19

Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Um clássico sobre a Teologia Pactual Bíblica!

Citation preview

Page 1: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon
Page 2: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

. O PACTO C. H. SPURGEON

Page 3: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2

Traduzido do original em Inglês

The Covenant — Sermon Nº 3261

Metropolitan Tabernacle Pulpit — Volume 57

By C. H. Spurgeon

Via SpurgeonGems.org

Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.

Tradução e Capa por William Teixeira

Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Janeiro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de

Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

Page 4: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

3

O Pacto (Sermão Nº 3261)

Sermão publicado na quinta-feira, 3 de agosto de 1911.

Proferido por C. H. Spurgeon. No Tabernáculo Metropolitano, Newington.

“Lembrar-se-á sempre da sua aliança.” (Salmos 111:5)

É algo maravilhoso que Deus condescenda em entrar num Pacto gracioso com os homens.

Que Ele houvesse feito o homem e sido gracioso para com o homem é fácil de ser conce-

bido, mas que Ele desse as mãos à criatura com sua natureza e colocasse a Sua augusta

majestade sob vínculo com ele por meio de Sua própria promessa é maravilhoso! Deixe-

me saber que Deus fez um Pacto e eu não acho que seja surpreendente que Ele atente

para isso, pois Ele é o “Deus que não pode mentir”. “Porventura diria ele, e não o faria?”

[Números 23:19]. Será que Ele uma vez fez uma promessa? É inconcebível que Ele alguma

vez deixe de cumpri-la. A doutrina do texto recomenda-se a cada homem sensato e racio-

nal, se Deus fez um Pacto, Ele sempre será fiel a ela. É a esse ponto que eu agora chamo

a sua atenção com o desejo de usá-lo na prática.

Pois o fato de Deus fazer um Pacto gracioso conosco é um dom tão grandioso que eu espe-

ro que todos aqui presentes estejam dizendo em seu coração: “Oh! que o Senhor tivesse

pactuado comigo!”.

Analisaremos praticamente essa questão, em primeiro lugar, respondendo à pergunta: O

que é esse Pacto? Em segundo lugar, levantaremos a pergunta: eu tenho parte nele? E,

em terceiro lugar, convidando cada um a dizer: “Se, de fato, estou em Pacto com Deus, en-

tão cada parte desse Pacto será realizada, pois Deus lembrar-se-á sempre do Seu Pacto”.

I. Primeiro, então, O QUE É ESSE PACTO?

Se você for a um advogado e perguntar como está o seu processo, ele pode responder:

“Eu posso dar-lhe um resumo, mas é melhor eu ler para você”. Ele pode dizer-lhe a soma

e a substância do mesmo, mas se você quiser informações específicas, pois é um negócio

muito importante, você dirá: “Sim, por favor, leia para mim”. Vamos agora ler certas partes

da Escritura que contêm o Pacto da Graça, ou um resumo do mesmo. Vamos a Jeremias

31:31-34: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de

Page 5: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

4

Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que

os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança

apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa

de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei

no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada

um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos

me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a

sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

Grave cada uma destas palavras em diamantes, pois o sentido é inconcebivelmente precio-

so! Deus no Pacto promete ao Seu povo que, em vez de escrever Sua Lei em tábuas de

pedra, que Ele vai escrevê-la nas tábuas de seus corações. Em vez de a Lei de Deus ser

mandamentos penosos e esmagadores, ela será colocada dentro deles como objeto de

amor e prazer, pois será escrita na natureza transformada dos amados objetos da escolha

de Deus! “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração”, quão grande é

este privilégio do Pacto! “E eu serei o seu Deus”. Portanto, tudo o que há em Deus pertence

a eles. “E eles serão o Meu povo”. Eles Me pertencem. Eu vou amá-los como meus. Vou

guardá-los, abençoá-los, honrá-los e sustentá-los como o Meu povo. Eu serei a sua porção

e eles serão o Meu quinhão.

Observe o seguinte privilégio. Todos eles receberão instrução celestial sobre o ponto mais

vital: “Todos me conhecerão”. Pode haver algumas coisas que eles não saberão, mas “to-

dos me conhecerão”. Eles Me conhecerão como seu Pai. Eles conhecerão a Jesus Cristo

como seu irmão. Eles conhecerão o Espírito Santo como seu Consolador. Eles terão comu-

nhão e relacionamento com Deus! Quão grande privilégio pactual é este! Daí vem o perdão,

“porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. Que

purificação do pecado! Deus perdoará e esquecerá, os dois vão juntos: “Eu perdoarei a sua

maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. Tudo se foi, todas as suas trans-

gressões foram perdoadas, para nunca mais serem mencionadas contra você novamente,

para sempre! Oh! que favor indizível! Este é o Pacto da Graça! Chamo a atenção para o

fato de que não há “se” e nem “mas”, no mesmo; não há nele exigências feitas ao homem.

É tudo, “Eu vou”, e, “eles serão”. “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. É uma

carta escrita em um tom real e o majestoso esforço não é marcado por um “talvez” ou um

“porventura”, mas permanece sempre seguro, “farei”, e, “serão”. Estas são duas palavras

prerrogativas da Majestade Divina e neste ato maravilhoso da graça, em que o Senhor con-

cede o Céu gratuitamente aos pecadores culpados, Ele concede este dom segundo a

soberania de Sua própria vontade, sem que este dom corra o menor risco, nem haja qual-

quer incerteza em relação à esta promessa!

Page 6: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

5

Assim, eu li o Pacto para você de uma forma.

Vire algumas páginas e você chegará a uma passagem de Ezequiel. Ali teremos o profeta

de olhos brilhantes — aquele que poderia viver entre as rodas e os serafins — dizendo-nos

o que é o Pacto da Graça. Em Ezequiel 11:19-20, lemos: “E lhes darei um só coração, e

um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei

um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e

os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus”. Você encontrará o Pacto

descrito de uma outra forma mais adiante, no capitulo 36, começando no versículo 25: Quão

atentamente você deveria ouvir isso! Ouvir as próprias palavras do Pacto de Deus é algo

melhor do que ouvir qualquer pregação de homens mortais. Este é um Pacto que salva

todos os que estão incluídos nele! A menos que você tenha uma participação nele, você é,

verdadeiramente, infeliz. Vamos lê-lo: “Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis puri-

ficados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-

vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o

coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito,

e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis... e vós

sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus”. Essa promessa vem sempre no encerramento:

“eu serei o vosso Deus”. Nestes termos do Pacto, eu lhe chamo novamente para testemu-

nhar que Deus não exige nada, não pede nenhum preço, não exige nenhum pagamento

em relação às pessoas com quem Ele entra em Pacto, Ele faz promessas e mais promes-

sas, tudo por e de graça, tudo de forma incondicional, tudo feito segundo a generosidade

de Seu coração real!

Vamos ressaltar um pequeno detalhe sobre o Pacto. Deus fez um pacto com certas pesso-

as para as quais Ele tudo fará e, em cada caso, é de pura graça. Ele tirará os seus próprios

corações, pois é evidente a partir da promessa de que quando Deus iniciou Sua obra neles,

eles possuíam corações de pedra. Ele perdoará as iniquidades deles, pois quando Deus

iniciou Sua obra neles, eles tinham muitas iniquidades. Ele lhes dará um coração de carne,

pois quando Deus iniciou Sua obra neles, eles não possuíam um coração de carne. Ele irá

transformá-los para que guardem os Seus estatutos, pois quando Deus iniciou Sua obra

neles, eles não guardavam os Seus estatutos. Eles eram pessoas degeneradas, pecamino-

sas, dolosas, malignas, e Deus havia lhes chamado muitas vezes para vir a Ele e se arre-

penderem, mas eles não quiseram. Aqui Ele fala como um rei e já não solicita, Ele decreta!

Ele diz, Eu farei isso e aquilo por vocês e vocês serão isso e aquilo em retribuição. Oh,

bendito Pacto! Oh, poderosa, graça soberana!

Como este ocorre? Conheça a Doutrina dos dois Pactos.

Page 7: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

6

O primeiro pacto do qual passamos a falar é o pacto de Obras, o pacto feito com o nosso

primeiro pai, Adão. Este não é primeiro em propósito, mas foi o que primeiramente foi reve-

lado no tempo. Este pacto funcionou assim: Você, Adão, e sua posteridade devem viver e

serem felizes se vocês guardarem a Minha Lei. Para testar a sua obediência a Mim, há uma

certa árvore, se somente você não tocar nela, você viverá. Se você tocá-la, então, você

morrerá, e até os que você representa morrerão.

Nossa primeira cabeça pactual comeu avidamente o fruto proibido e caiu, e que Queda foi

aquela, meus irmãos e irmãs! Nela você e eu, e todos nós, caímos enquanto ele provou de

uma vez por todas que pelas obras da lei nenhum homem será justificado! Pois se o perfeito

Adão quebrou a lei tão prontamente, então, se dependesse disso, você e eu quebraríamos

qualquer lei que Deus houvesse feito! Não havia esperança de felicidade para qualquer um

de nós, por um pacto que continha um “se”, em seus termos. Este Antigo Pacto foi abolido,

pois fracassou totalmente. Ele não trouxe nada para nós, senão maldição, e nós estamos

contentes que tenha envelhecido e, na medida em que os crentes são intencionados,

desapareceu!

Em seguida, veio o segundo Adão. Você sabe o seu nome, Ele é o sempre bendito Filho

do Altíssimo. Este segundo Adão entrou no Pacto com Deus algo como dessa forma: disse

o Pai: Eu Lhe dou um povo; Eles serão o Seu povo e Tu deves morrer para resgatá-los e

quando Tu tiveres feito isso; quando, por causa deles Tu guardares a Minha Lei e a fizeres

honrosa; quando, por causa deles suportares a Minha ira contra as transgressões deles,

então eu os abençoarei. Eles serão o meu povo. Eu perdoarei as suas iniquidades. Eu

mudarei suas naturezas. Eu os santificarei e os aperfeiçoarei. Houve um aparente, “se”,

neste Pacto como no primeiro. Esse “se” dependia da questão de saber se o Senhor Jesus

obedeceria a Lei e pagaria o resgate, a questão de Sua fidelidade ficou além de dúvidas!

Não existe “se” nele, agora. Quando Jesus inclinou a cabeça e disse: “Está consumado!”,

não restou “se” no Pacto! Ele permanece, portanto, agora como um Pacto totalmente unila-

teral, um Pacto de promessas — de promessas que devem ser mantidas porque a outra

porção do Pacto foi completamente cumprida — a porção do Pai no Pacto deve permane-

cer! Ele não pode e Ele não vai voltar atrás e deixar de cumprir o que Ele pactuou com

Cristo! O Senhor Jesus receberá a alegria que Lhe estava proposta: “Ele verá o fruto do

trabalho da sua alma, e ficará satisfeito” [Isaías 53:11] [...]. Como pode acontecer qualquer

outra coisa senão a aceitação daqueles por quem Cristo foi o Fiador? Você vê por que é

que o Pacto, como eu o li, fica tão absolutamente sem, “ses”, “mas” e “talvezes”, e é execu-

tado somente com base em, “farei” e “serão”? É por causa de um lado dele que parecia

incerto, mas que foi entregue nas mãos de Cristo, que não pode falhar ou desanimar! Ele

completou a Sua parte no Pacto e agora Ele permanece firme e assim permanecerá para

todo o sempre! Este é agora um Pacto de pura graça e nada mais, somente a graça! Que

Page 8: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

7

nenhum homem tente misturar obras com ele, ou qualquer coisa semelhante a mérito hum-

ano! Deus salva agora, porque Ele escolhe salvar, e sobre a cabeça de todos nós vem um

som como de trombeta marcial e ainda com uma música calma e profunda nele: “Compa-

decer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia”

[Romanos 9:15]. Deus nos vê como perdidos e arruinados e, em Sua infinita misericórdia,

vem com promessas absolutas de graça Divina para aqueles por quem Ele deu o Seu Filho

Jesus.

Tudo isso, então, é o que diz respeito ao Pacto.

II. Agora vem a pergunta importante: “EU TENHO PARTE NELE?”. Que o Espírito Santo

nos ajude a apurar a verdade de Deus sobre este ponto! Vocês que estão realmente ansio-

sos em seus corações para saberem, eu sinceramente lhes recomendo ler a Epístola aos

Gálatas. Leia essa Epístola buscando saber se você tem qualquer parte ou porção no Pacto

da Graça. Será que Cristo cumpriu a Lei por mim? As promessas de Deus, que são absolu-

tas e incondicionais, foram feitas a mim? Você pode saber, respondendo a três perguntas.

Em primeiro lugar: Você está em Cristo? Será que você não percebe que eu disse que

todos nós estávamos em Adão e em Adão todos nós caímos? Agora, “como pela desobedi-

ência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos

serão feitos justos” [Romanos 5:19]. Você está no segundo Adão? Você certamente estava

no primeiro Adão, pois foi assim que você caiu! Você está no Segundo? Porque se você

está nEle, você está salvo nEle! Ele cumpriu a Lei por você. O Pacto da graça O levou a

fazer isso por você, se você está nEle, pois, tão certo como Levi estava nos lombos de A-

braão quando Melquisedeque saiu ao seu encontro, assim também todos os crentes esta-

vam nos lombos de Cristo quando Ele morreu na cruz! Se você está em Cristo, você faz

parte de Sua descendência a quem a promessa havia sido feita, mas há apenas uma des-

cendência, e nos diz o Apóstolo: “Não diz: E às descendências, como falando de muitas,

mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo” [Gálatas 3:16]. Se, então, você

está em Cristo, você está na descendência, e o Pacto da graça foi feito com você!

Devo fazer outra pergunta. Você tem fé? Com esta questão, você será ajudado a responder

a anterior, pois os crentes estão em Cristo. Na Epístola aos Gálatas, você vai encontrar que

a marca daqueles que estão em Cristo é que eles têm fé em Cristo. A marca de todos os

que são salvos não é a confiança nas obras, mas a fé em Cristo. Na Epístola aos Gálatas,

Paulo insiste sobre este ponto: “O justo viverá pela fé”, e a Lei não é por fé. Uma e outra

vez ele enfatiza isto.

Page 9: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

8

E, então, você crê em Jesus Cristo com todo o seu coração? Ele é a sua única esperança

para o Céu? Você inclina todo o seu peso, e todas as preocupações da sua salvação sobre

Jesus? Então você está nEle e no Seu Pacto, e não é uma bênção que Deus decretou te

dar, antes Ele dará a Sim mesmo a você! Não há dom da grandeza do Seu coração que

Ele determinou conceder a Seus eleitos, senão o que Ele concederá a você! Você tem a

marca, o selo, o emblema de Seus escolhidos, caso, você, verdadeiramente creia em Cristo

Jesus!

Outra pergunta irá te ajudar, trata-se desta: Você já nasceu de novo? Refiro-me novamente

à Epístola aos Gálatas, que eu gostaria que cada pessoa ansiosa lesse com muito cuidado.

Lá você verá que Abraão teve dois filhos. Um deles nasceu segundo a carne. Este foi

Ismael, o filho da escrava. Embora ele fosse o filho primogênito, ele não era o herdeiro, pois

Sara disse a Abraão: “Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não

herdará com Isaque, meu filho” [Gênesis 21:10; cf. Gálatas 4:30]. Ismael que nasceu segun-

do a carne não herdou a promessa do Pacto! A sua esperança do Céu está fixada no fato

de que você teve uma boa mãe e um bom pai? Então, sua esperança é gerada segundo a

carne e você não está no Pacto! Estou constantemente ouço dizer que os filhos de pais

piedosos não precisam se converterem. Permitam-me denunciar essa mentira perversa! “O

que é nascido da carne é carne” [João 3:6], e nada melhor do que isso! Os que nascem

segundo a carne não são filhos de Deus! Não confie em transferência de graça por geração

natural, ou em ancestrais sagrados! Vocês têm que nascer de novo, cada um de vocês, ou

vocês perecerão para sempre, não importando quem seus pais sejam ou deixem de ser!

Abraão teve outro filho, Isaque, este não nasceu da força de seu pai, e nem segundo a

carne, pois nos é dito que tanto Abraão e como Sara envelheceram. Isaque nasceu pelo

poder de Deus de acordo com a promessa. Ele era o filho dado por graça.

Agora, você já nasceu assim, não pela força humana, mas pelo poder de Deus? A vida que

está em você é uma vida dada por Deus? A verdadeira vida não provém da vontade do ho-

mem, nem do sangue, nem da excelência natural; vem pela ação do Espírito Santo e é de

Deus. Se você tem essa vida, você está no Pacto, pois está escrito: “Em Isaque será cha-

mada a tua descendência” [Romanos 9:7; Hebreus 11:18; cf. Gênesis 17:19]. Os filhos da

promessa, estes é que são contados como descendência. Deus disse a Abraão: “E em tua

descendência serão benditas todas as nações da terra” [Gênesis 22:18], e nisto Deus men-

cionou que justificaria, pela fé, os gentios, para que a bênção dada ao crente Abraão che-

gasse a todos os crentes! Abraão é o pai dos fiéis, ou o pai de todos os que creem em

Deus, e com estes é que o Pacto foi estabelecido.

Aqui, então, estão as perguntas do teste: Eu estou em Cristo? Estou crendo em Jesus?

Sou nascido pelo poder do Espírito de Deus, segundo a promessa, e não somente pelo

Page 10: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

9

nascimento carnal, ou de acordo com as obras? Então eu estou no Pacto! Meu nome está

no registro eterno! Antes das estrelas começarem a brilhar, o Senhor tinha feito um Pacto

para me abençoar. Ou antes da noite e da manhã comporem o primeiro dia, o meu nome

estava em Seu Livro da Vida. Cristo, antes de fundação do mundo, deu as mãos com o Pai

na câmara do conselho da eternidade, e comprometeu-Se a me redimir e trazer a mim e a

uma multidão de outros para Sua glória eterna! E Ele vai fazê-lo também, pois Ele nunca

quebra Seus compromissos de Fiador. E nem o Pai quebra Seus compromissos Pactuais!

Eu quero que você tenha certeza sobre esses pontos, pois oh! que paz isso produzirá em

sua alma, que sossego de coração você obterá quando compreender o Pacto e saber que

seu nome está nele!

III. Este é o nosso último ponto. Se, de fato, podemos acreditar na boa evidência da Palavra

de Deus, a saber, que somos da descendência com quem o Pacto foi feito em Cristo Jesus,

então todas as bênçãos do Pacto virão até nós. Colocarei isto de forma mais pessoal: todas

as bênçãos do Pacto virão até você!

O Diabo diz: “Não, não, não”. Por que não, Satanás? “Por que”, diz ele, “você não é capaz

de fazer isto ou aquilo”. Encaminhe o Diabo ao texto! Diga a ele que leia as passagens que

eu li para você e pergunte se ele pode ver algum, “se”, ou um, “mas”, pois eu não posso.

“Oh”, ele diz, “mas, mas, mas, mas, mas você não pode fazer o suficiente, você não pode

sentir o suficiente”. Diz alguma coisa sobre sentimento lá? Diz apenas: “Eu lhes darei um

coração de carne”. Eles sentirão o suficiente, então! “Oh, mas”, o Diabo diz, “você não pode

amolecer seu coração duro”. Será que a promessa diz que você pode fazer isto? Será que

ela não diz: “tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne”? O

teor da promessa é: EU FAREI ISSO. Eu farei. O Diabo não se atreve a dizer que Deus não

pode fazer isso, ele sabe que Deus pode nos capacitar a esmagá-lo debaixo dos nossos

pés. “Oh, mas”, ele diz, “você nunca vai se manter no caminho, caso você comece a ser

um Cristão”. O Pacto não diz sobre isso: “andarão nos meus estatutos”? E se não tivermos

poder em para andar nos estatutos de Deus? Contudo, Ele tem poder para nos fazer andar

e perseverar neles! Ele pode operar em nós obediência e perseverança final em santidade.

Seu Pacto praticamente promete essas bênçãos para nós. Para voltar ao que disse antes,

Deus não exige de nós, antes Ele nos dá! Ele nos vê mortos e Ele nos ama, mesmo quando

estamos mortos em nossos delitos e pecados! Ele nos vê fracos e incapazes de ajudarmos

a nós mesmos, e Ele entra e opera em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua

boa vontade e, em seguida, nós operamos nossa própria salvação com temor e tremor. O

cerne e o próprio fundamento do Pacto são o próprio Deus! E Ele não encontra nada em

nós para ajudá-lO. Não há fogo nem madeira em nós, muito menos o cordeiro para o

holocausto, tudo que há em nós é vazio e condenação! Ele vem com: “Eu farei” e “vocês

Page 11: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

10

serão”, como um ajudante real proporcionando auxílio gratuito para pecadores miseráveis

e desamparados, segundo as riquezas da Sua graça! Agora esteja certo que, após ter feito

tal Pacto como este, Deus lembrar-se-á sempre do Seu Pacto!

Ele fará isso, em primeiro lugar, porque Ele não pode mentir. Se ele diz que fará, ele fará.

Seu próprio nome é o “Deus que não pode mentir”. Se estou em Cristo, eu serei salvo,

ninguém pode impedir que isso aconteça. Se eu sou um crente em Cristo, serei salvo, todos

os demônios do inferno não podem impedir isso, porque Deus disse: “Quem crer e for bati-

zado será salvo”, “quem nele crê não é condenado” [Marcos 16:16; João 3:18]. A palavra

de Deus não é sim, e depois não. Ele sabia o que dizia quando falou do Pacto e Ele nunca

mudou, nem se contradisse. Se, então, eu sou um crente, eu devo ser salvo, porque eu

estou em Cristo a quem a promessa é feita! Se eu tiver a nova vida em mim, eu necessaria-

mente serei salvo, pois esta não é a vida espiritual e incorruptível da Descendência que

vive e permanece para sempre? Jesus não disse: “a água que eu lhe der se fará nele uma

fonte de água que salte para a vida eterna” [João 4:14]? Bebi a água que Cristo me deu e

ela saltará para a vida eterna! Não é possível que a morte mate a vida que Deus me deu,

nem é possível para qualquer um dos espíritos caídos apague a chama Divina que o próprio

Espírito de Cristo acendeu em meu peito! Devo ser salvo, porque Deus não pode negar a

Si mesmo!

Outrossim, Deus fez o Pacto livremente. Se Ele não tivesse a intenção de mantê-lo, Ele

não o teria feito. Quando um homem é impulsionado para um canto por alguém que diz: “A-

gora você me pagará”, então ele está apto a prometer mais do que ele pode fazer. Ele de-

clara solenemente: “Eu vou te pagar ao fim desta quinzena”. Coitado, ele não tem dinheiro,

agora, e não terá em qualquer época, mesmo assim ele faz uma promessa, porque ele não

pode ajudar a si mesmo. Essa necessidade não pode ser imaginada em relação ao nosso

Deus! O Senhor não estava sob compulsão, Ele poderia ter deixado os homens perecerem

por causa do pecado, não havia ninguém que o impelisse a fazer o Pacto da Graça, nem

mesmo para sugerir a ideia! “Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento,

e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o cami-

nho do entendimento?” [Isaías 40:14?]. Ele fez o Pacto por Sua vontade real e, depois de

ter feito isso, você pode descansar na certeza de que Deus nunca esquecerá Seu Pacto!

Um Pacto tão livremente feito deve ser plenamente cumprido.

Além disso, no documento do Pacto existe um selo. Você viu o selo? A coisa mais importan-

te em uma Escritura de doação é a assinatura ou selo. O que é isto, estes respingos verme-

lhos na parte inferior do mesmo? É sangue! Sim, é sangue. Sangue de quem? É o sangue

do Filho de Deus! Este ratificou e selou a Pacto. Jesus morreu. A morte de Jesus assegurou

o Pacto! Deus pode esquecer o sangue do Seu Filho amado, apesar de Seu Sacrifício?

Page 12: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

11

Impossível! Todos aqueles por quem Ele morreu como um Substituto pactual Ele salvará!

Seus remidos não devem ser deixados em cativeiro, como se o preço do resgate não

houvesse sido pago. Será que Ele não disse: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que

vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” [João 6:37]? Esse Pacto está seguro, em-

bora as velhas colunas da terra arqueiem, pois o Pai jamais desprezará este sangue.

Deus também se deleita no Pacto e assim temos a certeza de que Ele não retrocederá a

partir dele. Esta é a própria alegria de Seu santo coração! Ele tem prazer em fazer o bem

ao Seu povo. Passar pela transgressão, iniquidade e pecado é a recreação de Jeová! Você

já ouviu falar de Deus cantando? É singular que o Ser Divino conforte a Si mesmo com mú-

sica, mas ainda um profeta revelou que o Senhor: “se deleitará em ti com alegria; calar-se-

á por seu amor, regozijar-se-á em ti com cânticos” [Sofonias 3:17, tradução livre]. O Pacto

é o coração de Deus escrito com o sangue de Jesus, e uma vez que toda a natureza de

Deus corre em paralelo com o teor do Pacto Eterno, você pode estar certo de que até mes-

mo seus “jotas” e seus “tis” estão seguros!

E então, por fim, ó vocês que estão no Pacto, não tenho dúvida de que Deus irá salvá-los,

guardá-los, abençoá-los vendo que vocês estão crendo em Jesus, estão em Jesus e são

ressuscitados para viver em novidade de vida! Você não ousa duvidar se eu te disser mais

uma coisa: se o seu pai, se o seu irmão, se o seu melhor amigo houvesse solenemente de-

clarado um fato, você suportaria que alguém dissesse que ele mentiu? Eu sei que você fica-

ria indignado com tal acusação! Mas suponha que o seu pai, da maneira muito solene, hou-

vesse feito um juramento; você por um só minuto pensaria que ele houvesse cometido

perjúrio e jurado uma mentira? Agora volte-se para a Palavra de Deus e você descobrirá

que Deus, sabendo que um juramento entre os homens é o fim de toda a contenda, foi do

agrado dEle selar o pacto com um juramento. “Para que por duas coisas imutáveis, nas

quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o

nosso refúgio em reter a esperança proposta” [Hebreus 6:18]. Deus levantou a mão para o

céu e jurou que Cristo terá a recompensa de Sua paixão, que os Seus adquiridos, serão

atraídos por Sua influência, que depois de ter assumido o pecado e tê-lo tirado, jamais o

pecado recairá uma segunda vez sobre os redimidos!

Em suma. Você crê em Cristo? Então, Deus trabalhará em você para querer e fazer a Sua

boa vontade! Deus derrotará o seu pecado! Deus lhe santificará! Deus lhe salvará! Deus irá

guardá-lo! Deus conduzirá você a Si mesmo, finalmente! Descanse neste Seu Pacto, em

seguida, movido por uma intensa gratidão, vá e sirva ao seu Senhor de todo o teu coração,

alma e força! Ao ser salvo, viva para louvá-lO! Trabalhe não para que você possa ser salvo,

mas porque você está salvo, o Pacto garante e sua segurança! Liberte-se do temor servil

que Ismael pode ter conhecido, viva a vida feliz de um Isaque! E movido pelo amor do Pai,

Page 13: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

12

gaste e seja gasto pela causa dEle! Se a esperança egoísta de ganhar o Céu pelas obras

moveu alguns homens para um grande sacrifício, muito mais motivo piedoso da gratidão

para com Aquele que fez tudo isso por nós deverá nos mover para o serviço mais nobre e

nos fazer sentir que ele não é nenhum sacrifício! “Porque o amor de Cristo nos constrange,

julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por

todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu

e ressuscitou” [2 Coríntios 5:14-15]. “Não sois de vós mesmos... fostes comprados por bom

preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a

Deus” [1 Coríntios 6:19-20]. Se você é salvo sob o Pacto da Graça, a marca dos pactuados

está sobre você e o caráter sagrado dos pactuados deve ser exibido em você! Bendiga e

magnifique o Pacto de Deus! Tome o cálice do Pacto e invoque o Seu nome! Pleiteie as

promessas da Pacto e tenha tudo o que você precisa! Amém.

EXPOSIÇÃO de JEREMIAS 31:1-22a, por C. H. SPURGEON:

Verso 1. NAQUELE tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e

elas serão o meu povo. Durante o banimento dos israelitas para a Babilônia, a Pacto de

Deus com eles havia sido, por assim dizer, suspenso. Mas nesta promessa de sua restau-

ração, Ele o traz à lembrança, mais uma vez, e Ele graciosamente faz uma volta graciosa

peculiar a ele: “serei o Deus de todas as famílias de Israel”. Que misericórdia é uma família

de Deus e ter toda a nossa família em Cristo! Irmãos e Irmãs, vocês têm uma Bíblia da

família e vocês, têm, espero, um altar familiar — que toda a sua família venha a pertencer

a Deus!

2. Assim diz o SENHOR: O povo dos que escaparam da espada achou graça no deserto.

Israel mesmo, quando eu o fizer descansar. Faraó tentou matar Israel. Quando ele puxou

a sua espada, parecia que toda a nação seria morta. Mas Deus os levou para longe de Fa-

raó, para o deserto, e ali lhes deu descanso. Deus ainda tem um povo que Ele certamente

salvará e o adversário não será capaz de destruí-los. Agora vem este versículo glorioso:

3-4. Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei,

por isso com benignidade te atraí. Ainda te edificarei, e serás edificada. Jerusalém estava

toda devastada. Suas casas estavam vazias e seus palácios estavam em ruínas, mas a

promessa de Deus para ela foi: “Ainda te edificarei, e serás edificada”. Se o pregador tenta

reconstruir aqueles que estão quebrados espiritualmente, o seu trabalho pode ser falho.

Mas quando Deus o faz, então, isso é efetivamente realizado.

Page 14: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

13

4. Ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos

que se alegram. Deus pode tirar a dor de Seu povo, e enchê-los de alegria exultante. Seus

pés ligeiros devem seguir a música, e eles serão extremamente felizes. Que o Senhor faça

o Seu povo alegre, agora, em Sua Casa de Oração!

5. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e comerão

como coisas comuns. O povo de Deus tornará a trabalhar, mais uma vez, e eles verão o

fruto do seu trabalho e se alegrarão diante de Deus, porque eles não trabalharam em vão

nem se esforçaram inutilmente.

6. Porque haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos,

e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus. Os homens de Efraim não subiam a Sião para

adoração, abandonaram o altar em Jerusalém. Mas o dia virá em que eles se converterão

novamente para o Senhor! Vigias devem estar à procura de inimigos, mas o dia virá em

que, mesmo eles serão capazes de deixar as suas torres de vigia e dizer: “Levantai-vos, e

subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus”. Estão alguns de vocês vigiando exatamente

agora com olhos ansiosos? Vocês têm vigiado durante a noite toda? Bem, vocês ainda não

viram o bastante, e seus olhos doem ao olharem para o mal — então [...] digam um para o

outro: “Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus”.

7-8. Porque assim diz o SENHOR: Cantai sobre Jacó com alegria, e exultai por causa do

chefe das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, SENHOR, ao teu povo, o res-

tante de Israel. Eis que os trarei... Observe a oração e a resposta. A oração é colocada em

nossas bocas e antes que mal tenhamos tempo para proferi-la, a resposta vem — “Salva,

SENHOR, ao teu povo, o restante de Israel. Eis que os trarei!”.

8. Da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá ce-

gos e aleijados. Como eles podem vir? Será que eles ajudarão um ao outro? Deus mesmo

será olhos para o cego, e pés para o coxo!

8. Grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui. Elas não

estavam aptas para viajar, no entanto, Deus, em Sua grande misericórdia, pode fazer o ma-

is fraco de seu povo forte! E quando Ele os traz para Si mesmo, eles virão mesmo que pare-

ça como se não pudessem vir!

9. Virão com choro. Não importa o choro, enquanto eles vierem, o que importa é que ve-

nham, e lembre-se que não há verdadeira fé sem lágrimas de arrependimento em seu olho

— “Virão com choro”.

Page 15: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

14

9. E com súplicas os levarei. O caminho da oração é o caminho para Deus.

9. Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão. Felizes

são as pessoas que têm promessas tão preciosas como essas! O caminho é reto e os pés

serão tão firmemente plantados que “não tropeçarão”.

9-11. Porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. Ouvi a palavra do

SENHOR, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Is-

rael o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho. Porque o SENHOR resga-

tou a Jacó. O segredo de todas as outras bênçãos é a redenção! Se Deus redimiu, Ele

salvará — dependa disso — o precioso sangue de Jesus nunca será derramado em vão!

11-12. E o livrou da mão do que era mais forte do que ele. Assim que virão. Se eles forem

resgatados, “eles virão”. Cristo não morreu em vão! A redenção que Ele operou será eficaz:

“Assim que virão”.

12. E exultarão no alto de Sião, e correrão aos bens do SENHOR, ao trigo, e ao mosto, e

ao azeite, e aos cordeiros e bezerros. Estas são todas as misericórdias temporais e é uma

grande bênção ver a bondade de Deus nelas. Se Deus abençoa misericórdias comuns, elas

são verdadeiramente bênçãos! Mas, sem a Sua bênção elas podem se tornar ídolos, e

consequentemente podem tornar-se maldições.

12. E a sua alma será como um jardim regado. Oh! que símile agradável! É de pouca utilida-

de para o corpo ser alimentado a menos que a alma também esteja bem nutrida! “Sua alma

será como um jardim regado”.

12-14. E nunca mais andarão tristes. Então a virgem se alegrará na dança, como também

os jovens e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes

darei alegria em lugar de tristeza. E saciarei a alma dos sacerdotes com gordura. Deus dará

aos líderes espirituais de Seu povo o suficiente e mais do que suficiente, mais do que eles

podem tomar, Ele vai saciá-los com gordura.

14. E o meu povo se fartará dos meus bens, diz o SENHOR. Que deleitosa promessa é

esta! Escutem-na e levem-na consigo para casa, todos vocês que são verdadeiramente o

povo do Senhor.

15. Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel

chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque já não existem. Há

Page 16: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

15

aqui uma alusão profética para o massacre das crianças por Herodes no momento do nas-

cimento de nosso Senhor. Foi, de fato, um momento de tristeza.

16-17. 16 Assim diz o SENHOR: Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos;

porque há galardão para o teu trabalho, diz o SENHOR, pois eles voltarão da terra do ini-

migo. E há esperança quanto ao teu futuro, diz o SENHOR, porque teus filhos voltarão para

os seus termos. Raquel é representada como chorando por seus filhos, ou como que enlu-

tada pelas tribos que foram levados para o cativeiro. No entanto, ela é consolada pela graci-

osa garantia do Senhor: “eles voltarão da terra do inimigo”. E assim aconteceu, e haverá

um futuro ainda mais glorioso para o povo de Deus da antiga raça de Abraão!

18. Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo: Nunca haverá um penitente neste mundo

que se queixe de que Deus não o ouviu! Não pense que um único grito penitencial de um

coração contrito ficou sem ser ouvido! Isso não pode acontecer, os ouvidos de Deus são

prestos para ouvir os clamores dos penitentes.

18. Castigaste-me e fui castigado, como novilho ainda não domado. “Eu suportei o castigo,

mas não derivei qualquer benefício do mesmo. Não me arrependi do meu pecado, eu não

me converti a Ti”.

18. Converte-me, e converter-me-ei, porque tu és o SENHOR meu Deus. Se o Senhor nos

converter, nós seremos convertidos, seremos verdadeiramente convertidos, ou seja, trans-

formados.

19. Na verdade que, depois que me converti, tive arrependimento; e depois que fui instruído,

bati na minha coxa; fiquei confuso, e também me envergonhei; porque suportei o opróbrio

da minha mocidade. Há alguém aqui relembrando o passado com terror, e lamentando di-

ante de Deus por causa de seus pecados? Então, ouça o que Deus diz! Ele parece ecoar

a voz de Efraim. Assim como Efraim lamenta-se, Deus lamenta-Se dele!

20. Não é Efraim para mim um filho precioso, criança das minhas delícias? Você pode espe-

rar que a resposta seja: “Não, ele perdeu os direitos da infância. Ele tem sido desagradável

e tem provocado a Deus”. No entanto, Deus não dá uma resposta assim como esta para

as Suas próprias perguntas, antes Ele diz:

20. Porque depois que falo contra ele, ainda me lembro dele solicitamente. Não obstante o

Senhor tê-lo ameaçado, e enviado profetas para prever o mal para Ele por causa de seu

pecado, contudo Ele diz: “ainda me lembro dele solicitamente”.

Page 17: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

16

20. Por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me compadecerei dele, diz

o SENHOR. Oh! que discurso maravilhoso Deus faz aqui! Até mesmo o Deus infinitamente

bendito representa a Si mesmo como passando por problemas a respeito de pecadores pe-

nitentes, lembrando deles em piedade e desejando ter compaixão deles.

21. Levanta para ti sinais, faze para ti altos marcos, aplica o teu coração à vereda, ao cami-

nho por onde andaste; volta, pois, ó virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades. Na tra-

vessia do deserto, os viajantes levantam montículos de pedra para lhes servir de direção

em uma ocasião futura através daquele mar de areia sem veredas. E assim Deus os convi-

da a levantarem sinais e fazerem altos marcos para que eles possam saber como voltar

para Ele.

22. Até quando andarás errante, ó filha rebelde? Deus ainda pergunta misericordiosamente:

“Por quanto tempo vocês procurarão consolo aqui e ali?”. Vocês nunca vão encontrá-lo até

que vocês voltem para o seu Deus! O vazio está escrito sobre tudo até que o coração en-

contre o seu Salvador e Senhor!

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

Page 18: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

17

10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

Page 19: Sermão nº 3261, o Pacto, por C. H. Spurgeon

Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

18

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.