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Publicação de outubro/2013 realizada pela CUFA-RS
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Inaugurada no dia 3 de setembro, a República Junto atende 24 usuários em tempo integral. O intuito é proporcionar serviços que ofereçam proteção, apoio e moradia subsidiada a grupos de pessoas entre 18 e 59 anos em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia.
Distribuído em espaços escolares e instituições de ensino desde 2009, o livro O Escudeiro da Luz em: Os Zumbis da Pedra é uma ferramenta importante e pertinente na luta contra as drogas. Por meio de uma linguagem simples, expõe assuntos delicados de forma natural, provocando a reflexão dos leitores quanto às formas de abordagem e educação necessárias para a conscientização e prevenção ao uso de drogas.
Criada a partir de uma brincadeira em uma cesta de lixo, a Liga Internacional de Basquete de Rua é o maior evento de cultura de rua da América Latina. São dez anos de basquete embalado com o break, os MC’s e o hip hop, que compõem o espírito do torneio. Realizada em diversos estados do Brasil, a atração conecta esporte e música, estimulando a criatividade dos jogadores e explorando suas habilidades físicas.
Com o objetivo promover a integração das comunidades por meio do esporte, a CUFA RS criou o Torneio Bola Comunitária. O projeto consta em um torneio de futebol entre jovens de 15 a 17 anos, todos moradores de comunidades da região metropolitana. A intenção também é de levar debates e serviços para estes locais, garantindo novas oportunidades para os jovens que as integram e dando visibilidade aos talentos esportivos.
Projetos
Papo Reto |02| novembro 03
Acesse o nosso site: www.cufars.org.br
@CufaRS_
Cufa-RS
CufaRS
O que vem por aí
p.6
Entrevista com o mestreConheça a história de Rosa Lang, a professora e pintora que está se despedindo das aulas na EMEM Emílio Meyer
MV BillO rapper e fundador da CUFA encerrou as atividades do Projeto Papo Reto Porto Alegre com um show no Gasômetro
A equipe da CUFA RS fez um levantamento que aponta grande proximidade entre os jovens e as drogas
Especial
Galeria das oficinasConfira algumas fotos das oficinas de teatro nas EMEFs de Porto Alegre pelo Projeto Papo Reto 2013
Em um primeiro momento, executei oficinas de
fotografia nas escolas, e em 2008/2009 participei do
projeto PPV (Programa de Prevenção a Violência) em 12
cidades do estado do Rio Grande do Sul.
Em 2010, integrei a equipe de coordenação do
projeto Criança Esperança no morro Santa Tereza, onde
se encontrava na época a base da CUFA RS. Esse projeto
alcançava jovens da comunidade por meio de aulas de
teatro e de audiovisual, com o objetivo de gravar um
curta-metragem, idealizado pelos jovens e totalmente
produzido por eles.
A partir daí, passei a fazer parte da equipe de
palestrantes da CUFA, juntamente com Manoel Soares e
Ivanete Pereira, desenvolvendo seminários em diversas
cidades do Estado.
Já em 2011, em consequência de uma parceria com
o Instituto OI Futuro, pude voltar a fazer oficinas de
fotografia em escolas de 14 cidades. Ainda nesse mesmo
ano, a instituição desenvolveu uma iniciativa chamada
“Circuito Papo Reto”, a primeira cidade a receber este
novo formato de trabalho social foi Canoas.
Seguindo esse mesmo modelo, no ano seguinte o
projeto Papo Reto foi inserido nas escolas do município
de Porto Alegre. Acrescentamos oficinas de teatro e
intervenções nas comunidades. No final de 2012, em
paralelo com o Papo Reto, a CUFA RS lançou o primeiro
Torneio de Futebol composto por 32 comunidades
periféricas do Rio Grande do Sul. Nesse projeto, também
pude integrar a coordenação. A CUFA, entendendo
o tamanho da repercussão dentro do estado, viu que
necessitava de um representante que pudesse falar pela
instituição em veículos de comunicação, e a partir desse
momento me empenhei em cumprir essa meta.
Atualmente, o projeto Papo Reto tomou outra
proporção. A CUFA começou a fazer bem mais que
levar oficinas para as escolas. Executamos também
um seminário que dá formação exclusiva para os
professores da rede municipal de Porto Alegre. Nessa
nova roupagem, assumi o papel de mestre de cerimônia
desses seminários, juntamente com as oficinas de
desenhos em três escolas, além das palestras.
Hoje, estou com 21 anos, tenho formação de
Audiovisual pela CUFA RS, e, na área do desenho, sou
formado pelo estúdio Dínamo.
Como desenhista ilustrei o livro “Escudeiro da Luz
em Os Zumbis da Pedra”, que foi escrito pelo Manoel
Soares, coordenador da CUFA RS, junto com o Marco
Cena, capista e presidente da editora Besouro Box. Nos
dois últimos anos essa publicação tem sido usada como
ferramenta de prevenção dentro das escolas da rede
municipal de Porto Alegre.
Expediente
Manoel Soares/Coordenador da CUFA-RSIvanete Pereira/Coordenadora InstitucionalLisandra Félix/Coordenadora do Papo RetoDinora Rodrigues/Coordenadora AdministrativaMariana Soares/Coordenadora de ComunicaçãoDanilo Santos/Coordenador de AudiovisualPaulo Daniel Santos/Pres. Conselho Estadual CUFA-RS
Alexandre Bertolazi/FotografiaAiran Albino/Diagramação e RevisãoEduardo Bertuol/Reportagem, Foto e RevisãoIgor Grossmann/Reportagem, Foto e RevisãoBianca Oliveira/Reportagem e FotoCarolina Reck/Reportagem, Revisão e Foto
Papo Reto |04| novembro 05
Especial
p.11
p.30p.8
Daniel foi mestre de cerimônia nos seminários em 2013
Multiplicador
Arquivo Pessoal | Daniel Santos
por Paulo Daniel SantosPresidente do Conselho Estadual CUFA-RS
MV BillAlexandre Bertolazi | CUFA
Papo Reto |06| novembro 07
Para selar o final de mais um ano de trabalho e prevenção, o rapper MV Bill veio a Porto Alegre para o show de encerramento do Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre 2013. A apresentação aconteceu no dia 23 de novembro na Usina do Gasômetro. Cerca de 2.000 pessoas curtiram as músicas do rapper e da sua irmã Kmila CDD. Para completar, o grupo Latitude fez uma participação especial. Além disso, o evento foi transmitido ao vivo pela TVCOM.
Eduardo Bertuol | CUFA
Eduardo Bertuol | CUFA
Eduardo Bertuol | CUFA
Eduardo Bertuol | CUFA
Eduardo Bertuol | CUFA
Eduardo Bertuol | CUFAAlexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFA Alexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFAAlexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFA
Alexandre Bertolazi | CUFA
Papo Reto |08| novembro 09
Há 18 anos como professora na EMEM (Escola Municipal
de Ensino Médio) Emílio Meyer, Rosa Maria Accorsi
Lang está se aposentando. Formada em artes visuais
pelo Departamento de Artes da UFRGS (Universidade
Federal do Rio Grande do Sul), ela lecionou por 25
anos. “Não pensava em ser professora. Queria ser
artista”, revela Rosa. Ela conta que fez o concurso para
a SMED (Secretaria Municipal de Educação) “meio
por acaso”. “Comecei a trabalhar em sala de aula e
gostei”, diz.
INÍCIO
Rosa iniciou como professora de artes (desenho e
pintura) na escola Professor Larry José Ribeiro Alves, no
bairro Restinga. Após breve passagem, foi transferida
para o colégio Gabriel Obino, em Teresópolis. Lá, foi
convidada para substituir uma professora na EMEM
Emílio Meyer e passou a trabalhar nas duas, já que a
Emílio tinha aulas apenas no turno da noite. “Eu adorei.
E os alunos passaram a reinvindicar aulas também no
período da tarde”. Quando iniciaram as aulas pela
tarde, Rosa passou a lecionar em tempo integral na
escola onde irá se aposentar.
SUPERVISÃO
Após nove anos como professora na Emílio
Meyer, Rosa decidiu que era hora de ir além. Fez
uma especialização em supervisão escolar na Fapa
(Faculdade Porto-Alegrense) mas nunca deixou de
ensinar. “Jamais quis abandonar a sala de aula, pois é
onde acontecem as maiores realizações”, comenta. Ela
exalta a estrutura da escola, que dispõe de uma sala
adaptada para cada forma de arte trabalhada: música,
cerâmica, teatro e, é claro, desenho. Já são nove anos
de Rosa na supervisão da Emílio Meyer, sendo os seis
últimos como supervisora de ensino médio.
DESAFIOS
Ela ressalta que o maior desafio que encarou nos
seus 25 anos como professora foi evoluir conforme
as gerações foram passando. “É preciso se modificar,
adequar-se e evoluir. A vida é muito dinâmica e
precisamos acompanhar as mudanças”, explica.
Rosa expõe que a sua grande paixão é o prazer de
ensinar. “No início do ano, vejo eles falando que não
sabem pintar, que não vão conseguir, mas na Mostra
em dezembro eles apresentam trabalhos fantásticos”,
conta sorridente. Ela afirma que ensinar é algo mágico,
mas também traz apredizagem como tolerância e
paciência.
OFICINA DE PINTURA
Um dia, pensando em como poderia tornar a sua
profissão e arte mais próximas das pessoas, Rosa -
que é pintora - percebeu que a maioria dos cursos de
pintura disponíveis no mercado são caros. Então, há
cerca de quatro anos, decidiu oferecer uma oficina
aberta à comunidade na escola Emílio Meyer. Com
foco na pintura à óleo, o grupo se reúne e produz
trabalhos incríveis (fotos ao lado). Seus alunos possuem
em média 50 anos de idade, porém, alguns chegam
perto dos 80. “Na oficina, as pessoas ficam durante
anos estudando e se aperfeiçoando, e isso gera um
entrosamento legal no grupo”, fala.
APOSENTADORIA
O ano de 2013 foi o último de Rosa Maria como
professora remunerada. Ela pretende seguir trabalhando
com o grupo da oficina de pintura à óleo, mas agora
como parceira-voluntária da escola. Foram os próprios
alunos que pediram para Rosa continuar. “No fim
do ano, fizemos um churrasco de confraternização
na minha casa. Percebi que o trabalho de professor
é um ato de convivência, por isso muitos ficam tristes
quando se aposentam, pois perdem isto”, reflete. Ela
comenta que uma colega passou o último semestre lhe
aconselhando a praticar o desapego, enquanto uma
ex-diretora lhe dizia que “a Emílio Meyer é uma paixão
para toda vida”. Rosa concorda com tudo, mas diz não
se arrepender da aposentadoria.
DICAS
Antes de se retirar das salas de aula e aproveitar a
aposentadoria no litoral catarinense, onde já está montando
seu novo ateliê para se dedicar à pintura com o mar servindo
de inspiração, Rosa deixa algumas dicas para aqueles que
iniciam ou pretendem ser professores. “Primeiro de tudo:
tem que gostar muito. Depois, é necessário ser flexível,
estar sempre aberto, estudar bastante, se atualizar e aceitar
certas coisas que não se pode mudar”, atesta. E sempre
estar preparado para vencer as barreiras que aparecem
pela frente. “Educação e desafio são sinônimos”, completa.
O filósofo grego Sócrates, se vivo fosse, concordaria com
Rosa pois, há mais de dois mil anos, ele já dizia que uma
vida sem desafios não vale a pena ser vivida.
Entrevista com o mestrepor Igor Grossmann
Educação e desafio são sinônimos
A Emílio Meyer monta uma mostra com os trabalhos dos alunos
Fotos: Igor Grossmann | CUFA RS
Lisandra Félix Coordenadora-Executiva Papo Reto
Penso que o primeiro espaço educacional da criança
é a sua casa, recebendo as orientações dos pais. Isso
para que, ao iniciar a trajetória de formação escolar,
tenha um senso de obediência, seja um adolescente
educado, jovem participativo e adulto consciente dos
seus direitos e deveres.
A minha infância na década de setenta foi toda na
região leste, no Morro da Cruz. Meus pais sempre deram
exemplo como pessoas trabalhadoras e honestas e se
sacrificaram para que eu estudasse. Eu me empenhava
para não desapontá-los, e na primeira oportunidade
a minha mãe, com sua sabedoria e sensibilidade, me
inscreveu com 7 anos nas aulas de ballet clássico da
escola. Hoje, posso dizer que a disciplina e senso de
responsabilidade que vivenciei nessas nas aulas foram
essenciais para a minha vida pessoal e profissional.
Nem passei perto de colocar sapatilhas de ponta, mas
aprendi que o que realmente importa é a vontade de
superar desafios todos os dias para atingir uma meta.
Atualmente, as crianças e os jovens de qualquer classe
social estão sem limites porque os pais não conseguem
dar atenção, brincar, dialogar e também repreender
quando necessário, criando um abismo na relação com
os filhos, transferindo consciente ou inconscientemente
para os professores a responsabilidade de educá-los.
Outro aspecto importante que merece destaque
é que as famílias, especialmente dos moradores das
periferias, não são mais nucleares, sendo a mãe a
grande gestora de todos os problemas familiares, o que
provoca uma vulnerabilidade emocional na família.
Neste contexto estão todas as interferências externas
que podem influenciar um jovem nas suas escolhas:
um programa de televisão que motiva a gurizada a
ter coisas caras da moda (que não pode comprar),
os apelos violentos à disposição nas redes sociais,
acrescentado das conversas com os “amigos” que já
estão trilhando um caminho minado e querem levar
todos para o mundo do crime e das drogas, somado
a dificuldade dos pais que não conseguem lidar com
suas próprias frustrações e acabam descontando
no filho, que por sua vez desconta no professor,
se transformando naquele aluno violento ou então
completamente desligado.
Vejo que cada vez mais precisamos dar atenção à
família, que está doente, que agoniza pedindo socorro.
Sua forma de expressar muitas vezes é se afundando
na drogadição, no crime, na depressão, no alcoolismo.
Contudo, cabe a nós, educadores sociais, criarmos
estratégias para decodificarmos os sinais que estão
aí escancarados e cada vez mais trabalharmos com a
prevenção através de tecnologias sociais que venham
de encontro com as necessidades das famílias.
A Central Única das Favelas preza, acima de tudo, o
indivíduo na condição de protagonista para fazer o bem
ao outro e a si mesmo. Acreditamos que o próprio ser
humano quer evoluir, mas, muitas vezes, ele não tem
portas de acesso à evolução tão sonhada pelas pessoas.
As nossas ações querem que o indivíduo se olhe no
espelho e se enxergue como esse agente transformador
da sua realidade e da realidade a sua volta. Um agente
transformador e, acima de tudo, multiplicador das ações e
projetos da CUFA.
A instituição lida com a prevenção às drogas.
Trabalhamos nas comunidades, dentro das escolas,
com alunos e professores desde 2007, inserindo esse
tema no meio escolar. A CUFA acredita que o ensino e a
conscientização devem começar desde cedo e da melhor
maneira possível: com a prevenção.
Para termos uma ideia de como os estudantes enxergam
as drogas, o crime e a questão da internação, resolvemos
realizar um levantamento. Entre os dias 2 e 30 de outubro
de 2013 visitamos 16 escolas da rede municipal de ensino
para fazer essa coleta de dados. Crianças de 10 a 16 anos
responderam 10 perguntas sem se identificarem.
O nosso objetivo é saber como os jovens lidam com a
questão da drogadição e qual o conhecimento deles sobre
os diferentes tipos de drogas. Além disso, o levantamento
serve como base de dados para uma pesquisa ainda
maior e mais abrangente, que pode ser feita por institutos
especializados no ramo. Confira nas páginas a seguir o
resultado desse trabalho.
Impacto
100% dos alunos conhecem algum
tipo de droga
87% conhece alguém que já
se envolveu com drogas
22% já experimentaram
drogas
45% já teve um parente preso
por Mariana Soares
Papo Reto |10| novembro 11
Palavra
Precisamos daratenção à família
Alexandre Bertolazi | CUFA RS
Papo Reto |12| novembro 13
10
9
87
6
5
43
2
1 DROGASCem alunos responderam as questões do
levantamento. Destes, 54% são do sexo feminino e 46%
do sexo masculino. A primeira pergunta diz respeito
ao conhecimento de drogas – “Você já ouviu falar em
drogas?“. As respostas mostraram que 100% delas
responderam “sim”. Isso aponta que o tema está no
cotidiano dos jovens.
QUAL VOCÊ CONHECE?A questão pedia para os alunos citarem a respeito
de quais drogas eles já ouviram falar. Eles podiam
escrever mais de um tipo. A maconha foi citada por 70%
dos alunos. O crack, por 52% e a cocaína por 29%. Em
menor escala, apareceram loló (5%), ecstasy (2%), oxi
(2%), cigarro (1%) e heroína (1%). Vale ressaltar que
apenas um jovem apontou o cigarro como droga.
FAMÍLIAA terceira pergunta abrange os familiares dos jovens.
“Alguém da sua família já se envolveu com drogas?”.
54% dos alunos responderam que sim, o que mostra o
alcance indireto das drogas na vida destes jovens.
AMIGOS E CONHECIDOSQuarta pergunta: “Você conhece alguém que já
se envolveu com drogas?” Assim como na anterior,
as respostas surpreenderam. 87% dos alunos
responderam “sim”, que sabe de alguma pessoa que
já tenha experimentado algum tipo de entorpecente. Já
13% responderam “não”, que não conhecem ninguém
que tenha usado drogas.
E VOCÊ?Como essa pergunta era pessoal, os alunos tinham
a opção de não respondê-la, porém, todos eles
assinalaram uma alternativa para a questão “Você já
experimentou algum tipo de droga?”. 22% dos jovens,
entre 10 e 16 anos, afirmaram que sim, que já havia
usado algum tipo de droga.
INTERNAÇÃOA próxima pergunta trata de internação. Procuramos
saber se os jovens conhecem pessoas que já foram
internadas para se tratar de algum vício. A questão
era “Você conhece alguém que já foi internado?”. O
resultado foi que 40% dos jovens responderam que
“sim”, que conhecem alguém. Já 60% dos entrevistados
disseram que “não”, não conhecem nenhuma pessoa
que foi internada em razão do vício.
PRISÃOA questão carcerária também esteve presente no
levantamento. A pergunta “Alguém da sua família já foi
preso?” apontou 45% dos alunos afirmando que sim e
55% assinalaram a opção não.
MORTEOutro ponto tratado foi a violência. “Você já viu
alguém morto?”, foi a oitava pergunta. Com as
alternativas pré-estabelecidas, os jovens podiam marcar
“sim” ou “não”. Como resultado, 63% dos alunos
responderam que já tinham visto alguém sem vida. E
os outros 37% negaram, dizendo que nunca viram uma
pessoa morta.
PAISA pergunta de número nove aponta a questão da
proximidade familiar. “Como é o seu relacionamento
com os seus pais”. Os alunos tinham três opções de
resposta: “bom”, “regular” e “ruim”. Destes, 83%
consideraram que o relacionamento com os pais é bom,
17% acham que é regular e nenhum acredita que tem
um relacionamento ruim com os pais.
DIÁLOGOA última questão do levantamento fala sobre o
diálogo entre os alunos e os seus pais. Com a pergunta
“Você já conversou com seus pais ou responsáveis
sobre esse tema?”. O resultado foi que 66% dos alunos
disseram que sim, que já trataram do assunto com os
parentes. Já 34% dos jovens responderam que nunca
discutiram o tema das drogas com os pais.
Papo Reto |14| novembro 15
Mural do Professor
Aqui é o espaço onde o professor pode dar a sua opinião sobre o Circuito Papo Reto. Nos seminários, os docentes têm um espaço para preencher avaliando as palestras. Essa é a hora de se expressar e mostrar como é válida essa troca de experiência. E de que maneira essa iniciativa mudou a sua forma de pensar.
escolasolução
Em Porto Alegre, a iniciativa de prevenção ao crack nas escolas foi pioneira. Abrangendo os alunos de 53 escolas municipais da capital, a CUFA RS realiza desde 2012 o Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre, projeto em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Educação e que neste ano ganhou outro parceiro importante: o Hospital Divina Providência. Em 2013, o objetivo é superar em 30% o número de atendimentos do ano passado, com as das ações realizadas nos pátios e salas de aula, com palestras, oficinas e atividades culturais inspiradas na ferramenta de prevenção “O Escudeiro da Luz em os Zumbis da Pedra“. Nesta edição, destacamos as seguintes escolas:
Importante para conhecer a rede de apoio no município que pode ajudar na relação com as famílias.
Legal poder ter contato maior/mais profundo com a realidade
social.
Uma das melhores
partes do seminário
foi a conversa com o
Rodrigo e o Mano
Lenne devido aos
professores escutarem as
histórias de vida.
Muito bom. Bem objetivo apresentando e pontuando questões centrais que podem nos ajudar na sala de aula.
Bom para relembrar questões como a necessidade de vínculos para atingir a criança ou o adolescente, assim como o uso de elementos
como funk e hip hop para essa aproximação.
Discussão interessante sobre as questões de leis sobre drogas, ineficiência das mesmas, recuperação e prevenção.
Adorei! Papo direto, super claro, esclarecedor
Volume de informações muito bom, articulação bem feita entre as áreas da educação e da assistência social.
Excelente abordagem quanto a ações multidisciplinares em rede na atenção, cuidando alunos em risco.
Uma boa abordagem, ampla, sobre os recursos sociais a que podemos recorrer no caso de problemas com alunos em situação de vulnerabilidade.
Temática muito interessante e que traz à tona a importância da prevenção que engloba muitas ações que não estão sendo oferecidas pelo estado e a sociedade.
A palestra foi ótima, esclarecendo os aspectos jurídicos em relação às drogas. Foi didático e objetivo. A reflexão sobre a sistema prisional foi ótima.
Papo Reto |16| novembro 17
Victor Issler por Carolina Reck
“A educação é um direito e um dever”. A frase
estampada meio às artes em grafite está no muro
frontal da EMEF Victor Issler. Com cerca de 1.500
alunos e 25 anos de história, disponibiliza em turnos
inversos atividades como oficina de teatro, dança,
futebol, rádio, grêmio estudantil e robótica. Conta
também com o programa Mais Educação, do Governo
Federal, o Cidade Escola e acontecimentos como a
exposição anual dos trabalhos realizados pelos alunos.
ESCOLA COMO ALAVANCA
“A sociedade só se transforma quando a escola for
a alavanca”, assegura a diretora Sandra Hass. Para ela
a rotina equilibrada desenvolve habilidades sociais nos
alunos. “Escola não tem que desenvolver habilidades
necessárias apenas para o ensino e aprendizagem,
mas para o desenvolvimento do ser humano completo,
capaz de encarar a realidade”, elucida. Além disso, a
Issler se propõe a estabelecer elos com a comunidade.
“Buscamos para monitores as pessoas da comunidade
também, ex-alunos, pais... Tentamos a proximidade”,
explica a professora Luciene Borba Sobotyk, mentora
do projeto de robótica.
ROBÓTICA
Implantado pela Prefeitura de Porto Alegre, a
robótica tem seis anos de existência e garantiu aos
alunos a oportunidade de participação em eventos
como a Olimpíada Brasileira de Robótica, a First Lego
League (FLL), em que ganharam dois prêmios de mentor
de equipe. “Trabalho em equipe é fundamental. Se
sucesso aconteceu é graças a todos. Procuro trabalhar
a questão de que estamos aqui para dar o melhor e
aproveitar tudo que é possível”, resume Luciene.
PAPO RETO
A participação da CUFA RS na escola se dá por meio
da oficina de teatro. O educador social Aloísio Dias
trabalhou a prevenção às drogas. A oficina, juntamente
com ensaios, levou a turma à apresentação de uma
peça final. “No começo perguntei o que era respeito
para os alunos. A partir disso montamos um mural.
Toda aula conversamos sobre a questão do respeito,
civilidade, a não-violência. Temos que aprender a
trabalhar juntos e levar através dessa peça, que é um
símbolo, a mensagem para os pequenos de que não
devem usar drogas”, esclarece Aloísio.
A EMEF Wenceslau Fontoura abriga cerca de 900
alunos, divididos nos três turnos. Desde 1996 educando
no bairro Rubem Berta, na zona norte da Capital, a
escola chegou a ser incendiada neste ano. Mas, com
a ajuda da comunidade e do poder público, as salas
atingidas foram recuperadas e entregues aos alunos
em tempo de não prejudicar as atividades letivas. A
CUFA organizou a “Muvuca de Reconstrução”, evento
solidário que ocorreu em frente à escola em outubro.
REALIDADE DAS DROGAS
Para a orientadora educacional Marlise Zarpelon,
é bastante importante o trabalho desenvolvido pela
CUFA, visto que a comunidade em que está inserida
a escola vive a realidade das drogas, do tráfico e
da violência, segundo ela. “Esse trabalho tem que
continuar, se expandir e ser mais abrangente. Aqui
a realidade é difícil, e trabalhar a prevenção ao uso
de drogas com os alunos é importante por isso, para
que eles tenham uma vida plena pela frente”, conta a
orientadora.
OUTROS PROJETOS
Na Wenceslau Fontoura, todo sábado é dia de
Escola Aberta, em que todos da comunidade são bem-
vindos para desenvolver atividades esportivas no local.
Além disso, os alunos podem usufruir de oficinas de
judô, karatê, dança e esportes. A educadora Marlise
procura desenvolver monitorias também, como na
biblioteca e na hora do recreio, com brincadeiras no
pátio.
Agora, ela busca tornar monitores os alunos
que desenvolveram as atividades teatrais na oficina
da CUFA RS. “É importante, eles vão poder ajudar
no desenvolvimento de colegas com necessidades
especiais”, finaliza.
Wenceslau Fontourapor Igor Grossmann
Os cerca de 1.500 alunos podem participar de oficinas de teatro, dança, futebol, rádio, grêmio estudantil e robótica
Mesmo depois do incêndio, alunos se mobilizaram para recuperar o tempo perdido e correr atrás de um bom resultado
Carolina Reck | CUFA RS
Igor Grossmann | CUFA RS
Papo Reto |18| novembro 19
Pepita de Leão por Igor Grossmann
No bairro Passo das Pedras, na zona norte de Porto
Alegre, a EMEF Pepita de Leão educa gerações de
alunos há 53 anos. A instituição atende cerca de 550
estudantes. Muitos são netos de ex-alunos, conta o
diretor João Willy Schmidt Cerski.
TRADIÇÃO EM PROJETOS
Na Pepita de Leão, historicamente há projetos
extra-curriculares. “Uma larga tradição”, como define
o diretor João. O grupo de dança existe há 15 anos e
o coral há 12. João entende que a escola muitas vezes
é vista como um ambiente chato para os alunos e que
cabe aos professores tentar torná-la mais atraente aos
olhos dos jovens. Por isso as atividades fora do horário
de aula.
TEMPLO SAGRADO
A CUFA RS desenvolve oficina de desenho na EMEF
Pepita de Leão. Para o diretor, “este trabalho enriquece
a escola e os alunos com novas ideias e propostas”. Ele
percebe o colégio como um tempo sagrado, onde os
professores têm uma missão civilizatória ao centralizar
debates e permitir a transmissão de conhecimento.
MEDIANDO CONFLITOS
Além da oficina da CUFA, há projetos como LIAU
(Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano),
que trabalha ecologia e sustentabilidade, robótica,
esportes, orquestra de flauta, entre outros. A escola
também se preocupa com a mediação de conflitos.
“Aqui não toleramos violência”, relata o diretor.
PAPO RETO
Para João, o seu trabalho consiste em melhorar o
desempenho escolar e manter os jovens estudando.
“Muitos aqui estão em situação de vulnerabilidade
familiar, material e social. Se um aluno pratica esporte
e não evade, já é uma vitória”, afirma o diretor. Ele
entende que se um estudante abandona a escola, este
aluno está a um passo de se envolver com drogas e até
com o tráfico.
João ainda destaca o seminário Circuito Papo
Reto promovido pela CUFA RS para os professores da
rede municipal. “É uma oportunidade de municiar os
educadores para tratar este tema de maneira horizontal
em sala de aula”, revela.
Timbaúva
A escola Timbaúva já existe há 12 anos sendo muito
conhecida e admirada por todos no bairro. Ao chegar,
já se pode notar tamanha organização. Rodrigo
e Douglas, os professores de teatro da CUFA RS,
apresentaram a Aleteia que é supervisora do 1º ciclo e
a Juliana Selau, que tem acompanhado o trabalho da
CUFA na escola. Aleteia relatou como tem funcionado
a pareceria da instituição e como tem influenciado na
parceria de cada aluno.
OFICINA
O professor Rodrigo iniciou a sua oficina com a
primeira turma no centro da sala, fazendo uma roda
com uma breve conversa como de costume. Após o
diálogo, começou a primeira atividade com Douglas
no comando do rádio e Rodrigo no comando da
turma. Era hora de trabalhar. A primeira atividade era
referente a concentração. Com todos sentados no chão
ao som da música, tiveram que passar a bola um para
o outro em silêncio.
PAPO RETO
“A chegada da Cufa tem sido bastante positiva, pois
eu tenho visto os professores acreditarem nos alunos e
era disso que eles estavam precisando, de alguém que
mostrasse que eles tem talentos e que bastava apenas
acreditarem em si mesmos”, revela Aleteia.
SATISFAÇÃO
Os dois oficineiros da CUFA falam sobre a
experiência de dar aulas de teatro na escola. “Para
nós é uma satisfação ver um sorriso no rosto do aluno
e ouvir que eles gostam de nossas aulas”, conta o
oficineiro Douglas Castro. “Fico feliz quando vejo o
que meu trabalho está dando certo, quando vejo cada
aluno atuando percebo que nada tem sido em vão”,
fala Rodrigo Reis.
ALUNOS ESPECIAIS
Os alunos que participam das atividades são da
turma do reforço escolar (alunos que tem dificuldades
em acompanhar algumas matérias). Para Juliana, a
oficina tem sido importante. “Mesmo sendo alunos
de reforço, quando eles chegam na oficina de teatro
eu consigo perceber uma grande mudança, não só
no comportamento mas também na evolução e na
capacidade de aprender e decorar os textos”, comenta
Juliana.
PAPO RETO NA ESCOLA
A CUFA chegou na escola fazendo a diferença “A
chegada da CUFA foi o ponto certo, era o que faltava
para a nossa escola estar completa. Eu não tenho do
que reclamar. O projeto está aprovado. Acho que
poderia ter mais aulas na semana já que os alunos
gostam tanto”, revela Juliana.
por Bianca Oliveira
Os alunos que fazem as oficinas são da turma de reforçoNa escola Pepita de Leão a CUFA desenvolve oficina de desenho com os alunos oferecendo novas ideias e propostas
Igor Grossmann | CUFA RS
Bianca Oliveira | CUFA RS
Papo Reto |20| novembro 21
Grande OrienteDécio Martins Costa
Completando o 50º aniversário neste ano, a EMEF
Décio Martins Costa realizou atividades culturais na,
propondo conhecimentos e dando visibiidade aos
alunos. Além disso, a iniciativa buscou resgatar a
história da escola.
OFICINAS
Na sala da direção, a professora e atual diretora
do local, Clarice Menegaz Mezzomo, informa que
apesar deste ano as atividades serem mais voltadas à
escola, o local possui outros projetos no cronograma
dos alunos. “No contra-turno dos estudantes nós
temos o Laboratório de Aprendizagem e a parceria
com a Fundação de Educação e Cultura do Sport
Club Internacional, o FECI, que atende 50 crianças no
turno da manhã e 50 na tarde”, destaca a diretora.
Ela também afirma que os oficineiros da instituição
costumam trabalhar com a música e o esporte. “Temos
bastante torneios, mas quando temos atividades fora é
a música que marca o exercício. Além disso, possuímos
uma oficina musical realizada pela nossa professora
que atende o coral”, ressalta Clarice. A escola ainda
conta projeto como o Laboratório de Inteligência do
Meio Ambiente, Grêmio Estudantil e Rádio Escolar.
A IMPORTÂNCIA DE PREVENIR
Neste ano, Clarice relata o comprometimento não
apenas dos alunos, mas do oficineiro Rodrigo nas aulas
de teatro. “Por trabalhar em contra-turno, as crianças
se adaptaram melhor. Além disso, o Rodrigo costuma
chegar com antecedência e mostra compromisso com
as atividades realizadas”, conta a diretora. Ela também
salienta que o tema prevenção faz muitos pais não
deixarem os alunos participarem da oficina. “Embora
a prevenção seja algo importante, os pais acham
desnecessário falar disso cedo.
A PROBLEMÁTICA DAS DROGAS
Professora a mais de 30 anos, Clarice expõe: “Na
nossa região possuímos um problema sério em relação
às drogas e a prevenção é algo muito importante”.
Ela conta que a escola já apresentou este problema
entre os estudantes. “Já tivemos alguns alunos que
pegamos com droga dentro da escola e encaminhamos
para o DECA (Delegacia Estadual da Criança e do
Adolescente), mas infelizmente não conseguimos
resgatar nenhum deles”, revela. “Eles tentam trazer
para dentro da escola, alguns trazem e a gente leva
um tempo até descobrir. Possuímos também alunos
que a gente sabe que usam, pois já chegam de manhã
demonstrando isso”, conta. “A questão da droga é o
pior problema que nós temos”, completa.
PAPO RETO
Há 9 anos na direção, Clarice avalia positivamente
o Projeto Papo Reto, que vem sendo realizado desde
o ano passado. “As atividades oferecidas pela CUFA
são muito legais, hoje temos pela escola o graffiti com
nome Papo Reto e figuras realizadas no ano passado”,
conta. “A gente costuma ver paredes riscadas, mas o
mais legal de ver é que o graffiti feito não possui um
risco em cima, ninguém riscou”, completa a diretora
que trabalha há 23 anos na escola.
por Eduardo Bertuol
Com uma página do Facebook com frequentes
atualizações, a EMEF Grande Oriente do Rio Grande
do Sul traz inúmeros projetos para manter o aluno com
educacão integral. Com a parceria da prefeitura, a
instituição possui programas como o Cidade Escola,
Vivências com Música, além do Projeto Caminhando
Para a Paz, que engloba rádio web, o teatro e oficinas
de vídeo. A professora e coordenadora do Cidade
Escola, Alessandra Felício, destaca a aceitação das
crianças. “Os estudantes costumam abraçar os
projetos idealizados dentro da escola, eles participam
com frequência. Nos finais de semana é que existem
demandadas”, relata.
PROJETOS EM PROL DA EDUCAÇÃO
O local também possui parceria com o Programa
Mais Educação e o Escola Aberta, do qual pessoas da
comunidade realizam oficinas em turno integral nos
sábados. Nelas são realizadas atividades de artesanato,
hip-hop, karatê, capoeira e futsal. “Desta forma, não
apenas os alunos, mas toda a comunidade conhece
a escola e começa a abraçar a ideia da educação”,
revela Alessandra.
PAPO RETO
A coordenadora Alessandra avalia o Projeto Papo
Reto como um programa muito bem aceito entre
os alunos e os professores. “O trabalho realizado é
excepcional, pois trabalha com o tema da prevenção
utilizando diversos fatores importantes na formação de
uma criança, como a leitura com o livro O Escudeiro da
Luz, o desenho com as aulas de graffiti do ano passado,
e a atuação com as oficinas de teatro”, comenta.
MÚSICA CONTRA AS DROGAS
Na sala de computação, o oficineiro Gilmar Colares
conta com alunos dispostas a ensaiar as cenas. No
ritmo do rap, eles decoram a música composta pelo
oficineiro e que faz referência a prevenção às drogas,
além de treinar a coreográfia.
por Eduardo Bertuol
O livro do Escudeiro da Luz é bastante trabalhado nas oficinas. Na imagem, oficineiro e aluna encenam uma parte da obra
Eduardo Bertuol | CUFA RS
Eduardo Bertuol | CUFA RS
Turma de 2013 mostrou entrosamento com oficineiro
n
Papo Reto |22| novembro 23
Ildo Meneghetti por Bianca Oliveira
A EMEF Governador Ildo Meneghetti localiza-se na
Vila Nova Santa Rosa, Bairro Rubem Berta. A escola
conta com espaços diferenciados para o estudo, como
laboratório de informática e de aprendizado, além
de uma biblioteca com diversas obras que agregam
conhecimento aos alunos.
Oficinas como a de robótica, nomeada na escola
como Ildobôtica, preenchem as horas do turno inverso
dos alunos. Competições a nível estadual e nacional
confirmam a importância e o engajamento dos jovens
nesta atividade de contra turno. Além deste, há o
projeto de educação ambiental.
Outra forma de educar é com a música e a literatura,
que tem como inspiração os projetos Contadores de
Histórias, que influencia a produção e leitura de textos,
e o Coral, que estimula o canto e conhecimentos
musicais. À noite são proporcionadas atividades do
Mais Educação, com oficinas de capoeira, dança
folclórica (gaúcha), esportes variados, letramento e
informática.
PAPO RETO
O Projeto Circuito Papo Reto foi uma das atividades
culturais e educacionais que ocorreu dentro da escola.
Ministrada pela professora Carolina Oliveira de Mattos,
a oficina de teatro contava com a presença de mais de
vinte alunos. Por meio de exercícios de aquecimento,
interação, produção artística para cenário da peça e
reflexão quanto a sociedade, o teatro do Papo Reto
cativou alunos e professores, tendo como finalização
peça apresentada para duas turmas da escola. A
professora Maria Bernadete revela que a parceria com
a CUFA RS tem sido ótima para o aprendizado dos
alunos. “Abrir a minha turma para a CUFA foi a melhor
coisa que eu poderia ter feito. Essa parceria tem dado
certo desde o ano passado”, afirma, alegando que em
2014 a escola estará de portas abertas.
Devido ao tamanho da turma, foi necessário que
Carolina dividisse esta em dois grupos. A oficineira
afirma que confia nos jovens assim como no ensino de
qualidade que é possível ter nas duas turmas. “Eles têm
se superado muito. Eu acredito que estão prontos para
a apresentação final”, informou.
Jean Piagetpor Igor Grossmann
Há 21 anos educando no bairro Rubem Berta, na
zona norte de Porto Alegre, a EMEF Jean Piaget conta
hoje com 750 alunos nos turnos da manhã, tarde e
noite. Além do ensino fundamental, o EJA (Educação
de Jovens e Adultos) preenche a grade escolar da
instituição. O nome da instituição homenageia um
pensador e educador suíço que propunha uma nova
filosofia na educação e criticava o método tradicional
de ensino, em que o professor dita e o aluno copia e
repete.
ENVOLVIMENTO E INTEGRAÇÃO
Para a supervisora do segundo e terceiro ciclos da
instituição de ensino, Vera Lúcia Santiago, a CUFA se
insere neste contexto de uma abordagem diferenciada.
“O projeto Papo Reto, com a oficina de teatro, é
produtivo e interessante. O resultado é muito bom, os
alunos se envolvem. Isto ajuda no desenvolvimento e
integração do grupo”, relata.
ABORDAGEM ADEQUADA
A Jean Piaget também enfrenta problemas
relacionados com as drogas. Por isso, ressalta Vera,
o trabalho desenvolvido pela CUFA, de prevenir o uso
de drogas, se torna ainda mais importante. “O que
acontece na comunidade acaba respingando na escola.
Buscamos promover atividades saudáveis para evitar
que o jovem se envolva com coisas que não são as
ideais”, afirma. “O Papo Reto nos auxilia nessa missão,
que já que aborda este tema de maneira apropriada,
de um jeito que talvez a escola sozinha não conseguisse
fazer”, completa.Alunos da oficina de teatro do Projeto Papo Reto atentos nas últimas orientações dos oficineiros Carolina e Douglas
Diretora e professores acreditam que o trabalho de prevenção desenvolvida pela CUFA RS é determinante para a vidaEduardo Bertuol | CUFA RS
Igor Grossmann | CUFA RS
Papo Reto |24| novembro 25
Lauro Rodriguespor Carolina ReckJoão Antônio Satte
Com 1200 alunos, a escola João Antônio Satte atende
aos bairros Parque dos Maias, Rubem Berta, Sarandi e
proximidades. O espaço escolar também garante vagas
para alunos que provém da cidade de Alvorada. Entre
oficinas de esporte, leitura e escrita, Laboratório de
Aprendizagem e Cidade Escola, tem como diferencial
a iniciativa de um grupo de professores: o grupo de
teatro. Mesclando ao figurino e facetas caricaturadas
a literatura e alfabetização, o grupo busca entreter e
incentivar os alunos culturalmente.
ALUNOS SÃO PLATEIA PARA O APRENDIZADO
“O que pensamos foi em dar um presente para
os alunos. Em geral eles não têm um momento para
assistir esse movimento mágico de dar vida aos
personagens. Vendo nossas peças, eles têm postura de
plateia. Apreciam, participam e interagem”, ressalta a
professora Sandra Rejane Claro do Santos, responsável
pela projeto. Inicialmente, poucos educadores se
engajaram na causa. Com o tempo foram necessários
novos papéis para os interpretes que surgiam,
formando um grupo com 12 integrantes. As peças e
danças são apresentadas em datas relevantes, como
o Dia da Consciência Negra e das Crianças. Além do
potencial para entreter e até mesmo conscientizar os
alunos, o teatro ajudou professores a se relacionarem e
tornarem o espaço em que convivem mais harmônico.
“Integrou muito os professores, nos divertimos muito”,
ilustra Sandra.
EMBARQUE NA HISTÓRIA
“Essa interação entre professores é muito importante.
O grupo cria vínculos bons, fortes com o teatro”, alega
a coordenadora pedagógica do 1º e 2º ciclos da
escola, Helenara de Oliveira. A reação dos jovens ao
prestigiarem apresentações como “ A Dona Baratinha”
é de diversão e despertar para o senso crítico. “Os
pequenos embarcam muito na história. Esses dias,
um dos meninos perguntou para a professora se ela
era a dona baratinha. Ao ouvir que sim, disse que
ela chorava muito bem, mas que sabia que era tudo
atuação”, informa Helenara.
OUTROS PROJETOS
A escola também oferece oficinas como a de
esportes e de literatura, que ocorrem no turno inverso,
duas vezes por semana. No caso da segunda, os alunos
leem textos específicos, produzem conteúdo em aula e
realizam tarefas em casa. “É um período a mais dentro
da escola, em que desenvolvem a questão da oralidade,
de se colocar no lugar do outro, se posicionar, ficarem
mais educados”, resume a coordenadora.
PAPO RETO
Na oficina de teatro do Projeto Papo Reto, da CUFA
RS, a vez de atuar foi dos alunos. Trabalhando a temática
da prevenção ao uso de drogas, a oficineira Melissa
Dornelles desenvolveu uma rádio. Os cinco alunos que
fizeram a intervenção cultural representavam diferente
estações, e surpreenderam alunos de quatro turmas
com notícias, anúncios e músicas.
“Pequenas coisas constroem a relação da escola
com a comunidade”, pronuncia o diretor da EMEF
Lauro Rodrigues, Silvio Luís Capaverde, ao explicar
a influência do arquiteto Antoni Gaudí nos muros da
Lauro. A escola, localizada no bairro Jardim Ingá,
atende a moradores de sete bairros da região. Com
700 alunos, busca em atividades extracurriculares
preencher lacunas na educação.
MUSICALIDADE, BANDA E RÁDIO
Para aqueles que apreciam a música, disponibiliza
a banda e uma rádio. A reunião da Rádio Escolar
ocorre uma vez por semana, na manhã, e neste espaço
diferentes estilos musicais são difundidos. Outro dos
projetos com diferencial é o xadrez, incluso como
modalidade dos jogos escolares que ocorrem em
agosto. Há também o projeto de educação ambiental,
em que um terreno baldio foi apropriado para a
criação de um bosque. Os alunos com dificuldades
em sala de aula recebem auxílio de projetos como a
brinquedoteca, o Laboratório de Aprendizagem e Sala
de Integração e Recursos (SIR).
INTEGRANDO RECURSOS
O novo projeto da escola, que iniciou as atividades
neste ano, é a Sala de Integração e Recursos (SIR). O
espaço é para jovens com necessidades especiais e
dificuldades em sala de aula. Trabalhando com a lógica,
desafios, jogos e produção de textos, ocorre em turno
inverso e atende as necessidades individuais de cada
aluno. “Isso envolve também problemas familiares,
sociais e a história de vida de cada um”, reitera a
orientadora educacional e educadora especial Simone
Moraes, responsável pela iniciativa. Efetivamente 23
alunos participam, do 1º ao 9º ano. “É um trabalho
de formiguinha. São pequenos progressos que para as
crianças são imensos”, informa a professora.
LABORATÓRIOS ENVOLVENTES
No caso da brinquedoteca, o diretor afirma que vai
além de entretenimento. Existente há dez anos, envolve
o acompanhamento de pedagogos e jovens do jardim
ao 5º ano. “A hora de brincar é reveladora. Às vezes,
um aluno não quer falar de seus problemas. Se formos
fazer uma leitura de seu modo de agir brincando
podemos identificar isso”, conta Silvio. No contra
turno também ocorrem atividades do Laboratório
de Aprendizagem, que trabalha com a superação
de dificuldades de crianças a partir de atividades
de informática, consciência corporal, auto-estima,
linguagem oral, escrita e leitura. As aulas são feitas
com seis grupos, que têm em média quatro alunos
cada.
PAPO RETO
Em agosto deste ano se iniciaram as oficinas de
teatro do Papo Reto na Lauro Rodrigues. O momento
é proporcionado pelo oficineiro Gildo Carvalho.
Juntamente com os alunos, o profissional está
montando uma peça baseada na história do “Escudeiro
de Luz em Os Zumbis da Pedra”, e cerca de 22 alunos
participam. “A oficina é muito importante pela questão
da comunicação que gera com eles. Aborda questões
relevantes de forma lúdica; o bullying, o preconceito,
o gênero. A ferramenta de teatro é fundamental na
educação das crianças”, expõe o oficineiro. De acordo
com Carvalho, a oficina também trabalha com a
liberdade dos jovens, seus medos e a timidez.
por Carolina Reck
A apresentação em formato de rádio é dinâmica
Alunos aprendem e se divertem nas aulas de teatro
Carolina Reck | CUFA RS
Carolina Reck | CUFA RS
Papo Reto |26| novembro 27
MigrantesLiberato Salzano por Igor Grossmann
No bairro Sarandi, zona norte de Porto Alegre, a
EMEB (Escola Municipal de Educação Básica) Dr. Liberato
Salzano Vieira da Cunha forma gerações de estudantes.
A instituição, que fará 60 anos em 2014, é uma das
poucas que oferece ensino completo na Capital. Nela,
há educação infantil, ensinos fundamental e médio,
além de ensino técnico profissionalizante e EJA. Neste
ano, o local contabilizou a quantia de 1.600 alunos
estudando na instituição.
AMOR PELA ESCOLA
A vice-diretora do turno da noite é um exemplo, devido
ao número de alunos que completaram sua formação
na Liberato com ela. Dinara Bittencourt se formou na
escola e, 13 anos depois, voltou para lecionar. O pai,
o irmão e o marido de também estudaram no colégio.
“Tenho muito amor pela Liberato. Quando voltei como
professora, fiquei encantada por trabalhar ao lado
daqueles que me deram aula. Eles me acolheram
muito bem. Digo para os alunos estudarem bastante
para alcançarem seus sonhos”, relata com um sorriso
nos lábios.
FORMAÇÃO SEM EVASÃO
Para a diretora Cleusa Maria Leite, o fato de a
instituição proporcionar uma formação básica completa
diminui a evasão, principalmente após o aluno concluir
o ensino fundamental. “O estudante tem a opção de
continuar aqui e cursar o ensino médio. Diferente de
escolas que oferecem só o fundamental, aqui o jovem
pode continuar com a sua turma até o fim da vida
escolar”, argumenta.
PAPO RETO
A CUFA RS está presente na escola pelo segundo
ano consecutivo. A diretora Cleusa imaginava que seria
um projeto passageiro, mas se disse surpreendidapela
retorno dos alunos. “Em 2012, foi trabalhado o livro
“Escudeiro da Luz em os Zumbis da Pedra”. Então,
neste ano, os estudantes já conheciam o tema, mas se
impressionaram e interessaram bastante. É um projeto
muito interessante”, conta.
VIDA PLENA
Com foco na prevenção às drogas, a oficina de
teatro comandada pelo educador da CUFA, Gilmar
Colares, trabalha o texto do livro com os jovens.
Para a diretora Cleusa, é importante abordar esta
temática, visto que no durante a sua gestão ela perdeu
quatro alunos envolvidos com a drogadição.
A EMEF Migrantes deve seu nome às pessoas que
migraram para a região onde hoje está a Vila Dique,
próxima ao aeroporto internacional Salgado Filho. Ali
se estabeleceram famílias que vieram do interior do
Rio Grande do Sul e Paraná, segundo conta a diretora
Milene d’Avila Eugênio, que desde 1996 integra o
corpo docente do colégio. A construção da escola se
deu a partir do anseio desses migrantes e se realizou
em 1992.
REMOÇÃO
A Escola Municipal de Ensino Fundamental
Migrantes atende cerca de 160 alunos. Em 2012, eram
400. A redução no número de estudantes se dá porque
parte da população que habitava a comunidade foi
removida pela prefeitura para que se pudesse ampliar
a pista do aeroporto.
A solução encontrada pela Secretaria Municipal de
Educação para não fechar a escola foi promover o
turno integral.
TURNO INTEGRAL
Agora os alunos chegam às 7h e ficam no colégio
até as 17h. Neste tempo, são servidas cinco refeições:
café da manhã, lanche, almoço, café da tarde e janta.
A CUFA RS está presente na escola neste ano com
oficina de teatro. “Essa atividade prende a atenção
dos alunos”, relata a diretora Milene. Para ela, as
atividades precisam ser criativas para seduzir os jovens.
“Não pode ser algo maçante”, sentencia.
DESISTIR JAMAIS
Para Milene, a escola muitas vezes assume papeis
que não são seus, como saúde e família. Ela conta que
já perdeu vários alunos para os vícios das drogas e
expõe a sua visão de como este problema deve ser
enfrentado. “É preciso falar claramente e nunca desistir
do jovem”, finaliza.
por Igor Grossmann
Gil e suas alunas depois de mais um dia de ensaio para a apresentação final onde o foco é o combate às drogas Os alunos chegam às 7h e ficam na escola até às 17h. Neste tempo, eles participam de diferentes atividades extra-classe
Igor Grossmann | CUFA RS
Igor Grossmann | CUFA RS
Papo Reto |28| novembro 29
Antônio Giúdice Chico Mendespor Eduardo Bertuol
Situada no bairro Humaitá, a EMEF Vereador Antônio
Giúdice possui destaque por ter bons resultados no
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Cálculo criado pelo Inep/MEC que busca representar
a qualidade da educação a partir da observação de
dois aspectos: o fluxo (progressão ao longo dos anos)
e o desenvolvimento dos alunos (aprendizado). A
escola possui uns dos melhores índices das instituições
municipais de Porto Alegre. O professor e coordenador
de projetos da escola, José Antônio Meister, ressalta
que por apresentar bons resultados, o local não possui
as oficinas realizadas pelo Programa Mais Educação.
“É bom termos este destaque como instituição, mas
acredito que projetos de incentivo a educação nunca
são demasiados”.
PROJETOS CONTRA INCONSTÂNCIA
O local possui muitos projetos para ajudar no
aprendizado e evolução do aluno. “Possuímos oficinas
com aulas de tênis, laboratório de aprendizagem,
laboratório de meio ambiente, além das parcerias
com a Fundação de Educação e Cultura Sport Club
Internacional, o FECI, e a CUFA”, relata Meister. Há
18 anos na escola e há 30 como professor de ciências
sociais, Meister conta que a aceitação dos alunos é
variável, mas no geral possui uma boa ocupação
das vagas. “Como todo estudante, eles costumam
ser bastante inconstantes e querem toda hora ter um
projeto novo com algo diferente. Eles estão todo hora
buscando alguma coisa nova”, aponta Meister.
COMPROMISSO COM OFICINAS
A maior dificuldade verificada pela escola é a
fidelização do aluno com as oficinas oferecidas.
“Geralmente, o aluno começa dentro de um projeto
e depois busca outro, faz esse outro mais um tempo e
procura outro. Desta forma, ocorre uma rotatividade
dos estudantes nas oficinas”, conta. “O aluno possui
essa dificuldade de perceber que o projeto precisa ter
continuidade e por se trabalhar no contra turno das
aulas, eles acreditam que este processo é algo mais
livre, como se não tivesse compromisso, e algumas
vezes acabam prejudicando as oficinas”, acrescenta
Meister.
PAPO RETO
“O projeto é muito bom, os professores que fizeram a
formação só elogiaram e afirmaram ser bem completa
com uma avaliação super positiva”, afirma Meister
sobre o a opinião dos educadores a respeito do projeto
Papo Reto. “Quanto aos alunos, a dificuldade nossa
foi chamá-los para participar em uma segunda-feira
de manhã”, revela. As oficinas ministradas por Robson
Machado para os estudantes contam com atividades
para descontrair. Os poucos alunos se divertem e
apresentam ao oficineiro propostas do trabalho que
gostariam de realizar. Com base no livro “O Escudeiro
da Luz em Os Zumbis da Pedra”, Robson debate as
questões apresentados na obra com os participantes.
COMUNIDADE LIGADA À ESCOLA
Questionado sobre a violência na escola, o professor
Meister afirma que como em qualquer outro lugar
isso existe. “Mas as próprias famílias possuem um
controle do que ocorre, pois a escola é muito ligada
à comunidade e poucos alunos vêm de fora dela”,
acrescenta. Meister fala que o problema do tráfico
existe, mas não é um algo que afeta os alunos.
Localizada no bairro Mário Quintana, a EMEF
Chico Mendes procura adquirir o máximo de projetos
educacionais para os alunos da escola e manter o
turno integral. A professora Kátia Leitune, responsável
pela organização dos programas do local, apresenta
uma pequena cartilha com a maioria dos projetos
da escola. A seleção dos projetos ocorre por meio
de votação. Este ano o destaque ficou para a dança
folclórica gaúcha. A escola ainda conta com projetos
de rádio, robótica e o LIAU (Laboratório de Inteligência
do Ambiente Urbano).
PROJETOS DESENVOLVEM HABILIDADES
Além disso, o local possui convênio com o PSFC
(Projeto Social Futebol Clube) junto da SME (Secretaria
Municipal de Esporte). “É um convênio firmado com
a Secretaria, oferecendo atividades de futebol fora do
espaço da escola”, explica Kátia. O Social Futebol Clube
conta com 16 ex-jogadores de futebol profissional que
trabalham com crianças entre sete e 15 anos em nove
campos de futebol da periferia e bairros mais pobres da
cidade. Os ex-atletas, reunidos em uma cooperativa,
além de ensinar futebol para os garotos, realizam
oficinas, palestras e cursos. A escola ainda possui o
projeto de Laboratório de Aprendizagem, espaço
destinado a auxiliar os alunos com dificuldades na
aprendizagem e para potencializar suas habilidades.
OFICINAS ENVOLVEM ALUNOS
Kátia lembra que a aceitação dos projetos por
parte dos alunos é boa, mas problemas familiares
acabam afastando alguns deles. “A gente possui
muitos estudantes realizando as oficinas, mas não
conseguimos manter um grupo fixo, pois, por exemplo,
uma mãe consegue um emprego em algum lugar
e daí quem tem que ficar cuidando dos irmãos é o
nosso aluno e assim acaba se afastando do projeto”,
conta. A professora lembra de alunos que depois das
oficinas começaram a faltar menos nas aulas. “Os
projetos modificam para melhor os alunos, além de
se interessarem mais nas aulas, eles mostram uma
resposta positiva no conhecimento e aprendizagem”,
relata Kátia.
PAPO RETO
Ainda com registros do projeto Papo Reto realizado
com a grafitagem no ano passado, desta vez é a sala
de multimídia da EMEF Chico Mendes que recebe as
oficinas de teatro dos oficineiros Robson Machado e
Carolina Mattos. Lá, os alunos tiveram a liberdade
de montar um roteiro próprio baseado na obra “O
Escudeiro da Luz em Os Zumbis da Pedra”. Após lerem
o livro, os estudantes debateram entre si a melhor
forma de representar.
Os ensaios, ainda tímidos, eram casualmente
parados pelos próprios estudantes quando entendiam
que podiam melhorar as cenas. “Além de aprenderem
a contracenar, é importante eles interpretarem e
utilizarem nas suas vidas o recado que o livro quer
passar”, destaca Carolina.
por Eduardo Bertuol
A opinião dos alunos influencia as atividades da oficina
Os oficineiros Carol e Robson com as alunas de teatro
Eduardo Bertuol | CUFA RS
Eduardo Bertuol | CUFA RS
Oficinas de teatro
EMEF Aramy Silva
EMEF América
EMEF Moradas da Hípica
EMEF Timbaúva
EMEF São Pedro EMEF Grande Oriente
EMEF Pepita de Leão
EMEF João Antônio Satte
EMEF Jean Piaget
EMEF Ildo Meneguetti
EMEF Mário Quintana