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EDUCAÇÃO DE ADULTOS
6 a 10 de Julho, das 18H00 às 22H00 (6ª feira, 18H00 às 20H00)
Dulce Sá Silva6 de Julho 2009
APRESENTAÇÃO
Formadora e Formandos
OBJECTIVOS
- Compreender a função da educação de adultos numa sociedade em transformação, marcada pela globalização e multiplicidade / diversidade informativa.- Caracterizar contextos e modalidades de educação de adultos. - Reflectir sobre a relação entre a educação de adultos e as formas escolares e não-escolares da educação.
Conteúdos- O que é um (ser) adulto? - Andragogia x Pedagogia.- Aprendizagem ao longo da vida.- A Educação de Adultos em Portugal.
BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL
- ANTUNES, M. C. (2007). Educação de adultos e intervenção comunitária II. Coimbra: Almedina.
- CANÁRIO, R. e CABRITO, B. (2005). Educação e formação de adultos. Mutações e convergências. Lisboa: Educa.
- CASTELS, M. e INCE, M. (2003). Conversas com Manuel Castels. Porto: Campo das Letras.
- FINGER, M. e ASÚN, J. M.(2005). A educação de adultos numa encruzilhada. Porto: Porto Editora.
- FREIRE, P. (1994). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
AVALIAÇÃO
- Contínua
- Trabalho final de 5 a 8 páginas.
INTERVALO
O QUE É UM SER ADULTO?(Smith, 2002)
estado biológico estado legal estado psicológico forma de comportamento um conjunto de papéis sociais
?
O QUE É A VIDA ADULTA?
- uma época sem grandes mudanças. - uma etapa de estabilidade, de rotinas onde o adulto
sente mesmo adversidade pela mudança.
- vida adulta é “deixada aparentemente nas suas antigas certezas como uma idade sem problemas, uma vez definida como idade de referência” para todas as outras fases de vida Boutinet (2000: 11).
A idade adulta não é uma etapa de estabilidade e imutabilidade.
CORRENTES EPISTEMOLÓGICAS
O indivíduo atinge a maturidade, mas esta não é estática.
As correntes epistemológicas . progressista, . behavorista, . humanista, . crítica, . construtivista
não existe uma visão unívoca e singular deste período de desenvolvimento humano.
Este deve ser visto sob vários prismas . biológicos, . cognitivos, . emocionais, . relacionais, . sociais
marcados por continuidades e descontinuidadescontinuidades e descontinuidades (Vandenplas-Holper, 1998: 256) e sujeitos a múltiplas forças internas e externasforças internas e externas (Lerner e Walls, 1999).
A NÍVEL COGNITIVO
- o pensamento formal não é o último estádio de desenvolvimento deste nível (Perry, 1970, 1981; Brookfield, 1995, 1998; Mezirow, 1978, 1991; Cavanaugh, 1991),
- a cognição, na vida adulta, está mais ligada a questões pragmáticas da vida real (Knapper e Cropley, 1985; Knowles, 1986; Smith, 1988).
É necessário considerar o desenvolvimento da cognição na vida adulta, para além das operações formais, pelas operações pós-formais (Brookfield, 1998: 292).
TEORIAS PSICOLÓGICAS
Os adultos típicos:- trabalham, - constituem família, - relacionam-se emocionalmente, - aprendem nas diferentes dimensões da vida, - educam os seus filhos, - têm projectos de vida individuais e colectivos
transformações
TEORIAS BIOLÓGICAS
- As primeiras teorias fundamentavam-se em aspectos fisiológicos e em bioquímicos.
- Hoje, com a genética, consideram-se os aspectos moleculares.
Para Schaie e Willis (2003: 298), “como adultos, as nossas condutas relacionadas com as necessidades físicas básicas, tais como comer, beber e ir ao banheiro, reflectem as expectativas culturais, as experiências de socialização e as condutas aprendidas, além de factores fisiológicos”.
Quando isso não ocorre, produz-se alienação e perda do sentido social e individual no viver de cada ser humano (Maturana, 2004).
TEORIAS SOCIAIS
Segundo Seiffert (2001: 16/52)
geraçõesA primeira geração – microssocial - teorias elaboradas entre
1949 e 1969 - unidade de análise o indivíduo e abordam factores como os papéis sociais e as normas.
A segunda geração – macrossocial - teorias elaboradas entre 1970 e 1985 – concentram-se nas transformações das condições sociais.
A terceira geração agrupa teorias que criticam e sintetizam as proposições das anteriores.
“RELÓGIO SOCIAL” - Neugarten
Nos anos 60, do século passado, pesquisou as expectativas dos adultos em relação ao seu desempenho vital e criou a ideia de “relógio social”
Por exemplo, - “está na hora de casar”, - “depois da doença que quase me levou, eu
passei a dar valor àquilo que é essencial”.
existência no mundo social.
DESENVOLVIMENTO DA VIDA HUMANA Vanderplas-Holper (1998)
O desenvolvimento da vida humana é um tecido de relações complexas.
A partir dos anos 70 do século XX, Paul Baltes e colaboradores são considerados os líderes na formulação dos princípios teóricos que orientam o estudo do desenvolvimento ao longo de toda a vida.
LIFE-SPAN
Riegel chegou à conclusão de que se pode admitir que certas pessoas têm capacidades cognitivas superiores e uma longevidade superior.
- factores biológicos e - factores psicológicos.
O organismo imprime a sua marca sobre o meio modificando-o e sendo por ele modificado.
O DESENVOLVIMENTO PARA RIEGEL
O desenvolvimento não significa um caminho linear mas uma tensão constante entre as forças que o determinam.
Os esforços adaptativos do indivíduo conduzem o desenvolvimento a um novo desenvolvimento.
TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA
Segundo Schaie e Willis (2003)- o final da escolarização, - o trabalhar e ser economicamente independente, - viver fora da família, - o ter um matrimónio e - o praticar a paternidade/maternidade.
Acontecimentos determinados pelas expectativas sociais e os cenários históricos.
MODELO BIOECOLÓGICO Bronfenbrenner e Morris, 2006
Concepção ecológica de desenvolvimento humano
"modelo bioecológico".
TEORIA DA ACÇÃO e DO CONTROLO PESSOAL
Para Overton (2006), a teoria da acção em geral e o conceito de controle (Brandtstadter, 1984) representam uma abordagem "centrada na pessoa" susceptível de permitir o estudo de processos e operações implicados na atribuição/produção de sentido ao modo como a actividade humana se desenrola,
ao falar-se de acção humana está-se necessariamente a falar também de - projectos, - intenções, - objectivos, - motivos, - razões, - interpretações…
noções às quais a teoria da acção e do
controle pessoal recorrem frequentemente.
CICLOS DE VIDA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
A teoria de curso de vida (Baltes, Staudinger, Lindenberger, 1999) considera que o desenvolvimento não se completa numa determinada fase, mas estende-se ao longo da vida.
BEM-ESTAR FÍSICO E SOCIAL (Baltes,1995)
os estudos demonstram que durante a vida adulta os indivíduos “continuam a ser desafiados pelas suas próprias expectativas quanto ao futuro, por novas exigências ambientais, pelo desejo de progresso e pela contínua preocupação com o senso de controlo, a integração e a produtividade social” (Neri, 1995: 12).
Para mais, para que o indivíduo mantenha o seu bem-estar físico e social e acompanhe as mudanças e exigências da sociedade, faz-se necessário levar em consideração
- o ambiente em que vive, - os valores sociais e individuais, - as circunstâncias da sua história de vida.
INÍCIO DA VIDA ADULTA (Papalia e Olds, 2000)
O início da vida adulta é definido como o período aproximadamente entre os 20 e os 40 anos de idade: a sua saúde, a sua felicidade e o seu sucesso.
Principais aspectos do desenvolvimento do jovem adulto: - a saúde física atinge o máximo, depois cai
ligeiramente; - a habilidade cognitiva assume uma maior
complexidade; - as decisões sobre os relacionamentos
íntimos são tomadas; - a maioria das pessoas casa-se e tem filhos; - e as escolhas profissionais são feitas.
FASES DA VIDA ADULTA (Mosquera, 1982)
Apresenta a vida adulta em três fases: - adultez jovem, - adultez média e - adultez velha.
“cada fase tem uma problemática específica, dividida em sub-problemáticas que atingem as pessoas nos seus momentos decisivos ante o seu próprio projecto vital e as suas relações com os outros” (p. 98).
CICLOS DE VIDA Berger (2003) e Bee (1997)
Dividem o ciclo de vida em sete estágios, respectivamente: - os dois primeiros anos,
pré-natal e nascimento; - a época do brincar,
dos 2 aos 6 anos; - os anos escolares,
dos 6 aos 12 anos; - a adolescência; - o início da idade adulta; - a idade adulta intermediária e - a idade adulta avançada ou vida adulta
tardia.
CICLOS DE VIDA Papalia e Olds (2000)
Usam oito períodos: - pré-natal; - primeira infância; - segunda infância; - terceira infância; - adolescência; - jovem adulto; - meia-idade e - terceira idade.
CICLO VITAL Gallahue e Ozmun (2005)
Dividem o ciclo vital em quatro estágios: - primeira infância; - infância; - adolescência e - idade adulta.
A NÃO LINEARIDADE DA VIDA ADULTAAntunes (2007: 52)
“ao ressaltar a não linearidade das divisões da vida adulta, aponta-se a muitas caracterizações, seja pela forma como a maturação e desenvolvimento psicológico acontece, como pelas responsabilidades e realidades que o social lhe propuser”.
AS LÓGICAS DE “SER ADULTO”
Duas lógicas resumem as diversas perspectivas sobre o que é “ser adulto”:
1. O adulto um sujeito equilibrado, estável, mesmo rotineiro e instalado e outra que reconhece o adulto como um sujeito que se perspectiva em desenvolvimento numa atitude de experimentação, de progressão, de formulação de desejos e concretização de projectos (Costa e Silva, 2003).
2. O adulto problema que tem de lidar com o imprevisto, o risco, a exclusão e a inexistência de quadros de referência.
Estas duas lógicas, que se opõem e conferem ao adulto uma definição paradoxal, também se podem unir “produzindo um efeito desmultiplicador numa espécie de desestabilização da vida adulta” (Boutinet, 2000: 19).
CONCLUINDO… maior expectativa de vida…
Os adultos vivem, hoje, - maiores expectativas de vida e - melhores possibilidades de futuro,
melhores condições na sua existência e mais possibilidades de
desenvolvimento cognitivo através das suas próprias experiências vitais.
VISÃO HOLÍSTICA DA VIDA
Passou a ser vivida no presente – levando em conta o todo da pessoa;
- os acertos criativos são efectuados de acordo com as necessidades individuais actuais;
- a aprendizagem e o cultivo dos aspectos positivos (os ganhos);
- ver reconhecido o valor e o sentido da vida, mediante mudanças de hábitos e atitudes, nomeadamente problematizando o desenvolvimento interior e espiritual e a aceitação da morte.
Lerner, Easterbrooks e Mistry (2003).
Em cada etapa da vida adulta, ou nas suas subdivisões, revelam-se características e processos de crescimento, que envolvem momentos de
- transições, - de crises, - de passagens de um estado emocional psicológico para um outro.
Hoje, a pessoa em desenvolvimento deixa de ser biologizada, ou psicologizada, ou sociologizada. O indivíduo é sistemizado, ou seja, o seu desenvolvimento é conceptualizado e estudado tendo em conta a sua integração numa matriz de variáveis que derivam de múltiplos sistemas de organização.
- desenvolvimento pessoal e
- auto-realização
DESENVOLVIMENTO FENÓMENO BIOPSICOSSOCIAL
Envolve e incorpora - biologia (Gottlieb, Wahlsten e Lickliter, 2006) - genética (Overton, 2006) - dinâmicas histórica e sociocultural (Elder e
Shanahan, 2006)
paradigma contextualista
descrição e explicação da variabilidade inter-individual e da plasticidade intra-individual ao longo da vida humana (Fonseca, 2007).
O QUE É UM SER ADULTO? (Boutinet, 2000: 17)
“é entendido doravante como perspectiva, uma maturidade vocacional nunca atingida, mas em contínua conquista”.
SER ADULTO NO SÉC. XXI
No século XXI, o adulto é considerado como um - estado inacabado,
- sujeito a um contínuo processo de construção e desenvolvimento
deixando, a partir dos anos 90, de ser definido como - o indivíduo equilibrado, - estável, - instalado e, consequentemente, - rotineiro, isto é, um adulto como
estado terminado e estático.
O QUE É UM SER ADULTO? (Sousa, 2007)
“ser adulto é representado socialmente e de forma hegemónica como um estatuto a atingir com a obtenção de estabilidade na vida profissional, financeira e familiar”.
O QUE É UM SER ADULTO?
É um ser inacabado… em constante transformação!