Upload
dangcong
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
FACULDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
BRUNO DOS SANTOS BATISTA
SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE (SMS) APLICADA ÀS ORGANIZAÇÕES COM FOCO NA REDUÇÃO DAS PERDAS.
Rio de Janeiro 2010
BRUNO DOS SANTOS BATISTA
SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE (SMS) APLICADA ÀS ORGANIZAÇÕES COM FOCO NA REDUÇÃO DAS PERDAS. Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação em Gestão de Petróleo e Gás da Faculdade Cândido Mendes / A Vez do mestre como requisito para aprovação. Orientador : Prof. Jorge Tadeu
Rio de Janeiro 2010
Agradeço ao professor e orientador Jorge Tadeu, pelo apoio e encorajamento contínuos na pesquisa, aos demais Mestres da casa, pelos conhecimentos transmitidos, ao Departamento Pedagógico do curso de Pós-graduação da Faculdade Cândido Mendes / Instituto A Vez Do Mestre pelo apoio institucional e pelas facilidades oferecidas.
“ Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis." Bertolt Brecht
Resumo Toda pessoa sabe que a vida é um bem precioso e delicado e que, compete a cada um de nós defendermos da melhor forma possível. Nossos familiares têm orgulho do trabalho que exercemos, e cabe a cada um de nós realizá-lo com segurança, preservando o meio ambiente e nossa saúde. O referido trabalho tem como objetivo mostrar a importância de programas de Segurança, Meio Ambiente e de Saúde nas organizações, visando defender a integridade dos trabalhadores, reduzindo custos, melhorando a produtividade, oferecendo um melhor ambiente de trabalho e colaborando com a melhoria da imagem da empresa perante o mercado. Para isso é importante a participação e conscientização das partes envolvidas. Essa mudança de postura trará benefícios para os trabalhadores no período em que estiverem na empresa bem como maior qualidade de vida para todos os seus familiares. Palavras-chave: Segurança no Trabalho; Meio Ambiente; Saúde; Doença do Trabalho; Trabalhador e Produtividade. Abstract Every person knows that life is a very precious and delicate and that is for each of us defend in the best way possible. Our families are proud of the work that had, and it is up to each of us carry it with safety, preserving the environment and our health. This work aims to show the importance of programs for the Safety, Environment and Health in organizations, to defend the integrity of workers, reducing costs, improving productivity, offering a better environment to work and cooperate with the improvement of the image of company to the market. Therefore it is important the participation and awareness of the parties involved. This change of attitude will bring benefits to workers in the period in which at the company as well as improved quality of life for all his family. Keywords: Safety at Work, Environment, Health, Disease Labor, and worker productivity.
SUMÁRIO RESUMO . .....................................................................................................................5 ABSTRACT.....................................................................................................................5 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................8 2 SAÚDE ..........................................................................................................................9 2.1 CONCEITOS DE SAÚDE E DOENÇA ...........................................................................9 2.2 LESÕES AGUDAS E DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO.........................10 2.3 COMO PREVENIR AS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO.......................12 2.3.1 ERGONOMIA.................................................................................................................13 2.4 COMO PREVENIR AS DOENÇAS NÃO RELACIONADAS AO TRABALHO..............15 2.4.1 ALIMENTAÇÃO ....................................................................................................... ...15 2.4.2 ATIVIDADE FÍSICA........................................................................................................16 2.4.3 TABAGISMO..................................................................................................................16 2.4.4 ESTRESSE....................................................................................................................16 2.4.4.1 CUSTO E CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE...........................................................18 3 HIGIENE DO TRABALHO.............................................................................................18 3.1 .CONCEITOS DE HIGIENE DO TRABALHO................................................................19 4. ACIDENTES DE TRABALHO........................................................................................20 4.1 CONCEITO DE ACIDENTE...........................................................................................20 4.2 CAUSAS........................................................................................................................21 4.3 PREVENÇÃO................................................................................................................23 4.4 CIPA..............................................................................................................................24 5. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.......................................................................25 5.1 . CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO............................................25 5.2 O IMPACTO PARA O TRABALHADOR.......................................................................27 5.2.1 A SATISFAÇÃO NO TRABALHO................................................................................28 5.3 SAÚDE E PRODUTIVIDADE.......................................................................................28 6. MEIO AMBIENTE..........................................................................................................29 6.1 MEIO AMBIENTE: QUESTÃO DE CIDADANIA...........................................................29 6.2 NORMA ISO 14000.......................................................................................................30 6.2.1 O QUE É A NORMA ISO 14000?..................................................................................30 6.2.2 BENEFÍCIOS.................................................................................................................31 6.2.3 PROBLEMAS E DESAFIOS..........................................................................................31 6.3 IMPACTOS AMBIENTAIS.............................................................................................32 6.3.1 A QUALIDADE DO AR...................................................................................................32 6.3.2 A QUALIDADE DA ÁGUA..............................................................................................33 6.3.3 A QUALIDADE DO SOLO..............................................................................................34 6.3.4 CONSEQUÊNCIAS E IMPACTOS.................................................................................34 7. CONCLUSÃO.................................................................................................................36 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................37
1. INTRODUÇÃO
Para fazer frente às atuais exigências dos mercados que se apresentam cada vez mais competitivos, as empresas precisam buscar permanentemente a maximização dos resultados de forma a agregar valor para todos os envolvidos, primando pela excelência em todos os segmentos que compõem o seu negócio. O problema identificado para o desenvolvimento desta pesquisa é analisar a forma com que o sistema será transmitido e aceito, de modo a permitir o acompanhamento do progresso conseguido, minimizando os esforços e maximizando os resultados.
Ultimamente tem aumentado a consciência sobre a importância em se aliar capacidade
de produção, os meios de transformação, os processos de manufatura e até a
manutenção com o bem estar e a qualidade de vida daqueles que executam essas
atividades por mais simples que seja a sua participação na cadeia produtiva.
Considerando que a mudança de hábitos não pode ser imposta, mas implantada de
forma a agregar as pessoas valores que serão enraizados e esses valores com a todas
as informações da cadeia de produção possam conduzir essas Organizações por uma
trilha de sucesso de forma duradoura e sustentável.
Com o rápido avanço da tecnologia que é uma aliada no desenvolvimento de todos os
processos de transformação o homem não deve ser deixado de lado nunca, pois reside
nele a capacidade de entender esses novas tecnologias e fazer com que tudo funcione
de forma harmoniosa, gerando riquezas para os acionistas, reduzindo os impactos dos
processos produtivos e tornando os ambientes de trabalho cada vez mais saudáveis.
Hoje em dia querer que as organizações tenham segurança, meio ambiente e saúde,
não é exigir muito, é sim, o mínimo que cada empresa tem por obrigação oferecer como
contra partida aos seus processos produtivos. Atuar na promoção da saúde, na
proteção do ser humano e do meio ambiente é essencial para qualquer empresa, pois o
trabalho está constantemente cercado por incertezas, exigindo tomadas de decisão
rápidas, e muitas vezes podem acarretar acidentes de trabalho. Esses acidentes
obrigarão os empregados a se afastarem dos seus postos de trabalho, acarretando
prejuízo de ordem, financeira para ele próprio e seus familiares, psicológica, queda na
produtividade da empresa e etc.
Baseado em tudo que acarreta como custos para as organizações é vital que haja uma
política de investimento na área de segurança, meio ambiente e saúde com evidente
víeis para a redução dos afastamentos relacionados com doenças e acidentes sem
contar na possibilidade da mudança do processo produtivo para um que promova o que
se chama de processo limpo, ou ecologicamente correto, no qual o impacto ao meio
ambiente é reduzido e/ou compensado pelas políticas da empresa nesse setor.
2. SAÚDE
2.1 Conceitos de saúde e doença
A saúde é a promoção e preservação da integridade física do trabalhador, através da
detecção dos fatores que interfiram na sua saúde, tais como os riscos inerentes no seu
ambiente de trabalho. (Souza, 2004)
As doenças do trabalho, ou doenças ocupacionais são aquelas decorrentes da
exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de acidentes. Elas
se caracterizam quando há uma relação entre os danos na saúde do trabalhador e a
exposição do mesmo a determinados riscos ocupacionais.
O risco estando presente, atua diretamente sobre o organismo humano,
alterando a sua qualidade de vida. (MARANO, 2003)
O trabalho não deve ser causa de danos à saúde dos trabalhadores. Como as
situações de risco são comuns nas indústrias em geral, os trabalhadores devem estar
treinados sobre os procedimentos adotados nas diversas atividades e os recursos
disponíveis para evitar danos à sua saúde, ais como os equipamentos de proteção
coletiva (EPC) e individual (EPI).
No ambiente de trabalho a pessoa responsável em manter a saúde de todos os
empregados é o Médico do Trabalho que agindo sozinho ou através de uma equipe,
após ter a notificação dos riscos ambientais existentes na empresa, padronizará todos
os exames que serão realizados, a freqüência de cada um deles e por grupo de
trabalhadores, usando como critério, por exemplo, a faixa etária, não deixando de
atender aos requisitos legais estabelecidos.
Cabe ressaltar que todo aprendizado na empresa é extensível as casas dos
empregados por que nos dias de hoje nenhuma organização espera que seus
empregados hajam de forma diferente quando estiverem fora delas, os cuidados
adotados na empresa deverão ser os mesmo fora delas e isso é compreensivo quando
avaliamos a imagem dessa empresas.
2.2 Lesões agudas e doenças relacionadas ao trabalho
A exposição ao ruído, à radiação solar, às altas temperaturas, aos produtos
químicos e aos agentes biológicos, bem como a realização de esforços físicos intensos,
o levantamento de pesos excessivos e a adoção de posturas incorretas podem causar
danos à saúde do trabalhador.
As lesões agudas provocadas por acidentes do trabalho resultam da ação de
materiais, como produtos químicos, ou energias como; ruído, radiação e calor em altas
intensidades por curtos períodos de tempo. Um exemplo: queimadura provocada pelo
contato com superfície quente, lesão do ouvido causada pelo ruído de uma explosão e
fratura resultante de uma queda de andaime. (SOUZA, 2004)
As doenças relacionadas ao trabalho resultam da exposição prolongada por
meses, anos ou décadas, a materiais ou energias em moderadas ou baixas
intensidades. Um exemplo: a surdez, causada pela exposição prolongada ao ruído e a
tendinite causada pelo esforço repetitivo de determinada função.
No quadro a seguir, pode-se observar um mesmo agente, dependendo da
intensidade e do tempo de exposição, causando lesões e doenças com características
diversas:
Tabela de danos físicos
AGENTE EFEITO IMEDIATO(LESÃO)
EFEITO TARDIO (DOENÇA)
Radiação ultravioleta do Sol
Queimadura da pele após Câncer de pele após a exposição a altas doses exposição prolongada a
pequenas doses diárias.
Ruído
Surdez temporária Danos permanentes no
(fadiga auditiva) aparelho auditivo. Fonte: manual Petrobrás, 2004
O trabalho em plataformas marítimas é realizado em turnos alternados de 12
horas em regime de confinamento. Pode ocorrer exposição a ruído e a produtos
químicos usados nas atividades petrolíferas.
Todos esses fatores podem prejudicar a saúde do trabalhador, razão pela qual a
abordagem preventiva de medidas preventivas é tão importante.
2.3 - Como prevenir as doenças relacionadas ao trabalho
As medidas preventivas das doenças relacionadas ao trabalho podem ser
aplicadas em 3 níveis: na fonte de emissão do agente (ruído, gás ou poeira); na
trajetória dos materiais e energias; e no corpo do trabalhador (EPI),conforme
esquematizado a seguir:
AGENTE .........................►
Fonte Trajetória Trabalhador
Fonte: manual Petrobrás ,2004
As medidas preventivas mais eficazes são aquelas aplicadas na fonte que libera
os materiais e energias no ambiente de trabalho. Quando as medidas aplicadas na
fonte e na trajetória são insuficientes, torna-se necessário o uso dos equipamentos de
proteção individual - EPI.
Todo EPI fornecido aos trabalhadores deve ter o Certificado de Aprovação (C.A)
exigido pelo Ministério do Trabalho, garantido dessa forma sua liberação para uso e
com restrições que lhe forma dadas nos ensaios realizados.
É obrigação:
ü Da empresa fornecer o EPI adequado e treinar os empregados para seu uso;
ü Do empregado conhecer os EPIs obrigatórios para as suas atividades e usá-los
corretamente.
2.3.1 Ergonomia
As primeiras medidas e observações sistemáticas partiram de engenheiros,
médicos, pesquisadores e organizadores do trabalho.
Os engenheiros, pesquisadores e organizadores realizaram os estudos que
visavam à melhoria de rendimento do homem no trabalho. Procuravam suprimir
trabalhos penosos por sistemas de mecanização e a dosagem da carga de trabalho.
Estudavam os movimentos e segmentos corporais, duração de esforços e os ritmos de
trabalho, os problemas de fadiga e os efeitos do ambiente, como temperatura, ruído,
iluminação etc.
Os médicos se preocupavam de maneira mais direta com a proteção da saúde
dos trabalhadores.
Foram descritas as primeiras doenças profissionais – problemas de visão na
fabricação de objetos muito pequenos, má postura e manuseio de cargas pesadas.
Em 1949, os especialistas se reuniram em Londres e assinaram o nascimento de
um novo ramo da ciência aplicada que batizaram de ERGONOMIA.
Para os americanos a Ergonomia é a engenharia humana.
Podemos definir então que a ERGONOMIA: é o ramo da ciência aplicada, que se
vale dos conhecimentos básicos de engenharia, anatomia, fisiologia, psicologia para
utilizá-los harmonicamente no trabalho humano, assegurando ao conjunto homem-
máquina-ambiente, as melhores condições de desempenho. (CEFET-RJ,1996)
A ergonomia tem como objetivo principal, o estudo das capacidades e limitações
do homem no trabalho, determinando-se os materiais, os equipamentos, as
ferramentas, os métodos e os locais mais apropriados ao desempenho de suas
atividades produtivas.
A ergonomia, busca a eficiência do trabalho. Temos a seguir um modelo ideal de
ergonomia:
fonte: Setor de Segurança do trabalho - Petrobras
2.4 Como prevenir as doenças não relacionadas ao trabalho
A prevenção de doenças relacionadas ao trabalho não é suficiente para garantir
a saúde do trabalhador, depende também de ações preventivas voltadas para fatores
de risco fora do trabalho relacionados aos seus hábitos de vida. A saúde do trabalhador
é uma resultante das ações preventivas adotadas no trabalho e fora dele tendo como
maior beneficiado o próprio empregado e as organizações onde eles trabalham
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a falta de atividade
física, o tabagismo e os erros alimentares constituem os três principais fatores de risco
á saúde, relacionados aos hábitos pessoais. Por outro lado, hábitos saudáveis
protegem a saúde. Algumas medidas simples, descritas a seguir, devem fazer parte do
dia-a-dia porque são capazes de garantir nossa saúde em longo prazo.
2.4.1 Alimentação
A alimentação correta é a base da vida saudável. Eis algumas recomendações
para toda a família viver com mais saúde:
ü Consumir frutas, legumes e verduras diariamente, por serem ricos em vitaminas,
minerais e fibras;
ü Reduzir o consumo de alimentos gordurosos
ü Reduzir consumo de sal
ü Reduzir o consumo de álcool e refrigerantes. A melhor bebida é a água
2.4.2 Atividade física
O sedentarismo (falta de atividade física) contribui para o aumento na incidência
de diversas doenças tais como o infarto do miocárdio, o derrame cerebral, diversos
tipos de câncer e o diabetes.
As pessoas que praticam algum tipo de atividade física regularmente apresentam
maior produtividade, sofrem menos acidentes, faltam menos ao trabalho por causa da
doença e permanecem menos tempo internados quando necessitam de hospitalização.
2.4.3 Tabagismo
Estudos desenvolvidos até o momento confirmam que o hábito de fumar
(tabagismo) pode causar cerca de 50 doenças cardiovasculares (infarto, angina) câncer
e doenças respiratórias (como enfisema e bronquite).
Se uma pessoa pára de fumar:
ü Após 20 minutos, sua pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal
ü Após 2 dias, seu olfato e paladar melhoram
ü Após 3 semanas, a respiração fica mais fácil e a circulação melhora
ü Após 5 a 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou
Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, melhor para a sua saúde.
2.4.4 Estresse
Hoje em dia cada vez mais nos defrontamos com pressões no trabalho, na
família e no meio social, capazes de gerar estresse. A maneira mais adequada de lidar
com o estresse é a prevenção, é nos fortalecendo para que situações adversas como
essas não nos deixem debilitado.
Melhorar a auto estima, aprender a gostar do que faz, trabalhar com dedicação e
responsabilidade, levar uma vida metódica e produtiva, ter uma alimentação
equilibrada, praticar regularmente atividades físicas, dedicar tempo para a família e o
lazer, manter laços de amizade e ajudar outras pessoas são algumas atitudes positivas
na direção de uma vida saudável.
Uma das melhores definições de estresse afirma que se trata de uma resposta
não-específica do organismo às exigências que lhe são feitas, provocando, assim, duas
reações:
1. Uma reação específica, ou seja, algo muito semelhante à reação provocada por
um medicamento em função de seu princípio ativo, como faz, por exemplo, o
analgésico que abranda a dor ou antibiótico que combate a infecção.
2. Uma reação não-específica, ou seja, uma reação do organismo
independentemente do efeito do agente ativo. Nesse caso, trata-se de uma
resposta do organismo à presença de numerosos e diferentes estímulos.
O estresse é, portanto, a reação não-específica de um indivíduo submetido a
estímulos externos chamados estressores - e que podem ser desagradáveis e
dolorosos ou desejáveis e agradáveis. Por exemplo, o divórcio é quase sempre um
evento doloroso, já é o casamento é um evento geralmente agradável. Ambos são
estressores importantes e podem provocar o mesmo tipo de excitação: emoção,
palpitações, lágrimas, etc . (CUNGI, 2004)
2.4.4.1 Custo e conseqüências do estresse
O estresse custa muito caro tanto do ponto de vista humano quanto econômico.
As doenças que causa e os gastos de saúde direta ou indiretamente relacionados a ele
são elevados. Um exemplo são os crescentes casos de distúrbios de ansiedade e de
depressão, por um lado, e o elevado consumo de medicamentos e antidepressivos, por
outro.
Trata-se de um problema de saúde pública cada vez mais reconhecido como
mostram numerosos estudos e pesquisas publicados nos Estados Unidos, na Europa,
no Brasil e em todo mundo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo estudos do American Institute of
Stress, o estresse custaria entre 150 e 200 milhões de dólares por ano,
aproximadamente 1 a 2% do PIB norte-americano. Os gastos dividem-se em custos de
saúde, licenças e perda de produtividade. (ROSSI; PERREWÉ; SAUTER, 2005)
Na Europa, o relatório da Agência Européia para a Segurança e Saúde do
Trabalho, mostra que aproximadamente um em cada três trabalhadores é atingido
pelos problemas do estresse, em grande parte como decorrência de mudanças e
insegurança no emprego.
No Brasil, o estresse é cada dia mais comum, elevando o número de licenças
médicas e afastamentos do trabalho.
3. Higiene do Trabalho
3.1 Conceitos de higiene do trabalho
A Higiene do Trabalho é uma das ciências que atuam no campo da saúde
Ocupacional, aplicando os princípios e recursos da engenharia e da medicina, no
controle e prevenção de doenças ocupacionais. Estas, chamadas também de doenças
do trabalho ou moléstias profissionais, são estados patológicos característicos,
diretamente atribuíveis às condições ambientais ou de execução de determinadas
atividades remuneradas. (CEFET-RJ, 1997)
A Higiene do Trabalho é encarada por muitos como a área onde se unem e
completam a Medicina do Trabalho e a Engenharia de Segurança do Trabalho, que
passam a atuar com um objetivo comum: prevenir os danos à saúde do trabalhador,
decorrentes das condições de trabalho.
È um campo de especialização para médicos e engenheiros que deverão exercer
suas atividades em equipe e dentro de um espírito de cooperação mútua para que o
objetivo comum seja alcançado.
Classicamente, a Higiene do Trabalho costuma ser definida como a ciência e
arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos profissionais. Estes
são os fatores ambientais ou inerentes às próprias atividades, que podem,
eventualmente, ocasionar alterações na saúde, conforto ou eficiência do trabalhador.
Como se percebe, o conceito vai além da saúde do trabalhador, incluindo aspectos de
bem estar e produtividade que, embora comparativamente menos importantes, mas
merecem destaque.
No que se refere à Higiene do Trabalho no seu sentido amplo, deverá o
profissional de segurança do trabalho, estar apto a:
- Reconhecer os riscos profissionais capazes de ocasionar alterações na
saúde do trabalhador, ou afetar o seu conforto e eficiência.
- Avaliar a magnitude desses riscos, através da experiência e treinamento , e
com o auxílio de técnicas de avaliação quantitativa.
- Prescrever medidas para eliminá-los ou reduzí-los a níveis aceitáveis.
4. ACIDENTES DE TRABALHO
4.1 Conceito de acidente
Acidente é um evento indesejável, fortuito que, efetivamente, causa danos à
integridade física e ou mental das pessoas, ao meio ambiente, à propriedade ou a mais
de um desses elementos, simultaneamente (DUARTE, 2002)
No conceito de propriedade, estão incluídas a imagem pública da empresa e a
dos seus responsáveis diretos.
Um acidente pode ser medido, em sua intensidade, através da quantificação de
danos e perdas.
O elemento selecionado para referenciar a intensidade do acidente varia, de
acordo com o objetivo estabelecido para a investigação. Pode ser utilizada como
referência, qualquer dos itens apresentados abaixo; da mesma forma, combinações
entre eles.
ü Número de vítimas
ü Área do meio ambiente atingida
ü Grau de sensibilidade dos ecossistemas atingidos
ü Danos ao patrimônio da empresa
ü Danos ao patrimônio de terceiros
ü Danos aos bens públicos
4.2 Causas
Antigamente acreditava-se que os acidentes tivessem somente duas únicas
causas: atos inseguros e condições inseguras. Hoje em dia, não usamos mais estes
conceitos, porém, eles foram utilizados durante muitos anos.
Práticas inseguras são ações executadas pelos trabalhadores, que ocorrem em
nível abaixo do padrão de segurança necessário para a atividade, são atitudes dos
empregados que representam desvios do comportamento esperado, como por
exemplo, o uso de uma ferramenta improvisada durante a execução de uma tarefa.
As condições ambientais de insegurança são fatores ligados às instalações, aos
equipamentos e ao ambiente de trabalho, cujo desempenho é considerado abaixo do
padrão de segurança necessário, também chamadas de anomalias. Exemplo: uso de
cintas desgastadas ou não adequadas, usadas para suspender peças pesadas.
Com a evolução do conhecimento, deixamos de usar os conceitos de atos e
condições inseguras porque a análise dos acidentes tem demonstrado que eles
decorrem de uma combinação de fatores ou causas que acontecem ao mesmo tempo,
sob determinadas circunstâncias.
Estudando os acidentes observa-se que suas causas são decorrentes de quatro
elementos que atuam em conjunto nas operações de trabalho. Esses elementos são:
Pessoas - são os gestores da empresa, os supervisores, os trabalhadores, os
contratados, os visitantes, os fornecedores, o público, enfim, o elemento humano,
através de suas ações ou omissões, por exemplo:
ü Deixar de usar o EPI;
ü Usar ferramentas defeituosas ou improvisar;
ü Improvisar ou dar “jeitinhos” para a realização da tarefa;
ü Dar ordem ou determinação de serviço de forma incompleta;
ü Faltar uma supervisão adequada.
Equipamentos – são ferramentas e máquinas com que as pessoas trabalham
diretamente ou que se encontram ao seu redor,por exemplo:
ü Equipamentos, veículos, ferramentas manuais;
ü EPIs – equipamentos de proteção individual inadequados ou insuficientes;
ü Uniformes e outros.
Materiais /Processos – são as matérias-primas, os produtos químicos e outras
substâncias que as empresas usam e processam. Em muitas empresas, as lesões
causadas pelo manejo (processo) incorreto de materiais correspondem de 20% a 30%
das lesões nas pessoas. .Do mesmo modo, grande parte dos danos às instalações se
deve aos produtos que são derramados indevidamente nos ralos e com isso acabam
contaminando o solo e a água, e ainda podem causar incêndios e explosões.
Ambiente de Trabalho – são os elementos presentes no local onde está sendo
realizado o serviço ou tarefa, por exemplo:
ü As instalações físicas;
ü Ordem e limpeza;
ü A arrumação dos equipamentos e materiais;
ü Os perigos químicos, como vapores, gases, fumaça, poeira;
ü Os perigos físicos, como ruído, calor, frio.
Todos estes quatro elementos devem se relacionar ou interagir adequadamente
entre si, ou poderão produzir problemas que irão ocasionar os acidentes
4.3 Prevenção
As atividades que envolvem não só a vida do trabalhador, mas o patrimônio e o
meio ambiente, requerem aplicação de conhecimentos técnicos e disciplina operacional
para se alcançar resultados satisfatórios.
O conhecimento técnico, fruto de estudo e pesquisas, tem sido aperfeiçoado
através da experiência acumulada ao longo de anos de trabalho, e visa o processo de
melhoria continua no desempenho dos resultados. Através de constantes treinamentos
o conhecimento técnico é transferido para os trabalhadores.
No entanto, a base do sucesso é a disciplina operacional através da aplicação
dos procedimentos de trabalho documentados, para garantir a sua execução dentro dos
padrões internacionais de qualidade, segurança, saúde e meio ambiente.
Uma das ferramentas importantes utilizadas no planejamento das operações é a
inspeção prévia. As inspeções planejadas são uma forma de que os principais itens de
controle serão observados e executados.
Existem várias maneiras de se realizar uma inspeção. A utilização de uma lista
de verificação (check list) auxilia na observação dos itens e partes críticas que devemos
ter cuidado para a execução da tarefa sem cometer desvios.
Alguns itens de verificação importantes podem ser checados através de uma
correta inspeção para a prevenção de acidentes, são eles:
ü As condições de segurança para a realização de uma tarefa;
ü O local onde será realizado o trabalho e a possibilidade de queda de pessoas e de
materiais;
ü O perigo de choque elétrico no manuseio de equipamentos energizados;
ü A movimentação de cargas em áreas com a presença ou passagem de pessoas;
ü Uso adequado dos EPIs;
ü Seguir corretamente todos os padrões de operacionais;
4.4 CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - é constituída de
representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento
previsto na Norma Regulamentadora (NR) 5.
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
De acordo com a Norma Regulamentadora - 5:
As empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT ficam obrigados a
organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA
A CIPA tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos ambientes
de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e ou
neutralizar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos, encaminhando aos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e ao
empregador o resultado da discussão, solicitando medidas que previnam acidentes
semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de
acidentes.( www.puc-rio.br/sobrepuc/admin/ vrc /cipa/nr5.html)
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo
com as proporções mínimas estabelecidas no Quadro I desta NR ou com aquelas
estipuladas em outra NR.
5. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
5.1 Conceito de qualidade de vida no trabalho
O conceito de Qualidade no Trabalho - é amplo e tem sido definido de diferentes
formas, por diversos autores, ao longo do tempo. Contudo, é visível, em praticamente
todas essas definições, o entendimento de que se trata de uma abordagem que se
contrapõe aos valores organizacionais Tayloristas (considera o homem um
irresponsável e negligente, o homem comparado à máquina) e Fordistas. Todas estas
definições convergem para: valores que propiciam melhores condições de trabalho,
uma maior humanização do trabalho, e aumento do bem estar dos trabalhadores, onde
se busca uma maior produtividade e eficiência das organizações. (FERNANDES,
1996,P.15)
Conforme França (2003,p.22) ” [...] a base da discussão sobre o conceito de
qualidade de vida encerra escolhas de bem-estar e a percepção do que pode ser feito
para atender as perspectivas criadas,tanto por gestores como por usuários das ações
de QVT,nas empresas”
Podemos ver que a abordagem do tema não é focada apenas nos aspectos
psicossociais do indivíduo, mas também,enfoca aspectos ligados “a gestão da
organização,que estruturam o relacionamento dos trabalhadores e a organização.
Conforme França (2003,p.80)
"Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de uma empresa partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a chamamos de enfoque biopsicossocial”.
Segundo a mesma autora, o estudo do tema QVT se dá através de várias
abordagens que podem ser grupadas em três escolas do pensamento:
Escola Socioeconômica - A abordagem que melhor representa o conceito de QVT
identifica os dilemas da sociedade moderna interpostos pela globalização, pelo
individualismo, e, também, a constatação de que as posições políticas de esquerda e
direita não fazem mais sentido. Neste cenário cresce a consciência sobre o
desenvolvimento sustentável e o futuro das novas gerações.
Escola Organizacional - Nesta abordagem, a qualidade de vida no trabalho envolve
uma dimensão, na qual as relações de trabalho acontecem. Assim, temas relativos a
processos do controle da produção, tempos e movimentos, divisão do trabalho,
produtividade, controle de qualidade, gerência e supervisão representam objeto de
estudo.
Escola Condição humana no trabalho - esta última parte-se do princípio de que: toda
pessoa é um complexo biopsicossocial, ou seja, tem potencialidades biológicas,
psicológicas e sociais que respondem, juntamente, às condições de vida.
5.2 O impacto para o trabalhador
São muitos os benefícios da QVT. Vou citar alguns deles: atitude favorável ao
trabalho, redução do absenteísmo, redução da rotatividade, redução/eliminação da
fadiga, promoção da saúde e segurança, integração social, desenvolvimento das
capacidades humanas e aumento da produtividade.
A busca da produtividade e qualidade tem constituído no fator principal para as
empresas proporcionarem a qualidade de vida dentro das organizações e não fora
delas como mecanismos compensatórios, visto que ao promover a saúde e o bem estar
de seus funcionários, observando tarefas, desempenhos, desenvolvimento, elementos
que a Qualidade de vida no Trabalho gerencia, obtêm aumento da motivação, da
satisfação e do desempenho dos trabalhadores.
Se o trabalhador não tiver condições de trabalho adequadas, se estiver sofrendo
processos de desmotivação, se estiver com sua saúde comprometida, as possibilidades
de erros tornam-se muito grandes.
5.2.1 A satisfação no trabalho
Passamos a maior parte do tempo no trabalho, temos que aprender a gostar do
que fazemos ou teremos uma vida infeliz e desprazerosa. Trabalhador feliz e satisfeito
é sinônimo de produtividade e bem-estar. Segundo a autora Edina Bom Sucesso:
“Empresas sempre encontrarão dificuldades para motivar todos os empregados .cada ser humano tem a sua escala de valores ,suas expectativas ,seus sonhos e necessidades diferentes. Além disso,a natureza humana é marcada pela insatisfação e esta mobiliza posturas e estimula a ação e transformação .Pode-se ampliar os níveis de satisfação ,mas eliminar a insatisfação por completo não.”
A satisfação no trabalho é um estado emocional resultante da interação de
profissionais suas características pessoais, valores e expectativas com o ambiente e a
organização do trabalho.
Atualmente, as empresas utilizam de recursos para aproximar o trabalhador, da
sua família. Desde passeios à filiais da empresa fora do país a festas de
confraternização .Tudo isso para haver uma interação entre a família, o trabalhador e a
empresa, criando uma enorme satisfação do trabalhador em fazer parte dessa “família”
num todo.
5.3 Saúde e produtividade
Atualmente, existe uma maior preocupação com a saúde dos indivíduos que
atuam nas organizações. Um funcionário saudável é sinônimo de produtividade. Um
programa de promoção de saúde bem administrado e desenhado é um empregado
mais saudável. Conseqüentemente, os empregados mais saudáveis, a quantidade de
licenças de saúde será menor. Além disso, faria com que a empresa tivesse redução
nos gastos com assistência médica.
O modo como nos sentimos (mentalmente, fisicamente, espiritualmente) afeta e
influencia nossa produtividade. Cada dia que passa o empregado vai perdendo a noção
entre o limite do tempo de trabalho e o descanso, ocasionando estresse e lesões
musculares.
A produtividade do empregado é afetada por condições muito freqüentes no
ambiente de trabalho, tais como estresse, ansiedade, depressão, enxaqueca, alergias.
Numa empresa é essencial que as unidades de promoção de saúde (saúde
ocupacional, serviços médicos, benefícios) trabalhem em conjunto tendo suas ações
integradas para um objetivo comum. A saúde do empregado deve ser gerenciada de
maneira integrada e ligada ao objetivo global.
6. Meio Ambiente
6.1 Meio ambiente: questão de cidadania
Grande parte dos problemas ambientais, como poluição, desequilíbrio no solo,
inundações catastróficas, extinção de animais, tem suas causas atribuídas ao
desenvolvimento de produtos, a qualquer preço, sem se preocupar com a degradação
do meio ambiente. Um exemplo é a destruição de uma parte da camada de ozônio, que
protege a Terra, pela emissão de gases químicos industriais.
Até há poucas décadas, não se imaginava como seria importante conciliar o
desenvolvimento industrial com o equilíbrio ecológico. Hoje, sabe-se que o meio
ambiente é um aliado da competitividade industrial. A adoção de programas eco
eficientes traz consigo a redução do consumo de matérias-primas, de água e de
energia, além da possibilidade de reaproveitamento e reutilização de rejeitos.Os
projetos eram analisados visando apenas atingir os objetivos de viabilidade técnica e
econômica, valendo-se da análise custo-benefício como ferramenta básica para a
avaliação das alternativas. Sob este enfoque, a inclusão dos aspectos ambientais,
mesmo quando contemplados, era obtida pela estimativa de valor monetário dos
impactos, sendo os impactos favoráveis considerados como benefícios e os adversos,
como custos. A introdução da Avaliação de Impactos Ambientais¹ (AIA) vem tornar
possível a inclusão de outros valores de natureza ética, cultural e política, assim como
uma visão interdisciplinar sobre os aspectos ambientais, que privilegia uma abordagem
integrada, englobando também aspectos econômico-sociais. (PETROBRAS, 2006)
Os avanços alcançados pela política ambiental, em termos de legislação ambiental, a
partir da década de 1970, surgem como resposta às pressões dos movimentos
ambientalistas e como resultado da mudança dos valores sociais em relação à proteção
ambiental.
6.2 NORMA ISO 14000
6.2.1 O que é a NORMA ISO 14000?
A norma ISO 14000 é uma ferramenta criada para auxiliar as empresas a identificar,
priorizar e gerenciar os quesitos ambientais definidos de forma padrão
independentemente de qual processo produtivo a empresa de se encontre. A norma faz
com que as organizações dêem uma maior atenção aos requisitos técnicos, tornando
essas organizações mais competitivas no mercado tão globalizado,
1. A avaliação de impacto ambiental (AIA) teve sua origem com a promulgação da National Environmental Policy Act (NEPA) ,nos Estados Unidos da América,em janeiro de 1970. Fonte: PETROBRAS,2006
6.2.2 Benefícios
O benefício é uma padronização mundial para as ações relativas a meio ambiente. Do
ponto de vista comercial, são harmonizadas as leis internacionais, evitando barreiras
comerciais, não tarifárias. Ela promoverá a melhoria ambiental, através do atendimento
a regulamentos e da demonstração do comprometimento com o gerenciamento
ambiental.
Benefícios para empresa:
ü Melhoria da imagem da empresa; ü Possibilidade de acesso a novos mercados; ü Redução significativa de acidentes ambientais e custos com ações
corretivas; ü Conservação de energia e recursos naturais; ü Redução nas perdas e de desperdício; ü Redução dos custos operacionais pela eliminação de desperdícios e pela
racionalização da alocação dos recursos humanos, físicos e financeiros; ü Redução dos riscos de acidentes e de impactos ambientais.
Benefícios para o cliente:
ü Confiança no produto fornecido pela empresa ü Confiança de que a empresa dá prioridade aos aspectos ambientais.
Menor risco de acidentes ambientais ü Maiores informações sobre a empresa quanto a aspectos ambientais.
6.2.3 Problemas e desafios As organizações podem ter alguns desafios na implantação e certificação da norma, são alguns deles:
ü Identificar e avaliar os riscos ambientais associados com as operações das organizações.
ü Resistência às mudanças e a cultura organizacional
ü Falta de envolvimento e interesse, dificultando a padronização:
ü Dificuldade em interpretar de forma correta os requisitos da norma ISO 14000
ü 6.3 Impactos Ambientais
Impactos ambientais são todas as alterações causadas pelo homem na fauna, na
flora, no solo, no ar e nas águas. (SOUZA, 2004)
Olhando em volta, podemos notar que:
ü O ar nas cidades não é tão bom quanto no campo ou dentro de uma mata;
ü A água da maioria dos rios não deve ser bebida, porque pode causar doenças
graves devido à poluição das indústrias e esgoto;
ü Existem muitos locais onde as encostas estão deslizando, o solo está se abrindo
ou desertificando.
6.3.1 A qualidade do ar
O ar que respiramos nas grandes cidades, tais como Rio de Janeiro e São Paulo,
também se encontra poluído.
A cidade de São Paulo, nos últimos anos, implantou um programa de rodízio de
carros, proibindo que automóveis, de acordo com sua suas placas, circulassem em
certos dias da semana. O objetivo foi diminuir a poluição causada pelos carros, o que
gerou uma sensível queda nos índices registrados nos hospitais de pessoas com
problemas respiratórios.
No Rio de Janeiro o ar nas áreas industriais é bastante ruim comparado com o ar
do litoral sul, onde há poucas indústrias. Um estudo da Universidade de São Paulo
mostrou que para qualquer quantidade de partículas de poeira e poluição, em
suspensão no ar, há um correspondente número de pessoas sendo atendidas nos
hospitais públicos com problemas respiratórios.
6.3.2 A qualidade da água
A água que usamos em casa precisa ser tratada pelas empresas de
fornecimento de água, primeiro para retirar material sólido visível, como pedaços de
plantas, animais mortos, mas principalmente, o lixo que está nos rios. Também retira-se
uma série de micróbios transmissores de doenças,que vem do esgoto lançado nos rios
e a poluição despejada pelas indústrias.
A Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, é um exemplo de como a poluição
industrial e os esgotos sanitários podem destruir o meio ambiente. Cerca de 70 % da
poluição da Baía de Guanabara é causada pelo lançamento de esgoto sanitário sem
tratamento. Antes das indústrias se instalarem nas margens dos rios que desembocam
na baía e do lançamento dessa quantidade de esgoto, a quantidade de peixes era
cerca de 10 vezes a que é hoje, e muitas pessoas viviam daquela pesca.
Em todos os lugares onde as atividades das empresas podem liberar rejeitos
líquidos ou sólidos nos corpos de água, como mares, riachos, rios, poças, lagos, baías,
enseadas, praias ou represas, é preciso muita atenção e cuidado, porque tudo que
pode poluir as águas tem um poder incalculável. Hoje existe uma preocupação mundial
com a água doce do mundo, porque em muitos lugares já há disputa pela água, e o
Brasil recentemente passou por uma crise de energia por falta de água, considerando
que a maior parte de nossa energia vem de usinas hidroelétricas - represas.
Importante lembrar que os pequenos riachos, aos quais às vezes não damos
importância, normalmente vão desembocar em outros rios ou lagos e baías, e uma
poluição, mesmo num pequeno curso de água, tem capacidade de contaminar uma
área muito grande. A poluição liberada no mar, mesmo em alto mar, seguirá o fluxo das
correntes, e vai acabar por atingir alguém, em algum lugar. O fato de não sabermos
onde vai parar a poluição não nos dá o direito de poluir; a responsabilidade do ambiente
é de todos.
6.3.3 A qualidade do solo
As estradas que cruzam áreas montanhosas estão freqüentemente sujeitas aos
deslizamentos. Já estamos acostumados com as notícias de estradas bloqueadas por
desabamentos quando ocorrem chuvas um pouco mais fortes que o normal.
A instalação de um duto que atravessa áreas de natureza intacta precisa ser
bem feita para não provocar erosão no terreno. Em médio prazo, a construção de um
duto de forma inadequada, sem uma preparação e proteção do solo ,pode fazer o
terreno ceder e exigir a sua recuperação, e o que ele tiver transportando poderá
contaminar o solo.
6.3.4 Conseqüências e impactos
Por que chegamos a esse estado tão ruim?
Cientistas de todos os países apontam algumas causas, mas a principal delas é a falta
de percepção: temos o hábito de produzir coisas, mas não o de avaliar as
conseqüências do que fazemos. Temos uma grande capacidade de produzir tecnologia,
criar carros, máquinas, transformar o petróleo em milhares de produtos úteis para a
sociedade, mas ao fazermos essas coisas, não avaliamos todas as conseqüências.
O plástico jogado nos rios causa, entre outras coisas, inundação de casas na
enchente, porque bloqueia o fluxo normal da águas. Mata peixes porque bloqueia a luz
que entra na água e aves que se machucam ou ficam presas nele. As montanhas de
lixo são um ninho para insetos portadores de doenças, como os mosquitos da dengue e
bactérias perigosas.
Mais de 50 % do óleo que é encontrado nas nossas praias vêm dos rios e das
águas das ruas que correm pelos bueiros. Estas águas arrastam óleo que é lançado
pelas pessoas e empresas, pelos postos de gasolina, pelas fábricas e pelas indústrias
que utilizam os combustíveis necessários para mover suas máquinas.
É preciso estar atento todo tempo, pensando nas conseqüências do que
estamos causando ao ambiente, na nossa área de trabalho e fora dela.
Grandes acidentes podem destruir, em pouco tempo, reservas inteiras de
biodiversidade espécies ameaçadas e ainda causar prejuízo incalculável às populações
que dependem, por exemplo, da pesca. Os acidentes com navios petroleiros são um
exemplo disso. Em 2003 ocorreu um grande acidente, onde o óleo de um navio foi todo
parar no mar,na costa da Espanha.
O acidente de Bhopal, na Índia ,um dos piores acidentes industriais já ocorridos no
mundo,matou cerca de 2000 pessoas imediatamente,e mais 2000 pessoas algum
tempo depois.*
O que mais degrada o ambiente e a qualidade de vida é a chamada operação
do dia-a-dia das instalações realizadas de forma ambientalmente incorreta.
* Retirado do livro Riscos Industriais ( DUARTE,MOACYR;2002 )
7. CONCLUSÃO: A busca da excelência em SMS tornou-se parte irrevogável da estratégia empresarial que busca a sustentabilidade do negócio. Por isso, um sistema de gestão será tanto mais eficaz, quanto mais objetivamente for aplicado. No mundo atual Segurança, Meio ambiente e Saúde é um assunto cada vez mais discutido para uma excelência tanto profissional, quanto humana. Questões e posicionamentos estão constantemente sendo avaliados para que essa relação saúde x trabalhador x segurança x produtividade seja mais eficaz. Volta-se ao fato que o elemento humano é o foco deste processo de revisão de valores que as empresas estão tendo que adequar à cultura organizacional. Precisamos combinar esforços de planejamento associado a mudanças de hábitos e atitudes comportamentais, faz-se necessário educar e treinar o elemento humano. Isso mostra que esses fatores são necessários interagirem em conjunto para um perfeito funcionamento organizacional. O problema pode ser declarado como sendo de perdas das organizações junto aos problemas de SMS enfrentados por elas.
8. BIBLIOGRAFIA : ANDRADE , José Célio Silveira; GUIMARÃES , Maria do Carmo Lessa.Trabalhos de conclusão do curso de gestão empresarial(turma Petrobrás).Salvador:Universidade Federal da Bahia,2005 CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência de qualidade total.Rio de Janeiro:Ed:Bloch,1990 CEFET-RJ. Apostila do curso técnico de segurança do trabalho.Rio de janeiro,1996 CEFET-RJ. Apostila introdução à higiene do trabalho.Rio de Janeiro,1997 CUNGI , Charly. Saber administrar o estresse na vida e no trabalho.São Paulo:Larousse do Brasil , 2004 DUARTE, Moacyr. Riscos Industriais: etapas para a investigação e a prevenção de acidentes. Rio de Janeiro:Ed. Funenseg , 2002. FRANÇA, Limongi. Qualidade de vida no trabalho:conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial.São Paulo:Ed:Atlas,2003 FERNANDES, Eda. Qualidade de vida no trabalho:como medir para melhorar.Salvador:Casa da Qualidade Editora Ltda,1996 JOURNAL OF OCUPACCIONAL MEDICINE. Tradução:SILVA,Valéria da Costa Jardim Miranda da. Vol.29 n.2 ,págs. 119 a 125.Rio de Janeiro:Petrobrás,1987
MARANO , Vicente Pedro.Doenças ocupacionais.São Paulo:Ed:Ltr,2003 MORAES , Giovanni.Elementos do Sistema de Gestão de Segurança,Meio ambiente e Saúde Ocupacional. Gerenciamento Verde Editora e Livraria Virtual: Rio de janeiro, 2004 . OLIVEIRA, Marcos Antônio Lima.Curso ISO 14000.Ed: Qualitas : Salvador,2006 PETROBRAS/Senai. Apostila vida e ambiente.Rio de Janeiro,2006 ROSSI, Ana Maria ; PERREWÉ,Pámela L. ;SAUTER,Steven L. Stress e qualidade de vida no trabalho.tradução: DOMINGUES,Marcos Antônio Guirado.São Paulo: Atlas,2005 SOUZA, Carlos Roberto Coutinho. Manual de produção marítima.Rio de janeiro: Petrobrás, 2004 TAMAYO, Álvaro.Cultura e saúde nas organizações.Porto Alegre: Artmed,2004 www.puc-rio.br/sobrepuc/admin/vrc/cipa/nr5.html