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A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração Distribuição Gratuita. Venda proibida. Ano XXXV - nº 393 - Agosto/2015

Revista Elo - Agosto/2015

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Ano XXXV - nº 393

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A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração

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A Palavra do Pastor “Quando sou fraco, então é que sou forte!” (2Cor 12,10)

Revista Elo - Agosto/2015 - Ano XXXV - nº 393Diretor: Pe. Marcos Roberto P. SilvaPropriedade: Mitra Diocesana de DouradosDiagramação e Projeto Gráfico: Michelle Picolo CaparrózTelefone: (67) 3422-6910 / 3422-6911Site: www.diocesededourados.com.brContatos e sugestões: [email protected]ão: Gráfica InfanteTiragem: 18.280 exemplares

Índice

Expediente

Pe. Marcos Roberto P. [email protected]

Apresentação

Patrocinadores

Palavra de vida“Vivei no amor!” (Ef 5,2)

Testemunho de vidaMônica e Agostinho

A Palavra do PapaSacerdotes à imagem do Coração de Deus

Opiniões que fazem opiniãoEcologia integral

Círculos bíblicos

Pergunte e responderemosOs casais em segunda união podem receber a Eucaristia?

A Diocese em revista

Vida em FamíliaA responsabilidade dos pais e da comunidade

Obras em DestaqueRádio Coração

Fatos em foco

Fique por Dentro!

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Caro leitor(a)!É chegado agosto, mês o qual já estamos acostumados

a fazer orações, celebrações e eventos... voltados aos temas que se referem às vocações eclesiais. Não podemos negar que, realmente, tudo isso se faz oportuno e necessário, pois nos chama a refletir sobre a importância da nossa vocação; des-cobrindo qual nosso lugar e responsabilidade na vida, Igreja e sociedade.

E por falar em vocação, devemos buscar em Maria a inspiração para discernir e bem viver a nossa. Maria é a fonte inspiradora e modelo de vocacionada perfeita. Para perceber isso basta apreciarmos a imagem e, sobretudo, a frase bíblica colocada na capa desta edição: “O Senhor fez maravilhas em mim” (Lc 1,49). Assim como Maria, cada um de nós também pode cantar as maravilhas do Senhor em nossa vida, quando buscamos fazer dela um hino de louvor a Deus, através do amor, doação e resposta - ao chamado que Ele nos faz.

Façamos uma boa leitura desta edição, começando pelo auto-relato que Dom Redovino faz ao longo de seus quatorze anos de serviço pastoral, na Diocese de Dourados. Ele, nos apresenta quais têm sido os pontos norteadores de seu pro-grama pastoral; nos mostra também algumas de suas inicia-tivas e obras em favor de uma eficaz evangelização, que vai ao encontro dos anseios e necessidades do homem e mulher dos dias atuais.

É possível conhecer e viver o amor, no sentido mais puro e total? Para aqueles que, como eu, buscam uma resposta pertinente a essa indagação, recomendo a leitura da página Palavra de Vida (p. 4).

O Testemunho de Vida (p.5) deste mês traz duas gran-des personalidades da caminhada cristã: Santa Mônica e Santo Agostinho, celebrados no dia 27 e 28 respectivamente. Olhando para a vida e testemunho deles, podemos também encontrar o sentindo de nossa fé, vivida na profundidade in-terior e manifestada nas ações concretas.

Sem mais delongas, faço voto à você, estimado leitor, que tenha uma excelente leitura desta edição da revista dio-cesana. Ela está repleta de conteúdos que edificam a nossa fé, bem como de notícias interessantes, que nos ajudam a ver, pensar, e optar por decisões que nos ajudam a ter uma vida verdadeiramente alicerçada no amor, que vem do Coração de Jesus, as-sim como descreve o Papa na página 6, ao escrever sobre os sacerdotes.

Boa leitura! Abraço fraterno.

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“Quando sou fraco, então é que sou forte!” (2Cor 12,10)

A Palavra do Pastor

Dom Redovino Rizzardo, csBispo Diocesano

Eu me havia convencido que na “Palavra do Pastor” deste mês teria a alegria de apresentar o novo bispo diocesano de Dourados. Infelizmente, a fumaça branca não apareceu, e assim, já que no ELO anterior expus algo do que aconteceu com os meus quatro predecessores, peço vênia para, desta vez, me deter sobre os catorze anos de serviço pastoral, que me coube levar adiante.

A primeira tentação que devo superar seria a de me contentar em relatar iniciativas e eventos que, de per si, se não forem feitos por Deus e com amor, nada constroem. Era o que escrevia São Paulo aos cristãos de Corinto, exortando-os a não parar nas aparências: «Não olhemos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Pois as que se veem, são passageiras, e as que não se veem são eternas» (2Cor 4,18). O próprio Jesus não aceitava a conduta das pessoas que, talvez, fizessem coisas maravilhosas, mas contaminadas por segundas intenções: «Esforcem-se para não praticar boas obras diante das pessoas com a intenção de serem louvados por elas!» (Mt 6,1).

Ao escolher como lema episcopal “Unânimes com Maria”, o fiz por saber, como Maria, que tudo o que de bom acontece é por graça de Deus. É nesse sentido que me atrevo a parafrasear o seu cântico: «Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a pequenez de seu servo, e fez coisas extraordinárias» (Lc 1, 47.49), que eu, com minhas limitações e fraquezas, jamais teria realizado.

Dentre as “coisas que se veem” – mas tendo sempre presente que as mais importantes são “as que não se veem”, como é a doação de milhares de fiéis que, no desapego de si mesmos e sem buscar aplausos, se sacrificam pela família, pela Igreja e pela sociedade – lembro que foram criadas 17 paróquias e ordenados 23 diáconos permanentes e 37 sacerdotes (entre diocesanos e religiosos).

Graças à iniciativa de leigos comprometidos com a evangelização e de Institutos religiosos que têm por carisma a comunicação, foram implantadas na Diocese várias emissoras (Rádio Coração, Rádio Boa Nova, Rádio Imaculada Conceição, etc.). Por sua vez, o boletim informativo “ELO” foi transformado numa Revista, de destaque nacional.

Doze foram as paróquias que construíram – ou estão construindo – a sua nova igreja matriz: oito no interior e quatro em Dourados. Outras sete passaram por grandes – e, pelo menos algumas

delas – por reformas que se revelaram de muito bom gosto, como a Catedral. Ademais, graças à generosa colaboração das paróquias (e, nos primeiros anos, à ajuda chegada da Alemanha), foi possível levar adiante reformas ingentes e substanciais no Centro de Pastoral (IPAD), na Cúria Diocesana, no Seminário diocesano e no Santuário de Nossa Senhora Aparecida (Vila São Pedro).

Dentre os vários Institutos religiosos que chegaram à Diocese, destaco as Irmãs da Toca de Assis (para os moradores de rua); as Missionárias da Consolata (para a Reserva Indígena); as Irmãs Camilianas (para os enfermos); e as Monjas Clarissas (dedicadas à vida contemplativa).

Momento importante para a vida de nossa Igreja Particular foi o Jubileu de Ouro da Diocese, em 2007, preparado pelas Santas Missões Populares em todas as paróquias, evento que culminou com a implantação das Pequenas Comunidades em várias delas. Nem se deve esquecer a criação da Diocese de Naviraí, em 2011.

Por isso e, mais ainda, por tudo o que vi Deus realizar nos presbíteros, nos diáconos, nos religiosos e numa multidão de fiéis (sobretudo naqueles que se inserem nas Pastorais e nos Movimentos Eclesiais), posso garantir que, para mim, o episcopado se converteu numa graça extraordinária, que me ajuda a viver numa atitude de gratidão e de alegria. Sem dúvida, houve também momentos de muita dor, que procurei oferecer a Deus. Reconheço que nem sempre o consegui. Se a espiritualidade da unidade que Deus me fez conhecer – sobretudo num seu aspecto fundamental, que é a presença do Ressuscitado nas cruzes de cada dia – muito me ajudou ao longo do meu serviço episcopal. Conto com a oração de vocês, amigos e irmãos que Deus colocou em meu caminho, para que, nesta nova etapa que inicio, se realize em mim o que São Paulo verificava em si mesmo: «O exterior vai se enfraquecendo, mas o interior vai se renovando dia a dia» (2Cor 4, 16).

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Palavra de Vida

“Vivei no amor!” (Ef 5, 2)

Pe. Fábio Ciardi

Nesta frase está contida toda a ética cristã. O agir huma-no, se quiser corresponder ao projeto pensado por Deus na nos-sa criação, ou seja, o agir humano mais autêntico, deve ser animado pelo amor. A vivência, a caminha-da para chegar à sua meta deve ser orientada pelo amor, que é o resumo de toda a lei.

O apóstolo Paulo dirige essa recomendação aos cristãos de Éfeso, como conclusão e sínte-se daquilo que ele acabara de lhes escrever sobre o modo de viver cristão: passar do “homem velho” ao “homem novo”, relacionar-se uns com os outros na verdade e na sinceridade, não roubar, saber perdoar-se mutuamente, atuar o bem... numa palavra, “viver no amor”.

Convém ler o trecho com-pleto do qual foi extraída a ex-pressiva frase que nos acompa-nhará durante todo o mês: “Sede imitadores de Deus como filhos queridos. Vivei no amor, como Cristo também nos amou e se en-tregou a Deus por nós como ofe-renda e sacrifício de suave odor”.

Paulo está convencido de que todo o nosso comportamento deve ter como modelo o de Deus. Se o amor é o sinal distintivo de Deus, ele o deve ser também para seus filhos: nisso eles devem imi-tá-lo.

Mas como podemos conhe-cer o amor de Deus? Para Paulo é evidente: esse amor se revela em Jesus, que mostra como e quanto Deus ama. O apóstolo o experi-mentou em primeira pessoa: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20), e agora o revela a todos, para que se torne a experiência da comunidade inteira.

Qual é a medida do amor de Jesus, modelo do nosso amor?

Sabemos que esse amor não tem limites, não conhece precon-ceitos nem preferências. Jesus

morreu por todos, inclusive pelos seus inimigos, por aqueles que o estavam crucificando. Ama tal e qual o Pai que, no seu amor uni-versal, faz brilhar o sol e faz cair a chuva sobre todos, bons e maus, pecadores e justos. Ele soube de-dicar-se sobretudo aos pequenos e aos pobres, aos doentes e aos excluídos; amou com intensidade os amigos; deu atenção toda espe-cial aos discípulos... O seu amor não conheceu reservas, chegando ao ponto extremo de doar a vida.

E agora chama todos a par-tilhar o seu próprio amor, a amar como Ele amou.

É um chamado que pode assustar-nos, por ser exigente de-mais. Como podemos ser imita-dores de Deus, que ama a todos, ama sempre, toma a iniciativa? Como podemos amar na mesma medida do amor de Jesus? Como viver “no amor”, conforme nos pede a Palavra de Vida?

Isso só é possível quando antes se fez a experiência de ter sido amado. Na frase “Vivei no amor, como Cristo também nos amou”, a palavra como também pode ser traduzida com porque.

“Vivei no amor.” Aqui, “vi-ver” equivale a agir, a comportar--se, significando que toda ação nossa deve ser inspirada e mo-vida pelo amor. Paulo usa essa palavra dinâmica não por acaso, mas para nos lembrar que o amor deve ser aprendido, que temos um caminho a percorrer para al-cançar a largueza do coração de Deus. Nunca podemos dizer que já chegamos ao fim. Precisamos de constância e de tempo para alcançar a meta, sem nos render-mos diante das dificuldades, sem jamais nos deixarmos desencora-jar pelos fracassos e pelos erros, sempre prontos a recomeçar, sem nos resignarmos a ficar na medio-cridade.

A esse respeito, Santo Agos-

tinho escreveu, talvez pensando em seu próprio caminho sofrido: «Sinta-se sempre insatisfeito com aquilo que você é se quiser alcançar aquilo que você ainda não é. Pois, no momento em que você se sente bem, você para! E quando diz a si mesmo: “Assim já basta”, você se afunda. Ca-minhe sempre, prossiga sem parar. Não se detenha ao longo do caminho, não se volte para trás, não se desvie. Quem não segue adiante, fica para trás».

De que modo podemos se-guir mais velozmente no cami-nho do amor?

Uma vez que o convite é dirigido a toda a comunidade (“vivei”), será útil praticar a aju-da mútua. Com efeito, é triste e difícil enfrentar uma viagem so-zinho.

Para começar, poderíamos encontrar ocasiões para reafirmar mais uma vez entre nós – com os amigos, os familiares, os mem-bros da mesma comunidade cris-tã – a vontade de caminharmos juntos.

Poderíamos compartilhar as experiências positivas de como temos vivido o amor, de modo que possamos aprender uns com os outros.

Podemos confiar a alguém, capaz de compreender, os erros que cometemos e os desvios que fizemos, de modo a nos corrigir-mos.

Também a oração feita em comum pode dar-nos força e luz para prosseguirmos.

Unidos entre nós e com Je-sus no nosso meio (o Caminho, a Vida) poderemos percorrer até o fim a nossa “santa viagem”, semeando amor ao nosso redor e alcan-çando enfim a meta: o Amor.

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Mônica e AgostinhoTestemunho de Vida

No mês de agosto, te-mos a alegria de celebrar o poder e o amor de Deus numa família “normal”, ou seja, desafiada pelos problemas que a maioria delas en-frenta: no dia 27, a mãe, Mônica e, no dia 28, o filho, Agostinho. Como se sabe, nenhum dos dois nasceu santo: Mônica, quando jovem, era levada à bebida, e Agostinho, até os 33 anos, não pensou em nada, senão em gozar a vida.

Mônica nasceu em Tagaste, norte da África, no ano 332, numa família cristã. Segundo o costume da época, aos 17 anos, no momen-to de pensar no casamento, seus pais a entregaram como esposa a Patrício, um pagão violento e mu-lherengo, exatamente o contrário do “príncipe encantado” que a noiva sonhava.

Em tal situação, como podia parecer “natural”, Agostinho – o primeiro dos três filhos que nasce-ram; os outros dois eram Navígio e Perpétua – foi levado a imitar mui-to mais o pai do que a mãe e, como ele, não quis ser batizado, para ter mais liberdade em fazer o que qui-sesse. Ao invés de desanimar e se revoltar, Mônica assumiu com ra-dicalidade a missão que lhe pare-cia caber como esposa, mãe e cristã: oferecer sua vida pela conversão do marido infiel e do filho rebelde.

Foi o que fez ao longo de 33 anos, até que, em 387, poucos me-ses antes de falecer, aos 56 anos, teve a alegria de ver seu filho mu-dar totalmente de rumo. (O ma-rido também aceitara o batismo poucos instantes antes de morrer). Vale a pena transcrever suas últi-mas palavras, dirigidas a Agosti-nho, numa casa de Óstia, perto de Roma, quando se preparava para regressar à pátria: «Filho, nada mais quero desta vida. Não sei o que faço e por que fico ainda aqui. Já não tenho nenhuma esperança terrena. Uma só coisa fazia-me desejar permanecer por mais algum tempo nesta vida: ver-te cristão católico antes de morrer. Deus me atendeu com a maior generosidade, porque te vejo seu servo, menosprezan-do os prazeres terrenos».

Agostinho nasceu em 354, quando Mônica estava com 22 anos. Sendo membro de uma família re-lativamente abastada, aos 11 anos, foi encaminhado aos estudos em Madauro, uma pequena cidade si-tuada a 30 quilômetros de Tagaste. Aos 17 anos, mudou-se para Carta-go, para se aprofundar na retórica. Como a maioria dos jovens de sua época e classe social, ele adotou um estilo de vida totalmente munda-no. Seus companheiros preferidos eram os que se vangloriavam de suas aventuras sexuais com mulhe-res e homens. Ele mesmo nos diz que os mais velhos estimulavam os mais jovens a contar – ou inventar – histórias picantes e escabrosas para que fossem aceitos e valorizados.

Nessa cidade, Agostinho se juntou a uma jovem e com ela con-viveu durante 13 anos. Apesar de gostar dela – e do filho que dela recebeu, Adeodato –, não pôde ofi-cializar a união, já que as leis roma-nas impediam o casamento com al-guém de condição social inferior...

Após nove anos de perma-nência em Cartago – e para se afas-tar da mãe, que não cansava de admoestá-lo – em 383 viajou para Roma, onde fundou uma escola de

retórica. A iniciativa foi um fracas-so: os alunos “brilhavam” pela apa-tia e, pior ainda, quando chegava o momento de pagar, davam o fora... Graças ao apoio de alguns amigos, conseguiu ser nomeado professor em Milão, para onde se transferiu no final de 384, quando acabava de completar 30 anos.

Nos dias de folga, mais por curiosidade do que por convicção – mas também porque gostava de ouvir a quem tinha o dom da ora-tória – passou a participar das pa-lestras proferidas pelo bispo local, Santo Ambrósio. Um ano e meio após, em meados de 386, abriu seu coração à graça de Deus. Ficaram famosas as palavras que o levaram a dar o passo: «Senhor, fizeste o nosso coração para ti, e ele anda inquieto até não descansar em ti!».

No sábado santo de 387, vi-gília da Páscoa, foi batizado junta-mente com seu filho Adeodato, por Santo Ambrósio. Com o coração em festa, Mônica acompanhou a celebração, juntamente com o filho Navígio. No ano seguinte, a famí-lia decidiu voltar à África. Em 395, Agostinho foi eleito pelo povo bis-po de Hipona, serviço que prestou durante 35 anos, até a morte, ocor-rida em 430.

Impossível traduzir em pou-cas linhas o que significou para a Igreja a figura de Agostinho, con-siderado uma de suas colunas, so-bretudo pela clareza e sabedoria de sua doutrina. Contentamo-nos em trazer um texto de seu livro “Con-fissões”, que demonstra o ardor que lhe inundava o coração: «Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tu estavas dentro de mim e eu te procura-va fora. Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam se não existissem em ti. Chamaste, rompeste a minha surdez, resplandeceste e curaste a minha cegueira. Exalaste perfume e eu respirei. Agora, suspiro por ti. Provei--te, e agora tenho fome e sede de ti!».

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A Palavra do Papa

Sacerdotes à imagem do Coração de Deus

compreensões, porque eles adoram ídolos. Pois Eu sou Deus, sou o Santo no meio de vós. Trata-se de uma declaração de amor de um pai ao seu filho. E a cada um de nós.

Quantas vezes penso que temos medo da ter-nura de Deus, e já que tememos a ternura de Deus, impedimos a sua experiência em nós mesmos. É por isso que, muitas vezes somos duros, severos, castigadores... Somos pastores sem ternura!

O que nos diz Jesus, no capítulo 15 de Lucas? Sobre o pastor que se deu conta de que tinha noven-ta e nove ovelhas e que lhe faltava uma. Deixou-as bem protegidas, fechou-as à chave e foi à procura daquela que estava presa no meio dos arbustos... E não a espancou, nem a repreendeu: pegou-a ao colo, abraçou-a e curou-a, porque estava ferida.

Quanto a vós, fazeis a mesma coisa com os vossos fiéis, quando vos dais conta de que falta um deles no rebanho? Ou estamos habituados a ser uma Igreja com uma única ovelha na grei, deixando que as outras noventa e nove se percam nos montes? És um pastor de ovelhas ou te tornaste um pastor que fica a “pentear” a única ovelha que não se afastou? Porque, se assim fazes, o que procuras é a ti mesmo, esquecendo-te da ternura que te concedeu o teu Pai, como no-lo narra aqui o profeta Oseias. Esqueceste o modo como se concede a ternura. O Coração de Cristo é a ternura de Deus. «Como posso deixar que esmoreças? Como posso abandonar-te? Quando estás sozinho, desnorteado, perdido, vem ter comigo e Eu te salvarei, te consolarei!».

Hoje, durante este retiro, peço-vos que sejais pastores com a ternura de Deus, que deixeis o “chi-cote” pendurado na sacristia e que sejais pastores com ternura, inclusive com aqueles que vos criam

problemas. É uma graça, uma graça di-vina! Não cremos num Deus etéreo, mas num Deus que se fez carne, que tem um Coração e que este Coração nos fala as-sim: «Vinde a mim, se estiverdes cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Mas tratai os mais pequeninos com ternura, com a mesma ternura com a qual Eu os trato!». É isto que nos diz hoje o Coração de Jesus Cristo, e é isto que peço nesta missa, tanto para vós como para mim mesmo.

(12 de junho, solenidade do Sagrado Co-ração de Jesus: homilia durante a missa no Retiro Mundial de Sacerdotes).

Na primeira leitura penetramos na ternu-ra de Deus. Ele narra ao seu povo quanto o ama, quanto se ocupa dele. Aquilo que Deus diz ao seu povo nesta leitura tirada do capítulo 11 do profeta Oseias, o diz a cada um de nós. Será bom tomar este texto num momento de solidão, para nos pormos na presença de Deus e ouvir: «Amei-te quando ainda eras criança; amei-te na tua infância; salvei-te; tirei-te da terra do Egito, livrei-te da escravidão», da escravidão do pecado, da escravidão da autodestruição e de to-das as formas de escravidão que cada um conhece, que teve e que ainda tem dentro de si.

«Salvei-te! Ensinei-te a caminhar». Como é bom ouvir que Deus me ensina a caminhar! O Todo-Po-deroso se abaixa e me ensina a caminhar. Recordo esta frase do Deuteronômio, quando Moisés diz ao seu povo: «Ouvi, vós, que tendes a cabeça dura, quando vistes um deus tão perto do seu povo, como Deus está pró-ximo de nós?». A proximidade de Deus é esta ternura: ensinou-me a caminhar! Sem Ele eu não saberia ca-minhar no Espírito. «Eu te segurava pela mão. Mas não compreendeste que Eu te guiava; pensavas que te deixaria sozinho». Esta é a história de cada um de nós.

«Eu te atava com vínculos humanos, não com leis punitivas». Com vínculos de amor, laços de amor. O amor liga, mas liga na liberdade; vincula dando-te espaço a fim de que respondas com amor. «Eu era para ti como quem aproxima uma criança do seu rosto e a beija. Eu me inclinava e te dava de comer». Esta é a nos-sa história, pelo menos é a minha história. Cada um de nós pode ler aqui a própria história. «Dize-me, como te posso abandonar agora? Como te posso entregar ao inimigo?». Nos momentos em que temos medo, na hora em que nos sentimos inseguros, Ele nos diz: «Se Eu fiz tudo isto por ti, como podes pensar que te dei-xo sozinho, que te possa abandonar?».

No litoral da Líbia, os vinte e três mártires coptas estavam convictos de que Deus não os teria abandonado. Deixaram-se decapitar, pronunciando o nome de Jesus! Sabiam que, enquanto lhes cortavam a cabeça, Deus não os te-ria abandonado.

«Como te posso tratar como inimigo? O meu coração se comove dentro de mim e se inflama toda a minha ternura». Inflama-se a ternura de Deus, esta ternura ardente: Ele é o Único capaz de ter uma ternura ardorosa. Não darei vazão à ira pelos pecados existentes, por todas estas in-

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Cadeia para menores é pós-graduação no crime!

A Igreja é Notícia

Onde se morre pela fé...

Mártir da pureza aos 11 anos: relíquias de Santa Maria Goretti

serão expostas nos EUA

Papa se despede do Paraguai com um vibrante

discurso aos jovens

Segundo informações difundidas pela agência vaticana “Fides”, no ano de 2014 foram assassinados no mundo 26 agentes de pastoral, três a mais em relação ao ano de 2013. Pelo sexto ano consecutivo, o número mais elevado deles se registrou na América do Sul.

Em 2014, morreram de modo violento 17 sacerdotes, um religioso, seis religiosas, um seminarista e um leigo. Segundo a divisão por continente, na América foram assassinados 12 sacerdotes, um religioso e um seminarista; na África foram mortos dois sacerdotes e cinco religiosas; na Ásia foram assassinados um sacerdote e uma religiosa; na Oceania foram mortos um sacerdote e m leigo; na Europa foi morto um sacerdote.

Além deles, continuam desaparecidos três sacerdotes sequestrados na República Democrática do Congo, em outubro de 2012; o jesuíta italiano Pe. Paolo Dall’Oglio, sequestrado na Síria em 2013; e o Pe. Alexis Prem Kumar, sequestrado a 2 de junho no Afeganistão.

Quanto aos leigos “comuns”, porém, aumenta a cada dia o número de quem paga com a vida a sua fidelidade ao Evangelho. Já são milhares os que, nestes últimos dois anos, caíram vítimas de grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico, sobretudo na África e na Ásia Menor.

«O Cardeal Orani Tempesta vive as mesmas realidades e experiências que seu rebanho». Foi o que destacou a nota da Arquidiocese do Rio de Janeiro divulgada na segunda-feira, dia 6 de julho, após o prelado ser assaltado na noite de domingo, pela segunda vez em menos de um ano.

Falando da possibilidade de os bandidos serem menores de idade,

Dom Orani afirmou que a redução da maioridade penal para casos como o roubo só serviria como “pós-graduação no crime”, e defendeu que os menores precisam de educação e apoio de suas famílias mais do que de prisões. E concluiu: «O que aconteceu comigo acontece com tanta gente. O fato de alguém ser cardeal arcebispo chama a atenção. Eu rezo para que esses jovens encontrem famílias e pessoas que os ajudem a mudar de vida e serem felizes».

Em setembro de 2014, Dom Orani passou por uma situação semelhante. Na época, ele seguia de carro com o motorista, o fotógrafo e um seminarista. Os assaltantes recolheram o anel, o cordão, o crucifixo, o celular do arcebispo, a mochila e o paletó do motorista, a batina do seminarista e todo o equipamento fotográfico. Um dos assaltantes (um menor de idade), o reconheceu e lhe pediu perdão... no que foi prontamente atendido por Dom Orani!

O papa Fran-cisco manteve um vibrante encontro com milhares de jo-vens em Assunção, pouco antes de en-cerrar uma intensa visita que também o levou ao Equador e à Bolívia. Depois de celebrar uma missa campal ante um milhão de peregrinos no complexo militar de Ñu Guazú, na periferia da capital, Francisco foi aclamado como uma estrela do rock por uma multidão de jovens em um ato às margens do rio Paraguai. “Necessitamos de jovens com esperança e fortes de espírito, não de jovens fracotes, que nem que sim, nem que não (indecisos). Não queremos jovens que se cansem rápido, e que estejam com a cara de enfado”, afirmou papa Fran-cisco.

Santa Maria Goretti era uma menina de 11 anos de idade quando sofreu uma tentativa de estupro, na Itália, em 1902. Esfaqueada com covardia por rejeitar o agressor, a quem ainda teve tempo de perdoar antes de falecer, a pequena grande mártir da castidade foi declarada santa em 1950. Os Estados Unidos terão a graça extraordinária de receber as relíquias de Santa Maria Goretti entre setembro e novembro deste ano, quando elas serão expostas em 30 dioceses de todo o país: e não apenas em igrejas, mas também em presídios, incluindo uma ala de condenados à morte. As relíquias da menina mártir da pureza e do perdão são conservadas dentro de uma réplica do seu corpo esculpida em cera e guardada em uma caixa de vidro.

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Opiniões que fazem opinião

Dom Walmor Oliveira de AzevedoArcebispo de Belo Horizonte - MG

Ecologia integraltivas que sustentam os herbívoros. Os carnívoros, por sua vez, se alimentam dos herbívoros e dão ori-gem a uma nova geração de vegetais, ao fornecerem significativos volumes de resíduos orgânicos.

O ser humano não pode perder-se nas irra-cionalidades que incentivam, de modo generaliza-do, o descarte. É preciso engajar-se nos processos educativos que promovem a ecologia integral, es-pecialmente as suas dimensões sociais e humanas. As condições de vida e a sobrevivência precisam ser mais adequadamente pensadas. Nessa direção, o meio ambiente exige que consideremos a natureza como algo que faz parte de nós, não uma simples moldura. Todos são convocados a pensar a íntima relação entre a crise ambiental e a crise social.

Por isso mesmo, quando se reflete, por exem-plo, sobre o estado de saúde de instituições da socie-dade, imediatamente há de se considerar o impacto que causam no ambiente e na qualidade de vida. É central, pois, falar de uma ecologia econômica, que não pode distanciar-se do humanismo, não permite o divórcio entre a economia e as análises dos con-textos humanos, familiares, urbanos, de trabalho, da relação do ser humano consigo mesmo e com os outros. Também é imprescindível promover uma ecologia social, quando se considera a responsabi-lidade das instituições que regulam as relações hu-manas.

No processo de enfrentamento da cultura do descarte, não se pode desconsiderar o crescen-te problema da violência, o comprometimento da liberdade e a prática perversa da injustiça. É muito grave a hegemonia da postura consumista do ser humano, impulsionada pelos mecanismos da eco-nomia globalizada. Lamentável também é a pobre-za legislativa de países que não conseguem forta-lecer as instituições responsáveis em promover o bem do povo. O que se vê é um sacrifício imposto, principalmente, aos mais pobres.

É urgente trabalhar para uma recuperação da interioridade, ameaçada pelo consumismo, pelo descarte que produz lixo, de modo ilimitado, ge-rando descompassos que arruínam as condições ne-cessárias para uma vida sustentável. A insanidade destes tempos precisa ser debelada a partir de investimentos e compro-missos com a compreensão e a práti-ca de uma ecologia integral.

O Papa Francisco, em sua Carta Encíclica “Louvado Sejas”, faz uma grande convocação: é hora de uma reação mais revolucionária e contundente à cultura do descarte. Para além de análises técnicas e científicas, é urgente sensibilizar-se para compreen-der o que está acontecendo - sublinha o Santo Padre - com a nossa casa, a Terra. Infelizmente, a dinâmi-ca hegemônica que preside as relações e, particular-mente, o uso dos bens da criação, é sustentada pela cultura do descarte. O Santo Padre adverte que a Terra - nossa casa - parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo.

Há uma aceleração descontrolada nos pro-cessos de mudança da humanidade e do planeta. A vida ganha ritmo cada vez mais frenético e, nesse contexto, o consumismo torna-se parâmetro que baliza funcionamentos. Na contramão de uma vida saudável, o que se constata é um crescente proces-so de degradação, impulsionado pela perversidade das ações humanas em nome do “progresso” e do “crescimento da economia”. Impõe-se um ritmo que é avassalador frente à dinâmica da evolução biológica.

Obviamente, não é o caso de se opor ao pro-gresso. O que se defende é a reavaliação de pers-pectivas e processos que não levam em conta o bem comum. Deve-se buscar, sempre, o desenvolvi-mento sustentável e integral. São fundamentais as ações que permitam à humanidade perceber, cada vez mais, que a cultura do descarte ameaça a vida. Neste sentido, a contribuição de cada pessoa é fun-damental. O Papa Francisco fala da necessidade de se tomar a dolorosa consciência diante das muitas e complexas questões que nos preocupam. Os con-gressos, protocolos, fóruns e outras instâncias que objetivam a preservação do planeta precisam efeti-var e operacionalizar com mais rapidez os seus pro-pósitos e compromissos.

A cultura do descarte tudo converte em lixo, na dinâmica do desarvorado consumismo, e só pode ser superada a partir de processos educativos que capacitam para a vivência de uma ecologia integral.

A própria natureza muito nos ensina. O Papa Fran-cisco chama a atenção para o funcionamento de ecossistemas, que mostra

a interdependência entre os seres vivos. Lembra

o Santo Padre que as plantas sintetizam substâncias nutri-

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Círculos Bíblicos

Acolhida: Preparar o altar com o crucificado, alguns recortes com figuras de pessoas em missão, e fazer uma calorosa recepção a to-dos, na chegada para o encontro.

Animador/a: Irmãs e irmãos es-tamos iniciando o mês de agos-to, que é dedicado às vocações. O tema do nosso encontro hoje é bastante sugestivo e relevante. Pois, quando falamos em Envio e Missão, devemos ter em mente que está implícita nesse contexto a nossa vocação. Cantemos o si-nal da cruz...

Canto: O Deus que me criou me quis, me consagrou para anun-ciar o seu amor! (2X)Eu sou como a chuva em terra seca. (2X) Pra saciar, fazer bro-tar, eu vivo pra amar e pra servir! (2X) É missão de todos nós, Deus chama, eu quero ouvir a sua voz! (2X)

ABRINDO OS OLHOS PARA VERLeitor/a 1: O Envio e a Missão, acontecem à medida que a pessoa procura conhecer Jesus Cristo, faz a experiência dele, na sua vida, e se coloca voluntariamente dispo-nível para anunciá-lo. Afirma o Apóstolo Pedro: “Cada um, segun-do o dom que recebeu, comunique-o aos outros, como bons administrado-res da multiforme graça de Deus”. (1Pdr 4, 10)

ORAÇÃO INICIALOração pelas vocações

Jesus, Mestre Divino, que cha-mastes os apóstolos a vos segui-rem, continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas fa-mílias, pelas nossas escolas e con-tinuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens. Dai coragem às pessoas convidadas. Dai for-

ça para que vos sejam fiéis como apóstolos leigos, como diáconos, padres e bispos, como religiosos e religiosas, para o bem do povo de deus e de toda a humanidade. Amém!

ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUSAnimador/a: Na reflexão de hoje, veremos como Jesus chama e en-via seus discípulos. Envia-os para uma missão que é: proclamar a Boa Nova, pregar a conversão e curar os enfermos. Não seria pregar uma nova doutrina, mas anunciar uma nova realidade, a manifestação do amor, que liber-ta e restaura a vida.

Canto: Como são belos os pés do mensageiro, que anuncia a Paz. Com são belos os pés do mensa-geiro, que anuncia o Senhor. Ele vive, Ele reina, Ele é Deus e Senhor. (2x)

Leitor/a 2: Proclamação do Evan-gelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6, 6b-13.

PARTILHANDO A PALAVRA a) Quais foram as recomendações de Jesus, ao enviar seus discípu-los para anunciar a Boa Nova? b) O que Jesus quer, quando pede aos discípulos para proclamar a Boa Nova, pregar a conversão e curar os enfermos.

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: A missão, é um encontro com a vida que se ma-

nifesta nas pessoas, seja frágil ou exuberante. Todo batizado deve anunciar Jesus Cristo e os valores que o Evangelho inspira, e denun-ciar o que é contrário à mensagem da Boa Nova do Reino de Deus.c) Como podemos evangelizar no nosso dia a dia, em nossa família, em nosso trabalho? No mundo onde vivemos?

Canto: Um dia escutei Teu chama-do, divino recado batendo no co-ração. Deixei deste mundo as pro-messas e fui bem depressa no rumo da tua mão.Tu és a razão da jornada, Tu és minha estrada, meu guia e meu fim. No grito que vem do meu povo te escuto de novo chaman-do por mim.

ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINALLeitor/a 3: Senhor, Jesus, Evan-gelho do Pai, que um dia rogaste: “Pai Nosso... venha a nós o vos-so Reino”. Dai-me um coração eclesial e missionário, que ame a vossa Igreja e que a exemplo dela, abra os espaços da caridade até os confins da terra.

Todos: Dai-me, Senhor um cora-ção Missionário!

Leitor/a 4: Que saiba ouvir o cla-mor do povo, em particular dos mais pobres, que clamam por tra-balho digno e salário justo, por comida, saúde e alegria, por terra e casa para morar, por justiça, paz e pão, por mais vida, esperança, por igualdade, carinho e amor.

Animador/a: Rezemos o Pai Nos-so por todos os vocacionados.Abençoe-nos o Deus cheio de mi-sericórdia: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Canto à escolha.

1º EncontroEnvio e Missão

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2º EncontroNova Lei, novo jeito de viver!

Círculos Bíblicos

Acolhida: Colocar sobre a mesa flores, vela, Bíblia e crucifixo.

Animador/a: Irmãos e irmãs em Cristo sejam todos bem vindos! Nosso encontro, hoje, nos leva a refletir sobre o quê, de fato, pode nos afastar de Deus e de sua gra-ça. Também a nós são dirigidas as palavras de Jesus, ditas aos fari-seus. Nelas Jesus condenava to-das as ações de aparência e todo fundamentalismo que, geralmen-te, é incoerente e não provoca na pessoa uma mudança de vida profunda, que brota do coração. Confiantes na presença da Trin-dade em nosso meio, iniciemos: Em nome do Pai...

Canto: Senhor, que entrará no santuário, pra te louvar? (2x)Quem tem as mãos limpas, o co-ração puro, quem não é vaidoso e sabe amar. (2x)

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Vivemos numa so-ciedade onde as pessoas estão, quase sempre, preocupadas com a realização pessoal a qualquer custo. Na busca desenfreada pela felicidade ocorre também a ba-nalização do pecado. Em contra partida, há também aqueles que veem pecado em tudo, vivem um aparente puritanismo ou pior ain-da, o íntimo do seu coração está impregnado de maus sentimen-tos, maus desejos e más intenções,

o que inevitavelmente conduz às más ações ou reações. Conforme define Santo Agostinho: “Pecado é uma palavra, um ato ou desejo contrários à Lei eterna”.

ORAÇÃO INICIALTodos: (Refrão cantado) Senhor, eu quero entrar no santuário pra te louvar. (2x)Oh! Dai-me mãos limpas e um coração puro, arranca a vaidade, ensina-me a amar. (2x)

Mulheres: Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a imensidão de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade.

Homens: Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me do meu pecado. Só contra Vós pequei, o que é mal fiz diante de Vós.Todos: Ó Meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De Vossa face não me rejeiteis e não me priveis de Vosso Santo Espírito.

ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUSAnimador/a: Quem não tem Deus no coração e não vive em sintonia com o anúncio de Jesus, pratica toda espécie de malda-de, que só agrada ao Maligno, o Príncipe deste mundo. Já quem trilha os caminhos de Jesus colhe os frutos de bondade, que brotam de um reto coração.

Canto de aclamação: Pela Pa-lavra de Deus, saberemos por onde andar. Ela é luz e verdade, precisamos acreditar.Cristo me chama, Ele é Pastor; sabe meu nome: fala, Senhor.

Leitor/a 1: Evangelho de Jesus Cristo segundo Mc (7,14-23)

PARTILHANDO A PALAVRAa) Ao contrário da Lei mosaica, que proibia certos tipos de ali-mento, Jesus ensina a tomarmos cuidado com a impureza do cora-ção. Por quê?b) Para praticar atos ilícitos, o ho-mem pensa, planeja, pondera e fi-nalmente os executa. Segundo Je-sus, todos esses pecados passam primeiro pelo coração! Comente.

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: Atualmente vemos tantos sofrimentos provocados por pessoas sem escrúpulos, com o coração cheio de maldades e que, externando o que de ruim trazem no interior, provocam dor e até a morte de tantos inocentes. Pensemos um instante nas pesso-as que sofrem e rezemos por elas. (Preces espontâneas)Todos: Senhor, escutai a nossa prece.

ASSUMINDO A PALAVRAc) Que gestos concretos posso fa-zer para purificar o meu interior, meu coração?

Canto: Senhor, já posso entrar no santuário pra te louvar. (2x) Teu sangue me lava, teu fogo me queima, o Espírito Santo inunda meu ser. (2x)

Animador/a: Rezemos juntos a oração pelas vocações que está no primeiro círculo bíblico deste mês.

BÊNÇÃO FINALAnimador/a: Peçamos a Nossa Senhora que nos auxilie na busca de um coração puro, justo e san-to. (Rezar uma dezena do terço). Abençoe-nos Deus misericordio-so: Pai, Filho e Espírito Santo.

Canto final: Uma entre todas foi a escolhida.

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3º EncontroO Evangelho não tem fronteiras

Círculos Bíblicos

Acolhida: Preparar o ambiente com a Palavra, vela e flores.

Animador/a: Amados irmãos, se-jam todos bem vindos. O Senhor nos reúne para nos revelar o seu amor e a sua misericórdia, através da sua Santa Palavra. Por isso ini-ciemos esse encontro, clamando a presença da Trindade Santa. Em nome do Pai... (pode ser cantado)

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Hoje vamos encon-trar Jesus, querendo descansar, tentando passar despercebido na-quela casa onde chegou. Pode até ser estranho, vemos sempre nos Evangelhos, um Jesus preocupa-do com a missão, em fazer o bem, anunciar o Reino. De repente O encontramos tentando se esconder, ficar retirado. Leitor/a 1: Mas ali aparece uma mulher, a nosso ver meio atrevida. Toda mãe torna-se atrevida, quan-do o assunto é defender seus filhos. E ela estava ali para pedir por sua filha, que estava atormentada por um espírito.

Leitor/a 2: Novamente vemos um Jesus irreconhecível, se negando a fazer um pequeno milagre, mais estranho ainda a resposta inespera-da de Jesus, para os padrões atuais, poderíamos classificar de discrimi-natória.

Todos: Senhor perdoa nossa in-capacidade de compreender o teu Amor, sobretudo quando não al-cançamos as graças que tão insis-tentemente pedimos.

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: Para que possamos compreender melhor a Palavra que o Senhor nos dirige hoje, fiquemos de pé e abrindo o coração, cante-

mos:

Canto: Toda Bíblia é comunicação, de um Deus Amor, de um Deus ir-mão...

Leitor 1: Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (7, 24-30)

Animador/a: Este Evangelho nos provoca profundamente, sobretu-do, em nossa inclinação de julgar e discriminar aqueles ou aquelas que não fazem parte do nosso grupi-nho. Que são diferentes e pensam diferente de nós. Um minuto de re-flexão silenciosa.

PARTILHANDO A PALAVRAAnimador/a: Vamos compartilhar agora um pouco dos nossos sen-timentos, a partir da reflexão que fizemos dessa leitura.

Leitor/a 1: Uma mulher sem nome e pagã, se atreve a incomodar Jesus em seu descanso. Mas essa mulher era mãe e como mãe se sente na obrigação de suplicar em favor de sua filha, que sofria de um espírito mau. Leitor/a 2: Essa mulher fala em mi-galhas e contentando-se com elas demonstra sua fé e mais ainda sua perseverança e insistência em al-cançar a cura para sua filha, afinal, a que situações uma mãe é capaz de se submeter, para alcançar o bem para seus filhos!

a) Qual foi o nosso primeiro senti-mento ao ouvir esta Palavra? O que mais nos chamou atenção?b) Colocando-nos no lugar dessa

mulher, qual seria nossa reação?

Canto: O Espírito de Deus repousa sobre mim e assim caminhando eu vou...

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: Irmãos, rezemos para que o nosso coração seja tocado pelo Espírito Santo e possamos nos deixar converter para uma maior vivência fraterna. Compartilhemos nossa oração rezando juntos a cada invocação espontânea: Senhor, que a tua Palavra produza em nós frutos de convivência fra-terna.

ASSUMINDO A PALAVRAAnimador/a: Graças ao Magistério da Igreja, a Palavra de Deus supe-ra todas as barreiras e não conhece fronteiras. Hoje Ela nos lança um desafio. Somos provocados pela in-sistência da mãe. Somos desafiados pela atitude de Jesus e convidados a perceber que o Senhor não se nega a atender um pedido e uma oração que brota do coração, por mais que tenhamos a impressão que Ele não nos ouve e não quer nos atender.

Leitor/a 1: Somos igualmente con-vidados a nos apropriar da graça da cura, que sempre está sendo oferecida por Jesus a todos nós. Fa-çamos nossas, as palavras daquela mãe aos pés de Jesus e rezemos.

Todos: Senhor visita a nossa casa, tem piedade da nossa família, cura as nossas doenças físicas e espi-rituais, expulsa das nossas vidas todo tipo de sentimento e espírito mau. Faz-nos irmãos e dá-nos a graça de lutarmos pelo bem de to-dos com o mesmo empenho e amor da mãe, que aceitando migalhas, insiste em alcançar a cura para sua filha. Amém

BÊNÇÃO FINALCanto Final e abraço da paz.

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Círculos Bíblicos

4º EncontroDa cegueira para a visão

Acolhida: Preparar a mesa com crucifixo, flores, velas, algumas vendas pretas.

Animador/a: Caros irmãos e irmãs sejam todos bem-vindos! No Evan-gelho Jesus disse: “Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, eu estou no meio deles”. Estamos, portanto, reunidos Em nome do Pai... (cantado).

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Acompanhando Je-sus em nossos círculos bíblicos vi-mos várias situações e episódios da vida de Jesus e as incompreensões dos discípulos. Hoje Jesus quer nos instruir sobre sua verdadeira mis-são, para que tenhamos clareza e possamos tomar uma posição mais decidida em seu seguimento.

Canto: Me chamaste para cami-nhar na vida contigo.

ORAÇÃO INICIALAnimador/a: Hoje somos convida-dos a meditar e partilhar o texto de Marcos que nos apresenta o encon-tro de Jesus com o cego de Betsai-da. Jesus quer abrir nossos olhos, iluminar nosso caminho, nossas vidas. Peçamos, cantando, que o Espírito Santo nos ilumine.

Canto: Vem Espírito Santo vem, vem iluminar (2 x).Tua Palavra vem, iluminar, a tua Igreja vem, iluminar. Nossa mis-são vem, iluminar. Nossas famílias vem, iluminar.Vem Espírito Santo vem, vem ilu-minar (2 x).Nossa paróquia vem, iluminar. Os nossos jovens vem, iluminar. To-dos doentes vem, iluminar, e todos nós vem, iluminar.Vem Espírito Santo vem, vem ilu-minar (2 x). ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUSAnimador/a: O texto nos mostra

Jesus que pega o cego pela mão, abre seus olhos e o ajuda a enxer-gar claramente.

Aclamação: Buscai primeiro o Rei-no de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado, Ale-luia, aleluia.

Leitor/a 1: Evangelho de Jesus Cris-to segundo Mc (8, 22-26)

Leitor/a 2: Notemos os gestos que Jesus faz: “pegou o cego pela mão”. É o gesto para levantar ou condu-zir alguém. É o que Jesus fará com seus discípulos, ou seja conduzi--los e instruí-los para que tenham uma reta compreensão de seus atos e de sua missão.

Leitor/a 1: “Levou-o para fora do po-voado”: quando Jesus quer dar ins-truções ou explicações especiais aos discípulos, Ele o faz em algum lugar à parte, longe da multidão.

Leitor/a 3: “Cuspiu nos olhos dele”: Jesus procura abrir os olhos dos discípulos, para que possam ver com clareza quem Ele é e o que implica o seu seguimento, a fim de levá-los à compreensão.

Animador/a: Jesus quer abrir nos-sos olhos, para que possamos se-gui-Lo, livre e conscientemente.

PARTILHANDO A PALAVRAa) Acompanhamos Jesus até ago-ra: compreendemos com clareza quem Ele é, qual é sua verdadeira missão. O que isso implica para

nós que queremos segui-Lo? b) Estamos ainda enxergando tudo confuso e embaçado como o cego?

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: No desejo de cami-nharmos no seguimento de Jesus Cristo, rezemos espontaneamente, particularmente para todas as vo-cações, pedindo a cada oração:

Todos: Senhor Jesus, ilumina nos-sas vidas.(preces)

Animador/a: Para encerrar este mês das vocações rezemos todos juntos a Oração Vocacional:Jesus, mestre divino, que chamas-tes os Apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelas nossas fa-mílias, pelas nossas escolas e con-tinuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens.Dai coragem às pessoas convida-das. Dai força para que vos sejam fiéis como apóstolos leigos, como diáconos, padres e bispos, como religiosos e religiosas, como mis-sionários e missionárias, para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade. Amém.

ASSUMINDO A PALAVRAc) Estamos dispostos a continuar e, juntamente com os discípulos, es-cutar o que Jesus nos tem a dizer? Queremos segui-Lo?

BÊNÇÃO FINALAnimador/a: Rezemos 1 Pai Nosso e 10 Ave Marias para todas as vo-cações.

Todos: Ó Pai, que continuas a cha-mar homens e mulheres para Te se-guir e anunciar o Reino de Deus e seu Amor, olhai com bondade nos-sos jovens, todos os seminaristas e vocacionados, para que possam perseverar no chamado e viver em plenitude e alegria sua vocação. Enviai o vosso Espírito e abenço-ai-nos, Pai, Filho e Espírito Santo.

Canto final: Quero dizer meu sim, como tu, Maria...

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Pergunte e Responderemos

Pe. Marcos Roberto P. da SilvaPároco da paróquia Santa Teresinha

Dourados

Os casados em segunda união podem receber a Eucaristia?

Envie sua pergunta para:[email protected]

Caro Antonio Carlos, muito obrigado pela oportuna pergunta! Espero esclarecer a sua dúvida e a de tantos outros leitores. Antes de tudo, preciso salientar que muitos são os casais que hoje vivem em segunda união: pessoas que foram casadas uma pri-meira vez na Igreja, separaram-se e uniram-se a ou-tra pessoa apenas no civil, uma vez que não podem mais casar-se na Igreja.

A Igreja nos oferece uma orientação objetiva acerca da situação dos casais em segunda união, que encontramos na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” de São João Paulo II. Ao mesmo tempo, é necessário esclarecer uma dúvida sobre o trato que a Igreja reserva para com os casais de segunda união. De fato, não raras vezes se ouvem comentários desse tipo: “Por que a Igreja exclui os casais que vivem em se-gunda união?”.

Como resposta a esta e a outras perguntas semelhantes, fique claro que a Igreja ama e acolhe estes filhos tanto quanto os demais. É o que afir-ma o Catecismo da Igreja Católica: “A respeito dos cristãos que vivem nesta situação, conservam a fé e desejam edu-car cristãmente seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar provas de uma solicitude atenta, a fim de não se considerarem separados da Igreja, pois, como batizados, podem e devem participar da vida da Igreja. Sejam exorta-dos a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o sacrifício da missa, a perseverar na oração, a dar sua contribuição às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espí-rito e as obras de penitência para assim implorar, dia a dia, a graça de Deus” (Nº 1652).

Se a Igreja orienta os seus filhos em segunda união a não participar da comunhão eucarística e do sacramento da reconciliação, o faz por fidelidade ao Evangelho: “Todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar o seu marido e desposar outro, também co-mete adultério” (Mc 10,11-12). Assim, não é possível reconhecer como válida uma nova união se o primei-ro casamento foi válido. A menos que o primeiro ca-samento tenha sido declarado nulo pelo competente Tribunal Eclesiástico, que toda Diocese deveria ter. Após um processo canônico, o Tribunal pode chegar à conclusão que determinado matrimônio foi inváli-do, ou seja, não aconteceu diante de Deus.

Dentro da perspectiva da vida sacramental e pastoral, a Igreja lembra que a pessoa que se sepa-

rou, pode continuar a receber os sacramentos da Confissão e da Eucaristia, se aceita viver numa vida de castidade. Quanto aos casais em segunda união, eles também poderão receber os sacramentos, se vi-verem em continência, como explica ainda São João Paulo II: “A reconciliação pelo sacramento da penitência, que abriria o caminho ao sacramento eucarístico, pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o si-nal da Aliança e da fidelidade a Cristo, estão sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimonio. Isto tem como consequência concreta que, quando o homem e a mulher, por motivos sérios quais, por exemplo, a educação dos fi-lhos, não se podem separar, assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges”.

O mesmo Papa acrescenta alguns esclareci-mentos sobre eventuais celebrações no caso de uma segunda união: “O respeito devido quer ao sacramento do matrimônio, quer aos próprios cônju-ges e aos seus familiares, quer ainda à comunidade dos fiéis, proíbe os pastores, por qualquer motivo ou pretexto mesmo pastoral, de fazer em favor dos divorcia-dos que contraem nova união, cerimô-nias de qualquer gênero. Estas dariam

a impressão de celebração de novas núpcias sacramentais válidas, e consequentemente induziriam em erro sobre a indissolubilidade do matrimonio contraído validamente”.

Apesar destas normas, que podem parecer duras e inflexíveis, deve-se ter sempre presente que essas pessoas continuam sendo membros da Igreja e filhas amadas de Deus. Ainda que não se lhes per-mita o acesso ao sacramento da Confissão e da Eu-caristia, elas podem viver a fé e fazer o bem de mil maneiras, como, por exemplo, inserindo-se nas pas-torais sociais. João Paulo II termina sua Exortação pedindo que a Igreja, através de seus pastores, “reze por esses casais, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança”.

Pergunta feita por Antonio Carlos Pereira Leite (Com. Santo Antonio, Culturama).

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A Diocese em Revista

As novas igrejas da Diocese(2001 - 2015)

Amambai

Santa Teresinha - Dourados

Maracaju

Laguna CarapãItamaraty

Aral Moreira Caarapó

Nova Alvorada do Sul

São Paulo Apóstolo - Dourados

Coronel Sapucaia

Rainha dos Apóstolos - Dourados

Nossa Senhora do Carmo - Dourados

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A Diocese em Revista

Coletas recebidas em 2015

Caarapó

PARÓQUIAS EVANGELIZAÇÃO TERRA SANTA SOLIDARIEDADE

Amambai 3.491,00 2.000,00 2.000,00Antônio João 645,00 262,50 945,00Aral Moreira 120,00 102,00 235,55Caarapó 2.000,00 2.000,00 3.000,00Coronel Sapucaia 152,00Deodápolis 1.155,00Douradina 796,05 239,00 1.512,06Dourados - Bom Jesus 1.965,40 1.412,50 5.195,55Dourados - Nossa Senhora Aparecida 710,00Dourados - Nossa Sra Auxiliadora / Indápolis 1.309,13 277,00 2.120,25Dourados - Nossa Senhora da Conceição 4.671,60 2.231,50 6.323,50Dourados - Nossa Senhora de Fátima 2.626,65 2.286,25 4.931,90Dourados - Nossa Senhora do Carmo 1.702,00Dourados - Rainha dos Apóstolos 1.000,00 700,00 2.400,85Dourados - Sagrado Coração de Jesus 1.840,10 1.516,85 3.225,57Dourados - Santa Teresinha 1.169,40 398,00 3.482,20Dourados - Santo André 1.731,95 1.313,30 2.978,35Dourados - Santo Elias 2.514,00Dourados - São Carlos 954,05 1.130,00 2.806,10Dourados - São Francisco 2.366,05 2.343,30 4.604,65Dourados - São João Batista 2.455,00 405,50 3.215,00Dourados - São José Operário 3.005,95 1.339,50 8.532,80Dourados - São Pedro / Vila São Pedro 732,00 417,30 1.321,95Fátima do Sul 790,00 2.187,00Glória de Dourados 1.803,20 528,00 1.498,50Itamaraty 1.768,00 250,00 2.024,00Itaporã 1.030,70 415,80 920,80Laguna Carapã 200,00 1.827,10Maracaju - Nossa Senhora Aparecida 5.666,30 2.786,20 11.943,70Maracaju - Nossa Senhora Auxiliadora 2.220,00 516,00 3.754,00Nova Alvorada do Sul 1.202,50 660,85 1.900,00Ponta Porã - Divino Espírito Santo 191,00 1.566,00Ponta Porã - São José 2.522,00 4.381,60Ponta Porã - São Vicente de Paulo 200,00Rio Brilhante 1.500,00 1.303,65 2.555,75Vicentina 674,00 450,00 520,00TOTAL 52.447,03 27.285,00 100.342,73

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Page 16: Revista Elo - Agosto/2015

Vida em família

A responsabilidade dos pais e da comunidade

Compreende-se, desde logo, a responsa-bilidade dos pais e da comunidade no trabalho de humanização da família humana. Nossas famílias só poderão ser santuários da vida, lugar da prática do amor, da caridade, lugar de educação para a vida salutar com o outro na sociedade, se os pais assumi-rem de coração seu papel de primeiros educadores. É todo o trabalho de moralização, de evangelização da vida da família que somos chamados a realizar para preparar a entrada no terceiro milênio.

A primeira tarefa nesta moralização, nesta evangelização compete aos pais. Para educar seus filhos para o amor, para a vida, para a prática da caridade e outras virtudes nobres da humanidade, à busca da paz, eles próprios devem começar a se amar verdadeiramente, a respeitar a vida, a praticar a caridade, a procurar a paz. Não se educa melhor que dando bons exemplos. O amor, os pais se quere-rem bem, inspira às crianças o sentimento de sereni-dade, os assegura sobre o caminho da vida e os dis-põe, mais tarde a viver e a trabalhar pacificamente com os outros. Ao contrário, as crianças que crescem na tensão familiar, levam consigo ressentimentos e frustrações que não os dispõem à coexistência pacífi-ca com os outros no futuro.

A moralização, a evangelização da família pas-sa portanto pela revalorização da família da qual o amor, a unidade e a indissolubilidade do casamen-to são a garantia de estabilidade. Muitas crianças no mundo são infelizes por causa da separação dos pais, outras vivem em famílias incompletas, como o afeto da mãe sem a autoridade do pai ou vice-versa, outras ainda vivem simplesmente na rua, porque não possuem família ou por terem sido rejeitadas, abandonadas pelos pais. Entre nós na maior parte das grandes cidades africanas proliferam vocábu-los para qualificar esta última categoria de crianças. Chamam-nas charlatães, pardais, pivetes, meninos de rua, etc. Mas que se fez a estas crianças para me-

recer tal sorte? A maneira como uma sociedade tra-ta suas crianças não demonstra somente que esta é capaz de compaixão e proteção humanitária, mas igualmente que ela tem um senso de justiça, que está engajada rumo ao futuro e deseja melhorar a condi-ção humana para as gerações vindouras[24].

Vê-se que a tarefa ultrapassa um tanto o nível somente dos pais. É à toda comunidade que cabe velar pela moralização e evangelização da vida fa-miliar. Da estabilidade de nossas famílias, faz-se ne-cessário repetir, depende o futuro da sociedade, a es-tabilidade da comunidade. Pertence à comunidade o dever de se mobilizar para exigir da autoridade pú-blica e do poder decisório, medidas adequadas para proteger a família contra os males que a corroem hoje; as imagens imorais e violentas da televisão, o tráfico das drogas e outros estupefacientes junto aos jovens, a brutalidade de certos pais, a falta de estabi-lidade das famílias devido ao divórcio, à poligamia sob suas diversas formas disfarçadas, à proliferação das uniões ditas livres etc.

Em matéria de educação das crianças e dos jovens, o papel atribuído à comunidade cresce cada vez mais. Pois nenhum pai pode pretender decidir por meio só do seu ideal sem contar com a ação con-jugada dos outros membros da comunidade ou das associações de bairro. Hoje as nossas crianças se mo-vem num vasto campo de relações. Seu futuro de-pende certamente da educação recebida na família, mas também daquela oferecida na Igreja ou na es-cola, das influências dos outros com quem se encon-tram na rua, no bairro, no local de férias etc. Torna--se particularmente exigente para os pais preservar suas crianças de atitudes imorais e assegurar que sua educação, em matéria de relações humanas e sua per-cepção do mundo, se faça de maneira apropriada, de acordo com sua idade ou sensibilidade e consoante à noção que adquiriram do bem e do mal[25]. Com-pete portanto à comunidade, a todas estas pequenas comunidades de escopo humano, como aquelas que chamamos entre nós Comunidade Eclesial Viva de Base, fazer um projeto educativo comum suscetível de preparar um futuro melhor para nossas crianças e jovens.

S.E.R. Card. Fréderic Etsou-Nzabi BamungwabiArcebispo de Kinshasa

Congresso Teológico-PastoralII Encontro Mundial do Papa com as Famílias

A família: dom e compromisso, esperança da humanidade - Rio de Janeiro, 1-3 de outubro de 1997

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Rádio Coração

Gilmar CurioniMembro do Conselho Curador

A ideia inicial da criação da Fundação Ter-ceiro Milênio (F.T.M.) aconteceu em 1995 através da iniciativa do saudoso Pe. Manoel Farinha Cos-ta, SMBN, pároco da paróquia São João Batista, no Jardim Água Boa, em Dourados. Homem transfor-mado pelo amor de Deus e visionário, foi conven-cido pelo Espirito Santo a evangelizar pelos meios de comunicação, por sentir no seu povo a influência negativa dos meios seculares, no seio das famílias.

Essa ideia foi amadurecendo e tornou-se rea-lidade no dia 17 de junho de 1997. Com as bênçãos de nosso querido dom Alberto Först, nascia a Fun-dação Terceiro Milenio (FTM). Padre e leigos apai-xonados pela igreja e um sonho de transformar o mundo em um lugar melhor para se viver. Foi as-sim que nasceu a FTM, em um mundo cheio de ar-madilhas, a palavra de Deus seria levada pelo ar: “O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos digo ao ouvido publicai-o de cima dos te-lhados”. (MT 10,27).

Sabíamos que a batalha seria árdua, o Brasil político daquele tempo, não era diferente do de hoje, permeado por corrupção e injustiças. Esse fato tirava de muitos a coragem de lutar, pois os meios de comunicação tinham um destino certo: as mãos de políticos. Mesmo com uma legislação que os proíbe de terem em seus nomes esses “meios”, sem-pre deram um “jeitinho”. O primeiro passo foi dado em parceria com a Rádio Clube de Dourados, surge no dia 16 de abril de 1999, a programação católica. Iniciamos das 16h às 24h e tempos depois até às 4h da manhã. Assim as promessas do Senhor come-çaram a se realizar, dando provas de que quando Deus quer utilizar um meio para acariciar e confor-

tare orientar seu povo encontra colaboradores que dizem SIM, e a graça acontece.

Em 2001, chegava à diocese do Coração de Je-sus, em Dourados/Ms, seu tão ilustre cidadão, dom Redovino Rizzardo. Oriundo das montanhas frias de Bento Gonçalves/ RS, trazia na boca o sabor das uvas de frutuosas vinhas gaúchas e fincava raízes em nossas terras. Foi com ele à frente da Diocese que nosso sonho, de ter uma rádio começou a vi-rar realidade. Ganhamos a concessão e a Rádio se chamaria Rádio Coração FM. Nasceu na pequena Itaporã, MS, Pedra Bonita, tão bonita e forte como a pedra em que fundamentou sua igreja. Com o nome escolhido por Dom Redovino, com sede em Itaporã, a Rádio Coração FM iniciou sua luta mercantil para a conquista dos recursos necessários para colocá-la no ar.

Para Tal feito, seriam necessários R$ 1,2 mi-lhão. Foram quatro anos de muito trabalho e envol-vimento de toda a sociedade. Deus quis precisar de seu povo e o povo deu a resposta, de forma gene-rosa e fiel. Assim, no dia 1º de setembro de 2005, entrava no ar, em caráter experimental,a 95,7 FM, que tem a FTM como mantenedora e o rebanho da diocese de Dourados como público alvo. Hoje a Rádio Coração 95,7 FM é uma reali-dade que cumpre com competência e amor o propósito daqueles que a idealizaram.

A Igreja em serviço

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Fatos em foco

Rio Brilhante, 21 de junho: Formação para Ministros atuantes na Forania de Rio Brilhante.

Loppiano, 7 de junho: Bruno Florindo recebe o Ministério de Leitor, conferido pelo bispo de Fiésole, Dom Mário Meini.

Douradina, 28 de Junho:

Crismas.

Amambai, 4 de junho: Ordenação diaconal de Matheus Clemente Se­lhorst.

Dourados, 21 de Junho: Crismas na paróquia São João Batista.

Laguna Carapã: Cáritas constrói

casa para família de cadeirante

Rio Brilhante, 27 de junho: Ordenação Diaconal de Mário Eduardo Araium Binote.

A paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, de Indápolis tem novo vigário paroquial: Pe. Amércio Rezende de Oliveira, SDB.

Nova Alvorada do Sul, 5 de julho:

Inauguração da nova igreja matriz.

Caarapó, 5 de julho: Encontro

do Cursilho.

Dourados, 12 de julho: Tomada de

posse do Frei Sílvio José dos

Santos, na Paróquia São

José Operário.

Douradenses na visita do Papa Francisco ao Paraguai.

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Datas Significativas

Agenda Diocesana

AniversariantesReligiosos/as Padres e Diáconos

Fique por dentro!

02 – Crismas em Vicentina07/09 – Cursilho de Homens, no IPAD08 – Repasse “Pastorais Sociais e Cáritas” para as lideran-

ças paroquiais da Forania de Fátima do Sul09 – Missa do bispo diocesano na Paróquia São Carlos,

pela abertura da Semana da Família10 – Encontro fraterno dos padres e diáconos na Chácara

São João Maria Vianney14/15 – Escola Catequética Diocesana, no IPAD 15/16 – Encontro Vocacional na Chácara São João Maria

Vianney15 – Missa do bispo diocesano na catedral pela passagem

do “Dia do Religioso e do Consagrado”16 – Crismas em Nova Alvorada do Sul – Formação para

Ministros atuantes na Forania de Fáti-ma do Sul

17/19 – Conselho Regional de Pastoral, em Campo Grande

19 – Reunião de organismos que atuam com a pastoral indigenista

21/23 – Cursilho de Mulheres, no IPAD23 – Crismas em Fátima do Sul28 – Páscoa dos Militares, na Catedral29 – Crismas em Rio Brilhante – Repasse “Pastorais Sociais

e Cáritas” para as lideranças paroquiais das duas Fo-ranias de Dourados

29/30 – Retiro das Equipes de Nossa Senhora, no IPAD

01 – Santo Afonso Maria de Ligório, Fundador dos Reden-toristas

02 – 18° Domingo do Tempo Comum – Vocação para o ministério ordenado: diáconos, padres e bispos.

04 – São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes06 – Transfiguração do Senhor09 – 19° Domingo do Tempo Comum – Vocação para a

vida em família (atenção especial aos pais)10 – São Lourenço, padroeiro dos diáconos permanentes11 – Santa Clara de Assis14 – São Maximiliano Maria Kolbe

16 – Assunção de Nossa Senhora – Vocação para a vida consagrada (religiosos e consagrados seculares)

22 – Nossa Senhora Rainha23 – 21° Domingo do Tempo Comum – Vocação para os

ministérios e serviços na comunidade24 – São Bartolomeu, Apóstolo27 – Santa Mônica28 – Santo Agostinho29 – Martírio de São João Batista30 – 22° Domingo do Tempo Comum – Dia Nacional do

Catequista

Nascimento02. Pe. Gregório Wuwur, svd03. Diác. José Morais de Almeida10. Pe. Tiago Ongirwalu, svd11. Pe. José Benito Gonzalez, sdb28. Pe. Jorge Dal Ben

Ordenação05. Pe. Aroldo Mendes dos Santos, svd09. Diác. Rogério Rosário10. Diác. Zenildo José da Silva 11. Pe. João Maria dos Santos, ofm14. Pe. Rubens José dos Santos15. Diác. Alceu de Aguiar Quadros15. Diác. Nilson Domingos15. Pe. Luiz Fernando dos Santos16. Pe. Marcos Roberto Pereira Silva16. Pe. Arildo Chaves Nantes17. Diác. Alberto Neves27. Pe. Alexsandro da Silva Lima28. Pe. Valdeci Aparecido Gaias29. Diác. Sidnei Tavares Lopes

Nascimento06. Ir. Filomena Maria Silva, Orionita08. Ir. Maria da Divina Pastora, ssvm14. Ir. Cleonice Maria Serva do Amor, fpss15. Ir. Ivani Bislin15. Ir. Maria E. do Nascimento, isj18. Ir. Salete Conte, ufcc20. Ir. Maria de Oliveira, iascj21. Ir. Clarice Romagna, iascj

Profissão Religiosa02. Ir. Maria Cláudia de Jesus Hóstia, ocs 02. Ir. Neusa Maria do Menino Jesus e São José, ocs15. Ir. Filomena Maria Silva, Orionita 16. Ir. Neide Luzia Mühlbauer, isna26. Ir. Cristina Souza Silva, sjs31. Ir. Neusabete Freitas, isj

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