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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha de Identificação - Artigo Final Professor PDE/2012
Título A EDUCAÇÃO FISCAL NO ENSINO MÉDIO: DESAFIOS PARA ENSINO DA MATEMÁTICA
Autor MARLENE PACHOLOK GODOFREDO
Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL ANTONIO TUPY PINHEIRO - ENSINO FUNDAMENTAL,MÉDIO E EJA
Município da Escola GUARAPUAVA
Núcleo Regional de Educação GUARAPUAVA
Professor Orientador MS MANUELA PIRES WEISSBOCK ECKSTEIN
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Disciplina/Área de ingresso no PDE
MATEMÁTICA
Relação Interdisciplinar MATEMÁTICA-PORTUGUÊS
Público Alvo ALUNOS DA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Localização
AVENIDA MOACIR JÚLIO SILVESTRE,Nº1324-
BATEL
Resumo:
O presente artigo apresenta os resultados obtidos durante a implementação da Produção Didática com o tema Educação Fiscal. Tendo como metodologia a
modelagem matemática, que possibilitou uma aprendizagem mais significativa e real para os envolvidos. Por meio de coleta de dados e pesquisa acerca dos temas abordados, buscou oportunizar ao aluno atividades que descem condições para desenvolverem trabalho em grupo, exercendo também a sua autonomia, além de exercitarem a comunicação e elaborarem questionamentos acerca dos conteúdos trabalhados. Cabe ressaltar que a Educação Fiscal representa um processo de sensibilização, de informação, de apropriação e conscientização dos alunos que compreenderam determinados contextos sociais, como o que envolve a cobrança de impostos e a destinação que deve ser dada aos recursos coletados. A partir dessa abordagem, o trabalho de implementação foi direcionado ao alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Antonio Tupy Pinheiro, no município de Guarapuava, estado Paraná. Esta proposta tornou possível um ensino mais dinâmico e mais significativo para os alunos. Resultando em uma consciência voltada ao exercício da cidadania de acompanhamento da utilização dos recursos advindos da arrecadação tributária, revertendo principalmente na valorização do patrimônio público da escola.
Palavras-chave
EDUCAÇÃO FISCAL. MODELAGEM MATEMÁTICA. CIDADANIA
A EDUCAÇÃO FISCAL NO ENSINO MÉDIO: DESAFIOS PARA ENSINO DA MATEMÁTICA
Marlene Pacholok Godofredo1 Manuela Pires Weissbock Eckstein2 Resumo: O presente artigo apresenta os resultados obtidos durante a implementação da Produção Didática com o tema Educação Fiscal. Tendo como metodologia a modelagem matemática, que possibilitou uma aprendizagem mais significativa e real para os envolvidos. Por meio de coleta de dados e pesquisa acerca dos temas abordados, buscou oportunizar ao aluno atividades que descem condições para desenvolverem trabalho em grupo, exercendo também a sua autonomia, além de exercitarem a comunicação e elaborarem questionamentos acerca dos conteúdos trabalhados. Cabe ressaltar que a Educação Fiscal representa um processo de sensibilização, de informação, de apropriação e conscientização dos alunos que compreenderam determinados contextos sociais, como o que envolve a cobrança de impostos e a destinação que deve ser dada aos recursos coletados. A partir dessa abordagem, o trabalho de implementação foi direcionado ao alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Antonio Tupy Pinheiro, no município de Guarapuava, estado Paraná. Esta proposta tornou possível um ensino mais dinâmico e mais significativo para os alunos. Resultando em uma consciência voltada ao exercício da cidadania de acompanhamento da utilização dos recursos advindos da arrecadação tributária, revertendo principalmente na valorização do patrimônio público da escola.
Palavras-chave: Educação Fiscal. Modelagem Matemática. Cidadania.
Introdução
Pensar no porque ensinar Matemática tornando seus conteúdos passíveis de
questionamentos, reflexões e comprovar a possibilidade de estudá-los em ação
constante dos alunos, sem que os mesmos sejam meros espectadores observando
o mínimo de informações reproduzidas e transmitidas pelo professor, é função da
escola, que além de garantir um ensino significativo deve prepará-lo para a vida em
sociedade.
Diante de tal fato e orientações da Secretaria de Estado de Educação do
Paraná, se faz necessário trabalhar com temas socioeducacionais, que estão
contemplados no Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Antonio Tupy
Pinheiro - Ensino Fundamental e Médio. Entre estes temas, existe a Educação Fiscal
e Tributária que propicia estimular o cidadão a refletir sobre a função dos tributos,
possibilitar o conhecimento, o acompanhamento pela sociedade das aplicações dos
recursos públicos.
Por esse motivo, a Educação Fiscal representa, assim, um conteúdo
significativo no ensino da matemática , contribuindo para o campo didático e
1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, integrante do Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE, Guarapuava-Paraná. ²Professora Orientadora Mestre do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná - UNICENTRO, Guarapuava-Paraná
pedagógico, sendo capaz de estimular e propiciar a compreensão do processo de
aplicação de recursos públicos, para o desenvolvimento de uma consciência voltada
ao exercício da cidadania, segundo Silva e Aguiar (2012) para que o educando
possa, entre outros fatores, valorizar o patrimônio público, por reconhecer que sua
constituição deriva dos recursos originários dos impostos constantes nos gêneros
alimentícios, peças de vestuários, entre outros produtos consumidos no cotidiano.
Nesse sentido, o ensino de matemática comporta o emprego de temáticas
sociais na abordagem dos seus conteúdos, pelo fato desta disciplina propiciar a
efetivação de inúmeras situações com as quais o aluno convive na realidade que o
circunda, fazendo com que tenha um aprendizado mais significativo no Ensino
Médio.
Rocha (2001, p. 28) identifica que estabelecer a conexão entre o conteúdo
dessa disciplina com situações do cotidiano do aluno é uma forma de “[...]
concretizar a matemática, tirando-a da abstração, é envolvê-la na sua construção e
comunicação com a realidade, é torná-la uma ciência de uso cotidiano ao alcance de
todos, democratizando esse conhecimento”.
No ensino de matemática essa conexão é importante pois, conforme aponta
Barbosa (2004, p. 3), há “[...] a necessidade da matemática incluir situações com
referências na realidade. [...] atividades dessa natureza geram a possibilidade dos
alunos se envolverem nas discussões sobre o papel da matemática na sociedade”.
Neste sentido, a Educação Fiscal, enquanto proposta educativa, apresentou-
se como um caminho importante para desenvolver os conteúdos matemáticos nas
questões fiscais por meio da modelagem matemática.
A modelagem matemática que pode ser aplicada em diferentes níveis e
diferentes contextos, pois relaciona os conteúdos matemáticos ao cotidiano do aluno
de forma agradável, visto que parte de um tema que propicia que o aluno tenha
condições de conhecer o sistema de cobrança de impostos vigentes no país, como
também sua destinação que deve ser dada aos recursos coletados, identificando sua
responsabilidade neste processo.
A pesquisa desenvolvida teve como objetivo de inserir a Educação Fiscal no
ensino da matemática, com o uso da metodologia da modelagem matemática, na 1ª
série do Ensino Médio para os alunos poderem se tornar mais conscientes, pelo fato
de identificarem o valor dos impostos incluídos no preço de produtos e serviços que
consomem, bem como, a sua destinação.
2. Aportes Teóricos:
A educação contribui para que o ser humano possa desenvolver sua
responsabilidade social, adquirindo conhecimentos que sustentam sua atuação na
sociedade.
Nesse sentido, conforme pontua Luiz (2009, p. 19), a educação é a
transmissão integrada dos conhecimentos científicos, o que colabora para o
desenvolvimento do ser humano, em especial no que tange a constituição de sua
percepção de sujeito social.
A aprendizagem traz mudanças de ideias, atitudes e costumes que, de
alguma forma, auxilia o ser humano a fundamentar sua ação social, influindo no
meio social em que está integrado (LIBÂNEO, 2001, p. 101).
A educação, seja a que se realiza no ambiente familiar, nas instituições
escolares ou no convívio com os diferentes grupos sociais dos quais o indivíduo
participa, é fator indispensável para o desenvolvimento da cidadania. O acesso à
educação é garantida pela Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 2000), sendo
um processo marcado por transformações, avanços e recuos, como também, por
desafios no sentido de superar práticas autoritárias e carregadas de valores
preconceituosos, pelo anseio em buscar estratégias que possam melhorar as
condições de vida da população e pela necessidade de encontrar respostas que
façam sentido diante das questões e situações que caracterizam o mundo de hoje.
O ponto de partida é este saber que o aluno constrói seu conhecimento por
meio da observação e das informações diversas. Ele lança hipóteses sobre o fato ou
fenômeno e são estas hipóteses que deverão ser transformadas em conhecimento
formal por meio da ação pedagógica. Assim, conforme acentua Pinheiro (2007, p.
83) “Ser educador é um desafio”, que é melhor enfrentado quando este busca seu
aperfeiçoamento constante, possibilitando a melhoria contínua de sua prática.
É a aceitação desse desafio que estabelece e norteia as diretrizes da
proposta, que permite novas buscas para as grandes conquistas, em um contexto
dinâmico e rico em perspectivas e ideias, a educação é o componente que favorece
o desenvolvimento humano, tanto na perspectiva intelectual como social.
Para Gadotti (1999), educar significa formar para a autonomia, isto é, para se
auto-governar. Um processo educacional somente será verdadeiramente autônomo
e libertador se for capaz de preparar cidadãos críticos, dotados das condições que
lhes permitam entender os contextos históricos, sociais e econômicos em que estão
inseridos. O contexto social atual requer a formação desse novo cidadão consciente,
sensível e responsável, que pense global e aja localmente, sendo capaz de interferir
e modificar a realidade social excludente a partir de sua comunidade, tornando-se,
assim, sujeito da sua história.
Na perspectiva de Gadotti (1999), precisamos de alunos ativos, que
aprendam cedo a encontrar as coisas por si mesmos, que possam verificar e não
aceitar tudo que lhes é oferecido.
A questão fiscal, desenvolvida por meio da Educação Fiscal é conhecimento
no entender de Silva e Aguiar (2012), representando uma questão de cidadania, em
virtude dos recursos oriundos dos impostos e tributos serem empregues na
realização dos serviços públicos que, entre outros fatores, contempla direitos
básicos, como a educação pública.
2.1 Educação fiscal
A Educação Fiscal deve ser compreendida como uma abordagem didático-
pedagógica capaz de interpretar as vertentes financeiras da arrecadação e dos
gastos públicos, estimulando o cidadão a compreender o seu dever de contribuir
solidariamente em benefício do conjunto da sociedade que deve estar consciente da
importância de sua participação no acompanhamento da aplicação dos recursos
arrecadados, com justiça, transparência, honestidade e eficiência, minimizando o
conflito de relação entre o cidadão contribuinte e o Estado Arrecadador.
Gonçalves (2010, p. 22) relata que a Educação Fiscal é “[...] um meio para
construir a cidadania, abrir caminho para o desenvolvimento social, político,
econômico e humano de uma nação”.
É importante destacar aspectos relacionados a este tema, em especial, os
tributos, contemplando suas características e as suas finalidades.
Conforme dispõe o artigo 145º da Constituição Federal vigente e o artigo 5º
do Código Tributário Nacional, as espécies tributárias são: os impostos, as taxas e
as contribuições de melhoria (JARDIM e PASIN, 2010).
Dentre várias espécies de tributos, explorou-se na abordagem da Educação
Fiscal, no ensino de Matemática, no projeto de intervenção pedagógica, os tributos
estaduais, especificamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações
de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).
O referido imposto é o mais importante imposto estadual, porque representa a mais
expressiva fonte de receita tributária, podendo chegar a 90% do total arrecadado
pelo Estado. É um imposto seletivo, ou seja, não é igual para todas as mercadorias,
incidindo mais sobre alguns produtos e menos sobre os outros, dependendo da sua
essencialidade (ROKEMBACH, 2009).
A arrecadação do ICMS é controlada por meio de documentos fiscais.
Existem diversas modalidades de documentos fiscais, além de variantes de um
mesmo tipo. Os mais conhecidos pelo público consumidor são a Nota Fiscal de
Venda ao Consumidor (nota fiscal) e o cupom fiscal.
A abordagem do ICMS, no âmbito da Matemática, representou uma
importante forma de conscientização para o aluno acerca do seu significado e do
seu emprego, oportunizando um aprendizado que contempla, além dos conteúdos
da disciplina, questões relacionadas ao seu cotidiano.
Noé (2013, p. 2) pontua que a “Matemática criará vínculos com o contexto
político do Brasil e a forma de economia adotada por nossos governantes, sobretudo
no emprego dos recursos originários dos impostos”. Nessa perspectiva, a
Matemática passa a ter um significado concreto para o educando.
O docente, na abordagem da temática envolvendo tributos, pode empregar a
modelagem matemática, como forma de estabelecer uma forma de ensino
diferenciada, com condições de mobilizar a atenção do estudante.
2.2 Modelagem matemática
Na modelagem matemática, o aluno passa pelo processo de descoberta.
Partindo da compreensão da realidade pesquisada, matematizam essa realidade e
vivem um processo de construção do conhecimento.
A educação matemática proposta nas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica (PARANÁ, 2008) prevê a formação de um estudante capaz de agir com
autonomia nas suas relações sociais e, para isso, é preciso que ele aproprie-se
também de conhecimentos matemáticos. Portanto, este processo requer um
professor interessado em desenvolver-se intelectualmente e profissionalmente e em
refletir sua prática pedagógica para tornar-se um educador e um pesquisador em
contínua formação.
Segundo Burak (1987, p.17-18), o estudo da modelagem matemática “[...] se
desenvolveu na perspectiva de contribuir para a melhoria do ensino da matemática
e, consequentemente, favorecer a sua aprendizagem pelos alunos”.
A modelagem matemática como uma metodologia alternativa para o ensino
da matemática procura dar ao aluno mais liberdade de raciocínio, possibilitando a
este conjecturar, estimar e dar vazão ao pensamento criativo, estimulado pela
curiosidade e motivação.
O ensino, por meio dessa metodologia, procura propiciar no tocante as
situações problemas, emergir as mais variadas formas de interpretação na sua
resolução, sempre dentro de um contexto, fazendo com que a matemática estudada
tenha mais significado para o aluno.
A abordagem da modelagem matemática, em sintonia com uma corrente
pedagógica sócio crítica, dá um destaque especial à reflexão resultante da aplicação
pedagógica desse tipo de abordagem.
Para Bassanezi (2009, p. 25), a modelagem matemática é um “[...] processo
dinâmico utilizado para a obtenção e validação de modelos matemáticos. É uma
forma de abstração e generalização com a finalidade de previsão de tendências. A
modelagem consiste, essencialmente, na situações da realidade em problemas
matemáticos cujas as soluções devem ser interpretadas na linguagem usual".
É importante ressaltar que o papel do professor, no processo de mudança, é
muito grande. É necessário que ele assuma o compromisso com o tipo de sociedade
na qual queremos viver, começando por rever constantemente sua prática
pedagógica.
Para o desenvolvimento dessa metodologia, Burak (1998, p. 204) apresenta
cinco etapas que proporcionam a significação e formação do conhecimento
matemático: escolha do tema, pesquisa exploratória, levantamento dos problemas,
resolução dos problemas, análise crítica das soluções.
No desenvolvimento dessas etapas, o aluno passa a ter uma interação maior
com o tema selecionado e com os conteúdos abordados, oportunizando um maior
aprendizado.
3. Implementação do projeto:
As atividades constantes da proposta do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE) foram desenvolvidas com a turma de alunos do 1º Ano do Ensino
Médio do Colégio Estadual Antonio Tupy Pinheiro-Ensino Fundamental, Médio e
EJA, na cidade de Guarapuava-PR, durante o 1º semestre de 2013. Para o
desenvolvimento do trabalho foi utilizada a Modelagem Matemática como
metodologia, baseada nos estudos de Burak (1998, p. 204), onde identifica-se o
trabalho com o conteúdo e o tema em 5 (cinco) etapas na implementação, na
seguinte sequência: escolha do tema; pesquisa exploratória; levantamento do
problema; resolução do problema e o desenvolvimento da matemática relacionada
ao tema; análise crítica da solução.
3.1 A aplicação da modelagem matemática
A primeira etapa da modelagem matemática (escolha do tema) foi
desenvolvida em três momentos distintos. No primeiro momento deste trabalho, foi
realizada a apresentação do Projeto PDE para a Comunidade Escolar, onde a
receptividade do mesmo foi muito boa. Em seguida foi realizada a sensibilização,
com a intenção de despertar nos alunos a percepção da importância do respeito, da
cooperação e da interação para o desenvolvimento das atividades em grupo.
Essa socialização foi efetivada por meio da apresentação do vídeo "Trabalho
em equipe (Pinguins-Formigas-Caranguejos)”. O vídeo motivou os alunos e a
professora a refletirem, trazendo resultados satisfatórios, favorecendo o trabalho em
grupo para que todos os alunos identificassem a importância de serem parceiros
tanto para o entendimento como o desenvolvimento do projeto.
Na sequência, foi trabalhado textos jornalísticos, que continham dados
matemáticos direcionando ao tema proposto, realçando que o conhecimento
matemático é de grande importância para a compreensão de inúmeros fatos e
eventos sociais.
Após essa atividade, teve início o segundo momento, onde foi solicitado aos
alunos que formassem grupos de três a cinco componentes. Foram distribuídos
pequenos textos jornalísticos abordando o tema proposto a ser trabalhado com a
Modelagem Matemática. O jornal é um recurso que serve como um estímulo para a
leitura e a vincula a uma realidade social. Cada grupo recebeu um pequeno texto
para leitura, questionaram as perguntas e todos os alunos desenvolveram os
conteúdos da matemática básica, seguido da situação problema e do levantamento
de questões, com o acompanhamento e questionamento do professor.
O espírito cooperativo no final da apresentação não existiu por parte de
alguns alunos, mas mesmo assim não impediu que os outros colegas
comprometidos com o estudo concluíssem o trabalho do grupo. Partindo das
respostas, foi possível aos alunos perceberem a relevância da Educação Fiscal,
como forma de oportunizar uma compreensão maior acerca dos tributos, suas
formas de cobrança e sua aplicação visando o interesse público.
No terceiro momento, houve a aplicação de um questionário investigativo
como pré-teste, que serviu como conhecer a realidade e o conhecimento dos alunos
sobre o tema. Nesse sentido, há a intenção de suscitar no educando a percepção
que estes já dominam em relação ao tema abordado no projeto, favorecendo a
introdução dos conteúdos da disciplina.
Verificou-se que a maioria dos alunos tem pouco conhecimento sobre o tema,
Educação Fiscal, realçando que os saberes apresentados se originam de fontes
como os noticiários de televisão.
Houve a socialização dos saberes dos alunos, como forma de compartilhar
com os outros colegas a compreensão que possuíam do conteúdo abordado no
projeto, promovendo um agradável momento de interação.
Após essa socialização, teve início à segunda etapa da modelagem
matemática (pesquisa exploratória), dividida em cinco momentos. No primeiro
momento, os alunos foram divididos em grupos de quatro componentes. Cada grupo
ficou responsável em pesquisar um subtema proposto pela professora em fontes
como revistas, jornais, cadernos do Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF),
uso de recursos tecnológicos (sites) e materiais diversos que continham informações
e noções sobre o tema que se pretendia pesquisar.
Entre os subtemas sugeridos para a leitura, a interpretação e o debate
destacam-se os Tributos/Impostos; taxas; origem dos tributos; sistema tributário
nacional; nota fiscal/ICMS; democracia; patrimônio e sonegação.
Nesse momento de pesquisa exploratória, destacou-se o uso do laboratório
de informática, que foi utilizado da melhor maneira possível os recursos
tecnológicos, onde os alunos visitaram o site da Receita Federal, que representa
uma importante fonte de informações sobre o tema Educação Fiscal e outros
assuntos relativos ao projeto. Os alunos consideraram o referido site como bastante
rico, atualizado e dinâmico.
No segundo momento a professora solicitou a mudança dos componentes
dos grupos, proporcionando maior socialização e interação entre os alunos. A partir
da fundamentação proporcionada pelas oficinas foi realizada a leitura com as
interpretações de textos sobre corrupção e a carga tributária, utilizando a cartilha "A
sombra dos impostos".
A sugestão de leitura e interpretação de textos utilizando a referida cartilha
forneceu indicações para o enriquecimento do tema trabalhado. No decurso do
desenvolvimento das atividades, houve o acompanhamento da docente, com a
realização de questionamentos visando auferir o nível de assimilação dos alunos em
relação às informações pesquisadas. Esses questionamentos envolveram questões
como: “por que precisamos pagar impostos”, sendo que os alunos identificaram que
são necessários para a manutenção de serviços públicos essenciais para o
funcionamento de qualquer sociedade. Foi realçado pela docente que cada cidadão
tem o direito de cobrar transparência e quando identificar qualquer irregularidade,
pode denunciá-la ao Ministério Público Estadual ou Federal.
No terceiro momento foi realizada a socialização dos conhecimentos, onde os
alunos, com a orientação da professora, convidaram um profissional técnico da
Secretaria da Receita Estadual para a realização de uma palestra sobre Educação
Fiscal.
A atividade suscitou a atenção dos educandos, onde o profissional com
conhecimento técnico apresentou o tema Educação Fiscal e Cidadania. No decorrer
da palestra, foram enfocadas informações sobre os tributos estaduais,
especificamente o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação)
apresentando uma tabela com alguns produtos pesquisados e apropriando uma
gama de conhecimentos entre eles o matemático. Além da participação dos alunos,
a palestra foi acompanhada por professores, pedagogas e alguns funcionários do
colégio. Um momento muito importante ocorreu quando o palestrante passou a
palavra aos alunos, que destacaram os pontos relevantes da palestra e os saberes
assimilados acerca do tema abordado.
No quarto momento houve à organização dos grupos de alunos participantes
da pesquisa de campo em contra turno para realização da visita à Secretaria da
Receita Federal para uma conversação com um especialista do referido órgão
público, mais especificamente o chefe da agência, com a intenção dos alunos
compreenderem determinados contextos sociais, como o que envolve a cobrança de
impostos e a destinação que deve ser dada aos recursos coletados.
Com essa pesquisa de campo, foi possível identificar aspectos relevantes
acerca dos motivos da cobrança de impostos e tributos, sobretudo dos valores
arrecadados serem utilizados para viabilizar os serviços públicos.
Ao longo da visita os alunos tiveram a oportunidade de receber diversas
informações com relação ao tema de trabalho. Os estudantes perceberam o
aumento do fluxo de pessoas no referido órgão em busca de informações a respeito
do preenchimento correto da Declaração do Imposto de Renda, sendo que
aproveitaram para colher mais informações com o profissional acerca deste imposto
e da sua destinação.
Importante ressaltar a valorização da disciplina matemática que o técnico
passou aos alunos, sendo identificada como campo de conhecimento e recursos que
podem ser aplicados às necessidades do cotidiano. E também como instrumento de
comunicação e leitura do mundo e a forma de raciocínio que contribui para o
desenvolvimento de determinadas habilidades de pensamento.
No quinto momento houve a apresentação e discussão sobre a aplicação dos
recursos públicos da escola. Para realizar o debate os alunos juntamente com a
professora PDE convidaram a direção da escola, que prontamente atendeu o
convite.
No decorrer da pesquisa exploratória, houve um bom aproveitamento com a
participação de todos os alunos, estimulando ainda a habilidade de ouvir com o
propósito de assimilar conhecimentos para defender a sua opinião acerca do tema.
Importante lembrar que os temas foram bem definidos antes do debate, sendo os
alunos orientados no decurso da realização da pesquisa.
No transcorrer da discussão, houve a fala da diretora do colégio, juntamente
com a vice-diretora, que apresentaram aos alunos do 1º ano informações relativas
os recursos públicos recebidos para o colégio, denominado de Fundo Rotativo,
auxiliando a compreensão, explicando e esclarecendo dúvidas dos estudantes.
A diretora conseguiu mobilizar a atenção dos alunos acerca da forma da
aplicação do dinheiro público e demais eventos com fins lucrativos que são
realizados com o esforço e dedicação de todos que fazem parte deste ambiente
escolar. Também se referiu a conscientização para que os alunos mudem seus
hábitos em relação ao cuidado com o colégio, conduta esta compatível com a
formação de cidadãos comprometidos com a conservação do patrimônio público
escolar. .
A partir de dados coletados, houve o desenvolvimento de atividades com
conteúdos matemáticos, tendo como referenciais as notas fiscais. Nessas atividades
os educandos efetivaram a resolução de problemas envolvendo operações com
números decimais, fracionários, regra de três, porcentagem e juros a partir das
informações constantes as notas fiscais. Em sequência permitiu-se conhecer o nível
de conhecimento individual de cada aluno por meio de socialização, onde os
estudantes destacaram seu posicionamento perante os assuntos abordados até o
momento, resultando em um intercâmbio importante de experiências em sala de
aula.
A terceira etapa (levantamento do problema) teve início após coleta de dados
na pesquisa exploratória, onde os alunos, com a mediação da professora PDE,
foram direcionados aos seus grupos, os quais levantaram questões relacionadas ao
tema o que resultou no surgimento de novos assuntos relativos à matemática, a
economia, ao meio ambiente, a cultura, a sociedade entre outros. Nesse contexto,
os educandos perceberam o caráter interdisciplinar da Matemática, que consegue
estabelecer conexões com as mais diversas áreas do conhecimento.
Na continuidade, foi realizada a quarta etapa (resolução dos problemas), por
meio do desenvolvimento dos conteúdos matemáticos no contexto do tema. Esta
etapa do processo da Modelagem ocorreu com a pesquisa de preços de alguns
produtos no supermercado, contribuindo para o surgimento de uma noção mais
abrangente nos educandos em relação aos preços de determinados produtos e a
incidência dos impostos na composição do seu custo de venda.
Os estudantes puderam interpretar os resultados matemáticos numa situação
concreta. Houve a construção de uma tabela de preços dos produtos pesquisados
constando o ICMS para cada produto.
O levantamento do valor do imposto foi de acordo com o valor da alíquota
contida na relação de alguns produtos, que os alunos receberam em uma das visitas
a Secretaria da Receita Estadual. Com a orientação da professora PDE eles
realizaram os cálculos dos impostos, explorando a porcentagem e o cálculo com
números decimais. Com o uso da tabela elaborada com o cálculo do imposto, os
educandos montaram um gráfico de linha como modelo, permitindo visualizar melhor
os níveis de impostos embutidos em cada produto que os mesmos consomem no
seu cotidiano.
Para a realização da pesquisa de campo em contra turno tivemos pouca
participação dos alunos, levando em consideração que muitos dos alunos trabalham
neste período, sendo que estes procuraram os colegas para se interarem acerca do
que foi pesquisado.
A elaboração da tabela em sala de aula serviu para fazer com que todos os
alunos concluíssem que quanto mais supérfluo for o produto, maior é a cobrança de
imposto (ICMS). Estabeleceu-se também a relação de preço entre um mercado e
outro, conscientizando os estudantes da importância da pesquisa para escolher
produtos com valor de venda mais acessível, que resulta em economia.
Durante a realização das atividades de Modelagem Matemática novamente os
alunos foram ao laboratório de informática para construir a tabela e o gráfico,
utilizando o aplicativo Microsoft-Excel e os programas BrOffice.org.Cal, BrOffice. org
Impress e Geogebra.
3.2 Atividades complementares
O trabalho de construção de um blog, foi realizado por um grupo de alunos
que puderam participar no contra turno juntamente com a professora e o
responsável pelo laboratório tecnológico, sendo um momento onde criou-se um
ambiente de interação e discussão, permitindo a troca de ideias sobre Educação
Fiscal.
O blog serviu para documentar o projeto sobre a Educação Fiscal, registrando
os conhecimentos adquiridos pela turma durante o projeto de estudo, que foi
enriquecido com comentários, relatos e fotos .
Na sequência trabalhou-se o ambiente da escola, onde cada grupo fez a sua
coleta de dados, conforme subtema desenvolvido na etapa anterior . No auditório e
saguão do colégio os alunos organizaram frases, cartazes, fotos, tabela e gráficos
abordando o tema trabalhado.
Os alunos juntamente com a professora PDE montaram a feirinha dos
impostos, para os colegas, professores e demais componentes da comunidade
escolar pudessem saber quanto de imposto se paga no dia a dia.
Para essa feirinha, os estudantes coletaram embalagens de alguns produtos
industrializados destacando o valor do produto que foi pesquisado durante a visita ao
supermercado, como também o valor calculado por eles do imposto e a alíquota de
cada produto.
A exposição teve um fluxo significativo de pessoas, sendo feita a explicação
pelos próprios alunos do 1º ano acerca dos impostos e esclarecendo dúvidas, sob a
supervisão da professora. Neste momento não ocorreu a participação do grupo dos
profissionais do Serviço Nacional da Aprendizagem Industrial (SENAI) previsto
inicialmente. O motivo foi a alteração no cronograma, ficando a participação destes
profissionais para o próximo semestre. Mesmo assim a amostra de materiais
permitiu o envolvimento de todos os alunos do colégio e comunidade.
Na última etapa da modelagem matemática (análise crítica das soluções)
houve uma avaliação de caráter individual e coletiva, considerando a participação, o
debate e interação entre os elementos do grupo na realização do trabalho de
pesquisa, como também a elaboração de um relatório envolvendo a compreensão
do processo de arrecadação de impostos, a finalidade e importância de pedir a nota
fiscal para reverter em imposto para o benefício da comunidade.
Adotou-se diante da avaliação uma postura: a de considerar os caminhos
percorridos pelo aluno, as suas tentativas de solucionar os problemas que foram
propostos e, a partir do diagnóstico de suas dificuldades, procurando ampliar a sua
visão, o seu saber sobre o conteúdo de estudo. Foi reaplicado pré-teste na forma de
pós-teste. Evidenciou-se a diferença entre os níveis de compreensão da temática
abordada.
No decurso do desenvolvimento do projeto foi possível identificar que a
modelagem matemática pode levar a um processo de ensino onde ocorre uma
interação maior entre o docente e os alunos, intermediado pelo diálogo, contribuindo
para a apropriação ou de construção do saber, de uma forma dinâmica, tendo como
pauta um tema de relevância social, que permite estabelecer relações com o
conteúdo de Matemática.
Outro resultado importante deste trabalho foi o posicionamento dos alunos
frente ao tema estudado, realçados nos seguintes depoimentos:
QUADRO 1 – DEPOIMENTO DOS ALUNOS
ALUNO DEPOIMENTO
S. T. R. “É interessante falar sobre os impostos, porque não damos muita atenção para isso e com a a palestra, vimos que é preciso ser pago. Ela nos ajudou a entender que o custo que pagamos por impostos são destinados a nossa cidade, como por exemplo: melhorias nas escolas, na saúde, ruas, praças e cada ponto destruído pelos vândalos, então devemos ter a consciência de que esse dinheiro que pagamos sempre retornará para o nosso próprio bem".
C. D. S. "A Educação fiscal deve estar presente na nossa vida cotidiana compreendendo a arrecadação de impostos para que o dinheiro seja revertido em benefícios de nós mesmos. Portanto precisamos pedir a nota fiscal para ver quanto que foi o produto. A nota fiscal é dada em todas as lojas, mercados, papelarias, etc. Com a nota fiscal recolhe-se impostos para que possa ajudar nas construções de calçadas, ruas, escolas, hospitais, creches etc… Com a matemática fazendo parte desse assunto nós ficamos mais conscientes sobre o valor dos impostos".
V. M. "Foi muito interessante as aulas, saber sobre o imposto de renda e para onde vai nosso dinheiro e também aonde eles investem. É importante o cupom fiscal que pegamos nos
mercados e nas lojas. Às vezes, não prestamos atenção, rasgamos e jogamos fora. É no cupom fiscal que vem explicado muito de taxas de juros e cobranças pelos produtores, o preço bruto entre outros. Devemos cobrar mais obras do governo porque pagamos nossos impostos até em uma bala, então devemos exigir cupons fiscais, notas fiscais na compra que fazemos".
T. B. C. "A educação fiscal é importante entendida como uma nova prática de desenvolver valores e atitudes, competências necessárias ao exercício de direitos e deveres do cidadão e de um melhor entendimento da vida em sociedade. É importante exigir a nota fiscal quando compramos alguma coisa. A nota fiscal tem as informações necessárias sobre o produto, além de também comprovar que a pessoa comprou aquele produto e que é seu"
Fonte: Depoimentos colhidos no desenvolvimento do projeto (2013).
Mediante o posicionamento dos educandos, é possível destacar que a
Matemática oportuniza o acesso a conhecimentos que permitem a compreensão da
realidade, destacando ainda mais sua importância no processo de aprendizagem.
Nesse sentido, os alunos sentiram-se preparados para exporem suas opiniões, fruto
do aprendizado que obtiveram ao longo das atividades desenvolvidas no contexto da
modelagem matemática.
Paralelamente ao trabalho de Implementação do Projeto na escola,
professores da Rede Estadual de Ensino participaram de Grupos de Trabalho de
Rede (GTR), apresentando considerações valiosas referentes ao Projeto de
Implementação e dos programas utilizados, expuseram suas opiniões, ressaltando a
importância da abordagem da Educação Fiscal no ensino da Matemática. Entre os
posicionamentos, destacaram-se os seguintes:
QUADRO 2 – POSICIONAMENTO DOS PROFESSORES
LOCALIDADE DEPOIMENTO
Londrina - PR "Olá Prof. Sua Produção Didático Pedagógica é muito relevante tanto para o ensino da Matemática, quanto para o desenvolvimento da cidadania. Também a considero muito dinâmica e muito aplicável, não só para o Ensino Médio, mas também para o Ensino Fundamental, pois, acredito que Educação Fiscal deva ser ensinada desde o 6º ano. As atividades foram muito bem planejadas e poderão contribuir e muito para a Educação do Estado do Paraná".
Curitiba - PR "Estudar este tema Educação Fiscal é um trabalho que empolga, pela riqueza de informações e atualidades, é uma preocupação do momento. A sociedade cobra de modo efetivo a participação nas decisões do País, e pela aplicação correta dos recursos oriundos da tributação, e para fazê-lo a informação e formação correta é primordial. A Educação Fiscal é de extrema relevância e deveria ser fórum permanente entre todos especialmente nos professores. As atribuições e responsabilidades da escola ampliaram-se. A sociedade e autoridades governamentais têm atribuído à este instituto responsabilidades, até maiores que das próprias famílias. Particularmente, considero que o papel do ‘Instituto Escola’ precisa ser esclarecido, revisado, reorganizadas e redistribuídas entre as demais instituições. Somos nós ‘Escola’ uma instituição de extrema importância social representa pequeno custo para o Estado. E a "Educação Fiscal" deve demonstrar essa importância e quem sabe, a necessidade de valorização dentre os demais institutos".
Umuarama - PR "Muitos de nossos alunos não tem consciência de que pagam alguns destes
impostos e talvez, por este motivo não valorizem o patrimônio público, as escolas em que estudam, não lutam pelos seus direitos como deveriam. Acredito que através deste conhecimento possa haver uma mudança de atitude neste sentido. Com a educação fiscal poderemos mostrar-lhes quais são os impostos cobrados e quais os fins que estas verbas devem atender, pois compreendendo quais são os recursos municipais, estaduais ou federais e onde devem ser aplicadas, será possível cobrar junto aos governantes os benefícios para a comunidade em que pertence".
Toledo – PR "Acredito que a Educação Fiscal deveria fazer parte do currículo de matemática, desde as séries iniciais. A criança já deve ter contato com esse assunto que é tão importante para sua vida, pois as crianças já estão ligadas com tudo que acontece no Brasil e no mundo, estão sempre na internet e também com outros meios de comunicação, aprendendo coisas boas e coisas erradas, porque não começar a entender a Educação Fiscal?".
Ponta Grossa "Primeiramente gostaria de comentar e parabenizá-la professora sobre o tema escolhido realmente ele é muito interessante e despertará o interesse dos alunos com certeza, pois está presente em nosso cotidiano mesmo sem termos consciência disso. Acho que o tema também é bem complexo e desafiador, eu mesma nunca parei para pensar sobre a quantidade de impostos pagos e arrecadados mas com certeza envolve a matemática de maneira simples na hora de se trabalhar regra de três e porcentagem, mas também envolve uma matemática mais complexa pois muitos cálculos usam conceitos de administração e economia que tornam as equações bem mais elaboradas e acho que estão em nível universitário"
Fonte: Posicionamentos colhidos no desenvolvimento do projeto (2013).
Mediante as considerações do grupo GTR, foi possível constatar que o projeto
alcançou seu objetivo, incluindo a percepção de que o ensino da Matemática, com
metodologias diferenciadas, como a modelagem matemática, oportuniza maior
participação dos alunos e, em consequência, contribui para a assimilação dos
conteúdos e o reconhecimento da importância dos conhecimentos adquiridos para a
compreensão da realidade social.
4. Considerações Finais O trabalho realizado com a metodologia Modelagem Matemática,
desenvolveu-se de maneira dinâmica, proporcionando aos alunos enxergarem uma
matemática para fora da sala de aula.
Neste sentido ao trabalhar o tema Educação Fiscal, representou um
novo caminho contextualizando o conhecimento sistematizado com a realidade na
qual a comunidade escolar está inserida. Compreendendo a arrecadação financeira
e a aplicação de recursos públicos, tornando um processo de sensibilização,
informação, apropriação e, conscientização aos alunos sobre as questões fiscais, e
a importância do respeito ao patrimônio escolar como um todo.
Durante as pesquisas de campo pode constatar-se a admiração dos
profissionais e dos próprios alunos, na troca de experiências e a importância do
conhecimento matemático.
Porém, uma dificuldade enfrentada foi a participação de pequenos grupos de
alunos no contra turno, mesmo assim foi atingido o objetivo. Trabalhando com estes
alunos em sala de aula, discussões, debates, as trocas de experiências entre
professor e demais colegas.
Nesta etapa do trabalho realizado, foi possível envolver situações problemas
matemáticos como operações com números decimais, porcentagem, regra de três,
função e estatística, proporcionando uma aprendizagem significativa. Contudo, é
sabido que nem todo o conteúdo de matemática é simplesmente aplicado na
realidade. Por que a matemática desenvolve teoremas e conceito para si própria,
mas grande parcela do que se ensina no primeiro e segundo grau em matemática é
facilmente aplicado a este ou aquele segmento da sociedade em que os alunos
vivem.
Outro ponto importante foi a participação de professores, através das
sugestões enviadas pelo fórum de discussão.Estas contribuições demonstraram o
interesse com o tema a ser incluído em seus planos de aula. Essa experiência
evidenciou, portanto que os alunos se tornaram mais conscientes quando
aprenderam a identificar o valor dos impostos incluídos no preço dos produtos que
consomem e como são revertidos à comunidade através de obras e benfeitorias.
Referências
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