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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PROFª – PDE: MARIA DO CARMO BATISTA DA SILVA
ORIENTADORA: DRA MARGARIDA DA SILVEIRA CORSI
SEQÜÊNCIA DIDÁTICA: GÊNEROS DO DISCURSO: A FÁBULA E OUTROS
ENUNCIADOS: UMA PROPOSTA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR
MARINGÁ – PR
2008
SUMÁRIO
1 Identificação..........................................................................................................................1
2 GÊNEROS DO DISCURSO: A FÁBULA E OUTROS ENUNCIADOS: UMA
PROPOSTA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR...........................................................2
3 Módulos didáticos necessários ao desenvolvimento da Seqüência.....................................7
4 Avaliação.............................................................................................................................15
5 Referências..........................................................................................................................16
6 ANEXOS.............................................................................................................................19
6.1 VÁRIAS VERSÕES DA FÁBULA: “A CIGARRA E A FORMIGA”.............................19
A Cigarra e a Formiga............................................................................................................19
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre...............................................................................19TRADUÇÃO DE BOCAGE.....................................................................................................19
6.2 FÁBULA “LIGA DAS NAÇÕES” ....................................................................................25
6.3 LISTA DE FÁBULAS:.......................................................................................................26
6.4 BIOGRAFIA DE ESOPO...................................................................................................27
6.5 BIOGRAFIA DE JEAN DE LA FONTAINE (1621 - 1695).............................................29
6.6 BIOGRAFIA DE MONTEIRO LOBATO..........................................................................29
1 IDENTIFICAÇÃO
1.1. Professora PDE: Maria do Carmo Batista da Silva.
1.2. Profª. Orientadora IES: Margarida da Silveira Corsi.
1.3. Profª. Co-Orientadora: Simone Gonzales Sagrilo.
1.4. Área: Língua Portuguesa.
1.5. CEEBJA: Prof. Manoel Rodrigues da Silva
1.6. Série participante: 5ª série do Ensino Fundamental.
1.7. Período de realização: março e abril/2008 (04 aulas semanais).
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2 GÊNEROS DO DISCURSO: A FÁBULA E OUTROS ENUNCIADOS: UMA
PROPOSTA DE ENSINO INTERDISCIPLINAR
A fábula é um gênero discursivo que circula com grande freqüência na sala de
aula e, mediante esse fato, esta Seqüência Didática tem como objetivo fazer com
que o aluno conheça mais sobre o mesmo. Objetiva, ainda, levar o aluno a ter maior
contato com enunciados diversos, a diferenciar o gênero discursivo Fábula de
outros, a comparar versões de Fábulas produzidas por diferentes autores, em
diferentes contextos, a relacionar o conteúdo e a temática com o cotidiano e a
produzir diferentes enunciados, especialmente, a Fábula.
As fábulas têm encantado e educado gerações desde a antigüidade. Suas
lições de moral trazem ensinamentos para todas as idades. Ética, respeito,
solidariedade entre outros valores, que podem e devem ser trabalhados em sala de
aula por meio da leitura e análise dos enunciados fabulares que, normalmente, são
narrativas breves, de natureza simbólica, de fácil assimilação pelos leitores e que
proporcionam distração e reflexão. Apresentam provérbios que as concluem e, seus
maiores atrativos, são suas personagens (geralmente animais) e que apresentam
ações e reações comparadas às dos seres humanos.
Cremos que as fábulas possibilitam reconhecimento e análise crítica sobre o
homem: seus valores, virtudes, vícios, atitudes, saberes, em determinados contextos
sócio-histórico-culturais. Assim, o estudo das narrativas fabulares, num contexto
atual e de interação significativa, permitirá que o educando amplie o seu
conhecimento a respeito dele mesmo, do homem, do mundo em que vive, dos
saberes científicos e lingüísticos.
Assim, o trabalho com as fábulas visa levar o aluno a perceber as diferenças
entre um enunciado fabular e outros quanto ao seu conteúdo, aos seus aspectos
formais. Visa também fazer com que o educando perceba que boa parte de tudo o
que ele faz passa pela linguagem, em situações de interação social e que, o domínio
da mesma, é fundamental para a sua vida, para conviver, para aprender, para
resolver situações do seu cotidiano e, para argumentar, defender os seus pontos de
vista, seja na oralidade ou na escrita. Portanto, considera-se muito importante o
estudo, a instrumentalização e a aprendizagem dos conteúdos trabalhados na
escola; o aluno precisa reconhecer e valorizar o papel da escola. E, o trabalho com
os gêneros, bem organizado, sistematizado e mediado pelo professor poderá ser
uma ferramenta valiosíssima neste processo.
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É preciso que o aluno comece a entender que o seu discurso, que a sua fala,
enfim, que o seu enunciado depende do seu conhecimento prévio sobre o "outro"
envolvido no discurso, conforme nos mostra Lucília Garcez, em sua obra A Escrita e
o Outro. Assim, é necessário que se realize um trabalho em Língua Materna que
leve o aprendiz a pensar sobre a função da linguagem em seu cotidiano, em
situações de interação. Acredita-se que as fábulas ofereçam material rico para tal
trabalho.
O trabalho sistematizado com os gêneros discursivos, em sala de aula,
favorece a aprendizagem e ampliação da oralidade, da leitura e da escrita de
enunciados diversos, com funções específicas, em determinados contextos. Tal
trabalho, realizado de maneira interativa, poderá contribuir para que o educando
tenha, no professor, um mediador, um ponto de referência. Nesta perspectiva, o
fazer pedagógico do professor não será mais apenas o de considerar o espaço
formal do enunciado escrito, no caso da produção, mas, o de proporcionar o uso
efetivo da linguagem, oferecendo-lhe oportunidade para que se desenvolva como
cidadão de uma sociedade letrada e que tenha acesso aos seus meios de produção.
Assim, a leitura e a escrita não serão vistas pelo educando apenas como práticas
escolares, mas como algo que facilita e que garante o acesso ao conhecimento
científico produzido e acumulado pela sociedade. E, também, como meios para que
possa resolver as suas necessidades imediatas, e possa agir e transformar o meio
em que vive, pois conhece os seus processos e mecanismos, sabe quando, onde,
como e com quem usar determinados argumentos.
Nesta Seqüência Didática, o aluno terá a oportunidade de conhecer mais
sobre as fábulas: sua história, seus objetivos, os principais autores; e, por meio
delas, descobrir como viveram os homens de determinadas épocas, quais eram os
seus valores, como agiam e como se comportavam em sociedade, frente à
determinadas situações.
A leitura de diversas fábulas realizada pelos alunos, bem como, seus breves
relatos sobre a temática (socialização) servirão como marco inicial para o
desenvolvimento do trabalho que lhes oportunizará conhecer mais sobre a fábula (o
que é, de onde vem, quais suas principais características, os seus conteúdos e
personagens mais comuns, os principais fabulistas que conhecemos: Esopo, La
Fontaine, Monteiro Lobato e outros).
Para um melhor desenvolvimento do trabalho didático, será realizado um
levantamento sobre o conhecimento prévio que o aluno já tem a respeito da fábula.
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Assim, numa conversa em sala, propomos uma investigação com os seus familiares
(conversas e questionários) que culminará em relatos expositivos em sala de aula
sobre os resultados obtidos junto à família e ao seu meio social. Após, virá a leitura
de algumas fábulas (pesquisadas e coletadas pelos alunos e pelo professor). Serão
feitos os primeiros registros escritos pelos alunos sobre a temática.
Haverá a leitura e trabalho com a fábula “A cigarra e a formiga”, em versões
diferentes. Também serão apresentadas aos alunos versões da mesma, em poesia,
dos autores José Paulo Paes e Bocage. Serão trabalhadas versões musicalizadas
(CD) e histórias em quadrinhos. Serão feitas comparações e relações entre os
diferentes gêneros discursivos, no caso, a fábula e a poesia (gênero épico e
poético), a narrativa fílmica (desenho animado de uma fábula), o enunciado teatral
(“A razão e o Sonho” – do autor/professor Marcílio Hübnner, versão de “A Cigarra e a
Formiga”) e os enunciados informativos científicos (Ciências e História).
Se possível, haverá a apresentação do grupo de teatro do professor Marcílio
Hübnner (UEM) com a peça “A razão e o sonho”, conforme disponibilidade do grupo,
na escola ou nas dependências da UEM (Universidade Estadual de Maringá).
Caberá, certamente, neste momento, a interação da disciplina de Português
com Educação Artística para o trabalho com os desenhos, ilustrações e
dramatizações. Na seqüência, haverá a leitura e trabalho sistematizado com a
“Fábula Liga das Nações”, de Monteiro Lobato. Nesta fábula, o autor expõe, critica e
denuncia as injustiças e a tirania da personagem “onça”, o abuso do poder, o uso da
força, da intimidação, da inteligência, a esperteza, o uso ou não da razão, a garantia
de direitos, o cumprimento ou não do que é acordado entre os indivíduos. Enfim, é
um enunciado que possibilita o trabalho interdisciplinar com Ciências (atividades que
focalizam quais os animais utilizados pelo autor na narrativa, suas características
predominantes, qual o seu papel no reino animal, na cadeia alimentar e outros
aspectos). Na área de Educação Artística, sugerimos a confecção de fantoches,
pinturas, massa de modelar, dramatizações e outras atividades, conforme o
desenvolvimento e o interesse da turma; em Matemática, podem-se trabalhar
noções de divisão, proporção e porcentagem. Em Língua Portuguesa, serão
trabalhadas a oralidade, a leitura, a escrita e a pesquisa, bem como, aspectos
formais e composicionais do gênero fabular e de outros enunciados que pertencem
a variados gêneros; também será estudada e efetivada a transposição de um gênero
para outro, (produção de um determinado enunciado). Será proposto que o aluno
faça a transposição de um enunciado fabular para um enunciado poético ou
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jornalístico. Por exemplo, faria uma notícia sobre os acontecimentos narrados em “A
cigarra e a formiga”, tais noticias poderiam ser organizadas jornais escritos e
televisionados. Ou, ainda, poderiam ser transpostas fábulas para o gênero épico,
onde grupos de alunos fariam poemas; poderiam ser organizadas histórias em
quadrinhos. O professor oferecerá alguns exemplos e os alunos em duplas ou trios,
escolherão a fábula preferida e farão a transposição.
Ocorrerá, também, a leitura da fábula “Liga das Nações” realizada por
diversos alunos, fazendo a impostação de voz (ora mais firme, ora menos; ora
incorporando a voz da onça e, ora, dos outros bichos que ficam submetidos ao seu
julgo e poder). Assim, o aluno poderá ser levado a relacionar os fatos narrados na
história a acontecimentos do dia-a-dia, da política, do contexto escolar, familiar e a
contextos históricos reais, a pesquisar, a discutir e a argumentar. Na fase seguinte, o
aluno será levado a perceber as diferenças entre as fábulas e um enunciado
informativo de ciências, um enunciado jornalístico, narrativa de um conto, um poema
e outros, percebendo as diferenças e particularidades de cada gênero.
O aluno estudará e será levado a descobrir aspectos específicos das fábulas:
seus contextos, suas intenções, características típicas de suas personagens e o uso
de animais personificando atitudes humanas. Analisará o título da fábula, as
ilustrações, alguns tipos de situação-problema apresentados neste gênero discursivo
e moral da história (sua função no enunciado e na sociedade, em determinadas
épocas). Relacionará os fatos narrados ao dia-a-dia atual: a vida em família, a
escola, o governo, enfim, a sociedade e verificará se determinados ensinamentos
contidos nas fábulas serviriam para a sociedade contemporânea.
Será incentivado a buscar outras fábulas que tratem da mesma temática. A
seguir, ocorrerão as discussões e a produção de pequenos registros escritos. O
educando será orientado a escrever, a produzir uma fábula (ou outro enunciado
estudado), observando quais são os seus elementos básicos. Haverá, por parte do
professor, a orientação sobre os passos a serem seguidos para a produção escrita:
levantamento e discussão sobre a temática, a escolha do gênero, elaboração do
primeiro rascunho, apresentação ao professor, reescrita e reestruturação, a
intervenção do professor (e dos colegas, se possível) e a elaboração e apresentação
da versão definitiva que será veiculada entre os alunos da turma e outros, bem
como, entre seus pais e socializada, conforme recursos e possibilidades disponíveis
na escola: painéis, cartazes, confecção de livretos, veiculação no site da escola, na
biblioteca e outros.
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Ao final do desenvolvimento da proposta, haverá, portanto, exposição da
produção para os pais, para os demais alunos e para a comunidade; enfim, para os
envolvidos no processo e execução da mesma, conforme acordo feito com a turma,
previamente. E, possivelmente, será organizada uma página no site do Colégio para
a postagem e socialização do material produzido, bem como, a publicação num
jornal da cidade ou região de alguns exemplares da produção escrita.
O processo de desenvolvimento desta Seqüência Didática deverá ser
fotografado e filmado, com a devida autorização dos pais e/ou responsáveis para
realização do registro para que seja realizado "feedbak" com a turma.
Assim, acredita-se que o trabalho com as fábulas, numa perspectiva de
interação, o aluno, além da apropriação do conhecimento específico do gênero, se
apropriará também de conteúdos específicos de Língua Portuguesa que serão
trabalhados, conforme as necessidades detectadas no contexto de sala e,
especialmente, nos momentos de produção escrita. Ocorrerá, também, a
dramatização, feita pelos alunos, de uma fábula para ser apresentada aos pais,
podendo ser uma fábula conhecida ou, uma inédita, produzida pelos alunos.
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3 MÓDULOS DIDÁTICOS NECESSÁRIOS AO DESENVOLVIMENTO DA
SEQÜÊNCIA
O trabalho com a Seqüência Didática será organizado através de Módulos.
Módulo I
No módulo I, será proposto aos alunos que, como primeiro passo, relatem o
que sabem a respeito de fábula: sua definição e outros aspectos (conhecimento
prévio). Depois, façam contato com o gênero citado (vão à biblioteca, por exemplo,
pesquisem e escolham livros que contenham fábulas e tragam-nos para a sala). Em
seguida, leiam e apresentem aos colegas, façam um breve levantamento da
temática e personagens mais encontrados.
Esta etapa poderá ser realizada com os alunos distribuídos em grupos de até
quatro participantes. Ainda neste módulo, o professor deverá propor atividades
como:
• A leitura de várias outras fábulas (vide lista ao final desta Seqüência
Didática), como forma de incentivar o contato com o gênero;
• Ouvir fábulas em CDs (versões narradas e cantadas);
• Leitura e análise de versões diferentes de "A cigarra e a formiga”. A turma
deverá ser organizada em pequenos grupos de quatro ou cinco alunos para que
apresentem sua compreensão do enunciado à turma (através de dramatizações,
leitura, resumos e outras formas);
• Ver o filme “A lebre e a tartaruga” – desenho animado;
• Leitura da fábula “Liga das Nações”, de Monteiro Lobato (de preferência em
seu portador de texto; ou seja, no livro, e não fotocopiada, avulsa); num outro
momento, sim, poderá ser distribuída uma cópia para cada aluno, tendo em vista
que nem sempre é possível ter em sala 30 ou 35 exemplares. Mas, se possível,
incentivar o aluno a comprar o livro. O professor deverá, ainda, situar o autor e a
obra historicamente. Para tanto, são sugeridas atividades prévias tais como:
• Uso do dicionário para melhor compreensão de determinados vocábulos
encontrados nos enunciados;
• Uma conversa entre os alunos sobre o gênero (grupos de dois ou três);
• A socialização das informações e das conclusões, dos grupos, sobre o
gênero estudado para toda a sala, com a mediação do professor;
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• Pesquisa na família sobre fábulas, anotação e seleção e apresentação oral e
escrita dos resultados obtidos;
• Busca de exemplares do gênero em livros e em outros meios, com a
finalidade de levá-los para a sala e expô-los em mural, e outras atividades;
• Promoção de outras atividades para que o aluno reflita sobre a temática
proposta, buscando a interdisciplinaridade. Trabalhos envolvendo atividades de
Ciências, Educação Artística, História e Matemática. Em Ciências serão estudadas
“A cigarra e a formiga”: suas características (semelhanças e diferenças), ciclo de
vida, reprodução, habitat, hábitos e outros aspectos e, levantadas as prováveis
razões que levaram os fabulistas a optarem por elas, como personagens em suas
narrativas.
Nesta etapa, o aluno deverá ser levado a refletir e a responder a alguns
questionamentos, tais como:
- Alguém costuma ler para você? O quê?
- Você sabe o que é fábula? Já leu alguma? Conte!
- Quem era o autor da fábula que você leu? Em que época ele viveu?
- Conhece algum fabulista brasileiro?
- Sabe o que é narração? A fábula é uma narração?
- Em que lugar as fábulas são veiculadas?
- O que se pode aprender com as fábulas?
- Você sabe desde quando existem as fábulas?
- Sabe como são constituídas as suas personagens? Quais são as suas
características comuns? O que difere uma fábula de um outro enunciado narrativo?
Após este levantamento, o professor procurará fazer o diagnóstico da
situação da turma sobre o assunto, bem como, sobre os seus hábitos de leitura.
Apresentará o gênero Fábula; o seu surgimento na sociedade, o seu papel em
determinados contextos, sua história; procurará sempre despertar o interesse do
aluno para que busque mais informações a respeito e leve-as para a sala de aula;
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Módulo II
No módulo II serão apresentadas as Fábulas, “A Cigarra e a Formiga" e "Liga
das Nações" (de Monteiro Lobato), com um trabalho sistematizado, procurando
comparar diferentes versões das mesmas. Haverá discussões sobre o seu conteúdo
e suas características. O aluno deverá refletir sobre os fatos narrados e relacioná-los
ao nosso cotidiano, por meio de questionamentos organizados pelo professor.
O professor de Português verificará, antecipadamente, como os professores
de História, Matemática, Ciências e de Educação Artística poderão colaborar para
que seja desenvolvido um trabalho interdisciplinar.
Em relação à fábula "A Cigarra e a Formiga" os alunos serão interpelados
sobre a valorização do trabalho e do lazer em nossa sociedade atual e em outros
tempos, sobre o espírito de solidariedade, de companheirismo, o valor das
profissões e outros aspectos, sobre os contextos históricos em que foi produzida.
As atividades propostas deverão relacionar a leitura feita a fatos do dia-a-dia.
Em relação à fábula "Liga das Nações", o aluno deverá pesquisar em jornais e
revistas sobre governantes, o exercício do poder, a relação de “quem é que manda”,
cidadania e outros e, levar o resultado para apresentação e discussão em sala. E,
na medida do possível, relacionar os fatos pesquisados a alguma fábula lida,
conforme as características das personagens e ao ensinamento que ela apresenta.
Deverá, ainda, responder, em que medida a lição de moral contida na fábula se
aplica (ou não) ao modo de vida da sociedade contemporânea.
Dando seqüência à atividade, será trabalhada a estrutura composicional do
gênero fábula e suas características específicas.
Para tanto, serão organizadas atividades orais e escritas sobre as fábulas
escolhidas: “A Cigarra e a Formiga” e “Liga das Nações”, tais como:
• O acontecimento da fábula ocorreu num cenário? Envolveu pessoas?
Animais?
• O que as personagens (animais) representam? Qual é o objetivo do autor,
ao usar animais na fábula?
• Qual o tema, a problemática apresentada na fábula lida;
• Quais provérbios fecharam as narrativas? O que eles ensinam?
Para que seja trabalhada a análise lingüística, são sugeridas as seguintes
atividades:
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• A observação, por parte do aluno, do uso do discurso na fábula: discurso
direto ou indireto?
• Composição do enunciado e uso dos recursos: pontuação, travessões, dois
pontos, aspas e sua função neste e em outros contextos;
• Narrador, personagens e outros elementos da narrativa;
• Apresentação da versão “A razão e o sonho” – teatro da UEM.
• Serão estudadas as biografias dos principais fabulistas: Esopo, La Fontaine
e Monteiro Lobato, procurando verificar o contexto histórico em que viveram e
escreveram, bem como, de outros autores que trabalharam (ou trabalham a fábula).
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Módulo III
No terceiro módulo será trabalhada (mais intensamente) a sistematização da
escrita.
A produção escrita será coletiva (dois a dois) e, posteriormente, individual.
O aluno deverá acionar os seus conhecimentos prévios sistematizados sobre
o gênero, pesquisar na biblioteca da escola, em sites da internet, pensar numa
situação atual e procurar narrar o fato escolhido via gênero fábula.
A produção escrita poderá ser fruto de uma notícia veiculada na mídia
televisiva, em jornais ou em outras fontes; serão fatos relacionados à família, à
escola, à política ou a outros que poderão surgir.
Ele deverá planejar a sua escrita, considerando a finalidade da mesma e,
para tanto deverá refletir e considerar os seus possíveis interlocutores, o seu
contexto real, o meio em que veiculará a sua produção; enfim: saber para que e para
quem escreve e quais recursos utilizará para alcançar os seus objetivos. Por
exemplo, uma atividade possível será dar um final diferente para uma fábula lida;
uma outra atividade, será a produção escrita de uma fábula a partir de um provérbio
discutido; criar (escrever) um final diferente para “A Cigarra e a Formiga” ou “Liga
das Nações”. Uma outra proposta de produção, seria trabalhar com os valores
vivenciados na família e/ou na escola: amizade, solidariedade, a persistência e
outros, e orientar o aluno para que, por exemplo, produza uma fábula onde possa
trabalhar tais temáticas, procurando, digamos aconselhar o interlocutor a tomar
determinadas atitudes. Por exemplo, aproveitando a temática de “A Cigarra e a
Formiga”, poderiam ser trabalhados temas como: egoísmo, o valor do trabalho,
companheirismo e outros, onde a intenção do autor seria aconselhar alguém sobre o
valor da solidariedade e os prejuízos causados pelo egoísmo. Neste caso, poderiam
ser criadas duas personagens: X e Y. Ambas realizariam determinada tarefa, mas a
personagem “X” deixaria de ajudar a outra e, futuramente, ela precisaria do auxílio
de “Y” a quem negara ajuda, um dia. E, o aluno iria, na interação com os colegas e
com os enunciados lidos e discutidos construir a sua fábula, chegar às suas
conclusões.
Nesta fase, o aluno fará, orientado pelo professor, um pequeno roteiro, antes
de redigir o seu rascunho. Ele levantará qual tema gostaria de apresentar em sua
fábula, qual será a sua intenção e qual a problemática enfocará, quais personagens
farão parte da narrativa, quais animais serão utilizados, que moral da história poderá
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ser escolhida para resumir a sua intenção ao criar a fábula. Enfim, fará um esboço,
através de tópicos.
Assim, o aluno, a partir dos conhecimentos adquiridos e construídos sobre os
gêneros, especialmente, a fábula, redigirá a sua narrativa (fábula) levando em
consideração alguns tópicos, podendo, antes, refletir e preencher um roteiro que o
leve a:
• Pensar e escrever qual será o conteúdo e o tipo de problema que será
focalizado na fábula que criará;
• Deixar clara qual é a sua intenção, ao propor a fábula X;
• Levantar quantas, quais e como serão as personagens propostas;
• Que moral da história resumirá a intenção da fábula proposta;
• Criar um narrador que conte o(s) acontecimento(s) como se tivesse visto a(s)
cena(s) que aconteceram na história;
• Reler, relembrar as características do enunciado fabular estudadas;
• Reunir as informações e conhecimentos construídos e redigirá o primeiro
rascunho, com poucos parágrafos, observando os sinais de pontuação, bem
como, criando os diálogos e marcando as falas das personagens com aspas
ou parágrafos e travessões;
• Lembrar que a resolução do problema proposto deverá estar de acordo com a
intenção e com a moral da história;
• Lembrar que a moral da história deverá estar articulada de modo explicativo
ou por intermédio de um provérbio (pode-se inclusive, pesquisar provérbios
na bíblia ou citar provérbios populares);
• Criar um título para a sua produção;
• Fazer uma revisão, uma leitura da sua produção escrita;
• Como produtor, conferir se a sua produção está ou não bem elaborada. Para
tanto, seguirá um roteiro de avaliação e marcará um X ao lado de cada item
citado no roteiro de avaliação. E, como sugestão, citamos a seguir, um
modelo de roteiro, elaborado por Mônica Terezinha Ottoboni Sucar
Fernandes, em sua obra “Trabalhando com os gêneros do discurso – narrar:
fábula”, que poderá ser utilizado.
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO
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A seguir, com o Roteiro de Avaliação preenchido, o aluno irá dialogar com um
colega e fazer as possíveis mudanças em seu enunciado.
Após, deverá apresentar a versão revisado pelo(s) colega(s) ao professor,
juntamente com o Roteiro de Avaliação para que este comente e sugira as possíveis
alterações, ocorrendo, então a reescrita.
E, para sistematizar a escrita, o professor poderá escolher uma fábula escrita
pelo aluno, digitar, copiar, e, distribuir para a turma e para trabalhar seus os
aspectos e seus problemas, para que sirva de exemplo de reestruturação para
outros alunos, facilitando o trabalho pedagógico, ocorrendo no coletivo. Para tanto,
13
poderá escolher uma produção muito boa e outra que apresente problemas quanto
ao gênero e/ou à análise lingüística, tomando o cuidado de ocultar o nome dos seus
autores. Depois da reestruturação coletiva fará o atendimento individual e auxiliará
cada aluno em sua reescrita, verificando os aspectos particulares da produção
escrita do educando.
Quando o professor devolver o rascunho da fábula, fizer as observações e
apontar as alterações sugeridas, o aluno deverá redigir a versão definitiva.
Uma vez, prontas as versões finais, deverão ser lidas entre os alunos,
discutidas, socializadas e disponibilizadas para outros interlocutores por meio de
cartazes, painéis, livretos, site do colégio, biblioteca e outros.
Após, será organizado um livro com as produções dos alunos, inclusive, com
ilustrações próprias, para que seja divulgado e utilizado por outras classes e para
que fique disponível na biblioteca da escola e do município.
Ao final, uma das fábulas produzidas pela turma deverá ser escolhida para
que possa ser discutida, analisada quanto aos aspectos referentes ao gênero, ao
seu conteúdo, aos aspectos lingüísticos e outros e para que seja trabalhada,
dramatizada e, apresentada aos pais.
Para finalizar a Seqüência Didática, os professores e alunos farão as
correções e acertos para que seja organizado, produzido, editado e divulgado um
livro com as produções escritas.
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4 AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá com a comparação entre a produção inicial do aluno
(antes do trabalho com a Seqüência Didática) e a última, que será a produção de
uma fábula, que será publicada em livro.
Para tanto, será organizada uma pasta ou haverá um caderno específico só
para os registros referentes a este trabalho com fábulas. Pois, assim, cada aluno
poderá ir observando se melhorou ou modificou determinados aspectos relacionados
ao ensino e à aprendizagem de língua. Da mesma forma, tanto o professor de
Português, como os demais envolvidos no processo, poderão ter acesso ao material,
acompanhar e avaliar o mesmo, podendo, tomar novas decisões frente aos objetivos
pré-estabelecidos.
15
5 REFERÊNCIAS
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16
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6 ANEXOS
6.1 VÁRIAS VERSÕES DA FÁBULA: “A CIGARRA E A FORMIGA”
A CIGARRA E A FORMIGA
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas atribuídas a Esopo e recontada por Jean de La Fontaine.
Tendo a cigarra cantado durante o verão, Apavorou-se com o frio da próxima estação. Sem mosca ou verme para se alimentar, Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha, pedindo-lhe alguns grãos para agüentar Até vir uma época mais quentinha! - "Eu lhe pagarei", disse ela, - "Antes do verão, palavra de animal, Os juros e também o capital." A formiga não gosta de emprestar, É esse um de seus defeitos. "O que você fazia no calor de outrora?" Perguntou-lhe ela com certa esperteza. - "Noite e dia, eu cantava no meu posto, Sem querer dar-lhe desgosto." - "Você cantava? Que beleza!
A cigarra e a formigaPois, então, dance agora!" (ilustração de Gustave Doré)
TRADUÇÃO DE BOCAGE
Tendo a cigarra em cantigas Passado todo o verão Achou-se em penúria extrema Na tormentosa estação. Não lhe restando migalha Que trincasse, a tagarela Foi valer-se da formiga, Que morava perto dela. Rogou-lhe que lhe emprestasse, Pois tinha riqueza e brilho, Algum grão com que manter-se A cigarra e a formigaTé voltar o aceso estio. (Projeto Gutenberg)
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- "Amiga", diz a cigarra, - "Prometo, à fé d'animal, Pagar-vos antes d'agosto Os juros e o principal." A formiga nunca empresta, Nunca dá, por isso junta. - "No verão em que lidavas?" À pedinte ela pergunta. Responde a outra: - "Eu cantava Noite e dia, a toda a hora." - "Oh! bravo!", torna a formiga. - "Cantavas? Pois dança agora!"
Moral - Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre um alto preço por sua imprevidência.
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FábulaA Cigarra e a Formiga
Aqui você vai poder ler a a fábula original de La Fontaine “A cigarra e a formiga” e também a versão escrita por Monteiro Lobato e José Paulo Paes. Monteiro Lobato e José Paulo Paes escreveram sua versão no século XX, e La Fontaine no século XVII.
A CIGARRA E A FORMIGA (La Fontaine)
A cigarra, sem pensarem guardar,a cantar passou o verão.Eis que chega o inverno, e então,sem provisão na despensa,como saída, ela pensaem recorrer a uma amiga:sua vizinha, a formiga,pedindo a ela, emprestado,algum grão, qualquer bocado, até o bom tempo voltar."Antes de agosto chegar,pode estar certa a senhora:pago com juros, sem mora."Obsequiosa, certamente,a formiga não seria."Que fizeste até outro dia?"perguntou à imprevidente."Eu cantava, sim, Senhora,noite e dia, sem tristeza.""Tu cantavas? Que beleza!Muito bem: pois dança agora..."Do livro Fábulas de La Fontaine, 1992.
SEM BARRA (José Paulo Paes)
Enquanto a formigaCarrega comidaPara o formigueiro,A cigarra canta,Canta o dia inteiro.A formiga é só trabalho.A cigarra é só cantiga.Mas sem a cantiga da cigarraque distrai da fadiga,seria uma barrao trabalho da formiga(Paes, s.d.).
A CIGARRA E A FORMIGA (A FORMIGA BOA) (Monteiro Lobato)
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Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas, Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique...Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...A formiga olhou-a de alto a baixo.- E que fez durante o bom tempo que não construí a sua casa?A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.V - Eu cantava, bem sabe...- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?- Isso mesmo, era eu...Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.Do livro Fábulas, Monteiro Lobato, 1994.
Fonte: http://www.entrelinhas.unisinos.br Imagem: Coleção Disquinho assinados por João de Barro
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A Cigarra e a Formiga - José de Nicola(In: Bortolin, Sueli. O trabalho da Cigarra e da Formiga).
O que será que a Formiga fazcom seu ouvido e seu coração
durante o verão?....................................................
A formiga tão compenetradasó trabalha, só trabalha, só trabalha.
que às vezes, até se atrapalha!........................................................
A formiga mal-humoradanão compreende, por exemplo,
que a Cigarra, sua amiga,procurou na vida um atalho:
com seu trabalhode canto e poesia(ofício tão difícil!)
produz alegria.
A Cigarra e a Formiga – Elias José:
Ci-ci-ci-ci-ci-cié a cigarra,
cantora de garra,a melhor que já ouvi.
Ci-ci-ci-ci-ci-cié a cigarra,
cantora mais bacanaque qualquer baianadas estrelas daqui.
Ci-ci-ci-ci-ci-civoz que não desafina,é a cantora mais fina
de todas daqui.Cheia de brilho
e vidrilhoé o mais alto astral,
a estrela que todo mundo vê,o maior pique da tevê.
Mas já houve um tempoque era um infernopassar no relento
todo o inverno.Hoje, pra desfazer a lenda
e acabar com intrigas,
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dá parte de sua rendapro sindicato das formigas.
A Cigarra e a Formiga – José Paulo Paes
Enquanto a formigacarrega comida
para o formigueiro,a cigarra canta,
canta o dia inteiro.A formiga é só trabalho.A cigarra é só cantiga.
Mas sem a cantigaDa cigarra
Que distrai da fadiga,Seria uma barra
O trabalho da formiga!
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6.2 FÁBULA “LIGA DAS NAÇÕES”
LIGA DAS NAÇÕES (LOBATO, Monteiro. In: Fábulas.)
Gato-do-mato, jaguatirica e lrara receberam convite da onça para constituírem a Liga das Nações.- Aliemo-nos e cacemos juntos, repartindo a presa irmãmente, de acordo com nossos direitos.E sem demora puseram-se a fazer a experiência do novo sistema. Corre que corre, cerca daqui, cerca dali, caiu-Ihes nas unhas um pobre veado.A onça repartiu a presa em quatro partes e, tomando uma, disse:- Cabe a mim este pedaço, como rainha que sou das florestas.Os outros concordaram [...]- Este segundo também me cabe porque me chamo onça;Os sócios entreolharam-se.- E este terceiro ainda me pertence de direito, visto como sou mais forte do que todos vós.A irara interveio.- Muito bem. Ficas com três pedaços, concordamos (que remédio!); mas o quarto tem que ser dividido entre nós.- Às ordens! - Exclamou a onça. - Aqui está o quarto pedaço às ordens de quem tiver coragem de agarrá-Io.E, arreganhando os dentes, assentou as patas em cima.Os três companheiros só tinham uma coisa a fazer: meter a cauda entre as pernas. Assim fizeram e sumiram-se, jurando nunca mais entrarem em Liga das Nações com onça dentro.
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6.3 LISTA DE FÁBULAS:
• A Águia e o Mocho;• A Assembléia dos Ratos;• A Cigarra e a Formiga;• A Cigarra e a Raposa;• A Ilha Perdida;• A Lebre e a Tartaruga;• A Liga dos Ratos;• A Panela de Barro e a Panela de Ferro;• A Pomba e a Formiga;• A Rã e o Boi;• A Raposa e a Cegonha;• A Raposa e a Sarça;• A Raposa e as Uvas;• A Raposa e o Corvo;• A Rosa e o Amaranto;• As Rãs e o Poço;• Hércules e o Carroceiro;• Liga das Nações;• O Burro e a pele de Leão;• O Cão e a Carne;• O Cão e o Lobo;• O Carneiro e o Papagaio;• O Galo e a Raposa;• O Leão e o Ratinho;• O Leão e o Rato (reconhecido);• O Leão, o Lobo e a Raposa;• O Lobo e a Cabra;• O Lobo e o Cordeiro;• O Rato da Cidade e o Rato do Campo;• O Rato e a Rã;• O Reformador do Mundo;• O Urso e os Viajantes;• O Veado e a Videira;• O Veado e o Leão (em um antro);• O Velho, o Menino e a Mulinha;• Os Gravetos,• Tartaruga Voadora.
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6.4 BIOGRAFIA DE ESOPO
Esopo foi um moralista e fabulista grego do século 6 a.C., que teria nascido em alguma cidade da Anatólia. Sobre sua vida existem algumas versões incertas e contraditórias, sendo a mais antiga encontrada em Heródoto: segundo este historiador, e também na opinião de Plutarco, Esopo era um escravo gago e corcunda, mas dono de grande inteligência, que ao obter sua liberdade viajou pela Ásia, Egito e Grécia.
Durante essas andanças ele se tornou amigo do rei Creso, da Lídia, que o
encarregou de levar oferendas ao templo de Delfos, mas chegando lá, e percebendo a cobiça dos sacerdotes, o fabulista dirigiu sarcasmos aos religiosos, não lhes deu o dinheiro que o rei enviara e se limitou a fazer sacrifícios aos deuses. Enraivecidos, os sacerdotes decidiram vingar-se daquela atitude, e para isso esconderam na bagagem de Éfeso um copo - ou faca - de ouro, acusando-o em seguida de roubo. Por essa razão o ex-escravo foi preso e condenado a ser jogado do alto de uma rocha.
Uma outra versão apresenta Esopo como sendo natural da Trácia e
contemporâneo do rei Amásis, do Egito. Escravo libertado por Xanto, seu senhor, ele continuou, entretanto, a freqüentar a casa onde servira, apesar de o seu desejo de adquirir novos conhecimentos levá-lo a constantes viagens por diferentes países. Ao que parece, foi no Oriente que adquiriu o gosto pelas narrativas alegóricas que posteriormente foram propagadas pela Grécia. Segundo esse relato, Esopo, que teria morrido em Delfos, foi considerado como o inventor do apólogo, apesar de a fábula já existir na Grécia e no Oriente desde a mais remota antiguidade. Parece que sob o título Fábulas de Esopo, designaram-se todos os apólogos cuja proveniência exata era ignorada.
Esopo tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais, cada uma
delas com um sentido e um ensinamento. Seus personagens - apesar de selvagens e irracionais na vida normal - falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens, porque a intenção do fabulista era mostrar como o ser humano poderia agir. Ele nunca escreveu as narrativas criadas em sua imaginação, apenas as contava para o povo, que as apreciava e por isso se encarregou de repeti-las. Apesar disso, somente duzentos anos após a sua morte é que elas foram transcritas para o papel, e depois reunidas às de vários outros fabulistas que em várias épocas e civilizações também inventaram contos de moralidade popular, mas cuja autoria permaneceu desconhecida.
O filósofo grego Demétrio de Falero (345-283), que ajudou Ptolomeu I a
organizar a famosa biblioteca de Alexandria, no Egito, foi quem preparou a primeira coletânea das fábulas de Esopo, que chegaram aos nossos dias através dos escritos do monge bizantino Maximus Planudes, autor de uma biografia sobre Demétrio. Entre as mais de trezentas histórias atribuídas ao fabulista, as mais conhecidas são “A raposa e as uvas”, “O leão e o rato”, “A galinha e a pomba”, “A galinha dos ovos de ouro”, e “A águia e a coruja”.
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Uma circunstância da vida do fabulista deu origem a locução "as línguas de Esopo". Diz-se que certo dia o seu senhor - Xanto - o encarregou de buscar no mercado o que de melhor encontrasse para servir como refeição a alguns convidados. Esopo saiu e comprou um punhado de línguas bovinas, que mandou preparar de várias maneiras. Durante a festa, e na medida em que elas iam sendo servidas aos convivas, estes deixavam transparecer cada vez mais o seu desagrado, e em breve alguns deles, aborrecidos, passaram a reclamar. Questionado, Esopo justificou-se:
- Há coisa melhor do que a língua? Ela é o laço da vida, da razão; e por meio dela as cidades são construídas e policiadas. Graças a ela as pessoas não só são instruídas, persuadidas e convencidas nas assembléias, mas também cumprem o primeiro de todos os deveres, que é o de louvar a Deus.
- Está bem - replicou Xanto, que pretendia embaraçá-lo. - Pois amanhã eu quero que você compre o que houver de pior.
No dia seguinte Esopo serviu novamente línguas, apenas asseverando que a língua é a pior coisa que há no mundo:
- A língua é a mãe de todas as questões, a origem de todos os processos, a fonte das discórdias e das guerras. Se por um lado se ela é o órgão da verdade, de outro é também o do erro e, pior ainda, o da calúnia e da infâmia, porque se em dado momento ela louva os deuses, em outro é usada para a blasfêmia e a impiedade.
FERNANDO KITZINGER DANNEMANNPublicado no Recanto das Letras em 24/08/2007Código do texto: T621597Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br/biografias/621597
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6.5 BIOGRAFIA DE JEAN DE LA FONTAINE (1621 - 1695)
Poeta e fabulista francês nascido em Château-Thierry, cuja produção literária caracterizou-se por sua maneira de criticar à sociedade através de recursos como a sutileza, ironia e astúcia expressas em suas famosas histórias de animais. Filho mais velho de Charles de la Fontaine e de Françoise Pidoux, desenvolveu seus estudos básicos em sua cidade natal, entrou para o Oratório (1641) e logo a seguir foi para o Seminário de Saint-Magloire. Depois de 18 meses como noviço abandonou a vida religiosa e passou a estudar leis. Casou-se com Marie Héricart (1647) com quem teve um filho (1653). Dedicado à poesia, uma paixão intelectual de sua juventude, publicou seu primeiro livro, Eunuchus (1654), e tornou-se amigo de Fouquet (1656), através do qual obteve um emprego para produção de pequenas obras poéticas como odes, madrigais, etc. Separou-se
de Marie (1658) e passou a viver alternadamente entre Paris e Chateau-Thierry (1658-1664), período em que conheceu Molière, Racine, Boileau e Chapelle. Publicou seu primeiro livro, Eunuchus (1654) e, em seguida instalou-se no grão-ducado de Luxemburgo (1665-1671) e publicou três séries de Contes (1665), o primeiro de seus seis livros de fábulas, Fables (1668), e a novela Psyché (1669), tornando-se então um poeta de grande reputação. Suas fábulas eram protagonizadas por animais que denunciam o egoísmo, a hipocrisia e a malícia do ser humano. Porém desperdiçou o dinheiro ganho através de um emprego arranjado por Fouquet, graças ao seu poema Adonis, e voltou para Paris (1672), onde viveu pelo resto da vida dependendo da generosidade de seus protetores. Morando no Madame de la Sablière, na Rue Saint-Honore (1672-1693), manteve contato com a alta sociedade e tornou-se amigo íntimo de personalidades como Turenne, Condé, La Rochefoucauld, Mme de Sévigné, Mme de La Fayette e Mme de Thianges. Publicou uma nova série de Contos (1674), mais cinco livros de Fábulas (1678), e foi eleito para a Academia Francesa (1683), eleição suspensa por Louis XIV, em virtude do escândalo provocado pelo seu último livro Contos, mas reconsiderada no ano seguinte. Ainda publicou Ballade (1684) e com a morte da protetora Mme de la Sablière (1693), passou a ser protegido por M. d'Hervart, maître des requêtes do Parlamento de Paris. Nos meses seguintes entrou em decadência física até que morreu em Paris e foi enterrado no cemitério Holy Innocents, naquela capital.
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/JeaLaFon.html
6.6 BIOGRAFIA DE MONTEIRO LOBATO
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Nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Em homenagem ao seu nascimento, neste dia comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil.
Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusto Lobato. Seu nome verdadeiro era José Renato Monteiro Lobato, mas em 1893 o autor preferiu adotar o nome do pai por desejar usar uma bengala do pai que continha no punho as iniciais JBML.
Juca, apelido que Lobato recebeu na infância, brincava em companhia de suas irmãs com legumes e sabugos de milho que eram transformados em bonecos e animais, conforme costume da época. Uma forte influência de sua própria experiência reside na criação do personagem Visconde de Sabugosa.
Ainda na infância, Juca descobriu seu gosto pelos livros na vasta biblioteca de seu avô. Os seus prediletos tratavam de viagens e aventuras. Ele leu tudo que lá existia, mas desde esta época incomodava a ele o fato de não existir uma literatura infantil tipicamente brasileira.
Um fato interessante aconteceu ao então jovem Juca, no ano de 1895: ele foi reprovado em uma prova oral de Português. O ano seguinte foi de total estudo, mergulhado nos livros. Notável é o interesse de Lobato escritor no que diz respeito à Língua Portuguesa, presente em alguns de seus títulos. É na adolescência que começa a escrever para jornaizinhos escolares e descobre seu gosto pelo desenho.
Aos 16 anos perde o pai e aos 17 a mãe. A partir de então, sua tutela fica a encargo do avô materno, o Visconde de Tremembé. Formou-se em Direito pela faculdade de seu estado, por vontade do avô, porque preferia ter cursado a Escola de Belas-Artes. Esse gosto pelas artes resultou em várias caricaturas e desenhos que ele enviava para jornais e revistas.
Em 1907, 3 anos após sua formatura, exerceu a promotoria em Areias, cidadezinha do interior. Retirou-se depois para uma fazenda em Buquira que herdou do avô, falecido em 1911. Este município, onde surgiu um Lobato fazendeiro, recebeu seu nome em sua homenagem.
Casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Do casamento vieram os quatro filhos: Edgar, Guilherme, Marta e Rute.
Em 1918 lançou Urupês, e o êxito fulminante desse livro de contos colocou-o numa posição de vanguarda. Neste mesmo ano, vendeu a fazenda e transferiu-se para São Paulo, onde inaugurou a primeira editora nacional: Monteiro Lobato & Cia. Até então, os livros que circulavam no Brasil eram publicados em Portugal. Por isso, as iniciativas de Lobato deram à indústria brasileira do livro um impulso decisivo para sua expansão.
Em 1926, foi nomeado adido comercial da embaixada brasileira nos Estados Unidos, de onde trouxe um notável livro de impressões: América. Usou, assim, suas principais armas em prol do nacionalismo no tocante à exploração de ferro e petróleo no Brasil: os ideais e os livros.
Preocupado com o desenvolvimento econômico do país, chegou a fundar diversas companhias para a exploração do petróleo nacional.. O fracasso dessa iniciativa deu-lhe assunto para um artigo: O Escândalo do Petróleo. Já sob o Estado Novo, sua persistência em abordar esse tema como patriota autêntico valeu-lhe três meses de prisão.
No público infantil, Lobato escritor reencontra as esperanças no Brasil. Escrever para crianças era sua alegria, por isso adorava receber as cartinhas que
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seu pequenino público escrevia constantemente. Achava que o futuro deveria ser mudado através da criançada, para quem dava um tratamento especial, sem ser infantilizado. O resultado foi sensacional, conseguindo transportar até hoje muitas crianças e adultos para o maravilhoso mundo do Sítio do Picapau Amarelo.
Faleceu em São Paulo, no dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade, por causa de um derrame.
A obra lobatiana é composta por 30 volumes. Tem um lugar indisputável na literatura brasileira como o Andersen brasileiro, autor dos primeiros livros brasileiros para crianças, e também como revelador de Jeca Tatu, o homem do interior brasileiro.
Apesar de ter sido, em muitos pontos, o precursor do Modernismo, a ele nunca aderiu. Ficou conhecida a sua querela com modernistas por causa do artigo "A propósito da exposição Malfatti". Ali critica a mostra de pintura moderna da artista, que caracterizava de não nacional.
CRISTIANE MADANÊLO DE OLIVEIRA. "MONTEIRO LOBATO (1882-1948) - BIOGRAFIA" [online]Disponível na internet via WWW URL: http://www.graudez.com.br/litinf/autores/lobato/biografia.htmCapturado em 26/2/2008
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