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SOCIOLOGIA

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SOCIOLOGIA

Ela faz parte da chamada Ciência Social, que engloba várias matérias, como direito, economia, Psicologia social, antropologia.

A Sociologia é o estudo cientifico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos. Estuda o homem e o meio humano em suas interações recíprocas. A sociologia não é normativa, nem emite juízo de valor sobre os tipos de associação e relações estudados, pois se baseia em estudos objetivos que melhor podem revelar a verdadeira natureza dos fenômenos sociais. A sociologia, desta forma, é o estudo e o conhecimento objetivo da realidade social.

Podemos com isto entendermos: a formação e desintegração de grupos; divisão da sociedades em camadas; mobilidade de indivíduos e grupos nas camadas sociais; processo de competição e cooperação.

Entendendo que a Igreja é um grupo social, que faz parte de um grupo social maior, (em tamanho não em importância) bairro, município. E a mesma possui camada social e ela mesma é uma camada social do ”grupo social maior”.

Observamos, portanto, portanto, que o objeto material das Ciências Sociais ou Humanas é o mesmo: o homem na sociedade. Todavia, essas ciências possuem seu objeto formal distinto, apesar de haver o fenômeno de inter-relacionamento e de serem complementares umas das outras.

Quanto a Sociologia, ela apresenta duas diferenças básicas em relação as demais Ciências Sociais; a primeira seria relativa ao universo sócio-cultural; a segunda a respeito da concepção da “natureza” do homem e às inter-relações dos fenômenos sociais.

Em relação a natureza do homem, cada Ciência Social concede um tipo especifico, por exemplo, o homo economicus ou homo politicus, com característica singulares, ou seja, dominado pelo desejo econômico ou pelo desejo de poder. Para a Sociologia, o homo socius é, ao mesmo tempo, econômico, político, religioso, ético, artístico, dominado pelos mais diferentes interesses ou desejos.

O estudo da sociedade como um todo e do homem como homo socius requer uma ciência que trate de forma genérica de todos os fenômenos e inter-relações humanas, ou que transcenda o campo de atuação das disciplinas específicas. Compete, portanto, à Sociologia o estudo do homem e do universo sócio-cultural como um todo, analisando as inter-relações entre os diversos fenômenos sociais, pois as outras Ciências Sociais, em virtude de seu caráter especializado, consideram apenas um aspecto, artificialmente isolado do conjunto.

A Sociologia, sem perder seu caráter de Ciência que estuda todos os aspectos do comportamento humano em sociedade, pode ser subdivida em áreas especializadas de pesquisa.

Baseando-se numa classificação do campo da Sociologia elaborada por Karl Mannheim, Florestan Fernandes, ampliando-a, indica seis áreas básicas, descrita a seguir.

1- Sociologia Sistemática:

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Procura explicar a ordem existente nas relações dos fenômenos sociais através das condições, fatores e efeitos que operam em um campo a-histórico. Subdivide-se em: Sociologia Sistemática Estática, que lida com os requisitos estruturais e funcionais da ordem social; Sociologia Sistemática Dinâmica, que lida com os processos sociais que podem ser descritos através da operação das condições estruturais e funcionais estáveis ou relativamente instáveis da ordem social.

2- Sociologia Descritiva:Investiga os fenômenos sociais no plano de sua manifestação concreta, procurando captar os elementos e os fatores sociais nas próprias condições reais em que eles operam.

3- Sociologia Comparada:Pretende explicar a ordem existente nas relações dos fenômenos sociais através de condições, fatores e efeitos que operam em um campo supra-histórico. A Sociologia Comparada estuda os padrões de integração e diferenciação do sistemas sociais globais de duas maneiras: em uma escala filogenética, acompanhando as gradações assumidas pela interação social nas diversas formas de vida; ou, segundo intuitos classificatórios, procurando evidenciar as categorias ou tipos que convém para cada grupo ou sistemas sociais lobais, que apresentam certas similaridades estruturais e funcionais básicas.

4- Sociologia DiferencialProcura explicar a ordem existente nas relações dos fenômenos sociais através de condições, fatores e efeitos que operam em um campo histórico.

5- Sociologia Aplicada:Investigação especial dos problemas sociais e dos efeitos possíveis que eles comportarem ou das modalidades de intervenção racional que foram admitidas pela sociedade. Esses estudos visam a prestação de um serviço melhor a sociedade, buscando antevê o problema e a sua solução ou a melhor solução para algo que não esteja funcionando da melhor maneira para a sociedade.

6- Sociologia Geral ou Teórica.Examina os fundamentos lógicos da explanação sociológica, suas diversas categorias ou modalidades, os tipos de pesquisa que estas implicam e os critérios de verificação empírica que pressupõem. Em relação à sistematização e unificação dos conhecimentos teóricos, descobertos nas várias áreas da Sociologia, apresenta duas funções: uma, de lógica de conhecimento sociológico, esfera na qual os conceitos básicos, os princípios e os postulados da Sociologia são analisados criticamente; outra, na qual prevalecem os intuitos de sínteses, isto é, como integrar as diferentes descobertas da Sociologia em um corpo teórico uniforme e como reduzi-las a expressões simbólicas de conotação universal.

MÉTODOS DA SOCIOLOGIA

Segundo Calderón, método é um conjunto de regras úteis para a investigação, é um procedimento cuidadosamente elaborado, visando provocar resposta na natureza

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e na sociedade, e paulatinamente, descobrir sua lógica e leis. Cada ciência possui um conjunto de métodos.

A Sociologia, em suas investigações, emprega vários métodos, na maioria dos casos usados concomitantemente.

1- Método Histórico:Promovido por Boas. Partindo do principio que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é importante pesquisar suas raízes, para compreender sua natureza e função. Assim,, o método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram a sua forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. Seu estudo, para uma melhor compreensão do papel que atualmente desempenham na sociedade, deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações.

2- Método Comparativo:Empregado por Tylor. Considerando o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedade ou povo contribui para uma melhor compreensão do comportamento humano, este método realiza comparações com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências. O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos, no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. O exemplo clássico do método comparativo é o estudo do suicídio, por Durkheim, que visava descobrir as causas do suicídio correlacionando suas taxas, nos diferentes grupos sociais, com as características desses grupos.

3- Método Estatístico:Planejado por Quetelet. Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico significa redução de fenômenos sociológicos a termos quantitativos e manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre a sua natureza, ocorrência ou significado.

4- Método Monográfico ou do Estudo de Caso.Criado por Le Play, que o empregou ao estudar famílias operárias na França. Partindo do principio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes, o método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores que o influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos.

5- Método Tipológico.Habilmente empregado por Max Weber. Apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de

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aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para analise e compreensão de casos concretos, realmente existentes. Weber, através da classificação e comparação de diversos tipos de cidades, determinou as características essenciais da cidade; da mesma maneira, pesquisou as diferentes formas de capitalismo para estabelecera caracterização ideal do capitalismo moderno; e, partindo do exame dos tipos de organização, apresentou o tipo ideal de organização burocrática.

6- Método Funcionalista.Utilizado por Malinowski. É, a rigor, mais um método de interpretação do que de investigação. Levando-se em consideração que a sociedade é formada de partes componentes, diferenciadas, inter-relacionadas e interdependentes, satisfazendo, cada uma, funções essenciais da vida social, e que as partes são mais bem entendidas compreendendo-se as funções que desempenham no todo, o método funcionalista estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades.

OS PENSADORES QUE DERAM ORIGEM A SOCIOLOGIA

1- Augusto Comte:Em meados do século passado, surgiu o que se pode chamar de “reação positivista” a que deu início o próprio criador da doutrina positivista. Augusto Comte (1798-1857).Este pensador francês lutava para que, em todos os ramos de estudos, se obedecesse à preocupação da máxima objetividade. Em sua classificação das ciências, colocou a matemática na base e, no ápice, os esforços de compreensão de tudo o que se referia ao homem, principalmente a relação entre eles.Nessa atitude, entretanto, assumia uma posição diferente da dos socialistas. Defendia o ponto de vista de somente serem validas as analises das sociedades quando feitas com verdadeiro espirito cientifico, com objetividade e com ausência de metas preconcebidas, próprios das ciências em geral. Os estudos das relações humanas, assim, deveriam constituir uma nova ciência, a que se deu o nome de “sociologia”. Esta não deveria limitar-se apenas à analise, mas propor normas de comportamento, seguindo a orientação resumida na famosa formula positivista “saber para prever, a fim de prover”.

É verdade que, nos seus escritos sobre a sociedade, Comte esteve, bem longe de seguir a risca as suas recomendações de “positividades”. Mas teve enorme repercussão, e ainda tem, a atitude que preconizou quanto ao estudo dos fenômenos sociais, não influenciado pela emotividade, mas levado a efeito com a isenção de ânimo, semelhante à adotado na Química ou na Física. Aliás, inicialmente em vez do termo Sociologia, denominara esta ciência de “Física Social”.

Podemos discernir nos estudos de Comte, três princípios básicos: a) Prioridade de todo sobre as partes: significa que para compreender e

explicar um fenômeno social particular, um fenômeno social particular, devemos analisa-lo no contexto global a que pertence. Considerava que

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tanto a Sociologia Estática (estudo da ordem das sociedades em determinado momento histórico) quanto a Sociologia Dinâmica (estudo da evolução das sociedades no tempo) deveriam analisar a sociedade, de uma determinada época, correlacionando-a à sua História e a História da humanidade (a Sociologia de Comte é, na realidade, Sociológica Comparada, tendo como quadro de referência a História Universal).

b) O progresso dos conhecimentos é característico da sociedade humana: a sucessão de gerações, com seu conhecimentos, permite uma acumulação de experiências e de saber que constitui um patrimônio espiritual objetivo e liga as gerações entre si; existe uma coerência entre o estágio dos conhecimentos e a organização social.

c) O homem é o mesmo por toda a parte e em todos os tempos, em virtude de possuir idêntica constituição biológica e sistema cerebral.

Desses princípios básicos conclui, Comte ser natural que a sociedade, em toda parte, evolua da mesma maneira e no mesmo sentido, resultando daí que a humanidade em geral caminha para um mesmo tipo de sociedade mais avançada.

A característica da filosofia positivista de Comte, desenvolvida em suas obras Curso de Filosofia Positivista (1830-1842) e Politica Positiva (1851-1854), é substituir em toda parte o absoluto pelo relativo.

2- Herbert Spencer

Na Segunda metade do Século XIX, as ideias de Darwin sobre a evolução das espécies influenciaram a maioria dos estudiosos. A Sociologia foi, depois da Biologia, a ciência que maior impacto recebeu da teoria de Darwin, levando ao aparecimento da Escola Biológica, iniciada pelo inglês Herbert Spencer (1820-1903).

Segundo a concepção desse pensador, a sociedade assemelha-se a um organismo biológico, sendo o crescimento caracterizado pelo aumento de massa; o processo de crescimento da origem à complexidade da estrutura; aparece nítida interdependência entre as partes; tanto a vida da sociedade como a do organismo biológico são muito mais longa do que a de qualquer de suas partes ou unidades. Desses princípios básicos chega-se a formulação de uma lei geral, segundo à qual a evolução de todos os corpos (e, por analogia, a das sociedades) p) passa de um estágio primitivo, caracterizado pela simplicidade de estrutura e pela homogeneidade, a estágios de complexidade crescente, assinalados por uma heterogeneidade progressiva das partes, acompanhadas por novas maneiras de integração.

Especificamente no que concerne às sociedades, para Spencer, a História demonstra a diferenciação progressiva das mesmas: de pequena coletividades nômades, homogêneas, indiferenciadas, sem qualquer organização politica e de reduzida divisão de trabalho, as sociedades tornam-se cada vez mais complexas, mais heterogêneas, compostas de , compostas de , compostas de , compostas de grupos diferente, mais numerosos, onde a autoridade politica se torna organizada e diferenciada, aparecendo uma

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multiplicidade de funções econômicas e sociais, exigindo maior divisão de trabalho.Obras mais importantes: Principio de Sociologia (1876-1896) e O Estudo da Sociedade (1873).

3- Karl Marx (1818-1883)

Fundador do materialismo histórico, na realidade um filosofo social e economista alemão, contribuiu para o desenvolvimento da Sociologia, salientando que as relações sociais decorrem dos modos de produção (fator de transformação da sociedade), numa tentativa de elaborar uma teoria sistemática da estrutura e das transformações sociais.

O postulado básico do marxismo é o determinismo econômico, segundo o qual o fator econômico é determinante da estrutura do desenvolvimento da sociedade.

O homem, para satisfazer suas necessidades, atua sobre a natureza, criando relações técnicas de produção. Todavia, essa situação não é isolada: na produção e distribuição necessárias ao consumo, o homem relaciona-se com outros seres humanos, dando origem a relações de produção. O conjunto dessas relações leva ao modo de produção através do processo de trabalho (força humana e ferramentas), dando origem a forças produtivas que, por sua vez, geram um determinado sistema de produção (distribuição, circulação e consumo de mercadorias); o sistema de produção provoca uma divisão de trabalho (proprietários e não proprietários das ferramentas de trabalho ou dos meios de produção) e o choque entre as força produtivas e os proprietários dos meios de produção determina a mudança social.

Para Marx, a sociedade divide-se em infra-estrutura e supra-estrutura. A infra-estrutura é a estrutura econômica, formada das relações de produção e forças produtivas. A supra-estrutura divide-se em dois níveis: o primeiro, a estrutura jurídico-politica, é formado pelas normas e leis que correspondem à sistematização das relações já existente; o segundo, a estrutura ideológica (filosofia, arte, religião etc.) justificativa do real, é formada por um conjunto de ideias de determinada classe social que, através de sua ideologia, defende seus interesses. Sendo a infra-estrutura determinante, toda mudança social se origina das modificações nas forças produtivas e relações de produção. De acordo com esta teoria, Marx, juntamente com Engels, chegou a uma classificação de sociedade segundo o tipo predominante de relações de produção: a comunidade tribal, a sociedade asiática, a cidade antiga, a sociedade germânica, a sociedade feudal, a sociedade capitalista burguesa (comercial, manufatureira e industrial; financeira e colonialista) e a sociedade comunista sem classes (que se instalaria através da ditadura do proletariado)

A principal obra: O Capital (1867-1895).

O NASCIMENTO DA SOCIOLOGIA

1- Emile Durkheim (1857-1917).Francês, é considerado por muitos estudiosos o fundador da Sociologia como ciência independente das demais Ciências Sociais. Ao preconizar o estudo dos

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fatos sociais como “coisas”, através de regras e rigor cientifico, determinou seu objeto, próprios dos estudos sociológicos, e sua metodologia.

Sua primeira obra, A Divisão do Trabalho Social (1893), combate certas ideias de Spencer e anuncia dois princípios básicos: consciência coletiva e solidariedade mecânica e orgânica.

Por consciência coletiva entende-se a soma de crenças e sentimentos comuns à média dos membros da comunidade, formando um sistema autônomo, isto é, uma realidade distinta que persiste no tempo e une as gerações. A consciência coletiva envolve quase que completamente a mentalidade e moralidade do individuo: o homem “primitivo” pensa, sente e age conforme determina ou prescreve o grupo que pertence. Durkheim acusa a existência, em cada individuo, de duas consciências, a coletiva e a individual; a primeira, predominante, compartilhará com o grupo; a segunda, peculiar ao individuo. Nas sociedades “primitivas”, a consciência coletiva subjuga a individual, e as sanções aplicadas ao individuo, que foge às normas de conduta do grupo, são extremamente severas.

Á medida que as sociedades se tornam mais complexas, a divisão de trabalho e as consequências. As sanções repressivas, que existem nas sociedades “primitivas”, dão origem a um sistema legislativo que acentua os valores da igualdade, liberdade, fraternidade e justiça. A coerção social não desaparece, pois as características da sociedade moderna, contratos de trabalho, contém elementos predeterminados, independentes dos próprios acordos pessoais. Ex. cabe ao estado determinar a duração do período de trabalho, o salário mínimo e as condições em que se realiza o trabalho físico.

As primitivas coletividades humanas são caracterizadas pela solidariedade são caracterizadas pela solidariedade mecânica, que se origina das semelhanças entre os membros individuais. Para manutenção dessa igualdade, necessária a sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva. Essas sociedades não podem tolerar as disparidades, a originalidade, o particularismo, tanto nos indivíduos como nos grupos, pois isso significaria um processo de desintegração. Todavia, o progresso da divisão de trabalho faz com que a sociedade de solidariedade mecânica se transforme.

O principio de divisão de trabalho está baseado nas diversidades das pessoas e dos grupos e se opõe diretamente à solidariedade por semelhança. A divisão de trabalho gera um novo tipo de solidariedade, baseado na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de principio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização social. Durkheim denomina de solidariedade orgânica esta solidariedade, não mais baseada nas semelhanças de indivíduos e grupos, mas na sua independência. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica maior autonomia com uma consciência individual mais livre.

Em a985, Durkheim publica As Regras do Método sociológico. É o seu tratado mais importante, pois estabelece as regras que devem ser seguidas na analise dos fenômenos sociais.

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A primeira regra, fundamental relativa à observação dos fatos sociais, consiste em considera-los como “coisas”. Somente assim, desvinculada da concepção filosófica e não subordinada às noções biológicas e psicológicas, a Sociologia pode manipular, com finalidade de estudo e analise, os fenômenos sociais. “coisas” opõem-se a “ideias”, como as coisas exteriores se opõem õem às interiores.

Ao escolher seu método de pesquisa, o sociólogo deve selecionar um grupo de fenômenos cujos caracteres exteriores comuns sejam previamente definidos, e analisar todos os que correspondem a esta definição. Ainda mais, sabendo-se que uma mesma causa da origem a um mesmo efeito, a explicação de um fato social complexo requer o conhecimento de seu desenvolvimento através de todos os tipos de sociedades.

Na analise dos fenômenos sociais como “coisas”, o pesquisador deve abandonar as pré-noções e a pressuposição do significado ou caráter de uma prática ou instituição social. Deve ser objetivo e estabelecer, através da investigação, o próprio significado do fenômeno estudado, dentro da sociedade particular em pauta. Deve considerar somente os fenômeno que se apresentem isolados de manifestações individuais.

Para explicar um fenômeno social, deve-se procurar a causa que o produz e a função que desempenha. Procura-se a causa nos fatos anteriores, sociais e não individuais, e a função, através da relação que o fato mantém com algum fim social.

Durkheim, ao estabelecer as regras de distinção entre o normal e o patológico, propôs: um fato social é normal, para um tipo social determinado, quando considerado numa determinada fase de seu desenvolvimento, desde que se apresente na média das sociedades da mesma categoria, e na mesma fase de sua evolução. Esta regra estabelece uma norma de relatividade e de objetividade na observação dos fatos sociais, como foi ilustrado na sua obra sobre suicídio. Demonstra também, que certos fenômenos sociais, tido como patológicos, só o são a medida que ultrapassam uma taxa dita normal, em determinado momento, em sociedade de mesmo nível ou estagio de evolução.

Na obra suicídio (1897) Durkheim demonstra que o suicídio varia inversamente ao grau de integração do grupo social do qual o individuo faz parte, com algumas exceções por ele apontadas.

A lei do suicídio de Durkheim é considerada uma lei sociológica em virtude de as variáveis relacionadas constituírem fenômeno sociais: a taxa de suicídio, representando um traço característico de um grupo, aparece também como característico desse grupo. Assim, se a sociologia estuda fatos sociais, uma proposição que estabeleça relação de regularidade entre eles é uma lei sociológica.

FATO SOCIAL – ÉMILE DURKHEIM

1- CONCEITUAÇÃO:O estudo cientifico da sociedade sofreu indiscutível impacto, no século XX, com a contribuição de Durkheim. Ele formulou, com firmeza e convicção, uma assertiva que fortemente repercutiu nas interpretações sociológica. Qualificou, com efeito, o fato

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social como uma “coisa”, e preconizou que, para estuda-lo, fossem aplicados os métodos e processos, isto é, os recursos experimentais empregados nas ciências exatas. Para a explicação do fato social havia a necessidade, segundo ele, de investigação das causas sociais e não meramente históricas, psicológicas e biológica.

O pensador francês, em defesa do seu ponto de vista, apresenta um definição clara, compreensível e mesmo correta: “É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o individuo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter”.

2- CARACTERISTICAS DO FATO SOCIAL.