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HOMENAGEM AOS QUEFICARAM FORA DO ÁLBUM
DA COPA DO MUNDO
EDITORIAL
Julho começa com a expectativa da reta final da Copa do Mundo. Muitas
brincadeiras foram feitas com os jogadores e com as seleções. Por ocasião
da saída da Alemanha, na primeira fase, vi uma dessas 'brincadeiras' que
me chamou a atenção: “Bem feito para a Alemanha! Fica investindo em
educação, saúde e segurança e esquece do futebol! Aí dá nisso”. Qualquer
comentário seria como diz o ditado: “chover no molhado”. Mas esta edição
também entrou no ritmo da copa e encontrou um lado que pouco ou nada
foi assunto na mídia: por onde não circula o álbum de figurinhas da copa?
Leia na reportagem.
Trazemos outros assuntos como racismo e relativismo na Igreja, descarte
de pilhas e baterias, campanha do dízimo, entrevista com Pepenha,
catequese, Bíblia, Liturgia, as lições do Papa, o olhar de Arlindo Vilaschi
sobre a greve dos caminhoneiros, o pensamento de pe. Dauri sobre a
colonização das pessoas e muito mais.
Nossa torcida é para que eventos como a Copa do Mundo cheguem a
todas as classes sociais.
Boa leitura!
Maria da Luz Fernandes
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Editora
arquivitoria
Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela – Repórter: Andressa Mian / 0987-ES – Conselho Editorial:
Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Vander Silva, Lara Roberts – Colaboradores: Pe. Andherson Franklin,
Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi- Revisão de texto: Yolanda Therezinha
Bruzamolin – Publicidade e Propaganda: [email protected] – (27) 3198-0850 Fale com a revista
vitória: [email protected] – Projeto Gráfico e Editoração: Blend Criativo - Designer: Gustavo Belo -
Impressão: Gráfica e Editora GSA – (27)3232-1266.
IDEIAS 16Corpos Colonizados
E AGORA? O QUE VESTIR?
38
VIVERBEM
Fora do Álbum da CopaREPORTAGEM 05
33 ENTREVISTACom ‘‘Pepenha’’
41 ASPASOs ricos não deveriam usar o SUS
37 MUNDO LITÚRGICOLiturgia para a vida do mundo
43 ECONOMIAEquívoco central
45 PERGUNTE A QUEM SABE
46 ACONTECEFique por dentro do que esta rolando
23 ARQUIVO E MEMÓRIA
24 DIÁLOGOS
ATUALIDADE13
19 ESPIRITUALIDADE
10 FAZER BEM
27 CATEQUESE
28 CAMINHOS DA BÍBLIA
20 SUGESTÕES
31 LIÇÕES DE FRANCISCO
32 PENSAR
Respostas para dúvidas cotidianas
44 PAUTA LIVREO destino das pilhas e baterias usadas
REPORTAGEM
vitória | 05
É como se eu tivesse uma pipa que não voasse e
olhasse para o céu e visse uma outra pipa voan-
do bem longe de mim, que eu não conseguisse
pegar”. Foi assim que um menino do bairro Vila Nova
de Colares, na Serra, explicou ao Pe. José Carlos, páro-
co da Paróquia São José de Calazans, com ele se sentia
em relação ao álbum de figurinhas da Copa do Mundo
na Rússia 2018, algo que ele sabe que existe, que ele
tem vontade de ter, mas que está distante de sua reali-
dade.
A analogia do menino foi feita durante uma dinâmica
proposta pelo Pe. José Carlos com as crianças que fre-
quentam o Centro Social São José de Calazans e revela
que a realidade desta criança é igual a de tantas outras
cuja renda familiar, muitas vezes não chega a um salá-
rio mínimo.
O esforço das famílias inseridas neste contexto, é ten-
tar manter ao menos o básico dentro de casa, ou seja, a
alimentação. Sendo assim, é praticamente impossível
proporcionar aos filhos o objeto de desejo do momen-
to de toda criança, pois colecionar as figurinhas e com-
pletar o álbum da Copa do Mundo na Rússia, que tem
682 cromos, fica em torno de R$ 1.938,00.
O cálculo, baseado no método estatístico Monte Car-
lo, foi feito considerando a compra de todas as figuri-
nhas do álbum (a R$ 0,40 cada) e a média das figuri-
nhas repetidas que também seriam compradas. O cál-
culo não leva em conta a troca de cromos.
Desempregada e contanto apenas com o salário do
marido para manter as despesas da família que mora
no bairro Vale Encantado, em Vila Velha, Mariane da Sil-
va teve que dizer aos três filhos, 6, 8 e 11 anos, que não
tem como comprar o álbum.
“O salário dele é de R$1.500,00 e eu sempre falo para
FORA DO ÁLBUM DA COPA
“
Tem muitos craques no
álbum que eu já assisti
na televisão. Acho que
não vou completar o
álbum, pois são muitas
figurinhas e elas são
caras, mas é muito
legal colecionar
‘‘
06 | vitória
os meninos que quando der, ou
quando o valor dos pacotinhos
diminuir, a gente compra. Eles
pedem, falam que alguns colegui-
nhas têm, enfim, são crianças, mas
acabam entendendo nossa expli-
cação. Eu fico chateada e acho que
as figurinhas deveriam ser mais
baratas, acessíveis a todos, pois
qual é o menino que não gosta de
futebol? Muita criança fica de fora”,
lamentou.
A opinião de Mariane é a mesma
da empresária Verônica Rodrigues,
que avalia o valor da coleção
absurda e incompatível com a rea-
lidade social de muitas crianças.
Proprietária de uma empresa no
bairro Feu Rosa, na Serra, Verônica
explica que convive com realidades
opostas.
“Temos um bom padrão de vida e
meu filho estuda em escola parti-
cular. Na escola os meninos só
falam desse álbum, é uma febre.
Mas na catequese, em nossa paró-
quia, tem criança que nunca viu.
Não deixo meu filho levar o álbum
para a catequese, porque acho
dolorido para os que não têm con-
dições. Estaríamos colocando no
coração dessas crianças o desejo
por algo que sabemos que para
elas é inacessível”, observou.
Na comunidade de Jaburu, em
Vitória, a realidade das crianças
não é diferente, segundo o líder
comunitário Cosme Santos de
Jesus. No bairro, sequer existe ban-
ca de revista e o assunto copa do
mundo tem repercutido pouco na
região.
“A falta de perspectiva, a situa-
ção social e a desesperança em que
as pessoas se encontram refletem
em tudo, inclusive no esporte. Em
outros anos de copa, a gente via o
pessoal orgulhoso em vestir a cami-
sa verde amarela, em mostrar que
é brasileiro, mas este ano as pesso-
as falam pouco. As crianças se ani-
REPORTAGEM
vitória | 07
maram um pouco e até ajudaram a pintar o beco do
Centro comunitário e o muro do Cajun, mas as famílias
que têm um pouquinho de dinheiro estão preocupa-
das mesmo é em colocar o arroz e o feijão dentro de
casa”, disse.
O álbum de figurinhas da copa não é novidade entre
a garotada, como explica o treinador de futebol Cosme
Eduardo, que dá aulas para crianças de todas as clas-
ses sociais. Ele lembra que as edições antigas tinham
um valor acessível a todos e ainda ofereciam brindes
para quem as completasse.
“Agora o álbum é caro e os meninos mais humildes
ficam de fora, pois sabem que mesmo que consigam
ter o álbum não chegarão a completá-lo. Era algo que
deveria contribuir como um estímulo para o esporte
para as crianças de periferia, mas acaba ocorrendo o
contrário. Para eles é frustrante”, afirma.
Na avaliação do secretário de relacionamento insti-
tucional da Associação de Moradores de Cariacica,
Dauri Correia da Silva, o desestímulo no caso das cri-
anças carentes reflete em outros aspectos da vida
delas.
“Outro dia me deparei com dois meninos conversan-
do e um dizia que tinha o álbum e estava comprando as
figurinhas. O outro, bem mais humilde, afirmava que
não tinha, pois, os pais não tinham condições. O olhar
desse menino transmitia um sentimento de inferiori-
dade. Era como se ele tivesse assimilado que ele não
tinha direito de ter certas coisas. Isso é muito dolorido.
Como explicar para as crianças, que vivemos em um
mundo capitalista e que alguns podem e muitos não
podem. Até para um pai, explicar isso a um filho é mui-
to difícil. Aí vem sempre a desculpa de quando tiver-
mos dinheiro, eu compro. Mas esse dia nunca chega. O
álbum na verdade é só um exemplo das inúmeras coi-
sas que são negadas a estas crianças”, comentou.
Mas se existem muitos “nãos”, sempre tem alguém
para dizer “sim” e, com um gesto bacana, lembra a
todos que 'olhar para o outro' é importante e faz dife-
rença.
REPORTAGEM
08 | vitória
O professor e ex-jogador profis-
sional de futebol Matheus Luchi
Bernardes se comoveu com o fato
de algumas crianças carentes, que
ele treina em uma escolinha de
futebol, não terem condições de
adquirir o álbum e as figurinhas.
Matheus comprou alguns álbuns
e pacotinhos de figurinhas e pre-
senteou os meninos durante um
campeonato disputado fora de
Vitória.
“Eu queria que eles se sentissem
incluídos, assim como as outras cri-
anças que, por terem condições
estavam com o álbum. Quando eu
entreguei o álbum para esses meni-
nos, foi automático. Tanto os que
haviam recebido o presente como
as outras crianças que já tinham o
álbum começaram a pular de ale-
gria e a gritar: Vamos trocar! Eu sei
mento não é somente das crianças.
Adultos, adolescentes, jovens e ido-
sos vão para as praças e shoppings
da Grande Vitória trocar figurinhas.
A administradora Mariângela
Serrão, 62 anos, comprou o álbum
e afirma que o interesse vem desde
a época em que o filho era pequeno
e o estimulava a colecionar as figu-
rinhas.
“É divertido, mas também desen-
volve raciocínio e colabora para o
conhecimento. Agora que ele é
adulto, venho eu interagir com as
pessoas, conhecer gente nova e es-
timular minha mente”, comentou.
O estímulo para a Advogada
Josânia Pretto é ver os três filhos
de 9, 14 e 17 anos interagindo e se
ajudando. “Aqui em casa é um ál-
bum para os três e vejo que eles se
unem para tentar completá-lo”,
conta.
o quanto é importante estimular a
partilha, a amizade e a percepção
de enxergar o outro. Fiquei muito
feliz com a reação dos meninos”,
comemorou.
O estudante Adriel Fernandes
Nascimento, 12 anos, foi um dos
meninos que ganhou o álbum doa-
do por Matheus. O menino, que
mora em Viana, treina duas vezes
por semana no campo da Curva da
Jurema e acompanhado do pai, o
caldeiro Carlos César Nascimento,
revela um brilho no olhar ao falar
do presente. “Tem muitos craques
no álbum que eu já assisti na tele-
visão. Acho que não vou completar
o álbum, pois são muitas figuri-
nhas e elas são caras, mas é muito
legal colecionar”, afirma.
Adriel tem razão, colecionar é
contagiante, tanto que o envolvi-
REPORTAGEM
vitória | 09
Para a administradora Elaine Butter, além da inte-
ração das duas filhas e do envolvimento de toda a famí-
lia, o álbum da Copa a levou a uma reflexão.
“Moramos em uma região onde convivem pessoas
de vários níveis sociais. Eu vejo minhas filhas muito
alegres com a coleção, e vibro com a felicidade delas,
é claro. Mas, por outro lado, muitas crianças da vizi-
nhança não têm essa alegria. Parece algo tão simples,
mas a oportunidade de olharmos o entorno e perce-
bermos que existem outras realidades, acontecem o
tempo todo nas pequenas coisas do dia. O álbum, por
incrível que pareça, fez-me refletir sobre isto”, afirma.
Para o Pe. Adriano Francisco Souza, pároco da
Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Soteco, Vila
Velha, refletir sobre essas realidades é oportuno e lou-
vável, mas para ele, também é possível direcioná-la
para outra vertente; o fato de darmos valor para o que
realmente tem importância na vida.
“O álbum é um modismo, vai passar e é necessário
que os pais conscientizem seus filhos com relação a is-
to. Alguns aqui na paróquia vieram conversar comigo,
expondo que deixaram de comprar o pão para comprar
figurinhas, pois não queriam ver seus filhos ainda mais
rebeldes. A orientação que dou é que é necessário mos-
trar para as crianças o que é prioridade na vida; a ga-
rantia do direito à saúde, educação, alimentação e se-
gurança para todos. Precisamos ter acima de tudo, dis-
cernimento”, concluiu.
Andressa MianJornalista
FAZER BEM
10 | vitória
Em clima de copa do mundo, a lembrança do inédito
placar de 7x1 na copa de 2014, sempre vem à mente.
Iniciativa louvável da administração do estádio
Mineirão e o consulado da Alemanha no Brasil, irá
converter em dinheiro, partes da rede que serão
vendidas e entradas no museu em que a trave será
exposta. Toda renda arrecadada, com as vendas e
entradas, será revertida em doações para instituições
de caridade.
Um cliente, em um restaurante na Carolina do Sul, EUA, estava inco-
modado com um pedinte no local e chamou a polícia. Ao atender a
ocorrência, o policial sem fazer alarde, pagou uma refeição para o
pedinte. O ato foi filmado por uma das atendentes do restaurante e
comoveu muitas pessoas.
Um caso parecido ocorreu mês passado em um shopping em
Salvador, Bahia. A diferença foi o comportamento do segurança, que
tentou impedir uma criança carente de comer na praça de alimenta-
ção. A atitude do segurança provocou reação do rapaz que pagara a
comida e das pessoas presentes. O caso foi resolvido com a chegada
do gerente que permitiu a permanência da criança.
Os canudos de plásticos estão prestes
a sair do circuito da Cidade Maravilhosa.
A Câmara Municipal da cidade aprovou
um projeto de lei que proíbe a distribui-
ção de canudos plásticos em estabeleci-
mentos alimentícios.
A capital pode se tornar a primeira cida-
de a banir os canudinhos em quiosques,
bares e restaurantes. Como opção o pro-
jeto determina o uso de canudos feitos de
materiais biodegradáveis.
Diminuir a poluição provocada pelos
plásticos tem sido preocupação de algu-
mas celebridades. Por ocasião do dia
mundial do meio ambiente, celebrado
em 5 de junho, a modelo Gisele Bündchen
lançou uma campanha que pretende con-
vencer as pessoas a substituírem plásti-
cos por reutilizáveis. A campanha pede
que as pessoas marquem alguém que
amam, um amigo e uma empresa com a
hashtag #AcabeComApoluiçãoPlástica.
Redes sociais
influenciando para o bem
Fim dos canudinhos de
plástico no Rio de Janeiro
Motivo de decepção, torna-se orgulho
Atitudes diferentes para situações semelhantes
FAZER BEM
vitória | 11
Depois de 3 anos de doações de mudas,
moradores da região do Lago Norte,
Distrito Federal, voltam a ver a água minar
de uma nascente que estava completa-
mente seca na região. Com esse resultado
os moradores continuam fazendo doa-
ções de mudas e reflorestando a região.
Qualidade de vida para os ani-
maizinhos de quatro patas. Um ser-
vidor público de Goiânia, Goiás,
constrói e doa cadeiras de rodas
para animais com deficiência. As
cadeirinhas são feitas com tubos
de PVC e rodinhas de borracha.
Depois de custear sozinho várias
cadeiras, hoje André Gondim rece-
be ajuda de voluntários. A onda de
solidariedade se espalhou.
Carinho e sensibilidade também podem fazer parte
do trabalho. Um bombeiro norte-americano fez um
trabalho diferencial ao atender uma ocorrência. Ao
ver que crianças estavam envolvidas no acidente e
que o trabalho estava sob controle, foi acalmar uma
das crianças que estava muito nervosa. As imagens
viralizaram na web.
Cadeiras de rodas para
cães com deficiência
Mudas fazem água
voltar em nascente seca
Além do socorro
sensibilidade e atenção
Faculdade a 1 dólar por dia
Uma empresa norte americana está ajudando
funcionários a conseguirem o tão sonhado
diploma universitário. A empresa fechou parcerias
com universidades e subsidia o custo com mensa-
lidades, livros e taxas, onde o funcionário tem o
custo de apenas $1 por dia. Uma das vantagens, é
que os funcionários que deixarem de trabalhar
para a empresa não serão penalizados, poderão
continuar estudando com os mesmos benefícios.
ATUALIDADE
vitória | 13
EXISTE RACISMO NA IGREJA? COMO ELE SE MANIFESTA?
Há outra face do racismo poderíamos chamar de um
“racismo reverso”, quando o próprio sujeito se conven-
ce da inferioridade de sua raça em relação a outras. Dei-
xa-se de frequentar determinados lugares, fazer deter-
minadas coisas por convencimento de que não é lugar
ou condição para alguém da sua raça ocupar.
onsiderado do ponto de vista técnico, o racis-Cmo é definido como um substantivo masculi-
no que se resume em um conjunto de teorias
e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as ra-
ças, entre as etnias. Do ponto de vista prático um des-
serviço às relações sociais, muitas vezes hereditário
ou contagioso que como o vírus de uma gripe passa-se
despercebido, às vezes camuflados de brincadeiras,
jargões ou piadas justificadas com argumentos tipo:
“eu tenho vários amigos negros”, “a irmã da minha bi-
savó era casada com negro”. Isso para dar um exemplo
dos negros. O mesmo se faz com índios, asiáticos e
qualquer outra raça ou etnia que se difere do presta-
dor do desserviço.
Embora haja uma eterna negativa da existência de
racismo, camuflada sobre a ideologia da “democracia
racial”, casos são frequentes no dia a dia. Não muito ra-
ro estamos envoltos com notícias de práticas discrimi-
natórias referentes à cor ou raça de alguém e em mui-
tos casos praticados por pessoas tidas como esclareci-
das.
A externalização do preconceito racial acaba estan-
do em caminho bem estreito com a condição econô-
mica, social e intelectual de quem sofre o preconceito.
Certamente, em uma relação face a face, é muito mais
fácil diminuir o outro, por sua cor ou raça, quando es-
se se apresenta em condição econômica, intelectual
ou profissional “menor”. Isso porque não se trata sim-
plesmente da não aceitação da cor do outro, é tam-
bém uma luta de poder, um se impor sobre outro pura-
mente por acreditar que sua raça ocupa um lugar supe-
rior.
Meus irmãos, não tenteis conciliar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo glorioso com a acepção de pessoas. (Tg 2,1).
ATUALIDADE
14 | vitória
Dessa forma, o racismo tem uma via de mão dupla que
está impregnada no imaginário ou no inconsciente dos
sujeitos que, embora muitas vezes não verbalizem tal
compreensão, externalizam pela forma de olhar, abor-
dar ou se comportar em determinados ambientes.
Em artigo publicado na revista Carta Capital em no-
vembro de 2017, a jornalista e doutora em Ciências da
Comunicação e colaboradora do Conselho Mundial de
Igrejas, Magali do Nascimento Cunha, defende a des-
construção do conceito de raça para definir diferenças
regionais ou cor da pele de alguém. Segundo Magali, a
noção de raça, construída para justificar a desigualdade
e a exploração da África e da Ásia pelos europeus, foi
demolida com o desenvolvimento do Projeto do Geno-
ma Humano nos EUA no fim do século XX. Os resulta-
dos mostraram que as diferenças genéticas en-
tre negros e brancos não existem. Nesse sentido, o
conceito de raça pode ser aplicado a animais não ra-
cionais, mas não aos humanos. Entre homens e
mulheres, só há uma raça, a humana.
A mesma intuição inspirou os padres conciliares
durante o Vaticano II, quando na "Gaudium et spes"
ressaltaram que a igualdade fundamental entre
todos os homens deve ser cada vez mais reconheci-
da, uma vez que, dotados de alma racional e cria-
dos à imagem de Deus, todos têm a mesma natu-
reza e origem; todos remidos por Cristo têm a mes-
ma vocação e destino divino.
A compreensão dos padres conciliares é que os
homens não são todos iguais quanto à capacidade
física e forças intelectuais e morais, variadas e dife-
rentes em cada um. Mas deve superar-se e eliminar-
se, como contrária à vontade de Deus, qualquer for-
ma social ou cultural de discriminação, quanto aos
direitos fundamentais da pessoa, por razão do sexo,
raça, cor, condição social, língua ou religião.
Passados quase 55 anos do Concilio, ainda há
muito que fazer no intuito de consolidar tal compre-
ensão. Embora em muito superado, o racismo ainda
se manifesta de forma velada em todos os ambien-
O racismo na Igreja
existe, velado por trás de
brincadeiras, olhares ou
expressões verbais e
faciais que dizem e
machucam muito mais do
que se pode imaginar.
‘‘
tes, inclusive dentro dos meios eclesiais. Negar que
haja racismo na Igreja seria o mesmo que afirmar que
a Igreja não é formada por homens e mulheres,
embora tenha sua origem na vontade divina. O que
ocorre é que o ambiente eclesial acaba por forçar
práticas, olhares e comportamentos velados que
poderiam se revelar ainda mais escandalosos dado
o ambiente onde estão.
Na história não foram poucos homens e mulheres
impedidos de acesso à vida sacerdotal e religiosa
por sua cor ou raça. Não raro, notam-se olhares de
estranheza na assembleia, quando o padre que
adentra a igreja é negro. Porque a estranheza em
um país de maioria negra?
A “sutileza” do racismo, disfarçado de brincadeiras
ou piadas, está presente em todos os lugares, em
ATUALIDADE
vitória | 15
todas as rodas, inclusive nas rodas eclesiais. Ele
ocupa o imaginário que se for por brincadeira não tem
problema.
O racismo na Igreja existe, velado por atrás de brin-
cadeiras, olhares ou expressões verbais e faciais
que dizem e machucam muito mais do que se pode
imaginar.
Padre, capelão Militar da Marinha do Brasil, pós-graduado em Doutrina Social da Igreja e especialista em Cultura e Meios de Comunicação.
Adelson Soares da Silva
IDEIAS
16 | vitória
Uma luta por nossos corpos está estabelecida. Sim, eles são os
novos territórios a serem colonizados. Nessa luta de um lado
estamos nós, esse arranjo de energias, histórias, experiênci-
as, percepções, pensamentos, afetos, sensações que nos definem e
nos nomeiam como sujeitos, supostos governadores da própria vida.
Do outro estão os poderes que tomam nossas forças, disposições, de-
senvolturas, capacidades, habilidades e criatividades e que se asse-
nhoram cada vez mais de nossas existências. Nessa luta se saem ven-
cedoras as forças que comercializam tudo. Perdemos. Somos colônias.
Perdemos (mesmo que sejamos colônias extremamente valorizadas).
Já se foi o tempo em que colônias eram apenas aqueles territórios ao
sul do Equador a serviço das potências do norte. Agora colonizam os
nossos corpos. Não nos enganemos. E ao sermos assim disputados
como colônias, sem que nos demos conta, somos alienados do prazer e
do desfrute da própria vida. A vida em si é bem-estar e felicidade, mes-
mo e apesar de sua brevidade e de seus limites. A posse da própria vida
seria o substrato, a razão, a causa primeira da alegria, bem-estar e feli-
cidade. Mas somos impedidos de acessar da vida o que a vida é: vibra-
ção, satisfação, posse de si mesma. Para isso - entre outras estratégias
(é bom que estejamos atentos) - nos tiram o presente, nos impedem de
viver o presente, nos sobrecarregam de futuros que quase nunca che-
gam, ou nos fazem voltar ao passado como se nele estivessem as cau-
sas e entendimentos de tudo o que somos e vivemos. Prometendo um
futuro maravilhoso nos cegam para as possíveis maravilhas do agora.
Colocando no passado as chaves enigmáticas de quem somos nos
enganam ao nos fazer brincar de detetives para que descubramos as
CORPOS COLONIZADOS
IDEIAS
vitória | 17
origens dos traumas nas nossas relações edipianas
psicologizando nossos problemas e desviando-nos
do seu enfrentamento. Engodo. Embromação.
Manter-nos colônias.
Mas como colônia o corpo não é dispensado de
assumir sua depauperação, o ônus de sua explora-
ção. Não nos dispensam, nem nos aliviam de nossas
aflições. Antes, delas também se aproveitam, trans-
formando-as em demandas de novos consumos.
Medo, assombro, desencanto, estupor, paranóia,
dependências compõem a atmosfera, o chão, o
meio onde nossas vidas colonizadas são arremessa-
das. Lá abundam seus produtos à venda, caras recei-
tas de felicidade (ostentação), mágicas substâncias
e fórmulas solucionadoras dos mais variados pro-
blemas. Ilusões, ilusões e ilusões. Vendidas, distri-
buídas nos mais variados e atraentes envoltórios.
A pergunta que se pode levantar diante de tal consta-
tação é: onde poderemos referenciar nossas vidas,
onde jogar nossa âncora de modo a obter um mínimo
de condições e entendimentos para que nos levante-
mos contra esse processo de colonização de nossas
corpos/vidas? Como obter instrumentos que nos favo-
reçam nessa luta para reconquistarmos nosso corpo
como espaço e condição para sermos quem estamos
destinados a ser, humanos e desfrutadores da forças e
belezas da própria vida?
Se são poucas as estratégias seguras nessa luta de
libertação um substrato precisa estar sempre presente
nas mentes e corações, e precisa ser afirmado a cada
momento, em cada situação, fazendo de meras ativi-
dades cotidianas verdadeiros acontecimentos jubilo-
sos: a ligação (ou religação) autêntica, genuína,
vibrante com a vida.
Padre, psicólogo e Mestre em
Psicologia Institucional
Dauri Batisti
ESPIRITUALIDADE
vitória | 19
ESPIRITUALIDADE, MÍSTICA E MISSÃO: COMO CONCILIAR ORAÇÃO E VIDA.
sempre angustiante pensar es-
Ésa temática na vida diária e na
correria que a cerca. Para nós,
cristãos, não é fácil conciliar espirituali-
dade e vida! Em momentos diversos so-
mos tentados a nos deixar levar pela cor-
reria, isso faz com que relaxemos na di-
mensão espiritual, afetando assim dire-
tamente o nosso cotidiano.
Somos chamados a pautar nossa vida
tendo como alicerce a espiritualidade
cristã: fé, esperança e caridade, vividos
com gestos concretos e atitudes de
quem fez um verdadeiro encontro com
Jesus. Encontro que possibilita abstra-
irmos seus ensinamentos, que dão sen-
tido à nossa vida, levando-nos ao equi-
líbrio necessário.
Equilíbrio é a palavra que pode servir
de base para uma espiritualidade onde
fé e vida se encontrem e se complemen-
tem. Saber parar! Tirar tempo para o en-
contro com Deus e consigo! Sentir-se!
Tarefa difícil, mas necessária, porque
dela depende o nosso bem estar.
Esse equilíbrio deve ser buscado to-
dos os dias e deve se tornar um aprendi-
zado na vida de todos nós, uma escola
onde o Mestre nos eduque na vivência
da espiritualidade, da mística e da mis-
são como caminho que revelem o ver-
dadeiro sentido da vida de quem valori-
za e cuida, pois é precioso o nosso tem-
po e a nossa vida aos olhos de Deus!
A leitura orante da Bíblia, ou LECTIO DIVINA, é um alimento necessário
para sustentar nossa vida espiritual. É uma oração que pode ser feita de
foma individual ou em grupo. É a meditação da Palavra de Deus que
transforma as pessoas. Siga o passo a passo e mergulhe na oração com a
palavra de Deus:
Invoque o Espírito Santo abrindo o co-ração para que você possa acolher bem a Palavra de Deus;Leia um texto da Bíblia vagarosa-
mente, quantas vezes forem neces-sárias, procurando entender o que
está escrito. Tente descobrir: o ambi-ente – os personagens – os diálogos – as situações – as atitudes. Olhe pa-ra cada coisa e imagine como teria acontecido. Depois procure saber
qual a mensagem desse texto.
A meditação da Palavra
de Deus provoca a oração
pessoal. É hora de dialo-
gar com Deus. Ele apon-
tou o caminho, você
olhou para sua vida e, ago-
ra, é o momento de con-
versar com Ele. Pedir, agra-
decer, louvar ou simples-
mente contemplar.
1
3
Diante da Palavra de Deus,
que você percebeu no tex-
to, procure descobrir como
ela ilumina sua vida. A Pala-
vra de Deus indica onde de-
vemos chegar.
4
5Deixe seu coração silenciar diante
de Deus. O silêncio já é oração. Dei-
xe a Palavra de Deus penetrar seu
coração. Permita que a Palavra de
Deus transforme a sua vida e faça
um propósito como discípulo(a)
praticante da Palavra de Deus.
LER A SAGRADA ESCRITURA2
ORAÇÃO
O QUE É ?
CONFRONTAR A VIDACOM A PALAVRA DE DEUS
MEDITAR
CONTEMPLAR
6CONCLUIR
Conclua com uma
breve oração de
discípulo(a) orante.
Pároco da paróquia Santíssimo Sacramento
Paraju
Pe. João Marcelo dos Santos
TENARO ARUTIEL
‘‘Felizes os que
ouvem a Palavra
de Deus e a põem
em prática.’’
(Lc 11, 28)
SUGESTÕES
20 | vitória
DE BIKE É MAISDIVERTIDO
ndar de bicicleta pelas Aruas de Vitória aos domin-
gos e feriados é uma óti-
ma oportunidade para aliar a
diversão e o exercício físico ao pra-
zer de apreciar as belas paisagens
da cidade. Em família, o passeio
fica muito mais agradável e anima-
do, e as “novidades” que não são
vistas na correria do dia a dia, quan-
do nos deslocamos de ônibus ou
de carro, vão surgindo a cada peda-
lada.
Ao todo, Vitória possui 47 quilô-
metros de ciclovias e ciclofaixas, e
um passeio bem agradável pode
ter início no Tancredão e seguir
pela orla. Logo no início, o Porto de
Vitória é o que mais chama atenção
com os navios de um lado e mais à
frente o Penedo. A paisagem é um
convite para uma primeira parada
e com um pouco de paciência é pos-
sível ver alguns peixes “pulando”
nas águas da baía de Vitória.
Seguindo surge a Praça Getúlio
Vargas e um parquinho chama a
atenção dos pequenos. As árvores
da praça e seus cipós são uma atra-
ção a mais de brincadeira. Para
SUGESTÕES
vitória | 21
quem já estiver com sede, no canteiro central da
Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, em fren-
te a praça, tem um vendedor de água de coco.
Rumo à Terceira Ponte tem a Praça do Papa com
toda sua amplidão. Pertinho da entrada do Projeto
Tamar, outro parquinho para as crianças, que a esta
altura já estão com vontade de um picolé. Depois é
só seguir próximo à orla e descobrir alguns pontos
legais para tirar fotos e apreciar a natureza.
A ponte está logo à frente e a ciclovia passa por
debaixo dela. Mais umas pedaladas e outra parada
para apreciar a vista novamente. Desta vez em um
dos píeres localizados atrás do Shopping Vitória,
mas é necessário ir empurrando as bicicletas até à
ponta. Com sorte dá para ver tartarugas marinhas
passeando por ali.
Andressa MianJornalista
Quem tiver fôlego e quiser seguir em frente com a
garotada vai passar pela Curva da Jurema, Praça da
Ciência, Praça Dos Namorados, Ponte de Camburi e
seguir por toda a orla da Praia de Camburi. Na aveni -
da Dante Michelini, além da ciclovia, há espaço para
os ciclistas nas pistas próximas ao calçadão, que fi-
cam fechadas para quem quiser aproveitar o passeio
até o finalzinho da praia.
ARQUIVO E MEMÓRIA
vitória | 23
Desde 1992 a Arquidiocese de
Vitória organiza a Pastoral do Dízimo
e realiza a Campanha Arquidiocesana
do Dízimo. “A pastoral do dízimo é
um sinal profético de partilha num
mundo injusto”, essa frase de Dom
Luiz Mancilha Vilela, nosso Arcebispo,
motiva os animadores do dízimo em
nossas comunidades e paróquias e
revela a importância do seu trabalho
e atuação em nossa Arquidiocese.
Um dos primeiros materiais de
conscientização sobre o dízimo feitos
pela Arquidiocese de Vitória (1998)
Giovanna Valfré Coordenação do Cedoc
DIÁLOGOS
24 | vitória
É uma pergunta que surge dian-
te de muitas pessoas de bem nes-
te tempo de mudança de época ou
época de mudanças. Tenho obser-
vado que se confunde, muitas
vezes, uma atitude de respeito por
parte das autoridades da Igreja,
que não tem sido bem compreen-
dida. Por causa disso, parece a
muitos fiéis cristãos que o Código
de Direito Canônico, o Direito par-
ticular da Arquidiocese ou de uma
Diocese perderam o valor. Surge
assim uma espécie de vale tudo na
Igreja. Corremos o risco de um ver-
dadeiro mergulho no relativismo.
Parece que vale tudo. E assim
acha-se que a consciência é que
determina a regra da vida na soci-
edade e na Igreja. Esclareçamos: a
consciência bem formada é que
deve orientar nossas escolhas,
comportamentos e ações. A cons-
ciência mal formada coloca-nos
como donos da verdade, sendo
que a verdade nos ultrapassa. E
esta verdade, a Igreja tem a mis-
são de proclamá-la. Isto é grave,
muito grave.
Precisamos esclarecer este
engano que se vai avolumando
entre nós. Explico-me: quando o
Papa Francisco diz que respeita o
homossexual ou outras diversida-
des afins, ele o faz muito bem, por-
que todo o ser humano tem direito
ao respeito como ser humano e às
suas opções. Respeitar o próximo
é um dever de todos nós! Porém,
outra coisa é se ele aprova as
opções e atitudes das pessoas em
questão. Respeito faz parte do diá-
logo como também faz parte não
aprovar, não aceitar os argumen-
tos e atitudes de meu ou nosso
interlocutor.
Ora, na vida litúrgica da Igreja
como no seu ensinamento bíblico
e moral, existem as normas e ori-
entações que devem ser observa-
das por todos os fiéis clérigos e lei-
gos. As rubricas estão sujeitas a
mudanças, porém, o ensinamen-
to moral com fundamentação
bíblica e teológica exposta pelo
TUDO É RELATIVO?
DIÁLOGOS
vitória | 25
Arcebispo Metropolitano de Vitória
Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc.
Magistério da Igreja, clérigos e leigos somos obrigados
a acolher, a obedecer porque é de cunho Divino e não
meramente eclesiástico. O que for meramente ecle-
siástico está sujeito a mudanças, não por um simples
clérigo ou leigo, mas pela Santa Sé ou pelo Bispo
Diocesano.
Na vida da Igreja não vale tudo. Não há lugar para o
relativismo. A Igreja acolhe os filhos e filhas que estão
vivendo de uma maneira irregular. Respeita-os, mas
isto não significa que concorda e aprova suas escolhas.
Não os exclui, porém, estes filhos e estas filhas devem
ser coerentes com as escolhas que fizeram, escolhas
que contradizem e ferem o ensinamento do Magistério
da Igreja. Estas escolhas introduzem limites na Comu-
nhão Sacramental Eclesial, no Mistério Divino que nos
introduz no mistério de comunhão na Trindade Santa.
Neste contexto não se concebe qualquer ruptura por
parte da pessoa. Não se trata de exclusão por parte da
Igreja, mas a Igreja chora como Mãe aflita de coração e
mãos abertas para abraçar todas estas filhas e filhos
no Coração do Pai Misericordioso, desejosa da conver-
são humilde e obediente. Uma Mãe impotente, mas
que não perde a esperança e tem no coração a certeza
de que o Pai é surpreendente no Seu Amor Divino
Humano. Portanto, longe de nós o relativismo! Sempre
conosco o respeito a todos os seres humanos, no diálo-
go constante sem jamais ceder à Verdade!
Quem busca a Verdade tem a bênção de Deus!
CATEQUESE
vitória | 27
O CAMINHO DACATEQUESE
Doutor em Ciência da Religião
Edebrande Calalieri
este número da Revista NVitória continuamos a
Editoria “Catequese”
que pretende manter-se viva e sig-
nificativa por muito tempo no con-
texto desta publicação. Muitos hão
de pensar que estaremos reprodu-
zindo o que está descrito no Cate-
cismo da Igreja Católica. Não! Ele
também é fonte de inspiração, mas
não queremos nos ater simples-
mente neste documento. Ele é ape-
nas uma das fontes da catequese.
Outros hão de pensar que esta-
mos elaborando aulas para a pas-
toral catequética. Pode até servir
para esta finalidade, mas não é nos-
sa intenção seguir este caminho.
Por estarmos muito influenciados
pela ideia de escola, muitas vezes,
conduzimos nossos catequizandos
como alunos, semelhante a uma sa-
la de aula. Isso tem empobrecido o
significado profundo da catequese
na história da Igreja. Não é curso pa-
ra se alcançar determinado objeti-
vo como a recepção de um sacra-
mento e conquistar um diploma.
O caminho que queremos seguir
se refere à continuidade do anún-
cio de Jesus Cristo a fim de apro-
fundar e amadurecer a fé dos que
aderem a Ele em vista de sua inser-
ção na comunidade cristã.
Portanto, trata-se de uma educa-
ção da fé que deverá conduzir a um
novo momento da vida cristã, a
ação pastoral com os fiéis já inicia-
dos na fé numa espécie de forma-
ção continuada.
Portanto, a catequese tem início
com o Anúncio de Jesus Cristo e se
prolonga para a vida toda. Ela não
se destina apenas para crianças,
adolescentes e jovens. A ação pas-
toral está intimamente unida à
catequese. Um agente de pastoral
que se acha sem necessidade de
catequese é um desastre na comu-
nidade cristã. Seu trabalho carece
totalmente do ardor missionário.
Esta pessoa se basta por si mesma.
Educar na fé é a tarefa funda-
mental dos pastores da Igreja: Bis-
pos e Padres. O Papa Francisco pro-
fere toda quarta-feira na Audiência
Geral na Praça São Pedro os ciclos
de catequese. O exemplo vem de
cima. A educação na fé implica em
aprender e em viver o Anúncio de
Jesus Cristo. Portanto, ela se desti-
na a todas as pessoas em todas as
idades.
Educar na fé
é a tarefa
fundamental
dos pastores
da Igreja.
(Is 64,7)
CAMINHOS DA BÍBLIA
28 | vitória
A Segunda Leitura aos Co-
ríntios no capítulo 4,6-11,
traz a afirmação do após-
tolo Paulo sobre a fragilidade da vi-
da do cristão e o valor do tesouro a
ele oferecido, isto é, o próprio Cris-
to. A imagem dos vasos de barro é
peculiar e muito particular, pois,
acentua e coloca em relevo alguns
aspectos importantes da vida de ca-
da cristão, chamado a ser discípulo
de Cristo.
De fato, o grande contraste entre
o vaso de barro e o tesouro nele de-
positado é o primeiro aspecto a ser
observado, pois, revela a diferença
entre os dois, acentuando assim o
valor do tesouro em relação ao va-
so. Nesse sentido, o acento recai so-
bre a reflexão do apóstolo sobre a
fraqueza humana e a força da graça
de Deus, que no homem opera sem-
pre, em favor do Reino de Deus.
Segundo o apóstolo, a fragilidade
humana é o vaso no qual Deus, por
meio de seu desejo de salvação, de-
positou o tesouro que é o próprio
Cristo, de modo que, o homem, ani-
mado pela graça divina, possa le-
var esse inestimável tesouro a to-
dos. Desse modo, a imagem torna-
se clara, visto que reflete a relação
entre a fragilidade humana, indica-
da pelos vasos de barro e a imensi-
dão de Cristo, o Seu Evangelho, Sua
presença, apresentada como o
grande tesouro na vida de cada cris-
tão.
Um outro elemento importante,
que pode ajudar na compreensão
da imagem apresentada por Paulo,
encontra-se no livro do profeta
Isaías, quando ele afirma: "nós so-
mos a argila e tu és nosso oleiro, to-
"TRAZEMOS ESSE TESOURO EM VASOS DE BARRO"
(2COR 4,6) - PRIMEIRA PARTE
O seguinte artigo, devido à sua extensão será dividido em duas partes, a primeira apresentada agora no mês de
Julho e a segunda na edição de Agosto. Na sua primeira parte apresentaremos a reflexão do texto de Paulo aos
Coríntios e na segunda as implicações na vivência dos cristãos, chamados ao caminho do discipulado missionário.
Nós somos a argila
e tu és nosso oleiro,
todos nós somos
obra das tuasm ãos.
‘‘
CAMINHOS DA BÍBLIA
vitória | 29
dos nós somos obra das tuas mãos" (Is 64,7). A oração
do profeta se eleva diante do Senhor, a fim que não se
esqueça de que "matéria" são feitos todos os seus fi-
lhos e filhas, ressaltando a fragilidade humana diante
da imensa bondade divina. Junto a isso, o profeta tam-
bém clama ao Senhor, de modo que continue traba-
lhando na obra de suas mãos, a fim de levar à plenitu-
de o que em seu povo iniciara. Pois, sendo o desejo de
Deus de tornar o seu povo, um sinal de salvação para
todos os demais povos, isso somente seria possível, se
na argila de seus corações a graça divina tralhasse con-
tinuamente. A imagem é manifestação clara do desejo
de Deus de trabalhar em seu povo, de modo que seja
capaz de receber a graça divina e ser dela um porta-
dor, assim como indica também o profeta Jeremias
(Jr 18,1-11).
Desse modo, quando o apóstolo Paulo ressalta a dife-
rença existente entre os vasos de barro e o tesouro ne-
les depositado, quer indicar a força da graça de Deus
que atua na vida daqueles que acolhem a Luz de Cristo.
De fato, o que une os vasos de barro e os fazem capazes
de trazerem em si tamanho tesouro é a potencia da gra-
ça de Deus, assim como afirma o apóstolo na Carta aos
Coríntios. Esse poder extraordinário provém de Deus, e
é o que garante que cada cristão, apesar de sua fragili-
dade, seja portador da Luz de Cristo, do esplendor de
sua glória. Desse modo, os discípulos de Cristo, como
vasos de barro, isto é, em sua fragilidade humana, são
portadores de uma imensa graça, carregam em si mes-
mos o maior de todos os tesouros, ou seja, o próprio
Senhor.
Assim como é frágil o vaso de barro, como facilmente
pode se quebrar e se perder, do mesmo modo são frá-
geis os cristãos, chamados a ser discípulos missionári-
os de Cristo. Todavia, apesar de tamanha fragilidade e,
por vezes inconstância, Deus, em sua imensa bondade
e amor, deseja contar com tais vasos de barro, isto é, de-
posita no coração de cada cristão, a Luz de Cristo
Ressuscitado.
‘‘
Professor de Sagrada Escritura no
IFTAV e Doutor em Sagrada Escritura
Pe. Andherson Franklin
LIÇÕES DE FRANCISCO
vitória | 31
LIÇÕES DE FRANCISCO
vitória | 31
A ESCOLHA E O LEGADODO BISPO
m uma Celebração Eucarística na capela da ECasa Santa Marta em maio deste ano, o papa
Francisco tomando como referência o texto
de Atos dos Apóstolos (At 20) em que Paulo se despede
da comunidade de Éfeso e se dirige para Jerusalém
“sem saber o que aí me acontecerá”, faz uma reflexão
séria a respeito do ministério episcopal. Segundo o Pa-
pa, “é uma passagem forte, que chega ao coração, é
também um trecho que nos mostra o caminho de cada
bispo no momento da despedida”.
Na história da Igreja a escolha dos sucessores dos
Apóstolos seguia critérios que diferem muito do que es-
tamos acostumados a ver no mundo moderno. Com o
advento de muitas Igrejas Pentecostais que também
nomeiam seus ministros de bispos com comunidades
que tem mais aparência de empresas que comunida-
des eclesiais, corre-se o risco de afastamento dos
critérios adotados nos inícios da Igreja Cristã.
Para ser bispo, o critério para a escolha é que fosse
pessoa ensinada pelos Apóstolos, que teve contato di-
reto com algum Apóstolo. Isso garantia maior grau de
autenticidade a sua pregação. É preciso ter sido
ensinado por alguém que recebeu a doutrina dos
Apóstolos e manteve-se fiel a esse ensinamento.
Quando morreram os apóstolos, este mesmo critério
deveria continuar na linha direta do ensino da dou-
trina. Outro critério era que os escolhidos fossem
“mansos, sinceros e provados”. Não há lugar para mi-
nistros raivosos, intolerantes, violentos.
Esta era a preocupação fundamental da Igreja dos
primeiros tempos e, por isso, era preciso muito cuida-
do na escolha dos sucessores. Trata-se de garantir e
manter viva a doutrina na luta contra todo tipo de dis-
torção, preservar a linha apostólica, a memória viva re-
presentada por aqueles que conheceram os Apóstolos
e foram postos à frente das Igrejas por eles.
A sucessão significa sempre a entrega e a recepção
oficial da doutrina dos Apóstolos. Não se trata de uma
carreira. Esta é a grande tentação que pode acometer
os ministros eclesiásticos. A trilha seguida é indicada
pelo Espírito e não pelo mundo. Um bispo não deve ser
escolhido, por exemplo, em função de sua capacidade
administrativa. Ao despedir-se de uma comunidade ou
diocese só tem como herança a deixar a graça de Deus,
a coragem apostólica, a revelação de Cristo e a salva-
ção. E como Paulo, ao despedir-se o bispo não leva na-
da para si, nem prata e nem ouro ou vestes.
Conclui o Papa: a experiência do bispo é aquela de al-
guém que sabe discernir o Espírito, que sabe identifi-
car quando é Deus que fala e que sabe defender-se
quando fala o espírito do mundo. Não sabe o caminho
que virá pela frente. O bispo vai avante sempre, mas se-
gundo o Espírito Santo e não segundo os critérios do
mundo. “A missão do bispo é cuidar do rebanho, não fa-
zer carreira eclesiástica”.
Doutor em Ciência da Religião
Edebrande Calalieri
ENTREVISTA
vitória | 33
Quando você foi para os bombeiros e deixou a natação,
a manchete dos jornais era: Pepenha troca maiô pela
farda. Podemos dizer agora que você quer trocar a
farda pelo jaleco?
Pepenha - Eu acho que a vida é uma constante transfor-
mação e eu vou trocando e dentro disso me transforman-
do, mas não deixo meus princípios.
O que não mudou das crenças, valores e princípios?
Pepenha - Eu me identifiquei muito com o bombeiro por-
que eu sempre gostei de ajudar as pessoas, então juntei a
capacidade física que consegui na natação para desen-
volver o bombeiro. O bombeiro me despertou ainda mais
para querer ser médica e poder ajudar mais as pessoas.
Mas os princípios, as crenças, os valores, esses são os
mesmos.
Gosta de trocas, de mudanças?
Pepenha - Não é que eu gosto, eu me adapto bem a
transformações. Eu sou uma pessoa maleável, adaptável
às situações, eu sei que a vida precisa de transformações.
Qual a sua expectativa com a medicina?
Pepenha - Outra característica que eu tenho é de me
dedicar muito ao que eu faço, me entregar, me envol-
ver. Quando eu era nadadora sempre me envolvi muito
e tentei dar o meu máximo. No bombeiro também e, na
medicina é a mesma coisa eu me envolvo muito e me
dedico muito. Não que eu vou ser a melhor médica do
mundo, mas eu vou dar o meu melhor.
Quando nasceu a vontade de ser médica?
Pepenha - Quando eu tinha 4 anos as pessoas me per-
guntavam o que queria ser e eu falava que queria ser
médica legista, mas virei bombeiro ou contrário das cri-
anças que querem ser bombeiro e viram médicos,
então eu entrei na faculdade querendo isso, mas o
leque é muito grande e você vai se apaixonando por
tudo.
A medicina é muito visada, salário no atendimento
público é baixo, as pessoas reclamam de mau atendi-
mento por parte de alguns médicos, há falta de espe-
cialistas em algumas áreas.
BOMBEIRA, ATLETA,PENHA, MARIA,PEPENHA.
ENTREVISTA
34 | vitória
A constatação de uma carência
poderia te ajudá-la a decidir?
Pepenha - Infelizmente não. Eu
queria que fosse assim para ajudar,
por exemplo a pediatria está preci-
sando muito de profissionais, mas
eu quero trabalhar com alguma coi-
sa que eu me identifique.
Nas atividades que você desempe-
nhou, desempenha e na medicina
tem muita frustração também:
perder um campeonato, não con-
seguir resgatar alguém que está
em perigo, não conseguir salvar
uma vida. Como você lida com a
frustração?
Pepenha - Aí a natação já me aju-
dou desde o início porque eu fui
uma criança bem cuidadinha em
casa e não tive tantas frustrações.
Quando eu saí de casa começaram
as frustações de ver o mundo real.
No início parecia que a natação era
perder ou ganhar, eu pensava, vou
treinar mais e vou ganhar mais.
Parecia que só dependia de mim.
Mas quando eu fui para o bombeiro
as frustrações aumentaram, a situ-
ação piorou e é bom que vai
aumentando devagarinho para a
gente ir amadurecendo e enten-
dendo. Nos bombeiro além das tra-
gédias que a gente entra sabendo
que vai ver, mas que faz sofrer por-
que às vezes é criança, é gestante,
além disso, o meu convívio mudou
porque não eram pessoas da
minha família, não eram pessoas
da natação que viviam mais ou
menos o mesmo perfil que eu, os
meus objetivos, as mesmas inten-
ções, eram pessoas completamen-
te diferentes, com idades comple-
tamente diferentes, de realidades
completamente diferentes e eu tive
que conviver com pessoas de todos
os tipos. Passei a ver gente amiga
que trabalhava no mesmo bata-
lhão que eu, pulando de ponte, pes-
soas próximas, pais de amigos que
morreram, e tive que conviver com
frustrações e com a realidade de
outras pessoas, pessoas normais
(não aquelas que a gente vê na TV),
pessoas como a gente que estão ali
trabalhando e com problemas psi-
cológicos, nessa hora eu recorri à
natação. Eu procuro fazer ativida-
de física que é o meu descanso,
encontro pessoas que estudam, tra-
balham, igual a todo o mundo, mas
tiram aquele tempo para se diver-
tir, desestressar.
O exercício físico é um descanso?
Pepenha - A natação para mim é
como se fosse uma meditação, eu
entro para nadar ou saio para dar
uma corridinha, como se estivesse
meditando, é mais para a minha
cabeça que para atividade, claro
que acaba sendo bom para o cardi-
orrespiratório, mas é mais para a
minha cabeça, senão eu não
aguento. Tem quase um ano que eu
fui transferida para trabalhar no
CEODES, Secretaria de Segurança
Pública. Então eu fico de 7 da
manhã às 7 da noite vendo doença
na escola, no hospital. Saio do hos-
pital e vou para o Ceodes e vejo tra-
gédia das 7 da noite às 7 da manhã
e assim eu fico, trabalho dois dias e
folgo 4 nessa escala de doença / tra-
gédia.
Da natação você trouxe alguma
coisa que te ajudou nos bombei-
ros. O que vai levar dos bombeiros
para a medicina?
Pepenha - Eu acho que amadureci
muito com as coisas que eu vivi.
Aprendi a me dedicar porque as
minhas frustrações estão relacio-
nadas à vida de outras pessoas e,
se falhar, pelo menos eu dei o meu
máximo. Eu também sou muito reli-
giosa, sei que tudo tem um propó-
sito, sempre coloco tudo nas mãos
ENTREVISTA
vitória | 35
de Deus, a minha vida, os meus pla-
nos. Faço o meu melhor e confio.
Então para descansar eu nado que
é a minha meditação ativa e vivo a
minha fé na minha religião.
Sua mãe me contou sobre sua fé.
Disse que de criança você puxava o
terço na catedral, como é hoje?
Pepenha - Minha mãe é muito reli-
giosa e eu acho muito importante
desenvolver o que eu chamo de
vidas: cuidar da saúde, fazer um
lazer, ter uma espiritualidade, isso
ajuda a desenvolver. No meu caso
sou católica, identifico-me muito
com a religião, gosto do ritual, de
chegar num lugar e procurar a
Igreja, encontrar o padre, gosto dos
ritos da Igreja, do silêncio, das lei-
turas, a gente interpreta conforme
o momento, quando eu estava na
natação interpretava de um jeito,
no meu relacionamento de outro
jeito. Tentar fazer o certo dentro da
Igreja é mais fácil, mas fora é mais
difícil. Então, eu estou lá nos bom-
beiros, lá na faculdade, mas eu vol-
to para a Igreja para ver se estou
indo bem, se é por aí. Se eu escuto
as leituras e vejo que estou fazen-
do diferente, então eu sei que está
errado, aí é um momento de refle-
xão.
Você carrega tudo de bom que vai
aprendendo?
Pepenha - Não parei para pensar
nisso, mas é um aprendizado, a
gente vai amadurecendo e vai per-
cebendo a maneira melhor, a mais
fácil, mas são aprendizados. Eu
não gosto de falar que é bom ou
ruim. O que eu carrego não sei se é
bom, mas são aprendizados e eu
vejo se é o melhor para mim e para
as pessoas que estão ao meu
redor, é melhor para conviver. Para
mim conviver é um desafio.
Como nasceu o apelido Pepenha?
Pepenha - Pepenha é o nome
artístico. Quem criou foi a minha
professora de piano, ela me colo-
cou esse apelidinho e quando eu
fui para a natação já era Pepenha.
Confortável para você?
Pepenha - Sim, é. Do jeito que
Maria é, do jeito que Maria da
Penha é. Eu gosto de Maria acho
forte, Maria da Penha, Pepenha,
tanto faz.
A gente procurou você porque ju-
lho é o mês do bombeiro. Qual a
mensagem para a sua categoria?
Pepenha - Hoje eu estou um pouco
distante quase nem me sinto mui-
to bombeiro atendendo o telefone.
Eu fiquei 7 anos na prontidão, fui
motorista do caminhão durante 3
anos e eu vivia muito mais. Atender
o telefone é importante, mas às ve-
zes acho que eu contribuía muito
mais na prontidão. Eu faço o meu
melhor e é esse o recado que eu dei-
xo para que eles não percam esse
amor ao próximo, essa vontade de
ajudar. Ainda que a gente tenha difi-
culdades administrativas e dife-
renças salariais, a gente sofre com
diferentes aumentos de postos
dentro da organização, ainda que
a gente tenha um regime fechado
que é um militarismo, já entramos
sabendo que éramos subordina-
dos à secretaria de segurança pú-
blica que por sua vez é subordina-
da ao governo do estado. Já sabia-
mos que estávamos sujeitos a au-
mentos diferenciados ou a não ter
aumento, mas isso não pode dei-
xar que a vontade de ajudar o pró-
ximo se perca, nosso objetivo prin-
cipal, nosso juramento em ajudar
o próximo até com o risco da pró-
pria vida, não pode se perder.
Maria da Luz Fernandes Jornalista
MUNDO LITÚRGICO
LITURGIA PARA AVIDA DO MUNDO
A liturgia, em sua originalidade, como resso-
nância do Mistério Pascal de Cristo, conjuga e
atesta a inseparável relação de fé e vida. A
Páscoa nova é o perene memorial da vida plena e abun-
dante para todos, na perspectiva do Reino de Deus,
comunicado e consumado segundo o Evangelho.
A vivência litúrgica das comunidades cristãs direcio-
na e legitima a missão cotidiana de transformar o
mundo terreno e transitório em experiência antecipa-
da da Jerusalém celeste, a cidade dos eleitos: “Eis a
tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles;
eles serão o seu povo, e ele, Deus-com-eles, será o seu
Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois
nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e
nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!”
(Ap 21,3-4).
Celebrar a liturgia, a qual é centrada na Palavra de
Deus, é integrar-se conscientemente na história da
salvação e experimentar os efeitos da graça do Ressus-
citado, com expansão através do exercício cotidiano
de além-fronteiras, no sentido de ultrapassar as resis-
tências e objeções das determinações humanas dian-
te do plano salvífico.
Os conteúdos celebrativos, incorporados de forma
memorial, interativa e progressiva, possibilitam a
experiência consciente e frutuosa da plenificação
pessoal e comunitária, no ensejo de dinamizá-la, em
transposição, para os diversificados setores da vida, na
perspectiva da comunhão cósmica.
Não se trata de os cristãos serem dominadores da
existência e do plano temporal, mas de serem promo-
tores da vida plena para todos, no exercício da liberda-
de e solidariedade fraternas. A vida cristã é o tom do
desejo e da esperança de um mundo reconciliado: da
criatura reconciliada com Deus, consigo mesma, com o
semelhante e com toda a criação.
As circunstâncias e os contextos históricos formam o
terreno propício e ávido para o desenvolvimento e
expansão do Reino de Deus, o qual é comparado, pelo
Evangelho, ao grão de mostarda e seus ciclos de desen-
volvimento: “Embora seja a menor de todas as semen-
tes, quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se
árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos
seus ramos” (Mt 13,32). Cada cristão, enquanto
membro do corpo de Cristo e portador do mistério do
Reino, torna-se o lugar da expansão, da acolhida, do
aconchego e da comunhão.
A liturgia revela a continuidade da história da salva-
ção enquanto ação de Deus desde a primeira criação
até o tempo presente, mas proclama, pela ressurrei-
ção de Cristo, a ruptura com os projetos humanos que
não correspondem à obra divina da caridade e da
reconciliação, enquanto promoção da vida para todos.
A beleza do mistério celebrado terá mais e mais visi-
bilidade, com o devido reconhecimento e adoração, à
medida em que a transfiguração humana for valoriza-
da e promovida a partir dos gestos generosos e solidá-
rios para com o semelhante, a começar dos empobre-
cidos e marginalizados.
vitória | 37
OFMCap
Fr. José Moacyr Cadenassi
VIVER BEM
38 | vitória
samba de Noel Rosa já fa-Ozia a pergunta que até ho-
je muita gente faz: Com
que roupa eu vou?
Nossas vestimentas podem
representar nossa cultura, nossa
identidade e costumes. Em muitas
ocasiões ficamos em dúvida sobre
qual a roupa mais adequada para
aquele momento, pois existem
certas convenções como casamen-
tos, cerimônias religiosas, profis-
sões ou jantares especiais que
praticamente exigem certos tipos
de trajes, independente se nos
deixam confortáveis ou não.
Eu por exemplo quando vou a um
casamento e visto um terno não me
sinto confortável. É uma sensação
de que estou fantasiado. Tudo é
meio estranho, o sapato, a gravata
a calça social... tudo muito diferen-
E AGORA?O QUEVESTIR?
‘‘
VIVER BEM
vitória | 39
te do jeans e tênis que uso diariamente.
Mas mesmo quando não nos defrontamos com estas
situações que nos exigem roupas específicas existe
certa referência do que é nos vestirmos bem. Esta refe-
rência é ditada pela moda.
Moda é a tendência de consumo da atualidade. A
moda é composta de diversos estilos. Ela acompanha
o vestuário e o tempo, num contexto político, social,
sociológico.
Existem pessoas que preferem não seguir o que
chamam de ditadura da moda que muitas vezes, por
ser efêmera, torna nossas roupas descartáveis e nos
força a um consumo exagerado para acompanhá-la
continuamente. Estas pessoas querem fazer prevale-
cer a própria identidade e expressá-la também no
modo de se vestirem. A isto chamamos de estilo.
Estilo é algo pessoal, é uma marca registrada de
cada pessoa, é a forma como você se apresenta para o
mundo. Ter estilo é respeitar sua identidade. A pessoa
que tem um estilo próprio pode até se vestir com
roupas da moda, mas desde que estejam em harmo-
nia com sua personalidade.
Afinal, o que é importante?
O correto é você vestir o que lhe faz sentir-se bem.
Afinal, a moda nunca esteve tão livre e democrática.
Não há mais regras rígidas de vestimentas. Ser original
e ter estilo próprio, individualizado é o que está sendo
mais valorizado. Seja dentro ou fora de moda, o que
importa é a sua identidade e não o que querem impor
para você, mas se você julga importante seguir modas
e tendências, então volto ao começo do parágrafo, o
importante é você se sentir bem com o que está vestin-
do.
Então, para muitos a sua roupa fala sobre você, mas
na verdade ela está aí para lhe deixar confortável quan-
do você assim o quiser, mais apresentável quando lhe
for interessante e lhe ser representativa quando for
necessário. Portanto quando abrir seu armário saiba
que o que está ali são apenas roupas e você é quem
melhor se representa. Portanto vista o seu melhor
sorriso, o seu mais belo olhar e desfile com a sua perso-
nalidade.
Vander Silva
Professor e jornalista
‘‘O correto é você vestir o
que lhe faz sentir-se bem.
Afinal, a moda nunca es-
teve tão livre e democrá-
tica. Não há mais regras
rígidas de vestimentas.
ASPAS
vitória | 41
entrevista do médico Drauzio Varella conce-Adida à BBC Brasil em Londres, em maio últi-
mo, mostra-se significativa ao demonstrar a
importância do Sistema Único de Saúde (SUS) como
uma verdadeira conquista da sociedade brasileira e
uma referência mundial. Há que se considerar que a
sua assertiva sobre se as pessoas ricas deveriam se uti-
lizar do SUS é breve dentro de um contexto mais am-
plo que ele pontua, e carece de uma discussão mais
aprofundada. Até porque, no meio acadêmico, há
quem faça essa defesa e há quem a questione, o que
propõe um necessário debate.
A questão se os ricos devem ou não se utilizar do SUS
nos remete a algumas questões cruciais. A saúde bra-
sileira possui um sistema público e dispõe, ainda, de
uma ampla rede privada operada por planos de saúde,
diferentemente de países mais desenvolvidos. A extre-
ma desigualdade social no país possibilita que peque-
na parte da população opte pelo sistema privado, man-
tendo a condição de ser contemplada também pelo
serviço público. Ocorre que os planos privados não ofe-
recem atendimento pleno, possuem coberturas parci-
ais, criam empecilhos burocráticos e operacionais à
sua clientela que frequentemente é empurrada para o
SUS, notadamente por meio da judicialização que obri-
ga o Estado a bancar os serviços, em geral mais caros,
em que o setor privado se omite. O SUS, entretanto, é
universal, de acordo com a Constituição e no meu en-
tender deve continuar a ser. Não há como delimitar,
por exemplo, que o combate a vetores só seja feito em
uma parte da cidade e não em outra ocupada por ri-
cos. Como também não é possível que em restauran-
tes frequentados por camadas D e C haja a atuação da
vigilância sanitária e não aconteça em restaurantes
das classes A e B por exemplo. Ou que a ANVISA (Agen-
cia nacional de Vigilância sanitária) só atue na fiscali-
zação de medicamentos vendidos nas farmácias popu-
lares. Ou que em caso de acidente em uma rodovia, o
SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) só
socorra os pobres. Por que o SUS é um sistema integra-
do. Quanto aos atendimentos médicos hospitalares e
os medicamentos de alto custo, que acredito tenha si-
do a tônica do referido médico, há um dispositivo legal
para que aqueles que tenham cobertura com planos de
saúde privado, que estes devolvam o dinheiro como
ressarcimento ao SUS. No entanto, a aplicação da lei é
muito falha e a sua fiscalização carece de melhor cum-
primento. Ou seja, há que se compreender que o SUS é
um patrimônio de TODOS. E estas são questões que a
sociedade brasileira precisa compreender e propor um
debate mais aprofundado, de modo que tenhamos um
sistema de saúde que atenda integralmente ao país,
sem as distorções que se evidenciam e que comprome-
tem essa importante conquista da saúde no Brasil.
“OS RICOS NÃO DEVERIAM
USAR O SUS” Dr. Drauzio Varella
Epidemiologista e pesquisadora de Pós
Graduação em Saúde Coletivada da Ufes
Ethel Maciel
vitória | 43
ECONOMIA POLÍTICA
forma e o conteúdo como a paralisação dos Acaminhoneiros, em maio passado, foram noti-
ciadas e analisadas pela mídia de mercado,
deixou muito a desejar. Muitas vezes porque buscou
camuflar a opção preferencial pelos desígnios da
financeirização mundializada. Outras porque constru-
iu condições para que passasse desapercebido que no
Brasil, exploração de recursos naturais deixou de ser
fonte de financiamento do bem comum em saúde e
educação e gastos nesses serviços fundamentais e pas-
saram a ser desviados para financiar a ‘solução’
encontrada para o fim da greve.
Pouca atenção foi dada ao fato do equívoco de políti-
ca econômica central para que fossem criadas as con-
dições econômicas e políticas para o movimento gre-
vista. Em bem argumentado artigo publicado no jor-
nal Valor de 11 de junho de 2018, o professor David
Kupfer da UFRJ, aponta a necessidade de se discutir o
erro que realmente importa; qual seja as políticas de
produção e preços praticadas pela Petrobras, especial-
mente a partir de julho do ano passado. Trocados em
miúdos: acompanhamento automático dos preços
internos dos derivados com os internacionais e signifi-
cativa redução do refino doméstico em favor da impor-
tação de derivados do petróleo.
Segundo Kupfer: “Essas políticas armaram uma bom-
ba relógio, pronta para explodir se e quando os preços
no mercado internacional de petróleo e derivados
revertessem a trajetória benigna para os importadores
que vinha predominando até então. E foi exatamente
isso que passou a ocorrer, e com grande intensidade, a
partir de meados de 2017. A pá de cal veio com a rápida
valorização do dólar de março de 2018 para cá. Tudo
isso, sem que qualquer revisão da política fosse intro-
duzida pela empresa ou pelo governo, ou ainda pelas
instâncias reguladoras do setor”.
Esse engessamento de política econômica deriva do
exagerado apego que seus condutores têm à soberania
do interesse do mercado financeiro. Mercado finan-
ceiro que deseja afastar qualquer possibilidade de
autonomia de estatais como a Petrobras de agir estra-
tegicamente em benefício da maioria da população.
Lamentável que o governo a partir do golpe de 2016
tenha adotado uma postura de descaso para com
ações estratégicas por parte das estatais, com desta-
que para a Petrobras. Impressiona a quase inexistente
discussão na mídia e na academia de mercado sobre o
descaso do governo e do legislativo ilegítimos de dese-
nhar e operacionalizar políticas econômicas que par-
tam do potencial da Petrobras de contribuir para com o
desenvolvimento do País.
Descaso que tanto custa ao crescimento econômico
e à coesão social no Brasil.
EQUÍVOCO CENTRAL
Lamentável que o governo
a partir do golpe de 2016
tenha adotado uma
postura de descaso para
com ações estratégicas por
parte das estatais, com
destaque para a Petrobras.
Professor de Economia
Arlindo Villaschi
‘‘
PAUTA LIVRE
A cada dia que passa aumenta o
consumo de pilhas e baterias (celu-
lar, computador, som, controle
remoto, brinquedos). De alguma
forma todos ouvimos que é neces-
sário descartá-las corretamente
para evitar prejuízos à saúde e ao
meio ambiente. Mas parece que
essa informação não chega ou não
altera o comportamento humano.
O que precisamos, então entender
para mudar de atitude?
As pilhas e baterias enquanto
estão em funcionamento não ofe-
recem qualquer perigo. O proble-
ma está no conteúdo delas e, por
isso, quando estouram, são amas-
sadas ou sofrem alterações nas
cápsulas que as envolvem provo-
cam o vazamento do líquido que é
de metais pesados e tóxicos preju-
dicais ao ambiente.
O DESTINO DE PILHAS E BATERIAS DESCARTADASNO MEIO AMBIENTE É O CORPO HUMANO
O descarte desses objetos deve-
ria ser feito em aterro sanitário, o
único preparado para evitar a con-
taminação do solo. Infelizmente na
maioria dos casos as pilhas e bate-
rias são descartadas junto com o
lixo comum ou em aterro e acabam
trazendo consequências indeseja-
das sobre as quais não existem
dados estatísticos.
O líquido tóxico das baterias e
pilhas não é biodegradável e ao ser
jogado em locais não preparados
para recebê-lo, penetra no solo e
atinge o lençol freático contami-
nando a água. Esses metais voltam
à superfície pelas nascentes indo
para os rios e pela evaporação indo
para as nuvens, retornando pela
chuva e consequentemente para o
corpo humano pela água contami-
nada que bebemos. Quando ingeri-
mos metais pesados eles não são
eliminados pelo organismo e ao
longo do tempo podem provocar
doenças.
Será que as estações de trata-
mento de água eliminam esses
metais?
Não sabemos ao certo, mas pode-
mos contribuir para que eles não
cheguem lá. Se evitarmos descar-
tar esses metais no solo evitamos
também a contaminação da água.
(Texto construído com informa-
ções de Marco Bravo, ambientalista)
1. Separe pilhas e baterias em
desuso e acumule em lugar segu-
ra para que não sofram altera-
ções;
2. Procure uma empresa que
faça coleta desses materiais
(agência de banco, supermerca-
do, lojas de eletrônicos, etc.);
3. Caso não encontre nas pro-
ximidades de sua residência ou
emprego, procure a Secretaria
de Meio Ambiente do Estado ou
da Prefeitura e exija que postos
de coleta sejam colocados nes-
sas regiões.
ENTÃO O QUE FAZER?
Perguntamos à Seama/Iema, Se-
cretaria de Estado de Meio Ambien-
te e Recursos Hídricos:
1. Existe lei estadual que regula-
mente a coleta e reciclagem de pi-
lhas e baterias?
- A legislação federal da Política
Nacional de Resíduos Sólidos é que
regulamenta, atualmente, a logís-
tica reversa.
2. Existem postos de coleta no
Estado do Espírito Samnto?
- Os próprios empreendimentos
que fazem a venda dos produtos
devem ser considerados pontos
de coleta.
44 | vitória
vitória | 45
PERGUNTE A QUEM SABE
POR QUE FAZER O SINAL DA CRUZ ANTES DA PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO?
QUAL A FORMA CORRETA DE RECEBER A COMUNHÃO, NA BOCA OU NA MÃO?
ONDE IR QUANDO PRECISAMOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE?
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) esclarece que a porta de entrada para qualquer serviço público de
saúde é a Unidade Básica de Saúde. Lá, o paciente é atendido, avaliado e, se necessário, encaminhado para
especialista. Nos casos com indicação de consulta e/ou exames de especialidades não ofertadas pelo
município, os pacientes são encaminhados para atendimento na rede estadual via Sistema de Regulação. Os
agendamentos seguem critérios médicos e são realizados pela Central de Marcação de Consultas e Exames.
Nos casos de urgência e emergência, ou seja, com risco de morte, como por exemplo, infarto, AVC,
queimaduras graves, afogamentos, entre outros, o paciente deve acionar o SAMU pelo telefone 192 ou ir até
o pronto-socorro.
A orientação da Igreja é de que quem decide é o fiel cristão. Se o fiel for receber na boca deve abri-la e
estender a língua para facilitar a entrega do ministro.
Se for receber nas mãos, faça delas uma mesa colocando uma sobre a outra mantendo-as abertas e
comungue na frente do ministro. A Eucaristia é um sacramento, isto é, um sinal sensível que significa e realiza
o encontro de Deus com o fiel cristão e que tem como consequência que o fiel também seja eucarístico.
O costume de fazer o Sinal da Cruz antes da proclamação do Evangelho não é mero ritualismo. Pelo
contrário, é um gesto carregado de profundo significado sobre a fé: evoca a participação e o envolvimento,
por inteiro, do fiel cristão que celebra o Mistério Pascal de Cristo na liturgia. A Palavra de Deus deve formar o
homem interior e discernir suas ações, sua conduta, sua vida e seus projetos.
A Palavra anunciada com os lábios deve penetrar o pensamento. Por isso, faz-se o Sinal da Cruz na fronte e
na boca. Assim como todo o nosso corpo, a boca deve ser instrumento de anúncio da Boa Notícia do Reino. O
Sinal da Cruz sobre o coração – sede simbólica dos sentimentos, dos desejos mais nobres como o amor, a
ternura, a compaixão e a misericórdia – predispõe o fiel a acolher, no seu íntimo, o próprio Jesus que
anuncia: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e
cearemos, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20).
A Palavra de Deus sonda o coração humano e tem o poder de purificá-lo dos maus sentimentos; fazendo
crescer e desabrochar o homem redimido por Cristo pelo poder da Cruz Salvadora.
Dom Luiz Mancilha Vilela Arcebispo Metropolitanode Vitória.
Pe Jorge Campos RamosReitor do Seminário NossaSenhora da Penha e vigário geral.
Dom Luiz Mancilha Vilela Arcebispo Metropolitanode Vitória.
Assessoria de Comunicação
da Sesa/ES
ACONTECE
Seminaristas do 4º ano de Teologia, diáconos transitórios e presbí-
teros com até 1 ano de ordenação participam neste mês de julho do
2º Encontro para Seminaristas, realizado pela Comissão de Liturgia
do Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil.
O encontro acontece no Centro de Treinamento Dom João Batista
e terá a assessoria do cura da Catedral da Sé de São Paulo, Pe. Luiz
Eduardo Baronto. O tema para reflexão é “A homilia e sua função mis-
tagógica na Liturgia”.
ENCONTRO REÚNE SEMINARISTAS, DIÁCONOS E NOVOS PADRES
Caravanas de fiéis de diversas paróquias da Arquidiocese de Vitó-
ria seguem para Aparecida do Norte e participam da Romaria Arqui-
diocesana entre os dias 27, 28 e 29 de julho. No dia 28, o Arcebispo
Dom Luiz Mancilha Vilela preside, às 18 horas, uma missa na Basílica
Nossa Senhora Aparecida. A Romaria está dentro das comemora-
ções do Jubileu de 60 anos da Arquidiocese.
ROMARIA ARQUIDIOCESANA
Editores de folhetos e subsídios
litúrgicos de todo o Brasil estarão
reunidos em Vitória entre os dias
10 e 12 de julho para um encontro
nacional. A missão é pensar na pro-
moção e realização do próximo
Sínodo dos Bispos, que tem como
tema "Os jovens, a fé e o discerni-
mento vocacional"
O grupo também vai refletir
sobre temas relacionados ao Ano
Nacional do Laicato, a Iniciação à
Vida Cristã e o Projeto das Cele-
brações Dominicais da Palavra de
Deus. O evento será realizado no
Centro de Formação Martina
Toloni, em Vila Velha.
ENCONTRO NACIONAL DE EDITORESDE FOLHETOS LITÚRGICOS
A Comissão de Liturgia Arquidiocesana promove no dia 21 de julho o Encontrão de liturgia e música com o tema
“Cantando o Tempo Pascal com destaque para o Tríduo Pascal”. A assessoria é do mestre em Teologia e membro
da Rede Celebra de animação litúrgica, Eurivaldo Silva Ferreira.
O evento será realizado no Auditório da Faculdade Novo Milênio, Praia de Itaparica, em Vila Velha, e as inscrições
devem ser encaminhadas para o e-mail [email protected] até dia 10 de julho.
ENCONTRÃO DE LITURGIA E MÚSICA