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 RBCS Vol. 25 n° 73 junho/2010  Artigo recebi do em janeiro/2009  Aprovado e m novembro/2009 SECULARIZAÇÃO OU RESSACRALIZAÇÃO? O debate sociológico contemporâneo sobre a teoria da secularização  José d e Jesú s Legorr eta Zepeda Tradução de Paula Carpenter Introdução  A religião sempre foi um fenômeno sociocul- tural inevitável quando se tenta analisar e com- preender qualquer sociedade. Já os chamados clássicos da sociologia (Comte, Durkheim, Marx,  Weber e Parsons, entre outros) manifes taram de diversas perspectivas a importância desta questão para compreender a origem, a natureza e o senti- do das sociedades modernas. A maioria desses au- tores, concentrando sua atenção particularmente no caso europeu, coincidiram com que o advento da modernidade traria consigo o deslocamento do centro da vida da sociedade para a periferia, assim como transferiria algumas funções essenciais que a religião desempenhava nas sociedades tradicionais (legitimação, coesão social, sentido etc.) a outras instituições e referências simbólicas. Alguns autores inclusive chegaram a pensar que com a moderni- zação da sociedade a religião poderia decrescer ou até desaparecer. A este conjunto de mudanças pelo qual a religião perde sua relevância social, ideológi- ca e institucional é o que genericamente chamamos secularização. 1  A parti r do úl timo terço do século XX, come- çou a tomar força a opinião de que o projeto da modernidade estava em crise, e com ele alguns dos principais projetos e promessas. Entre muitos ou- tros sintomas de tal situação, a religião seria, sem dúvida, um elemento referencial, já que em vez de desaparecer, como haviam sugerido diversas vozes desde o século XIX, não somente resistia nas suas diversas formas, como também começava a se a ssis- tir com assombro um intenso e extenso surgimento de novos movimentos religiosos. O problema en- tão já não seria como explicar o declínio da religião (questão para a qual tentava dar respostas a teoria

Secularização e ressacralização

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RBCS Vol. 25 n° 73 junho/2010 

 Artigo recebido em janeiro/2009  Aprovado em novembro/2009 

SeCULARIZAçãO OU ReSSACRALIZAçãO?O dbat sociológico contmporâno sobr

a toria da scularizao José d Jsús Lgorrta Zpda Tradução de Paula Carpenter 

Introduo

 A el empe um enômen ccul-ual nevável quand e ena anala e cm-peende qualque cedade. Já chamadclác da cla (Cme, Dukhem, Max, Webe e Pan, ene u) maneaam dedvea pepecva a mpânca dea quepaa cmpeende a em, a naueza e en-d da cedade mdena. A maa dee au-e, cncenand ua aen paculamenen ca eupeu, cncdam cm que advenda mdendade aa cn delcamen dcen da vda da cedade paa a peea, amcm anea aluma unõe eenca que ael deempenhava na cedade adcna(lema, ce cal, end ec.) a ua

nuõe e eeênca mbólca. Alun auencluve cheaam a pena que cm a mden-za da cedade a el pdea decece uaé deapaece. A ee cnjun de mudana pelqual a el pede ua elevânca cal, deló-ca e nucnal é que enecamene chamamsecularização.1

 A pa d úlm e d écul XX, cme-u a ma a a pn de que pje damdendade eava em ce, e cm ele alun dpncpa pje e pmea. Ene mu u- nma de al ua, a el ea, emdúvda, um elemen eeencal, já que em vez dedeapaece, cm havam ued dvea vzedede écul XiX, n mene ea na uadvea ma, cm ambém cmeava a e a- cm amb um nen e exen umende nv mvmen el. o pblema en- já n ea cm explca declín da el(que paa a qual enava da epa a ea

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da eculaza), ma explca ua ande exube-ânca na ce da mdendade lbalzada. P-an, a uldade da ea da eculaza eapa à pva em vude de ua ncapacdade deexplca a nva ua da el na cedade

cnempânea.N enan, uma anále upecal da bbl-aa clóca epecalzada (cla da el-) n enda abeamene a cnclu acmaeeda, ma que ma é uma nena dcuene epecala, cuj aumen evelammu da bae delóca e mecanca que ubjazà cncep amplamene dundda de “eculaza-” cm “em el”. E ma, ande pae dcól que abdam ee pblema cheam n-cluve a uena que a n de eculaza p-u ande pencal explcav da el memem cndõe de lbalza e pó-mdendade.Um beve ela dee debae clóc é queapeenaem a eu, a m de efe, a pade uma pepecva delóca, a uldade u nd cnce de eculaza paa explca a aualeevecênca ela.

 A toria da scularizao m dbat

o debae em n da eculaza ealza-eem eea ela cm debae em n da m-dendade. Além da vaedade de ua ealzaõehóca e nepeaõe, na dcu clócapde-e denca uma ée de caaceíca dque em e denmnad mdendade: aa-e deum pce óc-hóc cmplex e muld-mennal – nal da Eupa Cenal –, caace-zad undamenalmene p uma v de munddecenada, pana e pluala, p uma efexque a ncpa-e de ma emáca e pe-manene na vda cal, deeablza a expeênca,a nuõe e cnhecmen, e cneqüene-mene ea uma ealdade pundamene dnâm-ca, cnadóa, ambíua e pecáa. também p-dem-e mencna, cm caaceíca ípca damdendade, a pmaza da az numenal, ndvdualm, a cmpeen ma da hóacm pe, bem cm a deenca nu-cnal.2 Cm pdem pecebe, a mdendade,

de uma u ua ma, mplca uma alea dpapel cenal deempenhad pela a el em so-ciedades tradicionais , cm elemen lemad enead, dand end e aculand a deen-e eea ca. Ee pce, uualmene cnhe-

cd cm “pce de eculaza”, ld pdve eóc (Cme, spence, Max) cmuma dnâmca de emancpa cuj m levaa auma cedade “em el”.

Ea hpóee uópca pópa d pmódda cla paeca cnma-e hcameneem ê a ma u men cnundene: 1) paulan delcamen da el-nucnald cen paa a maem da ncpene cedademdena eupéa, 2) a peda d mnpól de v- de mund da el e eu ebaxamen paa amenaldade ceníca e lbeal, 3) paulan, macnane declín da elevânca cal d n,ímbl e da nuõe ela. N enan,Dukhem e Webe, paa ca mene alun, jávam que pulad d “deapaecmen nevá-vel da el” nava-e pblemác. Dukhem,p exempl, ama que “há al een na elque eá denad a bevve a d ímblpaculae cm que ucevamene e em eve-d penamen el” (Dukhem, 1982, p.

387), cm qual dexava abea a pbldade deama que n bane a mudana na ma,a el pemanecea. Webe, p u lad, e-end-e a “deencanamen d mund” ana-lava que ee pce eava lne de cnduz dema lnea e peva a uma v de munddeemnada plenamene pel cálcul e pela pev-, p ambém advea cm a cênca expe-menava em mu de eu cnempâne umaepéce de “eencanamen” a cncebe-e cmum en ulaeen de abaõe aca, empeup pév e cm peenõe quae e-la de que eu eulad em “dn dee cnhecd” (Webe, 2000, pp. 200-208). Paaamb aue, mem que a el e pe-dend ua nfuênca cal, ambém cava ma umen cla que n eava neceaamene cn-denada a deapaece, ma m a anma-e,deazend-e de aluma ómula máca e ad-and ua nva. A nuõe d denmnadmee da upea (Nezche, Max e Feud) que

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dencaam cm aumen óld na elum enômen alenane, levaam mu a pen-a apeadamene que a emancpa da elnaa nevável eu m, cnce que lne dee um pu pulad eóc e nu anda um

pama plíc-delóc.Ea dcuõe evelaam dua abdaenu ee dmnane be a eculaza váldaaé hje: a pmea pdea e chamada de “eedua u e da eculaza” e ea cncebdacm um pce len e nexável a camnhd m da el; a eunda, u eja, a “ee u-ave da eculaza” amaá que e aa de umpce pel qual a el e evea aleaõena mdendade, ma pee demnada pelneíc da culua, daada u cula na ec-nma cm “epí d capalm”, na plícacm “el cvl”, u cm ma cculu-a puc elevane. Apea dea dnõe, aenõe e a lua que pvcaam pce deeculaza, epecalmene em cedade ena-zada em mnpól el, anmaam a“ee dua” em um pama plíc a e andde ma delbeada, em mu ca a qualquecu, cm na Fana, n Méxc e na ex-Unsvéca . Ee e u elemen, n qua n

n apundaem nee mmen, levaam adenca a eculaza cm uma ea paa ex-plca nevável deapaecmen da el nacedade mdena.

rum a úlm e d écul XX, PeeBee e thma Luckmann deam um nv m-pul à efex clóca be a eculazaa cnaa, dede dve ânul, lme e anucênca da chamada “ee dua”. Bee, em-ba cnaae que na mdendade pce deacnalza, nucnalzad na ecnma, aécnca e a bucaca havam delcad a eld cen da cedade paa âmb pvad, am-bém advea que ee a pblava um plua-lm el, demnplzand a adõe el-a heemônca, clcand-a em cncêncauma cm a ua, ma n elmnand-a (Be-e, 1981, epecalmene a seunda Pae). Neemem end, Luckmann deeve-e na dmenndvdual u pvada da el na mdendade,deacand ua peênca cm uma cnan-

e anplóca, ma ambém ua capacdade demudana (Luckmann, 1973). De al ma que, d-eenemene daquela ea elelóca que pe-vam m da el, Luckmann pvu, a pade uma pepecva hóc-anplóca, cm

a el, em vez de e deu, anmava-e n-fuencada pela euua mbólca e cal na qualnha lua. Ea cnaa levu a aa de d-vea “ma ca de el”, end a elndvdual u nvível – cm ele peea chama –a ma adequada à cedade ecula (Luckmann,1989, pp. 87-108). A nu de Luckmann bea peênca da el cm uma cnane an-plóca cnmada na maa da ce-dade cdena n úlm e d écul XX,nde e eemunhaa a peênca ela nmene na ua ma adcna, ma ambémem nv mvmen el. Al, a ea daeculaza enendda cm a-eldade cavadeacedada n a, além de ma-e eca-mene ncapaz de explca ea epéce de “eencan-amen” d mund.

Críticas à teoria da secularização

gealmene a cíca à ea da eculaza

am dda juamene a que chamam de“ee dua”. Ela e cnuam em dua ene: npme ca dede a mema ealdade hóca,em que ca ne-amecan é paadmác,p, n bane e em mu end pó-p da cedade mdena, pdem beva umaeldade pemanene e exubeane, que m-a que mdendade e el n ncmpaí-ve. A ua ene é de cunh ma eóc: Wl-n, p exempl, ama em dve abalh quea abdaen que pcuam eduz u elmna ael (cm ua nuõe, cena e páca)da vda cal mdena azem eeênca ma a umadela – eculam – d que a uma ea -cal (1998, p. 46). Nee mem end, peculacnce evluv e elelóc da eculazaem d ccad p eu peup hóc:e cm avan da mdendade a el ende adecece, aa up que em alum mmend paad exu al cm “a dade da é”. P-ém, uma anále hóca ma dealhada maá

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qu lne eveam ua cedade de e alma que ela (sak, 1999, pp. 255-260).oua bje dz epe a eu neável caáeencênc, que ende a denca a a d enô-men el cd na Eupa cdenal cm

camnh paadmác pel qual deve anaa ua cedade, mnd expeênca hó-ca em que a el eve ande valdade, cmn ca d Ead Und, da Améca Lana eda Áa (Man, 1991, p. 466). smad a , e-m a bje, já mencnada, da v evluva elnea que upõe al déa de eculaza, na qualpede-e de va que ee pce é claameneuma vaável dependene de cada unve c-culual, d neee de up e ndvídu e dpóp camnh aad pela vcude d p-ce de mdenza. Nee cnex, e n háppamene uma mdendade, ma mua empemanene dpua (Bean, 2005), ambém ne pde ala de um den únc e necapável daeculaza; pan, há ana e vaáve ecu-lazaõe cm mdendade exem (Caanva,2007, pp. 5-8). Pde-e quena aé mem a -evebldade que peupõe cnce du deeculaza, p e é ce – cm ama KaelDbbelaee – que a pbldade de “delacza-

” na ecnma u na plíca mu aa,exem âmb, cm amla u da educa,em que cnf ene quem adva p enqueacna e que luam p pepecva éc-e-la n peme decaa a priori uma pível“delacza” dea eea (Dbblaee, 1994, p.60). P m, cnce de eculaza unlneae pev padece de uma v mla a epede mudana e dvedade cal que na havena dnâmca de um e u pce hbdaõe,amenaõe e vedadea õe, de md quea mdendade em ua ae aual, p exempl, né ó, nem pncpalmene, eulad d up“pe” peeud pel pje ebad nilumnm, ma ambém e, alvez, a cneqüêncada mua de aõe deejada e n deejada, deeu ee claea, adved, mpev e aédecnhecd, dand lua a uma nva eapa damdendade, cuja denmna vaaá de acdcm ânul e enque que e pvlee: ce-dade d c (Beck), mdendade adcal (gd-

den), mdendade ada (Habema) u pó-m-dendade (Vam, Lyad ec.).3 Em qualqueca, uma ea cmplexa de mudana cal devee celacna a uma ea cmplexa da ecula-za. ina leva a amaõe ualmene

mpla quand e az eeênca a umende nv mvmen el (“eacalza”,“en d el” u “vnana de Deu”), nama de um en ualmene lnea e mecân-c à ua ane à mdendade que. e nea exaamene uma “dade da é”, nha a eldeempenhand um papel cenal n níve n-ucnal, cculual e ubjev.

se p eculaza enende-e pce pelqual a el ende a deapaece nevavelmenena cedade mdena, vá a hóc e adcu clóca maam que al ama énuenável. Uma da aude ma cmun enealun eud d aun dane d decédd cnce de eculaza cne em ejea ean p ua ncapacdade explcava e pedvad enômen el na cedade cnempâ-nea. Aue célebe d enacmen da clada el na década de 1960 e 1970, cm PeeBee, quem ceamene clcu nvamene na ae-na da cla ema da eculaza b pn

de va hóc e emác (Bee, 1981), a pa- d an de 1990 paam, paa explca a mu-dana ela na cedade aua, p expla “plualm” e eu ee elavzane e ncé-c na cena (Bee, 1993, pp. 39-64). Danedea ua, íul d a de sak eee-e aepá cm que e pdea epula a n “secu-laza: r.i.P.”. sea en uma n puamenedelóca? A mudana e enômen ca aque e eeam cól da el nunca ex-am? E ca enham exd hje n peduamma? Nunca ealmene cmpa uma ea -emáca a ee epe? ta queõe êm cupad cól da el na ê úlma década,cuja cncluõe apeenaem a eu.

Scularizao: um paradigma multidimnsional

Ene cól da el pde-e den-ca um up que, apea de maem-e cíc

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a u delóc, pedv e mecânc da eada eculaza, decaam a déa de ejeá-la.Um d ma mpane eud que eue ealnha é Kael Dbbelaee, cól da el daUnvedade Caólca de Lvana. Em eu am

elaó be a endênca da eculaza, azuma ev a epe d ema (dede clácda cla aé a eunda meade d écul XX),na qual cnaa que a ea da eculaza é p-meamene um “cnce de enblza” queeece um end eal de eeênca e ena,abdand ca empíc (Dbbelaee, 1994, pp.7-8). Pém, ele ambém advee que ca e que-a aze u ceníc d cnce e n ulzá-lmplemene cm um “eeeóp va” é pec- deenca ê dmenõe: laczac, mudanaela e pacpa em eja. A pmea me-da a ne-elaõe ene a nuõe elae a nuõe ca, nclund aí ê pcecmplemenae: pana, deenca e an-p. Na eunda cabeam a mudana quecem n ne d mund el em maé-a de cena, mal e , am cm ebaxa-men e umen de cmundade ela.Cabe alena que ee nível e maném ambémn plan nucnal, ó que e n ne

da pópa nuõe ela. A ecea d-men aaa da mudana que cem na ela- ndvídu-nu ela, eend-e aau de nea nmava d ndvídu cmepe à cpaõe ela (Idem, pp. 2-8).Cm bae nea deencaõe, au mpmena ea clóca be a eculaza umstatus de vedadea “ea ca” e n mpleecu delóc. Apundand-e nea que-, Dbbelaee apeena alun an dep emum beve abalh, ma n men emulanepaa a efex clóca, a necedade de levaem cna paadma ca que ubjazem à e-a be a eculaza (eee-e pncpalmenea Luckmann, Bee, Wln e Luhmann), cm analdade de deenca paadma e níveubeqüene de anále (Dbbelaee, 1985, pp.377-387).

Póxm a ea nepea, uam-e Pe-e Beye, pe d Depaamen de EudClác e rel da Unvedade de oawa,

e Jé Caanva, pe de scla na New schl Unvey de New Yk. o pme au-me pacamene da a deencaõe de D-bbelaee cm a nvdade de cndeá-la váldan cnex de lbalza (Beye, 1999, pp.

289-301). o eund, p u lad, eee-eà eculaza cm um paadma n qual d-nue ê deene ppa: a)  eculazacm dierenciação estrutural e uncional (emanci- pação) das eseras seculares com respeito às instituições e às normas religiosas , dencand-a cm umaendênca enealzada n mund mden; b) eculaza cm declínio nas crenças e práticas religiosas , que, de ma deene da ane, né uma endênca euual mdena, mem en-d uma endênca hóca dmnane em muacedade cdena, pncpalmene eupéa; ec) eculaza cm marginalização da religião àesera privada, uma ee que ambém n é en-dênca euual da mdendade, ma uma phóca peca delcamene na euua dpenamen mden cdenal (Caanva, 1995,pp. 395-410). sua cnbu, pan, eá emdenca cm apena a deenca nuc-nal da eea eculae cm epe à nuõee à nma ela ( que Dbbelaee chamaa

de laicizacão) pde e cndead um elemeneculazad neene à mdendade, deene-mene da ua dua dmenõe. Nea memapepecva encna-e um ande up de au-e (Luckmann, Vyé, Beye, Wln, tchannen,Luhmann, rub e Madne, ene u) queanda cndeam vala a ee da eculazan que dz epe à dmen nucnal ucal, que é um numen úl n mene namdendade cm ambém na peculae cnd-õe da mdendade ada e lbalzada d mun-d cnempâne.

Pdem ama que a efexõe clócabe a eculaza cnuem uma ea e-máca? olve tchannen ama que a ma ddve elemen d corpus conceptual be a e-culaza n dá lua a uma ea emácae ceene, ma n cncda cm Jeey Hadden eu cól que “a ea da eculaza éma uma mcelânea de déa deaculada dque uma ea emáca” (tchannen, 1991,

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p. 395). Ele, na vedade, uena que corpus con-ceptual be a eculaza cnu um auên-c “paadma” n end kuhnan da expe,u eja, ma um quad ceene de cncecmpalhad em n de ê elemen cen-

a: dierenciação, racionalização e mundanização. Além d, eund ele, ee paadma abu e-pa nee cnex paa a cmundade cenícaque az “cênca nmal – clóca” a pa deua pópa nuana, acen e veene eó-ca. Ea cmundade eaa bacamene ma-da p aue cm Luckmann, Bee, Wln,Man, Fenn, Pan, Dbbelaee e Bellah, quepaculamene n epeenam plenamene paadma, ma cmpalham bacamene euelemen cena.4 A ppa de tchannen,que em u ex ele vê cnmada a cmpa-a ca eupeu e lan-amecan (2004,pp. 353-366), paece-n a pua ma aceá-vel, p em e equva da cíca ma audaà eculaza, am cm Dbbelaee e u,upea abdaen educna e elelóca, amem emp em que cneue denca e val-za um quad cnceual clóc úl paada cna da dnâmca e da endênca d e-nômen el na cedade cnempânea,

an na peênca de ua ana expeõe,cm em ua nva ma.

Scularizao, pós-modrnidad globalizao

ou p de cíca que e az à abdaenbe eculaza dz epe a a de que eaa de uma ea ad hoc paa um cnex demdendade em que bjev ea explca cme p que dmnuía a nfuênca ela na vdacal. Em um cnex pó-mden, pblemaé p, u eja, pcuam-e enende e cm-peende a caua e a endênca dea epéce de“eumen el”, “eacalza” u nend webean d “eencanamen”.5 refe-m be ea abdaen mplca em den,mem que bevemene, que e enende p pó-mdendade e a nva cnua que a elem expemenad nee lua.

Pós-modernidade e religião: secularização ouressacralização? 

Dede úlm e d écul XX nu-elua cmum ala da “ce da mdendade”. Cm

ea expe pcua-e nalza mal-ea ene-alzad que expemena hmem cmum (pexempl, na deena e na nceeza peane vale) em ela a ema ecnômc e a e-pa plíc. Ee e naam ncapaze de luc-na a enme deena ene chamad pmemund e eane da naõe, ene a ande maad excluíd e a pequena ele que mnpl-zam pde plíc e ecnômc. i em levada quena “ande dcu” u “meaela”be qua e eueu a mdendade (pe,pmaza da az, unvealm ec.), am cmeu mm emancpaó hedad d ilumn-m. Alun aue n heam em ua a ce e-uual e de vale na culua, é, n âmb dama mbólca em que a cedade anza euacev de padõe de nepea, vale, m ecena.6 Paa cíc ca (end Habema euma epeenane, nclund ambém Clau oe, Alan tuane e Anhny gdden), a cnadõee a nceeza neene a ea nva ua, ma d

que apna paa m da mdendade, cm a-nalaam pó-mden, ndcam que am àadcalza daquela endênca e enõe ambva-lene que já eavam peene. Dea pepecva, achamada ce da mdendade n ea um réquiem u lma de uma nva épca (pó-mdendade),ma m a expe de ua ae da mdendade,eada p uma ea de cneqüênca deejada, ndeejada e decnhecda, am cm pel un- e aca da mdendade lumna u ndu-al.7 Ma, en, cm ee-e a ea nva eal-dade? Cm eabelece ua cnexõe, euuau deeuua em ela à ua ae ane? A ee epe, vá anala ca, a pa de de-ene eeenca eóc, êm cunhad expeõeem juap a cnnudade u a decnnudadeene ea dua eapa da mdendade cm, pexempl, “mdendade adcalzada” (gdden),“mdendade efexva” (Luhmann), “demden-za” (tuane) e “mdendade lbeal amplada”(Wane).

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sECULAriZAção oU rEssACrALiZAção? 135 

Ee nv cnex em mdcad campde eud da el. talvez d d nma e-nha d a peênca da adõe nucnaela (apea de ua endênca dececene) e,beud, umen de nv mvmen el-

. Em ela a pme, Llan Vyé uenaque, peane deencanamen d “meaela”ceníc, éc, nacnala e de dendade e-pecíca d nv cnex, a adõe ela equeda cm eqüênca p cna de ua capa-cdade de ua end, dendade e um h-zne de vale paa ndvídu. Ela n upõe en à ua ela pé-mdena – deheemna da ande nuõe ela –, acná, ama que ela e encnam lmada,em c n cal, elavzada p um cnexpluala e ujea à cnea nena e exena.o pce de eculaza em ua dmen de d-eenca nucnal n pemanece nvaldad(Vyé, 1999, pp. 275-288). A plea de nvmvmen el, p eu un, é um d a-pec que ma em chamad a aen aualmene.N puc eud d ema cncluíam pecp-adamene que a ea da eculaza e eveluala e, dede en, êm decead eu m. Ma eáque, ealmene, eam and a um eu-

men el? Eaa cend um “eencana-men” d mund? repa nee end exemum apundamen da anále, dencand qualé a el que eue e cm e dá nea aeda mdendade. É neceá efe e al uaabala a ea da eculaza a pn de e pecaece a u p de ppa explcava.

 A maa d eud a epe d eu-men el em mad que, n ca cden-al, n a pncpa nuõe ela queêm u e “evalzad”; pel cná, alv al-uma exceõe, quand epí nacnala uevndcaó e encna e eeamene lad auma deemnada eja, a eja caólca, lu-eana, anlcana ec. que dmnuíam eu campde alcance e nfuênca, endênca que e maneaem alun apec da eldade ma d que emu, ma que ce ualmene em da eaeja, beud em áea ubana (Baan, 1997;Leea, 2003).8 A mem emp beva-e umcecmen explv na dvedade ela, dede

“undamenalm” (eemunha de Jevá, mó-mn, eja eleônca, undamenalm caó-lc ec.) paand p elõe de maz enal(hae khna, meda ancendenal e nva -ma de budm) aé ncem el eé-

c-hla da New Ae (Madne, 1994, pp. 113-128). tda ea expeõe ela cmpalhamde uma u ua ma “epí” da “mdendadeadcalzada”: decnana ane a acnaldade cn-empânea, peen de upua ane a páca ea ma ela nucna hedada e de ecaa “emcnal” e ndvdual, exce alun un-damenalm (Heveu-Lee, 1987, pp. 221-222).Em epecal, mvmen el baead emnena caa emcnal, que ma abundam hje, alamene adapáve à cndõe d nv cn-ex: caecem de pn x de eeênca, adu audade; apam ma na expemena dque na cena, ncéc p naueza e n eeuuam ma em n d ex “ancendênca-manênca”, em n de um ex hznal: “en-d/em end”, “vda/me”, “aúde/dena” ec.(rub, 1998, p. 20).

Qua eam a cneqüênca dee nepeadrevival  el n ne d pce de ecula-za? tal “eumen” el n ó man-

êm, cm ambém eama, em nme da expe-ênca peal e ubjeva, uma eje a cnlenucnal de cena e páca (cm exce dealun up “nea”), de md que ea va-ldade ela eá lne de e uma mea eeà ad ela pé-mdena, que nha mn-pól nucnal e cupava cen da vda cal.Em vez d, que bevam é uma adcalzada “deenca” vlumbada p Webe denda pópa cena e da nva ma ela.9 Ea ua pecula é que pbla cmpeen-de a cnane demna da el n ne-íc da eea públca e pvada, am cm umen cada vez ma de uma eldade debricolage , de uma “el à la carte ”, deenhada deacd cm peeênca ndvdua, ma d que e-und a lóca e a ceênca de um ema du-nal. Pan, a valdade dea ma emcnade el n nea a ea da eculaza, já queaa, ma d que ane, a plea de up e-l, a cmpe ene ele e a pecaedade de

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ua adeõe e cena deblam qualque peende na a nu ela um a de cecal (Idem, pp. 13-15). Em uma, a eculazanalu “en d amen” (plualm) enea pópa nuõe ela, a qua vvem um

pce nevável de elavza. o ndvídu,p ua vez, vêem-e cndenad a eclhe e a fex-blza a cena.

Ea cnd néda da el na mden-dade ada é que Maell chama de “deecula-za”, em vez de eacalza. Paa ele, ea nvama cal de el n bedece a um pceevluv lnea, ma à lóca em que a pó-mde-ndade uncna; é, medane um pl e pa-adxal mvmen: manutenção, recuperação e dis-torção (Maell, 1999, pp. 160-161). Manuennca a pemanênca de anzaõe, denda-de e vale el hedad; n eund mv-men ce uma ecupea n adcnal (g-dden) de ímbl, adõe e cena ela, que n mplca em um mple en à ude nuõe u à eaua d ceapapm.Quan à d, au deeja ma que eulad pdem e mpevíve, apeenandaé mem um caáe deuv, cm ucídclev cd na “ Pa d Céu” , em 1997, u

u ca emelhane. o au cnclu, en,que a “deeculaza é en n adcnalà ad éc-ela, cm ee ambvalenee de dõe”, que na blea an umaea lnea da eculaza, cm ua cnapa-da, a mple eacalza (Idem, pp. 164-165).Na vedade, pce de deeculaza cexecm pce de eculaza, é, maném-e a emancpa de dvea nuõe da ue-la ela, a mem emp em que a cena ea páca hedada cexem e nepeneam-ecm nva cena e mvmen el, can-d uma ua néda, p nem e aa de ummple en el d paad, ampuc deuma dlu da eculaza.

Da “sociedade secularizada” a“sociedade pós-secular” 

Em pme lua, é neável a peênca e aeevecênca ela paalelamene a um decé-

d da az numenal (cedad em andepae pela ce da mdendade e a cíca pó-mdena). Em eund lua, ee nv cnexcnduz à evalza d plan mbólc e à ne-cedade de e da end à vda, elemen que

e nnecamene aculad em da a a-dõe ela. i pbla a exênca da -leânca ela, cm ambém ua evalzana eea públca. Am, pde-e ala em “elõepúblca”, n n end pé-mden de elõeque auam de manea cenal n epa públc(p exempl, “eja ca”), nem n end deelõe cmpend cm ua cm e empad plíc, n end de que peam publ-camene n epa da “cedade cvl”. Jé Caa-nva dene a “el públca” cm aquela que,

[...] mem aceand a decalza eaale a neualdade cm epe à dpua plí-ca, eclamam pel de de nev, dalócau plemcamene na eea públca da ce-dade cvl. o eulad dea emula éuma cncep da el públca cmpaívelcm a lbedade d lbealm e cm a m-dena deenca euual e culual (Caa-nva, 1995, p. 404).

Ee p de el paece ea cada vez mapeene na cedade cnempânea, quand,p exempl, pcna-e pela deea de lbeda-de e de em eme auá, u nevémem debae públc, nnd em cndeaõeéca. taa-e, em uma, de uma nva peenapúblca da el, n “eava” nem undamen-ala, mu men vena, , ma beuddalóca.

 Jüen Habema ecenemene mu ne-ee em ana ea nva ua da el naeea públca da cedade mdena. Ele chamaa peênca ndenda da cmundade elaem um ambene eculazad de cedade “pó-ecula” (Habena, 2001). taa-e de uma ce-dade que em upead a “é cenca” de umapua e dua cmpeen bjeva d e human(que nem é cênca, ma la um), cnceden-d à cnvcõe ela, cm eu undamenma, e uma vz neceáa ene ua n n-

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sECULAriZAção oU rEssACrALiZAção? 137 

e d epa públc. Habema cndea aadõe éca u ela mpecndíve paa auena d Ead lbeal (Habema, 2004), que n que dze que Ead n pa cumpde manea pva eu papel em uma dem cn-

ucnal, ma ele n cneue aze mem emela a apec mvacnal. A mva quepeme a cdad a ldaedade e epe àdem cnuída bedece a num pé-plí-c, cuja ne “pje éc de vda”, ueja, dea de exênca, cuj almen cnnuaend, apea de ud, el. Cm bae n,Habema enende a cedade pó-ecula n -mene cm enn ecula nde peem acmundade ela e nde ela ecnhec-da p ua cnbu uncnal p “mve aude que azem bem a d”, ma ambémcm “a mdenza da cncênca públca”, naqual, apea de ua deena, e encnam e enepeneam a menaldade ela e munda-na, n end de pna em ema cnven epa públc (Idem).

Ee nv p de peena e evalza dplan el peupõe ee d pceda eculaza e aé mem ua adcalza, maem um cnex n mpenad d m cen-

ca e evlucna/pev póp d ilu-mnm. talvez acnecmen d memável“11 de seemb” pam lua que queemdze. Naquele mmen, n ma ínm da ce-dade ecula uma “ba” ela uu, de mdque, emba a azõe plíc/ela d aena-d eam de alum md evdene, a eaõe am-bém aumam cnn el, manean-d-e em uma ée de a, cm a ndna e aldaedade dane d aenad, enmen da“acaldade” de um el de vda manchad pelucda, dcu de vnana e epa ec. Al,n pevaleceu uma anále ceníc-écnc dacnecmen, ma nnuém e enu lead p, nem lamenu que evee and a de-mnamen d caáe ecula da mdendade.Pel cná, epnaneamene a pea buca-vam explcaõe énca, ela e acna paada cna d que acneceu.

sem dúvda, ea nva “aena” de encnene a el e a az abe-e paa um ande

debae pemead p pn de va dve ecm eulad nepead. N camp elóc,p exempl, já há alun an uem nva ab-daen nedcplnae ene cênca, cedade eel den de um cnex pó-ecula.10

 A religião na globalização

Uma v eal be a ua da elna cedade cnempânea eaa ncmpleae n e pauae pela dnâmca da lbalza.N úlm cnqüena an a mdendade ad-calzada em ad a um pce acelead enen de necâmb ene ndvídu, culua,capa, ímbl e nuõe, que vem de-ealzand dendade, culua, elaõeca e ecnômca, ene ua cneqüênca.Ea “necnecvdade cmplexa”, na palavade gdden, é que e cnhece cm “lbalza-” (gdden, 1990, pp. 67). tal enômen écneqüênca da mdendade adcalzada, queppcnu a cndõe cnucna (ca-palm, ndualza, cmunca de maa,ubanm, Ead nacnal ec.) e manáculual (que nclu deene ma de acnal-dade, cmla, vale, cena, cnceualza

d emp e epa) que naam a lbalzapível (tmlnn, 2001, Capíul 2).Nee cnex, a el cmpa-e an

cm uma a neava da lbalza, evnd,paa ce up, de eeênca paa uma den-dade hóca u énca e alecend, am, aculua lcal, quan cm uma a pó-ava,que aume um caáe emnenemene expanve hmenezad, cm ce cm calcmman e alun mvmen lâmc na mde-ndade lbalzada (Beye, 1994). Evdenemene,ea dnâmca ela n cmpleamenenva, que dee é a nendade, a cmplexda-de e a ecala lbal que aa alcanam. talvez umd ca ma luav eja da dendade. A dendade é uma cnane anplóca emnen-emene elacnal e dnâmca, em que a elempe deempenhu um papel undamenal. Emum cnex de lbalza, nde ce uma n-ena e maca nea ene up e ndvídu,n é ácl que a dendade “nava” pemane-

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am naleada, apea da eqüene enavade echa-e. Quand ce, em um cnexnde uje de uma deemnada dendade u am manalzad u pmd, a elcuma e baluae d enncheamen -

cculual e, nee end, cnaêmc. Emu ca acnece ma u men cná:a el, a e depvaza e e deeaza(cm êm acnecd cm cea ma de cal-cm e lamm), adque uma dnâmca unc-nal em ela à lbalza, aleand pacula-m culua.

Em ua palava, a elõe n pdempemanece mpaíve em um cnex de l-balza. De a, am aualmene a u-men de nva ma de el cm expeõen níve ndvdual, upal e cal. Nea de,  Jé Caanva denca dua ande mudanan camp da el: a evalza da andeadõe u “elõe d mund”, ma cm c-mundade ela “manada”, annacnae lbalzada, u eja, ae-e a uma expl decmundade ela deealzada, nde acmundade (Gemeinshat ) em e ecnuíd demua ma a lbea-e da eõe e-a d Ead-na u de alum u p de

cmundade énca eal (Caanva, 2001, pp.427-434). A ua mudana dz epe à “dep-vaza ela”, u eja, a ncu da elna eea públca e n camp de baalha d p-e plíc, n ó paa deende eu eud a-dcnal, ma ambém paa pacpa da memalua n end de den e aena a neamdena ene a eea públca e pvada, enelealdade e maldade, ene amíla, cedade c-vl, ecnma e Ead na ecala lbal (Caanva,1995, pp. 404-406). Ma ea dnâmca, eund au, n mplca a eacalza da cedade uuma mudana da culua plíca ecula, já que aldepvaza acnece juamene em uma “ae-na” pluala que upõe, p pncíp, um Eadlac-ecula e que, cm al, pbla a pac-pa de deene ae na eea públca, eneele, el.11 tecamene, n exclu aemeênca e, em alun ca, a evalza dundamenalm, já que é ambém nevável uapeena, “ennchead” u numa anca “cuza-

da” em ace de uma aeva ealdade plual e l-balzada que ameaa dlu e banalza ua cena, que eula, em úlma nânca, em uma mandea de cnma caáe lbal e plual dael.

Na cedade lbal cexem dvea maca de el (nucnalzada, plzada,undamenala, nvível, emcnal ec.), cn-ud, nem da puem a mema cndõe deplaubldade. Enquan a el nucnal-mene anzada encna-e em um cnex de-avável devd a plualm e eu ee ela-va e ncéc, a ua, beud a el“ndvdual-emcnal”, êm al um ambene macnvenene (Beye, 1999, pp. 296-297). N en-an, já que a dnâmca da lbalza n peaznha, ma eá em pemanene nea e encm plan “lcal” (em que a el deempenhapapel de enazamen mpaním), ea a a-ea de euda ca cnce be a nfuêncaela na cedade da mdendade ada elbalzada.

Concluso

gande pae da pmea ea clócaa epe da eculaza cncenu ua aenem ena explca a peda da elevânca cal eubjeva da el na cedade mdena. ocnex plêmc d mmen e peup dpenamen lumna que pecnzava a ncmpa-bldade ene penamen acnal e a elmacaam a efexõe be a eculaza cmea explcava e pedva d declín da elna mdendade. A peênca da el e, emmu ca, cecene papel de panaadqud na dnâmca cal de na cedadehpemdena e lbalzada êm levad mu apena na blecênca da ea clóca -be a eculaza.

o debae clóc cnempâne a eeepe evelu que, emba mua da pmeaea de eculaza enham d cncebdacm bae n vé lumna, ea ea ma-am uma ée de mudana ceuua, cma deenca nucnal e plualm, que

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sECULAriZAção oU rEssACrALiZAção? 139 

naa eveível a decenalza e delca-men expemenad pela el n pcede mdenza, ncluve na cndõe aua damdendade adcalzada e lbalzada que aea eumen e à evalza da el. Paa

a maa d aue aqu analad, ee a,em vez de debla u aze ecede a mudanaceuua a um ead pé-mdendade, pe-valeceam pncpalmene pque a dnâmca e acaaceíca d eumen el e eue-am cm bae n “epí” da mdendade ad-calzada (plualm, peemnênca d emcnal,decnana da az ec.). Ceamene ea u-a n exclu a pbldade de que up umvmen el pemaneam cm uma claaaude de ece, cm acnece cm quaed undamenalm, emba ud ndqueque ele n pam ma vlumba um uupm.

ou apec elevane d debae clóccnempâne be a el cncene à ul-dade analíca da efexõe be a eculazaem um cnex de mdendade lbalzada paaexplca a deealza da dendade el-a, a ma de cmundade annacna“manada” e eevecene ncem da an-

de maa da elõe.sem dúvda a ea da eculaza e cn-naá cnnuamene cm nveaõe empí-ca que lhe pemam eva eu peup, aju-a eu mac explcav e acla, dee md,uma melh cmpeen de na cedade.

Notas

Paa uma apeena ucna d anecedene h-1

óc e u emânc da n de eculaza,ve Maama (1988).

  A bblaa be a mdendade é mena, paa2uma v eal, ve Bee e Kellne (1979), gden(1990), Habema (1989, pp. 131-144), Wane(1997).

Uma ínee báca be ea pepecva, ve Enena3(2001).

tchannen êm cncênca de que, na delma4d paadma da eculaza, excluu aue e-

levane cm Habema, Luhmann e sak, eneu, qua, abalham ema a pa uaveene eóca.

Paa ampla ee ema, ve Madnne (1991, 1998,51999).

 Aqu uam-e ealmene aue necnevade,6 cm Danel Bell, Pee Bee, rbe Nbe e M-chael Nvak; e pó-mden, cm gann Vam,Fan Lyad e Jean Baudllad, ene u.

i é que undamenalmene ppõe Ulck Beck 7quand dnue ene uma pmea mdendadeiluada e uma pe, denmnada “efexva”(Beck, 1996, pp. 223-265).

o ca lan-amecan é um exempl neeane8nee end, p e aa de uma e cm umpund enazamen el e nde e bevaande eevecênca ela, ma n neceaa-mene eabelecmen d pde plíc da ejacaólca, nem a eacalza d Ead, ampuc ncemen na la, e n eu declín.

 Alun vêem ee p de “en” em cedade lâ-9mca cm i. Ma a cmpaaõe n e aplcam,

  já que a cedade anana nunca cheu ppa-mene a e mdena.

teól eupeu, cm gaham Wad, Wllam10Cavanauh e Jhn Mlbank, e ncunandcm uma mpenane baaem nelecual needebae be a elaõe ene é e az em um cn-

ex pó-ecula.Kael Dbbelaee, p u lad, em adved em11eu abalh cm a deenca ene a eeapúblca e pvada n é al bjev, e m denõeca uada p ndvídu e up, pncpalmen-e cm um end plíc enad a en ualaa a nfuênca cal da el (Dbbelaee,1985, p. 381).

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178 reVIsTa BrasILeIra De CIÊnCIas sOCIaIs - VOL. 25 n° 73

secUlarização oUressacralização: odeBate sociológicocoNteMPorâNeo soBre a teoria da secUlarização

 José de Jesús Legorreta Zepeda 

Palavras-chave: sculimo; rligião;Modidd; Globlizção.

O qu é comumt chmdo d “u-gimto” d ligião ão tm tzido umtoo ubjtivo odm pé-modd ocidd. et vitlizção é co-qüêci d ibilidd d tdêcid um dicl globlizt modid-d. nt itução, divo ociólogo dligião têm lido o cocito multi-dimiol d culizção qum

mcicit tlológico com qu ococito ugiu o éculo XIX po cotd pç d ov ligiõ o cotx-to d modidd globl.

secUlarizatioN or resacralizatioN? tHecoNteMPorarY deBate over tHe secUlarizatioN oF tHesociological tHeorY 

 José de Jesús Legorreta Zepeda 

Keywords: sculiztio; rligio; Mo-dity; Globliztio.  Wht i commoly clld th “u-gc” of ligio h ot bought ub- jctiv tu i th p-mod od of ocity. Thi vivl i th ult of thitivity d td of both dicld globl modity. I thi itutio,vl ociologit of ligio hv x-mid th multidimiol cocpt of culiztio wll mchitic dthologicl chm with which th co-

cpt mgd i th itth ctuy du to th pc of w ligio ith cotxt of globl modity.

sécUlarisatioN oUresacralisatioN? ledéBat sociologiqUecoNteMPorraiN À ProPosde la tHéorie de la sécUlarisatioN

 José de Jesús Legorreta Zepeda 

Mots-clés: séculim ; rligio ; Mo-dité ; Modilitio.C qui t coummt pplé d “ép-pitio” d l ligio ou ppotp u tou ubjctif à l’od pé-mo-d d l ociété. Ctt vitlitiot l coéquc d l ibilité td tdc d’u modité diclt globlit. C’t ii qu pluiuociologu d l ligio ot lyé lcocpt multidimiol d l écu-

litio t d chém mécicit ttéléologiqu à pti dqul l cocpt ugi u XIX iècl, uit à l pécd ouvll ligio d l cotxt dl modité modil.