Rima Sao Carlos Parte 2

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4.

DIAGNSTICO AMBIENTALO diagnstico ambiental, da rea de influncia do empreendimento proposto visa

subsidiar eventuais medidas mitigadoras a serem realizadas antes e durante a fase de operao do empreendimento.

4.1

REAS DE INFLUNCIA

4.1.1

REA DIRETAMENTE AFETADA ADA rea destinada construo no novo aterro sanitrio de So Carlos ocupada

atualmente com o cultivo de cana-de-acar. Esta rea basicamente apresenta uma paisagem simplificada, com um ciclo vegetacional curto, ou seja, perodo entre o plantio e a colheita da cana-de-acar (Figuras 4.1 e 4.2).

Figura 4.1 - Foto da rea Diretamente Afetada (ADA) com cultura de cana-de-acar. (Imagens de Alexandre Uehara do Carmo maio de 2009).

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Figura 4.2 - Localizao da rea Diretamente Afetada (ADA), da rea de Influncia Direta (AID) e da rea de Influncia Indireta (AII), na sub-bacia hidrogrfica do Ribeiro do Monjolinho.

4.1.2

REA DE INFLUNCIA DIRETA AID A rea de Influncia Indireta foi delimitada a sub-bacia hidrogrfica do Ribeiro

do Monjolinho pertencente Bacia do Tiet/Jacar. Esta sub-bacia est localizada na regio centro-leste do Estado de So Paulo a aproximadamente 240 km da capital, entre os paralelos 21 57' e 22 06' de latitude sul e o meridianos 47 50'e 48 05'de longitude oeste (IBGE, 1971 citado por S,1992; DORNFELD, 2006). A sub-bacia hidrografica do Ribeiro do Monjolinho abrange uma rea de aproximadamente 275 Km2, sendo que a maior parte de sua rea est contida no municpio de So Carlos, fazendo divisa com Ibat e Ribeiro Bonito, dois municpios de pequeno porte, com populao respectivamente de 26.453 e 11.228 habitantes (CETESB, 2005) (Figura 4.2). Na rea da sub-bacia hidrogrfica do Ribeiro do Monjolinho observa-se a presena das formaes geolgicas, o Grupo So Bento (formao Pirambia, Botucatu e Serra Geral) e o Grupo Bauru (formao Marlia) (S, 1992).

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Os solos que constituem a bacia hidrogrfica do Ribeiro do Monjolinho so caracterizados em sete categorias: Latossolo Roxo, Latossolo Vermelho Escuro, Latossolo Vermelho Amarelo, Terra Roxa Estruturada, Areia Quartzosas Profundas, Solos Litlicos e Solos Hidromrficos (ESPINDOLA et al., 2000). Em relao aos aspectos climticos, o clima regional classificado como Cwb, segundo a sistemtica de Keppen, com estaes climticas bem definidas: uma seca (de abril a setembro) e outra chuvosa (de dezembro a fevereiro), o que caracteriza um ritmo climtico tipicamente tropical. O clima da regio Sudeste, onde se localiza a subbacia hidrogrfica do Ribeiro do Monjolinho, classificado, segundo NIMER (1972), como Tropical (pelo ritmo sazonal das precipitaes); Sub-quente (por apresentar temperatura media anual abaixo dos 22C e pelo menos um ms com temperatura media inferior a 18C) e mido (por ter uma curta e pouco sensvel estao seca no inverno). As mdias anuais de precipitao pluviomtrica variam entre 1200 e 1500 mm (DORNELLES, 2006). De acordo com Tolentino (1967) citado por S (1992), baseado em dados de 1939 a 1967, o clima foi classificado como intermedirio entre clima Subtropical mido e clima Tropical mido, Cwa e Aw, respectivamente, segundo a sistemtica de Keppen. O clima Subtropical mido seco no inverno e apresenta chuvas no vero, com precipitao mxima de vero maior ou igual a dez vezes a precipitao do ms mais seco (precipitao mnima), tendo pelo menos quatro meses com temperaturas mdias mensais maior que 10C, e a temperatura do ms mais quente e superior a 22C. O clima Tropical mido tem inverno seco (precipitao menor que 60 mm no ms), com temperatura mdia de todos os meses maior que 18C (ESALQ, 1976 citado por S,1992). A vegetao remanescente na sub-bacia hidrogrfica encontra-se espalhada pela rea, com concentrao no eixo leste-oeste da rea, nas vertentes do Ribeiro do Monjolinho e em suas proximidades. De acordo com S (1992) e Espindola et al. (2000) so encontradas as seguintes formaes: - Floresta Estacional Semidecidual Submontana (Mata) vegetao das escarpas do rio Monjolinho. Esta vegetao esta condicionada pela dupla estacionalidade climtica. E constituda por fanergamas com gema foliares protegidas da seca por escamas (catafilos ou pelos), tendo folhas adultas esclerofilas ou membranas deciduais.

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A espcie que foi predominante que a caracterizava e a Aspidosperma polyneura (peroba rosa). - Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (Mata ciliar) tambm reconhecida como mata de galeria ou mata ciliar. Caracteriza-se por uma formao florestal ribeirinha que ocupa as acumulaes fluviais quaternrias. Suas principais caractersticas florsticas variam de acordo com a posio geogrfica que ocupa a formao aluvial, apesar de as arvores caduciflias do gnero Erythrina demarcar tipicamente esta formao. Muitas reas de mata ciliar da bacia foram destrudas, apesar de protegidas por lei. - Savana Florestada (Cerrado) - subgrupo de formao com fisionomia tpica e caracterstica, restrita as reas arenticas lixiviadas com solos profundos, ocorrendo em um clima tropical eminentemente estacional. Apresenta sinsias lenhosas de micro e nanofanerfitos tortuosos com ramificao irregular, providos de macrfitos esclerfitos perenes ou semidecduos, ritidoma esfoliado corticoso rgido ou crtex maciamente suberoso, com rgos subterrneos de reserva ou xilopdio. Em sua composio florstica predominam: Caryocar brasiliensis (pequi), Salvertia convallariodora (paude-colher), Bowdichia virgilioides (sucupira-preta), Dinorphandra mollis (faveiro), Qualea parviflora ( pau-terra-de-foIhas-pequenas), Anadenanthera peregrina (angico-preto) e Kielmeyera coriacea (pau-santo). - Savana Arborizada (Cerrado) - subgrupo de formao ou antropizado que se caracterizam por apresentar fisionomia nanofanerfitica rala e hemicriptoftica graminide continua, sujeito ao fogo anual. Essas sinsias dominantes formam fisionomia raqutica em terrenos degradados. A composio florstica, apesar de semelhante a da Savana Florestada, possui ectipos dominantes que caracterizam os ambientes de acordo com o espao geogrfico. A espcie dominante a Stryphnodendron adstrigens (barbatimo). Quanto fauna, os resultados apresentados por Regalado et al. (2000) citado em Espindola et al. (2000) demonstram a existncia de 26 espcies de peixes, distribudas em 14 famlias e 5 ordens: Characiformes (11 espcies), Siluriformes (9 espcies), Perciformes (3 espcies), Atheriniformes (2 espcies) e Cypriniformes (1 espcie). Ocorre tambm citao de 4 espcies de anfbios e 9 espcies de rpteis. Quanto aos mamferos, as famlias mais representativas so: Muridae, Phyllostomidae e Vespertilionidae. Entre as aves as famlias mais ricas em espcies so: Tyrannidae, Emberezidaee e Trochilidae.

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Em relao ao uso e ocupao do solo, verifica-se que as atividades agrcolas sempre ocuparam um lugar de destaque na economia, participando ao longo dos anos de diversos ciclos econmicos que foram responsveis pela construo das paisagens regionais, gerando grandes impactos ambientais e modificando a estrutura natural existente (S, 1992; ESPINDOLA et al., 2000), alm de ampliao da rea urbana na poro superior da sub-bacia hidrogrfica (Figura 4.3).

Figura 4.3 - Foto da rea de Influncia Direta (AID) demonstrando a vegetao. (Imagens de Alexandre Uehara do Carmo maio de 2009).

4.1.3

REA DE INFLUNCIA INDIRETA AII A rea de Influncia Indireta foi delimitada inicialmente por um raio de 5 km

em torno da ADA, e aferida a partir da identificao de interferncias na dinmica de circulao de espcies (terrestres ou avifauna) e/ou polinizao de espcies vegetais; sua estimativa foi realizada a partir da caracterizao dos impactos sobre os componentes do meio bitico. De acordo com a resoluo COMANA No 9/1996 que estabelece corredor de vegetao rea de trnsito a fauna foi considerada as reas de fragmento de Cerrado e a Estao Ecolgica de So Carlos (EESCar) como reas de Influncia Indireta (Figura 4.2). A EESCar esta localizada na regio centro-leste do Estado de So Paulo, no municpio de Brotas, entre as coordenadas geogrficas 22 05' e 22 07' de latitude sul e 4800' e 4805' longitude oeste (Figura 4.4).97

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A unidade de conservao foi criada pelo Decreto no. 26.890 de 12 de maro de 1987, So Paulo, baseada no Decreto de Desapropriao no. 38.957 de 25 de agosto de 1961, ocupando uma rea de 75,26 ha, e administrada pelo Instituto Florestal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de So Paulo. Esta unidade de conservao um fragmento florestal com vegetao tpica de floresta estacional semidecidual, e limita-se com: a Represa de Santana (pertencente Companhia Paulista de Fora e Luz - CPFL) e o rio Jacar-Guau, na divisa dos municpios de So Carlos e Brotas, ao norte; plantio de cana-de-acar da Fazenda Santana, no municpio de Brotas, ao sul; pasto sujo e parte do rio Jacar-Guau, a leste, e pasto sujo, a oeste. O clima da regio, segundo NIMER (1972), e subquente-mido, com temperaturas elevadas no muito freqentes no vero, temperaturas amenas no inverno e perodo seco igual ou inferior a trs meses por ano.

Figura 4.4 - Foto da rea Influncia Indireta (AII) demonstrando vista geral da Estao Ecolgica de So Carlos (EESCar). Fonte: SMA

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4.2

DIAGNSTICO DO MEIO FSICO

4.2.1

CARACTERIZAO CLIMTICA O clima considerado como tropical de altitude, que, segundo a classificao de

Koeppen, o Cwa, clima quente com inverno seco, no qual a temperatura mdia do ms mais frio inferior a 18oC e a do ms mais quente ultrapassa 22oC. O total das chuvas do ms mais seco no atinge 30 mm, e o do ms mais chuvoso atinge valores dez ou mais vezes maiores do que os do ms mais seco. Tais caractersticas, segundo critrios adotados por Thornthwaite, correspondem ao BBw, mesotrmico mido com deficincia de gua no inverno (Tolentino, 1967). Segundo Nimer (1977) o perodo seco dura de junho a agosto, embora na prtica varie num perodo de seis meses (junho a novembro, com dficit hdrico mais intenso, ou de abril a setembro, considerando o perodo com menos chuvas).

Regime de Precipitaes Pluviomtricas A precipitao pluvial (Pre) mxima mensal foi de 470 mm, com at 26 dias chuvosos, e a mxima diria de 104,6 mm (em 29/12/93; em 21/12/1970 choveu 194,1 mm, segundo o Ministrio da Agricultura, 1940-1990), com valores acumulados anuais variando entre 1.138 e 1.593 mm (1.024 e 2.238 mm, no perodo 1939-60, seg. Tolentino, 1967), concentrada de outubro a maro (Tabela 9.2.1.1). Como 1 mm de gua eqivale entrada de 1 litro m-2 ou 10 m3 ha-1, aportam anualmente 11.380 a 15.930 m3 ha-1 na MBH. A partir de dados citados por Mello et al. (1994), a MBH est numa regio do Estado de So Paulo com chuvas das mais erosivas, entre as isoietas de intensidade de chuvas mximas em 15 minutos, em torno de 140 mm h-1, o que resulta em valores mdios anuais do ndice de eroso da chuva (isoerodente) em torno de 6.750 MJ.mm h-1 ha-1 ano-1. Dessa forma, ocorre predisposio muito forte eroso hdrica, com mdia total anual de escoamento superficial de gua, que provoca a eroso, em torno de 250 mm (excedente hdrico) (Embrapa, 1994), o que indica a necessidade de emprego de prticas intensas de conservao de solo e gua, com especial ateno nas reas de risco.

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Temperatura Ocorreram temperaturas extremas com mnimas de -0,3oC (em 27/6/94) e mximas de 35,8oC (em 26/11/91; at 36,9oC em 17/11/85, segundo Ministrio da Agricultura, 1940 a 1990). As mdias dirias variaram de 5,5 a 28,1oC, as mdias mensais de 17,3 a 23,6oC, e as mdias anuais entre 20,8 e 21,7oC. No incio a meados de novembro foi comum verificar-se queda de temperatura mxima diria. As mdias das amplitudes trmicas dirias variaram entre 0,8 e 30,8oC e as mdias mensais foram de 6,0 a 17,6oC; as maiores amplitudes trmicas ocorreram em agosto. Estatsticas realizadas com dados de temperaturas mdias anuais de 1970 a 2001, agrupadas em blocos de quatro anos, mostraram um aumento anual de 0,02oC, provavelmente pela reduo de reas verdes permanentes, por exemplo, desmatamento intenso, aumento de emisso de gases de efeito estufa, como por meio de queimadas, medindo-se um aumento de 20 ppm na concentrao de CO2 de 1980 a 2000, e aumento das reas urbanizadas. Segundo Mello et al. (1994), a probabilidade de ocorrncia de temperaturas mnimas abaixo de 2oC de 21%, com probabilidade de uma a duas geadas por ano, de maio a julho. Em funo das temperaturas do ar, o regime de temperatura do solo do tipo trmico (mdia anual de 15oC ou mais, porm, menor do que 22oC) (Vieira, 1975).

Direo, Freqncia e Velocidade Mdia dos Ventos Predominantes Quanto ao regime de ventos, a Tabela 4.1 a seguir, elaborada pela FILSAN (2001), com base em registros de 10 anos do posto metereolgico, mostra as freqncias relativas mdias dos ventos em todas as direes e suas velocidades mdias mensais, em m/s, para cada regio.

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Tabela 4.1 - Mdias mensais das freqncias relativas das direes do vento e respectivas velocidades mdias em um perodo de 10 anos. Fonte: Ministrio da AgriculturaServio de Meteorologia / 7o. Distrito, in FILSAN (1988).Ano 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 N 13,4 8,8 12,2 10,4 11,4 13,6 18,6 20,2 17,5 19,5 NE 18,2 29,5 25,8 20,8 13,2 9,2 14,2 14,3 11,9 9,0 16,6 (17,0) 3,6 E 12,5 10,7 9,3 27,1 31,5 28,4 29,3 25,7 31,8 35,5 24,2 (24,) 3,0 SE 21,3 21,4 17,6 11,7 12,5 10,9 7,7 10,2 10,8 6,4 13,0 (13,0) 4,1 S 2,4 1,6 3,4 13,4 15,5 21,2 16,4 13,1 13,3 15,3 11,6 (12,0) 3,7 SW 4,7 2,9 3,3 3,8 3,9 3,4 3,2 2,1 3,5 2,3 3,3 (3,0) 3,2 NM 3,4 2,5 3,6 4,6 5,4 7,0 5,5 8,4 5,2 7,4 5,3 (5,0) 2,9 NW 9,9 9,3 10,5 7,5 6,5 5,7 4,6 7,1 5,8 5,4 7,2 (7,0) 3,8 C 14,3 13,0 13,9 0,3 0 0,7 0,6 0,3 0,6 0,3 4,4 (4,0) -

Total da 14,6 freqncia da (15,0) direo (%) Mdia da velocidade (m/s) 3,4

A partir da Tabela 4.1 foi elaborada a Rosa dos Ventos da regio (Figura 4.5), que permite uma melhor visualizao espacial das distribuies de freqncia das direes dos ventos e de suas velocidades mdias.N

F-15,0

NE F - frequncia (%) F-17,0 V - velociade mdia (m/s)

NW F-7,0 V-3,4 V3,8 F-5,0 V-2,9 V-3,0 V-4,1 V-3,7 V-3,6 F-24,0 E

W

V-3,2 SW

F-13,0 SE F-12,0

Figura 4.5 - Rosa dos Ventos - Freqncia e velocidade mdia por direo no perodo de 10 anos (1974-1983). Estao: So Carlos - Lat. 2201' Sul - Long. 4753'; WGrW. Fonte: Min. da Agricultura - Serv. de Meteorologia - 7 Distrito (Adaptado de FILSAN, 1988).

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Pela anlise da Rosa dos Ventos, verifica-se a predominncia de ventos nas direes Leste (E) e Nordeste (NE), o que indica uma localizao adequada para o aterro, pois estes ventos no favorecem que eventuais odores provocados pela sua operao cheguem s reas urbanizadas.

Radiao solar Ocorre incidncia de radiao solar, ao nvel do solo, na intensidade mdia aproximada de 180 kilolangleys cm-2 ano-1 (Mota, 1975), correspondendo a 493 cal cm-2 dia-1 ou 239 W m-2 min. Os dados meteorolgicos locais recentes (Tabela 9.2) permitiram calcular a energia solar disponvel ao nvel de solo (Qg), que, para a produo de matria seca vegetal, variou entre 9.022 a 19.608 calorias cm-2 ms-1, significando potencial de produo mensal entre 2,3 e 4,9 t ha-1 de matria seca de forragem, ou de 9,0 a 19,6 t ha-1 de matria fresca, considerando forragem com 25% de matria seca, desde que haja gua disponvel. Tabela 4.2 - Mdias de dados climticos, referentes ao perodo de 1991 a 1997, na Embrapa Pecuria Sudeste, So Carlos, SP.ms Pre mm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 213 233 147 86 58 51 28 13 54 127 144 199 tmxo

tmno

Tmdo

EP mm 146 135 144 102 90 85 98 123 125 162 162 154

ER mm 144 134 139 91 78 55 50 26 57 128 127 152

DH mm 2 1 5 11 11 31 48 97 68 34 34 2

Exc mm 70 104 18 8 0 2 0 0 0 0 2 5

Arm mm 100 93 83 70 50 44 21 7 5 4 19 62

UR % 81 81 80 77 76 75 70 62 68 73 75 81

Qg cal cm-2 15802 14109 15014 14021 11809 11525 13051 14551 14604 16258 17000 16676

luz h 409 356 375 344 339 320 335 349 356 387 391 413

sol h 186 171 201 224 204 226 253 249 209 212 220 204

Evap mm 100 90 117 119 110 116 156 200 182 166 146 112

C

C

C

27,9 28,2 27,4 26,3 24,5 23,6 24,4 26,6 27,2 28,1 28,2 28,3

18,5 18,4 17,8 16,2 13,9 12,1 11,8 12,8 14,9 16,2 17,2 18,4

23,2 23,3 22,6 21,2 19,2 17,9 18,1 19,7 21,0 22,2 22,7 23,3

total

1354

26,7

15,7

21,2

1525

1182

344

209

47

75

174419

4374

2559

1615

Pre= chuvas; tmx/tmn/Tmed= temperatura mxima/mnima/mdia; EP/ER= evapotranspirao potencial/real; DH/Exc= dficit/excedente hdrico; Arm= gua armazenada no solo; UR= umidade relativa do ar; Qg= energia global, energia solar mxima que atinge solo em atmosfera com nuvens; luz/sol= horas de luz/sol; evap= evaporao do tanque classe A. (Estao Meteorolgica da Embrapa Pecuria Sudeste; 21o5742" lat. S, 47o5028" long. W, 860 m de altitude). (Primavesi et al., 1999)

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Umidade relativa do ar A partir de dados do Ministrio da Agricultura e da Estao Meteorolgica da Embrapa Pecuria Sudeste, verificou-se que mdia diria da umidade relativa do ar variou entre 30 e 100%, com mdias mensais entre 53 e 89%, e mdias anuais entre 71 e 77%. Para o conforto humano considera-se valores acima de 70% (Tolentino, 1967).

Fotoperodo e horas de sol O fotoperodo (horas de luz) varia entre 10,6 e 13,3 h durante o ano (total de 4.374 h ano-1), sendo que as horas de sol (insolao) variaram entre 2.096 e 2.881 h ano-1.

4.2.2

QUALIDADE DO AR A CETESB mantm, desde a dcada de 70, redes de monitoramento da

qualidade do ar que tm permitido a avaliao das concentraes dos principais poluentes do ar, em diversos municpios do Estado de So Paulo. Basicamente, este monitoramento realizado por uma rede automtica e redes manuais de material particulado (Fumaa, Partculas Totais em Suspenso PTS, Partculas Inalveis MP10, e Partculas Inalveis Finas MP2,5), e dixido de enxofre. A rede manual de monitoramento de fumaa avalia as concentraes em 14 municpios do Estado de So Paulo, a saber: So Jos dos Campos, Taubat, Americana, Campinas, Jundia, Limeira, Piracicaba, Franca, Itu, Sorocaba, Salto, Votorantim, Araraquara, So Carlos e Santos. Os padres de qualidade do ar esto definidos na Resoluo CONAMA N 03, de 28/06/1990. Cada padro define legalmente um limite mximo para a concentrao de cada poluente atmosfrico, de modo que seja garantida a proteo da sade e do bem-estar da populao. A tabela 4.3 apresenta o padro nacional de qualidade do ar para fumaa, bem como os critrios estabelecidos para episdios agudos de poluio do ar. O padro primrio representa a concentrao que se ultrapassada pode afetar a sade da populao. Pode ser entendido como nvel mximo tolervel de concentrao

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de poluentes atmosfricos, constituindo-se em metas de curto e mdio prazo. J o padro secundrio de qualidade do ar representa a concentrao abaixo da qual se prev o mnimo efeito adverso sobre o bem estar da populao, assim como danos fauna e flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Pode ser entendido como nvel desejado de concentrao de poluentes constituindo-se meta de longo prazo. O objetivo do estabelecimento de padres secundrios criar uma base para uma poltica de preveno da degradao da qualidade do ar.Tabela 4.3 - Padro nacional de qualidade do ar e critrios para episdios agudos de poluio do ar e fumaa.

Fonte: CETESB (2009)

So Carlos possui uma frota de, aproximadamente, 65.000 veculos leves, 6.000 veculos pesados e 12.000 motocicletas. A CETESB mantm na cidade uma estao de monitoramento de fumaa, sendo que as amostragens so realizadas por um perodo de 24 horas a cada 6 dias. Na figura 9.6 observa-se a localizao desta estao. A CETESB registra tambm, a concentrao de SO2 no mesmo local, com amostragens realizadas por um perodo contnuo de 30 dias.

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Figura 9.6 - Localizao da Estao So Carlos. Fonte: CETESB (2009)

As coordenadas UTM da estao so 22k0201650 7562124 e, a altitude de 810 metros. A estao est localizada na Praa dos Voluntrios da Ptria. A figura 4.7 a seguir ilustra a Estao de So Carlos em uma de suas vistas (face norte)

Figura 4.7 - Vista da Estao So Carlos - Face Norte Fonte: CETESB (2009)

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Micro inventrio de Fontes Para avaliar o impacto das fontes na estao, foram levantadas as fontes prioritrias de materiais particulados, definidas no entorno da estao.

Fontes Mveis As fontes mveis mais importantes nas proximidades da estao, e consideradas neste estudo, so os veculos que trafegam na Avenida So Carlos e Avenida Dona Alexandrina, esta mais distante da estao. A contagem de veculos teve por objetivo estimar a ordem de grandeza da contribuio das fontes mveis na composio total das emisses do local. Foram efetuadas duas contagens: das 13h55 s 14h10 do dia 22/11/2006 e das 10h00 s 10h15 no dia seguinte (23/11/2006), nas duas vias mais prximas estao da CETESB, dos veculos movidos a gasolina/lcool, diesel e motocicletas. Para o clculo do volume de trfego dirio dos veculos leves e diesel, expandiram-se essas contagens para 60 minutos e calculou-se a mdia dos valores obtidos. Adotou-se como critrio que essa mdia horria vlida entre 6h e 22h e que no horrio complementar h uma reduo de 70% no volume de trfego. Para o clculo do volume anual, considerou-se 52 semanas no ano e reduo de 50% no trfego aos sbados e domingos. No caso das motos, a mdia diria foi calculada levando-se em conta as mdias horrias entre 9h e 18h e mantendo-se os mesmos critrios dos veculos leves e diesel. O volume de trfego estimado apresentado na tabela 4.4 Considerou-se tambm, uma fonte linha de 200 metros, compreendendo 100 metros de cada lado da avenida, em relao estao.Tabela 4.4 - Estimativa de trfego de veculos leves, diesel e motocicletas no entorno da Estao So Carlos.

Fonte: CETESB (2009)

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Para a estimativa de emisso das fontes mveis, consideraram-se os fatores de emisso de veculos em uso, na RMSP, em 2005, conforme tabela 4.5.Tabela 4.5 - Fatores mdios de emisso de veculos em uso na RMSP em 2005.

Assim, pode-se obter a estimativa de emisso de fontes mveis que esto apresentados na tabela 4.6:

Tabela 4.6 - Estimativa de Emisso de Fontes Mveis no Entorno da Estao So Carlos.

Tendncias de Qualidade do Ar: Resultados e Discusses A estao So Carlos est instalada na Praa dos Voluntrios da Ptria desde 1986. Na figura 4.8 so apresentadas as mdias anuais de 1997 a 2006. As mdias aritmticas anuais foram inferiores ao padro anual de qualidade do ar (60g/m). Observa-se que as concentraes de fumaa no apresentaram variaes significativas de 2002 a 2004, mas apresentaram queda em 2005.

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Figura 4.8 - Evoluo das concentraes mdias anuais de fumaa (1997-2006)

Na figura 4.9 esto apresentadas as mximas concentraes dirias de fumaa, onde se observa que no houve ultrapassagem do padro dirio de qualidade do ar (150g/m), no perodo de 1997 a 2006.

Figura 4.9- Concentraes mximas de fumaa (1997-2006)

A figura 4.10 apresenta as concentraes mdias de fumaa por ms. Foi observada uma variao sazonal (maiores concentraes) no perodo de maio a outubro onde, em geral, as condies meteorolgicas so menos favorveis disperso de poluentes, devido a maior ocorrncia de calmarias por vrias horas, inverses trmicas mais prximas da superfcie e uma menor precipitao pluviomtrica.

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Figura 4.10 Concentraes mdias de fumaa por ms (1997-2006)

A figura 4.11 apresenta a distribuio por dia da semana das concentraes mdias de fumaa. Pode-se observar que praticamente no houve variao entre as concentraes obtidas em dias teis e o final de semana.

Figura 4.11 Mdias aritmticas de fumaa por dia da semana (1997-2006)

Verificou-se que a estao So Carlos, de acordo com a classificao em relao ao uso do solo e populao exposta pode ser classificada como comercial por localizar-se na regio central da cidade. Uma vez que as fontes mveis so as nicas fontes significativas no entorno da estao, a anlise do fluxo dirio de veculos e distncia da estao das vias, indicou que a escala espacial de representatividade a escala de bairro, que representa concentraes para reas da cidade com atividade uniforme, com dimenses de 500 a 4.000 metros.

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Concluses Aps anlises, conclui-se que: A estao de So Carlos foi classificada como comercial e de escala de bairro; As concentraes observadas entre 1997 e 2006, ficaram abaixo do padro primrio de qualidade do ar, tanto o de 24 horas (150g/m), quanto o anual (60g/m); Portanto, pode-se dizer que So Carlos apresenta um padro de qualidade do ar satisfatrio, pois se enquadra abaixo dos limites mximos apresentados na Resoluo CONAMA n3 de 28/06/1990.

4.2.3

RUDOS Conforme j apresentado, a gleba onde ser implantado o empreendimento est

localizada na zona rural, em rea com propriedades dedicadas principalmente agropecuria. No existe nenhuma fonte importante produtora de rudo na rea e nas propriedades vizinhas. A topografia da regio no muito acidentada, porm existem algumas ondulaes no terreno. A vegetao no interior da gleba apresenta uma paisagem simplificada, com um ciclo vegetacional curto, ou seja, perodo entre o plantio e a colheita da cana-de-acar. A vegetao remanescente na AID (sub-bacia hidrogrfica do Ribeiro do Monjolinho) encontra-se espalhada pela rea, com concentrao no eixo leste-oeste da rea, nas vertentes do Ribeiro do Monjolinho e em suas proximidades. Devido topografia e s fontes de rudo da regio, foram determinados pontos de medies para se elaborar um diagnstico completo da presso sonora existente no interior e circunvizinhanas da gleba. Na estrada que d acesso propriedade (SP-215), os rudos so produzidos principalmente por veculos que transitam na mesma. Deve ser salientado que o rudo gerado neste ponto dificilmente atinge o interior da gleba.

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Como a rea constituda predominantemente por atividades agropastoris, o nvel de presso sonora atual muito baixo. Nas proximidades das fronteiras da rea tambm no existe nenhuma fonte produtora de rudo. Outros fatores importantes observados no interior e nas imediaes da gleba so a topografia um pouco acidentada e a vegetao, que favorecem o amortecimento das ondas sonoras produzidas nestes locais advindas de fontes externas gleba. O mesmo fenmeno ocorrer quando houver fontes de rudo em seu interior. Portanto, pode-se concluir que a gleba em questo muito calma em relao varivel ambiental rudo.

4.2.4

ASPECTOS GEOLOGICOS, GEOTCNICOS, GEOMORFOLOGICOS E HIDROGEOLGICOS

4.2.4.1 GEOLOGIA

4.2.4.1.1 GEOLOGIA REGIONAL O municpio de So Carlos est situado na poro Nordeste da Bacia do Paran, no Estado de So Paulo. Esta bacia classificada como intracratnica isolada. Na regio de So Carlos encontrado um espesso pacote de rochas sedimentares, intercaladas por rochas magmticas (intrusivas e extrusivas), que se assentam discordantemente sobre rochas magmticas e metamrficas constituintes do embasamento cristalino, conforme pode ser observado na coluna estratigrfica apresentada no quadro 4.1 a seguir:

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Quadro 4.1 Coluna Estratigrfica no Estado de So PauloERA Cenozico PERODO Quaternrio GRUPO FORMAO Aluvies (Qa) Sedimentos indiferenciados (Qi) Grupo Bauru Formao Adamantina (Ka) Formao Serra Geral (Ksg) Jurssico/ Trissico Grupo So Bento Formao Botucatu (JKb) Formao Pirambia (TrJp) Permiano Superior Grupo Passa Dois Formao Corumbata (Pc) Formao Irati (Pi) Formao Tatu (Ptt) Paleozico Carbonfero Grupo Tubaro Formao Itarar (Cpi) Formao Aquidauana (Cpa) Proterozico Pr-Cambriano Pinhal / Araxa

Cretceo Mesozico

As unidades geolgicas, do Cenozico e do Mesozico de ocorrncia na regional, tem as seguintes caractersticas, descritas no sentido da base para o topo:

UNIDADES DO MESOZICO

- Grupo So Bento Formao Pirambia (TrJp) A Formao Pirambia, do Jurssico Superior, caracterizada por arenitos com matriz silto-argilosa, granulao mdia a fina, gros sub-angulares a arredondados, mal selecionados. Localmente ocorrem finas intercalaes de siltito e argilitos. A poro basal constituda por uma camada areno-argilosa, contendo seixos angulares de silex. A estratificao predominante a plano paralela, destacada pela alternncia de lminas mais ou menos ricas em argila e silte. As caractersticas litolgicas e estruturais da Formao Pirambia mostram que sua gnese est ligada a depsitos de ambiente continental mido, oxidante,112

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predominantemente fluvial, em canais meandrantes e plancies de inundao, com pequenas lagoas esparsas.

Formao Botucatu (JKb) A Formao Botucatu, tem sua gnese ligada a ambiente desrtico, formada por arenitos avermelhados de granulao fina a mdia, uniforme, com boa seleo de gros foscos com alta esfericidade. Exibem estratificao cruzada tangencial de mdio a grande porte, caractersticas de dunas caminhantes. O contato superior com a Formao Serra Geral, faz se por interdigitao recobrindo-se os arenitos pelos derrames baslticos.

Formao Serra Geral (Ksg) Na Bacia do Paran, a grande atividade vulcnica geradora destas rochas se estendeu por um perodo relativamente longo, durante o Cretceo, de 130 a 60 milhes de anos. As rochas se originaram por atividade magmtica fissural sendo provenientes do manto superior e ascendendo at a superfcie atravs de enormes geoclases que cortaram toda a bacia sedimentar em duas direes principais: N450 a 600 W e N450 a 500 E. Os magmtitos bsicos ocorrem sob duas feies estruturais: Rochas extrusivas, constituindo os derrames baslticos da Bacia do Paran, cuja espessura aumenta a partir da borda leste, para oeste. A espessura total do conjunto de derrames baslticos, varia muito e de modo geral o aumento de espessura ocorre de este e sudeste para oeste. Na regio atingindo 320 metros em Ibat-SP. Rochas intrusivas na forma de diabsios que ocorrem em toda a seqncia sedimentar, sob a forma de diques, sills e corpos com formas semelhantes laclitos e loplitos.

- Grupo Bauru Aps o termino dos derrames de lavas da Formao Serra Geral, marcando o final dos eventos deposicionais e vulcnicos generalizados na Bacia do Paran, observou-se uma tendncia geral para o soerguimento epirognico em toda a Plataforma Sul Americana, no territrio brasileiro. Entretanto, a poro Norte da Bacia do Paran comportou-se como rea negativa, marcando o incio de uma fase de embaciamentos localizados.113

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Na rea deprimida houve deposio de sedimentos do Grupo Bauru no Cretceo Superior, o qual aparece em grande parte do Estado de S. Paulo, recobrindo as lavas baslticas do Planalto Ocidental.

Formao Adamantina (Ka) A Formao Adamantina ocorre por vasta extenso no Oeste do Estado de So Paulo, constituindo os terrenos da maior parte do Planalto Ocidental. Os sedimentos desta formao esto sobrepostos a rochas bsicas da Formao Serra Geral, sendo que a superfcie de contato apresenta um gradiente de inclinao da ordem de 1 a 2 metros por quilometro, no sentido NE SW. A Formao Adamantina, abrange um conjunto de fcies cuja principal caracterstica a presena de bancos de arenitos de granulao fina a muito fina, cor variando de rsea a castanha, apresentando estratificao cruzada. Esses arenitos tm espessuras de 2 a 20 metros, alternados com bancos de lamitos, siltitos e arenitos lamiticos, colorao castanha avermelhada a cinza castanho, sendo macios ou com acamamento plano-paralelo grosseiro, freqentemente com marcas de ondas. As fcies deposicionais encontradas na Formao Adamantina refletem um extenso sistema fluvial meandrante.

UNIDADES DO CENOZICO Sedimentos Aluvionares (Qa) De idade quaternria, os aluvies ocorrem nas partes baixas das drenagens, sendo mapeveis nos Rios Pardo e Mogi-Gua, em geral ocorrem na forma de areias inconsolidadas de granulao varivel, argilas e at cascalhos. So resultantes de depsitos efetuados em plancies de inundao, por ocasio das cheias e conseqente transbordamento dos cursos d'gua. Litologicamente, os depsitos aluvionares so constitudos por faixas lenticulares de areia, silte e argila, lentes essas que se intercalam e se interpenetram.

Sedimentos Continentais Indiferenciados (Qi) Constitudos por depsitos eluvio-coluvionares de natureza argilosa, aparecem recobrindo o solo residual e, dispostos em finas camadas, sendo somente mapeveis em

114

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escala de detalhe, devido forma de jazimento e similaridade litolgica com o solo residual.

4.2.4.1.2 GEOLOGIA LOCAL A geologia da rea estudada, situada a oeste do municpio de So Carlos, foi muito bem caracterizada, pois alem da pequena diversidade litolgica encontrada no mapeamento de campo executado nos dias 15 e 16 de agosto de 2009, foram utilizadas outras ferramentas que forneceram dados para permitiram a caracterizao segura da geologia em profundidade. Foram realizados diversos estudos para determinao da mesma, utilizando-se de mtodos indiretos como geofsica com SEVs e caminhamentos eltricos , alem de mtodos diretos como a execuo de sondagens SPT. Apesar de ocorrer a norte do municpio de So Carlos, os sedimentos cretceos da Formao Adamantina do Grupo Bauru, no aparecem na rea estudada. Na cartografia geolgica existente enfocando a rea, so todas apresentadas em grandes escalas, e em especial o Mapa Geolgico do Estado, folha Campinas, elaborado na escala 1:250.000, pelo DAEE e UNESP, no local apontada a presena de rochas magmticas bsicas extrusivas (basaltos) referentes Formao Serra Geral. O mapeamento de campo executado, em escala de detalhe, permitiu-nos caracterizar a rocha bsica aflorante no local como uma rocha magmtica intrusiva (diabsio). Tal afirmao baseia-se na analise petrogrfica das rochas aflorantes no local, bem como na estratigrafia observada. A rocha bsica existente no local, ao contrario dos basaltos que tem uma estrutura compacta sem distino de seus minerais componentes devido ao resfriamento rpido da lava, apresenta minerais bem cristalizados, sendo que em vrios afloramentos observamos uma ntida diferenciao entre os piroxnios de colorao mafca e os plagioclsios leucocrticos, caracterizando a textura tipo sal e pimenta peculiar ao diabsio. A estratigrafia observada na rea mostrou afloramento de arenito avermelhado de gros foscos, tpicos de gnese elica, que certamente refere-se a Formaes Botucatu, na cota 720m, portanto situados topograficamente acima da rocha bsica existente. Desta forma, estratigraficamente, no local a rocha bsica situa-se abaixo da formao Botucatu, o que reafirma a premissa de que aquele rocha intrusiva, ao

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contrrio do dos derrames baslticos que so posteriores e situados estratigraficamente acima dos arenitos da Formao Botucatu. Tal assertiva facilmente explicada, pois os mapeamentos em escala macro anteriormente citados, logicamente no so baseados em analises pontuais de toda a regio mapeada. A rocha bsica mapeado a leste da rea em estudo e constante do Mapa Geolgico do Estado, folha Campinas, DAEE/ UNESP, escala 1:250.000, certamente trata-se de rochas magmticas extrusivas (basaltos), na rea do permetro urbano da cidade, conforme pode ser observado antiga pedreira de propriedade da empresa Bandeirantes Engenharia. A posio geogrfica onde cessa a presena daquelas rochas magmticas extrusivas (basaltos) e passa a ocorrer as rochas magmticas intrusivas (diabsios) encontradas na rea em estudo, ocorre a leste da rea, no sendo possvel identific-la na analise de fotografias areas, e mesmo porque no cabe a finalidade deste trabalho realizar um mapeamento de detalhe at o permetro urbano do municpio. Inclusive nas sondagens SPT efetuadas na rea em estudo em setembro de 2008, a rocha bsica existente foi nomeada como basalto, visto que os resduos observados nas amostras coletadas no permitiam identificao precisa da rocha s, sendo que a alterao do basalto e diabsio so bastante semelhantes, sendo descrito basalto em funo da consulta cartografia geolgica disponvel. O citado Mapa Geolgico do Estado, folha Campinas, DAEE/ UNESP, escala 1:250.000, mostra logo a noroeste da rea em estudo, importantes feies estruturais com direes NE-SW e NW-SE, onde encaixa-se o Rio do Monjolinho, sendo que aquela estruturao condicionou o leito do rio, bem como a presena de arenitos da Formao Pirambia naquele local. Aquela estruturao geolgica um importante fator na analise da geologia da rea em estudo, pois tambm pode explicar a presena de diabsio no local, alem de ser condicionante da existncia da drenagem encontrada na rea, a leste da locao do futuro aterro. importante salientar que no Mapa Geolgico do Estado, folha Campinas, DAEE/ UNESP, aparece um grande corpo rochas magmticas intrusivas (diabsios) a sul da rea, onde se encaixou o leito do Rio Jacar-Guau. Possivelmente a ocorrncia desse corpo de rocha intrusiva guarde relao com o diabsio encontrado na rea estudada. Esse corpo de diabsio aparece na descrio das amostras atravessadas na perfurao de um poo tubular profundo na Fazenda Santana, situado sudoeste da rea nas coordenadas UTM: 7556,866 km NS e 804,920 km EW.116

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Na Figura 4.12 apresentada adiante, mostramos a situao geolgica regional apresentada na escala 1:250.000. Na Figura 4.13, apresentamos a situao geolgica da regio onde situa-se a rea em estudo. Aquele mapa apresentado na escala 1:10.000. Para caracterizao em detalhe da geologia da rea em estudo e embasar este trabalho, conforme j relatado, foram utilizados mtodos indiretos, sendo a ferramenta utilizada a geofsica, que complementaram os levantamentos geolgicos e forneceram informaes sobre a espessura do solo at a rocha s (diabsio), bem como noes sobre a zona saturada do solo.

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190,00

N

7551,000 7558,00

rea em estudo

LEGENDA

Baseado na Mapa Geolgico do Estado, folha Campinas, DAEE/ UNESP -ESCALA: 1:250.000Figura 4.12 Mapa Geolgico Regional

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Aterro sanitrio para disposio final de resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos/SP Relatrio de Impacto Ambiental RIMA192,00

N

7560,00

REA EM ESTUDO

7558,00

7666,00

ALUVIO FORMAO BOTUCATU DIABSIO FORMAO PIRAMBIA

Figura 4.13 Mapa Geolgico Local

ESCALA 1 :20.000

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Os estudos de geofsica constaram de Sondagens Eltricas Verticais e de por caminhamentos eltricos e foram executados nos dias 22 e 23 de outubro de 2009, sendo os dados das SEVs apresentados na tabela 4.7, a seguir:Tabela 4.7 - Resultado das sondagens eltricas verticaisS EV 1-Solo 01 02 03 04 05 de 0 a 1 m de 0 a 1 m de 0 a 1 m de 0 a 1 m de 0 a 1 m Horizonte 2-Solo saturado de 1 a 4,5 m de 1 a 10 m de 1 a 7 m de 1 a 10 m de 1 a 7 m 3-Rocha bsica s de 4,5 a 50 m de 10 a 70 m de 7 a 70 m de 10 a 50 m de 7 a 50 m

Tambm foi de fundamental importncia utilizao de mtodos diretos. Nas tabelas apresentadas abaixo, apresentamos os resultados de sondagens a percusso - SPT, executadas na rea em setembro de 2008.Tabela 4.8 - Resultado das sondagens SPTS P T 01 02 03 04 05 06 07 08 09 * 10 11 12 13 1-Solo Coluvionar de 0 a 2,75 m de 0 a 3,31 m de 0 a 1,58 m de 0 a 3,70m de 0 a 1,11 m de 0 a 5,11 m de 0 a 5,13m de 0 a 4,11m de 0 a 3,97 m de 0 a 3,56 m de 0 a 4,12 m de 0 a 3,44 m de 0 a 2,54 m Horizonte 2-Solo de Residual de 2,75 a 3,01 m de 3,31 a 3,57 m de 1,58 a 1,81 m de 3,70 a 3,91m de 1,11 a 1,29 m de 5,11 a 8,89 m de 5,13 a 6,70 m de 4,11 a 9,56 m de 7,60 a 5,81 m De 3,56 a 4,90 m De 4,12 a 13,36 m de 3,44 a 3,60 m de 2,54 a 2,88 m 3,01 m 3,57 m 1,81 m 3,91 m 1,29 m de 8,89 a 9,15 m de 6,70 a 6,97 m de 9,56 a 9,70 m 5,81 m de 4,90 a 5,21 m 13,36m 3,60 m 2,88 m 827.28 827,01 829,14 834,38 835,13 846,70 846,22 846,59 849,90 865,68 864,48 877,43 862,55 3-Rocha bsica s (m) cota N.E (m) NA NA NA NA NA NA NA NA 5,81 NA NA NA NA

* presena de aluvio de 3,97 a 7,60m

NA : no atingido

De posse destes dados e ampliando a analise de detalhe da geologia da rea em estudo, observamos a seguinte sequncia litolgica:

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Na parte mais elevada topograficamente, situada desde a o km 126 da Rodovia SP 215, observa-se a presena de arenito colorao avermelhada, granulometria fina a muito fina, com gros foscos, referentes a Formao Botucatu. Imediatamente abaixo, topograficamente, observamos que a superfcie do terreno composta por fina camada de solo coluvionar avermelhado, cenozico, de mdia coeso, resultado do transporte gravitacional e ao mecnica, que tem espessura mxima prxima de 5 metros. O solo coluvionar tem caractersticas fsicas semelhantes ao de solo resultante da decomposio de rocha bsica, seja pela caracterstica essencialmente peltica, seja pela colorao e principalmente porque a rocha bsica decomposta a principal rea fonte daquele solo coluvionar. Assim a diferenciao entre o solo coluvionar e o solo de rocha bsica decomposta no pode ser observada em uma escala de mapeamento maior. Na rea em estudo a presena do solo coluvionar somente caracterizada quando a analise de detalhe da geologia associada geofsica e as das sondagens SPT executadas. Imediatamente situado em posio inferior aparece o solo residual, que juntamente com o manto de intemperismo forma uma camada com at 10 metros de espessura, resultado do grau da alterao da rocha basltica at rocha s. Este trecho em sua poro superior composto por argila vermelha arroxeada, plstica, sendo que a alterao decresce em profundidade at a rocha s. O material possui alta coeso e comportamento hidrogeolgico de um aquiclude, e retm mais gua do que a transmite, tornando difcil a percolao da gua de sub-superfcie. Imediatamente abaixo aparece a rocha bsica s, que tem caracterstica macia, dura, cristalina, tonalidade cinza a cinza escura, e que normalmente contm em seu trecho superior, fraturas sub-vertical e sub-horizontal. A geofsica mostrou uma espessura superior a 70 de rocha s na rea. So observados afloramentos da rocha bsica intrusiva s (diabsio) na parte mais baixa topograficamente da rea, no leito da drenagem situada a leste da rea. Abaixo do diabsio so, aparece os arenitos de gnese fluvial e lacustre referentes a formao Pirambia; que por sua vez sobrepe-se ao estrato argiloso do Paleozico, formado pelas Formaes Corumbata, Irat, Tatu e Itarar, estando estes, assentados sobre o Embasamento Cristalino em profundidade superior a 1000 m. Como a poro superior da estratigrafia do local, a de maior relevncia para a finalidade de utilizao futura da rea, podemos afirmar que o local tem uma121

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caracterstica geolgica onde a litologia da superfcie essencialmente peltica, com baixa permeabilidade e baixa circulao de gua de sub-superfcie, com reduzido risco de eroso e/ou degradao.

4.2.4.2 HIDROGEOLOGIA

4.2.4.2.1 HIDROGEOLOGIA REGIONAL Conforme descrito anteriormente, na regio de So Carlos ocorrem rochas bsicas, as quais se assentam sobre as rochas sedimentares do mesozico e estas, sobre sedimentos paleozicos, que por sua vez esto sobre o embasamento cristalino da Bacia Sedimentar do Paran, a mais de 1.000 metros de profundidade. Para esta regio, em termos de aqferos, descartar-se a possibilidade de captao de guas subterrneas nas formaes paleozicas, tanto pela inviabilidade econmica da perfurao grandes profundidades, mas principalmente pelo baixo potencial aqfero que caracteriza aquelas formaes mais profundas. As rochas sedimentares do Mesozico, representadas pelas Formaes Botucatu e Pirambia, constituem um pacote arenoso denominado Aqfero Guarani e compreende a principal reservas de gua subterrnea na regio. Nesta rea o Aqfero Guarani tem caracterstica tanto confinada devido ao jazimento abaixo dos basaltos, quanto livre nas reas de afloramento dos arenitos. O nvel piezomtrico Aqfero Guarani situado na cota 470 m. A temperatura do Aqfero Guarani varia da ordem de 370C, O pH em tono de 8,0 e, a condutividade eltrica a 250C, com condutividade eltrica em (mho/cm) e de SDT prximo de 130. A Formao Serra Geral, atravs dos basaltos e diabsios aflorantes, pode fornecer gua subterrnea em situaes especiais, caso o poo perfurado consiga atingir zonas ou faixas de maior fraturamento (horizontal e/ou vertical) e zonas amigdaloidais, sendo um aqfero fissural. A Formao Serra Geral apresenta rochas impermeveis (normalmente consideradas como aquiclude) mas que podem adquirir caractersticas de meio poroso pela ocorrncia de fissuras/fraturas. Os testes de poos a nvel regional, indicam variao da transmissividade de poucos a dezenas de m/dia, e uma mdia de 20 m2/dia. A gua do Aqfero Fissurado Serra Geral, apresenta temperatura da ordem de 24 a 26C, PH de 5 a 7, com condutividade eltrica em (mho/cm) e de SDT, prximos de 150. O solo residual do basalto , de textura argilosa, possui entre 10-4 e 10 -5 cm/s.122

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Parmetros Hidrulicos Regionais Formaes Botucatu e Pirambia (Aqfero Guarani) permeabilidade ( K ) = 2 a 3 m/dia; transmissividade ( T ) = estima em 300 m2/dia coeficiente de armazenamento ( s ) - 10-3 capacidade especfica = de 3,0 a 6,0 m3/h/m

Formao Serra Geral permeabilidade ( K ) = 0,1 a mais de 5m/dia transmissividade ( T ) = 0,3 a 28 m2/dia coeficiente de armazenamento ( s ) aqfero fissural - valores muito baixos, no definveis. capacidade especfica = 0,05 a 2 m3/h/m.

4.2.4.2.2 HIDROGEOLOGIA LOCAL A rea em estudo tem uma geologia muito bem definida e assenta-se sobre rochas magmticas bsicas intrusivas (diabsios) referentes a Formao Serra Geral, com uma espessura mxima de 70m. Sotoposto a Formao Serra Geral, aparece a Formao Pirambia. Conforme retro-mencionado as formaes mesozicas sobrepem-se ao estrato argiloso do Paleozico, formado pelas Formaes Corumbata, Irat, Tatu e Itarar, que devido a profundidade de jazimento e caracterstica peltica no representam aqferos com viabilidade de explorao de gua subterrnea e portanto, no sero detalhadas neste trabalho. As caractersticas hidrogeolgicas da rea so as seguintes:

AQUIFEROS Na rea em estudo encontram-se trs unidades com caractersticas aqferas totalmente distintas entre si, a saber: A superior representada pela camada de latossolo coluvial sobreposta ao solo de alterao do basalto, com caracterstica fretica.

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A Formao Serra Geral, que na presena de gua constitui-se em um aqfero fissurado. O Aqfero Guarani, de meio poroso, representado pela Formao Pirambia.

Fretico No local, o fretico basicamente tem seu nvel de gua situado prximo do contato entre o latossolo de menor coeso e o solo de alterao, sendo que este tem comportamento hidrogeolgico de um aquiclude, e retm mais gua do que a transmite, tornando difcil a percolao da gua de sub-superfcie. O fretico possui baixssimo potencial de produo de gua subterrnea seja pela baixa espessura, seja pela baixa permeabilidade. No dia 05 de setembro de 2009, foram executados 2 (dois) ensaios de permeabilidade in sit na rea. Os ensaios de permeabilidade foram realizados de acordo com as orientaes da ABGE (Associao Brasileira de Geologia de Engenharia), em 1981, sendo utilizado o mtodo de rebaixamento, isto , ensaio a nvel varivel. A opo por ensaios com carga varivel foi baseada nas diretrizes da prpria ABGE, em 1977, que sugere que seja feito ensaio de infiltrao a nvel varivel quando a carga hidrulica no trecho ensaiado for superior a 0,2 kg / cm (2 m). Foram locados 2 pontos segundo a direo do desnvel e executados furos com trado manual com dimetro 150 mm e profundidade de 2 metros, cada. Em linhas gerais, para a execuo dos ensaios encheu-se cada furo com gua at a superfcie do terreno, mantendo-o estvel por cerca de 10 minutos, para saturao de gua da zona no saturada do solo. A seguir, interrompeu-se o fornecimento de gua e, durante o tempo de 30 minutos, ou at o rebaixamento atingir 20% da carga inicial aplicada, acompanhou-se o rebaixamento do nvel de gua no furo, com leituras a cada minuto. Na Tabela 4.9 apresentada a seguir, esto relacionados os dados dos ensaios de permeabilidade:

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Tabela 4.9 - Ensaios de PermeabilidadeEnsaio 01 02 Coordenadas 7557,835 7559,9391 UTM 809,582 190,972 Coeficiente de Permeabilidade ( cm/s) 8,2 x 10-3 3,5 x 10-4

O ensaio n. 01 foi realizado prximo a rodovia SP 215 em rea de afloramento da formao Botucatu, enquanto o ensaio n. 02 foi realizado na rea em estudo.

Aqfero Serra Geral No aqfero Serra Geral representado pelos diabsios, o armazenamento e a transmisso de gua efetua-se atravs dos sistemas de fraturas abertas na rocha. Quando apresenta gua, um aqfero de meio fissurado, descontnuo, anisotrpico, heterogneo e de comportamento livre a confinado. A fim de minimizar as probabilidades de insucesso, os poos perfurados na Formao Serra Geral visando captar o aqfero fissurado, devem ser locados ao longo de lineamentos estruturais, normalmente definidos atravs de foto-interpretao e/ou Sensoriamento Remoto. A produtividade do poo depender do nmero das fraturas saturadas de gua e da dimenso das mesmas, atravessadas pelo poo.

Sistema Aqfero Guarani O Aqfero Guarani, na rea constitudo pela Formaes Pirambia, o principal aqfero na rea em estudo. Este aqfero tambm representa o grande manancial subterrneo regional, principal responsvel pelo abastecimento pblico de gua no municpio de So Carlos um Aqfero de meio poroso, contnuo, homogneo e isotrpico, com caractersticas variando de livre a confinado, mas predominantemente com caractersticas de confinamento. A transmissividade do aqfero na regio varia de 100 a 400m2/dia e coeficiente de armazenamento de 1x10-3 a 1x10-6 e vazes que achegam atingir, dependendo do grau de confinamento e do posicionamento do nvel de gua, at 300 m3/h. Devido ao seu jazimento em profundidade prximo a 70 metros e capeamento por rocha cristalina da Formao Serra Geral, este aqfero na rea totalmente protegido.

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Dinmica do Lenol Fretico O comportamento do lenol fretico na rea em estudo foi obtido conforme j mencionado, atravs da anlise das Sondagens Geotcnicas e Geofsicas executadas. Como as sondagens SPT foram realizadas em setembro de 2008, poca de estiagem prolongada, somente foi observado nvel dgua na sondagem n.9, situada prxima a drenagem a leste da rea. As Sondagens Eltricas Verticais realizadas em outubro de 2009, poca de intensa pluviosidade, mostrou as faixas de profundidade dos de nveis de gua. Os dados obtidos mostram que os fluxos de sub-superfcie, tem caminhamento concordante com a topografia e caminham no sentido do gradiente hidrulico, em direo das drenagens existentes. O nvel dgua nas partes mais altas situa-se em profundidade prxima a 3 metros, caindo gradativa e proporcionalmente com a topografia. Como a ao gravitacional componente fundamental na direo do fluxo, podemos observar mapa potenciomtrico escala 1:2.000 apresentado em anexo, que o sentido do fluxo de gua do lenol fretico coincidente com a topografia, caminhando das partes mais elevadas tograficamente para as mais baixas, no sentido das drenagens existentes na rea, sendo que na poro oeste da rea aquele fluxo caminha em sentido norte, em direo ao Rio do Monjolinho, nas pores central e leste, caminha no sentido da drenagem onde aflora o diabsio so. Dinmica do Aqfero Fissurado O comportamento do Aqfero Fissurado representado pela diabsio, conforme exposto anteriormente, depende do grau de fraturamento da rocha. O aqfero fraturado na rea no apresenta grandes volumes de gua subterrnea em funo, principalmente, da ocorrncia estruturas a noroeste da rea, onde encaixa-se o leito do Rio do Monjolinho. Normalmente aquela rocha apresenta em seu trecho superior, fraturas subvertical e sub-horizontal. Portanto o fluxo de gua subterrnea neste aqfero, quando aquele fraturamento no for incipiente se d no sentido vertical.

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Dinmica do Aquifero Guarani O Aqfero Guarani regionalmente apresenta seu fluxo em direo noroeste, tendncia que pode ser inferida pra a rea em funo dados nveis encontrados nos poos tubulares profundos perfurados na cidade de So Carlos e Ribeiro Bonito.

Dados de Poos cadastrados na regio Nos trabalhos de campo executados nos dias 15 e 16 de agosto de 2009, cadastrados os seguintes poos na regio:Tabela 4.10- Poos cadastradosn.01 02 03 04 04

Tipo de PooTubular Profundo Tubular Profundo Cacimba Cacimba Cacimba USIPREMA

Local

Coord.7557,531 7556,866 7556,390 7560,352 7560,197

UTM195,347 804,920 805,898 191,053 190,361

Prof. (m)75,00 90,00 5,00 5,00 3,30

NE (m)60,00 70,00 4,00 4,00 2,50

FAZENDA SANTANA STIO SO FORTUNATO ANTIGA SEDE DA FAZENDA FELICUISSIMA ABANDONADO

Especificamente na rea estudada no foram encontrados poos, sendo que nas proximidades foram encontrados os 3 poos cacimbas e a mais de 3.000 os poos tubulares. importante observar que os poos cacimba foram perfurados at encontrar o diabsio so. Enquanto nos poos tubulares profundos, a perfurao foi realizada at atravessar o diabsio.

Vulnerabilidade dos Aqferos O aqfero superficial fretico de caracterstica livre o trecho mais sujeito a uma possvel contaminao superficial, devido ao seu jazimento superficial e comportamento fretico. A gua que infiltra no latossolo atinge a interface com o solo residual, caminhando horizontalmente no sentido do gradiente hidrulico, tendo seu fluxo no sentido das drenagens existentes na rea e dificilmente penetra na rocha s.

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O aqfero fissurado representado pela Diabsio est protegido pela presena imediatamente superior do solo residual, que devido as suas caractersticas de coeso e coeficiente de permeabilidade, tem comportamento hidrogeolgico de um aquiclude, que retm mais gua do que a transmite, tornando difcil a percolao da gua de subsuperfcie. A espessa laje de Diabsio, rocha macia e de estrutura impermevel, constitui fator de impedimento da percolao vertical, e de segurana a contaminao do Aqfero Guarani, de constituio predominantemente arenosa, situado a mais de 70 m de profundidade.

Riscos de Contaminao Para avaliao dos riscos de contaminao de uma determinada rea por poluio de origem urbana, industrial ou agrcola devem ser levadas em considerao, mobilidade e a persistncia do poluente, sua concentrao e a extenso da rea afetada, a disposio do poluente no solo ou subsolo e a durao de aplicao da carga poluidora com a probabilidade de ocorrncia no subsolo. Os riscos de contaminao das guas subterrneas so definidos pela interao entre a carga contaminante potencial e as reas de vulnerabilidade dos aqferos. Assim, na rea os riscos de contaminao do aqfero superficial/ lenol fretico, seja pela atividade futura atividade no local, seja pela atividade agrcola, so mnimos, pois uma eventual carga contaminante dificilmente atingir a zona saturada devido natureza da litologia daquele trecho ser essencialmente peltica e devidos aos parmetros hidrulicos como o coeficiente de permeabilidade, velocidade de infiltrao e o tempo de transito. Baseado no conceito sobre poluio de Foster & al- 2002, conforme apresentado abaixo, na regio em estudo, podemos classificar o risco de contaminao dos aqferos mais profundos representados pelo Fissurado e do Aqfero Guarani, em relao ao grau de vulnerabilidade, como sendo desprezvel.

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Figura 4.14 - Mtodo de Foster et al para determinao de vulnerabilidade de aqferos

importante salientar que o risco de contaminao do Aqfero Fissurado e do Aqfero Guarani pela presena de poos tubulares profundos abandonados tambm mnimo, visto no existir dados de tais poos na rea ou em seu entorno.

Qualidade das guas Subterrneas Na regio, as guas subterrneas captadas tanto da Formao Serra Geral, quanto do Aqfero Guarani, so de excelente qualidade tanto para consumo humano como para fins industriais e agrcolas, sendo inclusive responsveis pelo abastecimento pblico da maioria das cidades da regio. Excepcionalmente existem dados de teores anmalos em relao ao parmetro flor em poos explorando o basalto em profundidades superiores a 200metros. . A maioria das informaes sobre a qualidade das guas subterrneas captadas do lenol fretico, mostram que a mesma situa-se dentro dos parmetros de potabilidade exigidos pela Portaria MS 518 em sua Tabela III, eventualmente ocorrendo anomalias

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no teor de ferro, no havendo informaes sobre outras variaes da qualidade fsicoqumica da mesma.

4.2.4.3 PEDOLOGIA Assim como na caracterizao da geologia, a caracterizao da pedologia na rea em estudo e arredores est muito bem definida. Diante da simplicidade da pedologia na rea e sua correlao com as unidades geolgicas locais, baseado no Mapa Pedolgico do Estado de So Paulo, Oliveira et al (1999), encontrado na escala 1:500.000, elaboramos um Mapa Pedolgico da rea que apresentado em anexo. Naquele mapa apresentado na escala 1:7.500, pudemos caracterizar mais pormenorizadamente a pedologia da rea. No local aparecem somente duas unidades pedolgicas, a saber:

LV15 Latossolo Vermelho Na rea, a classe de solos amplamente dominante a dos Latossolos Vermelhos relacionados geologicamente aos solos coluvionares. Esses solos apresentam baixa erodibilidade e possuem propriedades morfolgicas e fsicas que facilitam o manejo agrcola, facilitando a aplicao de corretivos e fertilizantes que garantam elevadas produtividades e quando bem manejados podem refletir em elevada produtividade agrcola. Definio Solos constitudos por material mineral, apresentando horizonte B latosslico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da superfcie do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que 150cm de espessura. Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).

Caractersticas Locais Distrofrricos, com horizonte A moderado, com proeminente textura argilosa, relevo suave ondulado.

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GX8 - Gleissolo Hplico Gleissolos na rea so relacionados com os aluvies encontrados na drenagem a leste da rea. Aparecem nos fundos dos vales e nas vrzeas. Os Gleissolos so bastante cidos requerendo a aplicao de corretivos e fertilizantes para a utilizao satisfatria em lavouras. Os gleissolos podem apresentar problemas de trafegabilidade tanto pelo alto lenol fretico, como pelos elevados teores de material orgnico, que diminuem sua capacidade de suporte. Por estarem situados em vales e vrzeas, os Gleissolos apresentam elevado risco de inundao. Definio Solos constitudos por material mineral com horizonte glei imediatamente abaixo de horizonte A, ou de horizonte hstico com menos de 40cm de espessura; ou horizonte glei comeando dentro de 50cm da superfcie do solo. No apresentam horizonte plntico ou vrtico, acima do horizonte glei ou coincidente com este, nem horizonte B textural com mudana textural abrupta coincidente com horizonte glei, nem qualquer tipo de horizonte B diagnstico acima do horizonte glei.

Caractersticas Locais Gleissolo Hplico com gleis pouco hmico, hidromrficos, cinzento com horizonte A moderado, cinzento, eutrfico e distrficos textura indiscriminada.

4.2.4.4 ASPECTOS GEOTCNICOS As caractersticas geotcnicas de uma determinada rea esto diretamente ligadas s condies geolgicas daquela rea bem as litologias encontradas em superfcie e sub-superfcie. Desta forma a rea em estudo, situada totalmente sobre solo coluvionar (latossolo vermelho) classificada segundo a Carta Geotcnica do Estado de So Paulo, IPT, 1994, como de baixa suscetibilidade aos diversos processos do meio fsico. importante salientar que os arenitos da Formao Botucatu, que afloram fora da rea, prximo da rodovia SP 215, tem uma caracterstica geomorfolgica totalmente distinta, sendo classificados como de alta suscetibilidade eroso.

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4.2.4.5 GEOMORFOLOGIA A regio de So Carlos, encontra-se em rea de domnio geomorfolgico denominado de Planalto Ocidental, de acordo com a Diviso Geomorfolgica do Estado de So Paulo. Na rea em estudo ocorre um relevo colinoso, na forma de COLINA AMPLA com cota mxima de 780 metros, com topo extenso e aplainado e vertentes com perfis com declive suave em direo a norte com prxima a 10%. Na Figura .415 a seguir, apresentamos o Mapa Geomorfolgico da rea na esc. 1:200.000.

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N

esc. 1:300.000 LEGENDA: rea em estudo Formas de Relevo: 221 - Morros amplos 241 - Morros arredondados 212 - Colinas amplas, 213 - Colinas mdias

Figura 4.15 - Mapa Geomorfolgico

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4.3 DIAGNSTICO DO MEIO BITICO O diagnstico ambiental referente ao meio bitico visa identificar e caracterizar os ambientes encontrados na rea de estudo, bem como realizar um levantamento da biota ocorrente na rea do empreendimento, destacando a ocorrncia de espcies raras, endmicas e/ou ameaadas de extino. Para a instalao do Aterro Sanitrio de So Carlos, de acordo com o art. 5 e 10 da Resoluo CONAMA n 237/97, o diagnstico tem como objetivo, subsidiar o entendimento dos componentes ambientais do meio bitico, com nfase na cobertura vegetal e fauna associada, que podero sofrer algum tipo de alterao em decorrncia da implantao e operao do Empreendimento em questo. Para tanto, considera os espaos fitofisionmicos (tipologias de cobertura vegetal) e seus respectivos estgios de regeneraes, bem como a caracterizao de reas de Preservao Permanente (APP), estabelecidas pela legislao vigente e passveis de serem afetadas pelo Empreendimento. Conjuntamente a este estudo, esto abordadas as possveis interaes entre os povoamentos faunsticos com ocorrncias comprovada e potencial e os ambientes fitofisionmicos identificados. Os dados apresentados por esse relatrio tratam-se, ento, dos resultados interpretativos de um levantamento sobre a Fauna e Flora das regies direta e indiretamente afetadas pela implantao do Aterro Sanitrio no Municpio de So Carlos, com o intuito proporcionar subsdios, para formulao medidas mitigadoras e de conservao ambiental. Os levantamentos de campo foram realizados no perodo de abril a setembro de 2009 para a AID e AII do empreendimento.

Inventrio de Espcies

O estudo da flora e fauna foi realizado na rea Diretamente Afetada (ADA), rea de Influncia Direta (AID) e rea de Influncia Indireta (AII) cujas definies seguem as delimitaes do ANEXO II do Plano de Trabalho para o Licenciamento ambiental do Aterro Sanitrio do Municpio de So Carlos SP (2008).

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O roteiro dos trabalhos de campo, bem como a seleo das reas de relevante interesse ao estudo, ser definido com base nas plantas do empreendimento e base no levantamento planialtimtrico da rea (escala 1:20.000) que encontram-se no Anexo C. As reas foram verificadas in loco atravs de equipamento de posicionamento global por satlites (GPS), tendo sido tomadas s coordenadas das principais observaes. As observaes de campo foram monitoradas por meio de registro fotogrfico. No levantamento da flora e da fauna, inicialmente foi analisado atravs de dados secundrios a presena de espcies ameaadas, em vias de extino ou extintas existentes no local do empreendimento. A existncia dessas informaes foi verificada atravs de pesquisas em bibliotecas nas duas Universidades existentes no municpio de So Carlos (USP e UFSCar) e na UNICEP (Centro Universitrio Central Paulista) e ainda, em sites de instituies ambientais e revistas cientficas. Para a anlise comparativa entre as diferentes fisionomias vegetacionais existentes na rea, no que diz respeito composio das espcies, foi realizado busca de dados secundrios, na bibliografia que contivessem estudos de anlise florstica em remanescentes vegetais ocorrente na rea de estudo. Nessa compilao de dados, incluram-se estudos florsticos, fitossociolgicos, inventrios florestais, caracterizaes rpidas, entre outros, realizados nas reas de abrangncia da sub-bacia do Ribeiro do Monjolinho. A partir desses trabalhos foram elaboradas relaes de espcies vegetais que nortearo os trabalhos de levantamentos da vegetao em campo. Nesse relatrio, enfatizaremos as espcies vegetais de comportamento arbreo-arbustivo.

Caracterizao da rea de Estudo

Em abril de 2009, foi realizado um reconhecimento preliminar da rea do empreendimento tendo como objetivo verificar as caractersticas e estado de conservao do local para realizar a caracterizao e diagnstico dos possveis impactos sobre as reas de Influncias. Aps esse estudo preliminar, verificou-se que ocorreu converso da cobertura florestal da terra em reas agropastoris resultando em uma paisagem onde a cobertura vegetal natural se encontra reduzida a fragmentos com diversos tamanhos e padres espaciais.

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A fragmentao da cobertura vegetal causa diversos efeitos deletrios s populaes biolgicas que dependem deste hbitat, como subdiviso de populaes, aumento da taxa de endogamia e conseqente eroso gentica, menor resistncia a distrbios e, risco de extino local (FORMAN, 1983). Existem muitas iniciativas de ao para reduzir as conseqncias da fragmentao de hbitats, entre as quais a manuteno ou implementao de corredores ecolgicos que so faixas de hbitat natural que conectam fragmentos de hbitat permitindo o fluxo gnico entre estes fragmentos, aumentando assim a viabilidade de populaes biolgicas (SIMBERLOFF & COX, 1987). No entorno da rea Diretamente Afetada (ADA) que ocupada pelo cultivo da cana-de-acar existe a presena do vale do Ribeiro do Monjolinho (AID), fragmento de Cerrado (AII) e a Estao Ecolgica de So Carlos (EESCar) (AII) que podem atuar como corredor ecolgico. Considerando a existncia dessas reas separadas pela ao antrpica e de acordo com a resoluo CONAMA no 09/96 que estabelece a necessidade de se definir "corredores entre remanescentes" e na manuteno deste, decidiu-se dividir o local de estudo em trs fragmentos de vegetao para execuo do levantamento da flora e da fauna, visando verificar se ocorre o trnsito de animais entre elas e se conseqentemente est ocorrendo a troca gnica entre as espcies. O Fragmento I ser considerado a Sub-bacia do Ribeiro do Monjolinho e seus afluentes (AF1 e AF2) que pertence rea de Influncia Direta (AID), Fragmento II ao Cerrado e Fragmento III Estao Ecolgica de So Carlos, sendo que ambos constituem a rea de Influncia Indireta (AII).

4.3.1

VEGETAO

Metodologia

O estudo da flora consistiu no levantamento florstico de espcies arbreas, arbustivas, subarbustivas, herbceas, epfitas e na caracterizao fitossociolgica e fitofisionmica da rea de Diretamente Afetada (ADA), fragmentos I pertencentes rea de Influncia Direta (AID) e fragmentos II e III na rea de Influncia Indireta (AII). Na anlise da vegetao em todos os remanescentes foi percorrida o entorno dos fragmentos, bem como trilhas j existentes no interior de cada remanescente florestal,136

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com o propsito de realizar uma anlise preliminar das condies de conservao dos remanescentes, identificando especificidades estruturais e os fatores de perturbao das reas, o que auxiliar na determinao dos locais para os estudos quantitativos dos fragmentos. O mtodo utilizado para a caracterizao florstica e fitossociolgica dos fragmentos estudados foi baseado no mtodo dos quadrantes (COTTAM & CURTIS, 1956). O levantamento florstico consistiu na coleta de material botnico das espcies arbustivo-arbreas e herbceas em caminhadas em transectos abertos no sentido da borda, limite com a cana-de-acar, at a outra borda, limite com o Ribeiro do Monjolinho. As trilhas foram razoalvemente estreitas, de modo a causar pouco dano a vegetaco, especialmente regenerao, de maneira que elas tivessem a largura suficiente apenas para a passagem de uma pessoa. Apesar dos transectos estarem paralelos e equidistantes (300 m), os mesmos apresentaram diferentes comprimentos, devido forma irregular da rea de estudo. Foram realizadas campanhas peridicas, de campo, (abril a setembro de 2009) buscando percorrer as maiores extenses do fragmento, na perspectiva de ser observado o maior nmero possvel de espcies da vegetao estabelecida. Alguns dos transectos foram percorridos em trilhas pr-existentes, bem como efetuadas caminhadas pelo interior do fragmento. Para coleta de material vegetativo e reprodutivo utilizou-se tesoura de poda manual, alm da coleta de fruto no cho, desde que se tivesse a certeza de que pertencia a rvore em estudo. A identificao das plantas conhecidas que se encontram com flores ou frutos foram cadastrados durante as visitas na rea e apenas coletados fragmentos das espcies desconhecidas, ou de identificao duvidosa para compar-las com a bibliografia (LORENZI, 1992; LORENZI, 1998, SOUZA E LORENZI, 2005). No estudo fitossociolgico do estrato arbreo foi utilizado o mtodo dos quadrantes, tambm chamado de ponto (quadrante point-centered quarter method) um dos principais mtodos quantitativos de levantamento expedito de fitossociologia empregados no Brasil. De acordo com Rodrigues (1988), os mtodos de parcelas de reas fixas e o de ponto quadrantes so os mais utilizados em estudos de fitossociologia. Cottam & Curtis (1956), recomendam o uso do ponto quadrante por fornecerem mais

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dados por ponto de amostragem e serem menos sujeitos a erros subjetivos quando comparado a outros mtodos de distncias. Segundo Martins (1991), o mtodo tem como principais vantagens a eliminao da influncia da forma da parcela nos resultados, facilidade na locao dos pontos de amostragens, por seguirem uma trilha determinada, maior rea de amostragem, que possibilita um conhecimento maior da vegetao, maior consistncia na comparao dos resultados obtidos em diferentes povoamentos do mesmo tipo de vegetao e por fim o ganho de tempo no campo. Esse mtodo foi selecionado por ter como finalidade otimizar o trabalho em campo e possibilitar verificar a diversidade vegetal. Para a aplicao do mtodo em campo foi considerado os transectos eqidistantes aproxidamente 300 m um do outro. Esta distncia permaneceu constante na medida do possvel, pois em algumas circunstncias, a distncia foi alterada devido a dificuldade da locao dos pontos em virtude da existncia de muitas lianas no solo e sobre as rvores, da existncia de abelhas ou por questes de topografia acidentada, sendo necessrio deslocar a unidade amostral frente do local pr-definido. Em cada ponto foram amostrados 4 indivduos, sendo estes os quais os mais prximos em relao ao centro da cruzeta. A coleta de dados foi padronizada em 20 pontos para todas as reas, podendo esse nmero ser reduzido em casos onde as reas apresentaram baixa diversidade de espcies, definido em funo da curva do coletor. A amostragem incluiu os indivduos com Dimetro a Altura do Peito (DAP) superior a 10 cm, obtida com auxlio de uma fita mtrica. Dos indivduos amostrados, foi anotada a espcie, distncia do indivduo ao centro da cruzeta, a altura total e o DAP em fichas de campo. O valor do DAP de cada espcie foi obtido atravs do valor do CAP. Os indivduos no identificados em campo tero material vegetativo e/ou reprodutivo coletado com auxilio de uma tesoura de poda, sendo estes, numerados, prensados e posteriormente identificados. Materiais de difcil identificao, devido principalmente a falta de rgos reprodutivos, quando necessrio, foram enviados a especialistas. Nos casos em que foi impossvel a identificao da espcie, o indivduo foi classificado como morfo-espcie. A anotao das caractersticas morfolgicas e organolpticas (caule, cor, odor, etc) dos indivduos coletados auxiliou na identificao em herbrio.

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Anlises estatsticas Em cada fragmento analisado, foi calculado para as reas a densidade total (nmero de indivduos por hectare), densidade relativa (DR - proporo do nmero de indivduos de uma determinada espcie e do nmero total de indivduos amostrados de todas as espcies), freqncia absoluta (FA - proporo entre o nmero de pontos em que ocorre a espcie considerada e o nmero de pontos utilizados), freqncia relativa (FR - proporo entre a freqncia absoluta de uma determinada espcie e a freqncia absoluta total), rea basal, dominncia relativa (DR - proporo entre a rea basal individual de uma espcie e a rea basal total de todas as espcies amostradas), ndice do valor de importncia (IVI - soma dos valores relativos de densidade, freqncia e dominncia de cada espcie), ndice de valor de cobertura (IVC - soma dos valores relativos de densidade e dominncia de cada espcie) (RODRIGUES, 1998) ndice do valor de diversidade (H - ndice de Shannon & Weaver, que expressa a heterogeneidade florstica) e Equabilidade (Eq - proporo entre a diversidade obtida e a diversidade mxima possvel. ndice de similaridade de Jarcard sero utilizados para inferir comparativamente quanto a composio das espcies entre reas. Os parmetros quantitativos foram calculados pelo programa FITOPAC 1 (SHEPHERD, 1995). Os parmetros fitossociolgicos que foram utilizados esto comentados a seguir. Freqncia - indica a probabilidade de se encontrar uma determinada espcie em uma unidade amostral, ou o nmero de vezes que a espcie ocorreu em um dado nmero de amostras; Freqncia Relativa expressa a relao entre a freqncia absoluta da espcie i e a soma das freqncias absolutas de todas as espcies; Densidade define o nmero de indivduos por unidade de rea amostral. A Densidade Total por rea estabelece o nmero total de indivduos por rea em hectares; Densidade Absoluta estabelece, para uma dada espcie, o nmero de indivduos por unidade de rea; Densidade Relativa expressa, em valores percentuais, a densidade da espcie i em relao ao total de indivduos; Dominncia define a rea ocupada pelos indivduos de uma determinada espcie, em funo de sua rea basal.

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Figura 4.16 - Mapa mostrando os pontos amarelos os locais de coleta do levantamento fitossociolgico na rea Diretamente Afetada (ADA), na rea de Influncia Direta (AID) e na rea de Influncia Indireta (AII).

Caracterizao regional (AII) Na rea de Influncia Indireta (AII) com a finalidade de facilitar o estudo da flora dividimos em dois fragmentos, cuja denominao ficou como II e III. No fragmento II denominada como Floresta Estacional Semidecidual que caracterizada por uma dupla estacionalidade climtica tropical com chuvas intensas de vero, seguida de estiagem acentuada (superior a 60 dias) e tambm marcada pela queda das folhas, no percentual de 20 a 50%, dos componentes arbreos dessa comunidade, em funo dos perodos de deficincia hdrica (Figura 4.17) (IBGE, 1992). No fragmento III, que compreendido pela Estao Ecolgica de So Carlos (EESCar), a vegetao, de acordo como o IBGE (1992) , denominada de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial que tambm pode ser denominada pelos termos "ribeirinha com influncia fluvial sazonal", em conformidade com a classificao de formaes ciliares proposta por Rodrigues e Leito-Filho (2000).

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Figura 4.17 - Imagem de satlite demonstrando a Floresta Estacional Semidecidual nos fragmentos II e III da AII.

A Floresta Estacional Semidecidual Ribeirinha com Influncia Fluvial Sazonal corresponde, na regio em estudo, s formaes ocorrentes ao longo dos cursos d'gua e diretamente influenciadas pela gua, de forma sazonal. Constitui uma formao em geral estreita, porm conspcua ao longo do Crrego. Nestes trechos, as reas que exibem cotas baixas e superfcie de aplainamento praticamente sem declive; e grande parte da superfcie coberta pela vegetao marginal fica exposta s influncias dos alagamentos peridicos. A dinmica da gua do solo atua reconhecidamente na definio das caractersticas edficas e vegetacionais da faixa ciliar. O mosaico vegetacional observado nestas formaes reflete uma heterogeneidade ambiental resultante das distintas condies ecolgicas existentes nas reas, definidas por variaes edficas, topogrficas, de encharcamento do solo, das formaes vegetais do entorno, das caractersticas hidrolgicas da bacia e do curso d'gua, entre outros fatores (EITEN 1963, 1992, COUTO et al.1985, SCHIAVINI e ARAJO 1989, RATTER et al. 1997, PIVELLO et al. 1998, RIBEIRO e WALTER 1998, ARAJO et al.2002) Na vegetao do fragmento II foram encontradas 136 espcies, pertencentes a 50 famlias, conforme apresentado na Tabela 4.11. Trs espcies no foram determinadas, pois elas no estavam frteis.141

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No Fragmento II as famlias com maior nmero de espcies so Fabaceae/Faboideae (12 espcies), Poaceae (11spp.), Fabaceae/Minosoideae (9 spp.), Asteraceae (7 spp.), Bignoniaceae (6 spp.), Amaranthaceae (5 spp.), Fabaceae/Caesalpinoideae (5 spp.) e Meliaceae (5 spp.) representando 44 % do total coletado (Tabela 1). Das 135 espcies coletadas no Fragmento II, 35 so herbceas, 10 arbustiva, 9 trepadeiras e 81 rvores. Portanto verificamos a predominncia rvores e herbceas. Na vegetao do fragmento III foram encontradas 97 espcies, pertencentes a 42 famlias, conforme apresentado na Tabela 3. Duas espcies no foram determinadas, pois elas no estavam frteis. No Fragmento III as famlias com maior nmero de espcies so Fabaceae/Faboideae (8 espcies), Fabaceae/Minosoideae (6 spp.), Meliaceae (5 spp.) Bignoniaceae ( 4 spp.) e Amaranthaceae (4 spp), representando 29% do total coletado (Tabela 4.11). Das 93 espcies coletadas no Fragmento III, 12 so herbceas, 13 arbustiva, 8 trepadeiras e 64 rvores. Portanto verificamos a predominncia rvores, arbustivas e herbceas.Tabela 4.11 - Espcies encontradas na Mata ciliar do Ribeiro do Monjolinho e seus alfluentes, So Carlos SP, informaes sobre o hbito (H) (trep = trepadeira, herb = herbcea, arb = arbustiva, rv = rvore) e Classe Sucessional (CL) (P = pioneira ou secundria inicial; NP = secundria tardia ou climax NP = no pioneira)Famlia/Espcie AMARANTHACEAE Amaranthus hybridus var. paniculatus (L.) Uline & W.L. Bray. Amaranthus hybridus var. patulus (Betol.) Thell. Chenopodium ambrosioides L. Gomphrena celosioides Mart. ANACARDIACEAE Lithraea molleoides Engl. Mangifera indica L. Tapirira guianensis Aubl. ANONACEAE Dugueta lanceolata A. St.-Hil. Rollinia mucosa (Jac.) Baill APOCYNACEAE Aspidosperma pyrifolium Mart. Aspidosperma polyneuron Mll. Arg. Peschiera fuchsiaefolia (A. DC.) Miers ARACEAE Nomes populares CL H Frag.II Caruru-roxo, caruru, carurubravo Caruru-branco, bredo, caruru Erva-de-santa-maria Perptua, perptua-brava Aroeira-brava, aroeira-branca Mangueira Peito de pomba, copiva Pindaba, pindava Biriba, graviola-brava Pereiro Peroba-rosa Leiteiro, jasmim-do-campo, gancheira P P P NP NP NP P herb herb herb herb arv arv arv herb herb arv arv arv x x x x x x x x x x x x AII Frag.III x x x x x

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Monostera deliciosa Liebm. Mongonia tweediena Schott ARALIACEAE Schefflera vinosa (Cham.&Schltd.) Schefflera morototoni (Aubl) Lecne Planch ARISTOLOCHIACAEAE Aristolochia arcuata Mast. Aristolochia galeata Mart. & Zucc ASTERACEAE Bidens sualternans DC. Chaptalia nutans (L.) Pol. Melampodium perfoliatum (Cav.) Kunth Porophyllum ruderale (Jacq,) Cass. Solidago chilensis Meyen Taraxacum officinale F.H.Wigg Xanthium strumarium L. BASELLACEAE Anredera baselloides (Kunth.) Baill. BOMBACACAE Bombacopisis glabra (Pasq.) A.Rob Ochroma pyramiddale (Cav.Ex. Lam.) Urb. Pseudobombax garndiflorum (Cav.) A. Robyns BORAGINACEAE Cordia superba BIGNONIACEAE Cybistax antisphilitica (Mart.)Mart. Jacaranda mimosifolia D. Don Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers Tabebuia impetignosa (Mart.ex Dc.) Standl. Tabebuia dura (bureau ex K.Schum.) Sprangue & Sandwith Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau BIXACEAE Bixa orellana L. BROMELIACEAE Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker Bromelia balansae Mez CACTACEAE Epiphyllum phyllanthus (L.) Haw.var. phyllanthus CARICACEAE Carica papaya Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. COMMELIACEAE Commelina benghalensis L. CONVOLVULACEAE Ipomoea delphinioides Choisy Ipomea hederifolia L. Ipomea nil. (L.) Roth.

Costela-de-ado

herb herb NP NP arv arv trep trep herb herb trep herb herb herb herb trep NP NP P P P P NP NP NP NP arv arv arv arv arv arv trep arv arv arv arv arb arb arb arb arb arb

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Mandioqueira Morotot Cip-mil-homens,jarrinha Papo de peru, saco de frade Pico-preto, piolho de-padre Lngua-de-vaca Estrelinha Couve-cravinho, erva-fresca, couvinha Arnica, arnica-brasileira Dente-de-leo,amargosa Carrapicho-bravo, carrapicho liana Castanha-da-praia, castanhado-maranho Pau-de-balsa, pau-de-jangada Embiruu Babosa branca Caroba, Ip verde Jacarand mimoso Cip-de-so-joo Ip roxo Ip branco do cerrado Ip amarelo Bucho-de-carneiro, ip-felpudo Urucum, colorau Bromlia Gravat Flor de baile Mamoeiro Mamozinho-do-mato, barrigudo Trapoeraba, rabo-de-cachorro Enrola-semana, ipomia Jetirana, corda-de-viola, corriola Campainha, corriola

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CURCUBITACEAE Momordica charantia L. Cayaponia espelina (Silva Manso) Cogn CYPERACEAE Cyperus ferax Rich. Rhynchospora corymbosa (L.) EUPHORBIACEAE Alchornea triplinervia (Spreng.) M. Arg Croton floribundus Spreng. Croton urucurana Baill. Ricinus communis L. FABACEACE/CAESALPINOIDEAE Cassia ferruginea (Schrad) Cassia leptophylla Vogel Dimorphandra mollis Benth. Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpa (Hayne) Lee et Lang. Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake Senna occidentalis (L.) Link FABACEAE/ CERCIDEAE Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. Bauhinia forficata Link FABACEAE /MIMOSOIDEAE Acacia xanthophloea Benth. Acacia mearnsi Will Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. Enterolobium contortisiliquum (Mart.) Morong. Inga vera subsp. Affinis (DC.) T.D. Penn. Plathymenia foliolosa Benth. Piptadenia gonocantha (mart.) J.F. Macbr. FABACEAE/FABOIDEAE Erythrina speciosa Andrews Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth. Crotalaria martiana subsp.mohlenbrockii (Windler & S.G. Skinner) Planchuelo Crotalaria incana L. Machaerium acutifolium Vog. Machaerium brasiliense Vog. Machaerium scleroxylon Tul Machaerium vestitum Vogel. Myroxylon peuriferum L.f. Pterodon pubescens Benth Pterodon polygalaeflorus (Benth.) Benth. Swartzi langsdorffii Raddi Vigna ungiculata (L.) Walp. LAMIACEAE

Melo-de-So-Caetano Espelina - verdadeira Junquinho, capim-de-cheiro Capim-navalha Tanheiro(SC), tapia(SP), boleiro(PR), tanaeiro Capixingui, tapixingui Urucurana, sangra-dgua Mamona, carrapateira, rcino Tapira-coiana, chuva-de-ouro Falso-barabatimo Canafstula do cerrado Jatob, jatob da mata Guapuruvu, pataqueira Fedegoso, caf-de-negro Unha-de-vaca Pata-de-vaca, casco-de-vaca, moror Accia-farinhenta Mimosa, accia-negra Angico-branco, cambu angico Angico-do-cerrado, angico-docampo, angico- preto Orelha de macaco, orelhade-negro, tamboril Ing-do-brejo Vinhtico, vinhtico-da-mata, vinhtico-raiado Pau-jacar Mulungu Ararib, arib Guizo de cascavel Chocalho, xique-xique Jacarand do campo, sapuva Pau sangue Cavina, pau-ferro, sabiuna Cateret, jacarand branco Cabreva Sucupira branca Pacov-do-macaco, jacarandbanana Favero-azul Feijo-mido, feijo-demacassar NP P P

trep trep herb herb arv arv arv arb arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv arv herb herb arv arv arv arv arv arv arv arv herb

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