Síntese livro Urupes Monteiro Lobato

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Síntese da primeira metade do livro Urupes

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UrupsMonteiro Lobato

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Biografia do autor

Jos Bento Monteiro Lobato nasceu a 18 de abril de 1882 -mas jurava de p junto ter nascido em 1884- na cidade de Taubat. Monteiro LobatoFilho do fazendeiro Jos Bento Marcondes Lobato e de dona Olmpia Augusta Monteiro Lobato, ele foi, alm de inventor e maior escritor da literatura infanto-juvenil brasileira, um dos personagens mais interessantes da histria recente desse pas.

Ctico, tinha como um de seus ditos preferidos o de "no acreditar em nada por achar tudo muito duvidoso". Porm, contrariando sua frase predileta, acreditou em muitas coisas durante sua vida e uma delas foi a indstria brasileira do livro, fundando, em 1918, a "Monteiro Lobato e Cia", a primeira editora brasileira.Antes de Lobato todos os livros eram impressos em Portugal; com ele inicia-se o movimento editorial brasileiro.

Em 1917, Lobato publicou o contundente artigo "Parania ou Mistificao?'', no qual criticou uma exposio de Anita Malfatti e a influncia dos "futurismos'' nas obras da artista. Para ele, cada arte, como as cincias, tem suas leis (proporo, simetria etc.), e Malfatti era excelente artista quando as cumpria, tinha um "talento vigoroso, fora do comum", porm, o escritor no gostava quando a artista se deixava seduzir pelas vanguardas europias, assumindo, segundo ele, "uma atitude esttica forada no sentido das extravagncias de Picasso & Cia.".

Em 1926, ao comentar, no Dirio da Noite, o lanamento de um livro de Oswald de Andrade, escreveu: "apareceu em So Paulo como o fruto da displicncia dum rapaz rico (...): Oswaldo de Andrade''.

Em seguida a este artigo, Mrio de Andrade publicou um artigo no jornal "A Manh" no qual decretou a morte de Monteiro Lobato, porm, na dcada de 30, Lobato, Mrio e Oswald fizeram as pazes e ele chegou a defender Mrio em carta enviada a Flvio Campos na qual afirmava que "Mrio, pelo seu talento no analismo criticista, tem direito a tudo, at de meter o pau em voc e em mim''. Nos anos seguintes, Lobato publicou seus primeiros livros: "Urups", "Cidades Mortas" e "Negrinha". Segundo Marisa Lajolo, Lobato nestes livros traz o melhor de sua literatura, principalmente em "Urups'' e "Negrinha'', nos quais, segundo ela, "comparecem os diferentes brasis que at hoje, sob diferentes formas, assombram as esquinas da nossa histria. Os contos contam do trabalho do menor, do parasitismo da burocracia, da violncia contra negros, imigrantes e mulheres, da empfia dos que mandam, do crescimento desordenado das cidades, da degradao progressiva da vida interiorana; enfim, os contos contam do preo alto do surto de modernidade autofgica que desemboca na crise de 30."

Os dois livros mostram a "aguda sintonia de Lobato com um tempo que reclamava novas linguagens" e marcam a vigorosa entrada no mundo literrio brasileiro de um grande escritor que, segundo ele mesmo disse, "talento no pede passagem, impe-se ao mundo".

Logo depois ao glorioso incio da carreira literria, Lobato viajou para os Estados Unidos, voltando somente em 1931. L enfrentou srios problemas. Seu livro "O Presidente Negro e o Choque de Raas" -uma histria que narra a vitria de um candidato negro Presidncia dos EUA- no foi muito aceito e acabou por custar-lhe grandes desgostos, mas aqui, sempre foi um ardoroso defensor daquele pas, chegando a afirmar, em carta enviada a rico Verssimo, que considerava os "Estados Unidos como uma dessas famosas composies musicais que so impostas a todos os grandes executantes a fim de tirar a prova dos noves fora do seu valor real, a rapsdia hngara de Lizt (sic), certas fugas de Bach".

Nessa mesma carta, ao comentar o novo livro de rico, Lobato afirmou: "Escrever bem mijar. deixar que o pensamento flua com o vontade da mijada feliz."

Quando regressou ao Brasil, em 31, Lobato chegou com mais uma crena: acreditava piamente nas riquezas naturais do pas e na sua capacidade de produzir petrleo.

Charge feita por Belmonte, na qual Lobato faz uma "Campanha" pelo petrleo no Brasil -Folha Imagem

Sofreu por isso. Foi um dos maiores defensores de uma poltica que entregasse iniciativa privada a extrao do petrleo em solo brasileiro. Chegou a remeter uma carta ao presidente Getlio Vargas na qual denunciava o interesse estrangeiro em negar a existncia do "ouro negro" no Brasil e acabou detido no presdio Tiradentes de onde ele enviaria a seus amigos em todo o pas cpias da carta que Getlio considerara "ofensiva".

Monteiro Lobato seria preso novamente pelo mesmo motivo em 1941. Esta luta pelo petrleo acabaria por deix-lo pobre, doente e desgostoso.

Foi tambm um dos mais fervorosos adeptos do "georgismo" (jornalista e economista norte-americano Henry George que props o imposto nico sobre o valor da terra, conforme teoria exposta em seu livro "Progress and Poverty", publicado em 1879). No ano de 1948 publicou pela editora Brasiliense um folheto intitulado "O Imposto nico", no qual Lobato sintetizava a "maravilhosa soluo" proposta pelo terico norte-americano.

Grande parte da literatura de Monteiro Lobato sempre foi direcionada aos leitores pequeninos. Produziu durante toda sua carreira literria 26 ttulos destinados ao pblico infantil. um dos mais importantes escritores da literatura infanto-juvenil da Amrica Latina e tambm do mundo.

Sua obra completa foi , em 1946, publicada pela Editora Brasiliense. Esta edio foi preparada e reformulada pelo prprio Monteiro Lobato, o qual, inclusive, reviu diversos de seus livros infantis.

Sua genialidade foi sempre frente de seu tempo, pois se Laura Esquivel atualmente famosa pelo seu "Como gua para Chocolate", onde faz da culinria um arte revolucionria dentro da sua literatura, Lobato, por sua vez, e muito antes de Esquivel, tem uma passagem genial na qual inventa livros comestveis para serem devorados pelos leitores e uma outra onde Narizinho e Pedrinho perdem-se na floresta e, para no morrerem de fome, cortam uma palmeira e comem palmito com mel. Prato modernssimo.

Tambm foi um defensor do cinema, de Walt Disney e da frentica velocidade da vida e da cultura norte-americana. Segundo ele "a velocidade no transporte do pensamento" dessa cultura e seus "maravilhosos espetculos da arte muda" so "uma lio de moral que, se fora aceita, tiraria ao Rio o seu aspecto de aougue do crime passional. O cinema americano ensina o perdo..."

Progressista inveterado, Lobato escreveu certa vez a respeito daqueles que so contrrios s coisas novas a seguinte frase: "O grande erro dessa casta de homens confundir corrupo com evoluo. Condenam as formas novas de vida, que se vo determinando em conseqncia do natural progresso humano, em nome das formas revelhas. Logicamente, para eles, o homem a corrupo do macaco; o automvel a corrupo do carro de boi; o telefone a corrupo do moo de recados".

Monteiro Lobato morreu, vitimado por um derrame, s 4 horas da madrugada do dia 4 de julho de 1948, deixando um legado de personagens que ficaro para sempre impregnados nas retinas de todos aqueles que tiveram e que tero contato com as histrias do Jeca Tatu, do Saci, da Cuca, da boneca Emlia, do Visconde de Sabugosa, da Narizinho, do Pedrinho, da Tia Nastcia, da Dona Benta, entre outros tantos que habitam as obras deste que foi conhecido como "O Furaco da Botocndia".

Os Faroleiros

Resumo da Obra: Os Faroleiros O narrador, em meio a um bate-papo, prope-se a contar uma histria surpreendente. Relata que, seduzido pelo ar solitrio e isolado de um farol, consegue realizar seu sonho passando uns dias nesse local. quando conhece duas figuras misteriosas que no se conversam: Gerebita e Cabrea. O primeiro defende a idia, insistentemente confessada para o narrador, de que o segundo est louco. Pergunta ento se seria crime se defender de um ataque de um maluco matando-o. uma premonio, alm de deixar nas entrelinhas que o que est para ocorrer tinha sido premeditado. Pouco depois, os dois mergulham num duelo sangrento, em que Gerebita consegue matar o seu oponente com dentadas na jugular. Quando o narrador abandona o farol, massacrado por experincias to carregadas, toma conhecimento dos motivos que levaram a essa tragdia. Gerebita fora casado com uma mulher chamada Maria Rita, que o trocou por Cabrea, que tambm trocado por outro homem. Tempos depois o destino fez com que os dois fossem nomeados para trabalhar no mesmo farol, passando a estabelecer uma convivncia de tenso surda.Personagens:Narrador: O narrador narra a histria que lhe foi contada por Eduardo.Eduardo: o amigo que conta a histria ao narrador. O que participa dos atos e conhece os personagens.Gerebita: O homem que trabalhava no Farol, este foi largado por sua esposa e abandonou a vida sobre a terra. Moo ainda jovem, feies duras. Cabrea: Este citado como mal homem, mal companheiro, Gerebita insiste em dizer que tal indivduo louco. Tempo Cronolgico:No h exata marcao de tempo para o ocorrido, restando apenas citaes como: "De quinta-feira em diante";"Certa tarde, Gerebita chamou minha ateno para o agravamento de loucura de Cabrea, e aduziu vrias provas concludentes."Tempo Psicolgico:"Cu e mar fundia-os um s carvo, sem fresta nem pique alm da pinta vermelha que, sbito se fez amarela."Espao:A histria narrada se passa em um Farol, costumeiramente de rea litornea."Cu e mar fundia-os um s carvo, sem fresta nem pique alm da pinta vermelha que, sbito se fez amarela."Foco Narrativo:A histria narrada em 1 pessoa:"Eduardo interpelou-me de chofre sobre a idia que eu deles fazia."; "Certo dia fui espairecer ao cais - e l estava, de mos s costas, a seguir, o vo Joo- grandes e a notar a gama dos verdes luzentes que sombra dos barcos ondeia na gua represada dos portos, quando uma lancha abicou, e vi descer um homem de feies duras e pele encorreada."Concluso:Aps Eduardo ter deixado o Farol, acaba descobrindo que a mulher que abandonara Gerebita, havia o deixado para ficar com Cabrea, e tambm abandonado esse para ficar com outro. Aqui se nota a inteno de vingana por parte de Gerebita, e a comum complexidade dos relacionamentos e seus sentimentos usuais.

A colcha de Retalhos

Resumo da Obra: Neste conto j se manifesta a temtica que tanto consagrou o seu autor: a crtica decadncia da zona rural. O narrador faz uma visita a Z para propor-lhe negcios. No entanto, este recusa, o que revela sua indolncia. Esse seu carter responsvel pela decadncia e atraso em que se encontra sua fazenda, reforada pelo desnimo de sua esposa e pelo carter arredio de sua filha, Pingo ou Maria das Dores. A nica firme, forte, uma velha, verdadeira matriarca. Mas por pouco tempo. Anos depois surge a notcia de que Pingo, verdadeiro bicho do mato, havia fugido com um homem para manter uma relao desonrosa. a derrocada final. A me da moa morre, o pai mergulha mais ainda na decadncia e a matriarca j no encontra mais motivos para sua existncia. O momento mais tocante quando ela passa a descrever para o narrador a colcha que estava costurando durante anos, toda composta de peas de roupa que Pingo ia usando e dispensando desde recm-nascida. O ltimo pedao estava reservado para um retalho do vestido de noiva, que no chegou a existir.Personagens:Narrador: Se apresenta como o cliente de JosJos Alvorada: Pai de Maria das Dores e esposo de Sinh' Ana Sinh' Ana: Doente com cor estranha e rugas Maria das Dores (Pingo): Filha nica de 14 anos. Tinha os ps de avenca virados nas grotas noruegas Sinh' Joaquina: 70 anos, me de Sinh' Ana e guardava os pedaos de retalhos para a ColchaTempo cronolgico:"Por estes dias de maro a natureza acorda tarde.' "Transcorreram dois anos sem que a tornasse aos Periquitos." Tempo Psicolgico:"Setembro entumecia gomos em cada arbusto." "Este cor de batata foi quando tnha dez anos e caiu com sarampo, muito malzinha."Espao:A histria narrada em zona rural:"Tomo destra, em direitura ao stio do Jos Alvorada." Foco Narrativo:A histria narrada em 1 pessoa:"-Upa!" "- Este - disse-lhe eu, fingindo recordar-me o que ela vestia quando c estive."Concluso:A histria relata os desafetos familiares e complexidades amorosas, o descaso da jovem e a frustrao da senhora

Um suplcio Moderno

Resumo da Obra: Este conto apresenta o estafeta, uma espcie de carteiro, como o tipo mais humilhado das cidades do interior. Trata-se da histria de Biriba, um pobre coitado que acaba se tornando o burro de carga de todas as pessoas de Itaoca, que ainda cometem o desatino de reclamar dos favores que faz para elas. Sua pacincia esgota-se a ponto de pedir demisso, mas no o deixam levar adiante seu plano. Era interesse de todos ter algum to submisso. quando resolve se vingar, traindo Fidncio, seu superior. Recebe um pacote muito importante para as eleies. No o entrega, sumindo com ele por dias. o motivo da queda do maioral, provocando a subida do inimigo, Evandro, que no poupa quase ningum do antigo governo, apenas o pobre Biriba, recebido de forma bastante atenciosa. Provavelmente desconfiando que tudo iria continuar como antes, mudados apenas os personagens, some de Itaoca. Personagens:Coronel Evandro: Poltico que competia com o coronelFidncio Coronel Fidncio: Poltico e tambm coronel, rival de coronelEvandro Iz Biriba: Um homem simples, citado como "caranguejo humano", lerdo e atolambado de idias e trabalhava para o coronel FidncioTempo Cronolgico:"Teia de Penlope, rochedo de Ssifo, h de permeio entre o ir e vir a m digesto do jantar requerendo e a noite mal adormecida; e assim um ms, um ano, dois, trs, cinco, enquanto lhes restarem, a ele as ndegas, e ao sendeiro lombo."Tempo Psicolgico: "-Parecia um homem srio e no entando roubou-me cinco alqueires de milho, diz o da venda, calabrs gordo, enricado no passamento de notas falsas."Espao:A histria se passa na cidade de Itaoca, cidade na qual se passam a maioria das histrias do livro. "-No v que estouacompanhando a dona Engrcia, que parteira em Itaoca."Foco Narrativo:A histria narrada em 3 Pessoa:"Iniciou Biriba o servio: seis lguas dirias a fazer hoje e a desfazer amanh, sem outra folga alm do ltimo dia dos meses mpares."Concluso:Ao perceber que apenas ''carangueijo'' dos polticos rivais, Biriba some, para no ficar entre os dois. Aqui se nota o aproveitamento humano da condio dos demais.

Buclica

Resumo da Obra: Outro conto regionalista que critica a lassido infinita da zona rural. Narra-se o atraso em que vivem Veva e seu marido, Pedro Suo. Os dois tm uma filha, Anica, deficiente. Esse o motivo que faz sua me tratar-lhe mal, desejando a morte da pequena, j que no v utilidade em sua existncia quase paraltica. O clmax, temperado a doses de crueldade absurda, est no relato que Libria, a empregada do casal, faz ao narrador. A menina havia morrido de sede, pois a me havia-lhe negado gua, mesmo sabendo que a coitada estava com febre. O mais trgico que a nica que atendia s vontades da enferma era a criada, que naquele momento estava retida fora da casa graas a uma chuva torrencial que aparecera. O funesto est no fato de a mocinha ter se arrastado at o pote dgua, morrendo ao p destePersonagens:Pedro Su: Coitado, bobo que anda pelo cabestro, alcolatra.Maria Veva: Mulher de Pedro Su, era horrenda, beio rachado, olhar mau e um papo daqueles.Incia: Preta agrefada aos sus.Anica: Filha de Pedro e Maria, ela era uma menina aleijadinha e que estava doente.

Tempo Cronolgico:Aqui tambm no citado o dia exato:"-Coisa de trs dias garrou uma doencinha, dor de cabea, febre." Tempo Psicolgico:"Tanta chuva ontem!..."Espao:A histria se passa em uma Vila simples com cedros de pasto: "O cedro do pasto fendido pelo raio - e hoje, que manh!" "Margeia o rio a estra, ora d' ocre amarelo, ora roca-terra; aqui, tnel sob verdura picada no alto de nerges h tocos de razes decepadas pelo enzado e covas de formigueiros mortos onde as corruras armam ninho. Surgem casebres de palhas."Foco narrativo: A histria narrada em 1 Pessoa:"Respiro um ar cheiroso, adocicado, e fico-me em enlevo a ver as flores que caem regirantes." "Sem querer, dirijo-me para a casa dele."Concluso:A frustrao de uma famlia sem condies para cuidar de uma criana que nasce com problemas fsicos. O condicionamento como arma de desculpa, e a linguagem usada de modo a transparecer sentimentalismo.

O Engraado Arrependido

Resumo da Obra: Trata-se da histria de Pontes, um tpico piadista, que consegue arrancar risos nos atos mais simples. At que um dia resolve ser srio, desejo que no consegue realizar, pois sempre imaginam que mais uma pea que est pregando. Tenciona, pois, arranjar um cargo no funcionalismo pblico, o que s obter se surgir uma vaga, conforme avisa seu padrinho. Resolve, de forma maquiavlica, atacar Major Antnio, homem extremamente srio e que sofre de um aneurisma prestes a estourar por qualquer esforo. Seu plano, pois, mat-lo com suas piadas e assim ficar com o seu emprego. No comeo parece difcil, devido ao carter circunspeto do doente. At que, depois de muitas pesquisas sobre o gosto humorstico da vtima, consegue dar o golpe fatal. Mergulha, a partir de ento, no remorso, isolando-se de todos. Semanas depois, recuperado, volta ativa, mas descobre que havia perdido a vaga, pois a demora provocada por seu sumio forara a nomeao de outra pessoa. O protagonista enforca-se com uma ceroula, o que para a cidade acaba sendo visto como mais uma piada.Personagens:Francisco Teixeira de Souza Pontes: Galho bastardo duns Souza Pontes de trinta mil arrobas afazendados no Barreiro. Sabia de cor a Enciclopdia do Riso e da Galhofa, de Fuo para arremedar gente ou bicho, era um gnio. Fazia todos rirem com grande facilidade, conhecido como o homem engraado, era o Piadista do lugar. 32 anos de idade.Major Bentes: Homem recolhido consigo e pouco amigo de lrias. No ria, limitava suas expanses hlares a sorrisos irnicos. Major ao qual Pontes cobia o cargo. Doutor Iodureto: mdico da terra, o qual, seja dito aqui puridade, no entendia de coisa nenhuma desta vida. O pomo da cincia, assim comido, induziu-o tentao de matar o homem, forando-o a estourar.

Tempo Cronolgico:"Em 1850 me lembro de o ter lido."

Tempo Psicolgico:"A crise afinal veio; caram ministros, subiram outros e entre estes um politico negocista, scio do tal parente.""Um dia, bem maturados os planos, resolveu mudar de vida. Foi a um negociante amigo e sinceramente lhe exps os propsitos regeneradores, pedindo por fim um lugar na casa, de varredor que fosse."Espao:A narrativa se passa em alguma cidadezinha de fazendas:"(...)atravessar uma rua sem pressentir na peugada um coro de "L vem o Pontes!" em tom de quem se espreme na conteno do riso ou se ajeita para uma barrigada das boas. ""Tambm grunhia de porco, cacarejava de galinha, coaxava de untariha, ralhava de mulher velha, choramingava de fedelho, silenciava de deputado governista ou perorava de patriota em sacada."

Foco Narrativo:A histria narrada em 3 Pessoa:"Um dia, bem maturados os planos, resolveu mudar de vida. Foi a um negociante amigo e sinceramente lhe exps os propsitos regeneradores, pedindo por fim um lugar na casa, de varredor que fosse"Concluso:Nesta narrativa podemos analisar a crtica do autor com a condio brasileira da poca, relacionando a modo com o qual os indivduos tratam seus problemas srios: "O brasileiro adora a chalaa onde se pe a nu a burrice tamancuda de galegos e ilhus. " observvel o tom de irnia e sadismo que ronda a histria. O suicdio de pontes d final trgico histria, onde at neste momento, o personagem se passa por piada, no conseguindo nem em sua morte, fugir de sua condio.

A vingana da peroba Resumo da Obra: Mais um conto que critica a decadncia rural provocada pela indolncia dos fazendeiros. H aqui uma oposio entre duas famlias, os Porunga, fortes e de vida bem estabelecida, graas fora de vontade de suas aes, e os Nunes, mergulhados na preguia, desorganizao e cachaa. Os dois cls desentendemse por causa de uma paca, h muito desejada pelo Nunes, mas que acabou sendo caada por um Porunga. Movido por uma mistura de rivalidade e de inveja, Nunes resolve finalmente investir em suas terras. Seus esforos tm fruto, gerando uma boa colheita de milho. Resolve ento construir um monjolo, pois no quer ficar atrs do seu vizinho em desenvolvimento. Corta uma peroba imensa, que estava na divisa das duas terras. J h aqui motivo de desentendimento, que arrefece quando os Porunga resolvem no brigar mais pela rvore. Semelhante ao conto Faroleiros, h o emprego da premonio no meio da narrativa. Um aleijado, que havia sido contratado por Nunes para ajudar na construo do engenho, conta uma histria de que certas rvores se vingam por terem sido cortadas. O fato que o monjolo construdo, mas todo torto, produzindo mais barulho do que outra coisa, o que justifica o seu apelido: Ronqueira. Decepcionado e envergonhado, mergulha na cachaa. Um dia, depois que ele e seu filhinho se embebedaram, acaba adormecendo na rede. Acorda com a gritaria das mulheres de sua casa: o engenho havia esmagado a cabea da criana no pilo. Irado, Nunes destri a machadadas a mquina assassina.Personagens:Joo Nunes: no Varjo foi durante meses o palhao da zona. Alcolatra, conhecido com m fama. O seu consolo era mimar Pernambi, que aquele ao menos logo estaria no eito, a ajud-lo no cabo da enxada, enquanto o mulherio intil mamparrearia por ali a espiolhar-se ao sol. Pegava, ento, do menino e dava-lhe pinga. Jos Benedito (d'apelido Pernambi): Um passarico desta alturinha, apesar de bem entrado nos sete anos. Bebia e fumava muito sorna, com ares palermas de quem no deste mundo. Tambm usava faca de ponta cinta. E cnscio de que j era homem o piquirinha batia nas irmas, cuspilhava de esguicho, dizia nomes me, alm de muitas outras coisas prprias de homem. Todas ensinadas pelo pai. O resto da famlia Nunes: Erauma rcula de "famlias mulheres" Maria Benedita, Maria da Conceio, Maria da Graa, Maria da Glria, um rosrio de oito mariquinhas de saia compridaPedro Porunga: Mestre monj oleiro de larga fama. casara com mulher sensata, que lhe dera seis "famlias", tudo homem. Era natural que prosperasse, com tanta gente no eito. Rival de Nunes, este obtinha grande prosperidade. Tempo cronolgico:"Levantara Nunes uma paca, certo domingo; mas ao dobrar o morro a bicha esbarrou de frente com um Porunguinha que casualmente lenhava por ali". Tempo psicolgico: O" espigo vinha do perodo um pouco mais remoto em que a crosta da terra se solidificou."Espao:A histria relatada em ambiente rural: "S a peroba da divisa, velha rvore morta que era o marco entre os dois stios, tacitamente respeitada de l e c."

Foco Narrativo:A histria narrada em 3 Pessoa:" Inventavam traos cmicos, exageravam as trapalhices do mundu. Enfeitavam-no como se faz ao mastro de So Joo. Sobre as linhas gerais debuxadas pelo velho, os Porunguinhas iam atando cada qual o seu buqu, de modo a tornar o pobre monjolo uma coisa prodigiosamente cmica. A palavra Ronqueira entrou a girar nas vizinhanas como termo comparativo de tudo quanto risvel ou sem p nem cabea."Concluso: A histria, caracterstica de vrios contos do livro, possu como tema um abordamento da vida rural. A vingana de Jos, sua inveja, tudo perde aps a morte de seu nico filho. A expresso " Instintivamente, sua mo trmula apalpava o fundo do pilo em procura da cabecinha que faltava ", Revela um tom sdico sentimental, provocando no leitor certa sensibilidade ao fato.