a concessão isolada do Aeroporto é inviável financeiramente
e, portanto, não gera fluxos de pagamentos a título de outorgas.
AEROPORTO DE MACAÉ | Sumário Executivo 40
Figura 5-7: Projeção do fluxo de caixa livre para a firma, descontado, acumulado (antes do pagamento de outorgas)
Fonte: Consórcio GCA.
Atratividade para o acionista
A atratividade do projeto para o acionista foi avaliada considerando-se: (i) a possibilidade de captação
de recursos de terceiros (empréstimo de longo prazo junto ao BNDES e emissão de debêntures,
conforme condições de mercado e atendidos covenants mínimos9); (ii) as necessidades de aportes de
recursos próprios; e (iii) a possibilidade de distribuição de dividendos ao longo da concessão.
A Figura 5-8 apresenta a projeção dos fluxos resultantes de aportes e dividendos ao longo da
concessão. O concessionário necessitará aportar recursos próprios nos sete primeiros anos em função
da necessidade de realização de investimentos e da baixa capacidade de alavancagem, colhendo
dividendos crescentes no restante do horizonte da concessão. A distribuição de dividendos seria
interrompida apenas durante o período de captação e carência de empréstimos associados, seguido
da distribuição dos recursos acumulados imediatamente após. A partir de 2044, a distribuição é
impedida pois o capital social atinge o patamar mínimo exigido. Por fim, ao término da concessão, é
possível proceder à devolução do capital social. Diante deste perfil de aportes, não há taxa interna de
retorno ao acionista.
9 Neste caso, na prática, diante da baixa capacidade de endividamento da concessão, não foi considerada a emissão de debêntures por parte do concessionário