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Revista Papo Reto - 3ª Edição

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Publicação de outubro/2013 realizada pela CUFA-RS

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Page 1: Revista Papo Reto - 3ª Edição
Page 2: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Inaugurada no dia 3 de setembro, a República Junto atende 24 usuários em tempo integral. O intuito é proporcionar serviços que ofereçam proteção, apoio e moradia subsidiada a grupos de pessoas entre 18 e 59 anos em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia.

Distribuído em espaços escolares e instituições de ensino desde 2009, o livro O Escudeiro da Luz em: Os Zumbis da Pedra é uma ferramenta importante e pertinente na luta contra as drogas. Por meio de uma linguagem simples, expõe assuntos delicados de forma natural, provocando a reflexão dos leitores quanto às formas de abordagem e educação necessárias para a conscientização e prevenção ao uso de drogas.

Criada a partir de uma brincadeira em uma cesta de lixo, a Liga Internacional de Basquete de Rua é o maior evento de cultura de rua da América Latina. São dez anos de basquete embalado com o break, os MC’s e o hip hop, que compõem o espírito do torneio. Realizada em diversos estados do Brasil, a atração conecta esporte e música, estimulando a criatividade dos jogadores e explorando suas habilidades físicas.

Com o objetivo promover a integração das comunidades por meio do esporte, a CUFA RS criou o Torneio Bola Comunitária. O projeto consta em um torneio de futebol entre jovens de 15 a 17 anos, todos moradores de comunidades da região metropolitana. A intenção também é de levar debates e serviços para estes locais, garantindo novas oportunidades para os jovens que as integram e dando visibilidade aos talentos esportivos.

Projetos

Papo Reto |02| novembro 03

Acesse o nosso site: www.cufars.org.br

@CufaRS_

Cufa-RS

CufaRS

Page 3: Revista Papo Reto - 3ª Edição

O que vem por aí

p.6

Entrevista com o mestreConheça a história de Rosa Lang, a professora e pintora que está se despedindo das aulas na EMEM Emílio Meyer

MV BillO rapper e fundador da CUFA encerrou as atividades do Projeto Papo Reto Porto Alegre com um show no Gasômetro

A equipe da CUFA RS fez um levantamento que aponta grande proximidade entre os jovens e as drogas

Especial

Galeria das oficinasConfira algumas fotos das oficinas de teatro nas EMEFs de Porto Alegre pelo Projeto Papo Reto 2013

Em um primeiro momento, executei oficinas de

fotografia nas escolas, e em 2008/2009 participei do

projeto PPV (Programa de Prevenção a Violência) em 12

cidades do estado do Rio Grande do Sul.

Em 2010, integrei a equipe de coordenação do

projeto Criança Esperança no morro Santa Tereza, onde

se encontrava na época a base da CUFA RS. Esse projeto

alcançava jovens da comunidade por meio de aulas de

teatro e de audiovisual, com o objetivo de gravar um

curta-metragem, idealizado pelos jovens e totalmente

produzido por eles.

A partir daí, passei a fazer parte da equipe de

palestrantes da CUFA, juntamente com Manoel Soares e

Ivanete Pereira, desenvolvendo seminários em diversas

cidades do Estado.

Já em 2011, em consequência de uma parceria com

o Instituto OI Futuro, pude voltar a fazer oficinas de

fotografia em escolas de 14 cidades. Ainda nesse mesmo

ano, a instituição desenvolveu uma iniciativa chamada

“Circuito Papo Reto”, a primeira cidade a receber este

novo formato de trabalho social foi Canoas.

Seguindo esse mesmo modelo, no ano seguinte o

projeto Papo Reto foi inserido nas escolas do município

de Porto Alegre. Acrescentamos oficinas de teatro e

intervenções nas comunidades. No final de 2012, em

paralelo com o Papo Reto, a CUFA RS lançou o primeiro

Torneio de Futebol composto por 32 comunidades

periféricas do Rio Grande do Sul. Nesse projeto, também

pude integrar a coordenação. A CUFA, entendendo

o tamanho da repercussão dentro do estado, viu que

necessitava de um representante que pudesse falar pela

instituição em veículos de comunicação, e a partir desse

momento me empenhei em cumprir essa meta.

Atualmente, o projeto Papo Reto tomou outra

proporção. A CUFA começou a fazer bem mais que

levar oficinas para as escolas. Executamos também

um seminário que dá formação exclusiva para os

professores da rede municipal de Porto Alegre. Nessa

nova roupagem, assumi o papel de mestre de cerimônia

desses seminários, juntamente com as oficinas de

desenhos em três escolas, além das palestras.

Hoje, estou com 21 anos, tenho formação de

Audiovisual pela CUFA RS, e, na área do desenho, sou

formado pelo estúdio Dínamo.

Como desenhista ilustrei o livro “Escudeiro da Luz

em Os Zumbis da Pedra”, que foi escrito pelo Manoel

Soares, coordenador da CUFA RS, junto com o Marco

Cena, capista e presidente da editora Besouro Box. Nos

dois últimos anos essa publicação tem sido usada como

ferramenta de prevenção dentro das escolas da rede

municipal de Porto Alegre.

Expediente

Manoel Soares/Coordenador da CUFA-RSIvanete Pereira/Coordenadora InstitucionalLisandra Félix/Coordenadora do Papo RetoDinora Rodrigues/Coordenadora AdministrativaMariana Soares/Coordenadora de ComunicaçãoDanilo Santos/Coordenador de AudiovisualPaulo Daniel Santos/Pres. Conselho Estadual CUFA-RS

Alexandre Bertolazi/FotografiaAiran Albino/Diagramação e RevisãoEduardo Bertuol/Reportagem, Foto e RevisãoIgor Grossmann/Reportagem, Foto e RevisãoBianca Oliveira/Reportagem e FotoCarolina Reck/Reportagem, Revisão e Foto

Papo Reto |04| novembro 05

Especial

p.11

p.30p.8

Daniel foi mestre de cerimônia nos seminários em 2013

Multiplicador

Arquivo Pessoal | Daniel Santos

por Paulo Daniel SantosPresidente do Conselho Estadual CUFA-RS

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MV BillAlexandre Bertolazi | CUFA

Papo Reto |06| novembro 07

Para selar o final de mais um ano de trabalho e prevenção, o rapper MV Bill veio a Porto Alegre para o show de encerramento do Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre 2013. A apresentação aconteceu no dia 23 de novembro na Usina do Gasômetro. Cerca de 2.000 pessoas curtiram as músicas do rapper e da sua irmã Kmila CDD. Para completar, o grupo Latitude fez uma participação especial. Além disso, o evento foi transmitido ao vivo pela TVCOM.

Eduardo Bertuol | CUFA

Eduardo Bertuol | CUFA

Eduardo Bertuol | CUFA

Eduardo Bertuol | CUFA

Eduardo Bertuol | CUFA

Eduardo Bertuol | CUFAAlexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFA Alexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFAAlexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFA

Alexandre Bertolazi | CUFA

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Papo Reto |08| novembro 09

Há 18 anos como professora na EMEM (Escola Municipal

de Ensino Médio) Emílio Meyer, Rosa Maria Accorsi

Lang está se aposentando. Formada em artes visuais

pelo Departamento de Artes da UFRGS (Universidade

Federal do Rio Grande do Sul), ela lecionou por 25

anos. “Não pensava em ser professora. Queria ser

artista”, revela Rosa. Ela conta que fez o concurso para

a SMED (Secretaria Municipal de Educação) “meio

por acaso”. “Comecei a trabalhar em sala de aula e

gostei”, diz.

INÍCIO

Rosa iniciou como professora de artes (desenho e

pintura) na escola Professor Larry José Ribeiro Alves, no

bairro Restinga. Após breve passagem, foi transferida

para o colégio Gabriel Obino, em Teresópolis. Lá, foi

convidada para substituir uma professora na EMEM

Emílio Meyer e passou a trabalhar nas duas, já que a

Emílio tinha aulas apenas no turno da noite. “Eu adorei.

E os alunos passaram a reinvindicar aulas também no

período da tarde”. Quando iniciaram as aulas pela

tarde, Rosa passou a lecionar em tempo integral na

escola onde irá se aposentar.

SUPERVISÃO

Após nove anos como professora na Emílio

Meyer, Rosa decidiu que era hora de ir além. Fez

uma especialização em supervisão escolar na Fapa

(Faculdade Porto-Alegrense) mas nunca deixou de

ensinar. “Jamais quis abandonar a sala de aula, pois é

onde acontecem as maiores realizações”, comenta. Ela

exalta a estrutura da escola, que dispõe de uma sala

adaptada para cada forma de arte trabalhada: música,

cerâmica, teatro e, é claro, desenho. Já são nove anos

de Rosa na supervisão da Emílio Meyer, sendo os seis

últimos como supervisora de ensino médio.

DESAFIOS

Ela ressalta que o maior desafio que encarou nos

seus 25 anos como professora foi evoluir conforme

as gerações foram passando. “É preciso se modificar,

adequar-se e evoluir. A vida é muito dinâmica e

precisamos acompanhar as mudanças”, explica.

Rosa expõe que a sua grande paixão é o prazer de

ensinar. “No início do ano, vejo eles falando que não

sabem pintar, que não vão conseguir, mas na Mostra

em dezembro eles apresentam trabalhos fantásticos”,

conta sorridente. Ela afirma que ensinar é algo mágico,

mas também traz apredizagem como tolerância e

paciência.

OFICINA DE PINTURA

Um dia, pensando em como poderia tornar a sua

profissão e arte mais próximas das pessoas, Rosa -

que é pintora - percebeu que a maioria dos cursos de

pintura disponíveis no mercado são caros. Então, há

cerca de quatro anos, decidiu oferecer uma oficina

aberta à comunidade na escola Emílio Meyer. Com

foco na pintura à óleo, o grupo se reúne e produz

trabalhos incríveis (fotos ao lado). Seus alunos possuem

em média 50 anos de idade, porém, alguns chegam

perto dos 80. “Na oficina, as pessoas ficam durante

anos estudando e se aperfeiçoando, e isso gera um

entrosamento legal no grupo”, fala.

APOSENTADORIA

O ano de 2013 foi o último de Rosa Maria como

professora remunerada. Ela pretende seguir trabalhando

com o grupo da oficina de pintura à óleo, mas agora

como parceira-voluntária da escola. Foram os próprios

alunos que pediram para Rosa continuar. “No fim

do ano, fizemos um churrasco de confraternização

na minha casa. Percebi que o trabalho de professor

é um ato de convivência, por isso muitos ficam tristes

quando se aposentam, pois perdem isto”, reflete. Ela

comenta que uma colega passou o último semestre lhe

aconselhando a praticar o desapego, enquanto uma

ex-diretora lhe dizia que “a Emílio Meyer é uma paixão

para toda vida”. Rosa concorda com tudo, mas diz não

se arrepender da aposentadoria.

DICAS

Antes de se retirar das salas de aula e aproveitar a

aposentadoria no litoral catarinense, onde já está montando

seu novo ateliê para se dedicar à pintura com o mar servindo

de inspiração, Rosa deixa algumas dicas para aqueles que

iniciam ou pretendem ser professores. “Primeiro de tudo:

tem que gostar muito. Depois, é necessário ser flexível,

estar sempre aberto, estudar bastante, se atualizar e aceitar

certas coisas que não se pode mudar”, atesta. E sempre

estar preparado para vencer as barreiras que aparecem

pela frente. “Educação e desafio são sinônimos”, completa.

O filósofo grego Sócrates, se vivo fosse, concordaria com

Rosa pois, há mais de dois mil anos, ele já dizia que uma

vida sem desafios não vale a pena ser vivida.

Entrevista com o mestrepor Igor Grossmann

Educação e desafio são sinônimos

A Emílio Meyer monta uma mostra com os trabalhos dos alunos

Fotos: Igor Grossmann | CUFA RS

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Lisandra Félix Coordenadora-Executiva Papo Reto

Penso que o primeiro espaço educacional da criança

é a sua casa, recebendo as orientações dos pais. Isso

para que, ao iniciar a trajetória de formação escolar,

tenha um senso de obediência, seja um adolescente

educado, jovem participativo e adulto consciente dos

seus direitos e deveres.

A minha infância na década de setenta foi toda na

região leste, no Morro da Cruz. Meus pais sempre deram

exemplo como pessoas trabalhadoras e honestas e se

sacrificaram para que eu estudasse. Eu me empenhava

para não desapontá-los, e na primeira oportunidade

a minha mãe, com sua sabedoria e sensibilidade, me

inscreveu com 7 anos nas aulas de ballet clássico da

escola. Hoje, posso dizer que a disciplina e senso de

responsabilidade que vivenciei nessas nas aulas foram

essenciais para a minha vida pessoal e profissional.

Nem passei perto de colocar sapatilhas de ponta, mas

aprendi que o que realmente importa é a vontade de

superar desafios todos os dias para atingir uma meta.

Atualmente, as crianças e os jovens de qualquer classe

social estão sem limites porque os pais não conseguem

dar atenção, brincar, dialogar e também repreender

quando necessário, criando um abismo na relação com

os filhos, transferindo consciente ou inconscientemente

para os professores a responsabilidade de educá-los.

Outro aspecto importante que merece destaque

é que as famílias, especialmente dos moradores das

periferias, não são mais nucleares, sendo a mãe a

grande gestora de todos os problemas familiares, o que

provoca uma vulnerabilidade emocional na família.

Neste contexto estão todas as interferências externas

que podem influenciar um jovem nas suas escolhas:

um programa de televisão que motiva a gurizada a

ter coisas caras da moda (que não pode comprar),

os apelos violentos à disposição nas redes sociais,

acrescentado das conversas com os “amigos” que já

estão trilhando um caminho minado e querem levar

todos para o mundo do crime e das drogas, somado

a dificuldade dos pais que não conseguem lidar com

suas próprias frustrações e acabam descontando

no filho, que por sua vez desconta no professor,

se transformando naquele aluno violento ou então

completamente desligado.

Vejo que cada vez mais precisamos dar atenção à

família, que está doente, que agoniza pedindo socorro.

Sua forma de expressar muitas vezes é se afundando

na drogadição, no crime, na depressão, no alcoolismo.

Contudo, cabe a nós, educadores sociais, criarmos

estratégias para decodificarmos os sinais que estão

aí escancarados e cada vez mais trabalharmos com a

prevenção através de tecnologias sociais que venham

de encontro com as necessidades das famílias.

A Central Única das Favelas preza, acima de tudo, o

indivíduo na condição de protagonista para fazer o bem

ao outro e a si mesmo. Acreditamos que o próprio ser

humano quer evoluir, mas, muitas vezes, ele não tem

portas de acesso à evolução tão sonhada pelas pessoas.

As nossas ações querem que o indivíduo se olhe no

espelho e se enxergue como esse agente transformador

da sua realidade e da realidade a sua volta. Um agente

transformador e, acima de tudo, multiplicador das ações e

projetos da CUFA.

A instituição lida com a prevenção às drogas.

Trabalhamos nas comunidades, dentro das escolas,

com alunos e professores desde 2007, inserindo esse

tema no meio escolar. A CUFA acredita que o ensino e a

conscientização devem começar desde cedo e da melhor

maneira possível: com a prevenção.

Para termos uma ideia de como os estudantes enxergam

as drogas, o crime e a questão da internação, resolvemos

realizar um levantamento. Entre os dias 2 e 30 de outubro

de 2013 visitamos 16 escolas da rede municipal de ensino

para fazer essa coleta de dados. Crianças de 10 a 16 anos

responderam 10 perguntas sem se identificarem.

O nosso objetivo é saber como os jovens lidam com a

questão da drogadição e qual o conhecimento deles sobre

os diferentes tipos de drogas. Além disso, o levantamento

serve como base de dados para uma pesquisa ainda

maior e mais abrangente, que pode ser feita por institutos

especializados no ramo. Confira nas páginas a seguir o

resultado desse trabalho.

Impacto

100% dos alunos conhecem algum

tipo de droga

87% conhece alguém que já

se envolveu com drogas

22% já experimentaram

drogas

45% já teve um parente preso

por Mariana Soares

Papo Reto |10| novembro 11

Palavra

Precisamos daratenção à família

Alexandre Bertolazi | CUFA RS

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Papo Reto |12| novembro 13

10

9

87

6

5

43

2

1 DROGASCem alunos responderam as questões do

levantamento. Destes, 54% são do sexo feminino e 46%

do sexo masculino. A primeira pergunta diz respeito

ao conhecimento de drogas – “Você já ouviu falar em

drogas?“. As respostas mostraram que 100% delas

responderam “sim”. Isso aponta que o tema está no

cotidiano dos jovens.

QUAL VOCÊ CONHECE?A questão pedia para os alunos citarem a respeito

de quais drogas eles já ouviram falar. Eles podiam

escrever mais de um tipo. A maconha foi citada por 70%

dos alunos. O crack, por 52% e a cocaína por 29%. Em

menor escala, apareceram loló (5%), ecstasy (2%), oxi

(2%), cigarro (1%) e heroína (1%). Vale ressaltar que

apenas um jovem apontou o cigarro como droga.

FAMÍLIAA terceira pergunta abrange os familiares dos jovens.

“Alguém da sua família já se envolveu com drogas?”.

54% dos alunos responderam que sim, o que mostra o

alcance indireto das drogas na vida destes jovens.

AMIGOS E CONHECIDOSQuarta pergunta: “Você conhece alguém que já

se envolveu com drogas?” Assim como na anterior,

as respostas surpreenderam. 87% dos alunos

responderam “sim”, que sabe de alguma pessoa que

já tenha experimentado algum tipo de entorpecente. Já

13% responderam “não”, que não conhecem ninguém

que tenha usado drogas.

E VOCÊ?Como essa pergunta era pessoal, os alunos tinham

a opção de não respondê-la, porém, todos eles

assinalaram uma alternativa para a questão “Você já

experimentou algum tipo de droga?”. 22% dos jovens,

entre 10 e 16 anos, afirmaram que sim, que já havia

usado algum tipo de droga.

INTERNAÇÃOA próxima pergunta trata de internação. Procuramos

saber se os jovens conhecem pessoas que já foram

internadas para se tratar de algum vício. A questão

era “Você conhece alguém que já foi internado?”. O

resultado foi que 40% dos jovens responderam que

“sim”, que conhecem alguém. Já 60% dos entrevistados

disseram que “não”, não conhecem nenhuma pessoa

que foi internada em razão do vício.

PRISÃOA questão carcerária também esteve presente no

levantamento. A pergunta “Alguém da sua família já foi

preso?” apontou 45% dos alunos afirmando que sim e

55% assinalaram a opção não.

MORTEOutro ponto tratado foi a violência. “Você já viu

alguém morto?”, foi a oitava pergunta. Com as

alternativas pré-estabelecidas, os jovens podiam marcar

“sim” ou “não”. Como resultado, 63% dos alunos

responderam que já tinham visto alguém sem vida. E

os outros 37% negaram, dizendo que nunca viram uma

pessoa morta.

PAISA pergunta de número nove aponta a questão da

proximidade familiar. “Como é o seu relacionamento

com os seus pais”. Os alunos tinham três opções de

resposta: “bom”, “regular” e “ruim”. Destes, 83%

consideraram que o relacionamento com os pais é bom,

17% acham que é regular e nenhum acredita que tem

um relacionamento ruim com os pais.

DIÁLOGOA última questão do levantamento fala sobre o

diálogo entre os alunos e os seus pais. Com a pergunta

“Você já conversou com seus pais ou responsáveis

sobre esse tema?”. O resultado foi que 66% dos alunos

disseram que sim, que já trataram do assunto com os

parentes. Já 34% dos jovens responderam que nunca

discutiram o tema das drogas com os pais.

Page 8: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |14| novembro 15

Mural do Professor

Aqui é o espaço onde o professor pode dar a sua opinião sobre o Circuito Papo Reto. Nos seminários, os docentes têm um espaço para preencher avaliando as palestras. Essa é a hora de se expressar e mostrar como é válida essa troca de experiência. E de que maneira essa iniciativa mudou a sua forma de pensar.

escolasolução

Em Porto Alegre, a iniciativa de prevenção ao crack nas escolas foi pioneira. Abrangendo os alunos de 53 escolas municipais da capital, a CUFA RS realiza desde 2012 o Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre, projeto em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Educação e que neste ano ganhou outro parceiro importante: o Hospital Divina Providência. Em 2013, o objetivo é superar em 30% o número de atendimentos do ano passado, com as das ações realizadas nos pátios e salas de aula, com palestras, oficinas e atividades culturais inspiradas na ferramenta de prevenção “O Escudeiro da Luz em os Zumbis da Pedra“. Nesta edição, destacamos as seguintes escolas:

Importante para conhecer a rede de apoio no município que pode ajudar na relação com as famílias.

Legal poder ter contato maior/mais profundo com a realidade

social.

Uma das melhores

partes do seminário

foi a conversa com o

Rodrigo e o Mano

Lenne devido aos

professores escutarem as

histórias de vida.

Muito bom. Bem objetivo apresentando e pontuando questões centrais que podem nos ajudar na sala de aula.

Bom para relembrar questões como a necessidade de vínculos para atingir a criança ou o adolescente, assim como o uso de elementos

como funk e hip hop para essa aproximação.

Discussão interessante sobre as questões de leis sobre drogas, ineficiência das mesmas, recuperação e prevenção.

Adorei! Papo direto, super claro, esclarecedor

Volume de informações muito bom, articulação bem feita entre as áreas da educação e da assistência social.

Excelente abordagem quanto a ações multidisciplinares em rede na atenção, cuidando alunos em risco.

Uma boa abordagem, ampla, sobre os recursos sociais a que podemos recorrer no caso de problemas com alunos em situação de vulnerabilidade.

Temática muito interessante e que traz à tona a importância da prevenção que engloba muitas ações que não estão sendo oferecidas pelo estado e a sociedade.

A palestra foi ótima, esclarecendo os aspectos jurídicos em relação às drogas. Foi didático e objetivo. A reflexão sobre a sistema prisional foi ótima.

Page 9: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |16| novembro 17

Victor Issler por Carolina Reck

“A educação é um direito e um dever”. A frase

estampada meio às artes em grafite está no muro

frontal da EMEF Victor Issler. Com cerca de 1.500

alunos e 25 anos de história, disponibiliza em turnos

inversos atividades como oficina de teatro, dança,

futebol, rádio, grêmio estudantil e robótica. Conta

também com o programa Mais Educação, do Governo

Federal, o Cidade Escola e acontecimentos como a

exposição anual dos trabalhos realizados pelos alunos.

ESCOLA COMO ALAVANCA

“A sociedade só se transforma quando a escola for

a alavanca”, assegura a diretora Sandra Hass. Para ela

a rotina equilibrada desenvolve habilidades sociais nos

alunos. “Escola não tem que desenvolver habilidades

necessárias apenas para o ensino e aprendizagem,

mas para o desenvolvimento do ser humano completo,

capaz de encarar a realidade”, elucida. Além disso, a

Issler se propõe a estabelecer elos com a comunidade.

“Buscamos para monitores as pessoas da comunidade

também, ex-alunos, pais... Tentamos a proximidade”,

explica a professora Luciene Borba Sobotyk, mentora

do projeto de robótica.

ROBÓTICA

Implantado pela Prefeitura de Porto Alegre, a

robótica tem seis anos de existência e garantiu aos

alunos a oportunidade de participação em eventos

como a Olimpíada Brasileira de Robótica, a First Lego

League (FLL), em que ganharam dois prêmios de mentor

de equipe. “Trabalho em equipe é fundamental. Se

sucesso aconteceu é graças a todos. Procuro trabalhar

a questão de que estamos aqui para dar o melhor e

aproveitar tudo que é possível”, resume Luciene.

PAPO RETO

A participação da CUFA RS na escola se dá por meio

da oficina de teatro. O educador social Aloísio Dias

trabalhou a prevenção às drogas. A oficina, juntamente

com ensaios, levou a turma à apresentação de uma

peça final. “No começo perguntei o que era respeito

para os alunos. A partir disso montamos um mural.

Toda aula conversamos sobre a questão do respeito,

civilidade, a não-violência. Temos que aprender a

trabalhar juntos e levar através dessa peça, que é um

símbolo, a mensagem para os pequenos de que não

devem usar drogas”, esclarece Aloísio.

A EMEF Wenceslau Fontoura abriga cerca de 900

alunos, divididos nos três turnos. Desde 1996 educando

no bairro Rubem Berta, na zona norte da Capital, a

escola chegou a ser incendiada neste ano. Mas, com

a ajuda da comunidade e do poder público, as salas

atingidas foram recuperadas e entregues aos alunos

em tempo de não prejudicar as atividades letivas. A

CUFA organizou a “Muvuca de Reconstrução”, evento

solidário que ocorreu em frente à escola em outubro.

REALIDADE DAS DROGAS

Para a orientadora educacional Marlise Zarpelon,

é bastante importante o trabalho desenvolvido pela

CUFA, visto que a comunidade em que está inserida

a escola vive a realidade das drogas, do tráfico e

da violência, segundo ela. “Esse trabalho tem que

continuar, se expandir e ser mais abrangente. Aqui

a realidade é difícil, e trabalhar a prevenção ao uso

de drogas com os alunos é importante por isso, para

que eles tenham uma vida plena pela frente”, conta a

orientadora.

OUTROS PROJETOS

Na Wenceslau Fontoura, todo sábado é dia de

Escola Aberta, em que todos da comunidade são bem-

vindos para desenvolver atividades esportivas no local.

Além disso, os alunos podem usufruir de oficinas de

judô, karatê, dança e esportes. A educadora Marlise

procura desenvolver monitorias também, como na

biblioteca e na hora do recreio, com brincadeiras no

pátio.

Agora, ela busca tornar monitores os alunos

que desenvolveram as atividades teatrais na oficina

da CUFA RS. “É importante, eles vão poder ajudar

no desenvolvimento de colegas com necessidades

especiais”, finaliza.

Wenceslau Fontourapor Igor Grossmann

Os cerca de 1.500 alunos podem participar de oficinas de teatro, dança, futebol, rádio, grêmio estudantil e robótica

Mesmo depois do incêndio, alunos se mobilizaram para recuperar o tempo perdido e correr atrás de um bom resultado

Carolina Reck | CUFA RS

Igor Grossmann | CUFA RS

Page 10: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |18| novembro 19

Pepita de Leão por Igor Grossmann

No bairro Passo das Pedras, na zona norte de Porto

Alegre, a EMEF Pepita de Leão educa gerações de

alunos há 53 anos. A instituição atende cerca de 550

estudantes. Muitos são netos de ex-alunos, conta o

diretor João Willy Schmidt Cerski.

TRADIÇÃO EM PROJETOS

Na Pepita de Leão, historicamente há projetos

extra-curriculares. “Uma larga tradição”, como define

o diretor João. O grupo de dança existe há 15 anos e

o coral há 12. João entende que a escola muitas vezes

é vista como um ambiente chato para os alunos e que

cabe aos professores tentar torná-la mais atraente aos

olhos dos jovens. Por isso as atividades fora do horário

de aula.

TEMPLO SAGRADO

A CUFA RS desenvolve oficina de desenho na EMEF

Pepita de Leão. Para o diretor, “este trabalho enriquece

a escola e os alunos com novas ideias e propostas”. Ele

percebe o colégio como um tempo sagrado, onde os

professores têm uma missão civilizatória ao centralizar

debates e permitir a transmissão de conhecimento.

MEDIANDO CONFLITOS

Além da oficina da CUFA, há projetos como LIAU

(Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano),

que trabalha ecologia e sustentabilidade, robótica,

esportes, orquestra de flauta, entre outros. A escola

também se preocupa com a mediação de conflitos.

“Aqui não toleramos violência”, relata o diretor.

PAPO RETO

Para João, o seu trabalho consiste em melhorar o

desempenho escolar e manter os jovens estudando.

“Muitos aqui estão em situação de vulnerabilidade

familiar, material e social. Se um aluno pratica esporte

e não evade, já é uma vitória”, afirma o diretor. Ele

entende que se um estudante abandona a escola, este

aluno está a um passo de se envolver com drogas e até

com o tráfico.

João ainda destaca o seminário Circuito Papo

Reto promovido pela CUFA RS para os professores da

rede municipal. “É uma oportunidade de municiar os

educadores para tratar este tema de maneira horizontal

em sala de aula”, revela.

Timbaúva

A escola Timbaúva já existe há 12 anos sendo muito

conhecida e admirada por todos no bairro. Ao chegar,

já se pode notar tamanha organização. Rodrigo

e Douglas, os professores de teatro da CUFA RS,

apresentaram a Aleteia que é supervisora do 1º ciclo e

a Juliana Selau, que tem acompanhado o trabalho da

CUFA na escola. Aleteia relatou como tem funcionado

a pareceria da instituição e como tem influenciado na

parceria de cada aluno.

OFICINA

O professor Rodrigo iniciou a sua oficina com a

primeira turma no centro da sala, fazendo uma roda

com uma breve conversa como de costume. Após o

diálogo, começou a primeira atividade com Douglas

no comando do rádio e Rodrigo no comando da

turma. Era hora de trabalhar. A primeira atividade era

referente a concentração. Com todos sentados no chão

ao som da música, tiveram que passar a bola um para

o outro em silêncio.

PAPO RETO

“A chegada da Cufa tem sido bastante positiva, pois

eu tenho visto os professores acreditarem nos alunos e

era disso que eles estavam precisando, de alguém que

mostrasse que eles tem talentos e que bastava apenas

acreditarem em si mesmos”, revela Aleteia.

SATISFAÇÃO

Os dois oficineiros da CUFA falam sobre a

experiência de dar aulas de teatro na escola. “Para

nós é uma satisfação ver um sorriso no rosto do aluno

e ouvir que eles gostam de nossas aulas”, conta o

oficineiro Douglas Castro. “Fico feliz quando vejo o

que meu trabalho está dando certo, quando vejo cada

aluno atuando percebo que nada tem sido em vão”,

fala Rodrigo Reis.

ALUNOS ESPECIAIS

Os alunos que participam das atividades são da

turma do reforço escolar (alunos que tem dificuldades

em acompanhar algumas matérias). Para Juliana, a

oficina tem sido importante. “Mesmo sendo alunos

de reforço, quando eles chegam na oficina de teatro

eu consigo perceber uma grande mudança, não só

no comportamento mas também na evolução e na

capacidade de aprender e decorar os textos”, comenta

Juliana.

PAPO RETO NA ESCOLA

A CUFA chegou na escola fazendo a diferença “A

chegada da CUFA foi o ponto certo, era o que faltava

para a nossa escola estar completa. Eu não tenho do

que reclamar. O projeto está aprovado. Acho que

poderia ter mais aulas na semana já que os alunos

gostam tanto”, revela Juliana.

por Bianca Oliveira

Os alunos que fazem as oficinas são da turma de reforçoNa escola Pepita de Leão a CUFA desenvolve oficina de desenho com os alunos oferecendo novas ideias e propostas

Igor Grossmann | CUFA RS

Bianca Oliveira | CUFA RS

Page 11: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |20| novembro 21

Grande OrienteDécio Martins Costa

Completando o 50º aniversário neste ano, a EMEF

Décio Martins Costa realizou atividades culturais na,

propondo conhecimentos e dando visibiidade aos

alunos. Além disso, a iniciativa buscou resgatar a

história da escola.

OFICINAS

Na sala da direção, a professora e atual diretora

do local, Clarice Menegaz Mezzomo, informa que

apesar deste ano as atividades serem mais voltadas à

escola, o local possui outros projetos no cronograma

dos alunos. “No contra-turno dos estudantes nós

temos o Laboratório de Aprendizagem e a parceria

com a Fundação de Educação e Cultura do Sport

Club Internacional, o FECI, que atende 50 crianças no

turno da manhã e 50 na tarde”, destaca a diretora.

Ela também afirma que os oficineiros da instituição

costumam trabalhar com a música e o esporte. “Temos

bastante torneios, mas quando temos atividades fora é

a música que marca o exercício. Além disso, possuímos

uma oficina musical realizada pela nossa professora

que atende o coral”, ressalta Clarice. A escola ainda

conta projeto como o Laboratório de Inteligência do

Meio Ambiente, Grêmio Estudantil e Rádio Escolar.

A IMPORTÂNCIA DE PREVENIR

Neste ano, Clarice relata o comprometimento não

apenas dos alunos, mas do oficineiro Rodrigo nas aulas

de teatro. “Por trabalhar em contra-turno, as crianças

se adaptaram melhor. Além disso, o Rodrigo costuma

chegar com antecedência e mostra compromisso com

as atividades realizadas”, conta a diretora. Ela também

salienta que o tema prevenção faz muitos pais não

deixarem os alunos participarem da oficina. “Embora

a prevenção seja algo importante, os pais acham

desnecessário falar disso cedo.

A PROBLEMÁTICA DAS DROGAS

Professora a mais de 30 anos, Clarice expõe: “Na

nossa região possuímos um problema sério em relação

às drogas e a prevenção é algo muito importante”.

Ela conta que a escola já apresentou este problema

entre os estudantes. “Já tivemos alguns alunos que

pegamos com droga dentro da escola e encaminhamos

para o DECA (Delegacia Estadual da Criança e do

Adolescente), mas infelizmente não conseguimos

resgatar nenhum deles”, revela. “Eles tentam trazer

para dentro da escola, alguns trazem e a gente leva

um tempo até descobrir. Possuímos também alunos

que a gente sabe que usam, pois já chegam de manhã

demonstrando isso”, conta. “A questão da droga é o

pior problema que nós temos”, completa.

PAPO RETO

Há 9 anos na direção, Clarice avalia positivamente

o Projeto Papo Reto, que vem sendo realizado desde

o ano passado. “As atividades oferecidas pela CUFA

são muito legais, hoje temos pela escola o graffiti com

nome Papo Reto e figuras realizadas no ano passado”,

conta. “A gente costuma ver paredes riscadas, mas o

mais legal de ver é que o graffiti feito não possui um

risco em cima, ninguém riscou”, completa a diretora

que trabalha há 23 anos na escola.

por Eduardo Bertuol

Com uma página do Facebook com frequentes

atualizações, a EMEF Grande Oriente do Rio Grande

do Sul traz inúmeros projetos para manter o aluno com

educacão integral. Com a parceria da prefeitura, a

instituição possui programas como o Cidade Escola,

Vivências com Música, além do Projeto Caminhando

Para a Paz, que engloba rádio web, o teatro e oficinas

de vídeo. A professora e coordenadora do Cidade

Escola, Alessandra Felício, destaca a aceitação das

crianças. “Os estudantes costumam abraçar os

projetos idealizados dentro da escola, eles participam

com frequência. Nos finais de semana é que existem

demandadas”, relata.

PROJETOS EM PROL DA EDUCAÇÃO

O local também possui parceria com o Programa

Mais Educação e o Escola Aberta, do qual pessoas da

comunidade realizam oficinas em turno integral nos

sábados. Nelas são realizadas atividades de artesanato,

hip-hop, karatê, capoeira e futsal. “Desta forma, não

apenas os alunos, mas toda a comunidade conhece

a escola e começa a abraçar a ideia da educação”,

revela Alessandra.

PAPO RETO

A coordenadora Alessandra avalia o Projeto Papo

Reto como um programa muito bem aceito entre

os alunos e os professores. “O trabalho realizado é

excepcional, pois trabalha com o tema da prevenção

utilizando diversos fatores importantes na formação de

uma criança, como a leitura com o livro O Escudeiro da

Luz, o desenho com as aulas de graffiti do ano passado,

e a atuação com as oficinas de teatro”, comenta.

MÚSICA CONTRA AS DROGAS

Na sala de computação, o oficineiro Gilmar Colares

conta com alunos dispostas a ensaiar as cenas. No

ritmo do rap, eles decoram a música composta pelo

oficineiro e que faz referência a prevenção às drogas,

além de treinar a coreográfia.

por Eduardo Bertuol

O livro do Escudeiro da Luz é bastante trabalhado nas oficinas. Na imagem, oficineiro e aluna encenam uma parte da obra

Eduardo Bertuol | CUFA RS

Eduardo Bertuol | CUFA RS

Turma de 2013 mostrou entrosamento com oficineiro

Page 12: Revista Papo Reto - 3ª Edição

n

Papo Reto |22| novembro 23

Ildo Meneghetti por Bianca Oliveira

A EMEF Governador Ildo Meneghetti localiza-se na

Vila Nova Santa Rosa, Bairro Rubem Berta. A escola

conta com espaços diferenciados para o estudo, como

laboratório de informática e de aprendizado, além

de uma biblioteca com diversas obras que agregam

conhecimento aos alunos.

Oficinas como a de robótica, nomeada na escola

como Ildobôtica, preenchem as horas do turno inverso

dos alunos. Competições a nível estadual e nacional

confirmam a importância e o engajamento dos jovens

nesta atividade de contra turno. Além deste, há o

projeto de educação ambiental.

Outra forma de educar é com a música e a literatura,

que tem como inspiração os projetos Contadores de

Histórias, que influencia a produção e leitura de textos,

e o Coral, que estimula o canto e conhecimentos

musicais. À noite são proporcionadas atividades do

Mais Educação, com oficinas de capoeira, dança

folclórica (gaúcha), esportes variados, letramento e

informática.

PAPO RETO

O Projeto Circuito Papo Reto foi uma das atividades

culturais e educacionais que ocorreu dentro da escola.

Ministrada pela professora Carolina Oliveira de Mattos,

a oficina de teatro contava com a presença de mais de

vinte alunos. Por meio de exercícios de aquecimento,

interação, produção artística para cenário da peça e

reflexão quanto a sociedade, o teatro do Papo Reto

cativou alunos e professores, tendo como finalização

peça apresentada para duas turmas da escola. A

professora Maria Bernadete revela que a parceria com

a CUFA RS tem sido ótima para o aprendizado dos

alunos. “Abrir a minha turma para a CUFA foi a melhor

coisa que eu poderia ter feito. Essa parceria tem dado

certo desde o ano passado”, afirma, alegando que em

2014 a escola estará de portas abertas.

Devido ao tamanho da turma, foi necessário que

Carolina dividisse esta em dois grupos. A oficineira

afirma que confia nos jovens assim como no ensino de

qualidade que é possível ter nas duas turmas. “Eles têm

se superado muito. Eu acredito que estão prontos para

a apresentação final”, informou.

Jean Piagetpor Igor Grossmann

Há 21 anos educando no bairro Rubem Berta, na

zona norte de Porto Alegre, a EMEF Jean Piaget conta

hoje com 750 alunos nos turnos da manhã, tarde e

noite. Além do ensino fundamental, o EJA (Educação

de Jovens e Adultos) preenche a grade escolar da

instituição. O nome da instituição homenageia um

pensador e educador suíço que propunha uma nova

filosofia na educação e criticava o método tradicional

de ensino, em que o professor dita e o aluno copia e

repete.

ENVOLVIMENTO E INTEGRAÇÃO

Para a supervisora do segundo e terceiro ciclos da

instituição de ensino, Vera Lúcia Santiago, a CUFA se

insere neste contexto de uma abordagem diferenciada.

“O projeto Papo Reto, com a oficina de teatro, é

produtivo e interessante. O resultado é muito bom, os

alunos se envolvem. Isto ajuda no desenvolvimento e

integração do grupo”, relata.

ABORDAGEM ADEQUADA

A Jean Piaget também enfrenta problemas

relacionados com as drogas. Por isso, ressalta Vera,

o trabalho desenvolvido pela CUFA, de prevenir o uso

de drogas, se torna ainda mais importante. “O que

acontece na comunidade acaba respingando na escola.

Buscamos promover atividades saudáveis para evitar

que o jovem se envolva com coisas que não são as

ideais”, afirma. “O Papo Reto nos auxilia nessa missão,

que já que aborda este tema de maneira apropriada,

de um jeito que talvez a escola sozinha não conseguisse

fazer”, completa.Alunos da oficina de teatro do Projeto Papo Reto atentos nas últimas orientações dos oficineiros Carolina e Douglas

Diretora e professores acreditam que o trabalho de prevenção desenvolvida pela CUFA RS é determinante para a vidaEduardo Bertuol | CUFA RS

Igor Grossmann | CUFA RS

Page 13: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |24| novembro 25

Lauro Rodriguespor Carolina ReckJoão Antônio Satte

Com 1200 alunos, a escola João Antônio Satte atende

aos bairros Parque dos Maias, Rubem Berta, Sarandi e

proximidades. O espaço escolar também garante vagas

para alunos que provém da cidade de Alvorada. Entre

oficinas de esporte, leitura e escrita, Laboratório de

Aprendizagem e Cidade Escola, tem como diferencial

a iniciativa de um grupo de professores: o grupo de

teatro. Mesclando ao figurino e facetas caricaturadas

a literatura e alfabetização, o grupo busca entreter e

incentivar os alunos culturalmente.

ALUNOS SÃO PLATEIA PARA O APRENDIZADO

“O que pensamos foi em dar um presente para

os alunos. Em geral eles não têm um momento para

assistir esse movimento mágico de dar vida aos

personagens. Vendo nossas peças, eles têm postura de

plateia. Apreciam, participam e interagem”, ressalta a

professora Sandra Rejane Claro do Santos, responsável

pela projeto. Inicialmente, poucos educadores se

engajaram na causa. Com o tempo foram necessários

novos papéis para os interpretes que surgiam,

formando um grupo com 12 integrantes. As peças e

danças são apresentadas em datas relevantes, como

o Dia da Consciência Negra e das Crianças. Além do

potencial para entreter e até mesmo conscientizar os

alunos, o teatro ajudou professores a se relacionarem e

tornarem o espaço em que convivem mais harmônico.

“Integrou muito os professores, nos divertimos muito”,

ilustra Sandra.

EMBARQUE NA HISTÓRIA

“Essa interação entre professores é muito importante.

O grupo cria vínculos bons, fortes com o teatro”, alega

a coordenadora pedagógica do 1º e 2º ciclos da

escola, Helenara de Oliveira. A reação dos jovens ao

prestigiarem apresentações como “ A Dona Baratinha”

é de diversão e despertar para o senso crítico. “Os

pequenos embarcam muito na história. Esses dias,

um dos meninos perguntou para a professora se ela

era a dona baratinha. Ao ouvir que sim, disse que

ela chorava muito bem, mas que sabia que era tudo

atuação”, informa Helenara.

OUTROS PROJETOS

A escola também oferece oficinas como a de

esportes e de literatura, que ocorrem no turno inverso,

duas vezes por semana. No caso da segunda, os alunos

leem textos específicos, produzem conteúdo em aula e

realizam tarefas em casa. “É um período a mais dentro

da escola, em que desenvolvem a questão da oralidade,

de se colocar no lugar do outro, se posicionar, ficarem

mais educados”, resume a coordenadora.

PAPO RETO

Na oficina de teatro do Projeto Papo Reto, da CUFA

RS, a vez de atuar foi dos alunos. Trabalhando a temática

da prevenção ao uso de drogas, a oficineira Melissa

Dornelles desenvolveu uma rádio. Os cinco alunos que

fizeram a intervenção cultural representavam diferente

estações, e surpreenderam alunos de quatro turmas

com notícias, anúncios e músicas.

“Pequenas coisas constroem a relação da escola

com a comunidade”, pronuncia o diretor da EMEF

Lauro Rodrigues, Silvio Luís Capaverde, ao explicar

a influência do arquiteto Antoni Gaudí nos muros da

Lauro. A escola, localizada no bairro Jardim Ingá,

atende a moradores de sete bairros da região. Com

700 alunos, busca em atividades extracurriculares

preencher lacunas na educação.

MUSICALIDADE, BANDA E RÁDIO

Para aqueles que apreciam a música, disponibiliza

a banda e uma rádio. A reunião da Rádio Escolar

ocorre uma vez por semana, na manhã, e neste espaço

diferentes estilos musicais são difundidos. Outro dos

projetos com diferencial é o xadrez, incluso como

modalidade dos jogos escolares que ocorrem em

agosto. Há também o projeto de educação ambiental,

em que um terreno baldio foi apropriado para a

criação de um bosque. Os alunos com dificuldades

em sala de aula recebem auxílio de projetos como a

brinquedoteca, o Laboratório de Aprendizagem e Sala

de Integração e Recursos (SIR).

INTEGRANDO RECURSOS

O novo projeto da escola, que iniciou as atividades

neste ano, é a Sala de Integração e Recursos (SIR). O

espaço é para jovens com necessidades especiais e

dificuldades em sala de aula. Trabalhando com a lógica,

desafios, jogos e produção de textos, ocorre em turno

inverso e atende as necessidades individuais de cada

aluno. “Isso envolve também problemas familiares,

sociais e a história de vida de cada um”, reitera a

orientadora educacional e educadora especial Simone

Moraes, responsável pela iniciativa. Efetivamente 23

alunos participam, do 1º ao 9º ano. “É um trabalho

de formiguinha. São pequenos progressos que para as

crianças são imensos”, informa a professora.

LABORATÓRIOS ENVOLVENTES

No caso da brinquedoteca, o diretor afirma que vai

além de entretenimento. Existente há dez anos, envolve

o acompanhamento de pedagogos e jovens do jardim

ao 5º ano. “A hora de brincar é reveladora. Às vezes,

um aluno não quer falar de seus problemas. Se formos

fazer uma leitura de seu modo de agir brincando

podemos identificar isso”, conta Silvio. No contra

turno também ocorrem atividades do Laboratório

de Aprendizagem, que trabalha com a superação

de dificuldades de crianças a partir de atividades

de informática, consciência corporal, auto-estima,

linguagem oral, escrita e leitura. As aulas são feitas

com seis grupos, que têm em média quatro alunos

cada.

PAPO RETO

Em agosto deste ano se iniciaram as oficinas de

teatro do Papo Reto na Lauro Rodrigues. O momento

é proporcionado pelo oficineiro Gildo Carvalho.

Juntamente com os alunos, o profissional está

montando uma peça baseada na história do “Escudeiro

de Luz em Os Zumbis da Pedra”, e cerca de 22 alunos

participam. “A oficina é muito importante pela questão

da comunicação que gera com eles. Aborda questões

relevantes de forma lúdica; o bullying, o preconceito,

o gênero. A ferramenta de teatro é fundamental na

educação das crianças”, expõe o oficineiro. De acordo

com Carvalho, a oficina também trabalha com a

liberdade dos jovens, seus medos e a timidez.

por Carolina Reck

A apresentação em formato de rádio é dinâmica

Alunos aprendem e se divertem nas aulas de teatro

Carolina Reck | CUFA RS

Carolina Reck | CUFA RS

Page 14: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |26| novembro 27

MigrantesLiberato Salzano por Igor Grossmann

No bairro Sarandi, zona norte de Porto Alegre, a

EMEB (Escola Municipal de Educação Básica) Dr. Liberato

Salzano Vieira da Cunha forma gerações de estudantes.

A instituição, que fará 60 anos em 2014, é uma das

poucas que oferece ensino completo na Capital. Nela,

há educação infantil, ensinos fundamental e médio,

além de ensino técnico profissionalizante e EJA. Neste

ano, o local contabilizou a quantia de 1.600 alunos

estudando na instituição.

AMOR PELA ESCOLA

A vice-diretora do turno da noite é um exemplo, devido

ao número de alunos que completaram sua formação

na Liberato com ela. Dinara Bittencourt se formou na

escola e, 13 anos depois, voltou para lecionar. O pai,

o irmão e o marido de também estudaram no colégio.

“Tenho muito amor pela Liberato. Quando voltei como

professora, fiquei encantada por trabalhar ao lado

daqueles que me deram aula. Eles me acolheram

muito bem. Digo para os alunos estudarem bastante

para alcançarem seus sonhos”, relata com um sorriso

nos lábios.

FORMAÇÃO SEM EVASÃO

Para a diretora Cleusa Maria Leite, o fato de a

instituição proporcionar uma formação básica completa

diminui a evasão, principalmente após o aluno concluir

o ensino fundamental. “O estudante tem a opção de

continuar aqui e cursar o ensino médio. Diferente de

escolas que oferecem só o fundamental, aqui o jovem

pode continuar com a sua turma até o fim da vida

escolar”, argumenta.

PAPO RETO

A CUFA RS está presente na escola pelo segundo

ano consecutivo. A diretora Cleusa imaginava que seria

um projeto passageiro, mas se disse surpreendidapela

retorno dos alunos. “Em 2012, foi trabalhado o livro

“Escudeiro da Luz em os Zumbis da Pedra”. Então,

neste ano, os estudantes já conheciam o tema, mas se

impressionaram e interessaram bastante. É um projeto

muito interessante”, conta.

VIDA PLENA

Com foco na prevenção às drogas, a oficina de

teatro comandada pelo educador da CUFA, Gilmar

Colares, trabalha o texto do livro com os jovens.

Para a diretora Cleusa, é importante abordar esta

temática, visto que no durante a sua gestão ela perdeu

quatro alunos envolvidos com a drogadição.

A EMEF Migrantes deve seu nome às pessoas que

migraram para a região onde hoje está a Vila Dique,

próxima ao aeroporto internacional Salgado Filho. Ali

se estabeleceram famílias que vieram do interior do

Rio Grande do Sul e Paraná, segundo conta a diretora

Milene d’Avila Eugênio, que desde 1996 integra o

corpo docente do colégio. A construção da escola se

deu a partir do anseio desses migrantes e se realizou

em 1992.

REMOÇÃO

A Escola Municipal de Ensino Fundamental

Migrantes atende cerca de 160 alunos. Em 2012, eram

400. A redução no número de estudantes se dá porque

parte da população que habitava a comunidade foi

removida pela prefeitura para que se pudesse ampliar

a pista do aeroporto.

A solução encontrada pela Secretaria Municipal de

Educação para não fechar a escola foi promover o

turno integral.

TURNO INTEGRAL

Agora os alunos chegam às 7h e ficam no colégio

até as 17h. Neste tempo, são servidas cinco refeições:

café da manhã, lanche, almoço, café da tarde e janta.

A CUFA RS está presente na escola neste ano com

oficina de teatro. “Essa atividade prende a atenção

dos alunos”, relata a diretora Milene. Para ela, as

atividades precisam ser criativas para seduzir os jovens.

“Não pode ser algo maçante”, sentencia.

DESISTIR JAMAIS

Para Milene, a escola muitas vezes assume papeis

que não são seus, como saúde e família. Ela conta que

já perdeu vários alunos para os vícios das drogas e

expõe a sua visão de como este problema deve ser

enfrentado. “É preciso falar claramente e nunca desistir

do jovem”, finaliza.

por Igor Grossmann

Gil e suas alunas depois de mais um dia de ensaio para a apresentação final onde o foco é o combate às drogas Os alunos chegam às 7h e ficam na escola até às 17h. Neste tempo, eles participam de diferentes atividades extra-classe

Igor Grossmann | CUFA RS

Igor Grossmann | CUFA RS

Page 15: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Papo Reto |28| novembro 29

Antônio Giúdice Chico Mendespor Eduardo Bertuol

Situada no bairro Humaitá, a EMEF Vereador Antônio

Giúdice possui destaque por ter bons resultados no

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Cálculo criado pelo Inep/MEC que busca representar

a qualidade da educação a partir da observação de

dois aspectos: o fluxo (progressão ao longo dos anos)

e o desenvolvimento dos alunos (aprendizado). A

escola possui uns dos melhores índices das instituições

municipais de Porto Alegre. O professor e coordenador

de projetos da escola, José Antônio Meister, ressalta

que por apresentar bons resultados, o local não possui

as oficinas realizadas pelo Programa Mais Educação.

“É bom termos este destaque como instituição, mas

acredito que projetos de incentivo a educação nunca

são demasiados”.

PROJETOS CONTRA INCONSTÂNCIA

O local possui muitos projetos para ajudar no

aprendizado e evolução do aluno. “Possuímos oficinas

com aulas de tênis, laboratório de aprendizagem,

laboratório de meio ambiente, além das parcerias

com a Fundação de Educação e Cultura Sport Club

Internacional, o FECI, e a CUFA”, relata Meister. Há

18 anos na escola e há 30 como professor de ciências

sociais, Meister conta que a aceitação dos alunos é

variável, mas no geral possui uma boa ocupação

das vagas. “Como todo estudante, eles costumam

ser bastante inconstantes e querem toda hora ter um

projeto novo com algo diferente. Eles estão todo hora

buscando alguma coisa nova”, aponta Meister.

COMPROMISSO COM OFICINAS

A maior dificuldade verificada pela escola é a

fidelização do aluno com as oficinas oferecidas.

“Geralmente, o aluno começa dentro de um projeto

e depois busca outro, faz esse outro mais um tempo e

procura outro. Desta forma, ocorre uma rotatividade

dos estudantes nas oficinas”, conta. “O aluno possui

essa dificuldade de perceber que o projeto precisa ter

continuidade e por se trabalhar no contra turno das

aulas, eles acreditam que este processo é algo mais

livre, como se não tivesse compromisso, e algumas

vezes acabam prejudicando as oficinas”, acrescenta

Meister.

PAPO RETO

“O projeto é muito bom, os professores que fizeram a

formação só elogiaram e afirmaram ser bem completa

com uma avaliação super positiva”, afirma Meister

sobre o a opinião dos educadores a respeito do projeto

Papo Reto. “Quanto aos alunos, a dificuldade nossa

foi chamá-los para participar em uma segunda-feira

de manhã”, revela. As oficinas ministradas por Robson

Machado para os estudantes contam com atividades

para descontrair. Os poucos alunos se divertem e

apresentam ao oficineiro propostas do trabalho que

gostariam de realizar. Com base no livro “O Escudeiro

da Luz em Os Zumbis da Pedra”, Robson debate as

questões apresentados na obra com os participantes.

COMUNIDADE LIGADA À ESCOLA

Questionado sobre a violência na escola, o professor

Meister afirma que como em qualquer outro lugar

isso existe. “Mas as próprias famílias possuem um

controle do que ocorre, pois a escola é muito ligada

à comunidade e poucos alunos vêm de fora dela”,

acrescenta. Meister fala que o problema do tráfico

existe, mas não é um algo que afeta os alunos.

Localizada no bairro Mário Quintana, a EMEF

Chico Mendes procura adquirir o máximo de projetos

educacionais para os alunos da escola e manter o

turno integral. A professora Kátia Leitune, responsável

pela organização dos programas do local, apresenta

uma pequena cartilha com a maioria dos projetos

da escola. A seleção dos projetos ocorre por meio

de votação. Este ano o destaque ficou para a dança

folclórica gaúcha. A escola ainda conta com projetos

de rádio, robótica e o LIAU (Laboratório de Inteligência

do Ambiente Urbano).

PROJETOS DESENVOLVEM HABILIDADES

Além disso, o local possui convênio com o PSFC

(Projeto Social Futebol Clube) junto da SME (Secretaria

Municipal de Esporte). “É um convênio firmado com

a Secretaria, oferecendo atividades de futebol fora do

espaço da escola”, explica Kátia. O Social Futebol Clube

conta com 16 ex-jogadores de futebol profissional que

trabalham com crianças entre sete e 15 anos em nove

campos de futebol da periferia e bairros mais pobres da

cidade. Os ex-atletas, reunidos em uma cooperativa,

além de ensinar futebol para os garotos, realizam

oficinas, palestras e cursos. A escola ainda possui o

projeto de Laboratório de Aprendizagem, espaço

destinado a auxiliar os alunos com dificuldades na

aprendizagem e para potencializar suas habilidades.

OFICINAS ENVOLVEM ALUNOS

Kátia lembra que a aceitação dos projetos por

parte dos alunos é boa, mas problemas familiares

acabam afastando alguns deles. “A gente possui

muitos estudantes realizando as oficinas, mas não

conseguimos manter um grupo fixo, pois, por exemplo,

uma mãe consegue um emprego em algum lugar

e daí quem tem que ficar cuidando dos irmãos é o

nosso aluno e assim acaba se afastando do projeto”,

conta. A professora lembra de alunos que depois das

oficinas começaram a faltar menos nas aulas. “Os

projetos modificam para melhor os alunos, além de

se interessarem mais nas aulas, eles mostram uma

resposta positiva no conhecimento e aprendizagem”,

relata Kátia.

PAPO RETO

Ainda com registros do projeto Papo Reto realizado

com a grafitagem no ano passado, desta vez é a sala

de multimídia da EMEF Chico Mendes que recebe as

oficinas de teatro dos oficineiros Robson Machado e

Carolina Mattos. Lá, os alunos tiveram a liberdade

de montar um roteiro próprio baseado na obra “O

Escudeiro da Luz em Os Zumbis da Pedra”. Após lerem

o livro, os estudantes debateram entre si a melhor

forma de representar.

Os ensaios, ainda tímidos, eram casualmente

parados pelos próprios estudantes quando entendiam

que podiam melhorar as cenas. “Além de aprenderem

a contracenar, é importante eles interpretarem e

utilizarem nas suas vidas o recado que o livro quer

passar”, destaca Carolina.

por Eduardo Bertuol

A opinião dos alunos influencia as atividades da oficina

Os oficineiros Carol e Robson com as alunas de teatro

Eduardo Bertuol | CUFA RS

Eduardo Bertuol | CUFA RS

Page 16: Revista Papo Reto - 3ª Edição

Oficinas de teatro

EMEF Aramy Silva

EMEF América

EMEF Moradas da Hípica

EMEF Timbaúva

EMEF São Pedro EMEF Grande Oriente

EMEF Pepita de Leão

EMEF João Antônio Satte

EMEF Jean Piaget

EMEF Ildo Meneguetti

EMEF Mário Quintana

Page 17: Revista Papo Reto - 3ª Edição