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Um novo diálogo (Service DMZ)Por: Luis Alt e Tennyson Pinheiro , sócio-diretores da live|work
consultoria de inovação em serviços.
O objetivo é simples: dar a cada cliente a sensação de que está
lidando com apenas uma organização e não fragmentos dela.
É comum vermos no mercado marcas que, sem se dar conta,
entregam a seus clientes experiências desconexas, marcadas
por inconveniências e inconsistências, algo distante do
planejado por seus executivos, que resulta em perda de
credibilidade e, na maioria dos casos, frustração para os
consumidores.
Essa entrega desconexa de experiências se deve ao fato de as
empresas estarem habituadas a pensar a sua relação com o
cliente de dentro para fora, implementando o que imaginam
internamente ser a melhor abordagem de serviço, ou até mesmo
a abordagem que atende melhor apenas aos requisitos do
negócio. O que eu quero dizer com isso é que serviços são
comumente construídos a partir de uma análise mais focada na
capacidade de entrega da empresa, do que em si nas
necessidades, desejos e barreiras enfrentadas pelo consumidor.
Esse modelo de construção de processos deixa do lado de fora a
noção de que os diversos momentos em que o consumidor toca a
marca estão emocionalmente conectados, e que é impossível
separá-los fisicamente para que sejam avaliados um a um,
seguindo o formato comum de avaliação de processos.
Por exemplo, é extremamente difícil ter um jantar prazeroso
quando a reserva do restaurante falhou deixando você e seus
convidados a mercê da sorte na busca por uma mesa. Algumas
pessoas ao serem colocadas nessa situação apresentarão
dificuldades de superar e seguir em frente na jornada, muitos
podem até mesmo nem recordar o prato que pediram para
jantar, ou o sabor da comida. Isso sem levar em consideração os
que irão imediatamente refazer os planos e procurar um outro
restaurante.
Por mais estranho que pareça, o fato é que isso coloca o serviço
de reserva de um restaurante gourmet no mesmo patamar de
importância da escolha do Chef.
Para endereçar esse problema desenvolvemos um conceito
chamado Service DMZ* (Zona Desmilitarizada de um Serviço),
uma zona neutra, que serve de conexão entre os mais diversos
departamentos e o público, capaz de criar um único e contínuo
diálogo. Essa zona nasce completamente desprovida de
territorialidades e promove um alinhamento entre os mais
diversos canais, mesmo quando esses tocam diversos
departamentos, mas ao mesmo tempo respeita as peculiaridades
e barreiras estratégicas de cada setor do negócio.
O objetivo é simples: dar a cada cliente a sensação de que está
lidando com apenas uma organização e não fragmentos dela,
enquanto ao mesmo tempo promove para a organização a
empatia necessária para compreender de forma mais humana e
abrangente o momento do consumidor no ponto de contato.
A Service DMZ permite que a marca administre o contato com o
cliente de forma empática e eficiente, tanto em resultados para
o negócio quanto em custos operacionais. Como resultado a
empresa passa à categoria de primeira escolha, se tornando
parte da vida desses consumidores ao ajudá-los a viver e
trabalhar melhor.
* Em termos militares, uma zona desmilitarizada (DMZ) é uma área, geralmente uma fronteira ou borda que divide dois poderes militares (ou alianças), onde atividades militares não são permitidas, usualmente por tratados de paz ou outros tratados multilaterais. fonte: Wikipédia