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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO SABRINA KÉCIA FALCÃO PEREIRA O MARKETING E AS INFLUÊNCIAS MOTIVACIONAIS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DO TURISMO. FORTALEZA 2012

SABRINA KÉCIA FALCÃO PEREIRA O MARKETING E AS …

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE TURISMO

SABRINA KÉCIA FALCÃO PEREIRA

O MARKETING E AS INFLUÊNCIAS MOTIVACIONAIS NO COMPORTAMENTO

DO CONSUMIDOR DO TURISMO.

FORTALEZA

2012

SABRINA KÉCIA FALCÃO PEREIRA

O MARKETING E AS INFLUÊNCIAS MOTIVACIONAIS NO COMPORTAMENTO

DO CONSUMIDOR DO TURISMO.

Monografia submetida à aprovação Coordenação do curso de Turismo do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de graduação.

FORTALEZA

2012

P436m Pereira, Sabrina Kécia Falcão.

O marketing e as influências motivacionais no

comportamento do consumidor do turismo / Sabrina Kécia Falcão

Pereira. – 2012.

50 f. ; il.

Orientador: Prof. Ms. Walter Barbosa Lacerda Filho.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) –

Faculdade Cearense, Curso de Turismo, 2012.

1. Turismo. 2. Turismo - comportamento consumidor.

3. Turismo - marketing. I. Lacerda Filho, Walter Barbosa. II. Título.

CDU

338.487:366

CDU

331.101

CDU

338.48(813.1)

CDU 373.2

CDU 658.15

Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867

SABRINA KÉCIA FALCÃO PEREIRA

O MARKETING E AS INFLUÊNCIAS MOTIVACIONAIS NO COMPORTAMENTO

DO CONSUMIDOR DO TURISMO.

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de bacharelado em Turismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores abaixo.

Data da aprovação: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Professor Ms Walter Barbosa Lacerda Filho (orientador)

__________________________________________________

Professor Esp Mansueto da Silva Brilhante.

__________________________________________________

Professora Ms Ariane de Queiroz Sousa.

.

Ao meu pai João Batista

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, que me deu a coragem e determinação para chegar até

aqui.

Ao meu pai, que não se encontra mais conosco, mas que olha por mim onde quer

que eu esteja.

Ao meu avô Raimundo Pinheiro Nogueira e a minha madrinha Maria de Fátima

Bezerra Falcão, devo gratidão por todo percurso na faculdade. Sem me esquecer do

apoio e incentivo que ela sempre me deu.

A minha mãe, que, apesar de distante, torce e reza por mim todos os dias.

Ao meu irmão Rogeres Falcão.

Ao meu namorado Filipe Fernandes S. B. de Matos, pelo amor incondicional, por

sempre me apoiar, estar ao meu lado nos momentos difíceis e confiar nas minhas

capacidades.

A todos os(as) meus(minhas) tios(as) e primos(as) que torcem pelo meu crescimento

profissional.

Ao meu professor orientador Walter Barbosa Lacerda Filho, por compartilhar comigo

esse desafio, pela enorme ajuda e pela compreensão em todos os momentos.

A professora Ariane Queiroz, pela paciência e atenção.

A todos os professores da Faculdade Cearense, que, durante esses quatro anos,

contribuíram para a construção do meu crescimento profissional.

“Comece por fazer o que é necessário,

depois faça o que é possível e em breve

estará fazendo o impossível.”

(S. Francisco de Assis)

RESUMO

Através de vários autores, o trabalho conta com conceitos e definições precisas que

facilitaram a pesquisa, fala da história do turismo e busca realizar uma reflexão

psicológica de motivações do consumidor diante da realização de compra de uma

viagem. Aponta os parâmetros para a escolha do destino turístico, analisando seu

comportamento diante do cotidiano, e a importância que o marketing apresenta para

a tomada de decisão de compra. Busca fatores que impulsionam o turista em todas

as suas instâncias a comprar e suas influências. Admite uma compreensão para a

satisfação deste consumidor, levantando dados através de estudo de caso como

forma de entender e perceber o que faria esse turista a voltar ao local visitado.

Intercala fatores motivacionais e o marketing como incentivador no comportamento

do comprador. A pesquisa fundamenta-se em relatos de entrevistados que

participaram de viagens de excursão e contam como foram suas experiências, o que

os levaria a fazer novas viagens e aventurar-se em novos destinos. Relatam a

importância desses passeios para aliviar a vida cotidiana. A partir dos dados

coletados apresentam-se os resultados e as análises, mostrando a importância da

realização de um estudo detalhado do consumidor em todas as etapas, momento da

compra, da escolha do destino, o momento exato da sua viagem e, finalmente, o fim

da viagem, não menos importante, afinal, lhe restou à experiência.

Palavras-Chaves: Turismo. Viagem. Consumidor. Motivação. Marketing.

ABSTRACT

This work is about the history of tourism and intends to do a psychological reflection

about the consumer motivation during the purchase of a trip. It is based on several

authors which provided concepts and definitions that subserved the research. It

emphasizes the parameters for the tourism destination choice, examining the client's

routine and the importance of marketing in the purchase decision process. It also

determines in all instances the factors that motivated the tourist to buy it, stating its

influences. It admits a comprehension about the consumer satisfaction, collecting

data through case study as a way to understand and realize what motivates tourists

to return to the place visited. As a support to the buyer behavior, it merges marketing

and motivational factors. This research is based on reports of interviewees who

participated of travel tours and said how were their experiences, reporting what

would lead them to make a new travel and to venture into new destinations. It also

reports the importance of these tours to relieve everyday’s life. From the data

collected, results are presented and analysed, showing the importance of conducting

a detailed study of the consumer at all stages, from the time of the purchase, the

choice of destination, the exact moment of your trip, until the end of the journey, not

less important since an experience was left.

Keywords: Tourism. Trip. Consumer. Motivation. Marketing.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Turismo de férias (lazer) ............................................................... 19

FIGURA 2: Estátua de Padre Cícero ................................................................ 20

FIGURA 3: A cidade de Ouro Preto ................................................................. 21

FIGURA 4: Prática do rapel. ............................................................................. 21

FIGURA 5: Turismo de bem-estar .................................................................... 22

FIGURA 6: Turismo de negócios ...................................................................... 22

FIGURA 7: Pirâmide de Maslow ....................................................................... 27

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................11

2 AS AÇÕES DE MARKETING NA PROMOÇÃO TURÍSTICA

E A DECISÃO DE COMPRA ..............................................................13

2.1 Uma Breve História do Turismo ..................................................16

2.2 Os Tipos de Turismo ....................................................................19

2.3 As Formas de Turismo .................................................................23

2.4 Turista ...........................................................................................24

3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DO TURISMO

E A DECISÃO DE COMPRA ...............................................................25

3.1 O Perfil do Consumidor ...............................................................26

3.2 Motivações Psicológicas no Turismo.........................................28

3.4 Expectativas e Satisfação da Compra ........................................29

4 ESTUDO DE CASO ..........................................................................31

4.1 Objetivos da Pesquisa .................................................................31

4.2 Coletas de Dados da Pesquisa ...................................................31

4.3 Análises dos Dados da Pesquisa ...............................................42

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................46

APÊNDICE ...........................................................................................47

11

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico busca maior compreensão do consumidor do

turismo, dos motivos que levam as pessoas a viajarem e do poder de persuasão do

marketing para influenciar o consumidor a comprar um determinado produto, mais

precisamente, comprar o serviço. Tenta compreender, através dos autores

estudados, o que o consumidor anseia nestas viagens e o que as experiências

vivenciadas podem lhe proporcionar. Este é um assunto pouco explorado e merece

atenção já que o turismo está tão presente nos tempos atuais e que, mais uma vez,

o consumidor é o foco de todo e qualquer produto a ser vendido. Estudar o seu

comportamento e fazer análises nos possibilitará uma maior interpretação e um

direcionamento objetivo nestes serviços. Faz-se importante para a utilização de

instrumentos atrativos seguindo a demanda do mercado e atingindo diretamente o

consumidor no que ele necessita.

O interesse pelo assunto está relacionado com uma enorme atração pela

psicologia, mais precisamente ao estudo do comportamento das pessoas - sendo

uma grande satisfação estudar e aprofundar-se em um tema de abordagem da

mente humana aliada ao turismo. Tendo extrema satisfação em presenciar pessoas

satisfeitas com o serviço adquirido e, principalmente, o atendimento na prestação do

serviço. Colocando-se no papel de consumidor, sabe-se a importância agradável de

ser bem tratado e, mais além, comprar aquilo que suprirá as necessidades naquele

momento.

Nos estudos aprofundados sobre o tema, diversos são os motivos que

levam um cliente a buscar uma agência de viagens ou outros canais de venda.

Dentre eles, está a fuga do cotidiano, o lazer, a mudança de ambiente, o combate ao

stress, o descanso, a busca de novos conhecimentos, o status etc. Esses motivos

ligam-se a expectativas criadas através das propagandas convidativas lançadas na

televisão e internet diariamente, motivados a partir do que foi adquirido dos

conhecimentos do local, das experiências de amigos, familiares, que serão

finalmente alcançados na experiência vivida naquela viagem, ou seja, no fim da

excursão.

Tem como objetivo relacionar os motivos psicológicos e necessários ao

indivíduo no momento da compra, o poder de persuasão que o marketing assume

para que a venda aconteça e a importância dessa ferramenta para o incentivo de

12

compra, tomando como objetivo específico a investigação e a compreensão da

conduta do comprador, do marketing como propulsor de consumo no campo do

turismo e dos motivos psicológicos que impulsionam a compra.

O assunto passa a ser importante a partir do instante em que se fala de

tempos atuais, quando as pessoas necessitam viajar para relaxar da rotina diária. É

preciso que se tenha a percepção e o entendimento para atender essa demanda

que cresce desenfreadamente. Atinge não apenas as classes altas, as médias e

baixas também entram nesses índices. Procurar compreender seus anseios e

desejos faz parte para acompanhar a segmentação do mercado e,

consequentemente, para a melhoria dessa atividade chamada turismo, tanto para

focar nas necessidades e criar algo que satisfaça o turista ainda mais, quanto para

satisfazê-lo buscando sempre inovar para atrai-lo cada vez mais.

Foram utilizados, como fonte de pesquisas, autores em alguns conceitos

e definições, além de questionário com consumidores em geral com objetivo de

levantar de dados concretos na prática de como se encontra o usuário final diante do

mercado e se o marketing tem alcançado seu objetivo. Os dados apurados ainda

revelam as motivações desses.

O trabalho divide-se em quatro capítulos, sendo o primeiro essa

Introdução. O segundo explana o marketing na promoção do turismo, faz um resumo

da história do turismo e conceitua tópicos importantes que auxiliará no decorrer do

trabalho. O terceiro cabe o comportamento do turista de forma contextualizada. O

quarto expõe um estudo de caso com dados e análises de questionário voltado ao

consumidor; e finalmente, as conclusões.

13

2 AS AÇÕES DE MARKETING NA PROMOÇÃO TURÍSTICA E A DECISÃO DE

COMPRA

Do conceito de marketing, expõe Samara & Barros (2007) definindo

[...] que é a do conjunto de atividades humanas destinado a atender aos desejos e às necessidades dos consumidores por meio dos processos de troca, utilizando ‘ferramentas’ específicas, como a propaganda, a promoção de vendas, a pesquisa de marketing, a concepção de produtos, a distribuição e a logística, entre outras, leva-nos a concluir que, para se obter êxito em marketing, na prática, é necessário muita criatividade, imaginação e emoção (SAMARA; BARROS, 2007, p. 1).

Ainda de acordo com Samara & Barros (2007), na era da informação é de

extrema necessidade ações de marketing para captação de vendas, adaptação do

mercado às informações na execução e utilização de maneira apropriada. No

processo de conquista do consumidor, é fundamental para a obtenção dos lucros da

empresa, ocorrendo grande repercussão no impulso de comprar do usuário final,

tornando esta uma companhia orientada ao mercado quando aplicado o marketing

de forma eficaz.

O marketing do turismo foi definido, por Beni (2007), como:

[...]um processo administrativo através do qual as empresas e outras organizações de turismo identificam seus clientes (turistas), reais e potenciais, e com eles se comunicam para conhecerem e influenciarem suas necessidades, desejos e motivações nos planos local, regional, nacional e internacional em que atuam, com o objetivo de formular e adaptar seus produtos para alcançar a satisfação ótima da demanda (BENI, 2007, p. 231).

A esse marketing compete atrair o consumo do segmento turístico, buscar

produtos e serviços compatíveis com as exigências do mercado e da coletividade.

Agrega ao mercado uma competitividade (concorrência) e, portanto, melhoria nos

serviços prestados. Nesse processo acontece a sentença de compra.

Segundo Gade (1998), alguns fatores influenciam na decisão de compra

do consumidor, como culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Ao que se referem

aos fatores culturais, a autora aponta: hábitos, costumes, ideologia, moda. No social,

apresenta a aceitação social, ou seja, admite o que está sendo estabelecido. O fator

pessoal acrescenta a demografia, dados pelas variáveis: idade, sexo, escolaridade,

situação financeira, estilo de vida. No campo psicológico, a percepção, aprendizado

e memória, afetividade, atitudes e motivações.

14

Mota (2001) também apresenta o consumidor diante de sua decisão de

compra, acrescentando o que o autor acima nomeia como fator cultural: acredita que

os valores e preferências são levados desde a infância e carregam, interferindo,

pois, em suas decisões. O fator social deixa-se entender pelo modo como a

sociedade influencia na atitude do consumidor. Há uma divisão dos grupos: de um

lado, os primários, que são os pais, que ele chama de família de criação, pela qual

se condiciona o lado critico, ambicioso e/ou religioso de um indivíduo. Do outro, a

família de procriação, que são cônjuge e filhos. O fator pessoal quer dizer que a

escolha depende do estado emocional, idade, ocupação, situação financeira, estilo

de vida. Do ponto de vista psicológico, relacionam-se quatro vertentes: motivação,

percepção, aprendizagem, crença e atitudes. Referem-se às mudanças adquiridas

durante as experiências vividas, ao sentimento de cada indivíduo, aos impulsos

reativos a uma determinada ação que pode levar a uma pessoa gostar, ou não, de

um determinado momento.

“O cliente é a razão de ser de qualquer negócio. Em turismo, sem clientes

não existem negócios. O segredo do marketing em turismo é atender bem, e, para

atender é preciso entender o cliente” (COBRA, 2005, p. 21). O autor quer dizer em

suas palavras que o cliente é a razão de ser e existir de qualquer serviço ou produto

ofertado no mercado; ele também transmite a importância das ferramentas de

marketing na atração do turista de forma que lhe seja bem tratado e na percepção

das suas necessidades para, enfim, focar em algo que atinja diretamente o que ele

deseja. Assim se ganha o cliente e o acorrenta para sua empresa. O bom tratamento

garante ainda uma boa impressão da empresa e do vendedor. No caso de agência

de viagens, se o pacote que ele comprou foi realmente a experiência que ele

sonhou, esse cliente ficará satisfeito e tornar-se-á fiel e, ainda, fará ótima

propaganda boca a boca.

Acrescenta-se que “[...] a chave em turismo é a fidelização de clientes”

(COBRA, 2005, p. 21). Sabendo identificar o perfil do cliente e qual sua

necessidade, ele acredita que a probabildade de perda do cliente seja menor.

Percebendo o cliente, é mais fácil ganhá-lo e fidelizá-lo.

De acordo com Dias (2005), o marketing do turismo se apresenta em

duas dimensões: o nível microeconômico, que se aplica às empresas privadas de

turismo lançando no mercado seus produtos e serviços, e o nível macroeconômico,

15

que são ações aplicadas de marketing por administrações públicas, com objetivo de

promover uma determinada região ou país e, consequentemente, atrair turistas.

Dias (2005) define o composto de marketing, também conhecido como

marketing-mix, os instrumentos do marketing no mercado, que são: o produto, o

preço, a distribuição e a promoção, mais conhecido como os 4 P’s, do inglês

(product, price, place, promotion).

O produto consiste em oferecer produtos que interessam aos turistas,

porém de maneira sustentável. Os produtos devem ser adequados e planejados com

qualidade, “deve contemplar equipamentos e instalações, facilidade de acesso,

sinalização, limpeza, etc., que formam um produto turístico ampliado” (DIAS, 2005,

p. 135). O produto ainda dependerá do seus canais de atendimento, como agências

de viagens, dos meios de transportes etc.

O preço, para se ofertar a um determinado destino, depende de

processos envolvendo agentes públicos e privados. Esse preço deve sofrer ação de

diversos elementos, como, por exemplo, a desvalorização da moeda local em

relação a outra.

A boa distribuição do produto turístico é uma marca do sucesso do lugar.

Os canais de distribuição interligados, criando novos atrativos para o destino,

aumento dos pontos de venda dos produtos, acesso aos produtos para compra na

internet, são meios facéis do consumidor captar as ofertas.

A promoção “é uma variável do marketing-mix que muitas vezes é

confundida com o próprio marketing. É a forma como os destinos turísticos tornam-

se conhecidos no segmento-alvo (DIAS, 2005, p. 136). É composta pela

propaganda, promoção, patrocínio de eventos etc. A internet é um canal grande

relevância de imagens para a promoção de um destino, desta foma são

indispensáveis a atualização e a qualidade dos sites. Uma pesquisa feita pela

Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) em 2003, sobre os principais meios de

comunicação que influencia na decisão de viajar do turista internacional para o

Brasil, revelou que a informação de amigos liderou. Isso quer dizer que o

consumidor turista está mais exigente, ou seja, ele precisa de informações de quem

já experimentou, quem já vivenciou e que agora conta sua experiência.

Após comentar sobre o marketing no turismo, seu conceito, seus objetivos

e suas classificações, inicia-se uma pequena história do turismo. Logo mais

apresenta-se os tipos de turismo e formas de turismo.

16

2.1 Uma Breve História do Turismo

Não se pode falar da história do turismo e sua importância sem antes

defini-lo.

Tomando-se em empréstimo a caracterização de Swarbrooke, tem-se

uma primeira referência para a compreensão da atividade turística: “O turismo é

definido como uma movimentação, de curto prazo, de pessoas para lugares algo

distantes do local em que residem regulamente, com a finalidade de usufruir

atividades prazerosas. Ainda pode abranger as viagens de negócios”

(SWARBROOKE, 2002, p. 24).

Já De La Torre (2201) conceitua:

O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento vonlutário temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente, por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural (DE LA TORRE, 2001, p. 19).

Com esse breve esclarecimento do turismo, introduz-se a história do

turismo para seu melhor conhecimento, consequente como desenvolvimento deste

segmento ao longo dos anos.

Swarbrooke e Horner (2002) acreditam que o turismo surge na

Antiguidade com os gregos e romanos. Eles dedicavam seu tempo livre à cultura,

diversão, religião e ao desporto. Não se sabe se houve turismo fora da Europa

antes, não existindo estudos de pesquisas sobre o assunto. Mas, na verdade, o

tturismo se consolida e ganha tamanho no século XVIII e XIX com a Revolução

Industrial.Com efeito, pode-se ajuizar que, desde a proposição anterior, o turismo

liga-se umbilicalmente às atividades de lazer e entretenimento.

Segundo Horner e Swarbrooke (2002), os romanos se deslocavam de

férias para as águas termais, os teatros e jogos olímpicos. Eles foram os primeiros a

viajar por lazer, prazer, férias. Acredita-se que os romanos criaram os resorts, ou

seja, edificações a integrar atividades próprias destes, identificando-se, assim, ao

sentido contemporâneo para o termo, combinando, por exemplo, espaços para lazer,

de saúde, quais os spas de nosso tempo. Esses empreendimentos podiam ser

encontrados na Itália e nas províncias romanas.

A Revolução Industrial (séc. XVIII) permite que o desenvolvimento

17

tecnológico abra espaço para as viagens e, assim, começa-se a falar de turismo. As

viagens iniciaram-se com os transportes a vapor, como o trem e o navio.

Com a tecnologia que se tem hoje, as possibilidades de transporte

multiplicaram o potencial da atividade turística.

Palhares (2002) destaca a importância não apenas do turismo, mas do

que está em seu entorno. Aponta o autor o que considera essencial para que o

turismo aconteça: o transporte. Consequentemente,“[...] o turismo não existe sem o

transporte” (PALHARES, 2002, p. 22).

Ainda segundo Palhares (2002), as pessoas conseguem perceber e

associar o turismo ao transporte, afinal não há como pensar em fazer uma viagem

sem a condução. Qualquer pessoa que for viajar precisa de um automóvel, ônibus,

avião, trem etc.

Barreto (1995) ressalta que o final do século XVIII e todo o século XIX

será atravessado por uma nova motivação – prazer do descanso e da contemplação

de paisagens - e terá cada vez mais força, resultado da alteração de qualidade de

vida e maior busca de evasão cotidiana. A natureza, antes vista como selvagem,

torna-se lugar para ser desfrutado e preservado, revelando a importância do

relaxamento para melhor qualidade de vida das pessoas.

Barreto (1995) ainda acrescenta que o século XIX foi marcado pela

ferrovia em âmbito nacional e pelo navio em âmbito internacional. Outro fator que

impulsiona o crescimento do turismo no século XIX: a reivindicaçao dos

trabalhadores por mais tempo livre, com a conquista de férias remuneradas, pelas

quais se permite que classes menos favorecidas pudessem fazer uma viagem de

férias.

Palhares (2002) afirma que Thomas Cook foi o primeiro a organizar uma

excursão de turismo, em 1841, na Inglaterra. Ele conseguiu 570 passageiros em um

trem fretado para levar um grupo de antialcóolicos para um congresso de quatro dias

em Loughborough. Cook acreditava que a maioria dos problemas sociais da

Inglaterra estava vinculados ao álcool. Ele acreditava que, se os trabalhadores que

não bebessem e tivessem educação, a situação mudaria. A viagem foi um sucesso e

garantiu a primeira viagem de muitas outras. No mesmo ano, ele funda a primeira

agência de viagens do mundo que passa a se chamar: Thomas Cook & Sons.

O sucesso de Cook estava no modo como ele lidava com os clientes. Ele

organizava as viagens com o transporte, sendo de trem ou navio, e hospedagem. A

18

grande demanda proporcionava a ele a garantia de bons preços tanto no setor

hoteleiro como nas empresas de transportes. A clientela, não mais composta apenas

de um público específico, diversificava-se, no entanto, ainda pouco aclimatada, mas

assegurando seu lugar nessa nova modalidade ali implementada.

De acordo com Swarbrooke e Horner (2002), no século XX, o turismo se

desenvolve mais fortemente com a Primeira Guerra Mundial. O auge dos cruzeiros

marítimos, na década de 20, alavanca o mercado turístico. O Sol passa a ser

propagandeado como atividade de lazer, e o bronzeado, assim, se transforma em

moda, passando a ser uma prática identificada aos ricos.

O turismo nos últimos anos vem se consolidando como a mais importante atividade economica do mundo, tornando-se um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de muitos países e provocando mudanças sociais, econômicas e culturais significativas em muitas sociedades (DIAS; CASSAR, 2005, p. 2).

De 1945 a 1990, período que inclui a Segunda Guerra Mundial (1939 -

1945), chamado por Barreto (1995), de Turismo Contemporâneo, inicia-se a era do

avião. O desenvolvimento no setor do turismo não pára. Surgem as operadoras de

turismo fazendo seus pacotes, cresce a quantidade de agências de viagens e das

companhias aéreas, dando, assim, continuidade a um desenvolvimento do

segmento que até os dias atuais só cresce.

Em 1980, inicia-se outra fase do turismo que Barreto (1995) denomina de

Era do Pós-Turismo. Ele salienta que a sociedade da contemporaneidade é

individualista e cética. Barreto salienta que a

sociedade do ceticismo, não acredita em nada que lhe possa ser prometido, só confia na experiência concreta. Os potenciais consumidores só acreditam naquilo que já viveram ou que, pelo menos, foi comprovado por uma pessoa de sua confiança. Isso coloca em xeque todos os sistemas de divulgação publicitária, pois há uma marcada preponderância da divulgação boca a boca para o sucesso de um empreendimento (BARRETO, 1995, p. 108).

Observa-se claramente, na citação acima, que a sociedade passa pelo

processo que se pode chamar de globalização, em que mudanças radicais

interferem, possibilitando, com efeito, novas oportunidades.

De acordo com Barreto (1995), o turismo ligado a tecnologia do pós-

turismo vive em um dilema contraditório. De um lado, contribui e facilita o trabalho

19

das companhias aéreas, das agências de viagens e o turismo como um todo, com

sistemas eficientes de informações rápidas e precisas, fazendo com que melhore e

se otimize o serviço prestado. Em contrapartida, a tecnologia afasta o trabalho de

um funcionário, pois estatraz o mundo para dentro de casa.

Seguindo o roteiro e, em acordo com Mota (2001), as previsões da

Organização Mundial de Turismo(OMT), prevê-se que, no século XXI, o turismo

alcance a posição mais importante na empregabilidade e geração de receita de

muitos dos países.

2.2 Os Tipos de Turismo

De acordo com Andrade (1998), as várias modalidades do turismo

possibilitam ao turista escolher o tipo de turismo que mais se adequa ao seu perfil.

Eis aqui algumas variantes: turismo de férias, turismo religioso, turismo cultural,

turismo desportivo, turismo de saúde e turismo de negócios.

O turismo de férias (Figura 1) é caracterizado por atividades de lazer e

sem a obrigação por trabalho. Geralmente, por período anual aos estudantes, e está

motivado pelo descanso para anulação da rotina diária aos trabalhadores, pois esse

tipo de turismo permite repor energias e aliviar a tensão. A cada dia mais, as

pessoas necessitam desse relaxamento e a correria de vida da modernidade

demanda mais esforço físico e mental.

Figura 1: Turismo de férias (lazer). Fonte: www.olx.com.br/

20

O turismo religioso (Figura 2) é praticado em lugares que denotam fé,

esperança, devoção e afeto às pessoas diretamente ligadas à religião. Cada um

com seu objetivo seja pagar promessa, romaria, dependendo do objetivo da religião

do indivíduo.

Figura 2: Romaria em adoração à estátua de Padre Cícero em Juazeiro do Norte. Fonte: www.territorioextremo.com.br

O turismo cultural (Figura 3) está direcionado ao turista que tem

curiosidade de explorar novos locais e culturas. Busca atividades científicas,

artísticas, conhecimento e informação. Seus objetivos básicos são aprender,

conhecer, pesquisar, fazer análises de fatos e dados. De acordo com o referido

autor, o turismo cultural diz que se caracteriza pelos costumes do próprio turista e

estende-se aos costumes e hábitos das novas convivências.

[...] que a motivação do turismo cultural depende mais dos turistas como elementos ativos do que da cultura dos receptivos que eles visitam, pois a simples oportunidade de constatação de realidades estranhas pode ser insuficiente para que eles se tornem, de fato, conhecidas (ANDRADE, 1998, p. 73).

O turismo de cultura se subdivide em turismo científico e turismo de

congresso. O primeiro está relacionado a viagens de estudos científicos, voltados

para a pesquisa. Neste caso, o lazer se torna algo secundário. O segundo é voltado

para pessoas que viajam por congressos, eventos, reuniões e outros encontros

ligados à religião, técnicos, científicos.

21

Figura 3: A cidade de Ouro Preto (MG). Fonte: www.brasil.gov.br

Chama-se turismo desportivo (Figura 4) o empreendimento em que as

pessoas são motivadas por eventos esportivos, podendo ou não estar participando.

São torneios, campeonatos, olimpíadas, jogos amistosos, jogos de mesa, asa-delta,

paraquedismo, rapel, marítimas de pesca, surfe, etc.

Figura 4: Tipo de turismo desportivo, a prática do rapel. Fonte: www.wikinoticia.com

Turismo de saúde está associado ao conjunto de ações turísticas que têm

o intuito de buscar o bem-estar, a tranquilidade ao corpo e a mente, com

funcionalidade de equilíbrio físico e psíquico, especificado na figura 5, que se

configura a massagem relaxante. Hoje, os jovens, um número significativo, se

preocupa mais com a saúde do que há algum tempo, quando apenas idosos e

enfermos demandavam maior parte da totalidade. Eles procuram locais para o lazer

22

voltado ao turismo de saúde, que pode também ser chamado de turismo terápico ou

turismo de tratamento.

Figura 5: Turismo de bem-estar. Fonte: http://viajamos.com.br/

O turismo de negócios, turismo técnico ou viagens de negócios (Figura 6)

se apresenta estabelecendo contato profissional, fechamento de convênios, venda e

compra de bens e serviços, fortalecimento da demanda, treinamento de novas

tecnologias agregando conhecimentos. Lucro e comercialização é foco desse tipo de

turismo, podendo ainda ser denominado de turismo de compras ou viagens de

compras.

Figura 6: Turismo de negócios. Fonte: http://www.osollo.com.br

23

Finalizando os tipos de turismo, iniciam-se as classificações das formas

de turismo.

2.3 As Formas de Turismo

O autor acima referido ainda classifica as formas de turismo que compõe

a estrutura organizacional, diante das diversas formas e modalidades que as

pessoas se expressam em várias situações. São eles aceitos pelos estudiosos e

psicólogos: turismo individual, turismo organizado, turismo social, turismo intensivo,

turismo extensivo e turismo itinerante.

Viagens são planejadas e executadas sem a intervenção de agências de

viagens ou qualquer outra empresa turística, levantando grupos ou não, dispondo da

organização informal com intuito de diminuir os custos e se favorecer do grupo

quanto às despesas. As viagens podem ser realizadas em qualquer transporte

coletivo ou particular. A responsabilidade, da programação e do grupo, reincide nos

organizadores ou em uma pessoa apenas. É esta forma que o autor denomina de

turismo individual.

O turismo organizado é aquele ordenado por agência de viagem ou

empresa de turismo que envolve grupos de pessoas. Trata-se de um contrato formal

em que a agência de viagem se responsabiliza por todas as programações, os

serviços, as formas de pagamento, os financiamentos. Essa forma de turismo passa

a ser a melhor opção para os turistas que não querem preocupações e

responsabilidades durante suas viagens, apesar de que preços mais altos não sejam

sinônimos de garantia de qualidade, mas são os que menos trazem transtornos

comparados ao turismo individual.

O turismo social é direcionado às camadas populares, pessoas que não

dispõem de condições financeiras e necessitam de custeio de terceiros para a

realização do turismo. Geralmente são excursões de colônias de férias para

associados, que se hospedam em albergues os quais funcionam com subsídios do

governo e fundos especiais.

Turismo intensivo é assim chamado as programações em que as pessoas

do grupo permanecem e hospedam-se em um único lugar, mesmo que realizem

passeios e excursões a outros lugares. Diminui as despesas de hospedagem e de

deslocamentos. Ele acontece muito no turismo organizado.

24

No turismo extensivo, os turistas hospedam-se e executam as

programações em um mesmo núcleo, com no mínimo três semanas. Não se admite

os passeios e excursões a outros lugares. Aplica-se essa forma de turismo no

turismo de saúde

Diferentemente do turismo extensivo e do intensivo, no turismo itinerante

visita-se o maior número possível de lugares, em uma mesma viagem, com duração

curta em cada local visitado. Ou seja, compõe-se de visitas em vários lugares.

Corresponde a forma mais desenvolvida por jovens que preferem mais agitação e

diferentes lugares e entretenimento.

Finalizada aqui as ordenações das formas de turismo, a seguir tem-se o

conceito do turista.

2.4 Turista

Para melhor entender o turista, Dias e Cassar conceituam-no e abrem

duas vertentes em sua definição:

Turistas – são todos aqueles visitantes que pernoitam em local diferente de seu local habitual e que permanecem mais de 24 horas ocupando um alojamento coletivo ou privado no lugar visitado. Excursionistas – são visitantes que não pernoitam no local visitado, permanecendo, portanto, menos de 24 horas – não ocupando consequentemente qualquer tipo de alojamento, seja coletivo ou privado (DIAS; CASSAR, 2005, p. 56).

Há certa carência de dados em que se possa descrever o comportamento

do turista. Swarbrooke e Horner (2002) afirmam não existir nenhuma prova desde

quando o turista existe, porém alguns historiadores acreditam que os primórdios dos

gregos e romanos já têm documentos suficientes em forma de relatos de viagens.

No entanto, nada definitivo.

Na verdade, definir mais profundamente o turista não é tarefa fácil, pois

ele viaja motivado e incentivado por diversas possibilidades, relacionando-se,

portanto, a fatores econômicos, psicológicos, culturais, sociais e políticos. Em

capítulos mais a frente, ir-se-á compreender este consumidor que viaja por vários

motivos e como ele cria expectativas a partir do que está comprando.

25

3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DO TURISMO E A DECISÃO DE

COMPRA

Neste capítulo, abordar-se-á a conduta do consumidor e quais as

influências que adquirem o poder de determinar a decisão do turista. Neste sentido,

têm-se as seguintes palavras de Middleton:

As influências internas ou psicológicas que afetam as escolhas individuais são conhecidas como motivações.Todos os gerentes de marketing precisam compreender o motivo pelo qual alguns produtos em particular são preferidos ou rejeitados, e um entendimento das motivações que afetam as escolhas será, em geral, mais importante do que medir os determinantes. Os gerentes de marketing esperam influenciar escolhas através de informações, marcas, promoções e outras decisões do mix de marketing (MIDDLETON, 2002, p. 75).

Middleton (2002) classifica os clientes e garante que eles se encontram

mais exigentes e que o mercado está tendo que atender na mesma proporção a

essas exigências. Nos tempos atuais, o usuário final é identificado com as seguintes

características: melhores condições financeiras; melhores níveis de escolaridade;

mais ligados e preocupados com a saúde, praticando atividades ativas; mais tempo

livre e férias; aposentadoria mais cedo; mais experientes em viagens, tanto a

negócios como a lazer; mais informados, devido à exposição da mídia, o acesso à

internet cada vez maior; heterogeneidade e individualismo da demanda e

expectativas; maior diversidade cultural entre as comunidades.

Desta forma, o consumidor passa a ser mais exigente e experiente,

consequentemente reclama mais pelo serviço não cumprido pelas empresas. Essa

conduta dos clientes explicaria as inovações nos hotéis por produtos com um

diferencial, como preocupações com a reciclagem dos funcionários no atendimento

aos hóspedes, por exemplo.

“A decisão de compra do consumidor turista é uma resposta para

satisfazeràs necessidades que se lhe apresentam” (MOTA, 2001, p. 84). A decisão

parte de um princípio que o motiva, seja por estresse, férias, fuga da rotina. Todos

esses critérios modificam o arranjo do mercado turístico.

Beni (2007) aponta dois tipos de decisões de compra: compra de rotina e

o extenso processo na decisão de compra. A compra de rotina acontece quando o

consumidor é movido por impulso e acaba comprando produtos de fácil acesso.

Nessa categoria, são as atitudes precipitadas. O marketing influi positivamente na

26

decisão de compra, através de seus instrumentos para alcançar seu maior objetivo:

atingir o consumidor através de propagandas, promoções e distribuição. Já o

extenso processo na decisão são aquele que demoram mais pra se decidir,

pesquisam mais, extrai maiores informações possíveis, avaliando todas as

possibilidades.

A globalização, tão presente na vida do usuário com a tecnologia da

informatização que encurta o caminho entre operadoras, agências e consumidor,

revela a todo instante a reação da demanda turística, que pode ser observada de

maneira clara hoje, como: promoções de passagens aéreas e pacotes das

operadoras; motivações de viagens; novos destinos de diversos países. “O

consumidor de hoje não será o cliente de ontem” (BENI, 2007, p. 241). Ele acredita

que esse consumidor sempre irá buscar melhor qualidade e não apenas o preço

barato como antes, irá exigir mais e irá reclamar do que não lhe satisfez ou que não

foi cumprido conforme o combinado.

Diante das inúmeras hipóteses que já foram citadas para a decisão de

compra do turista, não se poderia deixar de comentar o posicionamento no que diz

respeito ao lugar. Qual o perfil desse consumidor quanto à geografia?

Plog apud Beni (2007) responde com precisão a esta interrogação

qualificando o turista em grupos. De um lado, os psicocêntricos, e do outro, os

alocêntricos. Estes dois grupos se subdividem em semi-alocêntrico,

semipsicocêntrico e mesocêntrico. Os psicocêntricos são os lugares procurados por

quem quer relaxar. Os turistas alocêntricos buscam novas experiências, áreas novas

e pouco procuradas, lugar com atividades e recreação, garantindo-lhes liberdade.

Os semi-alocêntricos são aqueles que descobrem e vão abrindo caminho para

àquelas áreas ainda pouco visitadas e noticia aos seus amigos. Os

semipsicocêntricos, parecendo com os psiscocêntricos, gostam de lugares que

começam a ser visitados, pouco conhecidos, mas que poderiam vir a ter potencial

turístico, litoral e montanhas que ainda não há tanta visibilidade turística. Já os

mesocêntricos preferem locais onde se concentram o turismo de massa, naquelas

áreas destinadas para passar férias e que já são tradicionais no turismo.

3.1 O Perfil do Consumidor

27

Os clientes estão mais exigentes por serviços, de acordo com Middleton

(2002). Em sua caracterização, os principais motivos para essa afirmação: motivos

de trabalho e negócios, físicos e psiológicos; busca por descanso e fuga do

cotidiano; motivos educacional (cultural, psicológica, pessoal), socias, interpessoais,

étnicos e religioso; motivos de diversão, prazer, passatempo.

Middleton (2002) classifica os grupos de acordo com seu comportamento

e tipo socio-econômico no momento da compra: os grupos orientados ao sustento,

os voltados para a aparência e os voltados ao autoconhecimento.

Os grupos orientados ao sustento estão relacionados àquele indivíduo

com poder econômico mais baixo, de todas as idades, e que está condicionado às

necessidades de segurança de acordo com a hierarquia de Maslow (Figura 7) –

segurança de corpo, do emprego, de recursos, da moralidade, da saúde, da

propriedade, vivendo com instabilidade.

Figura 7: Pirâmide de Maslow Fonte: Blog de Silvio Meira - http://terramagazine.terra.com.br/silviomeira/blog/

Os grupos voltados para a aparência são aqueles grupos com maior

poder aquisitivo, maiores níveis de escolaridade, ambiciosos, e que estão

preocupados com status quanto à impressão que causarão para os outros e, ainda,

com relação às suas posses e às férias que tiram. São motivados e persuadidos

pela propaganda e a moda.

Os grupos voltados para o autoconhecimento são compreendidos por

aqueles que, no momento da compra, são movidos pela sua autoconfiança e

maturidade. Buscam qualidade de vida e contato com o meio ambiente.

28

Essa classificação explica como o mercado está segmentado,

evidenciando, pois, a diversidade dos clientes, suas exigências e como se modificam

com o passar dos anos. Pessoas de classe social mais baixa e pessoas inseguras

com seus empregos e ganhando pouco entram nos índices de turistas. O segundo

grupo manifesta sua satisfação e realização através do status, ou seja,de como será

visto perante a sociedade.

3.2 Motivações Psicológicas no Turismo

A motivação pode ser definida como:

[...] forças que se manifestam em resultado de uma necessidade não satisfeita e que induzem condutas ou comportamentos das pessoas que buscam assim sua satisfação. Portanto, a base das motivações são as necessidades que devem atingir um nível de intensidade alto para induzir a pessoa a agir (DIAS, 2005, p. 57).

Já Silva (2004) abre outra vertente para complementar o significado de

motivação: “Estar motivado é o mesmo que estar com vontade, ter garra, ter prazer,

força” (SILVA, 2004, p. 1). Complementa o referido autor que “os ‘motivos’ são

responsáveis pelos impulsos à ‘ação’... A ação dirige-se para objetivos que

satisfazem aos motivos” (SILVA, 2004, p. 2).

No ramo da psicologia da personalidade, Gade (1998) aponta a

classificação das teorias da motivação, mais especificamente: homeostase,

incentivos, cognitivos, humanista. Homeostase seria a busca por uma condição

estável e equilibrada. Incentivos é a busca por prazer e supressão da dor e do

negativismo. Cognitivo procura informações e conhecimento do que não foi

suficientemente percebido ou conceituado. Humanista busca a realização pessoal e

autonomia.

No estudo do marketing, Gade (1998) classifica os motivos que

influenciam o consumidor a comprar:

A motivação também tem sido estudada em marketing e em relação ao consumo, e aqui os motivos têm sido divididos em primários e seletivos, racionais e emocionais, de fidelidade, conscientes e inconscientes. Os primários ligados às necessidades primárias, os seletivos, à escolha, os racionais, a uma ponderação objetiva sobre o objeto de consumo, ao

29

contrário dos emocionais, nos quais pesariam mais fatores subjetivos, como

gosto. Os motivos conscientes seriam aqueles sabidos em nível consciente, os inconscientes, o objeto de muita pesquisa, aqueles que nos fazem comprar ou rejeitar determinados produtos por associações inconscientes (GADE, 1998, p. 122)

O impulso pelo novo está inconscientemente no instinto humano, citado

por Mira y López apud Beni (2007); pode-se afirmar haver, em todos os tempos da

humanidade, uma vontade de sair do seu local de residência, curiosidade em

conhecer o novo, novas paisagens, o desejo de estar em outro lugar.

Possuidor de desejos, dotado de vontade livre e com possibilidades de satisfazer suas curiosidades e necessidades naturais, o homem sempre procura responder às estimulações e às motivações externas que o convidam ou impelem a ações diversas daquelas nas quais se empenha, de modo costumeiro ou quase permanente (ANDRADE, 1998, p. 87)

Andrade (1998) acredita que o homem carrega um grande “fardo em suas

costas”, desta forma esse desgaste humano leva o indivíduo a buscar refúgio para

suas aspirações, entre elas, o lazer e o turismo, sendo as principais motivações:

desejo de evasão, necessidade de evasão, espírito de aventura, aquisição de status,

necessidade de tranquilidade, necessidade cultural, necessidade de compra. O

desejo de evasão é uma maneira que o indivíduo possui para se desprender do

recinto em que vive pelo menos temporariamente. A necessidade de evasão

acontece justamente quando ela sente a vontade de sair do seu lugar de residência,

de mudar de ambiente e suas relações sociais. O espírito de aventura acontece sob

o psicológico das pessoas, que buscam algo que fuja da sua rotina aprisionada do

dia, algo que lhes transmita liberdade. Aquisição de status advém da necessidade

das pessoas em se promover na sociedade causando uma impressão de privilégio

pessoal e avanço social. A necessidade de tranquilidade está diretamente

relacionada ao turismo, pois viajar condiciona ao espírito o bem-estar e a

serenidade. A dinâmica do homem que, consciente ou inconscientemente, busca

novas experiências, novos conhecimentos, novos ambientes e novas culturas

chama-se de motivação cultural. A motivação comercial está relacionada ao desejo

das pessoas em adquirir mais e melhores bens, e esse é o principal motivo que

movem as pessoas a viajar.

3.3 Expectativas e Satisfação da Compra

30

Segundo Middleton (2002, p. 86), deve-se entender que, “se o produto for

altamente satisfatório, a probabilidade de a compra se repetir será alta, assim como

a da propaganda boca a boca, e o cliente terá ‘aprendido’ que a satisfação está

associada àquele produto”.

O autor ainda adianta que, se o oposto acontecer, ou seja, se o cliente

não foi satisfeito no serviço que lhe foi prestado, ele apenas não voltará àquele lugar

e ainda fará uma imagem negativa em seu círculo de convívio.

Um exemplo hipotético que caracteriza o que autor diz: uma agência de

turismo ao vender um pacote completo, que inclui aéreo, hospedagem, traslados e

passeios. A agência garante que tudo o que cliente compra está em perfeita

harmonia e que tudo ocorrerá em conformidade com o esperado, do começo ao fim

da viagem. Ao chegar ao hotel, a recepcionista lhe informa que não há mais o quarto

luxo disponível, a unidade habitacional de sua escolha, tendo, portanto, de

acomodá-lo em um inferior. Conclusão deste episódio: turista desapontado e

desconfiado com o serviço da agência e do hotel, a certeza de que ele não voltará

nem ao hotel nem à agência. A viagem que deveria ser o relaxamento das férias

acaba sendo um tormento pela má qualidade no serviço.

Segundo Beni (2007), na compra de um serviço turístico, a satisfação do

comprador é mais difícil de se medir, pois ele cria expectativas, fantasia e obtém

experiência na sua viagem, desta forma quem compra pensa com bastante calma. O

consumidor reflete bastante antes, pois não existe retorno palpável nesse tipo de

negócio.

O próximo capítulo exporá um estudo de caso com consumidores que

responderam a várias questões.

31

4 ESTUDO DE CASO

4.1 Objetivos da Pesquisa

A fim de maior valorização deste trabalho, foi feita uma pesquisa com

questionário próprio com testemunhas consumidoras. Foi escolhido um grupo

aleatoriamente. O objetivo do questionário tem como intuito melhor compreender o

quanto o marketing pode influenciar no cotidiano das pessoas e o comportamento

das pessoas diante do consumo, revelando fatores psicológicos e motivacionais.

Os objetivos mais específicos da pesquisa é identificar a conduta, tanto

do consumidor comum, quanto do consumidor do turismo em suas inúmeras

vertentes. Entre elas apontam-se:

Os motivos de suas viagens frequentes;

O marketing como impulsionador dessas viagens, ou seja, o peso que

os instrumentos de marketing ocasionam nas pessoas incentivando em suas

compras;

A importância do bom atendimento para satisfação do consumidor no

momento da compra;

O valor aproximado que cada um disponibiliza em viagens e os gastos

em cada serviço;

As experiências e possibilidades de retorno ao local visitado;

As facilidades de pontos de venda seja esse físico ou virtual, que o

turista encontra atualmente para se deslocar.

4.2 Coleta de Dados da Pesquisa

A pesquisa foi realizada através de questionário, com perguntas objetivas

e subjetivas, em que 38 pessoas expuseram suas opiniões. A seguir os resultados

obtidos.

Primeiramente, como mostra o gráfico 1, pergunta-se o sexo dos

entrevistados, sendo o número de homens maior que o número de mulheres. Do

sexo masculino somam-se 24 e do sexo feminino, 14 pessoas.

32

Gráfico 1: Sexo dos colaboradores.

O gráfico 2 nos informa a idade dos entrevistados. Este revela que a

maioria, com 79%, está na faixa etária de 20 a 30 anos, que valida 30 pessoas. O

restante, representando 11%, de 31 anos a 45, 4 pessoas; 8%, acima de 45 anos, 3

pessoas; e 3%, menor de 20 anos, apenas 1 respondente.

Gráfico 2: Idade dos colaboradores

.

Revela-se, no gráfico 3, maior parte dos entrevistados por solteiros com

76%, liderando com 29 pessoas. Não há viúvos(as) e divorciado(as), somente

casados (as), que identifica por 9 colaboradores.

33

Gráfico 3: Estado civil dos colaborades

Logo mais abaixo, o gráfico 4 exibe a faixa de salários dos entrevistados,

quando se pode observar a heterogeneidade do grupo. 39% dos entrevistados

ganham de 1 a 3 salários; 32%, acima de 5 salários; 16% dos entrevistados,

recebem de 3 a 5 salários, contendo 6 pessoas; e 5 pessoas, ganham até um

salário, que corresponde a 13% do total.

Gráfico 4: Faixa de salário mensal dos colaboradores

O motivo das viagens mais frequentes é exibido no gráfico 5. Com 79%,

maior parte dos colaboradores viaja por lazer; os 11% correspondem: a 1 pessoa,

que respondeu lazer e eventos; 1, prefere eventos religiosos; outra respondeu visitar

familiares; e por útimo, lazer e visitas a familiares. Os 5% revelam 2 pessoas que

viajam com mais frequência para visitar eventos em geral; 3%, motivados pela

cultura de um lugar; e por fim, 3%, também apenas 1, que respondeu que viaja a

trabalho.

34

Gráfico 5: Motivo de Viagem

Sobre o gráfico 6, os respondentes tinham que responder sobre o que lhe

motiva a comprar uma viagem de férias. Das respostas abaixo, nota-se que 39%,

composto por 15 pessoas, são motivados por conhecer locais novos; enquanto que

32%, com 12 pessoas, compram por curiosidade em um determinado lugar; 24%, de

9 pessoas, afirmam que o que impulsiona as compra de viagens é o cansaço da

rotina; 3%, disseram visitar parentes e, finalmente, 3%, ou seja, 1 respondeu que

todas as opções lhe motivam a viajar.

Gráfico 6: Motivação de Viagens

O gráfico 7 fornece dados que explica os motivos principais na escolha do

local de visitação dos consumidores. Estes, por sua vez, revelaram que o interesse

no lugar se sobressai com percentual considerável, com 71%, o que representa 27

pessoas; sendo 21%, tomada por 8 pessoas, revelam que, para a escolha do

destino, o que prevalece são as experiências de amigos; 5% diz que propagandas

35

de TV e internet pesam nessa decisão, com apenas 2 pessoas; e finalmente, 3%

com apenas 1 pessoa da população consumidora, disse que escolhe o lugar a partir

da beleza. Eventos não foi cotado na pesquisa como incentivador.

Gráfico 7: Quesito primordial para escolha do destino

O gráfico 8 responde a pergunta em relação ao grau de satisfação do

cliente no momento da compra da sua viagem, como ele acha que deve ser a

conduta do vendedor. 66% responderam que o vendedor deve se dedicar totalmente

ao cliente; 18% defende que o importante é ele oferecer preços bons e sem se

estender muito nas conversas; 11% são mais objetivos, escolhem seu destino,

compram e vão embora; 5%, com apenas 2 pessoas, disseram que esse vendedor

deve lhe ajudar na escolha de viagem.

36

Gráfico 8: Postura do Vendedor

Aquele que chega solicita o pacote, fecha e você vai embora. 4 11%

Aquele em que o vendedor lhe ajuda a escolher o seu destino turístico, afinal você tinha dúvida

para onde iria. 2 5%

Aquele em que o vendedor lhe fornece os preços mais baratos, que não fala muito e você fecha logo

o pacote sem mais conversas. 7 18%

Aquele em que o vendedor lhe liga lhe informando os lançamentos das promoções; ao chegar você é

muito bem recebidoele lhe escuta procurando lhe ajudar na escolha, em caso de dúvidas; passa todas

as informações pertinentes para sua estada; agradece sua presença e sua preferência. 25 66%

No gráfico 9 encontram-se as respostas quando foi perguntado a

importância do bom atendimento do vendedor para com o cliente, desde a compra

(podendo ser uma agência de viagens) até o fim da sua viagem. Como mostra no

gráfico, há relevância em que um vendedor apresenta dentro de uma empresa

quanto ao seu atendimento. As respostas revelaram, como maioria (61%), fazer uma

imagem ruim da empresa; apenas 4 pessoas (11%) disseram ser imprescindível o

bom atendimento, mas não fariam imagem ruim; 18% responderam ser

indispensável o atendimento ao cliente, sendo este merecedor de bom tratamento;

outra parcela de 4 respondentes, 11%, mostrou que, para eles, não precisa ser bem

tratado, o mais importante é oferecer bons preços.

37

Gráfico 9: Atendimento ao cliente

As respostas do gráfico 10 mostram se o consumidor já comprou algo que

não precisava em um determinado momento só porque foi conquistado pela mídia

(TV ou internet). As respostas estão bem divididas: 53% responderam que nunca

comprou nessas condições, com 20 dos questionados, contra 18 pessoas, 47%, que

assumem já terem comprado algo que não precisava somente pela boa propaganda.

Gráfico 10: Compra influenciado por TV e/ou internet

Pergunta-se o quanto as experiências e os relatos dos amigos que já

visitaram um determinado lugar lhe influenciaria na decisão de escolha na

destinação. Como se pode observar no gráfico 11, é uma boa ferrramenta de

marketing, em que 63% das pessoas responderam muito; 26%, que são 10 pessoas,

moderado; 8%, não são influenciados por amigos; e 3% é pouco influenciado.

38

Gráfico 11: Influência na decisão do destino através de relatos de amigos

e/ou parentes.

O gráfico 12 apresenta as respostas a questão de a rotina motivar as

pessoas a viajarem. Nota-se que o cotidiano das pessoas lidera em termos

motivacionais, em que a maior parte, com 28 pessoas, respondeu que sim, a rotina

os motivam a viajar, contra 10 pessoas, que disseram que a vida cotidiana não os

motiva.

Gráfico 12: A rotina como motivadora de viagens

Na pergunta sobre como o consumidor prefere comprar para a realização

de sua viagem, o gráfico 13 revela as seguintes respostas: 71% preferem a

elaboração de seu próprio roteiro, ou seja, declarando a independência que os

usuários adquiriram das agências de viagens, que se encontra com apenas 11%, 4

pessoas; 8% adorariam roteiro de amigos; 5% preferem compra coletiva e internet, o

que significa que as pessoas procuram preços baixos; ainda com 5%, comprariam

separadamente cada serviço.

39

Gráfico 13: Realização de viagem

.

Os gráficos 14 ao 17 apresentam as respostas à questão do valor em

percentual do salário dos turistas gasto em suas viagens de férias nos diferentes

serviços: compras, hospedagem, passeios, restaurante (alimentação), transporte.

O gráfico 14 mostra os gastos com compras. 47% dos colaboradores

gastariam até em uma faixa de 10 a 20%; outra parte (29%) gastaria entre 20 e 30%

da sua renda; 11% gastam mais de 40%; já 8% se encontram na faixa de 0 a 10%; e

apenas 5% disse que poderia gastar de 30 a 40% da sua renda em compras.

Gráfico 14: Gasto em compras nas viagens

O custo com hospedagem, como demostra o gráfico 15, aponta: 20

pessoas, que representa 53%, pagam com meios de hospedagem em uma escala

de 10 a 20% da renda mensal total; 9 pessoas responderam que gastariam no

intervalo de 20 a 30%; em outra divisão encontra-se 5 pessoas que podem gastar

entre 30 a 40%, que somou 13% dos entrevistados; enquanto 2 pessoas disseram

40

que só disponibilizariam de 0 a 10%, e outras 2 ofertaria mais 40% da sua renda

mensal em hospedagem.

Gráfico 15: Gasto em hospedagem nas viagens

Já com relação aos passeios da localidade visitada aponta na pesquisa

que a faixa entre 10 a 20% representa 14 pessoas; 32% marcaram a opção 20 a

30%; 18% dariam de 30 a 40%; 11% chegam a fornecer mais de 40%; e por fim, 1

pessoa somente respondeu de 0 a 10% para custear seus passeios.

Gráfico 16: Gasto em passeios nas viagens

O gráfico 17 aponta que as pessoas como maioria considerável gastaria

de 10 a 20% em alimentação (61%); 9 pessoas gastariam de 20 a 30%; o restante

representa 5% cada faixa, de 0 a 10%, de 30 a 40%, e acima de 40%.

41

Gráfico 17: Gasto em alimentação nas viagens

Por último o gráfico 18 mostra que 23 pessoas pagariam com transporte,

sendo ele aéreo, rodoviário, ferroviário ou marinho, de 10 a 20%; 18% dos

respondentes, de 20 a 30%; 8% nos dois intervalos, de 0-10% e 30-40%; e 5%, mais

de 40%.

Gráfico 18: Gasto em transportes nas viagens

Das perguntas subjetivas, como a ocupação principal dos colaboradores,

tem-se um público bem diversificado: agente de portaria, agente de viagens,

autônomo, assistente social, advogado, aponsentada, bombeiro, cientista da

computação, desenvolvedor de software, estagiária, engenheiro de software,

funcionário público, dona de casa, programador (5), desenvolvedor (4), estudante

(9), assistente de informática, cientista da computação, comerciante, promotora de

eventos, estagiária, consultor e perito, estagiária de cartório.

42

Em outra, pergunta-se sobre qual foi a melhor viagem realizada. Das

respostas, temos: Recife, Gramado, Orlando (EUA), Canoa Quebrada,

Guaramiranga, Brasília, São Paulo (5), Rio de Janeiro (2), Nova York (2), Salvador,

Disney, Gramado e Canela, Petrópolis, Serras Gaúchas (4), Gramado (3), Salvador,

Jericoacoara, Ubajara, Peru, Porto Alegre e Serras Gaúchas, Ipueiras-Ce, Fortaleza

(2), Amsterdã, Nordeste, Foz do Iguaçu; apenas 1 respondeu teve nenhuma viagem

a ser considerada.

Foi perguntando se o turista retornaria ao destino das respotas acima

citadas. Todos os colaboradores que viajaram disseram que retornariam, cada uma

com suas justificativas distintas. Apenas um respondeu que não viajou.

4.3 Análises de Dados da Pesquisa

Através desta pesquisa foi possível tirar algumas conclusões. É

importante entender que uma população de 38 pessoas não permitirá uma

observação precisa, pois seria necessário um número maior de consumidores para

obter melhores resultados. No entanto, esta pesquisa possibilitará uma visão,

mesma que pequena, de como se encontra o consumidor e o consumidor do turismo

nos dias atuais.

A maior parte da pesquisa é representada por população de jovens,

solteiros (as), com renda salarial bem dividida. Desta forma um grupo bem

heterogêneo possibilita maior observação dos consumidores em geral. As pessoas

viajam a lazer, e os motivos principais são conhecer novos lugares e curiosidade nos

destinos. Como principal motivador da escolha dos destinos, seria o interesse no

lugar, porém têm-se influências externas, como as experiências de amigos, que, de

acordo com o estudo, revelaram ser muito influenciados por tais. Agregando uma

ferramenta fundamental ao marketing. Entretanto ao perguntar se a rotina de vida

motivava a viajar, 74% disseram que sim, demonstrando que as pessoas encontram-

se mais cansadas da vida que levam e procuram viajar para relaxar e recompor as

energias, aqui acontece à necessidade de tranquilidade e a necessidade de evasão

definida no capítulo 3. No gráfico 6, mostrou que os colaboradores viajam, por

maioria, para conhecer novos lugares, com 39%, e 32%, responderam que viajam

motivados por curiosidade no lugar, sendo eles classificados como alocêntricos, ou

seja, preferem novas áreas e novas experiências.

43

Os consumidores responderam perguntas sobre o atendimento do

vendedor e sobre a satisfação dos clientes em uma agência de viagens. Conclusão

que se obteve é que esse cliente deve ser bem tratado; para isso ele deve ser

informado de promoções pelo vendedor, ser atendido com exclusividade e com

bastante atenção, tirando possíveis dúvidas. Caso não aconteça desta forma, a

grande maioria revelou fazer uma propaganda ruim da empresa, porque acreditam

ser fundamental um bom atendimento.

Ao perguntar a população se já haviam comprado algo visto nas mídias, a

maioria respondeu que não, no entanto não se desconsidera que uma parcela de

47% respondeu que sim. Isso quer dizer que as propagandas atingem grande parte

dos consumidores influenciando na decisão de compra e destinação dos usuários

finais. Na realização das viagens de férias, a maior parte respondeu preferir elaborar

sozinho seu roteiro, descartando-se as agências de viagens como prioridade, que

ficou apenas em 2º lugar, com 11% apenas, revelando a independência do

comprador em relação às agências. Apesar de elas oferecerem maior segurança,

não se encontra em primeiro lugar na pesquisa.

Na questão sobre o quanto as pessoas gastariam nas suas viagens nos

diversos serviços (transportes, hospedagem, compras, passeios e alimentação), a

grande massa respondeu que gastaria de 10 a 20%.

44

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto neste trabalho e da pesquisa elaborada, fica

evidentemente comprovada à importância de estudar o consumidor do turismo,

havendo a reciclagem desse estudo constantemente, pois a cada dia ele se torna

mais exigente quanto ao mercado, e este precisa estar preparado para essas

transformações. Eles se encontram nesse patamar porque são mais bem

informados, possuem mais contato com outras culturas, dispõem de mais tempo

livre, entre outros citados pelos autores estudados. As empresas devem contar com

o diferencial nos diversos segmentos para agradar e atrair os usuários potenciais e

garantir a fidelização, garantindo que ele está satisfeito com o serviço prestado e

com o produto ou serviço que ele comprou, e, principalmente, se é de qualidade e

que lhe dará segurança, não causando maiores problemas.

Ao mesmo tempo em que se tornou mais exigente nos serviços, ele passa

a reclamar mais e assegurar seu conforto. Desta maneira, o mercado deve

acompanhar esse acelerado ritmo. Ao passo que deve ser pertinente, o bom

atendimento, como foi explanado ao longo do trabalho, é um mecanismo essencial.

Entendeu-se a que esse atendimento é de suma importância, pois o

cliente é a razão de ser e existir de qualquer serviço ou produto ofertado no

mercado, e quando ele é bem acolhido e atendido, ele fará propaganda positiva, da

mesma forma acontece o oposto quando ele não é bem atendido.

Foi possível entender melhor as necessidades e os motivos de viagens

que foram apontados tais como econômicos, psicológicos, culturais, sociais. O

indivíduo procura em sua viagem se desprender de seu local de residência como

refúgio da rotina, entrando nas motivações psicológicas como necessidade de

evasão. Tal fato justifica com o questionário ao perguntar se a rotina os motivavam a

viajar. As pessoas são mais exigidas em seus trabalhos carregando maiores

responsabilidades.

As motivações externas, como os instrumentos do marketing,

inconscientemente agem influenciando na decisão de compra e na escolha de

destinação. Sendo o marketing uma ferramenta potencial, este deve estar atento à

segmentação do mercado e seguir conforme suas mudanças e pretensões.

Ficando compreendidos os fatores que impulsionam na decisão de

compra, sendo eles, cultural, social, pessoal e psicológico. Cada fator explica o

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indivíduo de acordo com seus hábitos, costumes, ideologia, sexo, idade, estilo de

vida, condições financeiras, a aceitação e imposição da sociedade, as atitudes, a

percepção e motivações.

A tecnologia ajudou a tornar o consumidor final mais independente,

devido às facilidades das mídias possibilitarem a compra sem sair de casa. O

usuário final fica mais próximo do produto com facilidade na execução da compra,

atrelando o serviço final diretamente ao consumidor final e inibindo a intervenção de

operadoras e agências de turismo.

A pesquisa com questionário proporcionou uma visão geral e bem

atualizada do mercado consumidor, contribuindo para enriquecimento dos

conhecimentos e possibilitando análises e conclusões favoráveis. Admitindo-se

compreender e entender os motivos de viagens dos turistas e criando classificações

de modo contextualizado. Viabilizou a compreensão das ferramentas do marketing

como impulsionador de compra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, José V. Turismo: Fundamentos e dimensões. São Paulo: Ática, 1998.

BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas-SP: Papirus, 1995. BENI, Mário C. Análise estrutural do turismo. São Paulo: Senac São Paulo, 2007. COBRA, Marcos. Marketing de Turismo. São Paulo: Cobra, 2005. DE LA TORRE, Óscar. El Turismo, Fenômeno Social. México: Fondo Cultura Económica, 1992. DIAS, Reinaldo; CASSAR, Maurício. Fundamentos do Marketing Turístico. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. DIAS, Reinaldo. Introdução ao Turismo. São Paulo: Atlas, 2005. GADE, Christiane. Psicologia do Consumidor e da Propaganda. São Paulo: EPU, 1998. MIDDLETON, Victor. T. C com Jackie Clarke. Marketing de turismo: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. MOTA, Keila C. N. Marketing Turístico: promovendo uma atividade sazonal. São Paulo: Atlas, 2001.

PALHARES, Guilherme Lohmann. Transportes Turísticos. São Paulo: Aleph, 2002.

SAMARA, Beatriz. S.; BARROS, José C. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

SILVA, Fernando Brasil). A psicologia dos serviços em turismo e hotelaria: entender o cliente e atender com eficácia. São Paulo: Pioneira Thomson, 2004. SWARBROOKE, John.; HORNER, Susan. O comportamento do Consumidor no Turismo. São Paulo: Aleph, 2002.

APÊNDICE

Questionário ao consumidor

1. Sexo:

a. ( ) Masculino

b. ( ) Feminino

2. Idade:

a. ( ) Menor de 20 anos;

b. ( ) 20 a 30 anos;

c. ( ) 31 a 45 anos;

d. ( ) Acima de 45 anos.

3. Estado civil:

a. ( ) Solteiro(a);

b. ( ) Casado(a);

c. ( ) Divorciado(a);

d. ( ) Viúvo(a).

4. Renda mensal:

a) ( ) Até um salário;

b) ( ) De 1 a 3 salários;

c) ( ) 3 a 5 salários;

d) ( ) Acima de 5 salários.

5. Grau de Escolaridade / Formação:

a) ( )Fundamental completo

b) ( )Ensino Médio incompleto

c) ( ) Ensino Médio completo

d) ( ) Superior incompleto

e) ( ) Superior completo

f) ( ) Pós-graduado

g) ( ) Doutorado

6. Qual é o quesito primordial na sua escolha de destino turístico?

a) ( ) Propaganda TV e Internet

b) ( ) Amigos

c) ( ) Interesse no Lugar

d) ( ) Eventos

e) ( ) Outros.

7. Caso sua compra seja feita em uma agência de viagens, você acha importante o

bom atendimento ao cliente em todo o seu percurso, desde a compra da sua

viagem até o seu retorno?

a) ( ) Sim, se eu não for bem tratado(a) na agência, não compro e ainda faço

uma péssima imagem.

b) ( ) Sim, o bom atendimento é imprescindível, mas não faria imagem ruim da

agência.

c) ( ) Sim, indispensável. Toda cliente deve ser bem tratado.

d) ( ) Não acho tão importante, afinal, o que importa são as minhas férias.

e) ( ) Não, não converso muito com vendedor, o importante é que ele me

forneça o melhor preço, ou seja, o que pedi.

8. Para você, como deve se portar um bom vendedor para que você se sinta

satisfeito com o atendimento?

a) ( ) Aquele que chega solicita o pacote, fecha e você vai embora.

b) ( ) Aquele em que o vendedor lhe ajuda a escolher o seu destino turístico,

afinal você tinha dúvida para onde iria.

c) ( ) Aquele em que o vendedor lhe fornece os preços mais baratos, que não

fala muito e você fecha logo o pacote sem mais conversas.

d) ( ) Aquele em que o vendedor lhe liga lhe informando os lançamentos das

promoções; ao chegar você é muito bem recebido; ele lhe escuta procurando lhe

ajudar na escolha, em caso de dúvidas; passa todas as informações pertinentes

para sua estada; agradece sua presença e sua preferência.

9. O quanto as diferentes mídias podem influenciar na sua decisão de compra?

a) ( ) Pouco;

b) ( ) Moderado;

c) ( ) Muito;

d) ( ) Não Influencia.

10. O quanto às experiências/relatos de amigos ou parentes com relação à

visitação de um destino lhe influenciaria na sua decisão de compra?

a) ( ) Pouco;

b) ( ) Moderado;

c) ( ) Muito;

d) ( ) Não Influencia.

11. Você já comprou algo só porque viu na TV ou na internet e depois notou que

não estava precisando daquele produto/serviço que adquiriu?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

12. A rotina diária lhe estimula a viajar?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

13. Qual o motivo de suas viagens?

a) ( ) Lazer

b) ( ) Cultura

c) ( ) Trabalho

d) ( ) Eventos

e) ( ) Outros

14. Qual o percentual de seu salário, você disponibilizaria para sua viagem de

férias em todos os serviços:

Valor em Percentual %

a) Transporte De 0 a 10% () De 10 a 20% ( ) De 20 a 30% ( ) 30 a 40% ( )

b) Hospedagem De 0 a 10% () De 10 a 20% ( ) De 20 a 30% ( ) 30 a 40% ( )

c) Passeios De 0 a 10% ( ) De 10 a 20% ( ) De 20 a 30% ( ) 30 a 40% ( )

d) Compras De 0 a 10% () De 10 a 20% ( ) De 20 a 30% ( ) 30 a 40% ( )

e) Alimentação De 0 a 10% () De 10 a 20% ( ) De 20 a 30% ( ) 30 a 40% ( )

15. Para efeito de viagens, como prefere comprar para realizá-la?

a) ( ) Elaboração de roteiro próprio.

b) ( ) Adoção de roteiro de amigos.

c) ( ) Pacote elaborado por agência de viagens.

d) ( ) Pacote de compra coletiva e/ou internet.

e) ( )Pacote avulso (comprando separadamente cada serviço pela internet).

f) ( ) Outros

16. O que lhe motiva a comprar uma viagem de férias?

a) ( ) O cansaço da rotina diária

b) ( ) Curiosidade de um determinado lugar

c) ( ) Status

d) ( ) Conhecer novos lugares

e) ( ) Visitar parentes

f) ( ) Outros

17. Para onde foi sua melhor viagem?

18. Você retornaria novamente a este lugar? Justifique sua resposta