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1 Screshy Digital Especial - Santa Luzia

REVISTA SCRESHY ESPECIAL - SANTA LUZIA

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Uma publicação especial sobre os 105 anos da Festa em Louvor a Santa Luzia que acontece em Espírito Santo do Pinhal/SP

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Devoção que atravessa um século!!

Espírito Santo do Pinhal, no interior do esta-do de São Paulo ainda é uma cidade reple-ta de costumes e tradições, principalmente no que diz respeito a religião. Anualmente existe pelo menos três eventos de apelo religioso fortíssimo na cidade, um deles é a centenária Festa de Santa Luzia que acon-tece no mês de Dezembro, embora segun-do muitos devotos as visitas a imagem e a fonte de água localizada a frente da igreja aconteça quase que todos os dias.

São milhares de romeiros devotos que vi-sitam o pequeno santuário localizado na área rural do município, vindos de diversas partes da região e até do país, alguns mitos e lendas habitam o histórico desta festa re-ligiosa que é organizada pela comunidade local e recebe ajuda de famílias ao longo do trajeto que se percorre para chegar ao local.

Este especial conta um pouco da história de Santa Luzia, do bairro e da tradição da festa que começou a partir da devoção de uma senhora, moradora do bairro rural.

EXPEDIENTE:

EDIÇÃO DIAGRAMAÇÃO: Xandy AuriemePESQUISA/FOTOS: Mayte Silva

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A HISTÓRIA DA SANTA DA BOA VISÃO!

Todos os anos a mesma cena se repete no santuário de Santa Luzia, milhares de pessoas enfrentam uma fila enorme para passar em frente a imagem, rezar e pas-sar as fitas presas no altar nos olhos, em seguida la-va-los nas águas da fonte localizada a frente da igreja, alguns levam galões desta água para casa.

Mais quem foi Santa Luzia?? Qual a sua história?

Luzia ou Lúcia (Santa Luzia) nasceu em Siracusa, em uma ilha da Cicília, no Sul da Itália, local de viagens missionárias do Apóstolo São Paulo (Atos 28:11, 12), para onde o apóstólo Pedro enviara São Marciano, seu discípulo, em 39, para evangelizá-la; terra também do célebre matemático Arquimedes, um dia visitada, entre outros, por Ésquilo e Platão (este último a convite de Dionísio, o sábio). Ela, Luzia, viveu entre os anos 283-304 do início da era cristã, no período do reinado do Imperador Dioclesiano (284 a 305).

A santa era de família nobre e rica, filha única, órfão de pai ainda na infância. Por isso, sua mãe, Eutíquia, desejou que a filha tivesse um esposo para que cui-dasse e amasse a sua jovem e indefesa filha.Luzia foi convertida ao cristianismo sob a dinâmica da devoção dos primeiros cristão aos santos márti-res da igreja nascente, sendo ela comovida de ad-miração e veneração a Santa Águeda ainda criança, quando sua mãe Eutíquia, já viúva de Lúcio (?) seu pai, aceitou Jesus como Filho de Deus. Já mais moça, Luzia consagrou-se a esse Deus, oferecendo-lhe a garantia de sua virgindade como voto perpétuo de seu esposamento divino.Com a mãe, Eutíquia, vitimada por uma doença he-morrágica incurável, Luzia conseguiu convencê-la de peregrinar até o túmulo de Santa Águeda em Can-tânia, onde achou que sua mãe conseguiria curar-se, o que aconteceu.Mesmo agradecida a Deus e a interseção de Santa Águeda para a sua cura, Eutíquia não queria que Luzia ficasse sozinha quando ela estivesse ausente neste mundo, então insistiu para que sua filha acei-tasse o noivado com o nobre e rico Múcio. Luzia não aceitou, em razão de seu voto de castidade, para a fúria da paixão de Múcio, que apesar da grande be-leza da pretendida noiva, deveria também estár de olho em seu rico dote nupcial, fortuna esta que Luzia se apressou em distribuir aos pobres, antes do suplí-cio que a tornaria lembrada para sempre por várias gerações de admiradores e devotos.

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Como já era de se esperar, o malvado Múcio denunciou Luzia para Pascásio, Governador da capital da Provin-cia Senatorial da Sicília, a cidade de Siracusa. Pascá-sio, cumpria ordens do Imperador Dioclesiano quanto à perseguição aos cristãos, seita legalmente proibida nas províncias romanas. Diante do tribunal de Pascá-sio, Luzia confessou-se Cristã e rejeitou adorar os ído-los pagãos de Roma, caracterizando-se, por isso, no entendimeto jurídico romano, como traição aos deuses nacionais. Entre as sentenças, os fatos miraculosos: ar-rancaram-lhe os olhos (mais a vista foi divinamente res-tabelecida); prostituição de seu corpo (que os soldados nem sequer conseguiram mover); a de queimá-la em uma fogueira mantida acesa com resina, azeite e pixe

(que não lhe fez nenhum efeito) e por fim a sua decapitação, que de fato, que lhe fez tombar: era o dia 13 de dezembro do ano 304, aos prováveis 21 anos de idade. A tradição conta que antes de morrer Luzia anteviu o castigo de Pascácio e o fim da perseguição de Diocleciano (que governava como Augusto), que não voltaria a reinar, e a morte de Maximino (que go-vernava como Cesar).

Uma devoção que atravessou séculos:

Século IV:O culto a Santa Luzia se espalhou por toda a Itália e mais tarde por toda a Europa e outros continentes, até chegar ao Brasil, com os portugueses. Só em Roma havia vinte igrejas dedicadas à Santa Luzia. Ela foi uma das quatro virgens, junto com as Santas Inês, Cecília e Águeda, que gozavam de ofício pró-prio e cujos nomes tiveram o privilégio de serem in-vocados no Cânon da Santa Missa. No mesmo lugar onde ela foi morta teve uma sepultura onde em 313 foi construído um santuário a ela dedicado

Já nos século V e VI:Mencionada no antigo Martirológio Romano e no Mar-tirológio de Beda, o Venerável, Santa Luzia é ainda mencionada no Tractatus de Laudibus Virginitatis e no poema De Laudibus Virginum de Santo Aldheim.

Século IX:Quando, em 878, os árabes conquistaram a ilha da Sicília, o corpo de Luzia foi escondido.

Século X:Mais tarde, em 972, o imperador Otão I tramsferiu as relíquias da santa para a igreja de São Vicente, em Metz, de onde um seu braço foi levado para o mos-teiro de Luitburg, na diocese de Spire. Quando os francos conquistaram Constantinopla encontraram algumas das relíquias da santa que o Doge de Veneza levou para o mosteiro de São Jorge, em Veneza. www.facebook.com/revistascreshy

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Século XI:No ano 1039 o general bizantino Giorgio Maniace trans-feriu o que sobrou do corpo de Santa Luzia de Siracusa a Constantinopla, para tirá-la do perigo de invasão da cidade de Siracusa da parte dos Saracenos (mulçuma-nos).

Século XII:Segundo o monge Sigebert (1030-1112), de Gembloux, no seu sermão de Sancta Lucia, dizia que o corpo de Santa Luzia tinha ficado incorrupto durante 400 anos na Sicília, antes de o Duque de Spoleto conquistar a ilha e o ter levado para Corfinium, na Itália.

Século XIII:No ano 1204 durante a quarta cruzada, o Doge de Veneza, Enrico Dandolo, encontra em Constantinopla os restos mortais da Santa e as leva para Veneza, para o mosteiro de São Jorge e no ano 1280 a faz transferir para igreja a ela dedicada, em Veneza.Algumas citações se encontram na Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino (1225-1274). Entre os seus devotos encontramos Santa Catarina de Siena e São Leão Magno.

Século XIV:Na obra “A divina comédia”, de Dante Ali-ghieri (1265-1321) Luzia, mártir e santa, é apresentada como símbolo da graça ilu-minante. O imortal poeta italiano agrade-cia a Santa Luzia pela cura de uma doen-ça nas vistas.

Século XVI:Já no ano de 1513, os venezianos presen-tearam Luís XII de França com a cabeça da santa que ele depositou na igreja ca-tedral de Bourges. O próprio Dante decla-rou-se um fiel devoto de Santa Luzia.

Século XIX:Descoberta arqueológica revela o teste-munho mais antigo em uma epígrafe mar-mórea em grego, do século IV, descoberta no ano 1894 nas catacumbas de Siracu-sa, prova da existência e comprovação de seu martírio.

Século XX:Em 1939, seu corpo, bastante conservado, foi colocado numa urna nova. O patriarca Ângelo Roncalli, depois papa João XXIII, em 1955 fez com que se confeccionasse uma máscara de prata para envolver as santas relíquias.

Estátua de Santa Luzia em Veneza-Itália

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Século XXI:

Está numa lista sumária de santos, cujos restos mortais não foram deteriorados pelo tem-po. No caso de Luzia, este fenômeno sem explicação consensual entre a Igreja e a Ciência, ainda é um mistério, pois Luzia foi martirizada a mais de 1700 anos,

Corpo intacto de Santa Luzia em seu túmulo na cidade de Veneza

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105 ANOS DE LOUVOR

A devoção de uma moradora atravessou um século e se transformou em uma das maiores manifestações religiosas da his-tória de uma cidade, a Festa em Louvor a Santa Luzia, realizada em um bairro rural que leva o mesmo nome. São Milhares de devotos vindos de cidades da região e ou-tros estados do pais se juntando em um espaço que já não comporta mais tantas pessoas.

A Igreja de Santa Luzia localiza-se no bairro rural de mesmo nome na cidade de Espírito Santo do Pinhal/SP.

A região onde se situa era conhecida – em fins do século XIX – como Bairro Morro Azul e fa-zia parte da Fazenda Monte Alegre de propriedade do tenente-coronel Vicente Gonçalves da Silva, que herdara de familiares.

Em 1868, o tenente-coronel casou-se com Francisca Tomázio – carinhosamente chamada de Chiquinha Ramos. Segundo consta, dona Chiquinha era mulher religiosa e os últimos anos de sua existência “foram consagrados ao bem”. Essa religiosidade alcançou maior expressividade quando ela passou a se preocupar com colonos e conhecidos que tinham problemas na vista. Na ânsia de ajudá-los, dona Chiquinha dedicou-se às orações e a de-voção a Santa Luzia, a santa protetora dos olhos.

O marco da devoção a Santa Luzia ocorreu em 1908, com a chegada da imagem da santa em sua residência. A imagem veio de Fuscaldo (Itália) através da Estação Ferroviária Mo-giana.

Existem várias versões sobre a vinda da imagem de Santa Luzia. Alguns dizem que foi uma enco-menda de D.Chiquinha. Outra que foi um presen-te de seus familiares.

Sendo a imagem de tamanho natural, não foi pos-sível D.Chiquinha colocá-la no oratório de seu quarto, então resolveu construir (1909-1910) uma capelinha para abrigar a Santa dos Olhos.

Era uma capela que comportava cerca de trinta pessoas em pé.

Na entrada existia um espaço elevado reservado para o coro; no chão mosaicos brancos e pretos e no altar de madeira a imagem vinda da Itália ocupava o seu lugar. Nos vitrôs, vidros coloridos e o teto forrado de madeira. A capela era ladea-da de coqueiros e um coreto de chão, de madei-ra, que ficava a poucos metros do templo.Esta primeira capela foi construída por dois filhos de um imigrante italiano da família Cavalheiro.

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Antes mesmo da inauguração no ano de 1909, foi realizada uma grande festa patrocinada por D.Chiquinha que contratou músicos para animar o evento, tendo sido realizada, tam-bém, uma novena, costume este, que perdura até os dias atuais.

A primeira missa foi rezada pelo Pe. Guilherme Landel de Moura no dia 13 de dezembro de 1910, da qual participaram os proprietários da Fazenda Morro Azul e seus familiares, bem como toda a colônia italiana ali moradora.

A partir de então, tornou-se tradição a realização da festa todo dia 13 de dezembro, que ano após ano, foi crescendo, e que hoje é o maior acontecimento religioso da região.

Contando sempre com a participação de milhares de devotos de Espírito Santo do Pinhal, das cidades vizinhas, do Sul de Minas Gerais e da Grande São Paulo, que chegam ao local do evento a pé, de carro ou de ônibus para agradecer benções recebidas da padroeira da boa visão.

Nos primeiros anos, a festa de Santa Luzia foi promovida por D.Chiquinha Ramos e por fa-miliares e depois pelos imigrantes italianos que trabalhavam na Fazenda Morro Azul.

A comunidade recebeu desde então assistência espiritual dos Padres João Ambrósio e Monsenhor José Jeronimo Balbino Fucciolli, que iniciaram a congregação Mariana no Bair-ro.

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Em 03/04/1956 teve início a construção da nova igreja ao redor da velha capelinha para que fosse posteriormente demolida. As obras transcorreram durante cinco anos com a ajuda financeira dos próprios agricultores, sitiantes e moradores das imediações.

O projeto teve autoria do Sr. José Costa e o pedreiro responsável foi o Sr José Perobelli, sendo pároco Monsenhor José Jeronimo Balbino Fuccioli.

Em 13/12/1960 era inaugurado o atual templo, construído em louvor a Santa Luzia, padroeira dos olhos.

O vereador Antônio Fenólio por 28 anos foi o con-tador da festa, mostrando seu espírito de religio-sidade e dedicação à comunidade Luziense.

Sem dúvidas, um dos grandes incentivadores da novena e do aprimoramento da festa de Santa Lu-zia foi o Padre Teodoro Peters, que por mais de 14 anos esteve à frente da comunidade. Estimado por todos, o Padre Teodorinho, celebrava missa todo sábado às 19:30 hrs e semanalmente visita-va as inúmeras famílias do bairro, levando pala-vras de estímulo e amizade.

Os padres Eduardo Geltmeyer e Damião Van Der Zandem, ambos da Congregação dos Padres Assuncionistas, continuaram a frente da igreja por vários anos.

Assumiram após, os padres Monsenhor Décio Ravagnani e Pe. Iran Rodrigues das Neves, respectivamente.

Em 13 de dezembro de 2009, na festa em comemoração aos 100 anos a Capela de Santa Luzia, por decreto de Dom David Dias Pimentel, que presidiu a celebração, elevou-se a Ca-pela a condição de Santuário Paroquial ligado à Paróquia do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Dores, tendo como pároco Monsenhor Augusto Alves Ferreira.

Foto: SantuarioSantaLuzia

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A singularidade desta festividade municipal en-contra-se no fato de Santa Luzia não ser padro-eira da cidade e figurar como a festa religiosa de maior expressão no município, tornando o dia 13 de dezembro, feriado municipal desde 1995, conforme Lei n 2.132 de 28 de Junho de 1995, de autoria do vereador Antonio Ragazzo, morador do Bairro de Santa Luzia.

Atualmente a comunidade continua lutando para a preservação de tamanha devoção, não medindo esforços para atender aos romeiros que vêem de diversas cidades de São Paulo e Minas Gerias. Calcula-se que durante a primeira semana de dezembro até o dia 13 de dezembro, passam pelo bairro aproximadamente 30.000 devotos a Santa Luzia, e são celebradas diver-sas missas principalmente no dia 13, por padres da cidade e padres vindos de outras paróquias, para melhor atender aos romeiros e devotos.

Durante o ano, celebra-se missa todo sábado, às 19:30 horas.

CURIOSIDADES SOBRE A FESTA

CUHVAJa nem pode afirmar ser uma coincidencia que todo dia 13 de Dezembro chove, pelo menos 20 minutos sempre cai água, talvez seja uma benção para refrescar e aliviar os devotos que fazem o trajeto a pé para o santuário.

AJUDA AO ROMEIROMuitos romeiros fazem o trajeto entre a cidade e o bair-ro de Santa Luzia a pé, caminhando e rezando, é uma caminhada longa e em alguns pontos família residen-tes em sítios e chácaras oferecem um café da manha para quem passa por ali.

VERDADE OU MENTIRA?Há quem diga que o Rei Roberto Carlos, devoto de Santa Luzia, costuma visitar o Santuário de Santa Luzia todos os anos claro que o astro sempre estaria disfarçado, al-gumas histórias dizem que ele viria um dia antes, sem avisar ninguém...sera???

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FOTOS SANTUÁRIO DE SANTA LUZIA

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15 Screshy Digital Especial - Santa Luziafotos: www.facebook.com/santaluzia13

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