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5/16/2018 Semiologia 1ºSemestre (1) - slidepdf.com
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Semiologia1º Semestre
2011/2012
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2 Apontamentos Semiologia
Introdução
Signo: é um elemento que representa algo; a união do significante com osignificado. Trata-se da associação de uma imagem acústica a um conceito.
Nem todos os signos são signos verbais (ex: um desenho que representaalunos nas aulas também é um signo mas trata-se, mais propriamente, umícone).
Um signo representa algo na ausência disso; representação de algo na suaausência.
Significante: é aquilo que apresenta o signo; a componente expressiva dosigno.
Semeion= signo ou sinal- Dá origem à palavra semiologia- Por vezes, signo e sinal são sinónimos, noutras vezes podem ser entidades
distintas, na medida em que o signo é uma entidade que representa e o sinalé da origem do estímulo ou da comunicação máquina- Exemplo: Fogo que nos faz tirar a mão é um sinal, enquanto um cartaz deperigo é um signo
Semiologia= Semion + Logos Conhecimento sobre os signos
Max Webber:- Distinção entre actos do homem e acção social- Distinção que retoma à distinção entre sinal e signo- Actos do homem: todas as experiencias que os homens e os seres vivos
partilham, estudados pelas ciências naturais (química, biologia, genética),leva-no para a noção de sinal; todo um conjunto de comportamentosinstintivos que ocorrem antes da significação- Acção social é uma noção mediada pelo sentido produzido pelosindivíduos; envolve os sujeitos que produzem e trocam sentidos; está ligadoà produção de significação- O ponto de vista da Semiologia é sempre baseado na significação- Concepção da Semiologia que visa estudar toda a experiência humana;fala-se da visão pansemiótica (pan= tudo), sendo uma visão abrangente da
Semiologia que considera que toda a experiencia humana pode ser estudadapela Semiologia- Semiologia Saussure: consagrado ao nível da Europa- Semiótica Peirce: consagrado na escola anglo-saxónica, ao nível dapragmática- Semiologia e Semiótica são, portanto, sinónimos- Semiologia é ciência em geral do estudo dos signos- Semiótica já faz um estudo mais aplicado a um objecto de estudoespecífico
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3 Apontamentos Semiologia
Umberto Eco: O hábito fala pelo monge
Texto que se posiciona numa perspectiva pansemiótica
Tudo é comunicação, tudo pode significar e comunicar
A linguagem verbal permite-nos significar e comunicar A linguagem verbal é acompanhada por outros aspectos do nosso
comportamento: gestos, expressão facial, tom de voz
Um conjunto de outros aspectos que acompanham a linguagem verbal, talcomo a expressividade
A expressividade parece ser mais espontânea
Será que podemos pensar esta expressividade como linguagem?
Segundo Eco, podemos olhar para estes fenómenos, e que parecem serespontâneos e intuitivos, como linguagem, querendo dizer que esses
fenómenos não são apenas espontâneos mas também culturais, comaspectos convencionais (ex: aperto de mão é uma convenção comsignificado)
Signos expressivos: todos os elementos da ordem do comportamento maspensados do ponto de vista da sua significação, concebidos como podendofazer parte de uma linguagem
Palavras: signos artificiais, criadas por uma convenção partilhada pelanossa cultura
Quer a linguagem verbal, quer a expressividade podem ser estudadas pela
Semiologia Será que se pode separar os objectos da sua funcionalidade?
Segundo Eco, não se pode. Todos os objectos cumprem a sua função mastêm uma significação própria. Logo, os objectos também podem serestudados pela Semiologia
Também as palavras, em determinados conceitos, servem para algo
Não só os objectos servem para cumprir determinadas funções comotambém as palavras servem para algo
O discurso tem muitas vezes uma função prática- acção perfomativa
Signos funcionais: descrevem todos aqueles objectos que servem; têm umafunção e indicam/têm uma significação
Por vezes, a significação e a funcionalidade de objectos; a significação deobjecto é tão importante que a sua funcionalidade passa para segundoplano
Distinção entre 2 tipos de códigos e convenções
Convenções fortes são diferentes de convenções fracas
Convenções fortes: um código estável, obrigatório, quando é infringido hásanções (ex: língua)
Conveções fracas: Define-se pela sua mudança, caracterizado pela suarapidez; é mutável; estudar o código fraco na sua permanente mudança
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4 Apontamentos Semiologia
Jean Baudri-Clard, Bernard Taussaint- Introdução à Semiologia
Proposta de Jean Baudri-Clard de juntar/relacionar a Semiologia e aeconomia
4 Lógicas que descrevem o estatuto do objecto na sociedadecontemporânea
As 4 lógicas são independentes e autónomas entre si
1ª Lógica: Lógica Funcional do valor de uso do objecto- Descrição do objecto como uma ferramenta/utensílio- Valor de uso descreve o objecto através das suas funcionalidades práticas;este valor de uso serve para o homem desempenhar determinadas funçõespráticas- Descreve uma relação directa entre o homem e a sua ferramenta
2ª Lógica: Lógica Económica do valor de troca
- O objecto é considerado uma mercadoria- Lógica da equivalência e do mercado- Objecto pensado em função do valor ou preço desse mesmo objecto- Equivalência entre o objecto e o preço- O objecto ganha valor não pela finalidade mas pelo preço que tem nomercado- É uma lógica mais abstracta
3ª Lógica: Lógica de Troca simbólica- É uma lógica do dom e da ambivalência
- Relação que suporta a troca do objecto- O objecto é singular, único e a relação é projectada nesse objecto- O objecto não tem um valor autónomo à relação em que é trocado- O objecto carrega um dom, uma afectividade que é projectada no objecto- É muito antiga na sociedade e por isso remete à dimensão mágica dasociedade- A noção de dom tem 2 cargos: uma mágica (ritual), outra afectiva- A noção de ambivalência: a única lógica que retém a complexidade dasrelações humanas
- O objecto está carregado de sentidos e emoções 4ª Lógica: Lógica do Valor/Signo
- Lógica da significação, da diferença e do estatuto social- O objecto de consumo define-se como um signo- O objecto tem uma significação (ex: marcas)- O consumidor adquire determinados universos de significação, paraBaudri-Clard adquire e ostenta- Pequena diferença de significação que distingue o produto; um consumode diferença
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5 Apontamentos Semiologia
- Argumento do contexto de produção; as marcas apagam o contexto deprodução, fazem-no esquecer o modo real como os produtos sãoproduzidos- O produto é opaco nesta lógica
- Há uma lógica de fascínio pelas marcas e pela imagem que elas nosapresentam
Pan-semiótica
Descreve um campo alargado de estudo da semiologia
A semiologia tem a ambição de estudar toda a experiência humana
Pan-semiótica metafísica ou antológica:- Defende que toda a experiência humana deve ser objecto de estudo daSemiologia
- Há uma necessidade/obrigatoriedade Pan-semiótica metodológica:
- Defende que toda a experiência humana pode ser objecto de estudo daSemiologia, mas coloca à parte dos outros
Ambas as vertentes da pan-semiótica, a noção de pan-semiótica considera asemiótica uma epistemologia da ciência total
Palavras, línguas, linguagens naturais/nacionais = signos, objectos deestudo da pan-semiótica
Signos olfactivos, tácteis: Dimensão cultural dos sentidos
Significação: um sujeito que interpreta a realidade Quinésia: o estudo da gestualidade dotada de significação (ex: dança, teatro,
mímica), os gestos do corpo têm uma significação
Proxémica: o estudo da significação das distâncias entre nós, distânciasfisicas
Fronteiras da Semiologia
1. Fronteira Metodológica: Pan-semiótica2. Fronteira que se estabelece entre Semiologia e Teoria da Comunicação
As teorias da comunicação estudam o fluxo das diferentes unidades Para as teorias da comunicação o conceito em que é construída uma
mensagem é objecto de estudo das teorias da comunicação
Relação de uma determinada obra e o seu contexto - Teorias daComunicação
A Semiologia não estuda o contexto da mensagem mas a estruturainterna da mensagem
O objecto de estudo central da Semiologia é a mensagem e para issoé necessário o conhecimento do código da mensagem e isso faz-se
procurando a estrutura interna da mensagem (como é que ela seorganiza)
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6 Apontamentos Semiologia
A Semiologia está preocupada em encontrar os elementosestruturais de uma mensagem e as regras que a organizam
A Semiologia surge no início do séc. XIX e surge em contraste eruptura de uma tradição longa da linguagem e literatura baseadas
numa visão historicista e numa permanente relação entre o texto e ocontexto
A Semiologia vem, então, romper com isto e insere-se num conjuntode movimentos artísticos que querem romper com a tradiçãoexistente
Um período rico em introduções/inovações metodológicas3. Fronteira do Referente
O referente é a coisa real designada pelo signo (ex: dor de barrigaque a Sra. Sílvia sente é a dor real que esta sente, ou seja, é o
referente) Os signos têm imagens acústicas- /dor/- a noção de imagem acústica,
ou seja, o significante do signo, a representação psíquica do somdesse signo
“dor”- representa o significado
O signo acima de tudo é uma entidade de significação e tem acapacidade de significar a coisa correcta
A noção de referente implica sempre a noção de linguagem como omundo que ela designa
A semiologia estuda a forma como os signos se estruturaminternamente para significar
A Semiologia incide na significação
Signos que não têm um referente real
Existem signos que designam vários referentes
A relação ou referente é arbitrária e que do ponto de vista daSemiologia o que interessa compreender é a significação e o código, epara isso é necessário olhar para o interior do próprio signo (fonema:pato, gato, rato; sozinhos não tê significação mas quando se
produzem ganham; fonemas são unidades pré-significantes) O modo como o signo se constitui em função de um código e como se
combina internamente
Interessa conhecer a significação e não a estética ou a ética4. Fronteira Regional da Semiologia:
Delimita mais o campo da Semiologia, restringe-o
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7 Apontamentos Semiologia
Campo da Semiologia delimitado por:
Campo do mito ou ideologia; Campo Supra-semióticoSigno;Campo Semiótico
Limiar/Fronteira Sinal; Campo Infra-semiótico(experiência puramente instintiva ou mecânica)
Campo Infra-semiótico:- Estamos perante a experiência instintiva ou mecânica(comunicação entre homens ou seres vivos e entre máquinas)- Um sinal é um estímulo do meio-ambiente que desencadeia um
processo de transmissão e resulta numa resposta adequada- A noção de dispositivo maquínico também se insere como umsistema programado para funcionar de uma forma regular eprevisível- Quer no instinto, quer na mecânica não há representação pois oestimulo não representa nada, ele age como uma resposta- Para Humberto Eco, podemos assinalar 4 condições para assinalaro campo sinal e do signo- Campo sinal:
1ª: Existe uma fonte possível de acontecimentos em que um códigoseleccionar para transmitir certos acontecimentos consideradospertinentes2ª: O destinatário é um dispositivo maquínico que responde demaneira unívoca às mensagens recebidas3ª: Quer o emissor, que o destinatário possuem em comum o mesmocódigo4ª: Eles não o podem discutir, o código é linear
Campo do signo:1ª: A fonte é um ser humano e é simultaneamente fonte, emissor edestinatário da mensagem (comunicação humana- emissor é sempredestinatário)2ª: O destinatário é um ser humano e é também um receptor damensagem3ª: Não existe um código unívoco, mas sim uma pluralidade decódigos que determinam o sentido da mensagem e nem sempre sãocódigos inteiramente comuns ao emissor e ao receptor; o que querdizer que a comunicação humana é mais complexa4ª: Em certas circunstâncias, o emissor e o destinatário discutem ocódigo e quando isso não acontece, eles sabem que o podem fazer
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8 Apontamentos Semiologia
Estas fronteiras não são fechadas, existe comunicação nestespatamares
No campo do signo estamos perante o campo da denotação(sentido literal dos signos)
No campo do mito estamos no campo da conotação (sentidometafórico)
Campo Supra-semiótico: - No mito estamos perante uma linguagem que é do foro conotativoou metafórica- É uma linguagem que se constitui através da aplicação de outralinguagem, sendo por isso uma meta-linguagem- Linguagem-objecto é a linguagem apropriada pelo mito- A fotografia tem um papel significante, o significante é a imagem
SIGNO
Relação de associação = sentido do signo
- As imagens do João e da Maria foram escolhidas para vincular umconceito; o conceito sobrepõe-se ao sentido literal da imagem, sendo o
sentido da imagem algo secundário- O conceito mítico é o conjunto de ideias gerais, consensuais-O mito visa chegar a um grande número de pessoas, a um grande
público- O signo da linguagem-objecto é apropriado por uma outra
linguagem e transformado em significante da metalinguagem- O significante é a componente expressiva do signo, a sua imagem
acústica- Face vazia (Forma) do significante: a forma é um conceito
abstracto; é o significante mítico que se apropria do sentido do signo- Face cheia (Sentido) do significante: é o sentido que está no signo
que o mito apropria; é uma relação de deformação porque o conceitodeforma o sentido mas não o elimina, o sentido permanece sempre
- A relação entre conceito e significante mítico é designada porsignificação mítica
Significação Mítica
Face Vazia
Face Cheia
- O mito apresenta-se como algo que parece natural ou factual masque não o é, pois o mito é uma linguagem
Significante SignificadoFotografia Retrato João e Maria
SignificanteMítico
Forma Conceito MíticoSentido
Sinficante Significado
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9 Apontamentos Semiologia
- O mito tem subjacente uma intencionalidade- O mito é uma linguagem intencional, querendo dizer que o mito é
criado com uma intenção- A forma é motivada e há uma parcela de analogia na forma
Ideologia- A mitologia é uma linguagem ideológica, ou seja, manipulativa- O mito apresenta-se como um facto embora seja fruto de umalinguagem
Diferentes Leituras do Mito1. Se acomodar a vista a um significante vazio, deixa o conceito preencher a
forma do mito sem ambiguidade. Esta é a leitura do produtor de mitos, dopublicitário, por exemplo, que parte de um conceito e busca para ele umaforma.
2. Se acomodar a vista a um significante cheio, no qual distingue claramente osentido da forma e, por exemplo, a deformação que um faz sofrer ao outro,destruiu a significação do mito. Recebe-o como uma impostura. Esta é aleitura do mitológico, ele decifra o mito, compreende a deformação operada.
3. Se acomodar a vista ao significante do mito como um todo inextricável desentido e de forma, recebo uma significação ambígua: torna o leitor do mito.
4. Produtor do mito: criador do mito que parte do conceito e procura para oconceito uma forma; o produtor tem uma visão intencional e cínica porqueactivamente está a produzir uma visão ideológica. Leitura analítica eestática
5. Realizado pela crítica, a pessoa que está a analisar o mito; possibilidade dedistinguir o sentido e a forma; mitológico- é o critico que analisa o mito erealiza uma leitura que permite distinguir o conceito e forma. Leituraanalítica e estática
6. Consumir o mito e recebê-lo como um todo; um mito do sentido literal e doconceito mítico; quando consumimos o mito todos nós acreditamos nele epor isso estamos a acreditar nos factos que nos foram apresentados. Só estaé uma leitura dinâmica, dinâmica porque o leitor do mito consome essemesmo mito acreditando nele, o leito vive/consome a fantasia do mito
“Os Romanos no Cinema”
Franja como um signo que tem um sentido de força, masculinidade
Penteados femininos: cabelos não são apenas um fenómeno natural,a maneira como eles se apresentam tem uma finalidade
Suar, todas as personagens soam e é um elemento muito visível nofilme; suor como o símbolo do pensar, da conspiração
Mito como linguagem que se apropria de signos já definidos
Apropriação de ma signo e dá-se-lhe outro conceito- mito
Meta-linguagem/Linguagem mítica está no campo da conotação-sentido metafórico do signo
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10 Apontamentos Semiologia
Linguagem-objecto está no campo da denotação do signo
O signo do mito é um signo ambíguo
Esta ambiguidade é criticada pelo autor pois somos levados aacreditar no mito como um facto
Alternativa do mito visceral- signo __________________? Vê o mito como uma linguagem falsamente cultural
Operações do mito:1. Naturalização, o mito apresenta-se como um facto e não como uma
linguagem2. Generalização, o mito é uma linguagem consensual e geral; o mito é
uma linguagem que surge da história e da cultura; não há mito semtermos e todo o mito implica um contexto cultural na sua recepção
3.
Esvaziamento e deformação do signo, o esvaziamento é oesvaziamento do signo do seu sentido; a deformação é quando oconceito do mito deforma o sentido literal do signo
4. Circularidade, aplica-se à noção de significante mítico pelo factodeste ter duas faces (face cheia e face vazia) e é daí que vem oconceito de ambiguidade; tem a ver com o facto do significantemítico ter um sentido; o sentido não desaparece por completo domito mas é tornado secundário
5. Estratégia Ideológica, o mito apresenta-se como natural mas éintencional, deforma o sentido literal, é falsamente natural, éconsensual; tudo isto descreve a noção de ideologia do mito
6. Metaforização, metáfora no sentido, no mito o sentido já não é literalmas metafórico, conotativo
Charles Sanders Peirce
Autor contemporâneo de Soussure
Autor anglo-saxónico fundador da Semiótica
Peirce vem das ciências exactas e não da linguista, trabalha na área daquímica e lógica
A sua obra foi publicada após a sua morte
Realismo: A formulação do Realismo
Peirce é um autor continuísta, pragmaticista, realista
Um autor com uma terminologia muito própria
Defende que cada conceito novo ter uma nova designação
O pragmaticismo é a abordagem de Peirce dentro da escola americana
Universais: são categorias gerais ou termos gerais que representam um
princípio de recorrência; agrupam um conjunto de coisas sob um aspectocomum
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11 Apontamentos Semiologia
A brancura é um universal que agrupa todas as coisas que têm comocaracterísticas serem brancas
Os objectos de estudo da filosofia deviam ser universais
Pensar se os universais eram ou não reais?
A noção de universal implica necessariamente um pensamento, umraciocínio
Pensar se os universais eram ou não reais?
Platão é um autor realista exagerado:- Os universais eram reais, as formas ou ideais- Sendo que os universais se manifestaram nas coisas concretas e essasmanifestações eram ilusórias- Autor altamente desconfiado dos nossos sentidos- Só se podem conhecer os universais, só os universais são reais porque os
sentidos enganam Aristóteles é também um realista, encarna um realismo moderado:
- Os universais resultam de uma operação cognitiva de abstracção douniversal das coisas concretas (ex: abstraímos a brancura a partir das coisasbrancas)- Se as coisas concretas são reais então o universal também é real
Para Peirce, o realismo é de tradição aristotélica e não platónica
Dans Scotus: realista
William Okham: nominalista
O pensamento de Peirce é herdeiro de Dan Scotus Scotus juntava o realismo à religião
- “Deus é real” - Utilizava o realismo para provar a dimensão real de Deus- Um fenómeno está presente ao espírito
Ockham dizia que só as coisas concretas podiam dar a certeza de seremreais- Os universais são signos ou nomes que nos permitem pensar mas nãopodemos garantir que eles sejam reais, que tenham um referente real
- Os universais não têm autonomia em termos de realidade- Separação entre sujeito do conhecimento e objecto do conhecimento, sãodualistas- Platão também era dualista: distinguia os universais (reais) das coisasconcretas e singulares (ilusórias)- O realismo descreve o modo como se conhece e esse modo é que o sujeitoe o objecto do conhecimento são claramente diferentes- Diferença entre conceitos (sujeito) e coisas empíricas (objecto)
Realismo e nacionalismo respondem à questão de saber se os universais são
ou não reais Realismo responde que os universais são reais
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12 Apontamentos Semiologia
Nominalismo responde que os universais não são reais, só as coisasempíricas
O dualismo e o continuismo servem para saber como é que se conhece
Dualismo diz que o sujeito do conhecimento do objecto do conhecimentosão diferentes e autónomos
Para o nominalismo uma coisa são os conceitos, outras são as coisasempíricas
Aristóteles é continuista pois considera que os universais são categoriasabstractas das coisas concretas
Continuismo, há uma dependência/continuidade entre o sujeito doconhecimento e as coisas concretas
Há um permanente diálogo entre sujeito e objecto do conhecimento
Peirce: Realismo
Será que os universais são reais?
Os objectos estão divididos em sonho, ficção e realidade
Distinção entre o que é a ficção/fantasia da realidade
Ficção, sonho, imaginação são diferentes de realidade
O sonho e ficção só existem na medida em que alguém o imagina
A realidade possui uma independência da mente de qualquer um de nós
O real é aquilo que não é afectado por aquilo que podemos pensar sobre ele
Onde encontrar o real?
As nossas opiniões são constrangidas por algo que lhes é exterior
Os pensamentos foram causados por sensações e essas sensações sãoconstrangidas por algo que está fora da mente e porque está fora da menteé exterior àquilo que “pensamos”
Aquilo que está fora de nós é independente daquilo que nós pensamos, logoé o real
Real é aquilo que é exterior a nós, é independente daquilo que nóspensamos
Real Sensações Pensamento Concepção Nominalista
O real chega através das nossas sensações e podemos pensar sobre ele,mesmo que este real seja independente do nosso pensamento
Para os nominalistas, o real é independente do pensamento, é exterior aopensamento
Realismo Dualismo
Nominalismo Continuismo
Como se conhece?Os universais são
reais?
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13 Apontamentos Semiologia
Realismo:
Todo o pensamento humano tem intrinsecamente um elemento de erro; umelemento arbitrário ou acidental
Todo o conhecimento para Peirce é falível Falibilismo
Descreve o carácter falível do pensamento
Todas as verdades são provisórias, mas podemos chegar a essa verdade quenão é absoluta- Uma descrição verdadeira e válida das coisas
O conhecimento é um processo contínuo, ou seja, se todos nós tivermos amesma informação, o tempo necessário e se todos pensarmos todostendemos a chegar à mesma verdade
Essa verdade para a qual todos tendemos é independente das nossas
fantasias, opiniões pessoais e das nossas idiossincrasias (tudo aquilo que éindividual no nosso pensamento)
Todos tendemos a chegar à verdade através de um pensamento
A verdade à qual nós chegamos depende de um pensamento em geral e éindependente de tudo o que é individual no nosso pensamento
O pensamento que define as leis é um pensamento geral
O realismo de Peirce considera que o pensamento geral válido é tão realquanto os factos concretos que ele descreve
Um real que depende do pensamento em geral mas é independente do
pensamento individual, é independente das nossas fantasias Para Peirce, nem tudo o que é pensamento é real, tem de ser geral
Para Peirce, a verdade é algo que é comum a todos os sujeitosindependentemente das opiniões dos sujeitos
Todos nós tendemos a chegar à verdade, Peirce não é um céptico
O pensamento, em geral que é válido para todos nós, é verdadeiro e é real
O nosso pensamento e as categorias do nosso pensamento não são reaispara o autor
Aquilo que é real no pensamento é aquilo que é válido, são os universais,
conceitos e leis O real é fruto do pensamento em geral mas é independente do pensamento
individual
Uma lei implica generalizações
A verdade é um acordo ou consenso, mas ela não é absoluta
Peirce não refuta a realidade externa, o conhecimento. Este autor parte dosfactos, a base do conhecimento são os factos
Existe uma realidade externa, porém os universais e as leis são tão reaisquanto os factos concretos
O pensamento que está em causa para o autor é um pensamento geral, real O pensamento que é real é independente das nossas fantasias
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14 Apontamentos Semiologia
Há uma continuidade entre aquilo que está dentro da mente, as leis econceitos, e aquilo que está fora da mente, os factos
Para o autor, aquilo que está presente na nossa mente é objecto doconhecimento e por isso a teoria que ele propõe é uma teoria cuja base são
categorias mentais, na maneira como a nossa mente percepciona osfenómenos
Continuismo
Descreve a relação entre o sujeito e o objecto de conhecimento, umarelação de inter-dependência, relação entre mente e matéria
Há uma continuidade entre sujeito do pensamento e objecto doconhecimento
Por consequência, o continuismo é a continuidade do conhecimento
Continuismo por oposição de Dualismo (dependência entre o sujeito e oobjecto do conhecimento)
Para os dualistas há uma separação entre mente e matéria (Ex:Platão)
Noção de Monismo ou Monadismo, o sujeito e objecto do conhecimentosão um só, não há distinção entre eles. Ex: Filósofos da Natureza
Continuismo Dualismo 3 perspectivas diferentesMonismo ou Monadismo de ver o sujeito e o
objecto do conhecimento
O continuismo rejeita quer o Monismo, quer o Dualismo
O monismo é o exemplo de uma concepção infalível do conhecimento
Para o autor, o conhecimento é falível por isso ele rejeita o monismoPragmatismo- “Pragmaticismo”
Criação de palavras para designar conceitos
Termo que designa a abordagem de Peirce dentro do pragmatismo
Pragmatismo surge nos finais do séc. XX nos EUA
Pretende fazer uma enfatização da filosofia e da prática
Os pragmáticos rejeitam a ideia de verdade absoluta O conhecimento deve ser testado
A importância dada à noção de comunidade, nomeadamentecomunidade científica e como tal a importância dada ao debate
Uma das referências do pragmatismo em geral é do autor William James
As principais ideias que orientam o pragmatismo de Peirce:- Saber como chegar à verdade; qual é o melhor método para chegar àverdade; como podemos garantir um objecto de conhecimento- Dúvida e crença: conceitos essenciais. Para Peirce a relação entre estes
2 termos descreve o processo do conhecimento, é a dúvida que nosimpele a conhecer as coisas. A dúvida é um estado de insatisfação,
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15 Apontamentos Semiologia
inquietude que nos imobiliza; quando estamos em dúvida não sabemoscomo agir. O pensamento deve-se ligar à acção, conduzir a acção. Acrença, por contraste, é um estado estável, de serenidade do sujeito; acrença é algo que nos dá satisfação e muitas vezes recusamos qualquer
coisa que ponha em causa as nossas crenças. A crença diz-nos não sócomo devemos actuar no presente, mas também se projecta no futuro;permite-nos saber como iremos actuar no futuro; agimos de acordo coma crença.- Quando experienciamos as coisas podemos encontrar factos que põema dúvida da crença. A dúvida é uma inevitabilidade da nossa experiência.A verdade é provisória porque somos confrontados com outros factosque nos colocam a dúvida. A verdade é uma crença uma opinião geral- A nossa crença é uma crença correcta; é uma questão central quetemos de pensar; se há uma crença no real ou não? A crença deve serbaseada no real. A crença guia a nossa acção, gera um hábito. Este hábitoé uma forma regular, racional de pensar e de agir- O pensamento tenta ultrapassar a dúvida para chegar à crença- Temos de chegar a uma verdade que seja válida e que coincida com oreal- Saber qual é o método para fixarmos a crença?
4 Métodos de Fixação da Crença:
1. Método de tenacidade: persistência; descreve o método de fixar umacrença individual, é um método unicamente aplicado ao sujeito; umsujeito tem uma crença e refuta tudo o que tem contra essa crença;evita qualquer modificação na sua crença. Problema: aquilo que oautor pretende encontrar é um método de fixação colectivo e nãoindividual, como este método exige. A tenacidade é um método anti-social.
2. Método de Autoridade: método de fixação da crença no colectivo; ométodo da autoridade é um método que descreve os estudostotalitários que impõem uma crença ao colectivo. Problema: não hácomunidade que viva isolada, mais tarde ou mais cedo existem
rumores de que existem outras formas de outras crenças e por issogera a dúvida. É um método falível porque a autoridade acabasempre por ser confrontada por dúvidas.
3. Método Metafísico ou a priori: mais interessante porque não só estáem causa fixar uma crença mas debater qual a crença que devemosfixar; há diálogo e debate sobre as crenças. Devemos remover tudo oque é obstáculo ao conhecimento, sintonizarmo-nos com os nossosinstintos para que em diálogo com os outros cheguemos a umacrença. Este método é muito mais interessante. Problema: O nosso
instinto e inclinação natural num momento histórico é influenciada
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16 Apontamentos Semiologia
por esse momento, ou por tudo o que é uma moda. É um métodofalível.
4. Método da Ciência ou Científico: para fixarmos uma crença no realtemos de fazê-lo de acordo com a ciência. A crença é uma crença
verdadeira. A ciência deve descrever os factos. Coincidir com osfactos é a prerrogativa da ciência. A ciência e as suas leis devemcoincidir e defender os factos.
Existe uma realidade externa e existem coisas que são reais e que nosafectam a todos
Todos tendemos a uma mesma conclusão sobre esses factos reais
O método da ciência permite-me garantir que as leis e os universais são tãoreais quanto os factos
Pragmatismo Não há verdade absoluta no contexto do pragmaticismo
A verdade está na base da experiência prática
Faneroscopia:o Disciplina que estuda os fanerons (fenómenos)o A faneroscopia é a concepção de Peirce dentro da fenomenologiao A fenomenologia é uma corrente do pensamento filósofo do séc. XIX,
que inclui autores como Kant, Hegel e Husserlo O Fanerons é o estudo lógico do fenómeno, é a abordagem formal e
lógica do fenómenoo A Faneroscopia é a disciplina que estuda a lógica dos fenómenoso O Fanerons é o que está presente à mente de todos nós,
independentemente do tempo e do espaçoo Demarca-se do pensamento de Kant para o qual o tempo e o espaço
eram imprescindíveis para a percepção do fenómenoo Os fanerons são categorias da nossa mente, da nossa consciênciao Categorias faneroscópicas são modos como os fenómenos estão
presente na nossa consciênciao Para o autor não há nada que seja incognoscível, que nós não
possamos conhecer, que seja um limite ao conhecimento humano,demarcando-se, assim, Kant
o Ideoscopia é o termo sinónimo de faneroscopiao Para Kant existe uma distinção entre número é a ideia de que as
coisas existem em si mesmoo Os fanerons são estudados do ponto de vista lógicoo As categorias faneroscópicas estão baseadas em 3 formas
elementares da lógica, correspondentes aos números 1, 2 e 31. Qualidade Simples
2. Relação Dual3. Síntese ou Mediação
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17 Apontamentos Semiologia
o As categorias fanescosópicas são baseadas em números e podem,por isso, receber outros 2 nomes: categorias neo-pitagóricas ouceropitagóricas
o Aquilo que se apresenta à nossa mente apresenta-se de 3 formas:
1.
Como um elemento simples2. Como duas coisas, em relações duais3. Sob a forma de leis ou sínteses
As categorias de Peirce:
3 Modos de como as coisas se apresentam na nossa mente, são categoriasmentais
Primeidade: possibilidade qualitativa positiva
Segundeidade: facto actual
Terceidade: lei
Segundeidade
Facto actual
Actualidade
Existentes (para aquilo que existe aqui e agora)
Concreto (singular, não é geral, não descreve fenómenos gerais)
Força Bruta: força sem lei, sem razão, sem cognição; contingente, osacontecimentos são contingentes ocorrem independentes da lei
Exclui a terceidade mas inclui a primeidade É a categoria da acção/reacção; algo é por força da acção de outra coisa;
algo é em si mesmo, fora de qualquer relação
Esforço e resistência (como relação dual, dualidade ou binaridade; estasideias implicam-se mutuamente)
Obsistência (descreve a categoria e resulta das palavras obstáculo eresistência, palavras típicas da noção de segundeidade)
Primeidade
Consiste no facto de que um sujeito é tal como é, sem “depender” de outro Categoria da qualidade
“Possibilidade Qualitativa Positiva”
A qualidade é um atributo; as qualidades são definidas apenas em simesmas, por si mesmas (qualidade de frio independente daquilo que causao frio, por exemplo)
Independente de qualquer relação
As coisas não estão em relação umas com as outras
As qualidades são gerais (ex: qualidade da alegria como geral)
Qualidades são eternas porque são definidas como gerais, comoindependentes da sua manifestação, ou seja, são possibilidades
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18 Apontamentos Semiologia
As qualidades não são idealizações, elas são reais e existem realmente
“Nós só conhecemos as qualidades porque elas se manifestam”, mas elassão independentes dessa manifestação
Generalidade negativa definida ao ponto da possibilidade; define-se
independentemente da sua manifestação concreta Possibilidade positiva porque se define intrinsecamente, é única, original e
remete só para si; pode manifestar-se de diferentes maneiras
A qualidade pode ou não manifestar-se e todas as suas manifestações sãoacidentes que não alteram a qualidade pura
A primeidade e a qualidade não são inconscientes, são conscientes
Consciência imediata, não pensamos nela, não é exclusiva e não édependente do aqui e do agora
É uma consciência imediata ou instantânea mas da qual não estamos a
pensar sobre isso, é a consciência sobre a qual não estamos a pensar Um pré-sentimento, a qualidade está na consciência mas nós não estamos a
pensar sobre ela
A primeidade é independente das ocorrências (segundeidade) e dopensamento (terceidade)
A segundeidade impõe a primeidade pois não temos acção e reacção semqualidades definidas
Pré-sentimento que dizer consciência imediata
Oriência: originalidade, origem; palavra criada para designar categoria;
palavras que definem a segundeidade Terceidade
Categoria do pensamento e da lei
É aqui que os fenómenos da segundeidade são explicados
Categoria da síntese e mediação
A lei que explica um fenómeno é da ordem da terceidade
A lei explica como é que as coisas que ainda não aconteceram vão acontecer
A lei permite prever factos futuros categoria da previsão
Generalidade positiva A lei permite-me antever os factos que vão
acontecer, dá-me traços positivos de como as coisas vão ser, como se vãomanifestar
Hábito a crença produz um hábito
Tem as características da terceidade, projecta-se no futuro
Dimensão de projecção no futuro
Noção de necessidade condicional, é uma estrutura de raciocínio que seexpressa de acordo como se fossem condições; então, necessariamente, háum determinado resultado
Contraste com a noção de força bruta Estrutura de raciocínio que permite prever ocorrências
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19 Apontamentos Semiologia
Transuação: transferência, transfusão, transcendental noção cognitiva desíntese
É uma lei em relação ao objecto do conhecimento e um hábito em relaçãoao sujeito que conhece
Estas são as categorias puras. São categorias que se relacionam entre si e quedão origem a 9 categorias. É possível saber estas categorias através doraciocínio lógico.
Estas categorias são puras, mas o cruzamento entre elas é inevitável e, por isso,dão origem a 9 categorias. Chegamos a estas categorias através do raciocínio lógico:
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20 Apontamentos Semiologia
1 2 3
1
1.1 - Primeidade que éprimeira:
1.2 - Primeidade que ésegunda:
1.3 - Primeidade que éterceira:
É autêntica Qualidade (potencial): é
independente da matéria,é original (a qualidade éem si mesma )– suigeneris;
Qualidade individualizadaou actualizada (oumonádica – ganha corpo aoentrar em relação)
pode ou não acontecer (é umacidente).
A qualidade pode cruzar-se com o pensamento e,
se assim for, fala-se empossibilidade. Remete para o nosso
pensamento como ideiavaga (ex: pensamentoantes de começarmos umtexto).
2
2.1 - Segundeidade que éprimeira:
2.2 - Segundeidade que ésegunda:
2.3 - Segundeidade que éterceira:
Relação entre e dequalidades. Ex: a
percepção de silêncio porcontraste com o barulho;fala-se de qualidaderelativas;
Conceito de esforço eresistência (qualqueresforço implica umaresistência; a resistênciapode não ser uma acção enão implicanecessariamente umareacção);
É autêntica Acção-reacção directa Factos concretos Diádica (excluí o 3º
elemento) Ex: bolas de bilhar
Acção que pode ser
pensada Categoria da
informação e daexperiência (pensar 1ªcom base na 2ª)
Os factos tornam-secomunicáveis devido àexperiência;
É a teoria do discursosobre o actual, o real.
3
3.1- Terceidade que éprimeira
3.2 - Terceidade que é segunda:3.3 -Terceidade que é
terceira: É o segundo grau de
degeneração daterceidade.
Qualidades oupossibilidades dopensamento;
Quando queremosrepresentar algo, vamosactualizar qualidades
(palavras) que podemmanifestar essesentimento. Essasqualidades são intrínsecasao pensamento. São todasas palavras que existem eque podem virrepresentar algoconcreto. Ex: dicionário
É o primeiro grau dedegeneração da terceidade.
Um pensamento que é 3ºpode resultar numacontecimento; o pensamentoé mediador (provoca umaacção e esgota-se nessa lei);
Execução de uma intenção(o pensamento como
intenção produz umacontecimento)
Processo triádico: aterceidade que é 2ª envolve opensamento, mas esgota-seno acontecimento opensamento produzacontecimentos que não setornam lei
Categoria da lei e dopensamento
Encontramo-nos peranteaquilo que vai acontecerde acordo com a lei;
Categoria dacontinuidade porqueexplica o que vaiacontecer no futuro
(previsão) Necessidade
condicional: seisto…então isto.
Categoria da mediaçãocontínua – relação dopensamento (sempre queeste intervém, estamosna terceidade).
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21 Apontamentos Semiologia
As categorias podem ser:
«Um signo ou representamen é uma coisa que está para alguém em lugar de outracoisa qualquer sob um aspecto ou a determinado título. Dirige-se a alguém, i.e., criana mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo maisdesenvolvido. A esse signo que ele cria chamo-o interpretante de primeiro signo. Osigno está por alguma coisa, o seu objecto.”
A semiótica de Peirce é uma teoria do conhecimento que se dá a conheceratravés de signos. A semiótica de Peirce é uma pan-semiótica;
Signo e representamen não são a mesma coisa para Peirce , pois o signo
é uma entidade triádica: implica sempre três elementos, e o representamené apenas um dos três elementos do signo; o signo representa um objecto;
Representamen: Primeidade Sintáctica
Objecto: Segundeidade Semântica
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22 Apontamentos Semiologia
O representamen é o primeiro elemento do signo com o qual tomamoscontacto. Os representamens são de diferentes tipos, mas são sempreaquilo que apresenta o signo em primeira instância, como, por exemplo,uma pegada ou um cheiro. O representamen para apresentar o signo tem de
ter qualidades (do som, cheiro, das imagens) e estas qualidades são docampo da primeidade (que se manifestam); O representamen gera na mente do interprete um signo e a esse signo que o
representamen se refere chamamos de interpretante do signo; O interpretante é o signo que se gera na nossa mente quando vimos, lemos
ou cheiramos o representamen.
O objecto é segundo porque o objecto é existente; O signo só pode representar um objecto se esse objecto existir; o signo não
cria objectos, o signo refere-se aos objectos que existem e, por isso, seinsere no campo da segundeidade.
A semiose é o modo como o signo funciona em Peirce e o facto de ele gerarsempre outro signo: o interpretante gera sempre um novo interpretante
referente sempre ao mesmo signo. A semiose é um modelo do signo, maspor extensão é um modelo do conhecimento que descreve o funcionamento
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23 Apontamentos Semiologia
do signo. Na acepção do conhecimento, a semiose é ilimitada porquepodemos sempre conhecer mais sobre os objectos e, do ponto de vistapragmático e da comunicação, é delimitada pelo contacto.
As tricotomias dos signos
Os diferentes tipos de signos conforme olhamos para o representamen, ointerpretante e o objecto ou a dimensão sintáctica, semântica e pragmática.
Representamen PrimeidadeSintáctica
1.1Qualisigno
1.2Sinsigno
1.3Legisigno
1ªTricotomia
Objecto Segundeidade
Semântica
2.1Ícone
2.2Índice
2.3Símbolo
2ªTricotomia
Interpretante TerceidadePragmática
3.1Rema
3.2Dicente ouDicisigno
3.3Argumento
3ªTricotomia
1ª Tricotomia – Representamen: «signo em si»
Dimensão sintáctica: é a relação do signo consigo próprio. Nesta dimensão temostodas as possibilidades de articulação e actualização da língua. São todas aspossibilidades do signo ser signo; é o signo como capacidade representação. Ossignos não são ainda completos, são fragmentos em relação ao Representamen.
Possibilidade de actualização em qualquer coisa (1.1);
Capacidade de ser em si mesma qualidade (1.2);
Um existente concreto ou lei geral (1.3).
1.1 Qualisigno
Qualisigno é uma qualidade geral que é um signo; trata-se de umaqualidade pura, geral, independente da manifestação. É a qualidade deum som ou uma cor em si mesma. O qualisigno não pode actuar como umsujeito enquanto não se corporificar, ou seja, não pode funcionar
enquanto não se actualizar num sinsigno. Contudo a corporificação nadatem a ver com o seu carácter de signo. O qualisigno não é exemplificável do
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24 Apontamentos Semiologia
ponto de vista empírico, e é o tipo de signo invisível porque é independenteda manifestação concreta.
Ex: nota musica a qualidade desse som independentemente dotempo e espaço em que ocorre; qualidade de ser verde.
1.2 Sinsigno Sinsigno é uma qualidade factual, singular, concreta, existente. Um sinsigno
só pode sê-lo através das suas qualidades, envolve qualisignosmaterializados.
Trata-se de um acontecimento ou objecto individual (como uma palavraescrita nesta página). Torna a qualidade visível; qualidades derepresentação dadas a algo, que ainda não sei o que é (Ex: a qualidadecircular; qualidade de ser verde numa nota de dólar).
1.3 Legisigno
Legisigno é uma lei que é um signo; é uma lei porque é de natureza geral. O legisigno manifesta-se através de da sua aplicação em casos concretosque podem ser chamados de réplicas porque, para Peirce, a lei é algo geralque se projecta no futuro.
Os casos concretos do legisigno são designados por réplicas. Sem alei, o legisigno não teria significação. Todas as palavras são
legisignos porque todas significam um código. Quando falamos, o que representamos são réplicas do legisigno. Asréplicas de legisignos são sinsignos, pois são signos concretos. Ossinsignos que são réplicas são de tipo especial, pois só têmsignificado em virtude da lei e nessa acepção são distintos dossinsignos que não são réplicas de coisa nenhuma. Palavras que sãoreplicas só representam em virtude da lei. Apenas os legisignos têmréplicas em virtude da língua portuguesas
A qualidade pode ser estendida a outras realizações possibilidade de representar não apenas uma ideia num momento,mas uma ideia em vários momentos, desde que o signo seja igualàquele. Ex: qualidade de poder ser verde em todas as notas de dólar
2ª Tricotomia – objecto: «o signo em relação com o objecto»
Dimensão semântica: consiste na dependência da relação do signo para com oseu objecto. Corresponde à criação de sentidos – dimensão semântica. O signo édado pela relação com seu o objecto. O signo já não é uma qualidade mas sim uma
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25 Apontamentos Semiologia
qualidade actual. A imagem não abrange só uma imagem visual mas também umaimagem mental.
2.1 Ícone O nosso raciocínio abrange ícones. Um ícone é um signo que representa o
seu objecto através de qualidades ou caracteres que ele tem e que sãocomuns ao objecto. O ícone é uma imagem do seu objecto que pode serimaginário.
É um signo que se assemelha àquilo que significa (da mesma forma quea fotografia se assemelha ao objecto fotografado). Todo o ícone contémsinsignos, porque estabelece uma relação de semelhança. A única maneirade comunicar directamente uma ideia, é por meio de um ícone.
Um signo é icónico, na medida em que possui a propriedade do seu
denotado (um desenho, um diagrama e sobretudo, uma imagem mental). Oícone não tem todas as propriedades do objecto denotado, senão confundir-se-ia com ele.
O ícone não tem conexão dinâmica alguma com o objecto querepresenta; simplesmente acontece que as suas qualidades se assemelhamàs do objecto e excitam sensações idênticas na mente para a qual é umasemelhança.
2.2 Índice Contrariamente, o índice não pode representar um objecto imaginário, pois
para o índice existir, o objecto tem de existir. O índice é um signo que representa o seu objecto através de uma relação
directa e concreta que tem com o objecto. Tem uma relação decausalidade e contiguidade com o objecto.
Na medida em que o índice é afectado pelo objecto, tem necessariamentealguma qualidade em comum com este e é com este respeito a essasqualidades que se refere aos objectos (o índice é único, pois reenvia a um
objecto no que ele tem mais de individual – uma seta só é índice casoindique verdadeiramente o caminho). Assim sendo, o índice é um signoconcreto e factual e o objecto é concreto e factual.
O índice está fisicamente conectado com o seu objecto: formam ambos umpar orgânico, porém a mente interpretante nada tem a ver com essaconexão, excepto o facto de registá-la depois de estabelecida.
Ex: as palavras escritas no quadro são índice das palavras daprofessora; o fumo é índice de fogo (objecto); os pronomesdemonstrativos como “esta” e “estes” são índices, pois “apontam”
para um objecto; os nomes próprios são índices porque na ideia denome próprio está implicada a ideia de uma pessoa.
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26 Apontamentos Semiologia
2.3 Símbolo O símbolo é um signo que representa o seu objecto por força de uma lei
através de uma associação de ideias gerais, sendo desta forma o próprio
objecto do signo é geral. Exemplo disso é a palavra “caneta” que representao objecto através do signo (a palavra representa qualquer caneta). Todos nós tendemos a fazer a mesma associação de ideias perante o
signo. O símbolo é um terceiro, geral e tudo o que é geral tem de semanifestar através de casos concretos. Um símbolo implica índices emanifesta-se através de ícones (?). Os índices são casos concretos doobjecto geral manifestados pelo símbolo e representados pelo signo.Todo o símbolo, sendo terceiro, manifesta-se através de casosconcretos que são índices mas do tipo especial.
Os índices que são manifestações do símbolo só têm significação em virtudeda associação de ideias que é própria do signo. As réplicas só se aplicam aoterceiro.
O símbolo está conectado a seu objecto, por força de uma lei, sem a qualessa conexão não existiria. Um símbolo não nos mostra um pássaro, nemrealiza diante dos nossos olhos uma doação ou um casamento, mas supõeque somos capazes de imaginar essas coisas e a elas associar a palavra.
Ex: “Romeu ama Julieta” o verbo é um signo porque representaum objecto geral. “Romeu” e “Julieta” são índices porque apontampara personagens concretas; o ícone é a imagem mental que temos
da frase.
3ª Tricotomia – Interpretante: «o signo em relação ao seu interpretante»
Dimensão pragmática: consiste na dependência do seu interpretante representá-lo como signo de possibilidade, signo de facto ou signo de razão. Dá a relação dointerpretante relativamente à forma de significação. Corresponde à dimensão
lógica, pragmática que estabelece a relação 3ª do signo com o seu interpretante.
Classifica os diferentes modos como o signo gera o interpretante. Ointerpretante é o signo que se gera na mente do interprete do representamen.Estamos perante três tipos de interpretantes:
3.1 Rema
Se o interpretante representar um objecto possível é um rema. O rema nãotem como função fornecer informação sobre o objecto: ele representa o
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27 Apontamentos Semiologia
objecto a partir de determinadas qualidades e esse objecto é geral epossível. Por exemplo, quando olhamos uma pegada na areia sabemos queé sinal de que algo passou por lá, embora não saibamos identificar quem foi.“Pura possibilidade de interpretar”.
O termo da lógica é um elemento isolado de uma proposição que representaum objecto possível. Uma preposição é uma afirmação à qual podemosatribuir valores de verdade. O rema é o termo e não a preposição.
Exemplo: “Hoje está um dia chuvoso”, podemos aferir a partir destaafirmação se o que diz é verdade ou não.
“Dia”: termo (elemento isolado da preposição Rema representa objectos possíveis não dando informaçãoespecífica sobre o objecto)
Todos os verbos, substantivos comuns são exemplos de remas.
3.2 Dicente ou dicisigno A preposição é um dicisigno ou dicente porque esta preposição dá-nos uma
informação concreta, factual que podemos confirmar. Um dicente é um signo que, para o seu interpretante, é de existência
concreta/real. É aquilo que actualiza uma hipótese, que pode vir a serconsiderado verdadeiro ou falso (seria o olhar para as pegadas na areia esaber se aquilo representava ou não os pés de uma pessoa).
Um dicente tem como função fornecer informação sobre o objecto; temnecessariamente de incluir um “rema” para descrever o facto que eleindica, dando já uma informação concreta na preposição.
3.3 Argumento Um argumento que é um terceiro autêntico é um signo de lei para o seu
interpretante. O argumento constrói-se através de uma inferência, ou seja,implica raciocínio.
Para Peirce, o argumento é um signo cujo representante pensa no objecto
como sendo um signo ulterior/posterior, ou seja, o objecto do argumentoimplica um raciocínio, pois é complexo. É posterior porque temos de passarpor este raciocínio. Como o argumento é um signo de lei, nasceu a tendênciada passagem das premissas à conclusão tenda para a verdade.
O argumento é o que permite “confirmar” o dicente – a interpretaçãofeita do signo (mesmo que não se confirme, continua a ser um argumento,podendo apenas ser ou não válido).
Por exemplo, vamos considerar uma seta. A seta é algo possível deinterpretação (logo um rema); se estiver um letreiro debaixo a dizer
“saída”, existe já uma interpretação desse signo (que passa a dicente
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28 Apontamentos Semiologia
ou dicisigno). O argumento será a confirmação desse facto, a noçãode que nessa direcção existe realmente uma saída.
Um argumento implica réplicas (casos concretos do argumento). Umargumento tem de incluir Remas e dicentes. A réplica de um argumento é o
dicente, o caso concreto.
As 3 tricotomias de signos levam, no seu conjunto, a dividir os signos em 10 classes,nas quais importará considerar numerosas subdivisões. Estas classes de signosdevem-se ao princípio da hierarquia das categorias. Existem 4 regras básicas:
1. Todo o segundo pressupõe um primeiro;2. Todo o terceiro pressupõe um primeiro e um segundo;
3. Um primeiro não pode, por si só, dar origem a um segundo e à posteriori,um terceiro;
4. Um segundo, por si só, não pode dar origem a um terceiro.
1ª Classe do Qualisigno Icónico Remático (1.1, 2.1, 3.1)
2ª Classe do Sinsigno Icónico Remático (1.2, 2.1, 3.1)
3ª Classe do Sinsigno Indicial Remático (1.2, 2.2, 3.1)
4ª Classe do Sinsigno Indicial Dicente (1.2, 2.2, 3.2)
5ª Classe do Legisigno Icónico Remático (1.3, 2.1, 3.1) R: 1.2, 2.1, 3.1
6ª classe do Legisigno Indicial Remático (1.3, 2.2, 3.1) R: 1.2, 2.2, 3.1
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29 Apontamentos Semiologia
7ª classe do Legisigno Indicial Dicente (1.3, 2.2, 3.2) R: 1.2, 2.2, 3.2
8ª classe do Legisigno Simbólico Remático (1.3, 2.3, 3.1) R: 1.2, 2.2, 3.1
9ª classe do Legisigno Simbólico Dicente (1.3, 2.3, 3.2)R: 1.2, 2.2, 3.2
10ª classe do Legisigno Simbólico argumental (1.3, 2.3, 3.3) R: 1.2, 2.2, 3.2
As classes de signos correspondem à primeidade, à segundeidade e àterceidade.
> Primeidade:
I Classe – Qualisigno icónico remático (1.1, 2.1, 3.1): um qualisigno é umaqualidade, na medida em que é um signo. Como a qualidade é positivamente aquiloque é só pode denotar o objecto por força de uma similaridade/semelhança. Assim,um qualisigno é necessariamente um ícone, como tal, só pode ser um rema.
Só existe a nível teórico, pois não é possível demonstrar, temos de recorrer aoabstracto. Do ponto de vista empírico, não se pode exemplificar.
> Segundeidade:
II Classe – Sinsigno icónico remático (1.2, 2.1, 3.1): um sinsigno icónicoremático é todo o objecto da experiência, em que uma qualidade que este possuifaz determinar a ideia de um objecto. É um ícone de tudo aquilo a que se podeassemelhar. Sendo um ícone só pode ser interpretado como um signo de essênciaou rema. Um ícone é sempre um rema, um sinsigno icónico é todo o objecto daexperiência.
Ex: fotografia de uma pessoa que não se sabe quem é ou um
diagrama sem legenda, objecto de experiência na medida em que nosremete para a ideia de um objecto, em função de qualidades que oobjecto tem e que o diagrama também tem.)
III Classe – Sinsigno indicial remático (1.2, 2.2, 3.1): é todo o objecto daexperiência directa, na medida em que atrai a atenção para um objecto do qualdecorre a sua presença. Só atrai atenção do objecto e não o explica.
Ex: um grito espontâneo não foi pensado (sinsigno), remete para a
pessoa que gritou (índice) e remático porque há a possibilidade de
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30 Apontamentos Semiologia
estabelecer relação entre alguém e o grito e interpretá-lo (pode serde medo, dor).
IV Classe – Sinsigno indicial dicente (1.2, 2.2, 3.2): é todo o objecto da
experiência directa na medida em que é um signo que comunica enquanto tal arespeito do objecto. Só pode fazê-lo sendo realmente afectado por esse objecto,assim é necessariamente um índice.
Ex: um cata vento, dá sempre informação sobre o objecto – vento – mesmo quando está parado).
> Terceidade
V Classe – Legisigno icónico remático (1.3, 2.1, 3.1): é qualquer lei ou tipo geral,
na medida em que exige que cada um dos seus casos ou réplicas incorpore umaqualidade definida que o torne apto a despertar no espírito a ideia de um objectosemelhante. Define um ícone mas também implica rema. As replicas são sempre detipo especial porque ganham a significação através da lei.
Ex: negativo de uma fotografia; um negativo é legisigno porquecontém qualidades em função de uma lei geral que diz que qualquernegativo pode dar origem a fotografias iguais a fotografia remetepara o objecto através de uma imagem (icónica) e como não
sabemos quem lá está, é remático. Réplica: 1.2, 2.1, 3.1 (sinsigno icónico remático)
VI Classe – Legisigno indicial remático (1.3, 2.2, 3.1): é qualquer tipo ou leigeral que exige que cada um dos casos seja efectivamente afectado pelo seu objectode maneira tal a simplesmente atrair a atenção para aquele objecto,independentemente de como tenha sido estabelecido. Apenas um índice érealmente afectado pelo seu objecto.
Ex: pronome demonstrativo ESTE. É legisigno porque é convencional,há uma lei geral – gramatical – que me diz quando é que devo utilizareste pronome; é indicial porque aponta, indica o objecto querepresenta; remático porque não desvenda, apenas atrai a atençãopara o objecto.
Réplica: 1.2, 2.2, 3.1 (sinsigno indicial remático)
VII Classe – Legisigno indicial dicente (1.3, 2.2, 3.2): é qualquer tipo ou lei geralque exige que cada um dos seus casos seja realmente afectado pelo seu objecto demaneira tal que forneça informação relativamente àquele objecto.
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A sirene de uma ambulância: é dicente porque é intencional e nos fazdesviar, é legisigno porque há uma lei geral que me diz que, quandouma ambulância toca a sirene, está em emergência, é indicial porqueremete para aquela ambulância específica.
Réplica: 1.2, 2.2, 3.2 (sinsigno indicial dicente)
VIII Classe – Legisigno simbólico remático (1.3, 2.3, 3.1): é um signorelacionado com o seu objecto por uma associação de ideias gerais e a sua réplicadesperta uma imagem no espírito, imagem esta que tende a produzir um conceitogeral. A sua réplica é um sinsigno indicial remático de tipo especial, já que aimagem actua, no espírito, sobre um conceito já existente para dar surgimento aum conceito geral
Ex: a palavra “gato” é geral e tudo o que é geral manifesta -se em casosconcretos; o verbo “andar” remete para objectos através de umaassociação de ideias gerais.
Réplica: 1.2, 2.2, 3.1 (sinsigno indicial remático, mas de tipo especial)
IX Classe – Legisigno simbólico dicente (1.3, 2.3, 3.2): é um signo que serelaciona com o seu objecto por uma associação de ideias gerais. O seuinterpretante representa-o como sendo realmente afectado pelo seu objecto demaneira tal que a existência ou lei que ele faz surgir no espírito deve estar
efectivamente relacionada com o objecto indicado. A informação que o símbolodicente veicula é relativa a um facto concreto.
Ex: qualquer proposição ou emblema de um clube, bandeira de um país(identifica – dicente, convenção – legisigno, associação de ideias gerais – símbolo)
A sua réplica é um sinsigno indicial dicente de tipo especial (1.2, 2.3, 3.2)
XX Classe - Legisigno Simbólico Argumental (1.3; 2.3; 3.3): Um argumento é
um signo cujo interpretante lhe representa o objecto como sendo um signo posterior,isto é, através de uma lei. O seu objecto é necessariamente de carácter geral, sendoum símbolo terá de ser legisigno. A sua réplica é um signo indicial dicente de tipoespecial. Os exemplos são: um silogismo, as regras de um jogo ou um anúncio depublicidade com uma mensagem de tipo “se...então”.
Noção de signo em Peirce – representemen, objecto e interpretante; signo comoqualquer coisa que comunica informação a um sujeito sobre um objecto.
Representamen: é a primeira componente do signo, é a sua componenteexpressiva, é aquilo que o representa e, como tal, tem de ter uma dimensão manterial
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32 Apontamentos Semiologia
porque tem de se apresentar aos nossos sentidos. É a componente primeira porquetem qualidades que manifestam o signo.
Objecto: É um objecto da representação, não é uma coisa, é algo denatureza mental, de representação. O objecto é uma representação, não tem de ser
uma representação subjectiva. O objecto de um signo tem a natureza de umpensamento e é por isso que o objecto é representado pelo signo. O objecto é deordem da segundeidade, ou seja, ele tem de ser existente porque só assim é que osigno o pode representar, isto é, referir-se a ele. O objecto é um segundo(segundeidade) porque ele condiciona o próprio signo. É pelo facto de o objectoexistir que o signo se pode referir a ele. Objecto é da natureza mental, é umarepresentação e é por isso que o signo pode comunicar uma ideia sobre o objecto.Peirce fez uma distinção entre dois objectos: o objecto imediato, que é o objectorepresentado pelo próprio signo, é o objecto conhecido no signo e é uma ideia; oobjecto real ou dinâmico, real no sentido do realismo em Peirce, é o objectoindependente das nossas fantasias e é todo o conhecimento que possamos ter sobre oobjecto do signo. O objecto dinâmico está fora do signo mas em continuidade comeste; é o objecto real, isto é, independente das nossas fantasias e opiniões individuais,é o objecto tal como ele é desconsiderando-se qualquer aspecto particular dele, isto é,considerando-o em todas as suas facetas tal como estudo ilimitado e final o fazia. Éum objecto contextualizado e processual. O objecto dinâmico é um objecto que estáfora do signo. O próprio objecto dinâmico é um objecto para o qual nós tendemos. Oobjecto dinâmico é detalhado, com todas as facetas possíveis que um estudopermanente nos pode mostrar. Podemos sempre conhecer mais sobre o objectodinâmico.
Interpertante: É um signo que se gera a partir de um representantem epermite caracterizar o objecto do signo. Tem um papel fundamental na significaçãodo signo. A significação tem a ver como a cadeia de interpretantes que permiteidentificar o objecto dentro de determinados contextos. A significação é a ideia que osigno liga a um objecto. Semiose: um signo tem a sua significação noutro signo.
3 Categorias de interpretantes, aplicando os conceitos de primeidade,segundeidade e terceidade:
Interpretante imediato (primeidade): “o meu interpretante imediatoestá implicado no facto de que cada signo deve ter a sua própriainterpretabilidade antes de ter um interpretante. Ele é uma abstracçãoconsistindo numa possibilidade”. É o primeiro efeito gerado pelo signo quecorresponde a uma qualidade de sentimento não analisável e intraduzívelpor palavras. Qualquer signo gera inevitavelmente um primeiro efeito, umprimeiro interpretante. Normalmente, este interpretante é sucedido poroutros interpretantes, interpretantes dinâmicos (segundeidade);
Interpretante dinâmicos (segundeidade): é o efeito efectivamenteproduzido pelo signo num acto de interpretação concreto. É o esforço físicoe mental de levar o signo ao seu objecto. É um interpretante de natureza
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33 Apontamentos Semiologia
informativa e factual e pode ser aplicado que ao objecto imediato quer aoobjecto dinâmico. É um interpretante que tem as características dasegundeidade, é um esforço físico ou mental para levar o signo ao seuobjecto. É o efeito real produzido pelo signo. Procura no signo informações
concretas que lhe permitam encontrar o objecto do signo. Se o interpretantedinâmico estiver a ser aplicado ao objecto imediato ele irá recolherinformação estritamente no objecto representado no signo.
Interpretante final (terceidade): é o pleno efeito gerado pelo signo após odesenvolvimento do pensamento. É da natureza de um conceito ou lei e éum hábito da acção e de raciocínio, por isso, conjuga-se no modocondicional “se”, “então”. Permite classificar o signo, ident ificar o seuobjecto interrompendo temporariamente a cadeia da semiose. É uma lei,um hábito. Forma de pensar e agir recorrente e previsível. Organiza-seatravés da necessidade condicional. É um terceiro no seu funcionamento.
Qualisigno Icónico Remático (1.1, 2.1, 3.1) : Um qualisigno é umaqualidade qualquer na medida em que é um signo, como a qualidade é positivamenteaquilo que é só pode denotar o objecto por força de uma similaridade/semelhança.Assim sendo, um qualisigno é necessariamente um ícone e como tal só pode ser umrema.
Sinsigno Icónico Remático (1.2, 2.1, 3.1) : Um sinsigno icónico é todo oobjecto da experiência (sinsigno) na medida em que alguma qualidade que ele possuileva-o a determinar a ideia de objecto (ícone). Sendo um ícone só pode serinterpretado como um signo de essência ou rema. A fotografia é um sinsigno se nãosabemos quem é a pessoa da fotografia, ela funciona como uma réplica.
Sinsigno Indicial Remático (1.2, 2.2, 3.1) : Um sinsigno indicial remático équalquer objecto da experiência directa na medida em que atrai a atenção para umobjecto do qual decorre a sua presença (índice). Um exemplo é uma exclamação, ouum grito espontâneo, que indique um objecto mas não explicite esse objecto. (ex.Buzina de um automóvel).
Sinsigno Indicial Dicente (1.2, 2.2, 3.2): Um sinsigno indicial é qualquerobjecto da experiência directa na medida em que seja um signo que comuniqueenquanto tal informação acerca do seu objecto. Só pode fazê-lo sendo realmenteafectado por esse objecto; assim é necessariamente um índice. (Ex: catavento – umobjecto concreto da experiência (sinsigno); é índicial porque está em conexão directacom o objecto (vento); é dicente porque nos dá uma informação (direcção do vento)).
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34 Apontamentos Semiologia
Legisigno Icónico Remáitco (1.3, 2.1, 3.1): Um legisigno icónico (remático)é toda a lei do tipo geral (legisigno) na medida em que exige que cada um dos seuscasos (ou réplicas) incorpora uma qualidade definida que o torna apto a despertar no
espírito da ideia de um objecto semelhante. A réplica de tipo especial é um sinsignoIcónico Remático. Sem a lei as réplicas não tinham significado. Exemplo: negativo deuma fotografia, na medida em que a partir daí se pode fazer várias fotografias (ou seja,réplicas). Ex: Diagrama em geral como lei abstracta; teorema de pitágoras – é um lei eneste caso em que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos catectos. Um caso dalei é uma réplica, neste caso, um sinsigno icónico remático de tipo especial.
Legisino Simbólico Remático (1.3, 2.3, 3.1): É um signo relacionado como seu objecto por uma associação de ideias gerais. A sua réplica é interpretada como
signo de um objecto que é um caso daquele conceito. A réplica é o sinsigno indicialremático do tipo especial. (Ex: a palavra gato é uma palavra geral: o verbo andar – remetem para objectos através de associações de ideias, remetem para objectosgerais).
Legisino Simbólico Dicente (1.3, 2.3, 3.2): É um signo que se relacionacom o seu objecto por uma associação de ideias gerais (símbolo). O seu interpretanterepresenta-o como sendo realmente afectado pelo seu objecto (dicente) de maneiraque a existência ou lei que ele faz surgir no espírito deve estar efectivamenterelacionada com o objecto indicado. A informação que o símbolo dicente vincula érelativa a um facto concreto. A sua réplica é um sinsigno indicial dicente de tipoespecial. (Ex: qualquer preposição; o emblema de um clube; a bandeira de um país.Tudo o que identifica algo é dicente).
Terra I1
Solo
Terra I1 (sapo) I2 (jardim) I3 (jardinagem)
Semiose
As inferências ligadas aos interpretantes finais
Abdução (IF1): incoerência de um caso a partir de uma regra de umresultado.
Regra : todos os feijões deste pacote são brancos.
Resultado: estes feijões são brancosCaso: Provavelmente estes feijões são deste pacote (Hábito não verificado)
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35 Apontamentos Semiologia
Indução (IF2): infere a regra a partir de casos e resultados particulares.Caso: Estes feijões são deste pacoteResultado: estes feijões são brancosRegra: todos os feijões deste pacote são brancos (Habitus)
Dedução (IF3): é a aplicação de uma regra a um caso particular.Regra: todos os feijões deste pacote são brancosCaso: estes feijões são deste pacoteResultado: estes feijões são brancos (Decisoriamente dedutivo. Hábito)
Interpretantes finais pode ser de 3 tipos de raciocínio
Todos estes interpretantes são terceiros, da ordem da terceidade.
A abdução pode ser de carácter científico ou completamente banal donosso quotidiano, de senso comum. A abdução não verifica s hipótese, nãocoloca a hipótese sem ser testada, verificada. A não verificação faz parte daabdução, sendo que a abdução é um raciocínio criativo, pois é através deleque podemos encontrar formas novas de criar a realidade. A abdução é acolocação de uma hipótese de algo. Parte-se de uma regra, vê-se o resultadoe aplica-se um caso da regra. Mas este raciocínio é hipotético. Estabelece-seum hábito não verificado.
A indução é um processo que implica o teste permanente. É um raciocínioque procede por análise de amostrar. Teste dos casos. Partimos do caso,observamos o resultado e fazemos isto até chegar à regra. A regra a quechegamos é fiável. Mas a indução não é um raciocínio criativo mas sim umaanálise. Com base na indução estabelece-se o habitus. Desenvolve-se o testecom base no habitus. O habitus é uma forma de classificar com base numconhecimento especializado e verificado. A indução ou raciocínio indutivoestá ligado ao IF2.
A dedução é uma forma de classificar que é decisoriamente dedutiva, ouseja, parte-se de uma teoria e aplica-se directamente essa teoria a um caso,
afirmando um resultado que é necessário de um ponto de vista lógico. Seconsiderarmos uma regra o raciocínio passa para o caso particular e sódepois chegamos à afirmação de um resultado necessário, que não estásujeito a teste. Parto de uma regra e chego a um resultado, logo o resultadoé decisoriamente dedutivo.
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36 Apontamentos Semiologia
Id1 = Leitura do signo no contexto do saber presente. Recolhe informação nocontexto do saber presente
If1 = Classificação, hábito não verificado, hipótese
Id2 = Recolhe a informação no signo, mas implica um teste dessa informação;leitura do signo no contexto de um saber exterior ao saber do interprete (teste)
If2 = Classificação com base num saber especializado, num habitus
No If3, dedução, não há recolha de informação para chegar à conclusão, logo não háum Id (interpretante dinâmico) associado ao If3.
Ferdinand de Saussure: Curso de Linguística geral
Lições dadas na faculdade de Letras de Genebra
Estudo do sistema da língua através da sua manifestação nas línguas nalgumasconcretas
A língua deve ser estudada enquanto uma estrutura, um sistema de significação A linguística torna-se parte da Semiologia, ciência geral dos sistemas significantes
Saussure estabelece uma analogia entre linguísticas e ciências económicas,baseado na noção de valor
Ferdinand Saussure é um linguista e vai estudar especificamente a linguagemverbal
A noção de signo em Peirce é mais abrangente do que em Saussure
A base do pensamento de Saussure é a palavras, os signo da linguagem verbal
Enbora se possam aplicar as noções de significante e significado nas noções nãoverbais, a base é o signo da linguagem verbal (a palavra)
I1
O
R
IF1
Abdutivo
Colocação da hipótese
Id1
Abdutivo
IF3
Dedutivo
Aplicação de vários
casos
IF2
Indução
Vários casos (habitus)
Id2
Indutivo
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37 Apontamentos Semiologia
Saussure propõe a linguística geral que contrasta com a linguística histórica
A linguística histórica é influenciada por dois grandes conceitos: origem (a línguamãe) e a noção de evolução
A linguística histórica pensava as línguas como tendo uma origem e evoluindo ao
longo dos tempos Evolução ao longo do tempo descrita por genealogias (árvores genealógicas)
A linguística histórica procurava a origem e traçava percursos
Influenciada pelo evolucionismo e o estubicismo (linguística histórica)
No final do século XX o positivismo, ligado a Auguste Comte, e no quanto Comte fazno fundo a defesa de uma abordagem a mais positiva e objectiva possível dasciências sociais e humanas
No que toca à linguagem, defende o estudo da linguagem independentemente deconsiderações filosóficas
Há uma tendência para transpor metodologias próprias das ciências exactas paraas ciências sociais e humanas
Saussure surge sobre a influência do positivismo (Comte) embora venha dalinguística histórica e sofre influências do positivismo, propondo depois umalinguística geral
A noção de linguística geral está na base de estruturalismo que é depois umatendência que vai afectar várias disciplinas (psicologia, filosofia, etc.) – opioneiro/pai do estruturalismo, consegue os conceitos base do estruturalismo
Em Saussure, a língua vai ser pensada como uma estrutura ou sistema que,
segundo Saussure, é estável Para Saussure a estrutura, ou sistema, da língua
E estável, persiste ao longo do tempo e esse sistema da língua (conjunto dasrelações que os vários elementos da língua si como, por exemplo, a relação dosingular ao plural que é estrutural, permanece)
O sistema da língua é composto por este conjunto de oposições, de relaçõesestáveis, que são princípios gerais ou universais da língua.
Em Saussure, existem sistemas de relações que estruturam cada uma dessaslínguas
Consegue-se objectivar um sistema Estuda de forma detalhada a língua, ou as linguagens naturais (nacionais)
Existe uma ciência mais vasta que irá estudar todos os sistemas de significação quenão apenas as línguas: a semiologia
Para Saussure, a linguística é um campo específico da Semiologia pois ele estuda aslinguagens verbais, qualquer linguagem
Como se organiza este sistema de organização?
A língua aproxima dois elementos de ordens distintas e opera um duplo recorte, ouseja, a língua recorta o som (unidades no som, ou no contínuo sonoro; o som sem a
língua é um contínuo, uma massa amorfa, não tem delimitações) ; as unidades
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38 Apontamentos Semiologia
sonoras que a língua recorta no som chama-se imagens acústicas ou significantes;a língua recorta unidades de pensamento, significados ou conceitos
Cada palavra tem um som que é imediatamente significante e a língua recorta somem imagens acústicas de moda a compreendermos o seu “significado”
Se considerarmos todos os pensamentos possíveis, a língua organiza todos osconceitos possíveis
As imagens acústicas são representações mentais do som dos signos, e ossignificados são os conceitos dos signos
A língua aproxima estas unidades e liga significantes e significados
A língua recorta e articula, e assim se forma o signo em Saussure
Esta articulação é arbitrária
Não há nenhuma justificação racional para um significante responder a umsignificado
Valor: a língua é um sistema de valor, Saussure Cada signo ganha o seu valor numa dupla acção; o signo vale por uma relação entre
significante e significado mas vale também por uma relação que ele tem com todosos outros signos do sistema
Quando Saussure diz que a língua é um sistema de valores temos de considerar osdois aspectos: a articulação entre significante e significado e a relação que tem comos restantes signos da língua
Saussure faz um paralelo entre linguística e economia
Encontramo-nos perante sistemas de valores que aproximam elementos de ordem
distinta; na linguística os elementos aproximados são os significantes esignificados; na economia são, por exemplo, o trabalho e o salário, ou umapropriedade e aquilo que produz
Há algo que os distingue
O sistema de valores é totalmente arbitrário só na língua
Se uma propriedade vale pela produção que dela retiramos; na economia asrealidades/acontecimentos naturais interferem no sistema de valores; na línguanão, porque o sistema de valores puros ou intrínsecos descrevem-se inteiramenteno sistema, os valores surgem na relação intrínseca entre significante e significado;
os valores na língua são autónomos por relação dos acontecimentos naturaisexteriores. Esta noção converge para a noção de arbitrariedade da língua como umsistema de valores intrínsecos e relativos
É esta noção de língua de sistema de valores que justifica a metodologia dasincronia e diacronia, tal como a economia
Em ambos os casos utilizamos duas abordagens distintas ao longo do tempo
Sincronia e diacronia são modos de estudar um objecto no tempo e usando duaspalavras-chave para introduzir:
Sincronia - abordagem estática (o tempo não intervém)
Diacronia – abordagem evolutiva
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39 Apontamentos Semiologia
Só uma destas noções permite definir um sistema da língua: sincronia abordagemestática e em profundidade de um determinado fenómeno que nos permite chegarà estrutura interna desse fenómeno
Sistema de valores como um sistema de relação
Qualquer elemento tem valor na relação que estabelece com outros elementos dalíngua
Durante o séc. XX estuda-se as noções de língua da mudança/evolução
Estudar o conjunto integral que os signos têm entre si – estudar a línguaindependentemente da mudança, estudar em profundidade a língua sem ter emconta principalmente a mudança
Proposta do estado da língua pensado como estrutura – linguística geral – estrutura como o conjunto de relações entre elementos da língua
Essa estrutura de língua permanece e a questão colocada é: como vamos estudar a
estrutura da língua e descreve-la? Propor um no método de estudo do tempo: sincronia
Estudar detalhadamente a língua para chegar aos sistemas
Saussure introduz a sincronia na linguística mas não exclui a diacronia
Só a sincronia permite chegar aos sistemas da língua
O eixo da sincronia é o eixo das simultaneidades, descreve como um corte notempo
Simultaneidades = elementos simultâneos que entram em relação formandosistemas; estes elementos simultâneos estão presentes na consciência colectiva num
dado momento, ou seja, a língua existe na nossa consciência, segundo Saussure. Paraa estudarmos sincronicamente temos de reconhece-la ao nível da consciênciacolectiva
Porque a língua é um sistema de valores têm de ser estudada de diferentes modos
O método diacrónico permite-nos compreender como a língua evoluiu ao longo dotempo e, como tal, vão-se estudando os diferentes elementos da língua que se vãosucedendo no tempo, uns aparecem, outros desaparecem.
Quando olhamos a língua do longo do tempo, segundo Saussure, concluímos queela está sujeita a uma mudança
Para Saussure o sistema permanece, o que muda são os elementos isolados dosistema: as palavras, no caso da língua
C
A B
D
Eixo das simultaniedades
Eixo das sucessividades
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40 Apontamentos Semiologia
Na diacronia, o investigador vê como as palavras evoluem, como é que umasaparecem e outras desaparecem, e só se pode estudar um fenómeno de cadavez; estudamos todos os fenómenos, todos os elementos que estavampresentes no eixo das simultaneidades só que, ao longo do tempo e,
portanto, com as suas alterações. Na diacronia os vários elementos estudados não fazem um sistema porque
eles se substituem uns aos outros e não são recebidos pela mesmaconsciência colectiva
Estas abordagens são distintas, mas importantes para Saussure
Duas linguísticas, segundo a distinção de Saussure:o Estática ou sincrónica (sistema)
o Evolutiva ou diacrónica
Relações sintagmáticas e paradigmáticas
No caso das relações sintagmáticas, as regras da língua ditam um conjuntode combinatórias possíveis – “O João está ausente”
Relação in presentia (em presença)
No caso das relações paradigmáticas, as palavras que têm qualquer coisa decomum associam-se na memória
Ausente
Ausência Tangente
Ausentar Distante Presente Justamente
a) Afastado Clemente d)
b) c)
a) Elemento comum – o radical (núcleo semântico e formal de uma palavra)
b) Analogia dos significadosc) Sufixod) Semelhança de imagens acústicas
Relações in absentia (em ausência)
Oposição – pares de conceitos distintos mas interligados
Relações que os termos têm dentro dos sistemas da língua
Os signos ganham valor de duas formas [será 1ºpropriedade?]:1. Associação entre significante e significado (uma equivalência)
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41 Apontamentos Semiologia
Relações que descrevem dois tipos de relações na língua através das quaisos signos ganham o seu valor
Relações entre signos
No caso do discurso, os signos combinam-se
Nos sintagmas, os signos ganham valor na relação combinatória que têmentre si e que são típicas do discurso
Estas relações são relações de presença:o Relações de signos que estamos a concretizaro Relações que implicam encadeamento e extensão, seja no tempo,
seja no espaço
Num sintagma, cada signo vale pela relação que tem com aquele que lhe éanterior e com o que lhe é posterior
A língua é um sistema em que os signos criam ligações entre si
Sistema explicado pelas relações paradigmáticas, relações associativas As relações associativas são extremamente vastas, podemos associar os
signos através de diferentes tipos de relações
As relações paradigmáticas têm como base a nossa memória e por isso sãorelações em ausência
São independentes do discurso e do seu encadeamento linear
São todas as relações associativas que podemos fazer na nossa memória apartir de qualquer signo da língua
Partindo da palavra “ausente” podemos raciocinar uma data de associações
Senimnemónica virtual relações paradigmáticas Mnemónica – memória
Virtual porque está em ausência
Oposição entre significado e significante
Um signo é uma entidade psíquica que resulta da associação de dois termosque são ambos psíquicos, segundo Saussure, o significado ou conceito e osignificante ou imagem acústica
O signo resulta da articulação destes dois elementos
O conceito é o significado do signo A imagem acústica é a representação psíquica do som das palavras
Relação de associação entre os dois elementos é arbitrária
A arbitrariedade do signo em Saussure aplica-se entre a relação de imagemacústica e o conceito
A arbitrariedade implica-se no signo
O signo é imotivado (não há explicação para que uma imagem acústica seassocie a um conceito) e convencional
O signo – 2ºpropriedade:
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42 Apontamentos Semiologia
o Linearidade do significante (da imagem acústica) – prende-se com ofacto do significante ser materializado acusticamente e como talprecisa de ser encadeado linearmente no tempo.
1. Para que o significante seja expresso no discurso implica umalinearidade no tempo
2. Para que o significante seja expresso na escrita implica umalinearidade no espaço
3ºpropriedade do signo:o Mutabilidade e a imutabilidade – propriedade aparentemente
paradoxalo A principal característica do sistema linguística é a sua permanência
o O sistema no seu conjunto, como imutável, permaneceo Aquilo que muda na língua é os seus elementos, as palavraso Para explicar a imutabilidade, Saussure apresenta várias razões:
A arbitrariedade (carácter convencional da língua contribuipara que ela permaneça)
A vastidão do sistema de língua A sua complexidade A inércia colectiva
Pontualmente a língua vai mudando. Como se explica isso?
A arbitrariedade explica o porquê da língua ser estável e dela mudar
Vão surgir pequenas mudanças nesta relação ao longo do tempo
Se a língua é uma convenção pura, se não há nenhuma justificação que nospermita alterar a significação de significado, então ela perdura
Mas pontualmente, alguns elementos vão mudando – mudança nacontinuidade
Circuito da fala
Audição Fonação
C I C I
Fonação Audição
Elementos físicos – ondas sonoras
Elementos fisiológicos – fonação e audição
Elementos psíquicos – significantes e significados
A fala é uma manifestação concreta da língua, implica uma materialização
Existe um fenómeno psíquico:o Significante e significado
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43 Apontamentos Semiologia
o O signo é uma entidade psíquica que junte por associaçãosignificante e significado
o A fonação e a audição implicam o nosso corpo e por isso têm umadimensão fisiológica
o As palavras propagam-se pelo som e, para Saussure, isso é umfenómeno físico
Parte-se dos elementos psíquicos, passa-se para os elementos fisiológicos enuma última fase para os elementos físicos
A língua é um fenómeno inteiramente psíquico
A fala implica todos estes elementos e para a fala é fundamental acapacidade fonação e audição
Fala e língua são tão distintas que é possível um de nós dominar a línguamesmo que um de nós não possa falar
Língua e fala são fenómenos distintos mas interdependentes
A língua é social e a fala é individual
Língua – forma, sistema de relações intrínsecas, memória, social, todohomogéneo, psíquica, convenção
Fala – substância, manifestação e actualização fónica, individual,heterogénea, psico-física
Linguagem é social e individual, daí abranger tanto a língua como a fala; alinguagem é heterogénea; dentro da linguagem podemos definir um todo
É possível isolar a língua, como um sistema – um todo homogéneo
A fala implica a nossa vontade e inteligência individual e implica a dimensãocorporal (fisiológica) e nesse sentido ela é heterogénea
A língua é inteiramente psíquica e a fala psico-física (corpo e físico)
A língua é uma convenção que nos permite comunicar e por isso também éuma instituição social. A língua não é exequível – é algo recebidopassivamente
A fala é da ordem da execução
Precisamos da memória para registar a língua
A língua não é uma nomenclatura, pois ela é autónoma dos referentes
A língua é um princípio de classificação, ou seja, é um sistema deequivalências; estabelece uma equivalência entre o significante e osignificado
“A fala é um acto individual de vontade e inteligência”; neste acto implicaselecção e combinação de signos – voltamos às noções de paradigmas(selecção de palavras) e sintagmas (combinar esses signos em palavras)
A língua implica todos os signos e todas as relações entre signos – é umsistema ou forma
Forma em Saussure quer dizer estrutura da língua, em que cada elemento
ou signo se insere em relação com todos os outros signos – língua
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44 Apontamentos Semiologia
A substância, que defina a fala, quer dizer manifestação; quando falamos,através da nossa voz, damos forma e corpo aos signos
Forma: sistema de relações intrínsecas pois para conhecermos a línguatemos de a conhecer a partir de dentro
Substância: manifestação e actualização fónica É através da fala que ao longo do tempo a língua gradualmente muda; é
também através da fala que aprendemos o sistema da língua
Distinção entre a língua essencial e a fala acessória e acidental
Sempre que estamos na execução estamos na fala
Saussure considera que a semiologia vai estudar a “vida dos sinais no seioda vida social”
Sinais = signos
A noção de semiologia em Saussure é muito abrangente
Qualquer sistema para exprimir ideias é um objecto de estudo para asemiologia
A língua é o objecto de estudo por excelência; a escrita também
A linguística estuda especificamente as linguagens naturais que são asnossas linguagens verbais
Louis Hjelmslev (língua e fala – texto de Hjelmslev)
Segue o pensamento de Saussure, logo é também um estruturalista
Formaliza ainda mais o pensamento de Saussure
Vê a língua como uma estrutura, um sistema Glossemática
Pertence à escola de Copenhaga
Distinção entre língua e acto
Noção de língua pensada em 3 planos distintos:1. Língua enquanto esquema2. Língua enquanto norma3. Língua enquanto uso
1. Língua enquanto esquema:
Noção fundamental para Hjelmslev; noção da pura forma da língua ESQUEMA – LINGUA – PURA FORMA
A língua é independente da realização pessoal e da manifestaçãomaterial; é uma estrutura independente de qualquer manifestação
Cada entidade é uma entidade opositiva, relativa e negativa – ocupa um lugar num sistema de relações e tem estas características
Uma entidade opositiva – quando está em relação deinterdependência com outra dentro de um sistema
Uma entidade relativa – quando ganha valor na relação com outra
entidade; tudo tem valor no seio de uma relação
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No esquema fala-se de entidades que ainda não se manifestaram epor isso elas são negativas
2. Língua enquanto norma
Conceito completamente abstracto
Trata o sistema mais o sistema da língua A língua ainda é definida independentemente de qualquer
manifestação concreta
Exemplo – Português oral e escrito independente da suamanifestação concreta, tomado como um todo, como geral
Na norma temos a língua na forma material
NORMA – LINGUA – FORMA MATERIAL
Norma é uma forma material, se as matérias variarem as línguas sãodiferentes; na acepção de norma a língua do português escrito e a
língua do português oral são diferentes A norma é definida por uma certa realização social mas é
independente da manifestação concreta
Na norma qualquer entidade é opositiva, relativa e positiva (positiva porque tem uma matéria)
3. Língua enquanto uso
Noção de língua definida pelas manifestações e apropriaçõesconcretas realizadas pelas diferentes comunidades linguísticas
O uso é a língua definida como um conjunto de hábitos
A língua é definida pela manifestação No uso as entidades são completamente positivas, estão
completamente manifestas
As pronúncias fazem a língua variar mas dentro de determinadasregras
A língua pode variar nas várias pronúncias mantendo-se sempre anoção de língua como uso, dado que o uso permite essa variação
Na noção de significante está implicada uma materialidade dalíngua
Estas noções são formalizadas
Norma Esquema
Pressupõe
Uso Acto pressupõe
[pressupõem-se mutuamente]
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Teoria da instituição – ESQUEMA
Teoria da execução – USO
Para Hjelmslev a língua é pensada sendo exequível
A própria noção de língua passa a possuir elementos da ordem da execução,substância
As dicotomias estritas de Saussure tornam-se mais complexas
A noção de acto está sempre separada
A norma pressupõe o uso e o acto; a norma pressupõe que existam hábitosconcretos: o uso e o acto
O uso materializa-se no acto e o acto expressa o uso: são dois elementosinterdependentes
Substância = execução, materialização (termo que vem de Saussure)
Norma, uso e acto = implicam execução; só o acto remete para a fala A norma é a variável (em relação do uso e do acto) e o uso e o acto são
constantes
Esquema = constante; norma, uso e acto = variáveis
A noção língua e fala substituídas por fala e uso (noção definidora de língua;permite de uma forma mis completa analisar a dimensão de execução dalíngua; o uso fala dos hábitos colectivos de apropriação da língua;manifesta-se sempre através do acto
Quatro postulados da linguística – Gilles Deleuze e Félix Guattari1ºPostulado – a linguagem é informal e comunicacional
Teoria dos actos de linguagem: John AustinRelação intrínseca entre os discursos ao serem ditos (por ex: “Eu juro”
Quando se fala (dou uma ordem usando o imperativo)
o Palavras de ordem
o Variáveis de expressão
2ºPostulado – a língua é um sistema abstracto cuja compreensão dispensaqualquer factor exterior
3ºPostulado – existem constantes ou universais da língua que nos permitedefinir enquanto sistema homogéneo
4ºPostulado – a língua só pode ser cientificamente estudada sob o modelo deuma língua maior ou standard
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Cada postulado é um postulado que define a linguística estruturalista ouestrutural
Os autores (Deleuze e Guattari) criticam as teses principais doestruturalismo
O 1ºpostulado sofre principal argumentação na sua escrita; é o postuladomais genérico, com uma tese mais geral:
o A linguagem é acima de tudo comunicação da informação (ideiaquestionada e criticada, pois a crítica parte da perspectivapragmática que os outros autores têm)
o Ideia-chave = autores vêm a linguagem como acção e não apenascomo comunicação da informação – fazem-no por serempragmáticos
o A linguagem é informacional e comunicacionalo
O que quer dizer no estruturalismo? – Palavras visam a comunicação;quando Saussure enfatiza a língua como principal objecto de estudoacaba por enfatizar o seu papel de comunicação
o Embora nós saibamos que em Saussure a noção de língua surgeindissociável do pensamento, a língua possibilita o própriopensamento
o Não se afasta da ideia da língua como meio comunicacional o Contudo, Deleuze e Guattari dizem que há vários aspectos da língua
que não podemos compreender apenas com base na ideia – comunicar a informação
o Porque há uma série de fenómenos na língua que articulam alinguagem à acção
o Questionar é agir dentro de uma determinada relação – não estamosapenas a informar “o outro” sobre o facto de não sabermos algumacoisa; é agir dentro de uma determinada situação através dalinguagem
o Questionar é uma acção concretizada através da linguagem
o Prende-se à noção de actos de linguagem (John Austin): base daformulação pragmática do Deleuze e Guattari
o Vemos como existem relações entre o discurso e certas acções (comopor exemplo a de questionar)
o Outros exemplos – acções atingidas quando as dizemos (promessa,juramento); quando falamos – como dizemos; o que dizemos – realização de acções
o O pensamento afasta-se da pura forma desligada do seu contextosocial
o Ideia de que a língua é uma pura forma, sistema de relaçõesintrínsecas, autónoma do contexto social em que se forma
o Porque se afasta o pensamento de Deleuze e Guattari? – Noção delíngua que constroem está articulada à ideia de acção e relação,
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acaba por ser um sistema que está necessariamente ligado ao seuexterior
o Agimos, inter-relacionamos, afirmamo-nos como sujeitos (através dalíngua)
o Língua – atravessada por todas estas dimensões sociais, afectivas,subjectivas, etc.
o A língua é relação social, acção e não somente comunicação deinformação
o Palavras de ordem – conceito em Deleuze e Guattari; não serestringe à política mas também a inclui. Inclui todos os elementosda linguagem que implicam um vínculo social. Exemplo: dar ordens,questionar, prometer, afirmar…
o Variáveis de expressão – em contraste com constantes – que seapresenta como um conceito fundamental para Saussure e Hjelmslev.Para ambos, a língua não muda – permanência da língua; ideia deque podemos delimitar a língua – sistema fechado; um todohomogéneo
o Deleuze e Guattari falam em variáveis de expressão – a línguaestá sujeita a um princípio de variação que é intrínseco à próprialíngua (constituída por elementos que mudam. Exemplo: pronomespessoais – “eu” irá variar de pessoa para pessoa – atribuição das suaspróprias características)
o Deleuze e Guattari vão abolir a fronteira dictomica entre factores
linguísticos e factores não linguísticoso Temos de adoptar uma perspectiva pragmática para estudar a língua
2ºpostulado: língua como um sistema, abstracto, pura forma
o Deleuze e Guattari – a língua está necessariamente ligada ao exterior o Compreensão entre língua e social/sujeitos o Consequência do raciocínio do p1ºpostuladoo A língua está permanentemente a ganhar as características dos
sujeitos que as enunciam, da sociedade onde acontece – logo não éabstracta
o A língua é atravessada pelo exterior (Deleuze e Guattari) 3ºPostulado:
o Ideia que pode ser observada em várias noções fundamentais doestruturalismo:
1. Na ideia estruturalista de que existem constantes de umalíngua, constantes fonéticas (som), semânticas (significado),sintácticas (construção dos signos e frases)
2. Ideia dos universais da linguagem, ideia de que existempermanentes que são comuns às várias línguas
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3. Relações entre constantes: relações hierárquicas e estáveis.Podemos encontrar elementos constantes e encontrarrelações entre elementos que são também constantes
4. Execução da língua que é pensada ao nível da competência.
Quando o estruturalismo pensa em execução pensa-a emconformidade com regras linguísticas5. A centralidade do conceito de homogeneidade no
pensamento de Saussure e Hjelmslev – homogeneidade ligadaà noção positivista de Saussure
6. Importância do conceito de sincronia. Os estruturalistas vãodesenvolver de captar esta dimensão homogénea e constanteda língua. Só através da sincronia é que podemos chegar aosistema homogéneo da língua. A língua a nível da sincronia éo método daquilo que é constante, homogéneo. Metodologias
o Deleuze e Guattari afastam-se. Definem a língua como em mudançapermanente. Uma mudança permanente nas relações que estãoimplicados
o Para os pragmáticos temos de estudar as relações da língua – relações sociais e língua-conceitos
o As línguas estão sujeitas a uma heterogeneidade; elas são abertas eheterogéneas
4ºpostulado:o Os estruturalistas vão rejeitar o estudo dos dialectos o Os estruturalistas estão posicionados nos conceitos normativoso Línguas menores que são por exemplo os dialectos - dizem que se
pensamos a língua como heterogénea e como ligada aos sujeitos e àsociedade, então, temos que estudar todas as suas manifestaçõesmenos as que parecem ser de menos grupos, de línguas menorescomo os dialectos
o Só estudando todo esse mosaico linguístico é que podemoscompreender a complexidade e heterogeneidade das línguas
o Defendem uma grande inovação ao nível das metodologias, têm de
ser criativas para irem ao encontro desta diversidade das línguasmenores
o O pós-estruturalismo põe em causa o positivismo estruturalista eabre o estudo da linguagem a toda a diversidade das suasmanifestações
FIM!!!! BOA SORTE!