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  POS GRADUAÇÃO REABILITAÇÃO URBANA ISEP 2015 MODULOS CURRICULARES 9. SEMVO(17499) DEC - SEMINÁRIOS E VISITAS A OBRA SEMINÁRIO S1 - CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E CULTURAL CARLOS MANUEL PINTO FERREIRA 1950231@isep .ipp.pt |carlos.pinto.ferreira@gmail .com

SM01- Património Cultural

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Trabalho académico sobre a intervenção no Mosteiro de Tibães em Braga.

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    ISEP 2015 MODULOS CURRICULARES

    9. SEMVO(17499) DEC - SEMINRIOS E VISITAS A OBRA SEMINRIO

    S1 - CONSERVAO E REABILITAO DO PATRIMNIO HISTRICO E CULTURAL

    CARLOS MANUEL PINTO FERREIRA [email protected] |[email protected]

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    Seminrio S1 - CONSERVAO E REABILITAO DO PATRIMNIO HISTRICO E CULTURAL

    SEMVO(17499) DEC - SEMINRIOS E VISITAS A OBRA DOCENTE:

    ENG DIOGO RODRIGO RIBEIRO | ISEP | [email protected]

    Programa da Disciplina

    SEMINRIOS TCNICOS (60 %) Seminrio S1 - CONSERVAO E REABILITAO DO PATRIMNIO HISTRICO E CULTURAL Seminrio S2 - Gesto e manuteno do patrimnio edificado Seminrio S3 - Intervenes de reabilitao urbana: casos prticos VISITAS A OBRAS (40 %) Visita Obra VO1 - O projecto de reabilitao do Palcio do Freixo Visita Obra VO2 - O projeto de reabilitao do centro histrico do Porto: intervenes recentes e obras de conservao e restauro do palcio da Bolsa NOTAS:

    6 Junho | 9:30 h | 12:30 h

    ORADOR:

    JOO CARLOS SANTOS ARQ DGPC - DIRECO GERAL DO PATRIMNIO CULTURAL Pese embora no ter tido a possibilidade de participar neste seminario, as consideraes apresentadas neste trabalho so resultado da minha experiencia profissional adquirida ao longo da carreira como tecnico na area da Reabilitao, Conservao e Restauro de Patrimnio Arquitectnico Edificado e Cultural onde lidei em varias empreitadas com a DGPC/DRCN (Ex IPPAR/IGESPAR) em que esta entidade foi em casos Dona de Obra ou Consultor/projectista.

    Bibliografia da Disciplina

    D. Ribeiro e R. Silva (2014) - -Tecnologias de Reabilitao: seminrios tcnicos-, Elementos de apoio disciplina de Tecnologias de Reabilitao da PGRU. V. Freitas e outros (2012) - -Manual de Apoio ao Projecto de Reabilitao de Edifcios Antigos-, Ordem dos Engenheiros Regio Norte. J. Appleton (2011) - -Reabilitao de Edifcios Antigos - Patologias e Tecnologias de Interveno-, 2 edio, Editora Orion. V. Cias (2008) - -Inspeces e Ensaios na Reabilitao de Edifcios-, Editora IST PRESS. J. Aguiar, A. Reis Cabrita e J. Appleton (2005) - -NS 78 - Guio de Apoio Reabilitao de Edifcios Habitacionais-, LNEC. J. Mascarenhas (2012) - -Sistemas de Construo XIII - Reabilitao Urbana-, Editora HORIZONTELNEC (2010) - -REABILITAR 2010 - Encontro Nacional sobre Conservao e Reabilitao de Estruturas-. S. Pompeu Santos (2008) - -ITES 13 - A Reabilitao Estrutural do Patrimnio Construdo-, LNEC.

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    NDICE NDICE ...................................................................................................................................................... 3

    ENQUADRAMENTO HISTRICO .................................................................................................... 4

    INTERVENO DO MOSTEIRO DE TIBES ................................................................................ 8

    CONCLUSO .........................................................................................................................................13

    BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ............................................................................................................15

    INDICE DE IMAGENS ........................................................................................................................15

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    ENQUADRAMENTO HISTRICO Num periodo de enorme procura turistica sob Portugal, importante salientar a grandeza de todo o seu Passado, de Histria, de Pessoas, de Monumentos, e todas as marcas que delas temos ainda hoje registo e que necessrio preservar.

    Marcas que vo da Arqueologia com registos arqueolgicos multiplos por todo o Pas, que revelam a ocupao do nosso territrio durante sculos por Povos, de principios nomadas e que com a evoluo das tcnicas agricolas e conhecimento dos terrenos se tornam sedentrios, so exemplos desses registos as figuras de Foz Coa, que espelham o cariz nmada dos povos que subsistiam da caa e da recolha dos produtos silvestres.

    Figura 1 Mapa dos Povos que ocuparam a Peninsula Ibrica 300AC

    Figura 2 Localizao dos principais castros no NW de Portugal

    Com o sedentarismo e ocorre a necessidade da proteco das populaes s intempries, aos predadores, bem como aos conflitos gerados pelo dominio do territrio, foi necessario desenvolver construes de abrigo e de defesa, e assim nasce a Arquitectura, cujo registo encontramos nas runas de povoaes castrejas, so exemplo os inumeros Castros de Norte a Sul de Portugal, como a Citnea de Sanfins e a Citnea de Briteiros.

    Com a ocupao Romana, d-se a organizao do espao habitacional e desenvolvem-se as infraestruturas e acessos aos povados e nascem as primeiras cidades da Lusitnia, Bracara Augusta, Portus Cale, Olisipo, Evora, conforme podemos identificar na figura 3, dessa ocupao temos hoje ainda vrios registos de infraestruturas ainda funcionais tais como a Ponte de Trajano sobre o rio Tmega em Chaves (Aqua Flavie), a Ponte da Pedra em Torre de Dona Chama inserida na EN206 para Bragana e Ponte da Vila Formosa entre Ponte de Sor e Alter do Cho inserida na EN119, como as ruinas romanas de Conimbriga e do templo de Diana de vora, bem como inumeras outras obras de menor importncia de cariz Romano.

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    Figura 3- Ocupao Romana da Ibria e principais vias e cidades

    Figura 4 conquista da Ibria aos Muulmanos

    Com a idade mdia, resultante da queda do Imprio Romano Ocidental, ocorre a ocupao da Penisula Ibrica pelos povos brbaros e pelos muulmanos, que intruduzem na arquitectura as influencias visigticas e muulmanas, comeamos ento a ter monumentos de origem marcadamente religiosa e militar.

    Com a expano de Portugal atravs da conquista aos Muulmanos, surge a Arquitectura Romanica e passa todo o percurso do Gtico at ao Renanscimento, periodo em que ocorre o auge dos Descobrimentos Portugueses e se comea ento a construir edificios de maior beleza arquitectnica e de riqueza no ornato, em imitao do que j se fazia nos outros paises mais desenvolvidos da Europa.

    Figura 5 Lisboa, a ex Olisipo Romana, no periodo do Renascimento

    Lisboa passa a ser uma das Capitais da Europa mais importantes do ponto de vista econmico e estratgico. Do centro da Europa vm os melhores artistas, escultores pintores, procura das riquezas dos burgueses que fazem fortuna com as especiarias das Indias. Todo o Pas sofre uma grande mudana poltica e cultural, com profundas influncias europeias mas tambem, das descobertas e das colonias do Imprio, principalmente do Brasil.

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    Figura 6 Lisboa no Terramoto de 1755

    Figura 7- Lisboa com a interveno do Marques de Pombal

    A ocupao Espanhola, o Terramoto de 1755, as invases Francesas, o desenvolvimento da Era Industrial, at Contemporaniedade, transformaram significativamente este territrio, mas foi sobretudo a destruio da Cidade de Lisboa no terramoto de 1755, que mais marcou o desenvolvimento urbano do nosso Pas, esta interveno iniciada pelo Marques de Pombal, permitiu que a reconstruo da cidade seja realizada em concordncia com os movimentos modernistas do urbanismo que se comea a desenvolver na Europa, e que seja imposto a todas as cidades um cariz de desenvolvimento urbano ordenado e com base nos princpio que conhecemos hoje para o desenvolvimento funcional de uma cidade.

    Portugal ento um enorme caldeiro de cultura que vai desde as caractersticas dos edifcios, a cultura dos habitantes e as suas tradioes, at a disposio geogrfica e demogrfica da populao do Pais, e cujo registo se encontra na Arquitectura dos seus Edifcios, (desde Palacios, Castelos, Mosteiros e igrejas, Palacetes e Casas Senhoriais, Edifcios Industriais, at urbanidade dos centros Histricos das nossas cidades), bem como todo o Esplio cultural documentado nos Museus ou institutos pblicos e privados .

    Figura 8 O Porto Patrimnio Histrico da Humanidade

    Em virtude de toda esta herana Histrica, Arquitectnica e Cultural, o Estado como proprietrio ou responsvel pela garantia da transmisso de conhecimento e cultura desta identidade para as proximas geraes, apresenta-se como o principal

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    interessado em preservar este esplio, em condies que garantam a manuteno sustentvel e durabilidade dos mesmos.

    Para o efeito, e imagem das instituies e polticas j existentes noutros paises da Europa, nomeadamente o sistema Ingls e Francs, foi criado pelo Estado um organismo, que surgiu como o instituto responsvel pela inventariao, conservao e gesto do Patrimnio Arquitectnico Edificado e Cultural.

    O IPPAR foi criado em 1992, tendo sucedido na universalidade de direitos e obrigaes ao Instituto Portugus do Patrimnio Cultural (IPPC) que por sua vez havia sido criado em 1980, integrado na Secretaria de Estado da Cultura, na sequncia de uma das suas mltiplas reestruturaes.

    Em Maio de 2006, o Ministrio da Cultura investigou a viabilidade da fuso do IPPAR com o Direco-Geral dos Edifcios e Monumentos Nacionais, cuja origem estaria em possveis descoordenaes e cortes oramentais.

    Em 27 de Outubro de 2006 foi publicado o Decreto Lei n. 215/2006 4 que funde o Instituto Instituto Portugus do Patrimnio Arquitectnico e o Instituto Portugus de Arqueologia, dando origem ao Instituto de Gesto do Patrimnio Arquitectnico e Arqueolgico, I.P. (IGESPAR, I.P.), que tem por misso, a gesto, a salvaguarda, a conservao e a valorizao dos bens que, pelo seu interesse histrico, artstico, paisagstico, cientfico, social e tcnico, integrem o patrimnio cultural arquitectnico e arqueolgico classificado do Pas.

    Em 25 de Maio de 2012 foi Publicado o Decreto-Lei 115/2012 que funde o IGESPAR com o Instituto dos Museus e da Conservao, I. P, a Direo Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, a Comisso para o Patrimnio Cultural Imaterial e a Biblioteca Nacional de Portugal, ento criada a actual Direo - Geral do Patrimnio Cultural, abreviadamente designada por DGPC. Foi o IPPAR e depois o IGESPAR, a entidade que promoveu as principais empreitadas de conservao e restauro dos principais edificios histricos do nosso Pas e promoveu a quase totalidade de inventariao e registo dos bens culturais conhecidos. Poderemos dizer que tambem fruto de muitas verbas comunitrias que ao abrigo de diversos programas comunitrios de financiamento, permitiram obras de grande vulto e reconverso de espaos e edificios em elevado estado de degradao em emblemticos equipamentos, de cultura e lazer, bem como a organizao de roteiros temticos com base na histria do Patrimnio, assim como organizao e gesto do esplio histrico que se encontrava disperso por varias entidades e que foi centralizado.

    So exemplo dessas intervenes o Mosteiro de S. Martinho de Tibes, empreitada que iniciada em 1994 e que termina em 2012 com um custo de execuo impar neste tipo de empreitada, e recentemente a Igreja e Torre dos Clrigos, cuja interveno no to significativa, mas permitiu transformar um icone da Cidade do Porto que se encontrava inacessvel maioria da populao, num equipamento de cultura religiosa e turistica com o acesso a torre pelos inumeros turistas que diariamente descobrem o Porto.

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    INTERVENO DO MOSTEIRO DE TIBES

    Figura 9 Vista Geral do Mosteiro de Tibes

    A interveno do Mosteiro de Tibes foi uma empreitada mpar, efectuada por 3 fases e com equipas/empresas/empreiteiros diferentes na maioria das intervenes, com equipas de projecto pluridisciplinares e envolvendo institutos e universidades que fizeram o acompanhamentos das fases e que permitiu o conhecimento e experiencia para outras empreitadas futuras com o mesmo tipo de interveno. Foi como a historia assim o indicava no passado, um verdadeiro Estaleiro Escola.

    Figura 10 Ilustrao Antiga do Mosteiro de S. Martinho de Tibaes

    Fundado em finais do sculo X, incios do XI, foi reconstrudo no ltimo tero do sculo XI, transformando-se, com o apoio real e a concesso de Cartas de Couto, num

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    dos mais ricos e poderosos mosteiros do norte de Portugal. Com o Movimento da Reforma e o fim da crise religiosa dos sculos XIV a XVI, o Mosteiro de S. Martinho de Tibes assiste fundao da Congregao de S. Bento de Portugal e do Brasil, torna-se Casa Me de todos os mosteiros beneditinos e centro difusor de culturas e estticas.

    O edifcio, cuja actual configurao data dos sculos XVII e XVIII, foi adquirido pelo Estado em 1986. O Mosteiro comeou a ser recuperado a partir dessa fase, mas as grandes intervenes estruturais comearam em 1994.

    Figura 11 Publicao do inicio dos trabalhos da terceira fase no Jornal Publico

    1994 a 2001

    Investimento total.. 6.750.721, 94 euros; Investimento elegvel..........6.750.721,94 euros; Comparticipao FEDER. ....5.063.041,46 euros.

    Principais aces: -Recuperao de coberturas; -Reabilitao da Igreja e Claustro do Cemitrio; -Reabilitao da Ala Nascente, Residncia Paroquial e Anexo, Ala Norte- 1.Fase;; -Reabilitao das Salas do Captulo, Taco e Livraria, salas para instalao das reas tcnico-administrativas e do Centro de Restauro do Mosteiro; -Reabilitao do corredor de acesso Livraria; -Execuo de redes de servios (gua, esgotos, incndio, etc); -Restauro de Patrimnio Integrado, designadamente da Igreja, Sacristia e Coro- Alto (retbulos, pinturas, molduras, sanefas, esculturas, cadeiral, bancos, espaldares, plpitos, talha, azulejos, nichos, sinos).

    -Intervenes na Capela de S. Bento (vitrais, pinturas, madeiras pintadas, pedra policromada, alpendre); -Intervenes em Ptios (Ptio do Galo, Jardim de S.Joo); -Execuo de pinturas e rebocos nas fachadas exteriores; -Recuperao de tectos sobre as escadas de acesso ao 1. Piso; -Execuo de trabalhos arqueolgicos; -Recuperao do muro da Cerca; 1999 a 2006 Investimento total.....2.105.762,73 euros; Investimento elegvel...1.764.440,02 euros; Comparticipao FEDER 1.323.330,02 euros.

    Principais aces: -Obras de recuperao da Cercas e muros; -Prosseguimento das aces de restauro do patrimnio integrado (pinturas, esculturas, castiais, bancos, mesas e outro mobilirio, espelhos, tectos em caixotes, molduras,

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    retbulos, pinturas decorativas, azulejos, esculturas em terracota policromada, etc); -Restauro da Fonte de S. Pedro e da Fonte do Anho (passadio); -Restauro das Fontes que integram o Escadrio do Mosteiro (Prudncia, Justia, Temperana, Fortaleza); -Intervenes arqueolgicas; -Prospeces geotcnicas no Claustro do Refeitrio; 2005 a 2009 Investimento total4.696.410,05 euros; Investimento elegvel.4. 541.306,47 euros;

    Comparticipao FEDER ..2.270.653,23 euros.

    Principais aces: -Recuperao do Noviciado, Cozinha, Claustro do Refeitrio (Hospedaria, Restaurante, Circuito de Visitas); -Instalao do Centro de Estudos; -Instalao de Estrutura de Acolhimento, Loja e Informao; -Criao de acessibilidades rea de servio do Mosteiro e Terreiro da Adega; -Recuperao da Casa do Volfrmio; -Construo de um corpo enterrado para as infraestruturas necessrias s novas valncias (hotelaria, restaurao, etc);

    O Mosteiro encontrava-se j em elevado estado de degradao, pela no utilizao por parte da congregao da igreja, uma vez que as ordens beneditinas haviam sido extintas no sec XIX, e a maioria do seu esplio foi vendido em hasta publica. O monumento foi tambem vitima de vrios actos de vandalismo e pilhagem, imagem do que aconteceu noutros monumentos no perodo correspondente a revoluo de meados dos anos 70 do Sec XX, assistindo desta forma a delapidao dos seus bens, runa e ao abandono.

    A interveno veio recuperar um edificio emblemtico da Histria Religiosa Medieval da Pennsula Ibrica, e reconvert-lo num equipamento de religiosidade, cultura e lazer com a criao de uma unidade hoteleira.

    A Primeira Fase de cariz mais profundo pretendeu dar ao edifcio a funcionalidade e utilidade, atravs da reabilitao das coberturas e elementos de fachadas, de maneira a permitir que o espao interior pudesse ter a salubridade necessria a sua ocupao e utilizao.

    Figura 12 Interveno 1 fase - Antes e Depois - Coberturas, fachadas, Madeiramentos e ornamentos

    So recuperados e restaurados os bens existentes, mobilirio e tambem ao nivel da decorao e ornamentao do edifcio que se prolongar para a segunda fase.

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    Figura 13 - recuperaoe conservao dos ornamentos, rebocos e alvenarias e produo de rplicas azulejos

    A segunda fase ocorre sobretudo ao nivel da envolvente do Mosteiro com os trabalhos de Arqueologia e a recuperao dos elementos decorativos exteriores, fontes, jardins e a continuidade da recuperao de elementos decorativos.

    Figura 14 3 Fase Reforos Estruturais e constuo do Equipamento Hoteleiro

    Na terceira fase ocorre a reconverso do mosteiro no equipamento que hoje conhecemos de apoio ao Mosteiro e tambem unidade Hoteleira

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    Figura 15 - Aspecto geral dos paineis de azulejo do Claustro

    A ala sul do mosteiro e o claustro do refeitrio, foram integralmente renovados, eram espaos que estavam maioritariamente destrudos. Foram tambm reabilitados o noviciado, o hospcio e a cozinha, foi ainda recuperado o espao da antiga livraria, onde se encontra actualmente o Centro de Estudos de Ordens Monsticas, em parceria com as universidades do Porto e do Minho. Foram convertidas cinco celas desta ala para zonas de estudo para investigadores.

    Foi instalado um centro interpretativo da histria do mosteiro, com equipamentos multimdia, bem como uma loja de apoio. As antigas cavalarias deram lugar a uma nova rea de recepo dos visitantes.

    Figura 16 3 fase interveno estrutural

    A obra de renovao da ala sul acabou, por isso, por ter um cunho mais contemporneo, particularmente no espao do antigo claustro do refeitrio, destrudo por um incndio em 1894.

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    CONCLUSO O Mosteiro de S. Martinho de Tibes, hoje um equipamento de renome internacional, o tipo de interveno efectuado permitiu a realizao de inumeros estudos do ponto de vista da Reabilitao, Restauro e Conservao de um Edifcio Histrico.

    Figura 17 - O Mosteiro de S Martinha de Tibaes na Actualidade

    Do ponto de vista Arquitectnico e da Engenharia, permitiu aos tcnicos envolvidos nas diversas fases de obra, a obteno de conhecimento de materiais, mtodos e solues construtivas de um vasto perodo histrico, na medida em que os anos de existncia do Edificio e todas as intervenes que o mesmo sofreu, bem como a sua variada utilizao, permitiu conhecer e inventariar tipologias interventivas ao longo do tempo, assim como aferir o comportamento e longevidade dos materiais. Esta empreitada permitiu tambem a formao de muitas equipas na area de interveno de patrimnio, que adquirindo experincia e conhecimento no ambito das metodologias tradicionais de construo e materiais, foram responsveis pela recuperao de outros monumentos e intervenes no Partimnio pelo Pas inteiro. Do ponto de vista Histrico e Arqueolgico permitiu ao longo das 3 fases um acompanhamento efectivo das intervenes, com a inventariao de elementos arqueolgicos que foram resultando das mesmas. No ambito da Conservao e Restauro, nomeadamente na interveno dos elementos ornamentais de Patrimonio, foi uma empreitada de grande valor, no s pela quantidade dos elemento a recuperar mas tambem pela sua qualidade e exigncia tcnica, so exemplo as intervenes ao nivel dos azulejos cuja degradao obrigou a uma reconstituio parcial dos paineis em falta e consequente produo de rplicas com base em documentos histricos onde se registavam os pormenores dos paineis em falta. Do ponto de vista Sociolgico o Mosteiro representa tambem um reafirmar da sua importncia religiosa e simblica para a comunidade e os habitantes da Freguesia de Mire de Tibes, mas tambem para a Regio, na medida em que o Equipamento hoje alvo de grande movimento social, um local de actividades ligadas cultura, com o centro interpretativo, com eventos musicais, exposies, como centro de congressos e colquios, foi palco de alguns importantes eventos nacionais, como

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    o foi a Cimeira Iberica em 2008, e que dinamisam um espao que outrora era simbolo de degradao e desprezo. Com o complemento do equipamento hoteleiro o Mosteiro de Tibes hoje uma estalagem de charme com um servio de restaurao e a loja do Mosteiro, dispe de um vasto conjunto de produtos dos quais podemos salientar a bibliografia, peas de artesanato, produtos alimentares beneditinos e outro merchandising variado. No posso deixar de mencionar que pese embora a interveno do mosteiro tenha um valor de custo muito acima do normal para uma intervenao deste gnero para os dias de hoje, do ponto de vista econmico o equipamento reabilitado corresponde a uma maior valia muito acentuada para toda a regio circundante, nomeadamente no proveito de receitas provenientes do turismo e actividades de lazer que dependem directa ou indirectamente do Mosteiro de Tibes, mas tambem pela dinmica economica que esta empreitada resultou na economia local e Regional.

    PORTO, JUNHO DE 2015

    CARLOS PINTO FERREIRA ENGENHEIRO CIVIL

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    BIBLIOGRAFIA UTILIZADA http://www.patrimoniocultural.pt http://www.monumentos.pt http://www.portugalromano.com http://viasromanas.planetaclix.pt http://idade-media.info http://www.wikipedia.org http://www.mosteirodetibaes.org http://www.hospedariatibaes.com Apontamentos e slides cedidos pelo orador

    INDICE DE IMAGENS Figura 1 Mapa dos Povos que ocuparam a Peninsula Ibrica 300AC ...................... 4 Figura 2 Localizao dos principais castros no NW de Portugal ............................... 4 Figura 3- Ocupao Romana da Ibria e principais vias e cidades ............................... 5 Figura 4 conquista da Ibria aos Muulmanos ................................................................. 5 Figura 5 Lisboa, a ex Olisipo Romana, no periodo do Renascimento ...................... 5 Figura 6 Lisboa no Terramoto de 1755 ............................................................................... 6 Figura 7- Lisboa com a interveno do Marques de Pombal .......................................... 6 Figura 8 O Porto Patrimnio Histrico da Humanidade ............................................... 6 Figura 9 Vista Geral do Mosteiro de Tibes ....................................................................... 8 Figura 10 Ilustrao Antiga do Mosteiro de S. Martinho de Tibaes .......................... 8 Figura 11 Publicao do inicio dos trabalhos da terceira fase no Jornal Publico 9 Figura 12 Interveno 1 fase - Antes e Depois - Coberturas, fachadas, Madeiramentos e ornamentos ................................................................................................. 10 Figura 13 - recuperaoe conservao dos ornamentos, rebocos e alvenarias e produo de rplicas azulejos .................................................................................................. 11 Figura 14 3 Fase Reforos Estruturais e constuo do Equipamento Hoteleiro ........................................................................................................................................... 11 Figura 15 - Aspecto geral dos paineis de azulejo do Claustro .................................... 12 Figura 16 3 fase interveno estrutural ......................................................................... 12 Figura 17 - O Mosteiro de S Martinha de Tibaes na Actualidade .............................. 13