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Revista Sol Brasil - 2°edição

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Índice2

Empresas Associadas

Mundo Verde16

Editorial

Entrevista 14

Expediente

Notícias do DASOL4

Novidades no siteConheça o novo portal do setorde aquecimento solar

Carlos Alexandre Príncipe PiresCoordenador geral de Eficiência

Energética do MME alerta que inserção da energia solar na matriz energética

brasileira passa pela redução de custos e cadeia produtiva robusta.

Revista SOL BRASIL

Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho EditorialLuís Augusto Ferrari MazzonMarcelo MesquitaNathalia P. MorenoSara VieiraRedação: Setembro ComunicaçãoProjeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFoto capa: banco de imagem sxc.hu

Diretoria DASOL

Presidência José Ronaldo Kulb VP de Relações Institucionais (VPI) Amaurício Gomes Lúcio VP de Operações e Finanças (VPOF) Edson Pereira VP de Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Carlos Arthur A. Alencar

VP de Marketing (VPM)Luis Augusto Ferrari MazzonGestorMarcelo Mesquita

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – SP – São Paulo – CEP 01206-905Telefone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

Tecnologia 8

Superfícies seletivas para absorvedores Artigo de Volker Kallwellis lista prós e contras

das opções existentes no mercado para aumentar a eficiência dos coletores solares.

Capacitação18

Alunos e associados elogiamPrograma de Capacitação do DASOL

José Ronaldo Kulb Presidente do DASOL

5Minha Casa, Minha VidaO programa federal Minha Casa, Minha Vida já conta com 25 mil moradias populares contratadas com Sistema de Aquecimento Solar.

7Energia solar no Pequenas Empresas Grandes NegóciosPrograma dedicado aos empreendedores mostra as oportunidades de negócio do setor e aumenta interesse pelos cursos do DASOL.

Sun & Wind Energy confirma: mercado mundial está otimista

6Empregos Verdes1.500 e 3.500 novos empregos verdes correspondentes à demanda de 20 mil e de 50 mil novas habitações Agenda do DASOLProcobre e GTZ lançam material didático

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Editorial 3

Novos desafios para a ABRAVA/DASOL

Uma nova gestão tem início consolidando os principais vetores que nortearam o crescimento sustentável do setor de aquecimento solar no Brasil até o presente momento.

Nestes 18 anos de ABRAVA/ DASOL, criamos, por meio de programas, convênios e iniciativas do próprio departamento, um grande elenco de ferramentas institucionais e de mercado que proporcionam ao setor e a seus “stakeholders” a credibi-lidade necessária para investir em toda a cadeia de valor e na criação de empregos “verdes”, gerando riqueza para o País.

Com o forte crescimento do setor neste último ano, fomen-tado principalmente pelos programas sociais de incentivo ao uso de aquecimento solar em habitações de interesse social e também com a expansão do mercado de grandes volumes para uso comercial, apresenta-se agora um novo e grande desafio:

Difundir a cultura de boas práticas de mercado, normas e recomendações técnicas por meio de nossas ferramentas de comunicação e programas de treinamento.

Só assim poderemos garantir a sustentabilidade desta expansão. Pensando nesta direção, estamos criando a Vice-Presidência de Desenvolvimento Asso-

ciativo. Seu principal objetivo será o de trazer para a Associação as empresas que ainda hoje estão alheias aos programas promovidos pela ABRAVA/DASOL e seus parceiros, como o PBE e o Qualisol. Queremos que essas empresas tenham acesso a cursos e materiais didáti-cos que contribuam para a qualidade de produtos e serviços e promovam a capacitação dos profissionais que darão sustentabilidade a este aumento da base de mercado.

Outro grande desafio será o de consolidar e desenvolver o trabalho dos conselhos técnico, fiscal e de ética que proporcionarão maior credibilidade junto ao quadro associativo e à sociedade civil. Para tanto, contamos com o apoio e participação efetiva de todos. Sabemos que o trabalho voluntário requer tempo e dedicação e sem ele dificilmente fortaleceremos as instituições, cujo papel é importantíssimo no desenvolvimento democrático de uma nação.

Hoje, mais do que nunca, temos uma grande responsabilidade social no desenvolvimento deste mercado e no fomento do uso de energias renováveis, reduzindo os impactos ambientais produzidos por combustíveis fósseis e afastando os riscos da energia nuclear.

Portanto, contamos com a participação de todos para fazermos juntos um Brasil que pro-porcione melhor qualidade de vida para todos nós e um exemplo de sustentabilidade na área energética.

AtenciosamenteJosé Ronaldo Kulb - Presidente do DASOL

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Notícias do DASOL4

Novo website traz“sol de associados”em movimento

O novo website do DASOL está no ar totalmente refor-mulado e com várias novidades para facilitar a navegação e o acesso às informações do setor de aquecimento solar dedicadas a vários públicos, desde projeto de um sistema de aquecimento solar, princípio de funcionamento, até dicas para o consumidor na hora de solicitar seus equipamentos. Possui ainda dados para as pessoas interessadas em conhecer a evolução do mer-cado de aquecimento solar.

Outro diferencial está na homepage: a imagem de um Sol em movimento circular que traz o nome de todas as empresas associa-das ao DASOL e também a navegabilidade intuitiva do conteúdo de forma simples e direta. “O internauta tem imediatamente a visualiza-ção dos assuntos, que apare-cem de forma organizada”, explica a comunicadora visual Izilda Fontainha Simões, responsável por todo o conceito de comunicação do site.

Thiago Dacal, da empresa Visibilidade Virtual, é o res-ponsável pelo desenvolvimento de programação. Segundo

ele, “além de bonito e leve, o novo website do DASOL traz uma arquitetura de dados e informações que permitirá ser identificado e priorizado pelos sistemas de busca da inter-net“. Dessa forma, o site poderá ser ainda mais visitado “com maior exposição das empresas associadas ao mercado e aos potenciais clientes”.

Uma das principais melhorias do novo web-site é a gestão do conte-údo, a cargo de equipe própria do DASOL. Além de facilitar a navegação intuitiva, o novo site traz informações atualizadas do setor e documentos técnicos para downlo-ad. As principais notícias sempre estarão presentes na lateral da home.

O site possui ainda duas áreas reservadas,

uma dedicada aos associados (com informações do setor, pesquisas e documentos técnicos) e outra dedicada aos alunos dos cursos do DASOL (com apostilas e aplicativos).

Os informativos Solar News e Revista Sol Brasil também estão disponíveis aos visitantes do website.

Acesse www.dasolabrava.org.br e conheçao novo portal do setor de aquecimento solar

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Notícias do DASOL 5

25 mil moradias contratadas com aquecimento solar no Minha Casa, Minha Vida

O programa federal Minha Casa, Minha Vida já conta com mais de 25 mil moradias populares contratadas com Sistema de Aquecimento Solar. Segundo a Caixa Econômica Federal, o número, alcançado em 19 de agosto, representa 60% da meta deste ano do projeto piloto de 40 mil unidades habitacionais destinadas à população com renda bruta de até R$ 1.395,00.

A informação foi apresentada pela Gerente Executiva Nacional de Meio Ambiente (GEMEA) da Caixa, a arquiteta Mara Luísa Alvim Motta, que participou no dia 1 de setem-bro da Assembléia de Associados do DASOL.

A gerente destacou a importância de o setor de aqueci-mento solar apoiar o projeto pois os bons resultados desse piloto são muito importantes para difundir o sucesso da tecnologia solar térmica para Habitações de Interesse Social.

Benefícios

De acordo com estudos da Empresa de Pesquisa Energé-tica (EPE), o uso de Sistemas de Aquecimento Solar na fase 1 do programa, que pretende alcançar 1 milhão de moradias, trará uma economia estimada em cerca 40% na conta de energia elétrica da família beneficiada.

Os estudos indicam ainda a criação de 20.000 empregos diretos e 20.000 indiretos. Ainda segundo a EPE, a econo-mia de 540 GWh/ano pela substituição total ou parcial de chuveiros elétricos evitará a emissão de 97 mil toneladas de CO2 por ano.

Nova linha de financiamento

No final de sua apresentação, a gerente Mara Motta informou que as empresas do setor de aquecimento solar poderão ter acesso ao novo produto da Caixa Econômica Federal, a linha de financiamento Ecoeficiência.

Essa linha traz vantagens para em-presas cujas atividades sejam ligadas a sustentabilidade e energia limpa. O financiamento é garantido para a aqui-sição de equipamentos ecoeficientes voltados, principalmente, para aque-cimento solar da água, tratamento de resíduos sólidos, controle de poluição da água, eficiência energética, reciclagem de resíduos e tratamento e reutilização de águas residuais.

Enquanto as linhas de crédito para pessoa jurídica trabalham, em geral, com taxas que variam de 2% a 3,5% ao mês, a modalidade da ecoeficiência empresarial oferece juros máxi mos mensais de 1,92%, mais a Taxa de Referência (TR).

Os prazos de pagamento vão de dois a 54 meses.

Números foram apresentados pela Caixa durante Assembléia do DASOL

Programa habitacional

Mara Luísa, gerente da Caixa, destacou benefícios da tecnologia solar

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Notícias do DASOL6

Novo material didático para capacitação de profissionais do setor de aquecimento solar foi lançado dia 26 de agosto durante evento na FIESP.

O material foi desenvolvido pelo Instituto Ekos Brasil e GTZ e conta com o apoio da ABRAVA e Procobre dentre outras entidades.

O engenheiro José Ronaldo Kulb, atual presidente do DASOL, representou a ABRAVA no evento. Segundo Kulb, “trata-se de um material muito bem elaborado e que certamente será útil ao desenvolvimento dos profissionais, num setor que cresce a cada dia”.

O material será disponibilizado aos associados do DASOL e também poderá ser utilizados nos cursos do Departamento.

Procobre e GTZ lançam material didático

OIT estuda empregos verdes no setor Associados do DASOL assistiram no dia 22 de setembro

apresentação de estudo da Escola Politécnica da USP sobre criação de empregos verdes no setor de aquecimento solar até 2015.

Elaborado em 2009 pelos professores Racine T. A. Prado e Alex K. Abiko para a Organização Internacional do Tra-balho (OIT), o estudo prevê 1.500 e 3.500 novos empregos verdes correspondentes à demanda de 20 mil e de 50 mil novas Habitações de Interesse Social (HIS).

A pesquisa, intitulada “Demanda de Capacitação Profis-sional de Instaladores de Sistemas Solares de Aquecimento de Água em Habitações de Interesse Social”, indica também que os encanadores e trabalhadores da construção civil

percebem uma melhor oportunidade de trabalho no setor, com ganhos mais elevados e com a freqüência contínua a cursos de capacitação.

O estudo reforça outros benefícios trazidos pela tecnolo-gia solar para o meio ambiente e para a qualidade de vida da população em geral.

O relatório destaca ainda que o aquecimento solar per-mite conforto maior no banho, já que sua vazão pode ser mais elevada do que a do chuveiro elétrico, principalmente no inverno. Além disso, a tecnologia oferece significativa e duradoura economia com a redução das despesas de energia elétrica.

Acesse a pesquisa em www.dasolabrava.org.br

Aquecimento Solar Módulo II e III Unificados Outubro Horário Carga horária

Qualificações: Projetista S.A.S Pequeno, Médio e Grande Porte São Paulo: 26, 27 e 28 9 às 18hs 24 hs

Aquecimento Solar Módulo III (para quem assistiu apenas o módulo II) Novembro

Qualificações: Projetista Médio e Grande Porte São Paulo: 09, 10 e 11 9 às 18hs 24 hs

Aquecimento Solar para Piscinas Módulo IV Novembro

Qualificações: Projetista S.A.S de Piscinas São Paulo: 25 e 26 9 às 18hs 16hs

Palestra: O setor de aquecimento solar – Mercado e negócios em serviçoscomerciais e instalação - Dia 28/09/2010 das 9h às 13h.

Agenda do DASOL

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Notícias do DASOL 7

Aquecimento solar é tema do programa PEGN

O programa Pequenas Empresas Gran-des Negócios da Rede Globo exibiu no dia 15 de agosto matéria sobre a energia solar como nova oportunidade para pequenos empresários, principalmente para serviços de venda e instalação de equipamentos.

Parte da matéria foi gravada na ABRA-VA, durante curso oferecido pelo DASOL. Na reportagem, o gestor do DASOL Mar-celo Mesquita ressaltou que este é um mo-mento de crescimento e de bons negócios para empreendedores.

Por causa da exibição da matéria, o DASOL recebeu inúmeros emails e telefo-nemas de pessoas interessadas nos cursos e na associação.

Motivado pela procura, a partir deste mês de setembro, o DASOL promove palestras de esclarecimento para futuros empresários que queiram abrir negócios no setor.

As inscrições para a palestra podem ser feitas diretamente no website www.dasolabrava.org.br. Mais informações pelo email [email protected].

O engenheiro José Ronaldo Kulb é, desde 1º de setembro, o novo presi-dente do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA.

Juntamente com o início desta nova fase, o DASOL apresenta nova pro-posta de organização, com a criação da Vice-Presidência de Desenvolvi-mento Associativo que fará parte do Conselho de Administração do Depar-tamento. O representante da nova VP será nomeado nas próximas semanas.

PresidênciaJosé Ronaldo KulbVP de Relações Institucionais (VPI)Amaurício Gomes LúcioVP de Operações e Finanças (VPOF)Edson PereiraVP de Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA)Carlos Arthur A. AlencarVP de Marketing (VPM)Luis Augusto Ferrari Mazzon

Nova diretoria toma posse no DASOL/ABRAVA

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Conselho de Administração

DASOLGestor e Staff

VPDA VPTMA VPOF VPI VPM

PRESIDENTEDiretoria

Conselho Diretor Consultivo

CONSELHO TÉCNICODiretor Consultivo Técnico

2 Representantes

CONSELHO FISCALDiretor Consultivo Fiscal

2 Representantes

CONSELHO DE ÉTICADiretor Consultivo de Ética

2 Representantes

A nova área tem por objetivo aproximar o DASOL de todos os associados e de suas necessidades, promover o ambiente construtivo e sadio no setor e trazer novas empre-sas que ainda não participam de iniciativas da ABRAVA/DASOL e de seus parceiros, como o Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, Procel e o Qualisol.

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Superfícies seletivas para absorvedores solaresConfira as opções de pintura ou tratamento superficial dos absorvedores para aumentar a eficiência dos coletores solares

Volker Kallwellis*

Tecnologia8

Absorvedores são os componentes mais importantes dos coletores solares. Sua função é receber a radiação solar, trans-formar em calor e transmiti-lo para o fluido. A habilidade da superfície de transformar radiação em calor é chamada de absorção. Toda radiação que a superfície não for capaz de absorver será refletida.

Para obtermos coletores solares eficientes, precisamos de superfícies que consigam absorver o máximo e refletir o mínimo da radiação solar. Além disso, os absorvedores solares devem ser resistentes às altas temperaturas, à radia-ção ultravioleta (UV) e aos esforços mecânicos e ao mesmo tempo ter boa condutividade térmica para serem eficientes. Portanto, a maior parte dos absor-vedores é feita de metais como o cobre e alumínio.

Porém, como a maioria dos metais são excelentes refleto-res, quando são aplicados como absorvedores é necessária uma pintura ou tratamento superficial que aumente suas propriedades de absorção.

Seletividade espectral

A lei natural da radiação é que boas superfícies absor-vedoras também são boas emissoras. Este comportamento não é favorável aos coletores solares, pois grande parte da energia solar capturada será radiada de volta para o céu como radiação infravermelha e será perdida.

O que gostaríamos de ter é uma superfície absorvedora que seja muito eficiente em absorver radiação direta e difu-sa e ao mesmo tempo emita o menos possível de radiação térmica. Portanto, deve ser seletiva às características de radiação do comprimento de onda.

Figura 1: Espectro de radiação solar normal direta ao nível do mar e o espectro de um absorvedor seletivo ideal.

Irradiância espectral solar ao nível do mar AM 1,5

Irrad

iânc

ia n

orm

aliz

ada/

Ref

letâ

ncia

Visível Próximo ao infravermelho Infravermelho médio

Comprimento de onda (µm)

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A luz visível é somente uma pequena parte do espectro de radiação que recebemos do sol. O espectro de radiação solar se estende desde radiações de ondas curtas como raios gama, raios-X e luz UV até radiações de ondas lon-gas como o infravermelho, ondas de rádio ou microondas.

Devido a efeitos atmosféricos, no nível da superfície da Terra recebemos a maioria da radiação solar na faixa de luz UV, a radiação in-fravermelha média, dentro de um comprimento de onda entre 0,28 a 2,5 μm, como mostrado na figura 1.

A radiação num determinado comprimento de onda de uma superfície é dependente de sua temperatura. Relevante para coletores solares seria a emissão de um corpo negro sob a tempe-ratura de 100ºC, que acontece no comprimento de onda entre 2,5 a 60 μm.

Para uma superfície absorvedora ideal, queremos um grau de absorção de 100% para ondas com comprimentos de até 2,5 μm e uma reflexão total de radiação acima de 2,5 μm. Considerando que quase não existe sobreposição do espectro que queremos absorver com o espectro que queremos refle-tir, é possível reduzir significativamente a emitância térmica do absorvedor pela seleção do comprimento de onda.

Um absorvedor ideal absorveria toda radiação solar e se aqueceria, refletindo ainda toda radiação de calor de volta para o material absorvedor. Seria uma armadilha de energia que somente permitiria o calor mover-se para o fluido que passa pelos tubos de cobre do absorvedor.

O lado esquerdo da figura 2 mostra o espectro da irra-diação solar ao nível do mar e no lado direito o espectro da emitância de um corpo negro a 100°C, o qual é representa-tivo para absorvedores pintados de preto em aplicações de sistemas de aquecimento solar de água doméstico.

A curva em preto mostra o comportamento real de um revestimento “sputter” altamente seletivo com baixa reflexão no espectro solar e alta reflexão na faixa de ondas médias para as longas do infravermelho.

Tecnologia 9

Figura 2: Espectro de radiação solar e seletividade de comprimento de onda de revestimentos de absorvedores. Verde: Espectro de

radiação solar direta e normal no nível do mar AM 1,5. Vermelho: Espectro de radiação de um corpo negro a 100ºC.

Preto: Comportamento de absorção/reflexão de revestimento “sputter” de um absorvedor seletivo disponível comercialmente.

Fonte: © BlueTec GmbH & Co KG.

Tinta preta e tinta semi-seletiva

Em regiões com radiação solar abundante e regular, a tinta preta tem mostrado uma boa relação custo/ benefício e é uma solução de fácil aplicação em absorvedores solares, ainda mais para aplicações que demandam baixos níveis de temperatura, como as de água quente para uso doméstico. Muitas tintas pretas estão alcançando excelentes taxas de absorção com índices superiores a 97%. Além disso, proces-sos de pintura com rolo ou spray podem ser realizados com baixo custo de investimento na fabricação de absorvedores.

Ref

letâ

ncia

Comprimento de onda (µm)

Em

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Tecnologia10

Figura 3: Absorção, reflexão e radiação de calor para tinta preta e tratamento de superfície “sputter” altamente seletiva. Fonte: © Almeco-Tinox GmbH www.almeco-tinox.com

Figura 4: Revestimentos “azuis” altamente seletivos pelo processo “sputter”. Fonte: ©Alanod-Solar GmbH & Co. KG

Porém, existem também alguns desafios no uso de tin-tas como altas perdas por emissão em revestimentos não seletivos, problemas de durabilidade e emissão de gases. Portanto, a escolha da tinta e o processo de aplicação são decisivos para garantir uma boa qualidade do absorvedor solar. Já, no lado da produção, o processo de secagem e tempo de cura conduzem ao consumo de energia e espaço consideráveis.

Também vale salientar que os processos de limpeza do substrato do absorvedor antes da pintura e a necessidade do uso de solventes nos processos de pintura podem causar impactos ambientais e problemas de saúde.

Com custos mais elevados e valores de absorção po-tencialmente mais baixos, as perdas de calor podem ser reduzidas pela substituição da tinta preta com valores de emissão de ε>90% por tintas semi-seletivas, alcançando taxas de emissão entre 28 e 49%.

Pinturas seletivas de apenas um componente geralmente só têm um bom desempenho em substratos metálicos e suas emissividades são dependentes da espessura da tinta e do substrato. Pinturas com tintas seletivas com espessuras muito finas terão pouca absorção e pinturas muito espessas acarretarão maiores valores de emissão.

Galvanização com cromo negro

Revestimentos seletivos com melhores desempenhos podem ser produzidos por eletro galvanização. Por exemplo, o cromo negro tem excelentes propriedades de absorção e notável durabilidade em longo prazo. Revestimentos cro-mo negro em absorvedores solares dominaram o mercado europeu até o fim dos anos 90.

O revestimento de cromo negro consiste de duas cama-das. A primeira camada de níquel serve como ligação e pro-teção contra corrosão e a segunda camada muito mais fina de cromo negro adiciona boas propriedades de absorção. Originalmente os valores de emissividade variam entre 15 a 25%, mas os fabricantes alegam que conseguiram melhorar estes índices ao longo dos anos e hoje estes valores ficam abaixo de 8%.

As principais desvantagens do cromo negro são de na-tureza ecológica. A eletro galvanização é um processo com alto consumo de energia e o cromo, como um metal pesado, é usado no processo de produção. Enquanto o produto final é inofensivo, o processo de produção requer cuidados espe-ciais no tratamento da água residual assim como na saúde e segurança do trabalhador.

Radiação de calor 45%

Reflexão 5%

Tinta preta

Fita de metal

Tinox

Fita de metal

Reflexão 5%

Radiação de calor 4%

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* Sputter – tratamento superficial que consiste em um bombardeio de íons de gases inertes entre duas superfícies: uma anódica e uma catódica. A superfície a ser tratada encontra-se entre estas duas, recebendo a deposição do íons oriundos deste bombardeio, tornando-a uma superfície com características seletivas.

Tecnologia 11

Figura 5: PVD instalação de revestimento rolo a rolo. Fonte: © BlueTec GmbH & Co KG, www.bluetec-germany.com

Revestimentos por processo “sputter”*

“Sputtered”, também chamado de revestimentos “azuis” (PDV), estão disponíveis comercialmente desde meados dos anos 90 e foram introduzidos no mercado de aquecimento solar europeu há cinco anos, devido a seu bom desempenho e melhor balanço ecológico. O processo de produção PVD necessita apenas de 10% da energia necessária nos processos galvânicos e é livre de qualquer resíduo tóxico.

Hoje, na Europa, apenas poucos coletores podem ser encontrados sem absorvedores revestidos pelo processo “sputter”. A dificuldade inicial para tecnologia “sputter” no mercado solar foi o uso de processos de alta tecnologia, os quais demandaram alto nível de complexidade e investi-mentos em seu processo produtivo. A figura 4 mostra uma superfície típica com revestimento “azul”.

Revestimentos pelo processo “sputter” tem uma absorção de 95%, levemente menor que o cromo negro, mas com 5% de emitância, melhor que o cro-mo negro. Em climas moderados, os revestimentos “azuis” têm melhor desempenho que o cromo negro.

Revestimentos pelo processo “sputter” estão disponíveis em cobre e substratos de alumínio em muitas diferentes formas e tamanhos.

A figura 6 mostra um PVD (Physical Vapor Deposition, em português, deposição física de vapor) ou “sputter”.

Uma câmara a vácuo com um gás inerte como fonte de íon e uma forte tensão é usada para retirar átomos do catodo de um metal que serão depositados em um substrato móvel. Além do mais, gases reativos como oxigênio ou nitrogênio podem ser adicionados para formar camadas de metal cerâ-mico (CERMET). O substrato está correndo através de uma série de câmaras de deposição para formar uma pilha de camadas com diferentes propriedades. Em um processo de rolo a rolo, o substrato será desenrolado, limpo, revestido e enrolado outra vez.

Figura 6: PVD – câmara para revestimento de rolo. Fonte: © BlueTec GmbH & Co KG, www.bluetec-germany.com

Page 12: Revista Sol Brasil - 2°edição

Tecnologia12

* Volker Kallwellis é formado em Tecnologias de Meio Ambiente e Higiene pela Universidade de Lubeck, Alemanha. Atualmente

exerce a função de Gerente de Produto de Exportação no Grupo Monier. Anteriormente, Volker dirigiu o departamento

de Pesquisa & Desenvolvimento da “Wagner & Co Solartechnik GmbH”, uma das empresas líderes em Aquecimento Solar na

Europa. Ele tem mais de 10 anos de experiência na indústria solar térmica e mais 5 anos em projetos de pesquisa e desenvolvimento

no Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems (ISE) e PSE AG.

Tradução: Ronaldo Yano Toraiwa.

Figura 7: Composição das camadas de revestimentos PVD típicos. Fonte: © Almeco-Tinox GmbH, www.almeco-tinox.com

A composição da camada varia um pouco para diferen-tes substratos como indicado na figura 7. Em substratos de alumínio, uma camada extra de reflexão infravermelha tem que ser aplicada. Já em substratos de cobre não necessitamos desta camada porque o cobre é um ótimo refletor infraver-melho, por si próprio.

Na próxima camada, ambos os substratos precisam de uma camada de adesão e uma barreira de difusão que previne que os átomos do metal migrem para a camada absorvedora sob esforços de temperatura e mude suas ca-racterísticas óticas. As camadas seguintes são camadas de absorção múltiplas de cerâmica composta de metal (CER-MET) com teor de metal decrescente. Uma última camada, anti-refletiva e protetora é aplicada.

Além dos bem estabelecidos revestimentos azuis “sput-ter”, os “orgânicos” ou então chamados de revestimentos Sol-Gel são assuntos de pesquisa e investigação.

Recentemente um novo revestimento semi-seletivo de verniz está sendo lançado comercialmente, que consiste em camadas diferentes aplicadas por rolo e/ou spray através de uma instalação automática de pintura.

Estabilidade em longo prazo

A tabela 1 (na próxima página) mostra uma visão ge-ral dos mais importantes revestimentos comercialmente disponíveis. Quando escolher um revestimento para um absorvedor, não só o desempenho é um assunto importan-te, mas também a estabilidade a longo prazo deve ter um papel fundamental.

Dentro do trabalho do Task10 da Agência Internacional de Energia (IEA), um teste de durabilidade para revesti-mentos de absorvedores solares foi desenvolvido e publi-cado na ISO CD 12 952.2. Para a análise das mudanças no desempenho do revestimento do absorvedor com base em testes acelerados de desgaste em altas temperaturas e umi-dade foram usadas modelagens matemáticas para prever o comportamento destas superfícies ao longo de suas respec-tivas vidas úteis.

Como resultado, temos que os desempenhos dos reves-timentos publicados pelos fabricantes deverá se manter

pelo menos a 95% de seu desempenho inicial por 25 anos na placa do coletor solar plano.

A melhor escolha de um revestimento de um absorve-dor depende de muitos fatores, como o local, as condições climáticas, nível de temperatura de trabalho, processo de produção e nível do preço do produto local. Em geral, po-demos dizer que as propriedades seletivas do absorvedor tornam-se mais importantes quanto maior for a tempera-tura desejada de operação e quanto mais frio for o clima de sua aplicação.

O uso de superfícies seletivas em absorvedores solares isolados aumentará o desempenho do coletor significati-vamente, mas isto aumentará também a temperatura de estagnação. Em coletores bem isolados com revestimen-tos PVD, alcançam temperaturas de estagnação entre 180º a 230ºC. Estas altas temperaturas devem ser bem conside-radas no projeto dos sistemas e na escolha dos materiais usados nos coletores e fixações. O sistema solar precisará ser capaz de suportar a produção de vapor.

Em sistemas indiretos, o comportamento da estagnação do coletor solar precisa ser gerenciado propriamente; por outro lado, o propileno glicol como proteção contra con-gelamento poderá ter um envelhecimento acelerado em temperaturas altas, podendo até começar a obstruir os co-letores.

A introdução de absorvedores seletivos sem um cuida-doso projeto na seleção de materiais dos coletores e uma boa validação da operação do sistema pode levar facilmen-te a sérios problemas em ambos, comprometendo a dura-bilidade do coletor e prejudicando o comportamento do sistema.

Camada protetora e anti-reflexo

Camada absorvedora

Camada de ligação

Camada protetora e anti-reflexo

Camada absorvedora

Camada de ligação

Camada de reflexão infravermelha

Substrato de alumínio

Substrato de cobre

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Telefone (11) 3361-7266 (r. 142)Fale conosco: [email protected]

Tecnologia 13

Fabricante ProdutoAbsorção

(%)Emissividade

(%)Revestimento

Processo de revestimento

Substrato

Alanod Mirotherm 95 ± 1 5 ± 2 CERMET ³ PVD / Sputter Alumínio

Alanod Sunselect 95 ± 2 5 ± 2 CERMET ³ PVD / Sputter Cobre

Alanod Mirosol 90 ± 2 15 ± 2 CERMET ³ PVD / Sputter Alumínio

Alanod Mirosol TS 90 ± 2 20 ± 3Verniz seletivo multi camada

Instalação de revestimento (spray e rolo)

Alumínio

Alanod Mirosol WP ² 90 ± 2 40 ± 3Verniz seletivo multi camada

Instalação de revestimento (spray e rolo)

Alumínio

ALMECO - Tinox TINOX energy Cu 954 < 4 CERMET ³ PVD / Sputter Cobre

ALMECO - Tinox TINOX energy Al 954 < 4 CERMET ³ PVD / Sputter Alumínio

BlueTec eta plus_cu 95 ± 2 5 ± 2 CERMET ³ PVD / Sputter Copper

BlueTec eta plus_al 95 ± 2 5 ± 2 CERMET ³ PVD / Sputter Alumínio

Chrome Coat Black select 95 ± 2 8 ± 2 Cromo negroEletro

galvanizaçãoCobre

MTI krosol 95 ± 2 8 ± 2 Níquel/Cromo negroEletro

galvanizaçãoCobre

Solec Solcote HI/SORB-II 88 … 94 ¹ 28 … 49 ¹Polímero de silicone

preenchidoSpray

Alumínio, cobre, aço inoxidável

Sunstrip / S-Solar Sunstrip 96 ± 2 7 ± 2 CERMET ³ PVD / SputterAleta de alumínio

ligada ao tubode cobre

THERMAFIN Crystal Clear 93 … 97 4 11 …14 4Liga bimetálica de

quartzo encapsuladoSol Gel Cobre

Thermo Dynamics Thermo Dynamics 964 154

Cobalto óxido de alumínio

pigmentado

Eletro galvanização

Aleta de alumínio ligada ao tubo

de cobre

¹Emissividade e absorção dependem do substrato e da espessura do filme. / ² Em desenvolvimento / ³ Composto de metal cerâmi-ca / 4 Nenhuma especificação de tolerância. Esta lista é apenas um exemplo.

Tabela 1: Revestimentos seletivos de absorvedores comercialmente disponíveis.

Alguns revestimentos seletivos

Page 14: Revista Sol Brasil - 2°edição

MME: expansão vai determinar inserção da energia solarna matriz elétrica brasileira

Carlos Alexandre Príncipe Pires

Entrevista14

A inserção da energia solar na matriz elétrica brasileira depende da sua viabilidade econômica e de uma robusta cadeia produtiva, alerta o coordenador geral de Efi-ciência Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), Carlos Alexandre Príncipe Pires.

Nesta entrevista exclusiva à Sol Brasil, o coordenador informa também que o Plano de Acele-ração do Crescimento 2 prevê ampliação expressiva do número de moradias com aquecimento solar no Programa Minha Casa, Minha Vida.

SOL BRASIL – Qual a importância da eficiência energética para o País?

Carlos Alexandre - Com a reto-mada do Planejamento do Setor de Energia, foi publicado o Plano Na-cional de Energia 2030 que, entre diversas ações, estabelece metas para a eficiência energética. Os Planos Decenais de Energia que se seguiram também inseriram a eficiência energética no planejamento. Neste passo, outros planos deram à Eficiência Energética o destaque que ela merece: o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, o Plano Nacional de Logística de Transportes (no que se referem à energia) e o Relatório “Eficiência Energética”, do Grupo de Trabalho Matriz Energética para o Desenvolvimento com Equidade e Responsabilidade Socioambiental do Conselho de De-senvolvimento Econômico e Social e a PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo (MDIC, MF, ABDI, BNDES).

Neste âmbito, utiliza-se o PNE 2030 como referência, uma vez que é o documento que sinaliza o horizonte que se pretende chegar em termos de eficiência energética. O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) considera a Eficiência Energética (EE) como uma opção de investimento para atender a demanda de energia, ao definir uma meta para que se retire 10% do mercado previsto para 2030. Em termos práticos, o PNE 2030 indica que o Planejamento

Energético do País considera que, em 2030, 10% da energia demandada será “suprida” por sua “não-utilização”, proveniente de ações de eficiência energética.

SB - Quais os projetos de eficiência energética que tiveram melhores resul-tados?

Carlos Alexandre - Historicamen-te, as ações de eficiência energética mais bem sucedidas são aquelas provenientes da tríade formada pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, os Selos de Eficiência Energética (Procel e Conpet) e pela aplicação da Lei de Eficiência Energética (Lei n° 10.295/2001). Estima-se que hoje esta tríade seja responsável por cerca de 6 TWh/ano e que esta economia chegue a 20 TWh/ano em 2030.

SB - Qual é a representatividade da energia solar na matriz energética brasileira?

Carlos Alexandre - A energia solar vem apresentando um efetivo crescimento mundial nos últimos anos, em grande parte devido à implantação ou intensificação de programas de governo que estimulam tanto o uso quanto o desenvolvimento tecnológico e industrial dos equipamentos necessários para seu aproveitamento. A combinação da preocupação ambiental, base de geração poluente e tradição de pioneirismo tecnológico por alguns países foram funda-mentais para dar sustentação a uma política baseada em leis de obrigatoriedade de compra de energia renovável e subsídios governamentais, sobretudo em países da Comu-nidade Europeia.

A busca pela diversificação da matriz elétrica nacional remete a um novo paradigma energético, representado pela viabilização de algumas tecnologias renováveis na medida em que se expandem. Este é o caso da energia solar. A in-serção desta geração no portfólio de opções de nossa matriz elétrica só se faz coerente com a redução dos custos (que

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Entrevista 15

pode ser conquistada com ganhos de escala) e a estruturação de uma cadeia produtiva robusta.

SB - Quais são os planos do MME para a energia solar térmica?Carlos Alexandre - O MME continuará exercendo seu

papel de fomentador das melhores práticas, da regulamen-tação e de sua atuação enquanto formulador de políticas públicas. Em linhas gerais, continuará fortalecendo os três pilares de sua política energética: a segurança energética, a modicidade tarifária e a diversidade de sua matriz.

SB - Por que o aquecimento solar de água é considerado um importante aliado para a redução do horário de ponta?

Carlos Alexandre - Porque o aquecimento solar é um dos substitutos do chuveiro elétrico. Os chuveiros elétricos estão presentes, na sua maioria no Sul e Sudeste, 24% e 26%, res-pectivamente, e com participação de 26% no Centro-Oeste. Já no Norte e Nordeste, esses percentuais são bem mais baixos, da ordem de 2% e 14%, respectivamente. Por conta dessa variação, observamos maior participação dos chuveiros na demanda de energia no horário de pico, podendo chegar a até 50% para uma concessionária no Sudeste.

SB - Quais as metas do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida para moradias com aquecimento solar de água?

Carlos Alexandre - As metas do programa Minha Casa,

Minha Vida (MCMV) contemplam 40 mil unidades (10% das unidades na faixa de 0 a 3 salários mínimos). Há pers-pectiva de ampliação expressiva deste montante no âmbito do PAC-2.

SB - Qual a economia esperada pelo Governo com a adoção de aquecimento solar?

Carlos Alexandre - Estima-se uma redução de cerca de 40% da conta de luz da família beneficiada (45 kWh por mês ou R$ 16,00 mensais em média), segundo a Empresa de Pesquisa Energética.

SB - Estão previstas linhas de financiamento específicas para a tecnologia de aquecimento solar?

Carlos Alexandre - Essa linha de crédito já existe. O Cons-trucard FGTS é uma linha de crédito destinada à compra de material de construção em geral e aquecedores solares. As compras são efetuadas por meio do cartão de débito Construcard FGTS, nos mais de 40 mil estabelecimentos comerciais credenciados pela Caixa.

Desde sua criação, em 1997, a linha já financiou mais de R$ 6 bilhões e beneficiou mais de 1 milhão de famílias. Em 2009, a meta de contratação para compra de material de construção com recursos do FGTS era de R$ 1 bilhão. O MME não tem informação sobre a possibilidade de a Caixa criar uma linha específica para a compra de aquecedores solares.

Aquecimento solar é um importante aliado na redução do horário de ponta

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Mundo Verde16

As perspectivas do mercado mundial de aquecedores solares em um cenário pós-crise econômica são assunto da edição de agosto da revista Sun & Wind Energy. Segundo a publicação, a maioria das empresas do setor espera que o mercado volte a crescer em 2010. É a mesma expectativa manifestada recentemente na pesquisa feita pela ABRA-VA/DASOL entre as empresas associadas que também revêem grande crescimento no mercado brasileiro. Das 50 empresas de todo o mundo entrevistadas pela publicação alemã, mais de 80% esperam que as vendas voltem a subir consideravelmente. Apenas uma empresa prevê queda no faturamento e somente algumas falam em estagnação. A matéria aborda também os efeitos da crise sobre os preços dos equipamentos. Dezenove empresas pesquisadas estão

Sun & Wind Energy confirma: mercado mundial está otimistadispostas a manter os preços estáveis. Onze pretendem bai-xar os preços e quinze vão esperar a retomada da demanda para vender seus produtos a preços mais elevados. A pes-quisa traz outras informações. A maioria dos fabricantes entrevistados produz sistemas com coletores planos. Re-centemente, coletores planos com absorvedores de alumínio ganharam importância no mercado solar térmico, embora o uso do cobre ainda seja predominante. Várias empresas usam os dois metais, com preferência clara por um ou outro, e somente dois fabricantes usam os dois metais em igual extensão nos coletores que vendem. Já os absorvedores de aço não desempenham papel considerável e são utilizados por apenas três fabricantes.

Muitas empresas oferecem diferentes opções de re-vestimentos de absorvedores. Além de fabricar produtos de alta qualidade com revestimento “azul” pelo processo “sputter”, muitos fabricantes oferecem também produtos mais baratos com revestimentos com tinta preta ou cromo negro. Os fabricantes que não oferecem revestimentos “azuis” representam 20% do total. As perspectivas para 2010, se-gundo o fabricante Chromagen (Israel), consideram as instalações em habitações sociais nos países em desenvolvimento. É o caso do Brasil, que utiliza os sistemas de aquecimento solar em projetos de habi-tação social. Outra perspectiva é a maior demanda de produtos de alta qualidade na Europa, de acordo com a Wagner & Co (Alemanha), pois as condições cli-máticas exigem melhor desempenho do sistema e também aquecimento auxiliar. Entretanto, um coletor de alto desempe-nho é apenas um fator, pois a qualidade do sistema depende também dos outros componentes.

Com o sistema por termossifão, o usuário pode, por exemplo, fornecer água quente para sua casa de uma forma bastante simplificada. Exceto, quando os aquecedores solares de água normal-mente não parecem muito harmônicos no telhado. Isto não deveria ser uma causa

Veja a matéria original completa acessando: www.dasolabrava.org.br

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Mundo Verde 17

Sun & Wind Energy confirma: mercado mundial está otimista

Agradecimento

Os editores da Sun & Wind Energy autorizaram a ABRAVA – DASOL a publicar em nossa revista Sol Brasil a matéria acima e também o acesso ao arquivo original em inglês (clique aqui). Registramos aqui nossos agradecimentos à Sun & Wind Energy, pois o acesso a este tipo de publicação é restrito aos assinantes.

(www.sunwindenergy.com – Market survey on thermosiphonic systems: optimism predominates by Jens-Peters Meyer).

de preocupação em áreas urbanas entre antenas parabólicas, varais e outras formas de utilização do telhado, mas isto pode resultar na não utilização da energia solar em áreas de alto poder aquisitivo, turísticas e centros históricos. Por causa disso, fabricantes têm trabalhado muito para desenvolver sistemas mais harmônicos. Com isso a matéria apresenta uma inovação para aquecedores solares de água sobre reservatórios ocultos que desaparecem atrás/abaixo do coletor. Foi uma solução encontrada para lugares em que a aparência da instalação é importante. Já a companhia italiana Thermics S.r.l. escolheu uma outra solução, onde o reservatório fica acima dos coletores, porém o formato é diferente, sendo achatado na parte inferior.

Uma solução para melhorar a qualidade dos reservatórios térmicos, foi a introdução de novas técnicas de proteção e solda. Os relatórios de controle de qualidade da empresa que implantou estas novas tecnologias registram que, em 2009, mais de 96% dos boilers deixaram a produção com grau excelente de qualidade contra 83% registrados no ano de 2008.

Os sistemas por termossifão de-vem ser mais compactos e mais fáceis de instalar. Uma companhia da Grécia desenvolveu uma nova plataforma. Uma nova estrutura oferece vanta-gens de uma instalação em planos e telhados sem a necessidade de materiais extras. Isto também reduz o tempo de instalação e faz com que o sistema pareça mais compacto e esteticamente atrativo.

Melhorias no sistema de estrutu-ra de suporte foram feitas por outra empresa grega. Já uma empresa do México fez melhorias na armação e nos absorvedores solares. A em-presa Chromagen de Israel também desenvolveu uma nova plataforma e melhorou o kit de encanamento para o sistema indireto por termossifão. Com novo sistema de instalação feito de alumínio e aço galvanizado, o montador necessita de um tempo bem curto de instalação no telhado.

Outro sistema para minimizar o tempo de instalação foi desenvolvido por fabricante do Brasil, trata-se do sistema de engate rápido. Outro fabricante do Brasil desenvolveu um novo sistema por termossifão com uma nova forma de admissão de água fria. A empresa italiana Ariston Thermo

S.p.A. lançou uma nova gama de sistemas indiretos para a Europa. A linha de produtos tem varia de 150 litros, com um coletor até 300 litros com dois coletores. Para minimizar as perdas de pressão no circuito solar, Ariston desenvolveu uma nova tecnologia de absorvedor com multi-fluxo.

Termicol Energia Solar da Espanha também oferece novidades: novos coletores para todos os sistemas e novas tampas de plástico para reservatórios que tornam o trans-porte mais fácil. Os coletores melhorados garantem que a eficiência do sistema por termossifão aumente.

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Capacitação18

Este ano, o Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA reformulou seu programa de capacita-ção e qualificação e passou a oferecer aos associados cursos especialmente formatados para o setor com a metodologia Eletrobras/Procel.

São oferecidos quatro módulos, sendo o primeiro para analistas e os demais para projetistas de sistemas de aque-cimento solar. As empresas associadas ao DASOL têm desconto de 25% nos cursos, que também são oferecidos ao mercado em geral.

O programa de capacitação foi desenvolvido pela profes-

Cursos do DASOL seguem metodologia Eletrobras/ Procel

3ª turma do curso Analista de Sistemas de Aquecimento Solar

sora Elizabeth Duarte Pereira, uma das maiores autoridades acadêmicas em energia solar no Brasil. Formada em Física, com mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Química pela UFMG, a professora Elizabeth foi coordena-dora do Laboratório Green Solar na PUC de Minas Gerais de 1997 a 2009 (leia box).

Os engenheiros mecânicos Alexandre Salomão e Luciano Torres e a arquiteta Luciana Penha de Carvalho também integram a equipe de docentes do programa. Todos são especialistas em energia solar e projetos sustentáveis e de eficiência energética.

Responsável pela capacitação de uma das turmas, o engenheiro Luciano Torres observa que o “setor de aquecimento solar no Brasil vem passando por um amadurecimento importante: indústrias, revendas, projetistas e instaladores vêm aprimorando toda a cadeia produtiva em que atuam.”

Por essa razão, o DASOL desempenha um im-portante papel na capacitação dos profissionais do setor (vendedores, engenheiros, instaladores etc.). “Este curso ministrado em módulos separados é importante pois o profissional pode escolher aquele que melhor se adequa ao seu trabalho”, observa o engenheiro.

“Estudar! Compartilhar experiências! Aprender mais e sempre!

Acredito que possa resumir assim minha vivência com os participantes dos Cursos de Capacitação da ABRAVA em 2010.

Procuramos formar uma equipe de professores competen-tes e que aliasse conhecimento teórico à experiência prática. Buscávamos, assim, garantir um diferencial na formação de analistas e projetistas em aquecimento solar de água no país. Os cursos foram elaborados a partir das normas e legislações vigentes, de Boas Práticas de Projeto e de Instalação de Siste-mas de Aquecimento Solar (SAS), visando preparar a força de trabalho para os novos tempos.

Entretanto, fazendo agora uma reflexão sobre o curso e sobre a avaliação de todos os participantes (alunos e profes-sores), acho mesmo que extrapolamos todas as expectativas.

Professora destaca entusiasmo dos alunos

O entusiasmo dos alunos foi con-tagiante: gente nova, querendo conhecer as oportunidades do setor, gente com mais de 20 anos de experiência querendo aprender mais e, na verdade, compartilhando generosamen-te o conhecimento adquirido ao longo de anos de trabalho.

Foram momentos especiais em que “ensino e aprendiza-gem” se fundiram em uma experiência única e apaixonante para quem, assim como eu, acredita na força transformadora do estudo e da educação. Muito obrigada! “

Profa. Elizabeth Marques Duarte PereiraCentro Universitário UNA

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Capacitação 19

O programa de capacitação do DASOL reúne quatro módulos. Pré-requisito para os demais, o Módulo I discute conceitos e aplicações de sistemas de aquecimento solar, além de promover competências e habilidades para o di-mensionamento, análise econômica e utilização do software DIMENSOL.

Empresas associadas têm desconto de 25%Os valores para pagamento à vista são R$ 600,00 (Mó-

dulo I) e R$ 500,00 (Módulo II). As empresas associadas ao DASOL têm desconto de 25% nos cursos internos.

Os alunos recebem material didático, aplicativo com-putacional e certificado e utilizam notebook para acompa-nhamento do curso e simulação do software DIMENSOL.

Até agosto, 121 profissionais foram capacitados em cursos internos pagos e 24 em curso gratuito oferecido em Uberlândia. Os alunos avaliaram os cursos como ótimos (69%) e bons (28%), confirmando o atendimento de suas expectativas, conforme os depoimentos a seguir:

“São cursos muito bem orientados aos projetistas, fabrican-tes e instaladores envolvidos com o aproveitamento da energia solar, com excelente material de apoio e instrutores altamente especializados.”

Dimitri Vitorino - Krieger Metalúrgica

“Fiz o módulo I. O curso atendeu minhas expectativas, aumentando o meu campo de visão na aplicação de sistemas solares aplicando a carta F.”

Marcelo Borges - Cumulus

“O curso é totalmente aplicável ao que venho sendo cobrado na empresa, que é a distribuição correta e balanceada dos coletores com o intuito de obter o máximo de eficiência.“

Thiago Schianti Baima - Heliotek

“Falamos sobre um tema que é considerado o mais novo e procurado dentro da área da construção civil. Um encontro de experiências entre fabricantes, engenheiros, instaladores, vendedores e outros amigos. Fabuloso.”

Wladimir Voca - Tuma

Alunos elogiam Programa de Capacitação do DASOL“O curso de analista solar da ABRA-

VA, apesar de ser de curta duração, conta com professores competentes que con-seguem passar o que realmente deve ser sabido no dimensionamento de um sistema solar para fins de aquecimento de água.”

Gerson Lerner - Lema Engenharia

“Os cursos são importantes para que todos os profissionais do setor estejam no mesmo nível e ofe-reçam aos clientes o que há de melhor no aquecimento solar.”

Amarildo Martins - Tecnosol

“Curso muito bem estruturado, tanto no relativo ao material didático, o livro é ótimo e os professores altamente qualificados. O curso é ótimo. Espero poder fazer todos os módulos.”

Rafael Guedes - Ouro Fino

• Módulo I - Analista de Sistemas de Aquecimento Solar - 16h

• Módulo II - Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar de Pequeno Porte – 12h *

• Módulo III - Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar de Médio de Grande Porte - 24h *

• Módulo IV - Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar de Piscinas - 6h *

(*) Pré-requisito: Módulo I.

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Mais informações sobre o Pro-grama de Cursos do DASOL e pacotes especiais de preços podem ser obtidos pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (11) 3361-7266 ramal 142.

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