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Disciplina: Sistemas de Informação Gerencial Prof.: Érico Oda Aula 11 Tema: Questões Éticas e Sociais em Sistemas de Informações Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre" George Orwell, 1903/1950 (pseudônimo de Eric Arthur Blair) SUMÁRIO 1. O que é ética .............................................................................................................. 1 2. A ética na Sociedade do Conhecimento .................................................................... 2 2.1. Privacidade: Direitos e deveres sobre as informações ....................................... 3 2.2. Precisão de Informações e de qualidade de sistemas ......................................... 4 2.3. Propriedade e direitos sobre as informações ...................................................... 4 2.4. Acessibilidade às informações e seus usos ........................................................ 5 3. As questões sociais das empresas e suas tecnologias de informação ........................ 6 3.1. Desperdícios relacionados a Tecnologias da Informação .................................. 7 3.2. Erros relacionados a sistemas e computadores .................................................. 7 3.3. Respeito ao Meio Ambiente .............................................................................. 7 3.4. Impactos nos profissionais e no trabalho .......................................................... 8 4. Qualidade de vida: valores na Sociedade do Conhecimento..................................... 8 5. Práticas culturais: o poder e a resistência a mudanças .............................................. 9 George Orwell, pseudônimo de escritor indiano de origem inglesa Eric Arthur Blair, publicou em 1949 o livro 1984 (Nineteen eight four), onde retrata um mundo dominado por um regime totalitário, onde os habitantes são controlados e comandados por um poder central que a todos vigiava (e que na época deu origem à expressão Big Brother - “Grande Irmão”), mediante o domínio de informações e conhecimentos sobre tudo e sobre todos. Trata-se de uma metáfora sobre o que ocorreria com a sociedade humana, caso alguém obtivesse o domínio pleno e total das informações a respeito de todos os eventos ocorridos e de todas as peculiaridades de cada cidadão. Com base neste conhecimento, subjugaria todos às ordens e vontades de um estado totalitário central, cerceando todas as liberdades individuais das pessoas, assegurados pela privacidade das informações pessoais dos direitos humanos básicos. 1. O que é ética A palavra ética é originária do vocábulo grego ethikós ("modo de ser") que se refere ao comportamento humano pelo seu valor moral, para determina o juízo do que é certo ou errado na vida em sociedade.

SIG GI 11 - Questões Éticas e Sociais Em Sistemas de Informações- Prof Erico

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SIG GI 11 - Questões Éticas e Sociais Em Sistemas de Informações- Prof Erico

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  • Disciplina: Sistemas de Informao Gerencial

    Prof.: rico Oda

    Aula 11

    Tema: Questes ticas e Sociais em Sistemas de Informaes

    Se voc quer uma imagem do futuro, imagine uma bota

    prensando um rosto humano para sempre"

    George Orwell, 1903/1950

    (pseudnimo de Eric Arthur Blair)

    SUMRIO

    1. O que tica .............................................................................................................. 1 2. A tica na Sociedade do Conhecimento .................................................................... 2

    2.1. Privacidade: Direitos e deveres sobre as informaes ....................................... 3 2.2. Preciso de Informaes e de qualidade de sistemas ......................................... 4 2.3. Propriedade e direitos sobre as informaes ...................................................... 4 2.4. Acessibilidade s informaes e seus usos ........................................................ 5

    3. As questes sociais das empresas e suas tecnologias de informao ........................ 6 3.1. Desperdcios relacionados a Tecnologias da Informao .................................. 7

    3.2. Erros relacionados a sistemas e computadores .................................................. 7 3.3. Respeito ao Meio Ambiente .............................................................................. 7

    3.4. Impactos nos profissionais e no trabalho .......................................................... 8 4. Qualidade de vida: valores na Sociedade do Conhecimento..................................... 8 5. Prticas culturais: o poder e a resistncia a mudanas .............................................. 9

    George Orwell, pseudnimo de escritor indiano de origem inglesa Eric Arthur

    Blair, publicou em 1949 o livro 1984 (Nineteen eight four), onde retrata um mundo

    dominado por um regime totalitrio, onde os habitantes so controlados e comandados

    por um poder central que a todos vigiava (e que na poca deu origem expresso Big

    Brother - Grande Irmo), mediante o domnio de informaes e conhecimentos sobre tudo e sobre todos.

    Trata-se de uma metfora sobre o que ocorreria com a sociedade humana, caso

    algum obtivesse o domnio pleno e total das informaes a respeito de todos os eventos

    ocorridos e de todas as peculiaridades de cada cidado. Com base neste conhecimento,

    subjugaria todos s ordens e vontades de um estado totalitrio central, cerceando todas

    as liberdades individuais das pessoas, assegurados pela privacidade das informaes

    pessoais dos direitos humanos bsicos.

    1. O que tica

    A palavra tica originria do vocbulo grego ethiks ("modo de ser") que se

    refere ao comportamento humano pelo seu valor moral, para determina o juzo do que

    certo ou errado na vida em sociedade.

  • Segundo Rosini e Palmisano (2006, p.144) a tica a justia e inclui princpios que todas as pessoas racionais escolhem para reger o seu comportamento,

    cientes que tambm a eles sero aplicados, argumentando que o tema controvertido, pois o que certo para uma pessoa pode ser errado para outra. Pode-se afirmar que uma

    pessoa tica quando o seu comportamento pessoal, social e profissional se baseia em

    princpios como eqidade, justia e confiana.

    Como as empresas so organizaes constitudas de pessoas e fornecem

    produtos e/ou prestam servios a outras pessoas, este contexto se aplica diretamente s

    mesmas. O comportamento dos dirigentes e componentes de uma empresa

    responsvel pela formao e transmisso de princpios que constroem a imagem da

    organizao perante os mercados onde atua e que, seguindo a tica, garante a sua maior

    aceitao perante a sociedade, o que reflete diretamente em seu desempenho

    empresarial.

    A tica nos negcios diz respeito s numerosas questes ticas que os gerentes das empresas devem enfrentar como parte de suas decises cotidianas (OBrien, 2004, p.377), como as questes relativas privacidade das informaes e

    registros confidenciais, segurana e ambiente adequado de trabalho, devendo ser

    decididas observando-se os valores fundamentais da sociedade onde a empresa atua.

    Estes valores podem ser interpretados e praticados sob ticas e importncias diversas

    nas diferentes sociedades, mas compartilhando os seguintes valores fundamentais e

    comuns a todas:

    Respeito pelos direitos bsicos do ser humano: com o direito vida com sade, igualdade de direitos, liberdade de pensamento e de ao, esta ltima

    limitadas pelos direitos dos outros;

    Respeito pela dignidade humana: com as pessoas sendo tratadas como o fim e no como meio para se atingir os fins e objetivos, respeitando-se as liberdades

    individuais e trabalhando em conjunto para o bem comum;

    Utilitarismo: so corretas as aes que produzem o bem mximo para o maior numero de pessoas.

    2. A tica na Sociedade do Conhecimento

    A disseminao do uso das TIs Tecnologias da informao tem requisitado da sociedade global um novo enfoque sobre as questes ticas, principalmente aos

    relativos aos impactos que estas tecnologias ocasionaram no equilbrio social anterior

    sua interferncia, atuando diretamente na Economia mundial mediante influncia nos

    comportamentos de indivduos e organizaes. Esta interferncia vem provocando

    grandes alteraes no relacionamento entre pessoas e entre empresas, com a

    disponibilizao de novos dados e informaes, e de novos equipamentos, responsveis

    ocasionando evolues radicais nos processos de negcio.

    A anlise tica de informaes e de seus conflitos, segundo Laudon & Laudon

    (2007, pags.378 e 370) compreende cinco estgios:

    a) Identificao e descrio clara dos fatos b) Definio do conflito e identificao dos valores mais elevados envolvidos c) Identificao dos interessados e envolvidos no evento d) Identificao das alternativas razoveis a adotar e) Identificar as potenciais conseqncias de cada opo

    E os princpios ou regras ticas a seguir para tomar a deciso mais acertada,, sero:

  • a) Faa aos outros o que gostaria que fizessem a voc a regra de ouro b) Se uma ao no correta para todos ento no correta para ningum

    o imperativo categrico de Immanuel Kant

    a. Se uma ao no puder ser realizada repetidamente, ento no deve ser realizada nunca regra da mudana de Renee Descartes

    c) Realizar a ao que produza o maior valor princpio utilitrio d) Realize a ao que cause o menor dano ou que tenho o menor custo

    potencial princpio da averso ao risco e) Pressuponha que todos os objetos tangveis e intangveis pertenam a

    algum, salvo declarao em contrrio regra tica o almoo nunca de graa

    Segundo Turban et alii (2003, pgs.503 e 504), empresas e organizaes

    estruturam e estabelecem seus prprios cdigos de tica, que se compe de um conjunto

    de princpios que servem como balizadores da conduta e aes de seus profissionais

    quando lidarem com as informaes e suas tecnologias. Estabelecem polticas e

    classificam a tica em uma estrutura composta de quatro categorias, com a elaborao

    de seu cdigo de tica mediante respostas s questes delicadas que envolvam estas

    dimenses:

    :

    Questes de Privacidade cuidados e limites nas coletas, armazenamentos e disseminaes de informaes relacionadas a indivduos nas empresas,

    estabelecendo que tipo de informaes pessoais podem ser exigidas

    sobre algum.

    Questes de Preciso as informaes coletadas e as obtidas por processamento devem ser autnticas, fidedignas e precisas;

    Questes de Propriedade respeito propriedade e valor das informaes, definindo o preo de seu domnio e usufruto;

    Questes de Acessibilidade que trata do direito e privilgios de obter, de acessar e de utilizar as informaes valiosas e/ou confidenciais;

    2.1. Privacidade: Direitos e deveres sobre as informaes

    Indivduos e empresas tm que ter cuidados e precaues relativas a restries

    das informaes referentes sua natureza e s suas atividades, tanto profissionais como

    pessoais. Os riscos aumentam consideravelmente com o advento e utilizao intensiva

    das facilidades propiciadas pelos SIGs, amplificada pela Internet e pelo uso das novas

    tecnologias de gerao e transmisso de imagens, vdeos, sons e voz.

    Surgem questes tais como:

    Qual o grau de segurana dos bancos de dados pessoais da empresa? Em que locais da empresa podem ser instaladas cmeras de vigilncia? Quais doenas psicolgicas o candidato de emprego j teve e se curou? tico e justo denunciar a omisso proposital de um funcionrio em uma situao

    de crise que leve a empresa uma situao delicada e de prejuzo significativo ?

    lcita a divulgao informal de salrios de funcionrios que impliquem em alteraes no clima motivacional, e que resultem em uma queda de desempenho

    da organizao como um todo?

    Estas so situaes fictcias que exploram os limites pessoais de indivduos em

    seu cotidiano, cujas decises e respectivos comportamentos sero ditados pelas crenas

    e valores individuais construdos e formatados pelos antecedentes culturais herdados e

  • vivenciados, com a flexibilidade ditada pelo maior ou menor rigor intelectual adotado

    na interpretao dos mesmos.

    2.2. Preciso de Informaes e de qualidade de sistemas

    Os usurios de produtos e servios de uma empresa, inclusive de seus sistemas

    de informaes, hoje dotados de conexes diretas via Internet, podem e devem exigir

    condies e padres que assegurem o mximo possvel de preciso, confiabilidade e de

    segurana na utilizao dos mesmos.

    Devem ser respondidas questes como:

    Se o cliente de um banco detectar um saque em sua conta, que comprovadamente no foi de sua autoria, pode exigir do banco o ressarcimento imediato do

    prejuzo?

    Como garantir que os processamentos dos rendimentos da aplicao financeira esto corretos e precisos?

    Como garantir que o sangue examinado se refere a um determinado paciente de um hospital com centenas de atendimentos?

    Como assegurar a no ocorrncia de troca de bebs quando transitam para exames em uma maternidade com 200 leitos

    Os indivduos e empresas podem exigir que estes padres garantam que no

    sero lesados nem prejudicados por uma eventual ocorrncia, que se comprove ser por

    falta desta preciso, confiabilidade e segurana.

    2.3. Propriedade e direitos sobre as informaes

    Como traduzir os tradicionais direitos de propriedade sobre bens tangveis para

    a propriedade e direitos intangveis sobre a informao e conhecimentos? Obras

    intelectuais, idias e projetos de produtos com pequenas diferenas e alteraes podem

    ser considerados distintos?

    A quem pertence a frmula de um remdio obtido pelo aprimoramento

    significativo de outros j existentes ? tica e civilizada uma empresa, que detm a

    propriedade da frmula de um remdio, deixar seres humanos morrer por no terem

    como pagar o valor requerido pela empresa proprietria? Caso negativo, como financiar

    esta empresa para continuar as pesquisas que determinaro novas descobertas que

    podero salvar ainda mais vidas?

    So questes ainda no totalmente nem definitivamente resolvidas pela

    sociedade como um todo, pois diferem de interpretaes nas diferentes culturas

    (ocidentais e orientais) e nos prprios contextos em permanente evoluo, gerando

    novas situaes antes de esgotar as discusses e debates sobre os procedimentos a

    adotar nas anteriores.

    Em termos de sistemas de informao de uma organizao, segundo os

    princpios universais da tica e da maioria das legislaes vigentes, a propriedade e os

    direitos sobre as informaes contidas em seus arquivos, compreendendo-se os dados

    cadastrais ou de operaes/eventos sobre indivduos e empresas com que esta

    organizao se relacione, so confidenciais e s podem ser utilizadas nos

    relacionamentos entre as partes envolvidas, salvo consentimento explicito a outro uso.

    Ex: Os dados cadastrais e extratos de movimentaes dos clientes de um banco s

    podem ser de conhecimento do cliente e do banco; os dados cadastrais do cliente

    (endereo, p.ex) s podem ser usados pelo banco nos seus relacionamentos comerciais

  • com o cliente, no podendo ser disponibilizados para outra finalidade (propaganda

    poltica, p.ex.)

    Com relao a produtos e servios resultantes de esforos de pesquisa e

    desenvolvimento e em projetos financiados por uma organizao, os benefcios

    revertero a favor da empresa financiadora, respeitados os direitos comprovados de

    propriedade intelectual dos autores (registros de autoria).

    Exs: As obras projetadas e construdas por arquitetos e engenheiros so de propriedade

    da empresa em que trabalham, mas a autoria e responsabilidade sobre os mesmos fazem

    parte dos acervos tcnicos dos profissionais, que os elaboraram, no CREA (Conselhos

    Regionais de Engenharia e Arquitetura); As frmulas de remdios e produtos

    desenvolvidos por bilogos e farmacuticos so de propriedade dos laboratrios onde

    trabalham, mas a autoria e responsabilidade so do(s) tcnico(s) responsvel(is) pelo seu

    desenvolvimento.

    2.4. Acessibilidade s informaes e seus usos

    Esta dimenso da tica relacionada s informaes trata do direito e privilgios

    de obter, de acessar e de utilizar as informaes valiosas e/ou confidenciais.

    Informao poder e sistemas so ferramentas para utiliz-la, na medida em

    que possibilitam o planejamento e controle de organizaes e pessoas, mediante o

    registro e conhecimento de seus comportamentos frente ao meio e s condies em que

    atuam. Sistemas possibilitando a preciso e agilidade em decises e aes que

    antecipem ou contribuam para construir uma realidade futura desejada.

    Os domnios de projetos de produtos e processos inovadores e diferenciais,

    acrescidos do amplo conhecimento do mercado, tambm so matrias-prima para

    estratgias vencedoras de profissionais e empresas.

    A confidencialidade destas informaes e destes conhecimentos bem como a

    sua utilizao concreta, deve ser determinada pela limitao e controle de seus acessos e

    estabelecida sob a tica de responsabilidade, de valor e da tica.

    A utilizao de sistemas de informao gerencial possibilita ampliar a

    abrangncia de tratamento de informaes e, efetuando seus relacionamentos, obter

    quantidades imensas de novos conhecimentos, a respeito de pessoas, coisas, eventos e

    contextos, que necessitam de controles e limites estabelecidos, para que no firam os

    princpios da tica e da segurana que possam prejudicar os envolvidos nesta

    manipulao.

    Em sistemas de informao empresarial o acesso e uso dos dados e

    informaes referentes aos indivduos e organizaes contidos em seu banco de dados

    devem ser restritos por barreiras seletivas e por termos de compromisso de uso correto e

    divulgao controlada, por parte dos profissionais autorizados a acess-los.

    Figura 1: Controle de Acessos

  • Fonte: o autor

    3. As questes sociais das empresas e suas tecnologias de informao

    Na sociedade moderna, onde as informaes e os conhecimentos se

    configuram como ativos e patrimnios intelectuais cada vez mais preciosos dos

    indivduos e organizaes e que esto sendo produzidos, tratados e replicados por

    tecnologias digitais que propiciam velocidades cada vez mais aceleradas e acumulando-

    se em volumes crescentes. Devem ser estabelecidos princpios e valores, que orientem

    os comportamentos e posturas, quanto s operaes que envolvam as origens das

    informaes e conhecimentos, suas utilizaes e seus destinos.

    Devero ser previstas e prevenidas aes e suas conseqncias, referentes a:

    Acervo Individual ou empresarial

    Sistemas de Informao

    Tratamentos

    Dados

    Informaes

    Relacionamentos

    Conhecimentos

    Obteno

    Origem de

    dados

    ACESSOS

    ACESSOS

    CO

    NT

    RO

    LE

    S

  • 3.1. Desperdcios relacionados a Tecnologias da Informao

    As tecnologias digitais evoluem em velocidade superior sua depreciao

    econmica, o que faz com que a obsolescncia tecnolgica e funcional leve ao descarte

    equipamentos e sistemas ainda teis e confiveis. Novas tecnologias permitem o

    desenvolvimento de utilidades e facilidades que, antes de serem totalmente utilizadas,

    so descartadas e esquecidas.

    Segundo Stair (2006, pag. 562), pelo lado dos usurios, as tarefas ficam

    facilitadas de tal forma que sobra tempo para estes efetuarem tarefas no produtivas

    para a empresa, tais como ler e enviar e-mails pessoais, navegar na internet.

    Profissionais recebem diariamente propagandas e servios no requisitados que tambm

    desperdiam tempo e recursos. Em sistemas relatrios, textos, planilhas so facilmente

    impressos em diferentes verses e quantidades, desperdiando tempo, papel e recursos

    computacionais.

    Estes desperdcios podem e devem ser regulamentados por normas de

    procedimentos que limitem e minimizem perdas desnecessrias.

    3.2. Erros relacionados a sistemas e computadores

    Como produtos da criatividade e da engenhosidade humana, sistemas e

    computadores so sujeitos a erros e defeitos involuntrios, tal quais seus criadores.

    Freqentemente sistemas ficam inoperantes devido a problemas relacionados sua

    concepo, desenvolvimento e/ou operao, causando prejuzos e transtornos seus

    usurios, tanto em termos financeiros como de perda de tempo, dados, recursos etc.

    algumas vezes irreparveis.

    Ex: Sistemas e sites fora do ar, erros de horrios de compromissos, vos, falta de uma informao estratgica etc, perda de um banco de dados sem cpias de segurana.

    Em sistemas de informao empresarial, recomenda-se a adoo de medidas

    preventivas de testes exaustivos e simulaes de situaes crticas, em conjunto com

    auditorias sistemticas e peridicas de sistemas e procedimentos de segurana, para a

    verificao e constatao dos riscos e planejamento de cntingncias.

    3.3. Respeito ao Meio Ambiente

    O funcionamento dos aparelhos eletro-eletrnicos depende da energia eltrica,

    cuja gerao, transmisso e utilizao interfere de forma significativa no meio ambiente,

    e tem aumentado gradativamente com a maior utilizao de novos equipamentos

    eletrnicos de computao, de telecomunicao, de som e de imagens.

    A gerao e uso da eletricidade, em suas diversas modalidades diesel, hidroeltrica, nuclear - gera efeitos poluentes do meio ambiente, alterando o frgil

    equilbrio da natureza, seja com o aumento da temperatura, resduos poluidores e outros

    impactos ambientais diversos.

    Os circuitos e componentes eletrnicos, desde os chips at as baterias de

    dispositivos portteis, utilizam materiais contaminadores e de difcil degradao, como

    metais pesados e plsticos. A indstria eletrnica tem procurado pesquisar meios e

    produtos para diminuir estes efeitos, com componentes de menor consumo de energia,

    menos poluentes e com a reciclagem de metais pesados.

    Resultante da escalada e disseminao do uso, somadas rapidez da

    obsolescncia tecnolgica destes equipamentos eletrnicos, o volume de lixo

    tecnolgico aumenta a cada dia, com velocidade muitas vezes superior capacidade de

  • reciclagem natural dos mesmos. Este fato despertou a conscincia para o problema

    ambiental e obrigou a sociedade a estabelecer obrigaes aos responsveis quanto aos

    destinos finais, prevendo penalidades nas omisses, cujo nus viabilizem a reciclagem e

    reaproveitamento dos mesmos, para livrar a natureza deste encargo.

    3.4. Impactos nos profissionais e no trabalho

    A evoluo das novas tecnologias aplicadas nas atividades pessoais,

    profissionais, produtivas e de lazer dos indivduos e da sociedade como um todo,

    provocou alteraes radicais nos produtos, servios e, principalmente, no trabalho das

    pessoas.

    As empresas passaram a exigir trabalhadores com novos perfis de

    competncias e habilidades profissionais, bem como de novas atitudes abertas ao

    aprendizado e reciclagem constantes, para atuar utilizando as novas tecnologias e

    sistemas de informao com novos parmetros de velocidade de deciso e ao, em

    contextos de constante evoluo.

    A possibilidade de disponibilizao e acessos, de/em qualquer lugar e a

    qualquer tempo, aos recursos utilizados por estes trabalhadores em suas tarefas, alterou

    drasticamente as possibilidades de jornadas de trabalho flexveis e de acmulo de

    funes.

    Estas jornadas e extenso de responsabilidades tendem a ser alm dos limites

    aceitos como adequados e salutares aos indivduos e que, somadas amplificao do

    stress da premncia e urgncia imposta pela competitividade dos negcios e s novas

    relaes entre o Capital e o Trabalho de remunerao por resultados obtidos, deterioram

    a qualidade de vida dos profissionais.

    4. Qualidade de vida: valores na Sociedade do Conhecimento

    As TIs podem transformar o ser humano em um meio e no em um fim, pois

    na sociedade do conhecimento, uma significativa parcela dos relacionamentos humanos

    passou a ser estabelecida e cultivada por meios eletrnicos, alterando os valores

    tradicionais de interaes humanas, antes pessoais e presenciais, para novos protocolos

    digitais que primam pela frieza da impessoalidade adicionada objetividade e rapidez

    impostas pelas tecnologias envolvidas.

    Perdeu-se a riqueza de informaes contidas nas sutilezas da linguagem

    corporal quando eram expressas em gestos e olhares, transmitidas em relacionamentos

    pessoais e mesmo em conversas e negociaes comerciais. Foram trocadas por

    conversas e mensagens curtas e objetivas, via conversao eletrnica (chats,

    messengers) ou correspondncia eletrnica (e-mails). Com isto os relacionamentos

    humanos se empobreceram em qualidade e profundidade e ganharam em quantidade e

    amplitude superficial.

    Atualmente qualquer profissional pode ser rapidamente localizado e acionado,

    a qualquer tempo e em qualquer lugar, com a utilizao de telefonia mvel, pagers ou

    outro meio eletrnico (GPS, p.ex.), sacrificando grande parcela de sua privacidade e

    aumentando em muito a requisio de velocidade de atuao e volume de resultados,

    sem concesses quanto ao nvel de qualidade necessria de produtos e servios.

    Com este cenrio e devido a estes novos requisitos de desempenho

    profissional, a qualidade de vida social, psicolgica e at biolgica dos indivduos tem

    sido sacrificada.

  • Mas a tecnologia pode ocasionar tambm um impacto oposto: a automao

    dos trabalhos tambm pode disponibilizar mais tempo aos profissionais, pela rapidez

    com que as tarefas passam a ser concretizada pelos sistemas e computadores. Cabe a

    cada profissional desenvolver as suas habilidades no uso de TIs para obter este tempo,

    que pode ser utilizado para reflexes e anlises que o aprimorem como profissional e

    pessoa.

    Alm de uma preocupao pessoal de cada um, a utilizao de TIs de forma

    positiva qualidade de vida dos colaboradores de uma empresa deve ser um objetivo

    organizacional, pois h uma causalidade obvia e natural entre a satisfao dos

    funcionrios, o seu melhor desempenho intelectual e os resultados finais da empresa no

    mercado.

    5. Prticas culturais: o poder e a resistncia a mudanas

    Indivduos, grupos, organizaes, comunidades e naes esto sempre em

    busca de poder e o perseguem e exercem de diversas maneiras e com diferentes

    objetivos. Em busca deste poder, a sociedade humana atua baseada em paradigmas

    estabelecidos por valores e princpios sedimentados gradativamente, com os indivduos

    que a compes apresentando resistncias naturais mudana do equilbrio de um estado

    de coisas. Esta resistncia natural a mudanas devida necessidade de aceitar e

    absorver estes novos paradigmas, pois qualquer alterao demanda tempo e esforo de

    aprendizagem e de formao e aceitao de novos princpios e valores.

    Poderes foram e so obtidos, em diferentes pocas e locais, por diversos

    caminhos e formas:

    Poder fsico: pelo desenvolvimento de dons naturais ou talentos fsicos. Exs: guerreiros, atletas, artistas;

    Poder religioso: pela explorao do medo do desconhecido, do misticismo e do sobrenatural. Ex: Igrejas e seitas;

    Poder poltico: pelo convencimento ideolgico e/ou emocional em torno de um objetivo ou ideal. Ex: lideres comunitrios, partidos polticos;

    Poder financeiro: obtido e utilizado pelos indivduos e organizaes que detm capital. Ex: pessoas ricas, grupos financeiros, corporaes,;

    Poder do conhecimento: obtido pelo uso da razo, pelos indivduos por meio de criatividade e estudo e aprendizagem terico e/ou emprico, e pelas empresas,

    mediante inovaes resultantes de pesquisa e desenvolvimento e uso

    produtivo da inteligncia de seus componentes. Ex: cientistas,

    empreendedores, dirigentes, empresas de tecnologia, desenvolvedores de

    softwares.

    Os poderes originrios de uma fonte possibilitam a ampliao dos mesmos

    pelo acesso e utilizao das outras fontes, todas normalmente convergindo para o poder

    financeiro. Ex: artistas e atletas com contratos milionrios, novas igrejas arrecadando

    dzimos, polticos enriquecendo mediante uso de suas relaes, ricos ficando mais ricos

    e o surgimento e crescimento de empresas inovadoras, com empreendedores criativos.

    A fonte mais profcua de poder na sociedade atual do domnio de novos

    conhecimentos e de suas aplicaes em atividades produtivas. Ex: Microsoft, Google,

    franquias de servios.

  • Com o aumento da disponibilidade e da velocidade de aplicao das

    tecnologias digitais provocando e mudanas evolutivas permanentes, ou mesmo

    revolues que exterminam determinado segmento de negcios, as empresas e

    organizaes se vem frente ao problema de adaptao de sua estrutura humana a estas

    novas realidades mutantes.

    Algumas organizaes j implementaram mudanas e apresentam estas

    adaptaes nova realidade, tais como (Turbam et alli, 2003,p.509):

    Hierarquias horizontais: como a TI permite maior produtividade dos gerentes e aumenta sua maior amplitude de controle, estes podero ser em menor nmero,

    diminundo os nveis de gerncia intermediria;

    Mudanas de superviso: a agilidade da superviso eletrnica, em qualquer lugar e a qualquer tempo alterou a superviso dos trabalhos, antes baseada em

    cumprimentos de horrios e de tarefas fragmentadas, para resultados finais de

    projetos/processos;

    Alterao da estrutura de poder: como conhecimento poder, os profissionais que o exerciam por este meio perdem poder porque passaram a ser substitudos por

    sistemas especialistas, que absorvem e utilizam o conhecimento explicito de

    forma mais rpida e abrangente.

    Como ferramentas e instrumentos de conquista e exerccio do poder, o

    controle dos sistemas, tecnologias da informao e recursos informacionais alvo de

    disputas e conflitos visveis entre grupos profissionais dentro de empresas e de

    organizaes, sejam elas pblicas ou privadas.

    Bibliografia Bsica:

    LAUDON, Kenneth. LAUDON Jane Sistemas de informao gerenciais: administrando a empresa digital, 5. edio. So Paulo: Prentice Hall, 2004

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    ROSINI, Alessandro M.; PALMISANO,ngelo. Administrao de Sistema de Informao e a gesto do

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