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Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
Universidade Federal do Espírito Santo
Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e outras Drogas
Centro Regional de Referência sobre Drogas do Espírito Santo
Abordagens Psicossociais: Entrevista
Motivacional e Intervenção Breve
Psic. Fernanda Dadalto Garcia Aperfeiçoamento Profissional em Substâncias Psicoativas
Profª. Drª. Marluce Miguel de Siqueira Coordenadora de Pesquisa
VITÓRIA
2015
3
• A dependência de substâncias psicoativas é uma doença
crônica caracterizado por recaídas.
• Os melhores programas para dependência de substâncias
psicotrópicas oferecem uma combinação de terapias e
outros serviços para se adequar às necessidades
individuais dos pacientes.
INTRODUÇÃO
4
- Abordagens psicossociais nas modalidades:
- Individual: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC),
Prevenção de Recaída (PR), Redução de Danos (RD)
Gerenciamento de Casos (GC), Intervenção Breve (IB)
e Entrevista Motivacional (EM).
- Em grupo: Grupos de Auto Ajuda e Terapia Familiar.
INTRODUÇÃO
5
- Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC), denominam-se
assim porquê constituem uma integração de conceitos e
técnicas cognitivas e comportamentais (BAHLS, 2004).
- A TCC baseia-se em dois princípios centrais (WRIGHT;
BASCO; THASE, 2006):
- Cognições (pensamentos) têm influencia controladora
sobre emoções e comportamentos;
- Comportamentos podem afetar profundamente nossos
padrões de pensamento e emoções.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTALMENTAL
6
- De acordo com Seibel (2010):
- Uso e Abuso de SPAs: comportamento aprendido, que
pode ser modificado com a participação ativa do usuário no
processo de mudança;
- Objetivo básico: mostrar a relação entre pensamentos,
emoções e ações ligadas ao consumo, e identificar as
funções da substância na vida do usuário.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTALMENTAL
7
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTALMENTAL
- Estrutura das sessões modifica-se ao longo do tratamento,
mas de modo geral é uma abordagem (SILVA; SERRA, 2004):
- Estruturada, diretiva, focal e de prazo limitado (12 a 24
sessões);
- Baseada na relação genuína entre paciente e terapeuta
(empatia e colaboração mútua).
8
PREVENÇÃO DE RECAÍDA (PR)
- De acordo com Seibel (2010):
- A prevenção de episódios de recaída tem sido foco
importante do tratamento;
- Considera não apenas a interrupção do uso da
substância, mas a manutenção do comportamento de
mudança;
- Orientação do paciente em relação ao cumprimento da
meta, da identificação das situações de risco, dos lapsos e
recaídas.
9
PREVENÇÃO DE RECAÍDA (PR)
- Marlatt e Gordon (1985) enfatizam que a recaída pode ser
previsível, prevenida e evitada:
- Através do aprendizado de estratégias de auto controle
no enfrentamento de situações de risco;
- Desenvolvimento de habilidades que favoreçam o
indivíduo nas diversas condições.
10
REDUÇÃO DE DANOS (RD)
- De acordo com Dualibi, Vieira e Laranjeira (2011) a Redução
de Danos (RD):
- É uma estratégia de intervenção terapêutica que busca
controlar possíveis conseqüências adversas do consumo
de SPAS;
- Propõe o manejo seguro de comportamentos de alto risco
e dos danos associados (alternativa à abstinência e da
prevenção do HIV/AIDS)
11
- De acordo com Marques e Zaleski (2011):
- Brasil: ações aplicadas sob o rotulo de redução de danos,
não têm evidencias cientificas para prevenção de doenças
infectocontagiosas e assistência ao usuário de SPAs;
- Estratégias de RD não devem consideradas uma política
assistencial única para todos os usuários de diferentes
tipos de substancias;
REDUÇÃO DE DANOS (RD)
12
- Estratégias para minimizar os danos do consumo de álcool
(BRASIL, 2004):
Ingerir água e líquidos não alcoólicos e vitaminas do
complexo B;
Ter nutrição adequada;
Consumir produtos com baixo teor alcoólico para produzir
menor embriaguez;
.
REDUÇÃO DE DANOS (RD)
13
- Estratégias para minimizar os danos do consumo de álcool
(BRASIL, 2004):
Escolher um ambiente seguro para beber, para que haja
relativa segurança principalmente para aqueles que não
bebem;
Efetuar o uso de álcool associado a atividades sociais,
sendo assim é provável que o álcool seja menos relevante
e assim alguns problemas possam ser evitados;
.
REDUÇÃO DE DANOS (RD)
14
- Estratégias para minimizar os danos do consumo de álcool
(BRASIL, 2004):
Planejar os momentos da ingestão do álcool, para que se
possa evitar acidentes automobilísticos decorrente de
consumo excessivo da droga; e
Disseminar informações sobre o álcool e seus efeitos,
objetivando a educação em saúde.
.
REDUÇÃO DE DANOS (RD)
15
GERENCIAMENTO DE CASOS (GC)
- Gerenciamento de Casos (GC) pode ser definido conforme
Soares (2011):
- Processo de cuidado que inclui avaliação, distribuição,
coordenação e monitoramento de serviços e fonte de
recursos;
- Garantir que as necessidades dos serviços sejam
reconhecidas;
- Equipe multidisciplinar como extensão do tratamento
buscando a (re)inserção social evitando internação.
16
GERENCIAMENTO DE CASOS (GC)
- GC têm como características (GRAHAM; TIMNEY, 1990;
FONSECA; ALVES; LEMOS, 2011):
- Forma de ajuda organizada;
- Componentes e funções definidas;
- Responsabilização de uma pessoa ou equipe;
- Plano de cuidados capaz de atender as necessidades
individuais e promover o cuidado;
- Atenção ampliada e individualizada.
17
GRUPOS DE AUTO-AJUDA
- Baseados no modelo do grupo Alcoólicos Anônimos - AA
(ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, 2012):
- Auto-sustentáveis e seus membros têm liberdade para
entrar e sair do grupo quando quiserem;
- Seguem os princípios filosóficos conhecidos como 12
passos.
- Os membros adaptam suas vidas e fortalecem seus laços
emocionais.
18
GRUPOS DE AUTO-AJUDA
- Baseados no modelo do grupo Alcoólicos Anônimos - AA
(ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, 2012):
- Narcóticos Anônimos (NA): atenção a usuários de outras
drogas;
- Amor Exigente (AMOREX): para familiares de usuários de
drogas e também segue os doze passos (doze princípios),
mas adaptado a realidade necessária (MENEZES, 2011).
19
TERAPIA FAMILIAR
- A Terapia Familiar têm como fundamentação teórica:
- Modelo sistêmico;
- Transtornos por uso de SPAs como sintoma de disfunção
familiar;
- Expressa no conjunto de comportamentos desajustados;
- Usuário em constante relação;
- Interação entre os membros é o foco da abordagem.
(KAUFMANN; KAUFMANN, 1982; PAYÁ; FIGLIE, 2004)
20
TERAPIA FAMILIAR
- Família é um sistema que se mantém em equilíbrio por meio
de regras de funcionamento:
- Terapia Familiar busca a mudança pela reorganização da
comunicação entre os membros;
- A sessão pode ocorrer da forma seguinte:
- Terapeuta incentiva descrição do sofrimento e observa a
interação familiar diante do problema;
- Ajusta o papel dos membros para resolver os conflitos.
(STANTON; TOOD, 1985; PAYÁ; FIGLIE, 2004; SEIBEL, 2010)
21
AVALIAÇÃO INICIAL
- OBJETIVO: Identificar usuários nocivos de álcool, tabaco e
outras drogas que não fazem uso suficientemente severo
para serem classificados como dependentes.
- CARACTERÍSTICAS:
•Conduzida de forma: clara, simples, breve, flexível, ampla;
•Informações sobre uso de uma substância abordados
somente ao final da entrevista;
(LARANJEIRA et al., 2003)
22
AVALIAÇÃO INICIAL
- CARACTERÍSTICAS:
• Foco na pessoa (não na droga);
• Evitar confrontos;
• Só estimular mudanças compatíveis com a motivação do
usuário;
• Bom senso na sua condução; e
• É decisiva no engajamento do usuário e mudanças ainda
durante o acompanhamento.
(LARANJEIRA et al., 2003)
23
AVALIAÇÃO INICIAL
- Formulário de avaliação do risco: investiga e
contextualiza o consumo de substâncias psicoativas conforme
os aspectos discutidos anteriormente .
- Instrumentos de rastreamento ou triagem:
(CORRADI-WEBSTER; LAPREGA; FURTADO, 2005)
• Utilização complementar;
• Auxiliar na determinação do uso nocivo;
• Usados com mínimo de treinamento;
• Qualquer profissional;
24
AVALIAÇÃO INICIAL
- Instrumentos de rastreamento ou triagem:
(CORRADI-WEBSTER; LAPREGA; FURTADO, 2005)
• Pontuação clara que indica a probabilidade de problemas
relacionados;
• Úteis na rotina profissional (fácil e rápida aplicação).
• Não são instrumentos de diagnóstico.
25
AVALIAÇÃO INICIAL
Questionário CAGE:
Cutdown, Annoyed by criticism, Guilty and Eye-opener
(MAYFIELD; MCLEOD; HALL, 1974)
• Entre os mais utilizados para detectar uso nocivo de álcool;
• Indica prováveis casos de dependência;
• Duas respostas positivas entre as quatro questões (boa
sensibilidade e especificidade);
• Questões extras: Você já teve problemas relacionados ao
uso de álcool? Você bebeu nas últimas 24 horas?
26
AVALIAÇÃO INICIAL
Cut down, Annoyed by criticism, Guilty and Eye-opener
O consumo de álcool é considerado de risco a
partir de duas respostas afirmativas.
0- NÃO 1- SIM
1. Alguma vez o (a) Sr. (a) sentiu que deveria
diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber?
0 1
2. As pessoas o (a) aborrecem porque criticam o
seu modo de beber?
0 1
3. O (A) Sr. (a) se sente culpado (a) (chateado
consigo mesmo) pela maneira como costuma
beber?
0 1
4. O (A) Sr. (a) costuma beber pela manhã para
diminuir o nervosismo ou a ressaca?
0 1
(MAYFIELD; MCLEOD; HALL, 1974)
Questionário CAGE
27
AVALIAÇÃO INICIAL
Teste de Fagerström para Dependência de Nicotina –
TFDN (HEATHERTON et al., 1991).
- Evidências clínicas (HALTY et al., 2002):
- Dependência nicotínica: manutenção do tabagismo e
dificuldade de cessação;
- Todos os fumantes regulares seriam dependentes (variação
do grau de dependência) e necessidade avaliação.
28
AVALIAÇÃO INICIAL
-Questionário de Tolerância de Fagerström
(FAGERSTRÖM, 1978): Objetivo - estimar o grau de
dependência nicotínica; Ferramenta mundialmente utilizado.
- Teste de Fagerström para Dependência de Nicotina –
TFDN (HEATHERTON et al., 1991):
• Indicador confiável de dependência de fumantes em
diferentes populações.
• Aplicação simples, rápida e de baixo custo.
• Seis questões referentes ao hábito de fumar.
29
AVALIAÇÃO INICIAL
O Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT):
• Elaborado pela Organização Mundial da Saúde - OMS
(BABOR et al., 1992);
• Traduzido e validado no Brasil (FIGLIE et al., 1997;
MÉNDEZ, 1999);
• Primeiro questionário de avaliação de riscos e problemas
associados ao álcool na atenção básica em saúde;
30
AVALIAÇÃO INICIAL
Alcohol Use Disorders Identification Test – AUDIT
(BABOR et al., 1992)
• Consiste de 10 perguntas (5 opções de resposta);
• Investiga quantidade e frequência, sintomas de abstinência
e problemas associados;
• Pontuação superior a 8 pontos: risco de problemas do
beber excessivo (recomenda-se avaliação mais detalhada).
31
AVALIAÇÃO INICIAL
- Classificações da Organização Mundial da Saúde – OMS
para consumo de SPAs (OMS, 1993):
- Freqüência:
- Uso na vida: uso pelo menos uma vez na vida;
- Uso no ano: pelo menos uma vez nos últimos 12 meses;
- Uso no mês (recente): pelo menos uma vez nos ultimos 30
dias;
- Uso freqüente: seis ou mais vezes nos últimos 30 dias;
32
AVALIAÇÃO INICIAL
- Classificações da Organização Mundial da Saúde – OMS
para consumo de SPAs (OMS, 1993):
- Intensidade:
- Não usuário: nunca utilizou;
- Usuário leve: usou no último mês, menos que uma vez por
semana;
- Usuário moderado: usou na última semana, mas não
diariamente;
- Usuário pesado: utilizou diariamente no último mês.
33
AVALIAÇÃO INICIAL
Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening
Test – ASSIST (HENRIQUE et al., 2004):
- Validado em sete países, coordenado pela OMS.
- Fornece informações sobre:
• Uso de drogas na vida e nos últimos três meses;
• Problemas relacionados ao uso de drogas;
• Risco atual ou futuro de problemas devido o uso;
• Se a pessoa provavelmente é dependente;
• Se a pessoa já usou drogas injetáveis.
34
AVALIAÇÃO INICIAL
- Avaliação da motivação:
- Conhecer a motivação para promover alterações no seu
atual padrão de consumo de SPAs;
- Determinar as expectativas sobre o planejamento
terapêutico; e
- Motivação: estado de prontidão para a mudança,
flutuante ao longo do tempo e passível de ser influenciado
por outrem (MILLER; ROLNIK, 2001).
35
AVALIAÇÃO INICIAL
Modelo Transteórico - usuário de SPAs passa por diferentes
estágios motivacionais (PROCHASKA; DICLEMENTE,1982):
Pré-contemplação:
• Paciente: Sem idéia sobre o problema e sem planos;
Contemplação:
• Paciente: Percebe um problema, mas está ambivalente
sobre mudanças;
36
AVALIAÇÃO INICIAL
Modelo Transteórico - usuário de SPAs passa por diferentes
estágios motivacionais (PROCHASKA; DICLEMENTE,1982):
Determinação:
• Paciente: Percebe que tem um problema e que precisa
promover mudanças;
Ação:
• Paciente: Pronto para começar a mudança.;
37
AVALIAÇÃO INICIAL
Modelo Transteórico - usuário de SPAs passa por diferentes
estágios motivacionais (PROCHASKA; DICLEMENTE,1982):
Manutenção:
• Paciente: Incorporação da mudança na rotina de vida;
Recaída:
• Paciente: Volta para a contemplação ou pré-contemplação.
38
DIAGNÓSTICO
- Critérios de diagnóstico para uso nocivo ou
dependência de substâncias psicoativas:
- Objetivo: classificar diferencialmente o paciente em
usuário nocivo (abusador) ou dependente;
- Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da
Organização Mundial da Saúde – OMS (OMS, 1993); e
- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana – APA
(APA, 1994).
39
- Avaliação Inicial + Critérios de Diagnóstico para uso
nocivo/dependência = Usuário pode estar em uso:
- Sem apresentar problemas: porém deve saber que não
existe uso seguro de SPAs;
- Apresentando problemas: sem dependência, necessário,
reduzir o consumo e tornar-se responsável pela mudança;
- Apresentando dependência: realizar investigação mais
aprofundada (foco na tolerância e síndrome de
abstinência).
(DIEHL et al, 2011)
DIAGNÓSTICO
40 (DIEHL et al, 2011)
DIAGNÓSTICO
- Estabelecido o diagnóstico do paciente é necessário:
- Informá-lo do resultado;
- Envolvê-lo no planejamento do seu cuidado;
- Seguir princípios gerais de devolutiva:
• Ter em mente os critérios de uso nocivo e dependência;
• Explicar o método de avaliação utilizado;
• Afirmar que o usuário não é culpado do problema;
41
INTERVENÇÃO BREVE
- Abordagem relacionada à prevenção primária ou
secundária para usuários de álcool e outras drogas
(SOUZA; RONZANI, 2012):
- Prevenção primária: usuários que ainda não experimentaram
SPAs;
- Prevenção secundária: indivíduos que já fazem uso regular de
SPAs;
- Fundamentada nos princípios Entrevista Motivacional (EM)
(BABOR; HIGGINS-BIDDLE, 2003).
42
INTERVENÇÃO BREVE
- Objetivo principal: motivar usuários em risco a mudar seus
comportamentos de uso (BABOR; HIGGINS-BIDDLE, 2003).
- Pesquisadores canadenses nos anos 70: reformulação no
modelo tradicional de intervenção psicossocial aos problemas
relacionados ao uso de álcool (MARQUES, 2010):
- Diminuindo o tempo de intervenção;
- Definição de etapas especificas na abordagem;
- Intervenção breve para problemas do consumo de álcool,
estendida depois para outros tipos de SPAs.
43
INTERVENÇÃO BREVE
Características da Intervenção Breve
Intervenção estruturada, focal e objetiva;
Desenvolvida em curto espaço de tempo (sessões variam de 5 a
45 minutos)
Raras vezes ultrapassam 5 encontros
Pode ser realizada por profissionais com diferentes tipos de
formação (médicos, psicólogos, auxiliares de enfermagem,
nutricionistas, assistentes sociais, agentes comunitários e outros
profissionais da saúde), bastando que recebam um rápido
treinamento para isto
(BRASIL, 2012)
44
INTERVENÇÃO BREVE
Características da Intervenção Breve
Centrada no cliente, com objetivo de ajudar no desenvolvimento da
autonomia das pessoas, atribuindo--lhes a capacidade de assumir a
iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas
É eficaz em reduzir o consumo e os problemas ligados ao consumo
de álcool (sem critérios de dependência), e já há algumas evidências
de eficácia em tratamento do tabagismo
Tem se mostrado tão eficaz quanto tratamentos mais intensivos (por
exemplo: longas internações), principalmente nos casos menos
graves.
(BRASIL, 2012)
45
- Divide-se em triagem e intervenção (BRASIL, 2012):
- Triagem (Avaliação inicial) – identificar padrões de
consumo de SPAs e possíveis riscos e problemas;
- Intervenção - técnicas empregadas em cada sessão ou
encontro, dispostas em elementos norteadores.
- 6 (seis) elementos formam o acróstico “FRAMES” que
significa “moldura”, enquadramento, ou seja, propõe-se
“enquadrar” os procedimentos (MILLER; SANCHES,1993).
.
INTERVENÇÃO BREVE
46
- 6 (seis) elementos formam o acróstico “FRAMES” que
significa “moldura”, enquadramento, ou seja, propõe-se
“enquadrar” os procedimentos (MILLER; SANCHES, 1993):
.
F Feedback Devolutiva ou retorno
R Responsibility Responsabilidade
A Advice Aconselhamento
M Menu Menu de opções
E Empathic Empatia
S Self-efficacy Autoeficácia
INTERVENÇÃO BREVE
47
INTERVENÇÃO BREVE
Devolutiva ou retorno (feedback):
• Objetivo: retorno (feedback) sobre os riscos presentes em
seu padrão de consumo.
• Procedimento:
a) Fazer conexões entre o resultado de exames e o consumo
de substâncias do paciente;
b) Utilizar informações fornecidas pelo paciente sobre
problemas na vida e sugerir associação com o seu uso de
substâncias.
FRAMES
48
INTERVENÇÃO BREVE
Devolutiva ou retorno (feedback):
• Exemplo: “Pelo que conversamos, parece que você
identifica alguns problemas associados com o seu
consumo de (álcool ou outras drogas). Vamos conversar
um pouco mais sobre isso?...”
Responsabilidade (Responsibility):
• Objetivo: Consumo moderado, para usuários de drogas
lícitas, sem diagnóstico de dependência; ou abstinência,
para usuários de drogas ilícitas com dependência.
FRAMES
49
INTERVENÇÃO BREVE
Responsabilidade (Responsibility):
• Procedimento: “negociação” entre o profissional e o
paciente, sobre metas a serem atingidas no tratamento;
• Exemplo: “O seu uso da substância é uma escolha sua e
ninguém pode fazer você mudar seu comportamento ou
decidir por você”. “Se você percebe que isto está
prejudicando sua vida e sua saúde e se quiser mudar,
podemos ajudá-lo, mas a decisão, a escolha é sua”.
FRAMES
50
INTERVENÇÃO BREVE
Aconselhamento (Advice):
• Objetivo: reduzir o risco de problemas futuros; aumentar a
percepção do risco pessoal; e fornecer um motivo para a
mudança do comportamento;
• Procedimento: Ofereça material informativo sobre o uso de
substâncias; relacione os problemas atuais do paciente,
com seu uso, ex.: úlceras gástricas e uso de álcool,
enfisema e uso de tabaco, maconha e problemas de
memória, de emprego, etc...
FRAMES
51
INTERVENÇÃO BREVE
Aconselhamento (Advice):
• Exemplo: “As informações que estou apresentando ao
senhor ajudam a entender como o seu uso (de álcool) esta
causando esses problemas (úlceras gástricas)”.
Menu de opções (Menu)):
• Objetivo: Identificar, junto com o paciente, uma série de
estratégias para a modificação do comportamento-
problema.
FRAMES
52
INTERVENÇÃO BREVE
Menu de opções (Menu):
• Procedimento: Explorar as informações sobre o consumo
de substâncias do paciente para que as estratégias de
enfrentamento possam ser discutidas e adequadamente
escolhidas.
• Exemplo: “Sugiro que faça um diário sobre o seu uso de
substância, registrando, por exemplo: onde costuma usar,
em que quantidade, em companhia de quem, motivo, etc”.
“Isso o ajudará a identificar as possíveis situações de risco
e o que pode ser feito em cada uma delas.
FRAMES
53
INTERVENÇÃO BREVE
Empatia (Empathic):
• Objetivo: O paciente se sentir compreendido pelo
profissional.
• Procedimento: Evite ter um comportamento confrontador ou
agressivo. Demonstre que você está disposto a ouvi-lo, que
entende seus problemas, e a dificuldade de mudar.
• Exemplo: “Gostaria que soubesse que estou aqui para
tentar ajudá-lo”. “Com certeza essa situação (problemas) é
muito difícil para você, e entendo, por isso, que mudá-la
não é tarefa fácil”
FRAMES
54
INTERVENÇÃO BREVE
Autoeficácia (Self-efficacy):
• Objetivo: Aumentar a motivação para o processo de
mudança auxiliando-o a ponderar os “prós” e “contras” do
uso de substâncias.
• Procedimento: Reforçar os aspectos positivos para
encorajar o paciente a confiar em seus próprios recursos e
a ser otimista em relação à sua habilidade para mudar o
comportamento;
FRAMES
55
INTERVENÇÃO BREVE
Autoeficácia (Self-efficacy):
• Exemplo: “Pelo que pude ver você tem uma habilidade
importante de se relacionar bem com as pessoas, e isso
pode te ajudar a ter outras companhias, diferentes das que
tem agora (outros usuários)”.
FRAMES
56
- A IB no uso de substâncias psicoativas é indicada para
os indivíduos que fazem uso nocivo:
- Casos de dependência: encaminhados para serviços
especializados;
- Dependentes tem problemas maiores relacionados ao
uso de drogas;
- Intervenção breve não seria capaz de contemplar muitos
aspectos, que poderiam ser importantes.
.
(BRASIL, 2012)
INTERVENÇÃO BREVE
ENTREVISTA MOTIVACIONAL (EM)
57
• DEFINIÇÃO:
-“É um método de assistência diretivo, centrado no paciente
para promover uma motivação interna de mudança mediante
a exploração e resolução da ambivalência, envolvendo um
espirito de colaboração, participação e autonomia tanto do
paciente quanto do profissional”(SEIBEL,2010).
58
ENTREVISTA MOTIVACIONAL (EM)
OBJETIVOS:
Motivar o usuário a desenvolver comprometimento e a
tomada de decisão de mudar seu comportamento;
- Ajudar a reconhecer e fazer algo sobre seus problemas;
- Utilizada em qualquer fase do tratamento - com os que
buscaram e com os que necessitam de motivação para
buscar ajuda;
- Útil com pessoas mais resistentes a mudanças ou aqueles
que se encontram ambivalentes.
ENTREVISTA MOTIVACIONAL (EM)
59
ESTILO DO PROFISSIONAL:
- Pode ter efeitos críticos ou estimulantes na motivação
para a mudança das pessoas;
-Estilo clínico habilidoso: evocar as motivações internas
da pessoa para mudanças comportamentais na melhoria
de sua saúde;
(BRASIL, 2012)
ENTREVISTA MOTIVACIONAL (EM)
60
ESTILO DO PROFISSIONAL:
- É indicado que o profissional seja:
Centrado na pessoa (paciente)
Flexível (alta tolerância à frustração)
Cooperativo
Evocativo
Diretivo, mas não confrontativo
(BRASIL, 2012)
61
ENTREVISTA MOTIVACIONAL (EM)
- Cinco princípios norteadores na EM com usuários de álcool
e outras drogas:
1. Expressar empatia;
2. Desenvolver a discrepância;
3. Evitar a argumentação;
4. Acompanhar a resistência;
5. Promover a autoeficácia.
62
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Modelos de terapia individual e em grupo podem e devem
ser associados com usuários e familiares como estratégia na
reconstrução de novas metas e objetivos;
- Desfecho depende dos vínculos estabelecidos, fundamentos
teóricos e postura do profissional;
- Independente da abordagem, na relação de ajuda que o
processo de mudança acontecerá, para o usuário e familiares.
63
REFERÊNCIAS
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS. Os doze passos do A.A. Rio de Janeiro, 2012.
Disponível em <http://www.aa.org.br/12passos/12passos.htm>. Acesso em
08 de julho de 2012.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais (DSM-IV). Porto Alegre: ARTMED; 1994.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Álcool e redução de
danos: uma abordagem inovadora para países em transição. Brasília:
Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL, Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas sobre
Drogas. Tratamento de dependência de crack, álcool e outras drogas:
aperfeiçoamento para profissionais de saúde e assistência social. Brasília:
SENAD, 2012.