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Revista doob

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Revista sobre música, internet e atitude

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editorial [ 03 ]

Depois de muito trabalho e dedicação, final-mente conseguimos concluir a edição de estréia da revista doob. Não medimos esforços para deixar a revista bonitinha, com matérias e textos feitos sob medidas para você.

Mas você deve estar com a revista na mão, se perguntando: O que é doob?

Sabe quando um amigo te fala de alguma ban-da pelo MSN e você já corre no Google atrás do site deles e acaba encontrando o Myspace, ouve o som, curte e acaba descobrindo que eles estão disponibi-lizando todo o álbum para baixar em MP3 direto do Blog oficial da banda e enquanto você baixa as mú-sicas você fica assistindo os clipes mais legais deles no You Tube? Se você sabe do que estamos falando você já é um pouco doob.

Ser doob é ficar ligado em tudo que está acon-tecendo ao seu redor, interconectado com tudo que há de novo, em constante evolução. Nosso compro-misso é deixar você sempre atualizado e bem infor-mado e para isso contaremos com um ajudante im-portantíssimo para nós: você!

Isso mesmo, você é que vai nos ajudar a deixar a revista com a sua cara, mandando criticas, sugestões de matérias, vídeos e sites bacanas, fotos de shows, crônicas, ilustrações. Quanto mais você interage com a revista, melhor ela fica. Contamos com você!

EduardO Lucas BEssadesigner

seja bem vindo ao

universo doob

Page 4: Revista doob

editorial [ 03 ]

speak up! [ 08 ]

doob news

headline [ 20 ]

entrevista [ 26 ]

reviews [ 18 ]

a gaLEra sOLta O vErBO!

Franz FErdinand usa instrumEntOs BizarrOs

[ 10 ]

doob hype [ 13 ]

cOnhEça as Bandas quE EstãO FazEndO BaruLhO na intErnEt

O sOm dançantE da dupLa mgmt

as histórias da Banda

papai ELEFantE

nOvO discO dO Oasis nãO

surprEEndE

sEja BEm vindO!

Page 5: Revista doob

[ 30 ] história

[ 32 ] doob live!

[ 36 ] doob online

[ 39 ] crônica

[ 40 ] atitude

[ 42 ] top8

[ 44 ] agenda

[ 46 ] doob art

50 anOs da rEvOLuçãOdOs BEatLEs

thE natiOnaL Faz shOw inEsquEcívEL

nO tim FEstivaL

vidEOs E sitEs quE EstãO BOmBandO

na intErnEt

cLichês dE um shOw dE rOck

aLtErnativO

as musas da música mOstram quE

viEram para Ficar

8 discOs quE FizEram história

nO rOck

prOgramE suaagEnda para Os

shOws da tEmpOrada

a Enigmáticacapa dO discO

X&Y dO cOLdpLaY

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[ 08 ] speak up!

speak up!O sEu canaL dirEtO cOm a dOOB. mandE O sEu rEcadO, EXprEssE suas idéias E dê sua OpiniãO!

Achei a reportagem de capa da edição passada, com o of Montreal, bem bacana. Só acho que vocês poderiam ter colocado mais informações sobre os outros discos e sobre os futuros projetos da banda, como shows e par-cerias. Acho o grupo muito legal - é uma das minhas bandas favoritas - e queria vê-los mais vezes aqui na revista. Se possível, gostaria de ler uma resenha sobre o novo álbum, o Skeletal Lamping .

daniEL OLivEira, 21 anOssãO pauLO - sp

Gosto da revista e curti bastante aquela matéria da edição retrasada com o Snow Patrol. Eles acabaram de lançar outro trabalho - não chega a ser como o Eyes Open, mas é legal. Acho que vocês deveriam fazer outra repor-tagem com eles e, se possível, conseguir uma entrevista com a banda sobre essa nova fase, falando sobre o que mudou depois da explosão de sucesso que eles tiveram com hits como “Open Your Eyes”.

tOmás vEndramini, 25 anOschapEcó - sc

Acho que a seção dedicada às resenhas de novos discos deveria ser ampliada, porque muitos lançamentos bons acabam ficando de fora - inclusive de DVDs, livros sobre música, álbuns de MP3, entre outros. Vocês de-veriam aumentar em umas cinco páginas essa parte da revista - que, confesso, é a primeira coisa que leio assim que tenho um novo exemplar em mãos.

ana cristina LOpEs andradE, 17 anOsriO dE janEirO - rj

Estou escrevendo para dizer que, na minha opinião, faltam matérias mais longas na revista. Que-ria textos maiores e mais densos, além de reporta-gens com mais páginas. Também sinto falta de um destaque maior para as bandas brasileiras de indie rock. Acho que temos uma grande cena alternativa por aqui - especialmente com os grupos do sul - e eles merecem atenção. Temos que valorizar nossa música, porque não é só o que vem de fora que é bom. A revista deveria incentivar esse movimento falando das bandas já consagradas (como Cachor-ro Grande, Bidê ou Balde e Moptop) e daquelas que ainda podem estourar e que estão batalhando pa-ra isso. Também gostaria de ver por aqui os grupos que ainda fazem sucesso só no “mundo indie”, como Faichecleres e Ecos Falsos.

maria EmanuELa garcia, 19 anOscampinas - sãO pauLO

Queria sugerir um especial de fim de ano. Vo-cês deveriam fazer um apanhado geral de tudo de legal - e de ruim também, como não pode deixar de ser - que rolou em 2008. Uma espécie de re-trospectiva que fale das novas bandas, fatos do mundo da música que marcaram o ano, melhores discos, revelações, retornos, decepções, etc. Acho que ficaria bem massa.

samanta paLsiski, 22 anOssantO andré - sp

Queria ver uma matéria sobre o Jeff Buckley aqui na revista. Gosto muito dele e acho que ele não é tão valorizado pela mídia. O trabalho lindo que ele fez enquanto estava vivo deveria ser me-lhor divulgado para mais gente ter o privilégio de conhecer a obra que ele deixou.

ana Lúcia mOntEirO paEs, 32 anOscuritiBa - pr

mande seu e-mail: [email protected]: 24886

deixe sua mensagem em nosso site: www.doob.com

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expediente

dirEçãO gEraL:Eduardo Lucas Bessa

[email protected]/dudsbessa

www.dudsign.com

rEdatOra chEFE:mariana mandelli

[email protected]/mari_m

FOtógraFa cOnvidada:natalie gunji

[email protected]

Projeto Experimental de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Desenho Industrial da Faculdade de Arqui-tetura, Artes e Comunicação (FAAC) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), para obtenção do bacharelado em Desenho

Industrial com habilitação em Programação Visual

OriEntadOr:prof. dr. cláudio roberto y goya

[email protected]

NoVEmbro, 2008

Todos os direitos reservados. Proibido a cópia parcial ou to-tal, distribuição, transmissão reprodução, edição, tradução,

reformatação ou publicação sem prévia autorização.

© 2008 - eduardo lucas bessa

imprEssãO:

www.avalondigital.com.br

apOiO:

www.lumierecitroen.com.br

speak up! [ 09 ]

Demais a matéria sobre as maiores bandas do planeta, na edição passada. Radiohead, Coldplay e U2 são realmente grupos gigantescos no mains-tream e que agradam muitos fãs da boa música - caso contrário, dificilmente teriam chegado a esse sucesso todo.

aLOísiO chavEs mEdEirOs, 26 anOsBauru - sp

Acho que a revista deveria dar dicas de ban-das brasileiras desconhecidas, dessas que ainda estão tentando um lugar ao sol. Seria bem legal dar essa chance para quem está começando e que precisa de motivação e divulgação.

cLara jacintO pErEs, 24 anOssãO pauLO - sp

Desenhos enviados pelo famoso ilustrador Bra-sileiro Will Murai. Confira mais do seu trabalho no seu site: www.willmurai.com

Envie seus desenhos, cartoons e ilustrações para: [email protected]

d-zine

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Por mArIANA mANDEllI

[ 10 ] doob news

Já o nome do disco foi escolhido quando as sessões de gravação já estavam praticamente fi-nalizadas. O título se deve à atmosfera do álbum, que é, segundo o próprio Kapranos, “noturna”.

A banda está há um ano debruçada sobre a produção do novo álbum. O recesso veio depois dos cansativos lançamentos e turnês dos dois pri-meiros discos do grupo, Franz Ferdinand (2004) e You Could Have It So Much Better (2005). Os es-coceses vêm tocando as novas composições há meses em “shows surpresa” em Glasgow. “Turn it on”, “Ulysses” e “Bite Hard” já foram conferidas ao vivo. O lançamento de To-night está previsto para o ano que vem.

doob newsFiquE pOr dEntrO das úLtimasnOvidadEs dO mundO da música

O tão esperado terceiro disco dos escoceses do Franz Ferdinand está saindo do forno. E vem tempe-rado com elementos, digamos, estranhos. Tonight, no-me do novo trabalho, conta com tantas experimenta-ções inovadoras na sonoridade da banda que até um instrumento feito de ossos humanos foi utilizado nas gravações. Alex Kapranos, vocalista e guitarrista, afir-mou em entrevista à MTV americana que a percussão da faixa “Katherine, Kiss Me” conta com esse tipo de contribuição bizarra.

Algumas canções do novo disco foram gravadas no porão do estúdio e utilizaram apenas um microfone para

captar a energia da banda ao vivo.

franz grava com instrumentos feitos de ossos humanos

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doob news [ 11 ]

novo disco do guns vai ser lançado em novembro

Parece que agora vai... depois de mais de 13 anos de espera, o Guns N’ Roses vai finalmente lançar o tão aguardado Chinese Democracy. De acordo com a Billboard, o álbum já tem até data marcada para ser lançado: 23 de novembro des-te ano, pela Best Buy. A data foi escolhida por ser próxima do dia de Ações de Graças, feriado nos Estados Unidos que é próximo do Natal. Uma curiosidade: a empresa norte-americana Dr. Pe-pper havia prometido dar uma lata de refrigeran-te a cada cidadão dos Estados Unidos se o disco fosse lançado ainda em 2008.

foo fighters de fériasDepois de anos sem sair das paradas de su-

cesso pelo mundo, Dave Grohl e seus companhei-ros de banda resolveram anunciar uma pausa sem data de retorno aos palcos. O vocalista disse ao semanário inglês New Musical Express que a banda nunca tirou férias e que esse será um pe-ríodo de hiato nas atividades do grupo. Ele tam-bém declarou que “já tocaram para muita gente e que foram tantas vezes à Inglaterra que podem ficar 10 anos sem voltar. As “últimas” apresenta-ções aconteceram nos dias 25 e 26 de setembro, em Las Vegas, e no dia 28 no Austin City Limits, no Texas, Estados Unidos.

red hot chili peppers param por um tempo

Mais uma banda de recesso: os norte-ame-ricanos do Red Hot Chili Peppers também re-solveram entrar hiato. Após saírem em turnê mundial para divulgar o último disco, Stadium Arcadium (2006), Anthony Kiedis e seus amigos declararam esgotamento emocional e físico. O baixista Flea disse ao Los Angeles Times que a banda precisa de um tempo longe de tudo pa-ra poder olhar para as coisas sob uma “nova perspectiva”. Para aproveitar o tempo livre, ele afirmou que se matriculou na University of Sou-thern California para estudar música.

the gossip cancela shows no brasil

A maldição de 2007 é perpetuada: antes mes-mo do início do evento, já tem gente cancelando shows. Depois da cantora Feist decidir, de última hora, não se apresentar na edição passada do TIm Festival, agora é a vez do The Gossip alegar que não poderá vir ao brasil devido a “um inesperado conflito de agendas”. os shows seriam nos dias 23 em São Paulo e 25 no rio de Janeiro. Klaxons e Neon Neon, as outras atrações da noite “Novas raves” em que a banda de beth Ditto se apresen-taria, estão confirmadas.

Quem já comprou o ingresso e quer desistir da apresentação tem duas opções. A primeira é pegar o dinheiro de volta no ponto de venda em que realizou a compra ou pela internet, caso te-nha adquirido o convite pelo site da Ticketmas-

ter. A data limite para a devolução do dinheiro é 21 de outubro. Já a segunda opção é para quem quer aproveitar a chance e tro-car o ingresso por outro show,

com exceção das apresentações no Auditório Ibirapuera e as de jazz

no rio. o procedimento come-ça a ser realizado no dia 13 de

outubro.

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doob hypecOnhEça as Bandas nOvas quE EstãO EstOurandO pELO mundO a FOra

TExTo: mArIANA mANDEllI

DESIGN: EDUArDo bESSA

doob hype [ 13 ]

Antes de lançarem o primeiro disco, a banda foi alçada a uma das maiores promessas deste ano. De-pois do lançamento de Partie Traumatic, grande parte da crítica resolveu malhar o álbum. Apesar das diver-gências de opinião, 2008 não pode passar sem você ter ouvido, pelo menos, “Hit The Heartbrakes”, “Listen To Your Body Tonight” e “I’m Not Gonna Teach Your Boyfriend How To Dance With You”. Riffs irresistíveis, vozes choradas, acordes desesperados e um ritmo in-crivelmente dançante.

BLACK KIDSPArTIe TrAuMATIC [2008]

www.blackkidsmusic.com

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[ 14 ] doob hype

Melodias belíssimas e arranjos delicados dominam o estilo do Fleet Foxes, definido como “baroque harmonic pop jams” pelos próprios in-tegrantes. O grupo, formado em Seattle, conta com robin Pecknold (vocal e guitarra), Casey Wescott (teclados), Skyler Skjelset (guitarra), Bryn Lumsden (baixo) e Nicholas Peterson (ba-teria) e com uma influência musical muito rica, que vai de Bob Dylan a Beach Boys, passando por Zombies, Neil Young, America, Seals & Crofts e pelos artistas da Motown.

O eP Sun Giant, muito bem recebido pela crítica e elogiado mundo afora, veio depois do convite do produtor Phil ek (o mesmo do The Shins, Modest Mouse e do Built to Spill) para trabalhar com com ele. O resultado desse tra-balho está registrado no eP e reverbera no de-but da banda.

O som do Fleet Foxes não é nenhuma no-vidade para quem gosta da banda de Jim James ou acompanha a carreira do Iron & Wine ou do Band of Horses, por exemplo, mas é um exercício de lirismo que faz bem a quem ouvir.

FLeeT FOXeS SuN GIANT eP [2008]

www.myspace.com/fleetfoxes

Page 15: Revista doob

doob hype [ 15 ]

Com um disco novo elogiadíssimo pela crí-tica especializada e sucesso entre os fãs de indie rock, os americanos do Annuals são uma das sen-sações de 2008. Diretamente da Carolina do Nor-te, Adam Baker (vocal), Kenny Florence (guitarra), Mike Robinson (baixo), Zach Oden (guitarra), An-na Spence (piano) e Nick Radford (bateria) fazem um som inspirado em Flaming Lips e na obra de Brian Wilson (ex-Beach Boys). Apesar das com-parações com Arcade Fire, Animal Collective, e Broken Social Scene, o Annuals tem uma carrei-ra sólida com discos e EPs de sucesso no mundo indie. O novo disco, Such Fun, acaba de ser lan-çado e promete fazer de faixas como “Confessor” e “Talking” hits.

ANNuALS SuCH FuN [2008]www.annualsmusic.com

Page 16: Revista doob

[ 16 ] doob hype

(teclados), Tyler Watkins (baixo) e Erik Kang (vio-lino) conseguem uma sonoridade chamber pop de uma beleza quase lírica. Animal! e Not Animal (2008), os dois novos discos do grupo (um tem a tracklist escolhida pela banda e o outro pela gra-vadora) já estão nas lojas.

MArGOT & THe NuCLeAr SO AND SO’SANIMAL & NOT ANIMAL [2008]www.margotandthenuclearsoandsos.com

Eles já são veteranos, mas pouca gente conhece essa banda que merece total atenção de quem gosta de indie pop e de folk. Vindo dos Estados Unidos, mais precisamente de Indianopolis, richard Edwards (vocal), Andy Fry (guitarra), Chris Fry (bateria), Hubert Glover (trompete), Casey Tennis (percussão), Emily Watkins

Page 17: Revista doob

doob hype [ 17 ]

Apesar do nome estranho, essa banda dina-marquesa é formada por Michael Møller, David Brunsgaard, Jakob Millung, e Casper Henning Hansen. Juntos desde 1993, eles já se chama-ram Concrete Puppet Frog e têm três discos lançados – Once upon a Time in the North (2003), You Can’t Say No Forever (2005) e The Art of Kissing Properly (2006). O quarto, We Had Faces Then, já está pronto e promete ser mais uma verdadeira aula de indie rock etéreo e hipnotizante, com texturas lânguidas e quase sonolentas, de uma beleza nórdica.

MOI CAPrICeSO’SWe HAD FACeS THeN [2008]www.moicaprice.com

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[ 18 ] reviews

reviewsEstE mês Está rEchEadO dE grandEs LançamEntOs.cOnFira Os principais discOs da tEmpOrada

dig out your souloasiswarnEr BrOs/ ELEktra/ atLantic

O oitavo disco de estúdio da banda que é o maior patrimônio do britpop é um exercício de psicodelia estranho. Longe do apelo pop que marcou os hits do começo da carreira e álbuns como o tão criticado Be Here Now (1997), o novo trabalho do Oasis cansa. So-noridade confusa, letras que deixam desejar e ares de jam session misturados a efeitos que enchem demais os ouvidos acabam incomodando e não permitem que a banda se mostre como verdadeiramente é. Mas, ape-sar dos defeitos, Oasis é Oasis e o britpop de riffs gran-diosos misturado ao vocal deliciosamente rouco dos irmãos Gallagher, em meio a muito Beatles, consegue, mesmo com dificuldades, conquistar os ouvidos dos fãs de rock. Preste atenção em “Ain’t Got Nothin’”, “Bag It Up” (o velho e bom Oasis de sempre), “Falling Down” (completamente inspirada em “Tomorrow Never Kno-

ws”, dos Bealtes) e na balada “I’m Outta Time”. Es-queça “Soldier On”, “The Nature of Reality” e “The Turning”. Em suma, Dig Out Your Soul poderia ser melhor. Não surpreende e está longe de figurar entre os melhores do ano, mas serve como pas-saporte para viajar nos acordes dos músicos mais ilustres do pop britânico.

off with their headskaiser chiefsB-uniquE/univErsaL mOtOwn

A obra-prima indie Employment (2005) e o fiasco do revoltante Yours Truly, Angry Mob (2007) ainda estavam guardados no coração dos fãs do Kaiser Chiefs quando a banda resolveu lançar o terceiro disco, Off With Their Heads. Mais baru-lhentos e mais pesados, os in-gleses de Leeds fizeram um ál-bum mala e sem graça, com faixas cantadas em co-ro, efeitos clichês e refrões que não pegam nem gri-pe. Os momentos mais insuportá-veis ficam por conta da falsamente pesada a la Muse “Spanish Metal”, efeitos farofas de “Like It Too Much” e “You Want History” e da falta de ori-ginalidade das batidas de “Addicted to Drugs”. Pe-los riffs bacaninhas de “Never Miss a Beat”, “Can’t Say What I Mean” (que lembra Libertines), “Good Days Bad Days” e “Half The Truth”, vale a pena dar uma chance para o álbum. Mas umazinha só, não mais que isso.

Por mArIANA mANDEllI

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reviews [ 19 ]

perfect symmetrykeaneisLand/ intErscOpE

Esqueça o Keane fofo de “This is the Last Ti-me” e “Crystal Ball”. O terceiro disco da banda vem dançante e mais pesado do que os acordes melódicos de Hopes and Fe-ars (2004) e Un-der the Iron Sea (2006). Tecla-dos, sintetizado-res e ambienta-ções eletrônicas de inspiração oitentista permeiam todo o álbum - “You Don’t See Me”, “Spiralling” e “Again & Again” são bons exemplos. Apesar da coragem, o álbum soa estranho e não funciona. Falta originalidade e rumos mais sólidos. Mas vale pelo esforço dos ingleses em sair do mundinho pop confortável em que estavam instalados.

ode to j. smithtravisrEd phOnE BOX

Depois de The Boy with No Name (2007), disco fraco e sem graça, o Travis lança seu sexto trabalho que soa completamente estranho se comparado à leveza e docilidade de The Man Who (1999) e The Invisible Band (2001). A banda escocesa quis arris-car um estilo menos pop e mais experimentalista e se deu mal. Ode To J. Smith se arrasta num in-terminável conjunto de faixas chatíssimas – como “Last Words”, “Quite Free” e “Get Up”. Vocal chora-

do, piano força-do, guitarras pe-sadas e melodias maçantes tor-nam insuportá-veis canções co-mo “Friends”, “J. Smith” e “Some-thing Anything”. Se antes havia dúvida de que Fran Healy quer

ser Thom Yorke, o novo trabalho prova que a có-pia é sempre (muito) inferior ao original. Um ver-dadeiro fiasco, artificial e vergonhoso.

marcelo camelo sousOnY/ Bmg

Os boatos sobre o esperado disco so-lo de Marcelo Came-lo davam conta de um álbum acústico, base-ado em cordas e com poucos efeitos – no estilo “um banqui-nho e um violão”. A expectativa foi con-firmada: Sou chegou às lojas de todo o Brasil trazendo canções com refe-rências de bossa nova e samba-canção. A verve MPB, inspirada em Chico Buarque, Dorival Caymmi e João Gilberto, aparece em composições doces e os arranjos delicados como “Mais Tarde”, “Tudo Passa” e “Liberda-de”. Mas o tesouro do disco é a balada “Janta”, cantada com Mallu Magalhães. O álbum inteiro, um exercício de lirismo e poesia, comprova: o Brasil já tem oficial-mente seu mais novo gênio da MPB.

only by the nightkings of leonrca

Como se bem sabe, a pressa é inimiga da per-feição. Só que, mesmo com a gana por não perder o sucesso, o Kings Of Leon conseguiu reverter a sabedoria popular. O medo de acabar longe dos ho-lofotes fez com que a banda adiantasse o lançamento do quar-to disco, Only By The Night e, mesmo com a rapidez, os america-nos conseguiram um resultado bem favorável. Mais atmosférico do que seu antecessor, Because of the Times (2007), e até mes-mo difícil se comparado a Youth & Young Manhood (2003) e Aha Shake Heartbreak (2005), o novo álbum se distancia da levada country pop que dominou os hits antigos e aposta em faixas musculosas, melancó-licas e de vocal desesperado. Do começo ao fim, Only By The Night dá prazer de ouvir. Os pontos fracos são “I Want You” e “Cold Desert”. Se quiser se apaixonar, ouça “Sex On Fire”, “Manhattan” e “Use Somebody” – uma das músicas do ano.

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[ 20 ] headline

O mundo indie dançou ao som da new rave e à luz dos bastões de neon em 2007 com Klaxons, SHITDISCO, Hadouken! e New Young Pony Club. O electro e seus subgê-neros também dominaram a cena, com expoentes como o nosso Cansei de Ser Sexy (CSS) e Hot Chip. Porém, o indie rock ainda não parou de dançar e o ano de 2008 comprov ou isso com o lan-çamento do elogiadíssimo Oracular

Spectacular, segundo álbum da du-pla MGMT, antes conhecida como

The Management. A banda surgiu no

bairro do Brooklin, Nova York, em 2002. Novatos na cena, logo revelaram no som influências de veteranos como os lú-dicos Flaming Lips, o camaleão da psico-delia David Bowie

e os riffs rock ‘n roll deliciosos

do Kinks.

sEguindO a triLha dO rOck dançantE, O mgmt BriLha E Lança um dOs

mELhOrEs discOs dE 2008 Por mArIANA mANDEllI

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headline [ 21 ]

Misturando o vintage com o indie, o dan-ce-punk, o synth pop e o electropop, o que surgiu foi uma música de raízes alternativas, acordes agressivos e melódicos, texturas at-mosférias e um uso abusivo de efeitos eletrô-nicos com batidas quase irresistíveis.

Mas essa fórmula de sucesso certeiro só ficou evidente mesmo em Oracular Spectacu-lar, já que o primeiro disco de Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden, os dois membros de MGMT, não fez muito su-cesso. O quase desconhe-cido Climbing to New Lows (2005) passou batido e a dupla só conseguiu se pro-jetar no universo indie com hits como “Kids” e “Time to Pretend”, do segundo tra-balho. Nesses seis anos da curta carreira, o MGMT foi dominando o mundo alternativo com sua psicodelia indie de genética retrô ao abrir os shows do of Montreal e radiohead,

além de terem participa-

do de festivais do porte de SXSW Music Festival, Coachella, Glastonbury 2008, roskilde Festival, T in the Park, Oxegen Festival, Lollapalooza, Osheaga Festival, Summersonic, reading and Leads Festi-val, Lowlands e Toronto Virgin Festival.

Para o futuro, o MGMT já tem planos que devem levar a dupla a vôos ainda mais altos. De acordo com o jornal The Guardian, o próximo disco da banda deve ser produzido pelo Chemical Bro-thers. A “amizade” entre os grupos começou quan-

do os ingleses ouviram Oracular Spectacular, adoraram e envia-ram um email para o MGMT. Para o semanário New Musical express, Andrew VanWyngar-den afirmou que o próximo ál-bum está sendo planejado para ser um verdadeiro “disco duplo

gigante”. A banda deve gravar um disco de mú-sica pop e outro mais psicodélico – mas nenhum dos dois deve ser muito dançante, como os fãs da banda estão acostumados. Segundo VanWyngar-den, o MGMT procura originalidade e quer fazer “algo diferente”:

Talvez o maior nome indie de 2008 – os elo-gios vieram de nomes como New Musical express, Q, Spin, Allmusic e rolling Stone –, os meninos do MGMT foram alçados a salvadores a cena al-ternativa da música. A dupla junta-se agora ao hall de The Polyphonic Spree, Boy Crisis, Natalie Portman’s Shaved Head, Friendly Fires e Secret Machines e coloca os fãs de indie rock para dançar nas pistas de dança mundo afora. Se você ainda não provou das batidas deliciosamente nostálgi-cas de “Kids” e companhia, não sabe o que está perdendo.

o maior nome indie de 2008

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[ 22 ] headline

OracuLar spEctacuLar [2007]FaiXa à FaiXa

1) “timE tO prEtEnd” (4:20) Um dos maiores hits do disco, tem letra triste

e ritmo viciante. Tem um ar de despretensão que cai por terra com toda a sofisticação

dos efeitos sonoros psicodélicos. É uma das melhores canções de 2008.

2) “wEEkEnd wars” (4:12)

Vocal forte, batidas leves e efeitos de-licados fazem a faixa.

3) “thE YOuth” (3:48)A mais climática do disco, chega a ser quase espa-cial de tão hipnótica. Refrãozinho chiclete e bons arranjos dão um ritmo de transe.

4) “ELEctric FEEL” (3:49) Um mix de indie pop com neo-psicodelia. Dan-çante e deliciosa, a faixa é o encontro do indie rock com Justin Timberlake e Michael Jackson. Irresistível.

5) “kids” (5:02) As melhores batidas do ano chegam em clima nostálgico e divertido. Impossível não ter vonta-de de pular enquanto o refrão “Control yourself/ Take only what you need from it/ A family of trees wanted to be haunted” (algo como “Controle-se/ Tire apenas o que você precisa dele/ Uma família de árvores querendo ser assombrada”) é cantado - ou quase chorado. Destaque para o solo de te-clado e efeitos eletrônicos na parte final da fai-xa. Triunfante.

6) “4th dimEnsiOnaL transitiOn” (3:58) Atmosférica e tensa, tem um ritmo arras-tado. Sintetizadores e efeitos eletrôni-cos misturam-se ao vocal duplo.

MGMTwww.whoismgmt.comwww.myspace.com/mgmt

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headline [ 23 ]

7) “piEcEs OF what” (2:43) Balada quase acústica baseada em um violão melancólico que traz referências óbvias de Vel-vet Underground.

8) “OF mOOns, Birds & mOnstErs” (4:46) Desde o primeiro riff é inevitável não perceber os anos 70 em uma roupagem indie com toques retrô. Com jeito de jam session e solos de guitarra, o MGMT encarna, do seu jeito, o mestre Jimi Hendrix.

9) “thE handshakE” (3:39) Começa delicada para desembocar, logo nos primei-ros segundos, numa hipnose eletrônica de batidas quase sensuais. Uma das melhores do disco.

10) “FuturE rEFLEctiOns” (4:00) De longe, a mais chatinha do álbum. Não evolui bem com o excesso de efeitos eletrônicos e com o vo-cal vagaroso e quase sonolento. Quando as batidas

entram já é tar-de demais. Dis-

pensável. mgmt decepciona em show no brasil

escalados para fechar a última noite da edição paulistana do TIM Festival 2008, o MG-MT fez um show monótono e quase tedioso, do qual só se salva o final, quando a dupla tocou “Time to Pretend” e “Kids”, levantando o pú-blico. Quem esperava um show dançante e de clima dance-punk com nuances psicodélicas, com certeza teve uma decepção com o ma-

rasmo falsamente hipnótico que os dois tentaram interpretar no palco. A banda

só tocou faixas de Oracular Spectacular (2007), como “Weekend Wars”, “The Youth”, “”electric Feel”, “Pieces of What”, “4th Dimensional Transition” e “Of Moons, Birds and Monsters”. Mesmo assim, a apresentação foi decepcionante e fechou o TIM 2008 de modo quase melancó-lico. uma pena.

Ben goldwasser no tim Festival

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a LumièrE citrOËn patrOcinOu EstE prOjEtO univErsitáriO.

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[ 26 ] entrevista

Eles se conheceram no primeiro ano da faculdade de engenharia elétrica, na Universidade Estadual Paulis-ta “Julio de Mesquita Filho” (UNESP), em Bauru. Quando Roberto Garcia Neto, 25 anos, conheceu Felipe Lucarelli Samaan, 24, eles não sabiam o que a amizade poderia render.

Roberto comprou um violão e arriscava algumas notas logo no primeiro ano do curso. Comprou também alguns discos – entre eles, Bloco do Eu Sozinho, o disco mais revolucionário dos Los Hermanos. E foi ali que ele sentiu vontade de fazer música. “Nunca quis se um gui-tar hero, mas aquilo eu poderia ser”, lembra. De 2002, quando descobriu o álbum, até hoje, a vida de Roberto foi mudando e, conseqüentemente, acabou se encon-trando com a música. Gravou um disco de covers (no gravador do Windows, no próprio computador) e distri-buiu para a família e amigos no Natal; viajou pela Euro-pa com seu violão e escreveu sua primeira letra “Maria Juliana” e, no retorno do intercâmbio, resolveu montar uma banda de vez. Felipe era um dos integrantes – os ensaios ocorriam na casa dele ou no conservatório em que Leonardo, o baterista “encontrado” por meio de um cartaz colocado por Roberto nas paredes da faculdade, dava aulas.

O nome da banda veio depois que um dos inte-grantes, Baby, saiu do grupo. “Ao comentar a saída do Baby, o Rodrigo [outro integrante] disse que ele parecia o papai elefante que vai embora morrer sozinho quando percebe que não é mais necessário. Pronto: o nome foi escolhido, em homenagem ao Baby”, conta Roberto.

Em 2005, vieram as primeiras gravações e novos integrantes. As influências musicais foram se fortale-cendo – o pop rock de U2, Strokes e Coldplay,reinava ao lado da MPB de Zé Ramalho e Zeca Baleiro. O primeiro show foi numa república de um amigo e a banda tocou poucas músicas, já que ainda não tinha um estilo definido – o setlist

bizarro foi de Offspring a “Chão de Giz”. Das ses-sões no estúdio – pagas por Roberto –, nasceram gravações que o grupo enviou para festivais, como “A tarada, a apaixonada e a que não queria nada” e “O Mocinho”. As canções foram aprovadas e o Pa-pai Elefante tocou no Festival de Ilha Solteira e em um evento da rádio bauruense 96 FM.

a Banda BauruEnsE papai ELEFantE Lança sEu primEirO discO cOm inFLuência dE Bandas cOmO LOs hErmanOs E mOstra quE tEm muita história para cOntarPor mArIANA mANDEllI

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entrevista [ 27 ]

A partir daí, a banda começou a produzir com mais sofisticação, pagando estúdios melhores e dedicando mais tempo à música. Mas as notícias não eram só boas: dois integrantes anunciaram que se mudariam de Bauru e Felipe foi trabalhar nos Estados Unidos. Enquanto isso, Roberto formou outra banda – a Soda Pop – e tocava em festas de república pela cidade. Com o retorno de Felipe e entrada de um novo baterista, o Papai Elefante se reuniu novamente e voltou a gravar. O resultado está rendendo frutos: “Me-dusa”, faixa do disco, está na programação da 94 FM, rádio baruense.

A seguir, uma entrevista com o vocalista Roberto sobre a promissora banda.

O primEirO Ep dE vOcês Está prOntO. cOmO FOi O prOcEssO dE gravaçãO?

As gravações terminaram em janeiro de 2008. O Felipe e eu já havíamos tirado algumas fotos em São Paulo com um designer amigo nosso que iria também fazer a arte do encarte. Mixei o trabalho no estúdio Mosh, em São Paulo, acertei os detalhes da prensagem e fiquei dependendo da arte. Depois de quatro meses, o de-signer sumiu do mapa e tive que pagar de novo pelo encarte – dessa vez para uma empresa de Bauru. Aí sim ficou tudo pronto. Neste ano, vamos para o Festival de Ilha Solteira de novo – “Medusa”, que está no disco, foi selecionada.

quais sãO as maiOrEs inFLuências da Banda?

A influência comum mais forte para o Felipe e eu é U2. No resto, nos diferenciamos um pouco. O Felipe vem de uma formação de rock padrão como Nirvana, Metallica, Pearl Jam, etc. Já eu sou fã da música pop. Beach Boys, Abba, Bee Ge-es, aquela onde a melodia te pega, te deixa com um sorriso no rosto, sabe? Os reis do pop no Brasil para mim são Lulu Santos e Guilherme Arantes. Também adoro a fase 70/80 do Roberto Carlos. Não importa o estilo, se a melodia me agra-da, eu gosto da música. Acho as melodias do Strokes incrí-veis, os refrões são sempre em acorde maior. Resumindo, gosto de me música que me faz sentir bem.

“anELisa” é inspirada Em quEm? “O mOcinhO” é autOBiOgráFica? dE OndE vEm a inspiraçãO para cOmpOr?

A músicas são sempre feitas por mim ou pelo Felipe. Quase nunca juntos. O arranjo é feito em conjunto. Compor desde o início com alguém é algo que eu não consigo. Bom, “Ane-lisa” foi escrita quando uma paixão fulminante

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[ 28 ] entrevista

me assolou. Eu conheci uma garota chamada Anelisa quando ela nos chamou para tocar na sua república. Eu a achei bonita, mas não me interessei. De repente ela me dá bola, me deixa recados no fotolog e eu me apaixono por ela. Trocamos e-mails, passamos horas no telefone. Levei-a para jantar e me declarei, mas ela disse que tinha saído de um relacionamento longo e não queria entrar em outro agora. Fiquei arrasado. Es-crevi essa música em uma hora, gravei no computa-dor e mandei para ela. Ela gostou mas não adiantou. Nunca mais a vi. Se eu tenho uma frustração na mi-nha vida, é essa.

Já “O Mocinho” não é baseada em nenhuma his-tória especial. É o caso padrão do menino que gosta da menina que não gosta do menino, situação que eu conheço bem. Ela foi feita numa época em que nós só tínhamos duas músicas próprias, uma minha e ou-tra do Rodrigo. Eram músicas pesadas, uma inclusive com um palavrão. E eu não me sentia a vontade com aquilo, queria uma música que uma criança pu-desse cantar, sem nada ofensivo ali. Daí para a donzela disputada pelo mocinho e pelo vilão foi um pulo.

quais as diFicuLdadEs quE uma Banda aLtErnativa EnFrEnta para sE Firmar nO cEnáriO musicaL BrasiLEirO?

O mercado em geral está competitivo de-mais, normalmente as pessoas não encontram muitas boas chances por aí. O Felipe está traba-lhando, espero que no início de 2009 eu esteja também. O que fazer quando eu tiver que esco-

lher pela música ou pela engenharia? Acho que todo mundo que tem uma banda passa por isso, escolher correr atrás do sonho ou do que é mais seguro. Claro que se eu tiver um contrato para as-sinar eu jogo a engenharia para o alto. Mas e se for de um selo pequeno? Compensa largar tudo para entrar no circuito de festivais, divulgação boca a boca, internet? Acho que essa é a maior dificul-dade das bandas independentes, seguir correndo atrás ou “cair na real”, ceder às pressões de família e sociedade para ser alguém. O mercado é esse, eu sigo em frente para ver no que dá.

cOmO músicO, O quE pEnsa dE BaiXar música pELa intErnEt dE graça?

Acho que a internet deveria funcionar como o rádio. Sempre ouvimos de graça as músicas por ele. Se quiséssemos guardá-las, era só usar fita cassete. Mas se quiséssemos nos aprofundar naquilo, com-právamos o disco. Acho que as músicas de trabalho deveriam estar disponíveis na rede e o álbum intei-ro seria exclusividade de quem comprasse. Seguin-do essa minha ideologia, nunca baixei um álbum completo na rede. Minto, baixei o do Camelo essa semana, mas porque ele disponibilizou o álbum to-do. E mais: o download, o cd pirata, o cd com “tro-centas” mp3, isso tudo banaliza a música. Quem ouve tudo o que baixa? Você acha que daqui a vinte anos as pessoas guardarão as mp3s e os CDs piratas com

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entrevista [ 29 ]

carinho, assim como guardam os vinis? Eu ainda compro CDs e a primeira audição é como assistir a um filme. O primeiro contato é especial. É por-que eu paguei por aquilo, dou valor. O que vem de graça não tem valor.

até agOra, quaL O mOmEntO quE vOcê cOnsidEra mais impOrtantE na carrEira dE vOcês?

Quando passamos no concurso da 96 FM e a nossa música tocou no rádio foi uma sensação in-crível. Mas acho que não tivemos momentos mui-to importantes. As repercussões da banda sempre foram locais. Já saímos várias vezes nos jornais de Bauru, sempre com fotos grandes, o que é ótimo para orgulhar parentes. Mas não passou disso. E por um simples motivo: nunca divulguei o material. O único CD do Papai Elefante que existia antes desse atual era um com algumas gravações antigas e eu me recusava a divulgá-lo porque não tinha qualida-de. Não queria queimar minha oportunidade – não acredito em segundas chances. Por isso dei meu sangue nesse CD. Vai ser nosso único tiro e, se não for no alvo, tocar será só um hobby. Porque passar por tudo isso

de novo, de gravar disco sem a ajuda de nin-

guém... não quero, obrigado.

vOcês já tOcaram Em dEzEnas dE FEstas dE rEpúBLica Em Bauru. cOmO vOcês sE sEntEm saBEndO quE vãO FazEr partE da mEmória dE quEm passOu pELa unEsp?

Isso me deixa feliz, de verdade. Eu me lembro de ver shows em festas de república e o som ser horrível, com os músicos errando na hora de tocar. Sempre me preocupei com a qualidade do nosso som. Não impor-ta que era numa sala, nossos equipamentos eram óti-mos. Chegávamos cedo, montávamos tudo e passáva-mos o som antes das festas. Ninguém da banda ficava bêbado, eu sempre fui exigente com todo mundo. E buscávamos coisas que as outras não tocassem. Em resumo, a emoção de tocar ali é incrível. Nunca senti num palco o que sentia nas festas. Ver uma sala de 3x5 metros com cinqüenta pessoas cantando e dançando e saber que é você quem está provocando aquilo é al-go fora do normal.

PAPAI eLeFANTePAPAI eLeFANTe [2008]

www.myspace.com/papaielefante

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[ 30 ] história

O ano de 2008 marca os 40 anos do lançamento do chamado “Álbum Branco” (ou The White Album), o disco de capa monocromática com um pequeno “The Beatles” marcado em relevo no canto inferior direito. Lançado no dia 22 de novembro de 1968, em meio ao momento efervescente que o mundo vivia nos âmbitos político, econômico e cultural, o disco duplo mudou o

curso da história da música e da carreira da melhor banda de

rock de todos os tempos.

Considerado o “início do fim”, o álbum branco deixava clara a desunião do grupo. É perfeitamente perceptível a fragmentação da banda no tracklist, resultado dos primeiros momentos de ruptura en-tre o grupo recém-chegado da temporada na Índia com o guru Maharishi Mahesh Yogi. Lá, compuse-ram a maioria das canções do novo disco, pensado para ser simples e direto, diferentemente de seu antecessor, o complexo e psicodélico Sgt Pepper’s.

a verdadeira

cOnsidEradO um dOs mELhOrEs discOs da história da música, O “áLBum BrancO” cOmpLEta quatrO décadas mais vivO dO quE nuncaPor mArIANA mANDEllI

revolução

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história [ 31 ]

Além de ser um marco histórico na histó-ria da música, outros mitos envolvem o álbum branco. Charles Manson, um dos assassinos mais famosos da história, envolvido no homicídio de Sharon Tate, atriz e esposa do diretor Roman Polanski, alegou que as músicas do álbum inci-tavam-no a praticar crimes. Acreditando ser a reencarnação de Jesus Cristo, ele e seus segui-dores (a “Família Manson”), cometeram chacinas e usavam o sangue das vítimas para escrever os nomes de músicas como “Piggies”, “Helter Skel-ter” e “Blackbird” na cena do crime.

Bizarrices à parte, o álbum branco representa os melhores momentos criativos de cada Beatle. Se a inspiração tem a ver com a jornada espiritu-al na Índia fica difícil saber. O que importa é que cada integrante estava na sua melhor forma.

John Lennon é o maior exemplo disso. Com o início de seu relaciona-mento com Yoko Ono, o músico pas-sava por um período de criatividade intensa e parceria com a amante – ela participa dos vocais de “The Con-tinuing Story Of Bungalow Bill” e de “Revolution 9”. Merecem destaque o lirismo de “Dear Prudence” (escrita para a irmã de Mia Farrow), “Julia” (dedicada à mãe de Lennon), “Cry Baby Cry” e “Good Night” (escrita para se filho Julian a cantada por Rin-go); a ironia e o bom humor de “Everybody’s Got Something to Hide Except Me and My Monkey”, “Sexy Sadie” e “Glass Onion” (sobre os fãs que enxergavam mensagens subliminares nas músi-cas do grupo); a sensualidade de “Happiness Is A Warm Gun”; a simplicidade de “I’m So Tired”; o blues-rock de “Yer Blues” e a música-símbolo da época, “Revolution 1”.

As participações de George Harrison estão em “Long, Long, Long”, “Piggies” (com sons de porcos como efeitos sonoros) e “Savoy Truffle” (inspirada por uma caixa de chocolates e teori-camente dedicada a Eric Clapton, grande apre-ciador de doces). Contudo, é “While My Guitar Gently Weeps” sua melhor contribuição, por ser melancólica e inspiradora e contar com a gui-tarra chorosa do amigo Clapton.

A maioria das canções de Paul no álbum branco foram compostas e gravadas somente por ele, sem a participação dos outros Beatles – com exceção de “Birthday”, uma das últimas colaborações entre ele e John; “Martha My Dear” (supostamente dedicada à sua sheepdog Martha) que teve George no contra-baixo e John na gui-

tarra; “Why Don’t We Do It In The Road?”, com Ringo, e “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, considerada uma das piores canções da história por uma revista. Reza a lenda que a faixa foi criada em uma aposta entre os Beatles para decidir quem compunha a música mais idiota, com a premissa de que qualquer coisa que eles cantassem faria sucesso.

Paul encontrou seu lado folk na belíssima “Black-bird” e, especialmente, em “Rocky Racoon”. As baladas românticas, marca da docilidade musical de McCar-tney, têm sua vez com “I Will”, composta para Linda Eastman (que veio a ser Linda McCartney), e com a bucólica “Mother Nature’s Song”. O rock ‘n roll mc-cartiano aparece em “Wild Honey Pie”, “Back in the U.S.S.R.” (resposta a “Back In The U.S.A.”, de Chuck Berry) e, especialmente, naquela que é considerada a primeira canção de heavy metal da história: “Helter

Skelter”. Barulhenta e pesada, a faixa inspirou músi-cos pelo mundo e ajudou a semear o futuro do rock pós-Beatles.

“Don’t Pass Me By”, a primeira composição solo de Ringo Starr gravada pela banda, acabou entrando para o tracklist, desbancando “Mean Mr. Mustard”, “Polythene Pam” (ambas lançadas no Abbey Road, em 1969), “Hey Jude”, “Revolution” (ambas lançadas em compacto) e outras canções que apareceriam anos mais tarde na carreira solo de cada ex-beatle.

Gostando ou não, é impossível ser indiferente ao peso que a obra-patrimônio de John, Paul, Ringo e George tiveram e ainda têm frente à produção cul-tural mundial. A inventividade e genialidade de cada um dos quatro cérebros que formavam a banda fazem do álbum branco uma obra essencialmente atemporal, que não se esgota no tempo nem no espaço. Se de-pender da projeção e da influência da obra dos Bea-tles, 1968 vai ser sempre o ano que não terminou...

THe BeATLeSWHITe ALBuM [2008]

www.thebeatles.com

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[ 32 ] doob live!

Dá para resumir o show do The National, na última noite do TIM Festival 2008, em São Paulo, no seguinte clichê: foi tudo aquilo que se espera-va. uma sonoridade de encher os ouvidos, melo-dias belíssimas, a voz incrível de Matt Berninger ressoando pela tenda armada no Parque do Ibira-puera e um setlist que combinava as canções mais lindas de Alligator (2005) e Boxer (2007) fizeram da apresentação da banda norte-americana um dos pontos mais altos do festival.

Sem atrasos, logo após o show de abertura da noite com os brasileiros do Cérebro eletrônico, Berninger e seus companheiros de banda abriram o show com a belíssima “Start a War” para, em se-guida, mandarem a dobradinha perfeita: “Brainy” e “Secret Meeting”, duas da melhores canções da banda.

O vigor multiinstrumentista da banda, que conta com metais (trompete e trombone) e vio-

lino, ficou evidente em toda a apresentação, mesmo nas melancólicas “Baby We’ll be Fi-

ne” e “Slow Show”. A triunfante e qua-se épica “Squalor Victoria” veio em

seguida e foi o ápice do impecá-vel show. Ainda deu tempo para “Abel”, “All the Wine” e “Apart-ment Story”. Os vibrantes hits “Mistaken For Strangers” e “Fake empire”, de Boxer, fo-ram recebidos com empol-gação pelo público que já estava entregue desde o primeiro acorde de “Start a War”. Apesar de não terem tocado “Karen”, o National encerrou a apresentação com as fantásticas “Mr. No-vember” e “About Today”.

tim FEstivaL, 25/10/08 parquE dO iBirapuEra - sp

doob live!cOnFira tudO quE rOLOu nOs

principais shOws da tEmpOrada

TExTo: mArIANA mANDEllI

FoToS: NATAlIE GUNJI

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doob live! [ 33 ]

skOL BEats, 27/09/08 anhEmBi - sp

A tão aguardada dupla francesa subiu ao palco um pouco depois das 23 horas. Logo, os amplifica-dores distribuídos junto à cruz luminosa, símbolo dos franceses, tornaram-se cenário dos maiores hits da música eletrônica de 2007. Gaspard Augé e Xavier de rosnay, que encerraram a turnê mundial com os shows no Brasil, levantaram milhares de pessoas com “Ge-nesis”, “DVNO”, “Stress”, “One Minute to Midnight” e “Never Be Alone”. O ápice, como não poderia deixar de ser, foi em “D.A.N.C.e”. Simpáticos - mas sem serem efusivos -, os dois pediam animação para o público e levantavam as mãos a cada faixa recebida aos pulos pela platéia. um show sem grandes supresas, mas que correspondeu às expectativas.

invasãO suEca, 23/09/08studiO sp - sp

um dos festivais mais bacanas do ano teve dois shows simpaticíssimos e deliciosos. O Shout Out Louds mandou seu indie rock esperto baseando o repertó-rio nos discos Howl Howl Gaff Gaff (2005) e Our Ill Wills (2007). “The Comeback”, “Please Please Please” e “Shut Your eyes” fizeram a noite. Já o trio ensan-decido Peter, Bjorn & John transformou o palco do Studio SP em uma filial de hospício indie. Performá-ticos e muito animados, eles mandaram “Amsterdam”, “Detects On My Affection” e, é claro, o hit supremo “Young Folks”.

OrLOFF FivE, 06/09/08via FunchaL - sp

Foi o ápice do festival. Talvez o show mais frenético que o Brasil já viu. Desde o momento que subiu ao palco, a banda foi insistentemen-te aclamada pelo público, respondendo à altura com seus riffs viciantes, bateria convulsiva e os berros de Pelle ao microfone nos refrões de “Hey Little World”, “Main Offender”, “Try It Again” e “A Little More For Little You”. Tentando o tempo todo falar português, Pelle soltou, entre pérolas bizarras, coisas como “tira o pé do chão” e “te amo, São Paulo”, emendando sua simpatia com hits como “Walk Idiot Walk”, “Diabolic Scheme”, “You Dress up For Armageddon” e “You Got It All Wrong”. Ainda sobrou tempo para “A.K.A I-D-I-O-T”, “A Thousand Answers”, “Won’t Be Long”, “Two-Timing Touch And Broken Bones” e “return The Favour”, em meio às danças de Pel-le, que corria de um lado para o outro do palco, e às caretas hilárias do guitarrista Nicholaus Ar-son (na verdade, Niklas Almqvist, irmão do vo-calista). O bis terminou de enlouquecer a pla-téia, que, em êxtase, pulou sem parar em“Bigger Hole To Fill”, “Hate To Say I Told You So” (uma das mais esperadas da noite) e a derradeira “Tick Tick Boom”. A loucura do Hives fechou o Orloff Five com, até agora, o show do ano.

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doob onlinecOnFira Os mELhOrEs cLipEs E shOws dO YOutuBE E tudO quE Está rOLandO dE nOvO na intErnEt

[ 36 ] doob online

FLEEt FOXEs - hE dOEsn’t knOw whYwww.youtube.com/watch?v=brZTvGIzeGg

O folk obscuro de uma das melhores bandas reve-ladas em 2008 é expresso nesse clipe bizarro por ima-gens que revelam um clima quase sagrado de presé-pio, por mais estranho que isso pareça. A banda toca e canta os belos versos “He Doesn’t Know Why”, single do debut Fleet Foxes, enquanto animais – como ca-bras, bodes e um cachorro – circulam entre os mem-bros. Vídeo estranhíssimo que vale mais pela música do que pelas cenas.

cOLdpLaY - LOvErs in japanwww.youtube.com/watch?v=e_exesnCA5Y

Na excelente seqüência de vídeos que a ban-da britânica vem lançando para promover o quar-to disco, Viva la Vida or Death and All His Friends (2008), o Coldplay lança um de seus melhores ví-deos. “Lovers in Japan” tem todos os membros do grupo escrevendo na tela com luzes e interagindo com televisores e outros aparelhos. Uma explosão de cores quase triunfante que combina com o vigor do novo single e com a grandiosidade musical dos arranjos do álbum.

kings OF LEOn - usE sOmEBOdYwww.youtube.com/watch?v=vMaxgguVS6Y

Segundo single do ótimo Only by the Night (2008), o mais novo clipe da banda-família Kin-gs Of Leon mescla, ao som de uma das melhores faixas do álbum, cenas de shows e performances ao vivo da banda norte-americana com imagens muito bem produzidas de bastidores. A atmosfe-ra melancólica fica por conta do tom choroso de Caleb Followill ao cantar os versos angustiantes de “Use Somebody”.

FEist - hOnEY hOnEYwww.youtube.com/watch?v=dN0A0ZSfnj4

A angústia na voz arranhada de Leslie Feist é expres-sa na história de um boneco que navega pelos oceanos e enfrenta a fúria dos mares – no melhor estilo “O Velho e o Mar”, obra-prima de Ernest Hemingway. O vídeo de “Honey Honey” é mais um dos ótimos clipes que Feist vem cole-cionando na mídia e, com eles, angariando sempre novos fãs – afinal, quem resiste a “I Feel it All” e “1234”?

Por mArIANA mANDEllI

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doob online [ 37 ]

kEanE - spiraLLingwww.youtube.com/watch?v=M-LZ7yH-JBM

Cores fosforescentes, robôs dançarinos e clima futurista dão um aspecto de Daft Punk cafona para esse novo clipe do Keane. As imagens de “Spiralling”, hit de Perfect Symmetry (2008) misturam neons, psi-codelia, new rave e disco dos anos 80. Alternando ce-nas escuras com tons luminosos, o vídeo traz poucas cenas de Tom Chaplin nos vocais – o destaque, quem diria, é para os robôs. Breguíssimo.

thE vErvE - rathEr BEwww.youtube.com/watch?v=Q1v1m4DhucY

Depois de “Love is Noise”, primeiro single que marcou o tão esperado retorno do Verve à cena do rock alternativo, a banda lança o vídeo de sua segunda faixa de trabalho. Com Richard Ashcroft de camisa preta aberta – quase um latin lover – passeando entre uma floresta num dia úmido e cinzento, “Rather Be” é bucólico e quase rural.

Oasis - thE shOck OF thE Lightning www.youtube.com/watch?v=87IQhui_Yy8

Velocidade, cor e psicodelia no melhor estilo Velvet Underground, para combinar com o clima do novo disco Dig Out Your Soul (2008), são os princi-pais elementos do clipe de “The Shock Of The Light-ning”. As imagens dos irmãos Gallagher são distor-cidas com tons carregados e efeitos especiais, o que resulta num casamento perfeito com a canção e com a alma desse novo trabalho do Oasis.

canaL nO YOutuBEparLOphOnEwww.youtube.com/parlophone

Aqui você encontra vídeos – novos e antigos – de algumas das melhores bandas do mundo da música. Tem playlists de Radiohead, Coldplay, Gorillaz, The Verve, Babyshambles e Blur. O canal da Parlophone tem material de quase todos os artistas que fazem parte da gravadora, que foi fundada na Alemanha nas primeiras décadas do século passado e hoje faz parte da EMI. Curiosidade: até os Beatles já gravaram com o selo.

spOOn – dOn’t YOu Evah (aO vivO)www.youtube.com/watch?v=dIgyZZkXxk4

Esse é para aquecer para o show do Spoon no Pla-neta Terra, festival que acontece em São Paulo no dia 8 de novembro. “Don’t You Evah“ é uma das melhores do último e elogiado disco da banda, Ga Ga Ga Ga Ga (2007). O vídeo foi gravado em uma apresentação na Warehou-se Live Houston, no estado norte-americano do Texas, no início de novembro de 2007, e mostra a força que a banda tem ao vivo.

vEja mais vidEOs Em nOssO canaL nO YOu tuBEwww.youtube.com.br/doob

cOmEntE E dê sugEstÕEs nO Fórum dO nOssO sitE

www.doob.com/forum

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BLip.Fm | what arE YOu ListEning tO?www.blip.fm

[ 38 ] doob online

Você acessa a página do Blip e encontra a se-guinte descrição: “Become a DJ and discover new music. Listen to a continuous stream of songs and DJ your own music station”. E é exatamente isso: o site é um microblog com músicas anexadas aos posts (chamados de “blips”). O usuário posta as músicas que está ouvindo junto com pequenos comentários sobre as faixas.

As canções do Blip.fm não estão hospedadas no site, o que evita eventuais problemas com as leis de direitos autorais. Ou seja, o Blip apenas toca mú-sicas que estão disponíveis na rede. Desse modo, o site acaba concentrando o maior acervo de músicas da web. Outra dica bacana: o Blip possui integração com o Twitter, Last.fm e outras redes sociais e sites colaborativos, o que facilita a comunicação entre todas as ferramentas.

miXwithttp://www.mixwit.com

Para os mais nostálgicos e que sentem saudade do tempo em que a diversão era pescar as músicas favoritas na rádio e gravá-las em uma fita cassete, a solução virtual chegou. O MixWit permite que você fa-ça quantas seleções quiser das suas canções favoritas – ou seja, com a ferramenta, você pode criar peque-nos widgets de listas de música para serem postados nas suas páginas pessoais no MySpace, Facebook e Blogger, entre outras redes sociais.

O design do widget é um detalhe importante: o formato é de fita cassete. Uma graça. E dá para per-sonalizar a capa com imagens especiais. É quase vi-ciante montar playlists e postá-las depois.

hYpE machinE www.hypem.com

O Hype Machine concentra uma grande variedade de blogs de mp3. Qualquer blog que tenha links para down-load de música nesse formato é automaticamente adicio-nado aos dados do site e publicado na home do site. De uma forma geral, a missão do Hype Machine é divulgar novas bandas - contribuindo, assim, para “hypar” grupos novos. Não dá para fazer download das faixas, mas o in-ternauta pode ouvir as músicas disponíveis e, portanto, ter uma espécie de “preview” das novidades. Se o ouvin-te curtir o que está ouvindo, rola deixar um comentário para a banda. Além disso, você pode explorar as rádios, blogs e listas de outros usuários do site. Apesar de não ser grátis, o Hype Machine serve como uma boa ferramenta para novas descobertas musicais.

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crônica [ 39 ]

todo show de indie rock é a mesma coisa, como um filme alternativo que se repete. são centenas e centenas de pares de all star pi-sando o chão grudento de cerveja e com bitu-cas de cigarro espalhadas por todos os cantos. sem contar o cheiro – ir a um show de rock é pedir para passar uma espécie de shampoo de nicotina nos cabelos, porque não há per-fume que resista ao cheiro fétido de cigarro que fica impregnado em cada fio.

a espera também é interminável. você pode ser muito fã da banda e chegar ao show horas antes para tentar garantir um lugar co-lado no palco. mas é burrice passar por tanto sofrimento e ficar condicionado às cir-cunstâncias climáticas (chu-va, sol, calor, frio e vento) e estruturais (lugar apertado, gente sem educação e trilha sonora, para dizer o mínimo) sendo que, com toda a cer-teza, assim que o guitarrista mandar o primeiro riff e você começar a pensar que todo o martírio da espera valeu a pe-na, vai surgir um espertinho atropelando você sem pedir li-cença. Bem mais alto, o infeliz vai parar na sua frente como uma enorme e truculenta girafa. a partir daí, pode esquecer: você não vai ver mais nada do show. com sorte, vai enxergar o pé do baixista ou o suporte do microfone do cantor. E você vai ficar lá, sem ver nada, todo amassado e espremido entre as pesso-as e a tal girafa, com sede, vontade de ir ao banheiro e cheirando o suor dos outros. nem pense em sair: é impossível avançar um passo no meio dessa multidão esmagadora.

se você é sossegado e chega depois – em cima da hora de começar o show – e curte fi-car mais ao fundo, também não está livre das irritações. quem fica nos lugares mais afasta-dos, corre o risco de levar uma garrafada de cerveja na cabeça – isso quando o tal reci-

os de um show de rock

piente não está cheio de xixi de algum sem noção que resolveu se aliviar sem ir ao banheiro. além disso, também há a chance de você ficar parado num lugar em que as pessoas usam de passagem. já reparou como é só você escolher um cantinho que o povo surge do além e começa a pedir licen-ça, esbarrando e derrubando cerveja? se bem que isso é fichinha perto daquela galera sem noção que resolve transformar a casa de show em uma pista de samba-rock e começa a dançar, pular e rebolar pelo chão, ocupando o pouco espaço que

ainda restava.a freqüência, então, educada

ou não, é padrão: quem não tiver all star – de preferência, das cores bege, preto ou aquele branco de couro – não entra ou, no mínimo, não é bem-vindo. as garotas têm, necessariamente, alguma peça de roupa ou acessório de bolinhas, xadrez ou listrado. O visual ainda deve conter uma calça skinny – aquelas coladas no corpo. quanto aos cabelos, quanto mais assimé-trico e curto for o corte, melhor. Ou clássico, porque as pin-ups e

as atrizes do cinema antigo são valorizadas com inspiração vintage e retrô. as tatuagens e pier-cings servem para as garotas e para os meninos também. no caso deles, camisa xadrez ou camiseta de banda, com calça skinny e tênis adidas são a pedida. uma jaqueta colorida também rola.

agora, o mais importante: a cara de blasé do público. aquele jeito de que não se diverte, sa-be? só que o disfarce se sustenta só até o show começar. quando a banda sobe no palco, as luzes são acesas e aquela música que marcou sua vida – seu mês ou seu dia – começa a tocar, o clichê do “tudo valeu a pena” começa a valer. não há nada que substitua a energia que a música trans-mite ao vivo. nem que para isso a gente tenha que chegar em casa de madrugada cheirando cigarro e melado de cerveja.

mariana mandELLi publica resenhas, cobre

shows e mantém um blog de cultura pop na revista online semanal “O Grito” www.revistaogrito.com.

com sorte, vai enxergar o pé do baixista ou o suporte do microfone do cantor

clichêsalternativo

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[ 40 ] atitude

No ano em que a rainha suprema do pop com-pleta meio século de vida, o mundo da música vê florescer os resultados de uma espécie de processo “feminista” que vem semeando a cena há décadas. um verdadeiro boom de cantoras vem provando que as sementes plantadas por Madonna duran-te seus 25 anos de carreira realmente mudaram o curso da história das celebridades musicais.

A reviravolta no planeta pop aconteceu quan-do Geri Halliwell, emma Bunton, Victoria Beckham, Melanie Brown e Melanie C surgiram, fazendo adolescentes do mundo inteiro dançarem ao som de “Wannabe” e “Say You Will Be There”. As Spi-ce Girls encerraram a carreira neste ano – ao que tudo indica, definitivamente.

Com a virada do século, a suposta igualdade de direitos entre os sexos, o respeito que as mu-

lheres vêm conquistando no mercado de trabalho e a consolidação da

era da imagem - reforçada pelas novas tecnologias

que consagraram a in-ternet e a onipresen-ça da mídia -, fizeram mais nomes femini-nos pipocarem e in-fluenciarem milhões de consumidores de música, ávidos pelas novidades da indús-tria cultural.

dELicadEza BucóLica E sOFisticaçãO indiE

A web trouxe acesso ao submundo da mú-sica: o indie rock, estilo alternativo difícil de conceituar que domina as cenas britânica e norte-americana. No universo underground, ninguém tira a coroa de rainha indie de Char-lyn Marshall, mais conhecida como Cat Power. Diva suprema da poesia musicada, devota de Bob Dylan e dona de uma voz naturalmente se-dutora, Chan tempera suas canções arrasado-ramente tristes com notas de blue e jazz, além de guitarras acústicas e pianos delicados – seus discos Moon Pix (1998) e The greatest (2006) são provas disso.

Com inspiração no indie rock, no folk e também no jazz, pode-se ainda citar nomes como os de Leslie Feist, Julie Doiron, Ida Maria, Casey Dienel (agora usando o nome de White Hinterland), regina Spektor, Joanna Newsom, Ane Brun, Keren Ann, Carina round, Coralie Clé-ment, esperanza Spalding, Carla Bruni, russian red (Lourdes Hernández), Laura Marling, Ma-rissa Nadler, Hanne Hukkelberg, emma Pollock, Mary Timony, Azure ray (Maria Taylor e Orenda Fink) e Au revoir Simone (erika Forster, Annie Hart e Heather D’Angelo), entre uma infinidade de mulheres que está abarcando o underground. Todos essas surgiram somente nos anos 2000, o que demonstra que Yael Naïm, Lisa Germa-no, Colleen (Cécile Schott), Charlotte Gains-bourg, Fiona Apple, Martha Wainwright, emi-liana Torrini, Ani DiFranco, Aimee Mann, Alanis Morissette e a própria Chan Marshall realmente abriram caminho nos anos 90 para as meninas alternativas firmarem-se na cena.

girl powergarOtas dOs mais diFErEntEs EstiLOs EstãO dOminandO O mundO música E dEiXandO Os hOmEns dE LadO na cOrrida pELO sucEssOPor mArIANA mANDEllI

do século xxl

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atitude [ 41 ]

vOzEirãO vintagE: O rEtrô E a mOtOwn na mOda

Amy Winehouse, apesar dos inúmeros es-cândalos, é, com toda a certeza o maior ícone dessa febre que o soul, a Motown e a sonoridade retrô vêm provocando na música pop. Back to Black (2006), seu disco confessional inteiramen-te escrito com a influência de porres homéricos e de um coração partido, pode ser considerado um dos álbuns da década.

Depois do estrondoso sucesso de Winehouse, tanto nas vendagens de discos quanto nas capas dos tablóides, começaram a surgir as primeiras “cópias” do vozeirão da cantora procurando um lugar ao sol. A galesa Aimee Anne Duffy, co-nhecida simplesmente como Duffy, e a inglesa já são as novas promessas do estilo.

dEsBOcadas E divErtidas Quando Lily Allen faturou 2007 com seu

elogiado Alright, Still (2006), que misturava rock, ska e reggae com letras debochadas sobre os homens, mal sabia ela que estava abrindo um nicho de mercado para cantoras amorosamente

rancorosas e com vontade de botar a boca no trombone. Kate Nash e

Kate Perry (dos hits “I Kissed a Girl” e “ur So Gay”) são

as novas representantes do gênero.

divas tupiniquins: as dOnas dO samBa

O Brasil também está no mapa das beldades que dominam o mundo da música – no caso, da chamada Música Popular Brasileira (MPB). Da era do rádio à bossa nova, passando pelo tropicalismo e pelo rock, há uma infinidade de vozes femininas que soaram pelas caixas de som de todo o país nas últimas dé-cadas.

Toda essa herança resultou no que vemos hoje. Há um verdadeiro domínio de mulheres naquilo que é chamado de “nova MPB”. Ana Carolina, Céu, Ma-riana Aydar, Vanessa da Mata, Cibelle, roberta Sá, Fernada Takai (do Pato Fu), Maria rita, Marina de La riva, Thalma de Freitas e Nina Becker (da Orquestra Im-perial) são apenas alguns exem-plos. No rock, o principal no-me é o de Pitty. e as próximas gerações estão garantidas: Mallu Magalhães e Stepha-nie Toth, ambas de 16 anos, já fazem sucesso na cena folk do país. Quem ainda duvida que as mulheres vie-ram para ficar?

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TExTo: mArIANA mANDEllI

DESIGN: EDUArDo bESSA

[ 42 ] top8

revolver - 1966thE BEatLEs

A verdadeira “revolution” dos Beatles começa aqui. Tido pelos amantes do rock como uma ode ao psi-codelismo e um dos maiores ícones de inovação musical de que se tem notícia, revolver conta com influências orientais com a cítara de “Lo-ve You To”, riffs saborosos de “Got to Get You into My Life”, poesia lírica de “eleanor rigby” e com a inigualável “Tomorrow Never Knows”. uma histórica aula de contracultura.

elvis presley - 1956ELvis prEsLEY

Na genética do rock, esse álbum seria o zigoto pri-mogênito do gênero. O controverso rebolado rock ‘n roll do rei é onde praticamente tudo começou. A estréia de elvis mescla blues, country e ro-ckabilly em preciosidades como “Blue Suede

Shoes”, “Tutti Frutti” e “Blue Moon”. Prepare seu topete e seu cadillac!

let it bleed - 1969rOLLing stOnEs uma afronta ao Let It Be (1970), dos eter-nos rivais Beatles, Let it Bleed é o melhor disco dos Stones – apesar de Sticky Fin-gers (1971) ser excelente também. Pouca mais de 46 minutos de puro rock ‘n roll com riffs irresistíveis. Não tem como não ter vontade de balançar a cabeça e ba-ter o pé em “Country Honk” e “Monkey Man” - muito menos de não se emocio-nar com a clássica “You Can’t Always Get What You Want”.

dark side of the moon - 1973

pink FLOYdum dos maiores discos conceituais da história da música e o ápice do rock progressivo, o álbum marca a mistura de blues rock com efeitos eletrônicos, casamento musical evidente nas faixas que falam sobre as pressões da vida mo-derna – como tempo, dinheiro, morte e guerra. “Breathe”, “Time” e “Money” são perfeitas nesse ponto.

para entender o

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top8 [ 43 ]

is this it? - 2001thE strOkEs

esse é o disco que define a pós-moderni-dade musical. A voz rouca de Julian Casa-blancas rasga os versos sobre amor, coti-diano, drogas e os conflitos angustiantes da geração do virtual e do efêmero. Não há como entender o indie rock contem-porâneo sem se apaixonar por “Some-day”, “Hard to explain” e, logicamente, “Last Nite”.

london calling - 1979thE cLashConsiderado por muitos críticos como o melhor disco de rock que já gravado, London Calling é a maior me-táfora do punk rock e da inventividade de uma banda. Parodiando a capa de elvis Presley (1956), o álbum reúne criatividade, vigor e atitude em uma verdadei-ra salada de influências musicais que formam o rock político do Clash. rockabilly, punk, ska, reggae e hard rock alternam-se em maiores ou menores doses em faixas como “Train in Vain”, “Lost in the Superma-rket” e “Brand New Cadillac”.

the queen is dead - 1986thE smithsO terceiro álbum do mito pop prova a mágica que acontecia quando Morrissey e Johnny Marr dividiam a mesma banda. As críticas à política inglesa ficam por conta de “Bigmouth Strikes Again”, dedicada à ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, e de “The Queen Is Dead”, que alfineta a rainha elizabeth II. Já a poesia rasgadamente triste sobra para as incríveis “The Boy with the Thorn in His Side” e “There Is a Light That Never Goes Out”.

definitely maybe - 1994

OasisMais conhecido como o melhor álbum de estréia de todos os tempos e também co-mo o debut de uma banda que vendeu mais rápido na história da Inglaterra, o disco foi um a unanimidade entre a crítica e os fãs de rock. Os irmãos Gallagher inauguraram o britpop e uma nova era no rock com canções praticamente perfeitas como “Supersonic” e “Live Forever”.

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[ 44 ] agenda

main stagE 01:30 – 02:45 - Kaiser Chiefs 23:45 - 01:00 - Bloc Party 22:00 - 23:15 – Offspring 20:30 – 21:30 – Jesus and Mary Chain 19:00 - 20:00 – Mallu Magalhães 17:30 - 18:30 - Vanguart indiE stagE 00:00 - 01:30 - Breeders 22:30 - 23:30 - Spoon 21:00 - 22:00 - Foals 19:30 - 20:30 - Animal Collective 18:00 - 19:00 - Curumin 16:30 – 17:30 - Brothers of Brasil dj stagE 01:00 – 03:00 – Felix da Housecat 23:30 – 01:00 – Calvin Harris (DJ set) 22:00 – 23:30 – Milo (DJ set) 20:30 – 22:00 – Mau Mau

agendanOvEmBrO Está rEchEadO dE grandEs shOws. prOgramE sua agEnda E nãO pErca!

festival planeta terraquandO: 08 de NovembroOndE: Villa dos Galpões, São Paulo

quantO: R$ 80 (1º lote) vEndas: Central Ticketmaster São Paulo: (11) 2846-6000 Demais localidades: 0300 789 6846 (custo de uma ligação local) – Segunda a Sábado. Pagamento so-mente através de cartão de crédito sitE: www.ticketmaster.com.br

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CONFIrA NOSSA AGeNDA COMPLeTA NO SITe DA DOOB:

www.doob.com/agenda

agenda [ 45 ]

cyndi lauper

quandO: 13 e 14 de Novembro OndE: Via Funchal - Rua Funchal, 65 - Vila Olímpia - São Paulo

quantO: de R$ 120,00 a R$ 250,00 vEndas: Bilheterias do Via Funchal sitE: www.viafunchal.com.br

marcelo camelo quandO: 14 e 15 de Novembro OndE: Citibank Hall - Avenida Jamaris, 213 - Moema - São Paulo

quantO: De r$ 50,00 a r$ 120,00 vEndas: Central Ticketmaster São Paulo: (11) 2846-6000 Demais localidades: 0300 789 6846 (custo de uma ligação local) – Segunda a Sábado. Pagamento somente através de cartão de crédito sitE: www.ticketmaster.com.br

madeleine peyrouxquandO: 04/12 OndE: Via Funchal – Rua Funchal, 65 – Vila Olímpia - São Paulo

quantO: De R$ 100,00 a R$ 400,00 vEndas: Bilheterias do Via Funchal sitE: www.viafunchal.com.br

maroon 5 quandO: 07 de NovembroOndE: HSBC Arena - Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro

quandO: 09/11 OndE: Via Funchal - Rua Funchal, 65 - Vila Olím-pia - São Paulo

quantO: De R$ 180 a R$ 300 vEndas: Bilheterias do Via Funchal e do HS-BC ArenasitE: www.viafunchal.com.br www.hsbcarena.com.br

kylie minoguequandO: 08 de NovembroOndE: Credicard Hall – Avenida das Nações Uni-das, 17955 – Vila Almeida – São Paulo

quantO: De r$ 80 a r$ 300 vEndas: Central Ticketmaster São Paulo: (11) 2846-6000 Demais localidades: 0300 789 6846 (custo de uma ligação local) – Segunda a Sábado. Pagamento so-mente através de cartão de crédito sitE: www.ticketmaster.com.br

r.e.m.quandO: 6 de NovembroOndE: Estádio São José - Porto Alegre

quandO: 8 de NovembroOndE: HSBC Arena - Av. Embaixador Abelardo Bue-no, 3401 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro

quandO: 10 e 11 de NovembroOndE: Via Funchal - Rua Funchal, 65 - Vila Olím-pia - São Paulo

quantO: De R$ 200 a R$ 500vEndas: Bilheterias do Via Funchal sitE: www.viafunchal.com.br

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[ 46 ] doob art

X&Y, o terceiro e tão criticado disco do Coldplay, tem uma das capas mais enigmáticas da década. O de-senho quadriculado e colorido que ocupa o centro da imagem é, na verdade, uma mensagem expressa em Có-digo Baudot (ou Código Telegráfico Universal Número 1), uma das primeiras ferramentas telegráficas do mun-do. Essa linguagem codificada foi criada em 1874 por Emile Baudot e era usada para comunicação terrestre e submarina. Em meados do século passado, entrou em desuso e foi substituída pelo Código Morse.

O encarte de X&Y vem com uma explicação na íntegra sobre a linguagem Baudot – uma espécie de

legenda que indica o significado de cada bloco geométrico e sua letra correspondente no alfa-beto, além de símbolos gráficos e elementos da pontuação. Assim, é possível desvendar o mistério da mensagem contida na capa – como era de se esperar, o desenho quer dizer “X&Y”. Um detalhe: atrás do encarte há outro código a ser decifrado. Usando a “legenda”, é possível saber que a ima-gem significa “make trade fair”, lema da campanha que propõe mudanças no comércio internacional com países em desenvolvimento. O movimento é apoiado por Chris Martin.

X&Y - cOLdpLaY [2005]dEsignEr: tappin gOFtOn

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