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Spirit of JUDO, a revista do Boletim OSOTOGARI.
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Pouco se escrevia de judô há alguns anos, salvo publicações
específicas e raras de amantes da modalidade, ou entre os
principais interessados, os próprios praticantes. Das aulas que
eram realizadas no passado, apenas aos sábados e domingos
como forma de recreação, passou a ser uma modalidade que
dispõe de treinamentos diversos, para várias faixas etárias e
níveis técnicos. Desde as aulas de iniciação realizadas nas
escolas como curso extra curricular até os treinos de alto
rendimento nos clubes que entendem o potencial do esporte do
país do sol nascente como um arrematador de medalhas nas
principais competições, de âmbito estadual, nacional e
internacional.
Hoje temos suporte acadêmico, científico, tecnológico e de
mídia. Empresas investem no judô de alto rendimento e o circuito
se fecha a favor do judô.
Se prestarmos a atenção nessa faixa de pessoas que
passarão pelo judô, mesmo que por pouco tempo, vamos
entender que o judô se popularizou e muito! A criança poderá
parar de praticar um dia, por inúmeros motivos, mas o espírito do
judô permanecerá com ela sempre.
Nesta edição, apresentamos algumas matérias destacando
esse lado do judô, apresentando os diversos torneios e festivais
amistosos realizados pelo estado de São Paulo nos primeiros
meses do ano. Apoiamos essas iniciativas e sabemos da
importância desse trabalho de base. Trabalhos sociais também
mereceram destaque e as competições oficiais da FPJ também
fizeram parte da nossa pauta e iremos apresentar aqui na Spirit.
Acompanhamos também dois Campeoantos Brasileiros e um
Brasileiro Regional, onde São Paulo foi Campeão Geral nos três,
no masculino e feminino.
E aproveito aqui para parabenizar a Maria Suelen Altheman
pela conquista do título no Grand Slam de Baku, no Azerbaijão,
motivo de muito orgulho para o judô bandeirante.
Boa leitura! Everton Monteiro
EDITORIAL IndiceTorneio Uemura & Yamashita Guaíra
Festival Aniversário de Vinhedo
I I I Copa 8ª Oeste de Judô
1 º Torneio Amigos do Judô Itapira
Projeto Fazer Valer Ribeirão Pires
1 ª Copa Litoral Sul Peruíbe
Taça Cidade de São Sebastião
Novos técnicos do Projeto Futuro
Treinamento Esportivo
1 7º Torneio do São Paulo
Grand Slam de Baku
Falando de Judô
Copa Country Club Valinhos
Federação Universitária premia destaques
2º Torneio Massamitsu Idemori
A Constante Busca do aperfeiçoamento
Regionais Sub 1 8 e Sub 21
Estaduais do Interior Sub 1 8 e Sub 21
Entrevista Uchikomi - Presidente Puglia
Brasileiro Região V
Paulista Sub 1 8 e Sub 21
Seletiva para o Brasileiro Sub 1 8 e Sub 21
Brasileiro Sub 1 8
Brasileiro Sub 21
Entrevista com Yoshie Ueno
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A décima edição do Torneio de Judô Uemura &
Yamashita foi real izado no dia 06 de abri l , no Ginásio
Municipal de Esportes “José Figueiredo”, na cidade de
Guaíra, interior de São Paulo. O evento foi coordenado
pela Secretaria de Esportes da cidade, em parceria com a
Associação Guairense de Judô e a Equipe de Judô
Branco Zanol.
Setecentos e trinta judocas, de várias cidades
participaram do certame, que foi dividido em campeonato,
para atletas federados, e festival para os judocas mais
novos.
Esse torneio presta homenagem aos dois maiores
incentivadores da modalidade em Guaíra: Takeshi
Uemura e Noboru Yamashita.
As competições ocorreram nas classes mirim à sênior,
masculino e feminino, e houve também disputas no
absoluto.
Prestigiaram a competição, além de Guaíra, judocas de
Nuporanga, orlândia, São Joaquim da Barra, Bebedouro,
Miguelópolis, Guará, São José do Rio Preto, Monte Azul
Paulista, São Paulo, Piracicaba, Fronteira, Ribeirão Preto,
Sertãozinho, Araraquara, Matão, Franca, Batatais,
Fernandópolis, Mirasol, entre outras.
Por ser a cidade sede, Guaíra não participou da
contagem geral de pontos, sendo que o resultado final
ficou na seguinte ordem:
Primeiro lugar: Rio Preto, Automóvel ClubeSegundo lugar: SertãzinhoTerceiro lugar: BebedouroQuarto lugar: São Joaquim da BarraQuinto lugar: Rio Preto, Ateneu Mansor
Nas categorias individuais os classificados receberam
medalhas e troféus e no festival, todos os participantes
foram contemplados com medalhas! Houve também
distribuição de vários brindes às agremiações
classificadas.
Texto: Everton Monteiro Foto: Divulgação
As agremiações classificadas na contagem geral de pontos levaram brindespara casa. Judocas classificados receberam medalhas alusivas e troféus e, nofestival, todos os participantes foram contemplados com medalhas.
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No dia 07 de abri l , o ginásio de esportes “Antônio
Elias”, no Parque Municipal Jayme Ferragut, recebeu
aproximadamente setecentos atletas de quarenta e seis
agremiações da região da 1 5ª Delegacia Regional da
Grande Campinas e também de outras regiões do estado,
para a realização do Festival de Judô Aniversário da
Cidade de Vinhedo.
O evento teve o apoio da Prefeitura de Vinhedo, por
meio da Secretaria de Esportes e Lazer e da Associação
Trajano de Judô.
Destaque para a presença do presidente da Federação
Paulista de Judô, Alessandro Puglia e pelo vice-
presidente da Confederação Brasileira de Judô, Francisco
de Carvalho Filho e demais autoridades presentes na
abertura da competição.
O ginásio contou com seis áreas para as disputas, que
foram realizadas nas classes mirim à sênior.
Os quatro melhores classificados em cada categoria de
peso das classes em disputa receberam medalhas
alusiva ao evento e os 1 0 primeiros colocados na
contagem geral de pontos receberam troféus.
Confira a tabela com a classificação final da
competição:
Texto e fotos: Everton Monteiro
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Em 06 de abri l , com a participação de trinta e três
associações e clubes das cidades pertencentes à 8ª
Delegacia Regional Oeste da Federação Paulista de
Judô, foi real izada no ginásio poliesportivo “Victor Savala”,
na cidade de Hortolândia, a I I I Copa 8ª Oeste de Judô.
A competição teve a coordenação do Delegado
Regional, o professor Anderson Dias de Lima e contou
com o apoio da Associação Hortolandense de Judô e da
Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de
Esportes e Recreação. . Oitocentos e cinquenta atletas
participaram da competição, com disputas nas classes
mirim à sênior. Houve também disputas por equipes, no
masculino e feminino.
O técnico da equipe de Hortolândia, Sérgio Matos, a
competição serviu como preparação para as competições
que ocorrerão durante o ano. “Todas as equipes
começaram os treinamentos no mês de fevereiro, visando
resultados positivos tanto nos Jogos Regionais, que
acontece em julho, quanto em competições de nível
Estadual e Nacional. Esta é uma oportunidade para
conhecer os adversários e se preparar para as próximas
disputas”, afirmou Matos.
Na competição, os três primeiros colocados
receberam medalhas. As dez melhores cidades colocadas
receberam o troféu por equipe. Confira na tabela as
equipes cl lassificadas:
1 º Divinolândia 6º Aguaí
2º Americana 7º Tênis Clube
3º Limeirense 8º ACBD Rio Claro
4º Hortolândia 9º Sayão FC Araras
5º Fênix 1 0º SESI 922
Professores Anderson Dias, Mauríl io Cezário e Umeo Nakashima
Texto: Everton Monteiro Fotos: Norman Takada
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O primeiro Torneio da Amigos do Judô de Itapira,
real izado em 1 4 de abri l , contou com a participação de
mais de 700 judocas.
Uma realização da 1 5ª Delegacia Regional da Grande
Campinas e mais uma vez as equipes dessa delegacia
marcaram presença na competição. AAmigos do Judô de
Itapira foi fundada há pouco mais de um ano e conta hoje
com seis núcleos em Itapira, um em Mogi Mirim e um em
Jacutinga(MG). Os professores da equipe são Everton
Stringuette, Alexandre Carvalho e Pedro Ferian, que tem
a responsabil idade de treinar quinhentos atletas desses
oito núcleos.
O evento foi prestigiado por várias autoridades da
cidade e região, com destaque para o prefeito José
Natal ino Paganini, que fez questão de comparecer ao
evento, compondo juntamente com as demais
autoridades, a mesa de honra na cerimônia de abertura.
Confira a tabela com os resultados da contagem geral
de pontos, com as dez equipes melhores classificadas:
Texto e fotos: Everton Monteiro
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Na noite do dia 1 4 de maio, a Associação
Desportiva Ribeirão Pires recebeu convidados e
autoridades para a apresentação do projeto Fazer
Valer, que visa atender crianças e adolescentes de
baixa renda e complementa a educação formal com a
prática do Judô.
O trabalho, que atende atualmente 30 crianças
entre 7 e 1 3 anos, depende de patrocinadores para
exercer suas funções. Além da prática do Judô, os
alunos recebem acompanhamento em atividades
gerais, como frequência e rendimento escolar, higiene
e alimentação. Esses aspectos envolvidos na
formação do cidadão proporcionam a inclusão social
necessária para os menos favorecidos.
Marcos Hungaro, professor de Judô em Ribeirão
Pires há 20 anos e idealizador do Fazer Valer, afirmou
que o projeto nasceu da vontade de atender crianças
que não pudessem pagar pela prática do esporte. Ele
acredita que ação social é criar oportunidades para as
pessoas e pretende acompanhar de perto o
desenvolvimento escolar e pessoal de seus alunos.
“Quero que eles entendam a importância do esporte e
pensem ‘o Judô tem que me tornar uma pessoa
melhor’.
O judoca Rogério Sampaio, medalhista de ouro
nos Jogos Olímpicos de Barcelona, é o padrinho do
projeto. Ele fez um discurso emocionado sobre as
oportunidades que o esporte proporciona para jovens e
crianças e cedeu seu nome e imagem para divulgação
e captação de recursos para o Fazer Valer.
“Sinto-me honrado e extremamente fel iz. Vai ser
difíci l até dormir essa noite. Pretendo estar presente
em vários momentos do projeto, competições e treinos
especiais, com pais e convidados. O esporte tem a
capacidade de diminuir as diferenças sociais. Com o
Judô, alguns poderão conseguir bolsas de estudo para
garantir uma carreira no futuro. Através do esporte,
mudanças de vida serão conquistadas”.
Clovis Volpi, secretário adjunto de Esportes do
Governo do Estado de São Paulo, assumiu o
compromisso de ajudar a associação na captação de
recursos para dar continuidade ao trabalho nos
próximos anos. Ele acredita que o investimento do
poder público e de empresas da região é importante
para que cada vez mais crianças sejam atendidas.
“Esta é uma atividade extremamente importante
para a sociedade, porque forma bons cidadãos”, afirma.
AAssociação Desportiva Ribeirão Pires conta com
o engajamento de professores habil itados inscritos no
CREF (Conselho Regional de Educação Física) e
credenciados pela Federação Paulista de Judô e
Confederação Brasileira de Judô, órgãos máximos da
organização da modalidade no Estado de São Paulo e
no Brasil . A remuneração do corpo de professores será
realizada através de bolsa-auxíl io e o profissional deve
declarar que é voluntário.
A cerimônia também contou com a presença do
diretor técnico da Fedração Paulista de Judô, Joj i
Kimura, do coordenador de pesagem da 9ª Delegacia
Regional, Mario Assis, e do Delegado Regional da 9ª
Delegacia, Jul io Jacopi, dentre outras autoridades.
Inicialmente, o “Fazer Valer” deve atender 40
crianças e adolescentes, entre 7 e 1 3 anos, por meio
de parcerias com entidades e empresas. Os resultados,
que prometem ser excelentes desde o começo, devem
justificar a continuidade do projeto.
Texto: Olivia Henriques fotos: Alberto Nunes Junior
1 0
Comemorando trinta e três anos de existência, a
Associação de Judô Budokan Peruíbe realizou no dia 05
de maio a 1 ª Copa Litoral Sul de Judô. Contando com
treze entidades da 1 4ª Delegacia Regional do Vale do
Ribeira e também da 11 ª Delegacia Regional do Litoral,
cerca de 400 judocas e famil iares lotaram o Ginásio
Municipal de Esportes de Peruíbe, movimentando o
domingo de outono na cidade.
O evento foi organizado pelos senseis Samuel Lopes
Bastos, Junior Aparecido, Alexsandro Alves Betarel l i ,
Wagner dos Santos Silva, Mayko Souza dos Santos,
Samara Martins e as diretoras da entidade, Laudiceia
Bruno, Katia Balotta, Sula Nogar além dos pais e mães
dos alunos que se dispuseram a colaborar para que o
evento fosse um sucesso.
Vale destacar que a Associação de Judô Budokan
Peruíbe realiza há vários anos um trabalho social na
periferia da cidade, mantendo cinco núcleos em pleno
funcionamento. O projeto social da Associação de Judô
Budokan Peruíbe atende atualmente mais de
quatrocentos judocas.
Texto: Everton Monteiro Fotos: Cassia Kinno
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Foi real izado no dia 05 de maio, na cidade de São
Sebastião, l itoral norte de São Paulo, a Taça Cidade de
São Sebastião 201 3. O evento foi real izado no ginásio de
esportes José de Souza Gringo, o Gringão. Participaram
desta competição doze agremiações da 2ª Delegacia
Regional do Vale do Paraíba e também da Capital,
total izando quinhentos judocas. O formato desta
competição foi diferenciada: É realizado um Festival,
para atletas até 1 4 anos e um Torneio Aberto Por Faixas,
para atletas de 1 5 anos e acima, além de um Torneio
Absoluto.
No Festival, na contagem geral de pontos, os
resultados foram os seguintes:
Campeã - Sindicato dos Servidores de São Sebastião
Vicecampeã - Academia Dojô Kano de Ubatuba
Terceiro colocado - Sindicato dos Serv. de São Sebastião
Quarto colocado - Secretaria de Esportes de Santa Branca
No Torneio Aberto por Faixas, os resultados gerais
foram os seguintes:
Campeã - Secretaria de Esportes de Caraguatatuba
Vicecampeã - Clube Rodoviário de Judô de Jacareí
Terceiro colocado - Clube Rodoviário de Judô de Jacareí
Quarto colocado - Associação Aliance de São Paulo
No Torneio Absoluto, o grande campeão foi o judoca
Rinaldo Alexandre (Professor Pepe de São Sebastião).
O evento teve a chancela da 2ª Delegacia Regional
do Vale do Paraíba, através do Delegado Regional
Claudio Calasans Camargo, em parceria com a
Secretaria Municipal de Esportes de São Sebastião.
Texto: Everton Monteiro Fotos: Divulgação
1 3
Com a presença do presidente da FPJ,
Alessandro Panitz Puglia, foi real izada oficialmente
no dia 11 de abri l , quinta feira, a apresentação dos
novos técnicos do centro de excelência de São
Paulo. A reunião com os atletas aconteceu no dojô
da Arena Olímpica, no complexo esportivo do
Ibirapuera, na capital do Estado.
Agora o centro de excelência de São paulo contará
com o apoio técnico de Henrique Guimarães,
Daniel l i Yuri Barbosa e Marcos Antonio Inácio.
Henrique Guimarães, medalhista olímpico,
permaneceu por 1 4 anos como titular da Seleção
Brasileira de Judô, tendo participado das
Olimpíadas de Atlanta/1 996(medalha de bronze),
Sidney/2000 e Atenas/2004. Assume a tarefa de dar
continuidade ao processo de fabricar campeões,
assumindo a coordenação do centro de excelência
de São Paulo.
Daniel le Yuri Barbosa, nascida em Registro-SP,
morou no Japão por nove anos, onde treinou e se
aprimorou no judô da terra do sol nascente e berço
da modalidade. Ex-atleta olímpica e prata no Pan-
Americano de 2007, assume o desafio de ajudar a
continuar formando campeões no centro de
excelência de São Paulo.
Marco Antonio Inácio, experiente judoca
tricampeão do Grand Prix Nacional e campeonato
brasileiro, integrou o elenco do projeto futuro há 1 9
anos e agora volta para assumir a cadeira de
treinador e preparador físico dos jovens atletas do
centro de excelência de São Paulo.
Texto e fotos: Alberto Nunes Junior
1 4
Na edição anterior enfatizamos a importância de
um trabalho periodizado ao longo do ano levando em
consideração alguns aspectos, como; a preparação
global dos atletas, volume moderado e contínuo de
aplicação de estímulos, aumento gradual dos índices
funcionais, heterogeneidade de estímulos, cargas
distribuídas ao longo do ciclo, desenvolvimento
simultâneo das diferentes capacidades e disposição
ondulatória das cargas e períodos de treinamento.
Ao levarmos em consideração a Periodização em
Longo Prazo, ou como é mais conhecido o
Treinamento em longo Prazo (TLP), tais aspectos
também são válidos, pois o treinamento esportivo para
crianças e adolescentes tem um contexto diferente dos
adultos, e, sua formação geral, bem como seu
processo de crescimento e desenvolvimento humano
devem ser respeitados, evitando, principalmente, a
especial ização precoce.
Em seu livro, Desempenho Esportivo - Treinamento
com crianças e adolescentes, Silva (201 0), apresenta
alguns autores que elaboraram periodizações em
longo prazo e desenvolveram conceitos qualitativos
sobre o processo de preparação de atletas. Outros
autores, como; Bompa (2000), Platonov (2007),
Weineck (1 999), Greco e Benda (2007) destacam em
suas obras a importância de um trabalho direcionado
para esse público, crianças e adolescentes. Entretanto,
como afirma Olívio Junior (2009), não há consenso
quanto à terminologia referente às etapas do processo
de preparação em longo prazo, mas podemos
observar que todos seguem uma lógica ao longo do
tempo, na qual partem de uma fase general izada, para
uma fase especial izada e consequentemente ao alto
desempenho esportivo.
Franchini e Del Vecchio (2008), afirmam que o
planejamento em longo prazo para atletas de judô
envolve um período de 1 0 a 1 5 anos e é dividido em
três etapas;
1 . Treino básico dos fundamentos, na qual o
aprendizado das técnicas básicas e a bilateral idade
são mais valorizados em detrimento de uma
especial ização técnica, é importante que a criança seja
exposta a uma grande variedade de situações, além
de incluir a prática de outras modalidades;
2. Especialização e progresso em profundidade
em direção ao desempenho máximo, o jovem atleta
inicia a especial ização técnica e cria seu repertório e
esti lo de luta;
3. Fase de competição internacional é o auge da
carreira e pode durar de seis a oito anos, nessa fase o
treinamento é direcionado para atender as demandas
das competições e é feita tendo como objetivos
adversários específicos.Segundo Santos e Mello
(2001 ), em seus estudos sobre Treinamento de Judô
em Longo Prazo, no Brasil , ainda eram poucos os
técnicos e treinadores que uti l izavam essa
metodologia, pois o início precoce em competições
oficiais e o desejo por resultados em categorias
menores ainda prevaleciam, ocasionando,
frequentemente uma especial ização precoce em
detrimento da construção de uma carreira esportiva de
longa duração. Nesse trabalho os autores descrevem
uma proposta de TLP divididos em duas fases com
duas e três etapas cada uma, adequando para cada
faixa etária os conteúdos a serem trabalhados quanto
às capacidades condicionante e coordenativas, bem
como o aprendizado e aprofundamento técnico e
tático. Hoje o cenário tende a se modificar. Olívio
Junior (2009) verificou e comparou as opiniões dos
técnicos de Judô do Brasil quanto aos aspectos
cronológicos da preparação esportiva em longo prazo
na modalidade e concluiu que a maioria das respostas
dos técnicos está em conformidade com a literatura
esportiva, exceto quanto à idade de início na
modalidade e quanto ao pico de desempenho
esportivo, ou seja, o desejo por resultados em idades
mais jovens, ainda prevalece em alguns locais de
prática. Vale destacar que em tal estudo foram
entrevistados 27 técnicos de Judô do Brasil presentes
na seletiva para o campeonato Pan Americano juvenil
e Junior de 2008.
Para final izar esse texto deixamos como sugestão
a leitura do livro - Ensino de Lutas, Reflexões e
Propostas de Programas, organizado por Franchini e
Del Vecchio (201 2), especificamente os capítulos cinco
e seis que tratam da Pedagogia do Judô sob a
perspectiva do esporte educacional (Douglas Montel),
e o, Judô na puberdade e adolescência (Marcus
Agostinho). Pois são embasados na teoria do
treinamento esportivo, prática e ensino do Judô.
1 5
Aconteceu no dia 22 de abri l o 1 7º Torneio de
Judô do São Paulo Futebol Clube – Wilson Della
Santa. O torneio foi real izado no ginásio de
esportes do Morumbi , com a participação de 500
atletas de 62 agremiações. A abertura do evento
contou com a presença ilustre do Vice-presidente
do São Paulo Futebol Clube, Dr. Roberto Nate.
Compondo também a mesa de honra, o
professor kodansha Alcides Camargo, o conselheiro
do Centro de Orientação Esportiva e diretor do São
Paulo F.C. , Antonio de Oliveira, o professor
kodansha e diretor de arbitragem da Federação
Paulista de Judô, Dante Kanayama, o responsável
pelo departamento jurídico da FPJ e coordenador
de judô do São Paulo F.C. , Dr. Antonio Mesquita, o
diretor de Esportes Amadores, Dr. Antonio Donizete
Golçalves e o Sr. André Luis Cipriani, diretor de judô
do São Paulo F.C.
O evento também foi marcado pela homenagem
prestada ao professor Antenor Noma. A
coordenação geral ficou a cargo do professor
Antonio Mesquita, que ficou satisfeito com a
participação e prestígio das agremiações que
marcaram presença naquele domingo no Morumbi.
A competição amistosa, já tradicional, teve o
propósito de integrar, principalmente as crianças,
iniciando-as para a fase competitiva do aprendizado
do judô e teve total apoio da diretoria do São Paulo
Futebol Clube, que não mediu esforços para que o
torneio fosse realizado.
Texto: Antonio Mesquita Fotos: Alberto Nunes Junior
1 6
1 7
Com dois ouros, uma prata e um bronze, Brasil
se classifica em terceiro lugar no Grand Slam de
Baku, a capital do Azerbaijão. Destacamos os
excelentes resultados conquistados pelos paulistas
Marcelo Contini, bronze na categoria até 73 kg e o
ouro de Maria Suelen na categoria +78kg. A
competição ocorreu no Sport Olympic Palace, o
“Sarhadchi”, nos dias 04 e 05 de maio, e mais dois
brasileiros faturaram medalhas numa dobradinha
verde amarelo na categoria +1 00kg, com Walter
Santos e David Moura, campeão e vice,
respectivamente.
“Foi sensacional! . Perdi uma semifinal em que
estava ganhando e fiquei com um sentimento
muito ruim. Porém, na disputa do bronze, estava
perdendo e joguei de ippon faltando 1 segundo! É
uma sensação única, que jamais vou esquecer”,
disse Marcelo Contini.
“Estou muito fel iz com essa conquista porque a
competição teve um nível alto de dificuldade, com
atletas muito fortes. Vou para a disputa do World
Masters com muito mais confiança”, disse Maria
Suelen, que comemorou muito com o técnico
Mário Tsutsui, com quem trabalhou durante seis
anos na Associação Desportiva São Caetano. A
campeã Suelen passou por Ivana Sutalo da
Croácia, pela compatriota Claudirene Cezar na
semifinal e pela turca Belkys Kaya na decisão.
1 8
Texto: Everton Monteiro Fotos: CBJ
Com informações da imprensa da CBJ
“O que ensino não é a técnica (jujutsu), mas um
caminho (judô). . . O princípio do “DO” (caminho) é a
sua aplicabil idade nos aspectos da vida. O verdadeiro
significado do Judô é a prática do corpo e da mente.
Que são, ao mesmo tempo, modelos para o cotidiano
e no trabalho”.
(J igoro Kano)
O Judô, assim como a maioria das artes marciais
de origem japonesa são “heranças” do esti lo de
treinamento dos Samurais, onde primavam pela moral
e um rígido código de honra, o bushido, portanto
podemos afirmar que o Judô possui uma base
fi losófica oriunda dos antigos samurais sintetizada pelo
Mestre e Fundador Jigoro Kano.
Em uma rápida análise torna-se difíci l a compreensão
onde os elementos fi losóficos que o Judô prega
enquadra-seem nossa vida cotidiana. No entanto,se
observarmos um treino tradicional de Judô,
percebemos que nele estão contidos elementos, que
representam os “pilares fi losóficos” enunciados pelo
Mestre Jigoro Kano: O Jita Kyoei e o Seiryoko Zenyo.
O Jita Kyoei é mais fácil sua compreensão quando
elevamos o Judô para a vida cotidiana, pois se trata
em linhas gerais da convivência harmônica entre
indivíduos, como o Mestre Jigoro Kano define:
“(. . . ) Por conseguinte, a situação proporciona
vantagens de cada um deles que eles não teriam
sozinho. Isso é chamado de sojo sojou Jita Kyoei, o
que significa prosperidade mútua através da ajuda
mútua e de concessão. Isso pode ser reduzido para
Jita Kyoei. Por esta razão, se cada um dos membros
de um grupo ajudar uns aos outros e agir sem
egoísmo, o grupo pode ser harmonioso e agir como
um. (. . . )” KANO, Jigoro “Mind over Muscle”
O Jita Kyoei simboliza a ação conjunta para uma
meta em comum, focando suas energias e
abandonando os interesses particulares em prol de um
“bem comum”. A estrutura básica de grande parte do
treinamento e prática do Judô está em torno do
Seiryoko Zenyo, onde significa o uso mais eficiente da
força.
É uma base fi losófica, na qual sua compreensão é
mais simples quando exemplificamos seu uso no
treinamento físico podendo ser citado o princípio do
desequilíbrio.
Podemos sim, elevar o princípio da máxima eficiência
para a vida cotidiana, se encararmos a eficiência como
evitar o uso indevido (desperdício) de energia. Somos
seres, onde as emoções e os sentimentos
desencadeiam uma série de mecanismos que irão
expressar tais emoções ou sentimentos.
É sabido que em nosso cotidiano não vivenciamos
apenas momentos bons, as adversidades, os
problemas, as divergências de opiniões também se
fazem presentes, e isso pode gerar sentimentos
negativos, como raiva, mágoa ou rancor. Sob a ótica
do princípio da máxima eficiência, “al imentar” tais
sentimentos negativos é um desperdício energético,
pois ao invés de uti l izar a energia em pensamentos
negativos, relembrar a situação, as ofensas ditas,
podem potencial izar os sentimentos negativos e como
consequência, acabar por afetar o convívio em seu
meio social. O uso eficiente da energia nos indica que
devemos conter essa situação e “movimentar” a
energia para um fim benéfico, como a solução de um
embate, por exemplo. Isso é alcançado através do
treinamento mental.
O verdadeiro Judoca é aquele que consegue
compreender e praticar o Judô tanto em nível físico
como mental, buscando aprimoramento a cada dia.
Um Judoca é diferenciado dos não praticantes, pois
consegue a convivência em harmonia com os demais
indivíduos e melhor uti l iza sua energia para fins
benéficos.
“O Principio da máxima eficiência, quando aplicado
para a melhora e o perfeito convívio social, além de
quando aplicado para a coordenação da mente e
corpo, na ciência do ataque e defesa, bem geral,
ordem e harmonia entre membros, e isso pode
somente ser alcançado através da ajuda mútua e
concessões, guiando para o benefício mútuo.” (j igoro
Kano)
Fernando Ikeda é faixa preta nidan, coordenador dos oficiais de mesa da 1 ª Delegacia Regional da Capital,
graduando em Educação Física na Universidade de São Paulo (USP).
1 9
A Copa Country Club Valinhos de Judô 201 3 -
Segundo Troféu Ariovaldo Antonio Bucatte foi
real izada no dia 1 9 de maio, domingo, em seu
ginásio esportivo social. Com a participação de 49
agremiações da região de Campinas, Sorocaba e
São Paulo, a competição contou com mais de 700
judocas disputando o título da edição 201 3 da
Copa.
Na abertura do evento, com um grande público
presente, a execução do Hino Nacional teve um
ponto de destaque, com a equipe de judô da Escola
de Cadetes do Exército de Campinas,que soltaram
a voz, emocionando todos os presentes. O
presidente do Country Club Valinhos, Osvaldo
Serotine, o diretor de modalidades específicas,
Paulo Leotério, o Delegado da 1 5ª Delegacia
Regional, Celso de Almeida Leite e o Mestre
Kodansha Odair Borges foram os homenageados
do dia.
Na competição, mais uma vez notou-se a
presença e participação de um grande número de
judocas biribas e mirins, uma prova de que a
modalidade continua em plena expansão nas
classes menores. Na contagem geral de pontos, a
Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo foi a
grande campeã.
Texto e fotos: Everton Monteiro
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21
A Federação Universitária Paulista de Esportes
(FUPE) realizou em abri l sua festa de lançamento
da temporada 201 3. Na oportunidade, foram
premiadas as Universidades e atletas que se
destacaram nas competições de 201 2 e os novos
patrocinadores da entidade, as marcas GELOL e
KAGIVA. Realizado no Hotel Pulmann, em São
Paulo, o evento reuniu, além de personagens do
cenário universitário, presidentes de Federações
esportivas como Mauro Checkin, do Atletismo, e
Alessandro Puglia, do Judô, representantes do
CREF e do CONFEF, e Secretários de Esportes
como Celso Jatene, de São Paulo, Humberto
Panzetti , de Indaiatuba, e José Carlos Oliveira, de
I tapecerica da Serra. A premiação dos melhores de
201 2, que coroou a Unisantanna como a grande
campeã geral, foi precedida por apresentações do
executivo de marketing, Alfredo Motta, e do
professor Junior Putarov, administrador geral da
FUPE.
“Para o presidente da FUPE, Aurél io Miguel,
esta festividade foi um marco nesta nova fase da
entidade universitária paulista.” Assumimos em
janeiro de 201 2 e sabíamos que teríamos um
grande desafio pela frente. Reunir todas estas
importantes l ideranças do esporte neste mesmo
espaço demonstra que a FUPE resgatou sua
credibi l idade e projeta um futuro promissor para os
próximos anos”, disse Aurél io que ainda entregou o
Troféu Bandeirante a dirigentes e personalidades
que fazem importantes trabalhos no esporte
paulista e brasileiro. No final do evento, os
presidentes de Atléticas e representantes de
Instituições de Ensino Superior (IES) receberam um
inédito Relatório de Atividades onde constava todo
o trabalho técnico, administrativo e financeiro
realizado pela FUPE em 201 2.
Texto: Carlos Bortole Fotos: Alberto Nunes Junior
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Penápolis foi sede do 2º Torneio de Judô
“Professor Massamitsu Idemori”. Evento foi
real izado no ginásio municipal de esportes
“Professor Antonio de Casti lho Raga”, o Gigante
Azul, no dia 1 8 de maio.
Com a participação de 380 judocas das classes
Festival, sub 9, sub 11 , sub 1 3, sub 1 5, sub 1 8,
Adulto e Master, o evento teve início às 08:30hs e
contou com a presença do Secretário de Esportes
de Penápolis, Sr. Paulo Henrique Casteleone
Sacchez, do diretor técnico de esportes de
Penápolis, Sr. Rinaldo Torrezan, do representante
do Tiro de Guerra, Sr. Atirado Valinho, do sensei
kodansha Antonio Luiz Marques Filho, do pai do
atleta da seleção brasileira Breno Alves, o Sr.
Agnaldo Rodrigues Alves, do Delegado da 1 3ª
Delegacia Regional da FPJ, André Gustavo Costa
Gonçalves e do Delegado da 5ª Delegacia Regional
da FPJ, Wilmar Terumiti Shiraga.
A coordenação geral do evento foi do professor
Ailton José Pereira Calado, com a chancela da FPJ,
através da 5ª Delegacia Regional.
Texto e fotos: Wilmar Shiraga
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Rioti Uchida, kodansha 6° dan, nascido na
pequena cidade de Tapirai , município a sudeste
de São Paulo, detentor de um invejável currículo
na sua trajetória como competidor de uma
apresentação tradicional de judô, que foi
descoberta como competição e aos poucos vem
ganhando um espaço cada vez maior na
modalidade no mundo e na quantidade de
adeptos: O “KATA” (Demonstração dos Golpes).
Uchida foi muitas vezes campeão mundial da
modalidade. Muitas mesmo. Quinze no total.
Sensei Uchida e seu parceiro de apresentações,
sensei Luis Alberto dos Santos, kodansha 6°
dan, não satisfeitos depois de tantas conquistas,
continuam sempre em busca do
aperfeiçoamento. Desta forma, vão em comitiva
com os professores Wagner Uchida, Marcos
Michelini , Caio Kanayama, Leonardo Yamada e
Vinicios, para o centro de treinamento da
Kodokan, no Japão, para realizarem um curso
de 7 dias, de 1 8 a 24 de julho, para
aperfeiçoamento das técnicas de avaliação de
desempenho. O propósito é refinar os critérios
que realmente devem ser considerados no
momento da avaliação de cada apresentação de
Kata, explica sensei Uchida. Após o término do
curso, cada dupla escolhe duas modalidades de
Kata para apresentarem à banca avaliadora e
serem julgados.
Com mais esta bagagem, pretendem, a cada
dia, repassar este vasto conhecimento a todos
praticantes de judô, contribuindo para o
crescimento e desenvolvimento do judô.
Texto e foto: Alberto Nunes Junior
Katas do judô é o conjunto das técnicas
fundamentais, um método de estudo especial, para
transmitir a técnica, o espírito e a final idade do judô.
Segundo o mestre Jigoro Kano: "Os katas são a
estética do judô, sem o qual é impossível
compreender o alcance." O kata oferece ao randori as
razões fundamentais de cada técnica.
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As dezesseis Delegacias Regionais que compões a
Federação Paulista de Judô se organizaram e
realizaram durante o mês de abri l as primeiras seletivas
válidas para os Estaduais do Interior e as primeiras finais
do Campeonato Paulista das classes Sub 1 8 e Sub 21 .
Cada delegacia regional classificou, através destas
primeiras seletivas, quatro judocas de cada categoria de
peso, no masculino e feminino, que participariam então
das disputas nos seis Campeonatos Estaduais do
Interior. Esse foi o início do caminho tri lhado pelos
judocas Sub 1 8 e Sub 21 rumo às finais do Paulistão
201 3 dessas duas classes, as primeiras da temporada
201 3 da Federação Paulista de Judô.
Texto: Everton Monteiro Fotos: Alberto Nunes Junior, Everton Monteiro, Wilmar Shiraga e Cassia Kinno
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Após a primeira rodada das seletivaspara o Paulistão 201 3 das classes sub 1 8 eSub 21 ,ainda no mês de abri l , os quatrojudocas classificados nas etapas regionaisdas 1 6 Delegacias da FPJ participaram dasegunda etapa do certame: OsCampeonatos Estaduais do Interior, queforam realizados em cinco regiões doEstado, divididos da seguinte forma: A 1 ªDelegacia da Capital definiu os quatrofinal istas das duas classes de cadacategoria de peso na Copa Cidade de SãoPaulo, real izado na capital paul ista.
Santo André foi a cidade que sediou oEstadual do Interior da 2ª, 9ª e 1 0ªdelegacias regionais. Botucatu, recebeuatletas da 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 1 3ª delegaciasregionais.A cidade de Franca sediou o estadual dointerior da 8ª, 1 2ª e 1 5ª DelegaciasRegionais. E fechando o circuito decampeonatos estaduais do Interior, Registrofoi sede para 7ª, 1 1 ª, 1 4ª e 1 6ª delegaciasregionais.
Com a realização dos cincocampeonatos estaduais do interior, definiu-se os final istas do Campeonato Paulista dasclasses sub 1 8 e Sub 21 201 3.
Texto: Everton Monteiro Fotos: Everton Monteiro, Alberto Nunes Junior e Gabriel Monteiro
A judoca Soraia André foi homenageada no Estadual do Interior em Santo André
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Essa é a nossa coluna de entrevistas "Uchikomi",
que passaremos a ter na revista a partir desta edição.
Essa coluna fez muito sucesso no boletim
OSOTOGARI e é a nossa versão para o judô das
entrevistas "bate bola". Serão entrevistas rápidas, com
personalidades e atletas da modalidade. E para a
nossa estréia, o presidente da FPJ, Alessandro Panitz
Puglia.
Spirit of JUDO - O que o sr achou do resultado
obtido pelos atletas de São Paulo nos campeonatos
brasileiros sub1 8 e sub21 ?
Puglia - Excelente! Tenho a consciência que
estamos trabalhando no sentido certo. Os nossos
processos seletivos para os Brasileiros (Regionais,
Paulistanos, Copa Cidade de São Paulo, Estaduais e
Paulistas) mostram o alto nível técnico e competitivo,
resultado estes alcançados pelos técnicos e
professores comprometidos com a busca de uma
maior performance na base do judô de São Paulo.
Spirit of JUDO - Será que pode ser feito algo
mais, para que nossos resultados se tornem cada vez
mais expressivos? Quais estratégias estão nos seus
planos para a formação de novos campeões?
Puglia - Sim, não podemos achar que por
obtermos ótimos resultados, não precisamos mais
pensar no futuro. Hoje em São Paulo estamos em
parceria com o Governo do Estado e com quatro
centros de excelência funcionando. Em breve
colocaremos mais três centros de excelência em
funcionamento e estamos em conversação com o
Governo do Estado para conseguirmos mais para
201 4. Desta forma iremos fortalecer ainda mais o judô
do Estado de São Paulo.
Spirit of JUDO - O senhor acredita que com o
grande aumento de bons resultados é possível que o
judô conquiste um maior espaço na mídia?
Puglia - Os bons resultados nos impulsionam para
uma maior visibi l idade em nosso esporte, mas o
espaço da mídia depende muito da profissionalização
de alguns departamentos, para que possamos nos
moldar. Estou tomando providêcias para que em um
futuro próximo consigamos esta visibi l idade.
Texto e fotos: Alberto Nunes Junior
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Foi real izado nos dias 20 e 21 de abri l o último
Campeonato Brasileiro Regional. Depois da realização
dos certames das regiões I , I I , I I I e IV, Porto Alegre
sediou o Brasileiro da Região V. O evento transcorreu
na Sogipa e contou com a participação das delegações
dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e
do anfitrião da competição, o Rio Grande do Sul.
Competidores masculinos e femininos das classes
sub 1 3, sub 1 5, sub 1 8, sub 21 e sênior, subiram no
tatame em busca do título da competição. No sábado
(20), as disputas foram das classes sub 1 8, seguida
pela classe sub 1 3 e sub 21 . No domingo (21 ), os
combates iniciaram com a classe sub 1 5, seguida pela
classe sênior, que fechou a competição.
São Paulo sagrou-se campeão geral do certame
com um resultado surpreendente. Foram 87 atletas
enviados à competição e 81 medalhas conquistadas,
das quais 39 foram douradas. Nenhum judoca paulista
ficou atrás do quinto posto.
Texto e fotos: Everton Monteiro
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O Ginásio Municipal de Esportes "Professor Hugo
Ramos", em Mogi das Cruzes, recebeu no dia 27 de
abri l o Campeonato Paulista Sub 1 8 e Sub 21 de 201 3.
Os atletas classificados para a etapa final do paulista,
passaram pelas etapas regionais e estaduais do
interior. Em disputa estava o título do Campeonato
Paulista das duas classes e que prometia ser um
árduo caminho para os atletas, visto que alí se
encontravam os melhores judocas do Estado. Este
evento reuniu nesta final aproximadamente seiscentos
atletas.
A competição teve a coordenação técnica do
diretor técnico da FPJ, Joj i Kimura, e contou com a
presença do presidente da FPJ, Alessandro Panitz
Puglia, do vice-presidente da CBJ Francisco de
Carvalho Filho, além de autoridades e kodanshas de
todo eo Estado de São Paulo. São duas classes
importantes, pois consistem em duas bases para
classe sênior, e hoje São Paulo possui grandes atletas
nessas duas classes.
O resultado dessa competição, foi confirmar que
sobram atletas de alto nível no sub 1 8 e sub 21 .
Confira nas páginas 36 à 39 todos os pódios com os
classificados e os técnicos dos campeões de cada
categoria de peso, no masculino e feminino.
Para o presidente Puglia, o primeiro campeonato
Paulista do ano superou as espectativas, mostrando o
alto nível dos judocas paulistas nessas duas classes.
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Puglia, presidente da FPJ, Francisco de Carvalho, vice-
presidente da CBJ e Joji Kimura, diretor técnico da FPJ
Seiscentos judocas disputavam uma vaga para o
Brasileiro 201 3. Somente 32 chegaram lá!
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Realizado em 11 de maio, sábado, no ginásio do
Grêmio Esportivo Mauaense, na cidade de Mauá, a
seletiva que definiu os integrantes das seleções
paulistas das classes sub 1 8 e sub 21 , masculino e
feminino, que participariam do Campeonato Brasileiro
das respectivas classes. A seletiva foi real izada entre
os judocas campões paulistas 201 3 e os judocas
paulistas da seleção nacional de base que estavam
competindo na Europa na data do Campeonato
Paulista.
O Campeonato Brasileiro Sub 1 8 seria realizado
nos dias 1 8 e 1 9 de maio, em Salvador – BA e o
Campeonato Brasileiro Sub 21 seria realizado nos
dias 25 e 26 de maio em Fortaleza – CE.
Os classificados e os técnicos receberam um kit
com mochila personalizada Adidas/FPJ, camisa da
Adidas/FPJ e dois judoguis Adidas, um azul e um
branco, para cada um dos atletas.
Confira os integrantes da Seleção Paulista:
SUB18-40 kg KAREN LIKA KUWABARA
-44 kg BRUNA SILVA
-48 kg GABRIELA SILVA CLEMENTE
-52 kg YASMIN FERNANDES
-57 kg JENIFER BRAS CARNEIRO
-63 kg KAROLINE GONZALES BARBEIROTTI
-70 kg AINE DALETE SCHMIDT
+70 kg ELLEN OLIVEIRA FURTADO
-50 kg KAINAN SANTOS PIRES
-55 kg TACIO HENRIQUE B. SANTOS
-60 kg LUCAS SIQUEIRA C TURT
-66 kg HIAGO PIROLO
-73 kg JOSE VICTOR BASILE
-81 kg WENDEL GABRIEL RIBEIRO
-90 kg LEONARDO RIBEIRO GONÇALVES
+90 kg HUGO MOURA PRAXEDES
Chefe de delegação: Paulino Namie
Técnicos: Marcos Antonio Inácio e Rafael Luiz Moura
dos Santos Silva (Juquita)
SUB21-44 kg TAWANI SILVA
-48 kg NATALIA O MERCADANTE
-52 kg REBECA IZABELLY F SANTOS
-57 kg FLAVIA GOMES
-63 kg JESSICA B. SANTOS
-70 kg BEATRIZ SANTOS OLIVEIRA
-78 kg PAMELLA PASTORELO SOUZA
+78 kg TAINA CAROLINE NERY
-55 kg VITOR TORRENTE
-60 kg MIKE M CHIBANA
-66 kg MARCELO KENJI FUZITA
-73 kg CAIO HENRIQUE ALVES BRIGIDA
-81 kg JOSE CARLOS MORAES JR
-90 kg EDUARDO LOPES GONÇALVES
-1 00 kg GABRIEL GOUVEA DE SOUZA
+1 00 kg VICTOR LUIZ SILVA
Chefe da delegação: Marcos Elias Mercadante
Técnicos: Henrique Guimarães e Renato Dagnino
Texto e fotos: Everton Monteiro
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São Paulo o título geral no Campeonato Brasileiro
Sub 1 8 ao conquistar 11 medalhas , sendo sete ouros,
duas pratas e dois bronzes. Completando o pódio,
Mato Grosso do Sul , que conquistou dois ouros, duas
pratas e três bronzes e Rio de Janeiro que conquistou
dois ouros e dois bronzes.
A competição foi real izada no ginásio do SESI , em
Simões Filho, na região metropolitana de Salvador,
Bahia, nos dias 1 8 e 1 9 de maio.
Dentre os medalhistas paulistas, a judoca Aine
Schimdt, natural de Mogi das Cruzes, havia
conquistado recentemente duas medalhas de ouro nas
duas últimas etapas do European Cup e era a favorita
para a conquista do título.E foi o que aconteceu.
As lutas das categorias meio pesado e pesado, que
ocorreram no domingo, 1 9, confirmou a supremacia
paulista nessas categorias, pois os quatro títulos
vieram para São Paulo.
El len Furtado, que também conquistou ouro na
etapa de Pitesti da European Cup, também era a
favorita na categoria pesado feminino e não
decepcionou, conquistando mais um ouro para a
equipe paulista.
Os atletas foram acompanhados pelo chefe da
delegação, Paulino Namie, e pelos técnicos Marcos
Antonio Inácio e Rafael Luiz Moura dos Santos Silva
(Juquita).
No final do certame, os atletas permaneceram em
Salvador por mais três dias para participarem de
Treinamento de Campo, a convite da CBJ.
Confira os madalhistas paulistas no Brasileiro Sub 1 8:
Feminino2º Bruna Silva (-44kg)
1 º Gabriela Clemente (-48kg)
3º Yasmim Fernandes (-52kg)
2º Karoline Barbeirotti (-63kg)
1 º Aine Schimidt (-70kg)
1 º Ellen Furtado (+70kg)
Masculino1 º Kainan Pires (-55kg)
3º Hiago Pirolo (-66kg)
1 º José Basile (-73Kg)
1 º Leonardo Gonçalves (-90kg)
1 º Hugo Praxedes (+90kg)
Texto: Everton Monteiro Fotos: Alberto Nunes Junior
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O Campeonato Brasileiro Sub 21 foi real izado na
cidade de Fortaleza – CE, nos dias 25 e 26 de maio,
no ginásio esportivo da Universidade de Fortaleza -
UNIFOR. A seleção paulista, tendo como chefe da
delegação Marcos Elias Mercadante e os técnicos
Henrique Guimarães e Renato Dagnino, conquistou
quatorze medalhas: Sete de ouro, quatro de prata e
três de bronze. São Paulo só não classificou as
categorias meio leve, masculino e feminino. Com esse
resultado, São Paulo conquistou a primeira colocação
no masculino e no feminino, sagrando-se campeão
geral da competição.
A seleção paulista é patrocinada pela MKS
ADIDAS, que forneceu dois kimonos (azul e branco)
para cada atleta, bolsas personalizadas e camisas
para os atletas e comissão técnica. O Campeonato
Brasileiro foi a última oportunidade de classificação
para os Campeonatos Pan-Americano, que ocorrerá
em Buenos Aires de 11 a 1 3 de julho, Sul-Americano, o
qual transcorrerá no dia 1 4 de julho, também na capital
argentina e Campeonato Mundial que será realizado
de 24 a 27 de outubro em Ljubl jana, capital da
Eslovênia.
No dia seguinte, aconteceu o desafio internacional
Brasil , França e Alemanha (sub 21 ), também em
Fortaleza, e os seguintes judocas paulistas foram
convocados para participar do desafio: Flávia Gomes,
Jéssica Santos, Beatriz Oliveira, Aine Schmidt, Sibi l la
Facholl i , Caio Brígida e Victor Silva.
Confira os madalhistas paulistas no Brasileiro Sub 21 :
Feminino1 º - Tawany Gianelo da Silva (-44kg)
3º - Nathalia Orpinel l i Mercadante(-48kg)
2º - Flavia Rodrigues Gomes (-57kg)
1 º - Jéssica Baptista Santos (-63kg)
1 º - Beatriz Santos de Oliveira (-70kg)
2º - Pamella Pastorel lo de Souza (-78kg)
3º - Tainã Carolina Nery (+78kg)
Masculino2º - Vitor Oliveira Torrente (-55kg)
2º - Mike Massahiro Chibana (-60kg)
1 º - Caio Henrique Alves Pinto Brigida (-73kg)
1 º - José Carlos Moraes Jr. (-81 kg)
1 º - Eduardo Lopes Gonçalves (-90kg)
1 º - Gabriel Gouveia de Souza (-1 00kg)
3º - Victor Luis da Silva (+1 00kg)
Texto e Fotos: Everton Monteiro
Comissão técnica da CBJ avaliou o desempenho dos atletas no evento.
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É comum muitos atletas virem ao Brasil para
aprimorar seus treinos fazendo intercâmbio com
judocas da seleção brasileira. Mas não é o caso da
judoca medalhista olímpica japonesa Yoshie Ueno.
Nascida em 01 de julho de 1 983, em Asahikawa, no
Japão, vai ficar no país por seis meses. Se engana
quem pensa que a atleta chegou preocupada com os
treinos e o Mundial do Rio de Janeiro, que ocorrerá no
fim de agosto. Ela desembarcou aqui por conta de
compromissos profissionais e para aprender a língua
portuguesa. Com uma carreira vitoriosa na categoria
até 63kg – são 11 3 vitórias e apenas 1 6 derrotas,
segundo o site Judo Inside, uma das referências da
modalidade, a japonesa não tem a vida dedicada
apenas para o esporte. Ela trabalha na empresa
Mitsui Sumitomo Seguros. Foi a seguradora, al iás,
que a trouxe para essa estadia. Ueno chamou a
atenção no meio de brasileiros, holandeses e
franceses em um período de treinos das seleções, na
Arena Olímpica do Complexo Esportivo do Ibirapuera,
na capital paul ista, por ser final ista dos três últimos
Mundiais e medalhista de bronze na Olimpíada de
Londres, em 201 2. Foi transferida pela seguradora
temporariamente da unidade de Tóquio para o Brasil .
Então, o primeiro objetivo é o trabalho. Depois, quer
aproveitar a oportunidade para fazer intercâmbios de
treinamento de judô e aprender português. Apesar do
grande número de conquistas e de estar na quinta
colocação do ranking mundial em 201 3, sua intensão
é não disputar qualquer torneio, nem mesmo o
Mundial no Rio. Depois da Olimpíada de Londres,
decidiu que não disputaria mais competições por um
período de doze meses.Em um bate papo
descontraído, Yoshie Ueno conversa com a revista
Spirit of JUDO, com ajuda do sensei Hatiro Ogawa
como interprete neste bate papo.
Spirit of JUDO - Após quase seis meses no Brasil , o
que você pode falar do judô brasileiro?
Ueno - Eu tive a oportunidade de treinar com muitas
das atletas da seleção brasileira e achei que existe
um ótimo trabalho técnico, unindo força e velocidade.
Achei isso muito interessante.
Spirit of JUDO - Qual a maior diferença, em sua
opinião, do judô japonês e do judô brasileiro?
Ueno- No Japão existe entre as atletas muita disputa
nas pegadas. Já no Brasil as atletas impõem suas
pegadas e não existe muita disputa neste sentido.
Spirit of JUDO - O que você aprendeu neste período
aqui?
Ueno - O que percebi aqui é que existe grande
respeito entre professor e aluno, mas não existe uma
distância muito grande entre aluno e professor, Os
alunos na sua grande maioria são amigos dos
professores (sempre respeitando os limites), o que
não acontece no Japão, onde existe uma enorme
distância entre professor e aluno. Lá não acontece
esta relação de amizade que é muito bonita.
Spirit of JUDO - Destaque algo que te marcou em
sua estadia no Brasil .
Ueno - O povo brasileiro é muito transparente, muito
simpático e agradável, possibi l itando uma
aproximação muito rápida. É um povo muito animado,
sempre que ouvem uma música já começam a se
movimentar. Em quatro meses no Brasil já tenho
muitos amigos e todos são muito receptivos.
Spirit of JUDO - Qual característica do judô brasileiro
despertou sua atenção?
Ueno - No alto rendimento do judô brasileiro os
atletas que disputam campeonatos internacionais não
necessariamente precisam ser o “número um”. Basta
estarem entre os melhores para disputar. Isso não
ocorre no Japão. Lá, para disputar um mundial, por
exemplo, tem que ser o “número um”.
Spirit of JUDO - Qual foi sua impressão sobre o
Brasil?
Ueno - Fui preparada para tomar muito cuidado, pois
o país era muito perigoso. Porém nada de ruim me
aconteceu e mudei minha opinião, Ando com cuidado
como em qualquer outro lugar. E o país é l indo!
Texto e foto: Alberto Nunes Junior
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