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JORNAL DOS ESTATUTÁRIOS UNIDADE E LUTA SINDICATO DOS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS MUNICIPAIS DE SANTOS Ano IV - Nova fase, edição Nº 12 – 9 junho 2014 FOTOS PAULO PASSOS PERIGO! Saúde está um caos, para ser terceirizada Falta desde agulha e fio para suturas até medicamentos como Buscopan A diretoria do Sindest tem feito um pente-fino nos três prontos-socorros e no hospital municipal da Zona Noroeste de Santos. E o que tem visto não é nada bom. O presidente Fábio Pimentel encami- nhou os problemas ao prefeito Paulo Ale- xandre Barbosa (PSDB) e seu secretário de saúde, Marcos Calvo, mas continua no aguardo de providências. Está um caos. Falta soro fisiológico, glicose, penicilina, agulha e fio de sutura, tubo coletor para exame de sangue, dispo- sitivo urinário uripen, etc, etc, etc. Isso se deve à burocratização nas com- pras de medicamentos, utensílios, equipa- mentos e outros produtos necessários ao atendimento de emergência. A secretaria de saúde aboliu a prática de atualizar os estoques a cada três ou qua- tro meses, deixando as licitações apenas para quando os recursos disponíveis ficam zerados. Isso é uma irresponsabilidade. Em um ano e meio de gestão, o se- cretário de saúde tem deixado os profissionais do setor sem condições de prestar os serviços de forma ade- quada. Até reagentes para exames labora- toriais e agulha para seringa estão em falta. Os profissionais têm usado agu- lha inadequada para aplicar injeções. Colar cervical, fralda geriátrica para pessoas inconscientes nas emer- gências, pilhas para equipamentos simples como otoscópio também es- tão fora de estoque. Entre os medicamentos, faltam Buscopan, Claritromicina, hidrocor- tisona, hidroergotamina, hidróxido de alumínio, Keflin, lidocaína, Metroni- dazol, Nifedipina, Nistatina, Prometa- zina e sal de hidratação oral. PROBLEMA NOSSO Condições de trabalho são bastante precárias Situação nos prontos-socorros da cidade é muito grave e diretoria do sindicato acompanha de perto Funcionalismo não pode pagar por ‘burrocracia’ de uma administração privatizante Comando oprime a guarda PÁGINA 2 Enfermeiros conquistam 50% PÁGINA 3 Sindicato de olho na especial PÁGINA 4 ARQUIVO DL

Sindest 12 junho 2014

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EsTaTUTÁrIos UNIDADEE LUTA

S I N D I C A T O D O S S E R V I D O R E S E S T A T U T Á R I O S M U N I C I P A I S D E S A N T O S Ano IV - Nova fase, edição Nº 12 – 9 junho 2014

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Perigo!

Saúde está um caos,para ser terceirizada

Falta desde agulha e fio para suturas até medicamentos como Buscopan

A diretoria do Sindest tem feito um pente-fino nos três prontos-socorros e no hospital municipal da Zona Noroeste de Santos. E o que tem visto não é nada bom.

O presidente Fábio Pimentel encami-nhou os problemas ao prefeito Paulo Ale-xandre Barbosa (PSDB) e seu secretário de saúde, Marcos Calvo, mas continua no aguardo de providências.

Está um caos. Falta soro fisiológico, glicose, penicilina, agulha e fio de sutura, tubo coletor para exame de sangue, dispo-sitivo urinário uripen, etc, etc, etc.

Isso se deve à burocratização nas com-pras de medicamentos, utensílios, equipa-mentos e outros produtos necessários ao atendimento de emergência.

A secretaria de saúde aboliu a prática de atualizar os estoques a cada três ou qua-tro meses, deixando as licitações apenas para quando os recursos disponíveis ficam zerados.

Isso é uma irresponsabilidade. Em um ano e meio de gestão, o se-cretário de saúde tem deixado os profissionais do setor sem condições de prestar os serviços de forma ade-quada.

Até reagentes para exames labora-toriais e agulha para seringa estão em falta. Os profissionais têm usado agu-lha inadequada para aplicar injeções.

Colar cervical, fralda geriátrica para pessoas inconscientes nas emer-gências, pilhas para equipamentos simples como otoscópio também es-tão fora de estoque.

Entre os medicamentos, faltam Buscopan, Claritromicina, hidrocor-tisona, hidroergotamina, hidróxido de alumínio, Keflin, lidocaína, Metroni-dazol, Nifedipina, Nistatina, Prometa-zina e sal de hidratação oral.

ProBlema noSSo

Condições de trabalhosão bastante precárias

Situação nos prontos-socorros da cidade é muito grave e diretoria do sindicato acompanha de perto

Funcionalismo não pode pagar por ‘burrocracia’ de uma administração privatizante

Comando oprime a guarda

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Jornal dos

EsTaTUTÁrIosJornal dos

EsTaTUTÁrIosnº 12 – 9 JUnho 2014 - PÁgIna 2

Jornal do Sindest. Publicação do Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais de Santos. Rua Monsenhor de Paula Rodrigues, 73, Vila Mathias, Santos, 13-3202-0880,

[email protected] , www.sindest.com.br .Presidente: Fábio Marcelo Pimentel. Diretor responsável: Rogério Catarino.

Redação e edição: Paulo Esteves Passos, MTb 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP. Colaborador: Mário Ribeiro, MTb 15.381

Diagramação: www.cassiobueno.com.brImpressão: Graficópias Nunes. 10 mil exemplares.

oPinião SoBre a Saúde

Para terceirizar,já existe até lei

imposta pelo prefeito e aprovada pela maioria dos vereadores, a lei está apenas no aguardo de condições para terceirizar

Apesar de termos excelentes profis-sionais de saúde pública, como é tradição em Santos, referência nacional de saúde, a qualidade dos serviços vem caindo assus-tadoramente.

Os problemas chegaram ao sindicato por meio de queixas dos funcionários pú-blicos e de usuários dos serviços de saúde, que reclamam da má qualidade, das demo-ras de atendimento e agendamentos.

Dificuldades de localização dos servi-ços e de acesso ao que foi agendado, que ocorriam apenas em outras cidades, vira-ram lugar-comum em Santos.

As pessoas agora peregrinam, de uma

unidade para outra, sem a solução do seu problema de saúde, gerando grande insa-tisfação com o serviço público. E pior, com o servidor.

O trabalhador público de saúde não tem nem cadeira para sentar, quanto mais equipamentos básicos para um bom aten-dimento. Tudo por conta de uma ‘burrocra-cia’ inaceitável.

Muitos locais de trabalho e de atendi-mento estão sem ar-condicionado, apesar dos aparelhos já comprados abarrotarem os depósitos da prefeitura.

O secretário Marcos Calvo dificulta, dessa forma, a otimização dos serviços e

colabora para exterminar o nível de exce-lência do atendimento municipal à saúde.

Santos foi uma das primeiras cidades a adotar procedimento antimanicomial e de combate à aids, levando a cidade a ser exemplo nacional.

Essa prática irresponsável e insana não é própria de um profissional de saúde como o secretário e médico Marcos Calvo. Isso nos leva a pensar em duas hipóteses.

Ou a administração municipal errou gravemente ao nomeá-lo secretário ou op-tou por colocar na UTI o serviço público de saúde. Nesse caso, a intenção é terceiri-zar. Para isso, já existe até a lei.

O desrespeito do comando da Guarda Municipal de Santos (GMS) com os subordinados e o sindicato vem passando dos limites. Além disso, a categoria enfrenta péssimas condições de trabalho.

O Sindest formou comissão de trabalhadores, eleita em assembleia, para encaminhar 15 reivindicações básicas ao secretário municipal de segurança. A ideia é transformá-las em ordens de serviço.

O que dizer do horário de almoço inferior a uma hora? E da transferên-cia de posto apenas com aprovação do secretário? E escala de trabalho somente com aviso antecipado?

Mesmo após um ano e meio à frente da secretaria de segurança, o coronel da polícia militar Sérgio Del Bel Júnior ainda não se apresentou formalmente aos subor-dinados.

A corporação o conhece apenas pelos seus atos, o que, aliás, gera insatisfação geral e desconfiança quanto a um futuro profissional melhor. Seus compromissos com o Sindest não foram honrados.

Corriqueiramente, o secretário dá ple-nos poderes ao comandante Flávio de Bri-to Júnior. Este, sempre cheio de razão e poder, dedo em riste, aborda e constrange os guardas municipais.

O comando chega ao cúmulo de mo-nitorar os subordinados na rede social. O secretário, coitado, alega ao sindicato desconhece os problemas e as queixas do pessoal.

Após várias reuniões com a secretaria, o Sindest não conseguiu avançar nas ne-gociações. Por isso, o sindicato oficiou à comissão permanente de segurança públi-ca da câmara municipal.

Presidida pelo vereador Antônio Car-los Banha Joaquim (PMDB), a comissão avalia as denúncias e as colocará breve-mente em debate, visando a solução dos problemas.

guarda

del BelSaBoó

legiSlativo

Segurançaem perigo

este ilustredesconhecido

o castigo é no cemitério

assunto na Câmara

Boxe. Foto do Cemitério do Saboó, crédito DL e legenda:

Secretário de segurança é coronel da PM

Boxe. Foto da Câmara, crédito e legenda:

Um dos postos de trabalho mais peri-gosos dos guardas é o Cemitério do Saboó, abrigo de bandidos e marginais que aterrori-zam a todos com elevada dose de ousadia.

Sem nada a temer, movidos pela cora-gem das drogas, os criminosos, armados, chegam ao cúmulo de, em grupos, roubar os guardas, levando seus pertences pessoais e material de trabalho.

Apesar de todas as humilhações e riscos sofridos pela categoria, o comando da GMS utiliza o local para castigar eventuais desa-fetos ou perseguir aqueles que questionam ordens absurdas.

Recentemente, uma guarda foi covarde-mente agredida por vários bandidos. A surra foi tão grande que quebraram o maxilar da companheira, que precisou passar por cirur-gia.

Comissão do legislativo estuda propostas contra opressão na guarda municipal

Corporação sofre com a falta de comando e estrutura precária e cemitério é local de penitência

Fotos: ArquIVo Dl

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muitaS lutaS

outras categorias também avançamEssa é mais uma vitória dos estatutários

da saúde. Recentemente, tivemos a con-quista dos motoristas de ambulância, com gratificação mensal de R$ 600.

Assim que assumiu, há dois anos, a di-retoria do Sindest conseguiu reclassificar

da letra ‘g’ para ‘l’ os auxiliares de enfer-magem, equiparando seus vencimentos aos técnicos de enfermagem.

A meta mais próxima, agora, é au-mentar a gratificação de plantão dos profissionais de saúde nos serviços de ur-

gência, emergência e programa de saúde da família

A elevação salarial de todos os técnicos de saúde para a letra ‘l’ também está entre as prioridades, beneficiando farmacêuticos, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólo-

gos e terapeutas operacionais.O Sindest vem também negociando

com a prefeitura a elevação dos oficiais de administração para o nível ‘l’, além de melhorias nos salários de outros pro-fissionais.

Jornal do Sindest. Publicação do Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais de Santos. Rua Monsenhor de Paula Rodrigues, 73, Vila Mathias, Santos, 13-3202-0880,

[email protected] , www.sindest.com.br .Presidente: Fábio Marcelo Pimentel. Diretor responsável: Rogério Catarino.

Redação e edição: Paulo Esteves Passos, MTb 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP. Colaborador: Mário Ribeiro, MTb 15.381

Diagramação: www.cassiobueno.com.brImpressão: Graficópias Nunes. 10 mil exemplares.

Salário

enfermeiros têmcorreção de 50% esta luta começou em 2013, logo após a promulgação do plano de carreiras da prefeitura

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EsTaTUTÁrIosSINDICALIZE-SE13-3202-0880

[email protected] • www.sindest.com.brRua Monsenhor de Paula Rodrigues, 73, Vila Mathias, Santos

nº 12 – 9 JUnho 2014 - PÁgIna 3

Os cerca de 300 enfermeiros da ativa e outros 300 aposentados da rede muni-cipal de saúde conseguiram corrigir seus salários em cerca de 50%, passando de R$ 2.700 para R$ 4.080.

Foi uma luta de dois anos, mas valeu a pena. Ela começou em 2012, logo após a promulgação do plano de carreiras da prefeitura, quando a categoria resolveu se organizar pela valorização profissional.

Isso porque o plano resultou numa di-ferença enorme de remuneração entre os enfermeiros e os demais profissionais de saúde que atuam em conjunto, como mé-dicos e dentistas.

Havia um grande desmérito com essa categoria, vital no serviço de saúde. O pessoal estava desmobilizado. Muitos não tinham sequer motivação para lutar.

No começo de 2013, um grupo de en-fermeiros procurou o Sindest para ajudá-los numa campanha por melhores salários. A partir daí, fizeram várias reuniões.

Baseada nesses encontros, a diretoria do sindicato elaborou pauta e agendou negociações com a prefeitura. Até que, no final da semana da enfermagem, em 16 de maio, recebeu uma proposta.

O documento foi levado à assembleia da categoria, em 19 de maio, uma segunda-feira, e aprovado por unanimidade. O re-sultado da reunião já foi encaminhado ao prefeito Paulo Alexandre.

A prefeitura agora mandará projeto de lei à câmara, nos próximos dias, para que o reajuste possa valer no mais tardar a partir de agosto. O Sindest acompanha de perto a tramitação.

Pessoal que trabalha nos prontos-socorros municipais tem tradição de luta sindical e sempre batalha por suas reivindicações

Motoristas de ambulância também foram à luta e conseguiram melhoria salarial Toda a categoria se organiza, nas lutas do Sindest, e a próxima será dos oficiais de administração

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Sindicato detalhoupropostas à prefeitura

Assim que recebeu a minuta da prefeitura sobre a apo-sentadoria especial, em 11 de abril, a diretoria do Sindest convocou o funcionalismo para assembleia de avaliação e proposições sobre o tema.

A assembleia foi em 15 de abril, uma terça-feira chu-vosa, quando, por duas horas, foram analisados, detalha-damente, todos os pontos da proposta da prefeitura.

Logo de cara, o presidente do sindicato, Fábio Pimen-tel, deixou claro que a aposentadoria especial não é prê-mio, mas sim compensação pelo trabalho em situação de risco à saúde e integridade física do servidor.

O sindicalista propôs a rejeição parcial do projeto porque, entre outros problemas, ele não contemplaria três pontos: paridade, pessoas com deficiência e servidores que exercem atividades de risco.

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anteS de virar ‘Pl’

Sindest cobra melhorias na aposentadoria especial

Paridade e insalubridade são dois pontos que impedem a concordância do sindicato com a refeitura sobre o projeto de lei

SINDICALIZE-SE13-3202-0880

[email protected] • www.sindest.com.brRua Monsenhor de Paula Rodrigues, 73, Vila Mathias, Santos

Na audiência pública de 27 de maio, terça-feira, a diretoria do Sindest apontou ao secretário municipal de gestão, Fábio Ferraz, sua discordância com a proposta que será enviada à câmara de vereadores.

Avançamos em todos os pontos. Mas, nesses dois, não há como aceitarmos a proposição do executivo. Veja, nesta pá-gina, as ponderações da diretoria do sin-dicato

imPreSCindível

Por eSCrito

Saída

não abrimos mão da paridade

Sindicato propõe pacto

Não abrimos mão da paridade, ou seja, a remuneração inalterada do salá-rio da ativa, na aposentadoria, reajustada conforme o índice da campanha salarial de data-base.

Se fosse para o servidor se aposentar sem o ganho integral da função, não pre-cisava dessa nova legislação que estamos construindo em Santos, pois a que existe já

garante a proporcionalidade.Hoje, a paridade é garantida apenas

aos admitidos no serviço público antes de 2003. Para os demais, o benefício será con-forme as últimas 60 contribuições médias.

Isso reduziria o benefício entre 10% e 20% do salário da ativa. E prejudicaria o considerável patamar de 33% da categoria admitido após 2003.

Claro!

insalubridade é parâmetroA diretoria do sindicato discorda tam-

bém da não aceitação, pela prefeitura, do recebimento de adicional de insalubridade ou equivalente para justificar a aposenta-doria especial.

Se o trabalhador recebe adicional de insalubridade é porque trabalha em local

insalubre, com laudo técnico do departa-mento médico da prefeitura. Portanto, tem direito à aposentadoria especial.

A prefeitura propõe elaboração de lau-dos individualizados e não conforme a função. Para a direção sindical, isso criaria apenas confusão no que é muito simples.

Diante do impasse, o Sindest propõe um pacto: nas disposições transitórias da lei, submeter a aposentadoria com parida-de ao Tribunal de Contas do Estado ou ao Ministério da Previdência Social.

“Em caso de resposta negativa dessas instâncias, o sindicato procuraria a Justiça

para garantir o direito. O que não pode é o trabalhador ficar sem a paridade”, defende o sindicalista.

Ele acha que a prefeitura, como ocorre na iniciativa privada, deveria contribuir a mais, com o instituto de previdência, para garantir sua saúde financeira.

Na greve de 2013, presidente do Sindest, Fábio Pimentel, já falava sobre a aposentadoria especial, que estava nos corações e mentes dos servidores

Conjunto da categoria acompanha atentamente as negociações do Sindest com a prefeitura sobre aposentadoria especial

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