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Publicação da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros
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MARÇO/2011 ANO 16 Nº 64
Avanços contínuos na qualidade dos serviços
Rodoviário de passageiros
Cuidadosa preparação dosmotoristas
Os melhores restaurantesnas estradas
Salas VIP modernas e confortáveis
Internet semfio a bordo dos ônibus
A volta dascomissárias de bordo
Há 60 anos, o governo federal inaugurou a Rodovia
Presidente Dutra, que se tornou a maior ligação rodoviária
do País, e que hoje está sob a gestão da iniciativa privada.
A Induscar Caio está comemorando
dez anos de atividade. Paralelamente,
também festeja os 65 anos
da marca Caio, que chegou
ao mercado em 1946.
3850
A Irizar comemora 120 anos
empenhada em
vigoroso processo de
expansão internacional.
umárioS
O transporte rodoviário de passageiros do Brasil já é um dos melhores do mundo, e as empresas operadoras seguem
trabalhando para elevar ainda mais os índices de qualidade dos serviços prestados.
30
Internet sem fio nos ônibus e um
amplo Espaço Cliente na rodoviária
de Porto Alegre são duas novas
comodidades oferecidas pela
Viação Planalto aos seus usuários.
A carroçaria número 35.000
produzida em Erechim pela Comil foi
entregue à Viação Santa Cruz.
A unidade
industrial de Ana
Rech, principal
fábrica de
carroçarias da
Marcopolo, está
completando
30 anos de
funcionamento.
Foi inaugurada
em 1981.
O Grupo Luft, do empresário Mário Luft
(foto) assumiu o controle de uma das
mais tradicionais empresas de transporte
rodoviário do País, a Viação Garcia.
10
44
16
22
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Opinião ���������������������������� 54
6 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
artasC
MEDICINA DO SONOÉ gratificante saber que, dez anos
depois de adotar um programa desti-
nado a proporcionar sono de qualidade
aos seus motoristas, a Viação Águia
Branca não só continua persistindo
em sua aplicação como também na
sua ampliação. Não me parece muito
fácil avaliar a extensão dos benefícios
que um programa dessa natureza pode
trazer para os profissionais do volante,
para a própria empresa e para nós,
passageiros, mas creio que basta
pensarmos no aspecto da segurança
do motorista e dos passageiros para
nos convencermos de que a Águia
Branca está no caminho certo e de
que o seu exemplo deve ser imitado
por um número maior de empresas de
transporte de passageiros.
Crisanto A. de Paula
EUNÁPOLIS — BA
SATISFAÇÃO 1Muito interessantes os resultados
da nova pesquisa da ABRATI junto aos
passageiros do sistema interestadual
e internacional. O que me pareceu
mais importante é o fato de que os
índices de satisfação vêm sempre
aumentando. Suponho que, até certo
ponto, isso pode ter relação com o pro-
cesso de modernização do nosso país,
mas é fora de dúvida que o empenho
das empresas operadoras em aper-
feiçoar os seus serviços é o que põe
a roda em movimento: os usuários se
tornam mais exigentes, os fabricantes
de ônibus melhoram a qualidade dos
veículos e até as nossas péssimas
estações rodoviárias tentam mudar o
quadro de abandono e desconforto que
há décadas oferecem aos passageiros.
No meu modo de ver, a Revista ABRATI
muito tem ajudado nessa questão.
Aelton J. Sabino
TRÊS CORAÇÕES — MG
SATISFAÇÃO 2 As empresas de transporte rodoviá-
rio de passageiros estão de parabéns.
Alcançar uma média de satisfação dos
usuários superior a 87% não é tarefa
fácil, especialmente devido à grande
disparidade de condições e de infraes-
trutura existentes no nosso Brasil. As
empresas que fazem transporte de lon-
ga distância devem saber bem o que
isso significa. Continuem trabalhando.
Lindomar Leite Ribeiro
APARECIDA — SP
BOA MESAAplausos para a inicativa da empre-
sa Expresso Guanabara, que trabalha
para melhorar a qualidade de lanchone-
tes, bares e restaurantes nas estradas
por onde passam as suas linhas. Além
do Sebrae, também o DNIT, a ANTT ou
algum outro órgão do governo federal
e dos governos estaduais deveriam
voltar suas atenções para essa defi-
ciência crônica do nosso sistema de
transporte de passageiros. Tratem
bem os passageiros e eles passarão
a viajar muito mais.
Flaviano José de Ataíde
IBIAPINA — CE
COMETAOs novos ônibus da Viação Cometa
ficaram deslumbrantes. Viajei num
deles de São Paulo para Campinas
e fiquei impressionado com várias
coisas, começando pelo design dos
novos carros: a Marcopolo caprichou.
O interior dos ônibus é espetacular
e não me lembro de jamais ter visto
nada igual, nem mesmo nos ônibus da
Cometa. Mas, conforto mesmo a gente
percebe quando a viagem começa:
nenhuma vibração, o mínimo de ruído
e muita tranquilidade.
João Paulo Lopes dos Santos
LINDOIA — SP
A Revista ABRATI é uma publicação da
Associação Brasileira das Empresas de
Transporte Terrestre de Passageiros
Editor Responsável
Ciro Marcos Rosa
Produção, edição e editoração eletrônica
Plá Comunicação – Brasília
Editor Executivo
Nélio Lima – MTb 7903
Impressão
Gráfica e Editora Athalaia – Brasília
Fotos da capa
Ibanes Lemos/Divulgação
Esta revista pode ser acessada via
internet: http://www.abrati.org.br
Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre
de Passageiros
Presidente Renan Chieppe
Vice-PresidentePaulo Alencar Porto Lima
Diretor Administrativo-FinanceiroCláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu
DiretoresCarlos Alberto de O. Medeiros, Francisco Tude de Melo Neto, Jocimar Moreira, Letícia Sampaio Pineschi, Paulo Humberto Naves Gonçalves, Sandoval Caramori,Telmo Joaquim Nunes e Washington Peixoto Coura.
SuperintendenteJosé Luiz Santolin
Secretário-GeralCarlos Augusto Faria Féres
Assessoria da PresidênciaCiro Marcos Rosa
SAUS Quadra 1 - Bloco J - Edifício CNT Torre A – 8º andar - Entrada 10/20 CEP: 70.070–944 Brasília - Distrito Federal
Telefone: (061) 3322-2004Fax: (061) 3322-2058/3322-2022E-mail: [email protected]: http://www.abrati.org.br
arta do PresidenteC
Um bom momento para falar de qualidade
A indústria produtora de ônibus — chassis e carroçarias — vive momen-
to muito bom com as crescentes vendas de veículos para as empre-
sas prestadoras do serviço de transporte rodoviário de passageiros no
Brasil. Os volumes de compras, sempre registrados pela Revista ABRATI,
mostram a permanente preocupação das empresas transportadoras de
passageiros em renovar suas frotas, dotando-as de veículos modernos,
seguros e cada vez mais confortáveis para seus milhões de passageiros.
E a indústria, numa demonstração de maturidade e de elevada competência
tecnológica, tem sabido responder a essas exigências, produzindo veículos para
as mais diferentes formas de utilização em um país de dimensões continentais
e diferenças acentuadas na qualidade das rodovias.
Os ônibus brasileiros são comparáveis aos veículos produzidos nos países
de Primeiro Mundo. Em alguns casos, até superiores. Nunca inferiores. Isso em
se falando de tecnologias adotadas para a produção dos chassis e carroçarias.
Esse patamar tão elevado se deve à importância que o mercado de transporte
de passageiros tem para a indústria de equipamentos. O Brasil é, para muitas
delas, o principal mercado de ônibus em todo o mundo.
Também as empresas de transporte rodoviário de passageiros desenvolveram
um know how próprio ao administrar um sistema que opera linhas longas que
exigem das operadoras todo um conhecimento para que tudo corra bem e nada
falte ao longo das rotas. Parece simples, mas não é. Numa rota longa as empre-
sas têm que manter carros reservas, pequenos almoxarifados com as principais
peças sujeitas a trocas, mecânicos especializados, motoristas, despachantes e
outros profissionais, todos voltados ao atendimento do passageiro.
O aperfeiçoamento na qualidade desse atendimento, desde o guichê de
compra de passagem e o embarque, até a viagem em si, é a meta principal das
empresas associadas à ABRATI. Todas investem recursos e tempo no permanente
treinamento dos empregados e, especialmente, em cursos de segurança para os
motoristas, incluindo direção defensiva e prevenção do sono.
Os investimentos em informática também contribuem para o melhor atendi-
mento ao público: as informações fluem com maior rapidez, gerando respostas
precisas por parte dos operadores dos call centers das companhias; as passagens
são vendidas corretamente, sem riscos de duplicidade; as frotas e as viagens
são rigorosamente controladas, inclusive com parte dos veículos rastreada por
satélite; todos os dados de cada rota percorrida são fielmente registrados, e
o conforto também se torna maior, haja vista que algumas operadoras já vêm
oferecendo o serviço de internet a bordo dos seus ônibus.
São as empresas na busca permanente por um melhor serviço, esforço esse
que se complementa com as periódicas renovações de frota, com as quais se
cuida de manter a idade média dos veículos sempre em nível baixo.
Júlio
Fer
nand
es
Renan Chieppe, Presidente da ABRATI.
O aperfeiçoamento na qualidade desse
atendimento, desde o guichê de compra de
passagem e o embarque, até a viagem em si, é a meta principal das
empresas associadas à ABRATI. Todas investem
recursos e tempo no permanente treinamento
dos empregados e, especialmente, em
cursos de segurança para os motoristas, incluindo
direção defensiva e prevenção do sono.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 7
8 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
B A G A G E I R O
FERRAMENTA
COMUNICAÇÃO
CRESCIMENTO
COMBUSTÍVEIS
O ECONôMETrO DO AxOr AjuDA O MOTOrISTA A ECONOMIzAr COMBuSTívEL
CNT rENOvA SEu pOrTAL E ABrE ESpAÇO DE DIvuLGAÇÃO NAS MíDIAS SOCIAIS
MuTuAL SEGurOS ABrE FILIAL EM rEGIÃO COM GrANDE pOTENCIAL DE NEGóCIOS
EThANOL SuMMIT SErá rEALIzADO EM SÃO pAuLO NO INíCIO DE juNhO
A Confederação Nacional
do Transporte (CNT) introdu-
ziu mudanças de conteúdo
e no visual do seu portal
na internet, com o objetivo
de organizar melhor as in -
formações sobre o setor,
A Mercedes-Benz agregou
mais uma tecnologia
aos caminhões pesados
da linha Axor. Todos os
modelos saem da fábrica
com novo painel de
instrumentos, com mais
informações e melhor
visualização. O painel
traz diversas funções
A Mutual Seguros está
instalando uma filial em
Piracicaba, no interior
paulista, onde tem
registrado expressiva
demanda por seus produtos.
A cidade está localizada
em uma região que
tem outros municípios
importantes como
Campinas, Americana,
Limeira e Indaiatuba.
A Mutual vem pondo em
prática um projeto de
que auxiliam o motorista
a operar o caminhão da
forma mais econômica,
entre elas o Econômetro,
que é uma faixa verde
variável no contagiros.
Ela indica ao motorista a
melhor rotação de trabalho
do motor para o menor
consumo de combustível.
O novo painel dos pesados Axor: faixa verde variável ajuda o motorista.
Ônibus da Scania que divulga o conceito de uso do etanol.
expansão que visa aumentar
a produtividade em regiões
com grande potencial de
negócios. No fim do ano
passado, por exemplo, foi
instalada a primeira filial
no Nordeste, em Recife. O
escritório de Piracicaba dará
atenção especial ao Seguro
de Responsabilidade Civil
Ônibus, Responsabilidade
Civil Caminhões,
Seguro Garantia e Seguro
Fiança Locatícia.
Nos dias 6 e 7 de junho
próximo será realizado
em São Paulo o Ethanol
Summit 2011, evento
organizado pela União
da Indústria de Cana-de-
Açúcar (Unica). Vai reunir
importantes autoridades
de vários países para
debater o futuro das fontes
de energia renováveis. O
tema oficial será “Soluções
para a economia de baixo
carbono”, com o propósito
de reforçar a importância
dos derivados da cana
para a redução dos gases
causadores do efeito
estufa. A Scania, única
montadora a oferecer como
solução de combustível
renovável motores para
ônibus e caminhões
movidos a etanol,
participará na condição de
patrocinadora oficial.
a própria confederação, o
Serviço Social do Transporte
(Sest), o Serviço Nacional
de Aprendizagem do Trans-
porte (Senat) e a Escola de
Transporte. Além disso, as
notícias da CNT e de suas
instituições já podem ser
acompanhadas pelo Twitter
e pelo Facebook. No Youtu-
be, são encontrados vídeos
institucionais e reportagens
sobre o mundo dos transpor-
tes. Também são mantidas
no Flickr páginas da CNT,
Sest e Senat.
Foto
s: D
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REVISTA ABRATI, JUNHO 2006REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 9
CAMPANHA
VERSATILIDADE
CHASSIS
PRODUTIVIDADE
pArCErIA ENTrE O CISA E A prF rEFOrÇA AS AÇõES pArA EDuCAÇÃO DE TrâNSITO
rIO GrANDE DO SuL uSA OS MINIôNIBuS vOLArE COMO DELEGACIAS MóvEIS MErCEDES-BENz LIDErA vENDA
DE ArTICuLADOS NO BrASIL
SCANIA FOrNECE SEu ChASSI DE 15 METrOS à EMprESA METrA, DO ABC
Como resultado de
uma parceria com o
Departamento de Polícia
Rodoviária Federal, o Cisa
(Centro de Informações
sobre Saúde e Álcool) está
ampliando a distribuição,
para instituições públicas
e privadas, de DVDs da
campanha “Álcool ou
Quinze chassis do
modelo K 270 de 15
metros foram fornecidos
pela Scania à empresa
Metra, da região do ABC
paulista. Os ônibus com
esse chassi transportam
25% mais passageiros
na comparação com os
modelos convencionais
de 12 ou 13 metros.
Uma das unidades que foram
transformadas em delegacia.
O chassi de 15 metros, opção entre o convencional e o articulado.
Direção” e do guia “Beber
ou dirigir, faça a escolha
certa”. Até agora, já foram
mais de 500 cópias do
DVD e 3.800 guias.
A filosofia de atuação do
Cisa (organização não
governamental) é de que
a melhor forma de
prevenir é informar.
Unidades do miniônibus
Volare W9 estão sendo
utilizadas como delegacias
de polícia móveis no
Rio Grande do Sul.
Foram desenvolvidos
especialmente para essa
finalidade e dispõem de
balcão de atendimento,
sala de espera,
computadores com leitoras
de impressões digitais e
cela de detentos.
Os W9 são empregados
como equipamento auxiliar
em operações policiais
realizadas em locais
considerados estratégicos.
As delegacias móveis estão
disponíveis para o registro
de ocorrências e de delitos,
perda de documentos e
recebimento de denúncias.
Para melhor atender à
comunidade, o veículo tem
três guichês, cada um com
quatro cadeiras de espera.
Em 2010, a Mercedes-Benz comercializou 139
unidades de chassis O 500 para ônibus urbanos
articulados, alcançando 77% de participação
no mercado nacional. Além disso, a montadora
exportou 215 chassis O 500 articulados, o que
correspondeu a 74% das vendas externas brasileiras
desse tipo de produto. Desde o seu lançamento,
em 2006, o chassi O 500 já teve 1.630 unidades
vendidas no Brasil, Colômbia, Santiago do Chile,
África do Sul e México, entre outros países.
Os modelos contam
com sistema de
ajoelhamento controlado
eletronicamente, de
modo que a suspensão
é rebaixada à altura
da calçada para
facilitar embarques e
desembarques. Têm
capacidade para até 130
passageiros cada.
A Planalto viaja na era wirelessA Viação Planalto, de Santa Maria-RS, adota duas novidades que estão tornando os
seus serviços ainda mais apreciados pelos passageiros: internet sem fio nos ônibus
e o Espaço Cliente Planalto, na rodoviária de Porto Alegre.
Traduzindo: ainda mais conforto para os usuários.
erviços
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ção
10 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
A preocupação de melhorar cada vez
mais os serviços oferecidos aos
passageiros levou a Viação Planalto a
instalar na rodoviária de Porto Alegre
uma moderna Sala VIP denominada
Espaço Cliente Planalto. O projeto foi
desenvolvido especialmente para que
os mais de 192.000 passageiros que
embarcam ou desembarcam men-
salmente no terminal, viajando nos
ônibus da empresa, possam dispor
de um lugar adequado para descanso
e entretenimento durante o tempo em
que permanecerem no terminal, seja
durante o dia, seja à noite.
Outro serviço que já está à dis-
posição dos passageiros é o acesso
gratuito à internet sem fio nos ônibus.
Agora, já é possível conectar note-
books em qualquer ponto da viagem e
usar a internet pelo tempo desejado.
O sistema está disponível nas viagens
intermunicipais de Porto Alegre para
A sala é separada do espaço externo da rodoviária por uma divisória de vidro. Na parede à esquerda, um painel de 14 metros.
Outro conforto: máquinas para compra de
refrigerantes, café e snacs.
Itaqui, Quaraí, Rio Grande, Rosário do
Sul, Santiago, São Borja, São Francis-
co de Assis, Santa Maria e Uruguaiana.
Duas linhas interestaduais — Santa
Maria a Palmas-TO e Santa Maria a
Barreiras-BA — também oferecem o
sistema. A novidade agradou em cheio
aos passageiros. Todo o serviço está
sendo prestado em 86 ônibus com
chassis Mercedes-Benz e carroçarias
Marcopolo incorporados recentemente
à frota da Planalto.
Na rodoviária de Porto Alegre, para
ter acesso ao Espaço Cliente Planalto,
basta apresentar o bilhete de passa-
gem do dia. Na Sala VIP, os usuários
dispõem de ar climatizado, toaletes
(inclusive para portadores de neces-
sidades especiais), fraldário, internet
wireless, revistaria, DVD, sala de reu-
niões, jogos de mesa e máquinas de
auto-serviço com café, bebidas e snacs
doces e salgados.
Foto
s: Ib
anes
Lem
os/D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 11
O Espaço Cliente Planalto ocupa
área de 240 metros quadrados na ro-
doviária de Porto Alegre. Nele, chama
atenção o trabalho do artista Mateus
Grim, que pintou e montou um grande
painel ao longo de uma parede de
14 metros de extensão, retratando o
povo brasileiro através de sua cultura
e lembranças. Ele instalou as figuras
como se várias fotografias de viagem
houvessem sido dispostas aleatoria-
mente ao longo do painel. A disposição
e as figuras fortalecem, na visão do
artista, a ideia de reconhecimento: as
pessoas vão se identificando com os
elementos presentes no painel.
No ambiente estão instaladas 100
confortáveis poltronas avulsas, além
de bancadas complementadas com ca-
deiras, e onde ficam os computadores.
erviços
O espaço para jogos conta com mesas e confortáveis cadeiras de linhas modernas.
Foto
s: Ib
anes
Lem
os/D
ivul
gaçã
o
12 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
A nova frota de 86 ônibus equipados
com internet sem fio (esquerda)
introduz um novo diferencial nas
viagens rodoviárias.
Com o sistema wireless de acesso à
internet, os passageiros viajam conectados
e podem implementar decisões, tratar de
negócios, enviar ordens, fazer compras,
comunicar-se com familiares
e amigos ou simplesmente informar-se,
baixar jogos eletrônicos, ou
dedicar-se a algum passatempo
de seu interesse.
Os usuários podem navegar à vontade
pela internet sem fio.
Também se pode comprar lanches,
refrigerantes e snacs nas máquinas
instaladas na sala. A iluminação é
suave e bem distribuída, com a utili-
zação de luminárias de alumínio com
lâmpadas fluorescentes. Peças embu-
tidas com aletas metálicas e lâmpadas
tubulares T5 compõem dois circuitos
de luminárias que atendem às neces-
sidades do dia e da noite. Um sistema
de ar-condicionado mantém o Espaço
permanentemente climatizado.
Além do Espaço na rodoviária de
Porto Alegre, a Planalto conta com
salas de atendimento exclusivas aos
passageiros nas rodoviárias de Rio
Grande e Santa Maria, no interior do
Rio Grande do Sul. Computadores com acesso permanente à internet sem fio e aspecto parcial do painel.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 13
Como seria bom se a natureza tivesse mais verde e a cidade tivesse mais vida, com menos poluição e congestionamentos. Andar de ônibus ajuda a diminuir a emissão de poluentes nocivos à saúde, promove a redução de veículos nas ruas e rodovias e estimula a harmonia na sociedade. Andar de ônibus é bom, seguro e confortável. É bom para todos, inclusive você!
www.marcopolo.com.br
Respeite a sinalização de trânsito
Como seria bom se a natureza tivesse mais verde e a cidade tivesse mais vida, com menos poluição e congestionamentos. Andar de ônibus ajuda a diminuir a emissão de poluentes nocivos à saúde, promove a redução de veículos nas ruas e rodovias e estimula a harmonia na sociedade. Andar de ônibus é bom, seguro e confortável. É bom para todos, inclusive você!
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mpresaE
Viação Garcia trabalha para ser a maior do paísSob a gestão de novo controlador — o empresário gaúcho Mário Luft, radicado em São Paulo
— a Viação Garcia mantém e amplia os projetos de contínuo aperfeiçoamento dos serviços e
de renovação da frota, e trabalha com a meta de reposicionar a empresa no setor de transporte
rodoviário de passageiros.
Desde o dia 1º de dezembro de
2010 assumiu o comando da
Viação Garcia o empresário Mário
Luft, que preside o Grupo Luft, com
sede em São Paulo, e que reúne seis
unidades de negócios que atuam com
soluções logísticas para os segmentos
de agronegócios, alimentação, saúde,
entretenimento e lazer, cargas expres-
sas sensíveis e grandes volumes, e
na produção industrial de defensivos
agrícolas. O grupo possui um quadro
de mais de 3.500 colaboradores e é
um dos maiores no setor de serviços
logísticos da América Latina.
A Viação Garcia foi negociada no
fim de novembro pelas famílias Garcia
Cid, Garcia Pedriali e Garcia Molina,
O empresário Mário Luft diz que quer fazer da Viação Garcia a maior empresa de transporte rodoviário de passageiros do Brasil.
Div
ulga
ção
16 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
em transação que envolveu também
a Viação Ouro Branco e a Princesa do
Ivaí. Ao colocar-se à frente do negócio,
Mário Luft anunciou imediatamente a
intenção de comprar mais 50 ônibus
novos, a serem destinados às ope-
rações de fretamento e turismo e à
renovação de 30% da frota das linhas
metropolitanas. Informação ainda não
confirmada pela companhia dá conta
de que em janeiro deste ano teriam
sido adquiridos mais 30 chassis, estes
da marca Scania.
Mário Luft declarou que pretende
dar impulso à área de marketing e às
ações de relacionamento com o clien-
te. Um de seus primeiros elogios foi
para o quadro de 2.700 colaboradores
da Viação Garcia. A qualidade do pes-
soal vem ao encontro da sua intenção
de fazer que o foco da empresa esteja
totalmente voltado para o melhor aten-
dimento ao usuário. “Vamos investir
para beneficiar nossos passageiros e
clientes. O bem-estar do nosso passa-
geiro é prioridade”, anunciou.
Mostrando disposição para inovar,
ainda em dezembro o novo controla-
dor colocou um ônibus leito na linha
Londrina-São Paulo em horário diurno.
E explicou: “Sempre há aquele pas-
sageiro que gosta de viajar durante o
dia e não abre mão do conforto. Para
esse passageiro, teremos o ônibus
leito durante o dia.”
NOVO SONHO
Gaúcho de Santa Rosa, Mário Luft
fundou sua primeira empresa de trans-
porte em 1975. Sua visão empreende-
dora parece ajustar-se perfeitamente
à história da Viação Garcia, empresa
que nasceu e se desenvolveu junto
com o município de Londrina, há 76
anos, e que em cada período da sua
história invariavelmente se preocupou
em buscar maior eficiência, segurança
e conforto para os seus usuários. “É
um privilégio fazer parte dessa história
e uma honra incorporar a Viação Garcia
ao nosso futuro”, disse o empresário
ao assumir.
Aos 67 anos de idade, Mário
Luft diz que seu sonho, agora, é
transformar a Viação Garcia na maior
empresa de transporte rodoviário de
passageiros do País. Hoje, ela ocupa
a quinta colocação no ranking, com fa-
turamento em torno de R$ 240 milhões Os novos ônibus da Garcia mostram fotografias das principais cidades servidas pela empresa.
Os ônibus estão adaptados para o transporte de pessoas com mobilidade reduzida.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 17
por ano, mais R$ 40 milhões no setor
de encomendas e serviços expressos.
“Mudei-me para Londrina para realizar
esse grande sonho. Vamos crescer, no
mínimo, sete e meio por cento ao ano,
com a meta de chegar a dez por cento.”
Para atingir esse objetivo, ele
pretende recorrer à mesma receita de
sucesso empregada em seus outros
empreendimentos: paixão pelo negó-
cio e ousadia de inovar. Diz ser um
apaixonado pelo setor de transporte,
especialmente o de passageiros, e
garante que foi “um gosto especial
pelo desafio diário” que o impulsionou
para tentar realizar o seu sonho com a
compra da Viação Garcia.
Em termos práticos, seu raciocínio
se orienta pelo fato de que viajam
pela Garcia, em média, um milhão
de passageiros por mês, e que no
ano passado o setor de transporte
rodoviário de passageiros atendeu
a aproximadamente 120 milhões de
pessoas, ao passo que apenas oito
milhões viajaram de avião. Mário
Luft aposta nesse mercado com a
economia em crescimento, a inflação
controlada e o acesso dos brasileiros
das classes D e E às classes B e C.
Sua previsão: “Enquanto o avião está
limitado à capacidade dos aeroportos
das cidades metropolitanas e não há
projeto de expansão para os próximos
dez anos, o ônibus receberá esse
mercado crescente de passageiros.”
FROTA NOVA
A transferência do controle acio-
nário para o Grupo Luft deu-se pouco
tempo depois de a Garcia ter adquirido,
no segundo semestre de 2010, um
lote de 100 ônibus com chassis Volvo
dos modelos B9R e B12R e carroçarias
Marcopolo da Geração 7, nos modelos
Paradiso 1200 e 1050. O negócio, no
valor de R$ 55 milhões, foi o maior
realizado pela Volvo Buses em 2010
no Brasil.
Os novos ônibus já estão rodando
nas linhas da Viação Garcia nos esta-
mpresaE
Transportar passageiros em ônibus dotados das mais avançadas tecnologias de segurança e conforto é uma prática que acompanha a Garcia
desde os tempos de sua fundação, há 76 anos.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
18 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
dos do Paraná, São Paulo, Rio de Janei-
ro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Oferecem a possibilidade de acesso
wireless à internet, e ainda, pontos
para recarregar baterias de notebook e
celular, ar-condicionado com difusores
e controles individuais e sistema que
permite a constante renovação do ar
no interior do ônibus. Acrescente-se à
lista o sensor de alerta de fumaça que
indica se há cigarro aceso dentro do
veículo. Os novos carros contam com
todas as adaptações necessárias para
o transporte de passageiros portado-
res de mobilidade reduzida.
A transmissão automática dos
ônibus é equipada com a mais mo-
derna caixa eletrônica. Todos eles
contam com um avançado sistema de
segurança que possibilita a aplicação
individual dos freios em cada roda,
de modo a controlar com eficiência
a estabilidade do veículo. O sistema,
lançado há menos de dois anos no
Brasil, conjuga diversas tecnologias
e dispositivos, entre eles o controle
de frenagem que evita travamento
das rodas, e o controle que iguala a
força de tração nas rodas e a ação
dos eficientes freios a disco.
Os novos ônibus da Viação Garcia
estão circulando com fotografias das
principais cidades atendidas pela em-
presa, estampadas nos vidros trasei-
ros. São imagens de pontos turísticos
que convidam para uma boa viagem ou
um belo passeio. Fotógrafos convida-
dos cederam imagens que mostram as
belezas de Londrina, Maringá, Curitiba,
Rio de Janeiro e São Paulo. Nesta
primeira fase, os trabalhos são dos
fotógrafos Milton Dória, Valdir Carniel,
Nani Góis e André Masiero. Imagens de
outras cidades atendidas pela Viação
Garcia também serão exibidas.
A frota da Viação Garcia conta com cerca de
500 veículos de última geração. A empresa liga o
Estado do Paraná às cidades de Ribeirão Preto,
Ourinhos, Bauru, Presidente Prudente, Campinas e
São Paulo, e a várias localidades de Santa Catarina,
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Seus ônibus percorrem mensalmente cerca de 3,5
milhões de quilômetros e, por ano, são transportados
quase 12 milhões de passageiros, em serviços nos
Mecânica Volvo ou Scania e carroçaria Marcopolo G7, eficiência e modernidade nas estradas.
Os números mostram a força da empresapadrões executivo, leito-cama e double class. A sede
da empresa está em Londrina desde a fundação, e
são mantidas 17 filiais.
A Viação Garcia opera também no transporte
metropolitano, no intermunicipal e no transporte de
cargas. O serviço de encomendas expressas e cargas
fracionadas funciona no sistema de entrega em até
24 horas nas localidades onde a Viação Garcia faz
transporte rodoviário de passageiros.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 19
ncarroçadoraE
Marcopolo, há 30 anos produzindo em Ana rechO complexo industrial de Ana Rech, em Caxias do Sul, uma das mais modernas fábricas do mundo
para a produção de ônibus, comemorou 30 anos de atividades no dia 20 de fevereiro. Ali a Marcopolo
produz cerca de 50 veículos diariamente e já fabricou aproximadamente 160 mil ônibus.
Localizada em Caxias do Sul-RS, a principal unidade encarro-
çadora da Marcopolo ocupa área total de 471.000 metros
quadrados, sendo a área construída de 88.000 metros quadra-
dos. Conta com os mais avançados equipamentos e instalações
e, somente nos últimos três anos, recebeu investimentos
superiores a R$ 50 milhões, sobretudo para modernização dos
equipamentos, melhoria da qualidade, aumento de capacidade
produtiva e para ergonomia e maior conforto dos empregados.
Em Ana Rech, trabalham 6.726 colaboradores.
Acima: Ana Rech hoje: abaixo, em 1981, quando foi inaugurada.
Foto
s: D
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gaçã
o
22 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
Carroçaria Marcopolo Viaggio Geração IV, sobre chassi Volvo, da Viação Santa Cruz (1983).
Carroçaria metalica produzida pela Nicola & Cia. Ltda., com chassi Mercedes-Benz O-321.
Na unidade está localizado também
o Centro de Pesquisa e Desenvolvimen-
to da Marcopolo, onde mais de 300
técnicos e engenheiros se dedicam à
contínua evolução e aprimoramento
dos veículos. Ali é projetada a maioria
dos modelos que rodam pelo mundo e
são produzidas as unidades especiais,
concebidas sob medida para atender
às necessidades dos clientes.
A Marcopolo concentrou em Ana
Rech a fabricação de componentes e
equipamentos para os veículos, como
poltronas, painéis de acabamento,
laterais e revestimentos internos,
entre outros. As peças produzidas
são também enviadas para as demais
unidades da empresa no Brasil e no
exterior.
A unidade de Ana Rech foi inau-
gurada em 1981, com o objetivo de
suprir a crescente demanda de pro-
dução de ônibus que havia na época.
A construção havia sido iniciada três
anos antes e o projeto exigiu a implan-
tação dos mais modernos sistemas
de fabricação, que foram planejados
e desenvolvidos para se alcançar alto
grau de racionalização e produtividade.
Dez anos após a fundação, a fábri-
ca comemorou a produção do ônibus
60.000, um rodoviário Paradiso da
então Geração IV.
Em 2001, a unidade Ana Rech foi
considerada “fábrica modelo”, pela
eficiência dos seus equipamentos,
pessoal especializado, processos
industriais e desenvolvimento do
produto. No mesmo ano a unidade
inaugurou sua Estação de Gás Natural,
desenvolvida para reduzir o consumo
de energia elétrica e criar uma matriz
energética sustentável.
Considerada o centro nervoso de
toda a Marcopolo, a fábrica de Ana
Rech é onde se processam todas as
operações SKD e CKD para vários
países. Também ali são desenhados
e configurados todos os veículos a
serem produzidos pelas demais uni-
dades.
Desde 2003, a Marcopolo Ana
Rech dispõe de uma moderna pista de
testes, que facilita e torna mais rápido
o desenvolvimento de novos modelos,
a implementação de mudanças e a
detecção de eventuais falhas. Em
2004 foi inaugurada uma nova linha
de montagem e, em 2006, a fábrica
inovou com a implantação do Sistema
de Qualidade Produzida.
Além das áreas de produção, admi-
nistração, comercial e de engenharia,
a fábrica de Ana Rech contempla um
Centro de Treinamento para capaci-
tação dos empregados e de clientes,
além de uma unidade da Escola de
Formação Profissional Marcopolo,
voltada à aprendizagem de menores
da comunidade. A unidade conta tam-
bém com ampla estrutura de suporte
aos empregados, como restaurante,
serviços médicos, farmácia, bancos,
despachantes, seguradora, biblioteca
e loja conveniada.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 23
No ano passado, a Marcopolo pro-
duziu 27.580 unidades em suas várias
fábricas no mundo e alcançou a receita
de R$ 2,96 bilhões, com crescimento
de 42,3% sobre as 19.384 unidades
fabricadas em 2009. O excepcional
resultado se deveu à significativa
recuperação do mercado brasileiro
de ônibus e à consolidação de suas
principais operações no exterior; mas
também é importante registrar que a
companhia se preparou cuidadosamen-
te para alcançar esse resultado, tendo
iniciado já em 2008 um programa de
investimentos da ordem de R$ 330 mi-
lhões para aumento de sua capacidade
produtiva e incremento da produtivida-
de. Naquele momento, é bom lembrar,
o ambiente era de crise econômica de
âmbito mundial.
José Rubens de la Rosa, diretor-
-geral da Marcopolo, explica: “O bom desempenho de 2010
é fruto de decisões estratégicas,
tomadas há algum tempo e que se
mostraram assertivas, que incluíram
o contínuo investimento em moderni-
zação e aumento de capacidade e de
produtividade e a sua não interrupção
durante a crise de 2008 e 2009.
Quando a demanda foi retomada,
principalmente no mercado brasileiro,
estávamos prontos, com capacidade,
mão de obra especializada e treinada e
elevado nível de produtividade”, afirma
o executivo.
Ele ainda destaca que, ao longo
de 2009, em vez de reduzir o quadro
de colaboradores, a Marcopolo optou
por negociar redução de jornada de
trabalho e formação de banco de
horas, mantendo a mão de obra expe-
Em 2010, foram produzidas 27.580 unidades e realizada uma receita de R$ 2,96 bilhões
Júlio
Soa
res
ncarroçadoraE
riente, fator que também foi decisivo
para atender com rapidez a demanda
surgida a partir do segundo semestre
daquele ano.
“A crise nos ajudou a nos tornar-
mos mais competitivos e eficientes.
Reduzimos o desperdício em cada
uma de nossas operações, elevamos
a produtividade e a velocidade da
tarefa de fazer ônibus e, com isso,
melhoramos nossa margem bruta, ou
lucro operacional, em 2,3%”.
A eficiência operacional, aliada a
outros aspectos importantes, entre os
quais o fornecimento de cerca de 800
ônibus para a Copa do Mundo de Fu-
tebol, na África do Sul; o crescimento
do PIB brasileiro, aliado às melhores
condições de financiamento, e o su-
cesso alcançado pela nova geração
de ônibus rodoviários — a Geração
7 — lançada em 2009 durante a
crise econômica, foram fatores que
possibilitaram à Marcopolo atingir o
lucro líquido de R$ 295,8 milhões. O
resultado é proveniente, em parte, da
receita financeira das exportações e
aplicações financeiras, do êxito em
ações judiciais relativas a causas tri-
butárias e do desempenho do Banco
Moneo, criado em julho de 2005 com
a finalidade de financiar os produtos
da Marcopolo e que, em 2010, obteve
lucro de R$ 25,8 milhões.
CRESCIMENTO DAS OPERAÇÕES
Em 2010, a Marcopolo registrou
crescimento de produção em suas
operações no Brasil e no exterior. Das
27.580 unidades fabricadas, 18.900
(68,5%) foram produzidas no País; as
demais 8.680 (31,5%), no exterior. O
As vendas dos ônibus da Geração 7, lançados ainda no período de crise na economia
mundial, contribuíram fortemente para o excelente desempenho da Marcopolo em 2010.
24 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
Com o objetivo de aumentar a com-
petitividade e a independência de suas
operações, e coincidindo com aniver-
sário de implantação da unidade Ana
Rech, a Marcopolo introduziu várias
mudanças em sua Unidade de Negócio
Ônibus. As atividades foram divididas
em quatro regiões: 1) Brasil, 2) Améri-
cas, 3) África/Índia e 4) Ásia/Pacífico.
Novos executivos foram nomeados
para dirigi-las. A partir de agora, as
três fábricas brasileiras passam a ter
gestão única, tendo em vista aumentar
sua produtividade e eficiência.
O diretor-geral da Marcopolo, José
Rubens de la Rosa, explica que as
mudanças visam preparar a empre-
sa para um novo e vigoroso ciclo de
crescimento, tanto no Brasil como no
exterior, tornando a companhia ainda
mais competitiva e moderna.
Na Unidade de Negócio Ônibus,
sob gestão do diretor Carlos Casira-
ghi, com divisão em quatro regiões e
a nomeação de um diretor para cada
uma, Lusuir Grochot passa a ser o
responsável pelas operações fabris no
Brasil, que envolvem as plantas de Ana
Rech e Planalto, em Caxias do Sul, e
a Ciferal, no Rio de Janeiro. Paulo An-
drade assumiu a região Américas, com
as unidades da Argentina, Colômbia e
México; Gelson Zardo está no comando
das fábricas da África do Sul, Índia e do
Egito, e Wang Chong, da região Ásia/
Pacífico, que compreende os mercados
da Rússia e da China.
A estrutura organizacional da Mar-
copolo teve mudanças também em
outras diretorias. Em uma delas, Milton
Susin, até então diretor de Recursos
Humanos e Aquisição e Logística,
assumiu o comando da Unidade de
Negócio Volare no lugar de Nelson
Gehrke, que passa a cuidar da área
de Aquisição e Logística.
Não houve alterações nas áreas de
Estratégia e Desenvolvimento, sob o
comando de Ruben Bisi; Engenharia,
com Edson Mainieri, e Controladoria e
Finanças, José Valiati, que compõem a
diretoria executiva da empresa.
crescimento obtido no mercado interno
foi de 38,2% em relação à produção do
ano anterior, que havia sido de 13.672
unidades. No exterior, as operações
registraram aumento de 52,0% sobre
2009, quando foram produzidas 5.712
unidades.
No mercado brasileiro houve ainda
um fator que contribuiu para o cresci-
mento do segmento de ônibus, o proje-
to “Caminho da Escola”, desenvolvido
para fornecer transporte escolar para
alunos das zonas rurais no Brasil. A
previsão é de que continue sendo um
importante propulsor das vendas de
micros e miniônibus.
No exterior, mesmo enfrentando a
excessiva valorização do real frente ao
dólar, a Marcopolo procurou atender
os mercados conquistados ao longo
dos anos e manteve expressivo forne-
cimento para diversos países. Foram
exportadas 2.426 unidades, com cres-
cimento de 10,7% em relação a 2009.
Na Índia, onde a Marcopolo man-
tém uma joint venture com a Tata
Motors, a produção foi de 5.216 uni-
dades, com crescimento de 107,2%
em relação a 2009. Na Argentina, a operação cresceu
53,8%, sendo produzidas 723 unida-
des. Na África do Sul, o volume total
produzido foi de 416 unidades, 35,1%
superior à de 2009, mantendo-se a
liderança do mercado, com uma parti-
cipação de 42,0%. Já na Colômbia, a
Superpolo produziu 1.472 unidades,
sendo 736 unidades (50%), conside-
radas na produção consolidada da
Marcopolo. O volume foi 15,4% maior
que o de 2009. Finalmente, no Méxi-
co, o volume produzido pela Polomex
foi de 1.255 unidades. Nesse país,
os patamares do mercado de ônibus
ainda estão muito abaixo dos pata-
mares de antes da crise econômica
de 2008.
Mudanças na estrutura para aumentar a competitividade
Paulo Bellini, presidente do Conselho da
Marcopolo e seu acionista majoritário.
José Rubens de la Rosa, diretor-geral da
Marcopolo.
Foto
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ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 25
A Marcopolo foi fundada em 6 de
agosto de 1949, em Caxias do Sul,
pelos irmãos Nicola (Dorval, Doraci
e Nelson). Inicialmente, chamou-se
Nicola & Cia. Ltda. Era uma oficina de
pintura de cabines de caminhões. Em
1950, ingressou na sociedade o atual
presidente do Conselho de Administra-
ção e controlador majoritário, Paulo
Bellini. Foi quando passou a produzir
carroçarias de ônibus. Tinha então 15
empregados e as carroçarias eram de
madeira. O primeiro ônibus com estru-
tura em aço foi fabricado em 1952. Em
1967, a empresa deu início a um ciclo
de atualização dos seus processos
produtivos, compreendendo inclusive
a implementação de treinamento dos
colaboradores para aumento da efici-
ência e da produtividade. Em 1968,
graças à evolução de todos os setores
da fábrica, especialmente projeto e de-
senvolvimento, foi concebido um novo
ônibus com o nome inspirado num dos
mais famosos navegadores italianos,
Marco Polo. O ônibus transformou-se
rapidamente num grande sucesso de
vendas. Coincidindo com a retirada dos
irmãos Nicola do negócio, os sócios
remanescentes decidiram mudar a
razão social para Marcopolo.
O modelo exclusivamente de ges-
tão familiar foi mantido durante mais
da metade da trajetória da companhia,
sempre com sucesso. O desenvolvi-
mento e as exigências do crescimento
tornaram imperiosa a adoção, em
1980, de um conjunto de métodos
administrativos inspirados nos mode-
los japoneses e adaptados à realidade
brasileira. E assim, em um novo salto
de qualidade, a empresa assumiu um
Negócio familiar que se tornou multinacional e com fábricas instaladas em nove países
Foto
s: Jú
lio S
oare
s
bem-sucedido modelo de profissiona-
lização que possibilitou potencializar a
experiência dos empresários pioneiros
e o permanente engajamento dos
colaboradores, levando a companhia
à posição de liderança que ocupa há
vários anos no mercado interno e na
América Latina, além da marcante atu-
ação em mais de 100 países. Hoje, a
encarroçadora mantém fábricas na Áfri-
ca do Sul, Argentina, China, Colômbia,
Egito, México, Portugal, Rússia e Índia.
Área de finalização das carroçarias: toque final para realçar a tradicional qualidade.
ncarroçadoraE
Aqui se completa o longo ciclo de produção da Unidade de Ana Rech.
26 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
A Escola de Formação Profissional Marcopolo está integrada à unidade Ana Rech.
Responsabilidade social como prática diária voltada aos coloboradores e à comunidade
Na Marcopolo, a responsabilidade
social é uma prática diária e perfeita-
mente mensurável a qualquer instante
e para onde quer que se olhe. Sua
expressão mais evidente, mas nao a
única, é um programa permanente que
oferece oportunidades de qualificação
profissional, num primeiro momento,
e emprego, posteriormente, para
pes soas portadoras de deficiência. O
programa tem possibilitado que pes-
soas com deficiência visual, auditiva,
mental, física ou múltiplas ingressem
no quadro de colaboradores da em-
presa, depois de passarem pelo curso
Operador de Veículos Automotores. No
curso, eles se submetem a treinamen-
to específico para o desempenho de
atividades profissionais em diferentes
áreas. A capacitação profissional é fei-
ta considerando aptidões específicas,
talentos e necessidades especiais.
Abrange temas técnicos, comporta-
mentais e sociais. Tem a duração de
800 horas e é ministrado na Escola de
Formação Profissional Marcopolo, em
convênio com o Senai.
A principal diretriz desse e de ou-
tros programas e projetos estabelece
que eles devem, obrigatoriamente,
beneficiar crianças, adolescentes,
idosos e portadores de deficiência.
São alcançados, prioritariamente,
os colaboradores, suas famílias e a
comunidade.
CIDADANIA
O Programa de Cidadania Marco-
polo compreende uma série de ações
e programas em diversas frentes,
sempre com o propósito de acorrer a
grupos de vulnerabilidade social, de
forma a criar condições para sua real
inclusão. Além do curso profissiona-
lizante e do primeiro emprego, são
oferecidas bolsas de estudo.
Outro projeto, o Programa Vida,
busca melhorar a qualidade de vida
dos colaboradores e de seus fami-
liares. Atua na prevenção do uso do
álcool e de outras drogas, não apenas
preventivamente, mas oferecendo
tratamento para reabilitação em de-
pendência química.
Já o programa Todos na Escola
distribui material escolar e zela para
que todos os filhos de seus colabo-
radores, de seis a 18 anos de idade,
estejam efetivamente matriculados em
instituições de ensino e tenham seu
rendimento cuidadosamente acompa-
nhado pelos pais. Com o objetivo de
estimular os estudantes, a Marcopolo
também pôs em prática o Projeto Aluno
Nota 10, que confere a eles prêmios
de incentivo.
São destinados recursos financei-
ros e humanos a projetos da comu-
nidade que se proponham oferecer
educação de qualidade, valorizar a
vida e proporcionar formação integral
ao aluno.
As colaboradoras-gestantes con-
tam com o Projeto Bebê Chegando,
que faz o acompanhamento detalhado
da gravidez, de modo a assegurar
saúde física e emocional a mães
e filhos. As consultas médicas de
pré-natal são complementadas em
encontros com assistentes sociais,
médicos e enfermeiros que orientam
as colaboradoras.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 27
mpresasE
Avanços contínuos na qualidade dos serviçosEm 2011, mantendo o mesmo ritmo do ano passado, quando realizaram grandes investimentos
na aquisição de novos ônibus, no treinamento de pessoal e na implantação de salas especiais
destinadas ao descanso dos passageiros, as empresas de transporte rodoviário de passageiros filiadas
à ABRATI seguem apostando na qualidade dos veículos que operam, na capacitação e na eficiência
do atendimento prestado aos usuários.
Imagine-se, por exemplo, uma viagem
em que, ao longo de todo o trajeto,
os passageiros vão recebendo informa-
ções turísticas sobre as cidades por
onde o ônibus passa. É exatamente
isso que acontece duas vezes por
semana nos ônibus da Util que fazem
a linha Rio de Janeiro-Brasília. A partir
de pesquisas e de contatos na área de
atendimento ao cliente, a companhia
identificou alguns pontos que poderiam
transformar a viagem de ônibus em
uma experiência ainda mais agradá-
vel. Em seguida, colocou nos ônibus
da linha comissários ou comissárias
que não só prestam atendimento e
orientação permanentes aos passa-
geiros durante a viagem como ainda
transmitem a eles variadas informa-
ções turísticas e culturais, inclusive
sobre as cidades do Rio de Janeiro e
A preparação e treinamento dos motoristas é um dos pontos altos das empresas com o objetivo de oferecer sempre o melhor serviço.
Div
ulga
ção
30 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
de Brasília. A intenção é transformar
a viagem de quase 17 horas em um
agradável passeio turístico.
Durante a viagem os passageiros
descobrem, por exemplo, que Paraca-
tu, cidade no Noroeste de Minas, tem
o cerrado como vegetação típica, e que
Juiz de Fora promove um dos maiores
festivais de música clássica do mundo.
Também ficam sabendo que a rodovia
BR 040, que liga o Rio a Belo Horizonte
e Brasília, foi a primeira a ser asfaltada
no País, no trecho entre Rio de Janeiro
e Petrópolis. Já chegando ao Rio de
Janeiro ou a Brasília, os viajantes
recebem diversas dicas e informações
de caráter histórico e cultural sobre as
duas capitais. O ônibus com comis-
sário de bordo tem duas saídas por
semana: às terças e às quartas, com
partida às 20h30 do Rio de Janeiro,
e às quintas e sextas, também às
20h30, com partida de Brasília.
O conceito do novo serviço é tam-
bém resgatar o serviço das famosas
rodomoças, praticamente extinto no
País após a década de 1970, dando
um toque turístico na prestação do
serviço e aproveitando as paisagens
que só a viagem rodoviária proporciona
aos passageiros. O ônibus entre Rio
de Janeiro e Brasília faz três paradas
durante o percurso. Em todas elas o
comissário ou comissária traz infor-
mações sobre o tempo de parada, o
percurso e a estimativa de chegada ao
destino, além de orientar os passagei-
ros no que for solicitado.
FOCO É O CLIENTE
Empenhada em prestar sempre o
melhor serviço para os passageiros,
a Util faz seus investimentos tendo
como foco principal o cliente. Para este
ano, por exemplo, a empresa planejou
e está executando várias ações com
esse objetivo. Os canais de relaciona-
mento com o cliente foram ampliados
através das redes sociais na internet;
os passos de compra no site da com-
panhia foram simplificados e também
foi aumentado o número de canais de
O novo ônibus Mix da Util oferece em um só carro dois diferentes serviços, que podem variar de horário para horário e de linha para linha.
Cláudio Flor, diretor da Util.
Júlio
Fer
nand
es
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 31
venda física e virtual para facilitar a
compra de passagens. A longo do ano,
serão instaladas mais salas VIP nas
rodoviárias e implementados novos
serviços. Finalmente, foram adquiridos
novos carros Mix, o que possibilita
aumentar a oferta das diferentes
categorias de serviço, adequando-as
às necessidades de cada passageiro.
Atualmente, a frota da Util conta
com 30 carros Mix, cuja configuração
pode ser alterada de modo a oferecer
sempre duas categorias de serviços
em cada ônibus, possibilitando, por-
tanto, aumentar a oferta de categorias
por horário. Por exemplo: o Mix leito/
plus oferece serviço leito e serviço
executivo com apoio de pés; o Mix
Premium é um semileito com apoio de
pés e maior inclinação da poltrona e
oferece, no mesmo carro, o Clássico,
serviço convencional com ar-condicio-
nado. Há ainda carros que oferecem o
Mix plus executivo com apoio de pés
simultaneamente ao serviço Clássico
convencional com ar-condicionado.
Todos os carros foram comprados
em 2010 e, pelo conforto que ofere-
cem, têm sido muito elogiados pelos
clientes.
O CHEFE RECOMENDA
Imagine-se, por outro lado, uma via-
gem na qual todos os lugares onde o
ônibus faz paradas estão qualificados
para oferecer serviços de bar, lanches
e restaurante de primeira categoria.
Isso pode não ser tão comum, mas
quem viaja pelas linhas da Expresso
Guanabara já se acostumou a encon-
trar qualidade, conforto e ambiente
agradável em todas as paradas. Em
grande parte, isso acontece graças
ao programa Boa Mesa na Estrada,
criado pela empresa em 2005, em co-
operação com o Sebrae, e que, desde
então, vem sendo continuamente aper-
feiçoado. Justifica a iniciativa o fato de
a Expresso Guanabara entender que
a satisfação deve estar presente em
todos os momentos de uma viagem.
Assim, quando se desloca em
ônibus da companhia, o cliente pode
até não saber, mas o bem-estar que
lhe é proporcionado também nas pa-
radas foi cuidadosamente trabalhado
e planejado em encontros promovidos
com os proprietários dos restaurantes
prestadores dos serviços.
Os estabelecimentos que aderiram
ao programa passaram por um amplo
processo de capacitação, conhece-A Util está resgatando o conceito de comissária de bordo nos ônibus e agregando a suas
funções tradicionais a tarefa de prestar informações turísticas aos passageiros.
mpresasE
Paulo Porto Lima, diretor da Expresso
Guanabara.
Foto
s: D
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gaçã
o
32 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
ram a importância de fatores como
alimentação saudável, boa apresen-
tação, higiene e bom atendimento.
Aprenderam como montar o serviço de
self-service mais adequado ao usuário
e assimilaram noções básicas de ad-
ministração. Como desdobramento do
programa, neste momento o Sebrae
está trabalhando no processo de au-
ditoria que vai resultar na certificação
dos restaurantes com o selo Boa Mesa
na Estrada, que classifica o estabeleci-
mento em uma de três categorias, de
acordo com a estrutura e os serviços
oferecidos e segundo as normas téc-
nicas de certificação do órgão.
ATENDIMENTO
Seguindo a mesma filosofia, a
Expresso Guanabara criou o progra-
ma “Agência Top 10”, que introduziu
várias melhorias nas suas agências
terceirizadas de venda de passagens.
Guardadas as peculiaridades de cada
segmento, o mesmo trabalho de cons-
cientização e sensibilização feito com
os donos de restaurantes foi repetido
junto aos agentes terceirizados que
vendem passagens, enfatizado-se
principalmente a importância da
melhoria contínua da qualidade dos
serviços oferecidos. A implementação
do programa resultou em um novo
padrão de atendimento nas agências
terceirizadas espalhadas pelas re-
giões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
do País. Todos os anos, o programa
premia as dez melhores agências do
ano e as agências-destaque regionais.
A empresa também não se des-
cuida de suas próprias agências, cuja
rede está sempre sendo melhorada.
No dia 6 de dezembro último, por exem-
plo, ela inaugurou o seu novo box de
venda de passagens no terminal rodo-
viário de Juazeiro do Norte. O box tem
padrão semelhante ao de uma agência
de viagens e segue o mesmo conceito
do existente na rodoviária João Thomé,
Um dos 103 ônibus adquiridos no início do ano pela Viação Santa Cruz.
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 33
em Fortaleza, um dos mais modernos
do País. Em Juazeiro, a área é de
100 metros quadrados, em ambiente
climatizado, com sistema que permite
mais eficiência no atendimento ao
clientes no momento da compra de
passagens. O novo espaço, maior e
mais amplo, acomoda as pessoas com
mais conforto e conta com funcionários
especialmente preparados para lidar
com o software que controla e divide os
clientes de acordo com a sua necessi-
dade e prioridade. Juazeiro é a terceira
cidade a adotar esse novo conceito
de box/agência. Além de Fortaleza, a
Guanabara implantou o mesmo padrão
também na rodoviária de Brasília.
MODERNIZAÇÃO
A contínua modernização gerencial
e tecnológica das empresas também
é um modo de prepará-las para impri-
mir um alto padrão de qualidade aos
seus serviços. Sob esse aspecto, a
mpresasE
Expresso Guanabara e a Util, como
tantas outras companhias associadas
à ABRATI (Associação Brasileira das
Empresas de Transporte Terrestre de
Passageiros) constituem referências
muito importantes no setor de trans-
porte rodoviário de passageiros.
Nas garagens da Util, o meio am-
biente é uma preocupação permanen-
te: o lixo e a água são reciclados, e o
combustível utilizado apresenta menor
teor de enxofre do que o empregado
nos ônibus das linhas urbanas. No que
diz respeito aos colaboradores, eles
passam constantemente por treina-
mento e reciclagem para desenvolver
de forma precisa as suas funções. Os
motoristas têm espaços adequados
para descanso e repouso nas próprias
garagens.
A preocupação com o treinamento
e o bem-estar dos motoristas é perma-
nente na Guanabara, como caminho
para assegurar o cumprimento do
compromisso com a qualidade e tam-
bém com o conforto e segurança dos
passageiros. Os profissionais passam
por diversos estágios de treinamento,
alguns antes de assumirem suas fun-
ções na empresa e outros, para fins de
aperfeiçoamento, quando eles já estão
atuando. O treinamento inclui informa-
ções sobre direção preventiva, normas
de circulação e conduta, legislação de
trânsito, sinalização, meio ambiente e
cidadania. Todos os motoristas contra-
tados passam por exames de direção
e por testes psicológicos.
A saúde dos profissionais é acom-
panhada durante todo o tempo, em
um processo que inclui avaliações
clínicas, exames oftalmológicos e
audiométricos, ecocardiograma, ele-
troencéfalograma e exames clínicos
em geral. Na garagem central, os mo-
toristas também dispõem de espaço e
modernos equipamentos para a prática
de exercícios físicos.
Na garagem principal da Expresso Guanabara, os motoristas podem manter a forma física exercitando-se num espaço exclusivo.
Div
ulga
ção
34 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
A Transnorte, de Montes Claros-MG, é outra empresa que está investindo em renovação de frota.
Heinz Kumm Júnior, diretor executivo
da Auto Viação 1001, do Grupo JCA.
Ônibus novos constituem um
diferencial de qualidade, conforto, se-
gurança e proteção ao meio ambiente.
Por isso, as empresas de transporte
rodoviário interestadual e internacional
de passageiros mantêm programas de
renovação de frota escrupulosamen-
te cumpridos a cada ano. Somente
nos dois primeiros meses de 2011,
inúmeras companhias formalizaram
expressivos pedidos de ônibus novos,
acrescentados às volumosas compras
do segundo semestre de 2010.
Enquadram-se neste caso as em-
presas que compõem o Grupo JCA,
de Niterói-RJ, que, juntas, adquiriram
Cumprir os programas de renovação anual das frotas, ponto de honra para as empresas
300 ônibus em janeiro, divididos entre
as marcas Mercedes-Benz, Scania e
Volvo. Quase no fim do ano passado,
a Viação Cometa, do mesmo grupo,
já havia adquirido 123 novos ônibus
Mercedes-Benz com encarroçamento
Marcopolo G7. Pouco antes, outra em-
presa do Grupo JCA — a Auto Viação
1001 — havia comprado 120 carros
das marcas Mercedes-Benz e e Volvo.
“Nosso objetivo é sempre pro-
porcionar aos usuários uma viagem
segura, confortável e feita em carros
novos, de última geração, dotados de
todos os itens de conforto que possam
tornar as viagens cada vez mais agra-
Júlio
Fer
nand
es
Vill
ela
Des
ign/
Div
ulga
ção
dáveis”, explica o diretor executivo da
Auto Viação 1001, Heinz Kumm Júnior.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 35
Joel Fernandes, diretor da Viação
Cidade do Aço.
Recorde-se que no segundo semes-
tre de 2010 a Viação Águia Branca e
a Viação Salutaris (ambas do Grupo
Águia Branca), de Cariacica-ES, in-
corporaram a suas frotas 90 ônibus
rodoviários Mercedes-Benz encarroça-
dos pela Marcopolo. Outras empresas
que fizeram compras foram a Viação
Garcia, de Londrina-PR (ver matéria na
página 16) e, em volumes não anuncia-
dos, a Gontijo, de Belo Horizonte-MG.
Também a Viação Santa Cruz, de
Mogi-Mirim-SP, comprou 103 ônibus
Scania e Mercedes-Benz em dezembro
de 2010, confiando o encarroçamento
à Marcopolo e à Comil. Cláudio Nelson
C. Rodrigues de Abreu, diretor da em-
presa, informa que a Santa Cruz adian-
tou os investimentos que ia fazer em
2011 e renovou de uma só vez mais
de 12% de sua frota de 500 ônibus.
“Carro novo dá mais conforto ao
usuário e é um fator que pesa cada vez
mais na concorrência, além de reduzir
custos de manutenção”, justifica. A
mesma explicação foi dada no segun-
do semestre do ano passado por Joel
Rodrigues Fernandes, diretor da Viação
Cidade do Aço, de Volta Redonda-RJ,
ao anunciar a compra de mais um
lote de rodoviários da marca Scania,
encarroçados pela Marcopolo. Antes
de entrarem em operação, os veículos
foram apresentados em um concor-
rido desfile pelas ruas das cidades
fluminenses de Barra Mansa e Volta
Redonda. Ele enumerou fatores como
o aspecto ambiental da operação de
transporte rodoviário, a economia de
combustível e as emissões reduzidas
de poluentes, mas destacou, do mes-
mo modo, o fato de a Viação Cidade do
Aço perseguir o objetivo de criar todas
as condições para que seus clientes
se sintam satisfeitos e, mais ainda,
para que os usuários de automóveis
se sintam motivados a mudar para o
ônibus.
Responsabilidade social e preservação do meio ambiente estão entre as prioridades
A responsabilidade social também
está entre as prioridades das empre-
sas. A Util e a Guanabara, a exemplo
das demais, apóiam entidades e
programas voltados a crianças caren-
tes, além de incentivarem a cultura,
o esporte e a preservação do meio
ambiente. A Guanabara está transfor-
mando a vida de 60 jovens do projeto
“Caminhos Musicais Guanabara”.
São crianças e adolescentes da rede
municipal de ensino de Croatá–CE, que
formam a Orquestra Sinfônica Estrelas
da Serra, patrocinada pela Guanabara.
Através do projeto, a filarmônica vem
realizando apresentações em várias
cidades das regiões Norte e Nordeste. Apresentação da Orquestra Filarmônica Estrela da Serra, patrocinada pela Guanabara.
mpresasE
Júlio
Fer
nand
es
Div
ulga
ção
Cláudio Nelson de Abreu, diretor da Viação
Santa Cruz, do Grupo Santa Cruz.
Júlio
Fer
nand
es
36 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
ncarroçadoraE
Os 65 anos da Caio e os dez da Induscar CaioEm 2011, a marca Caio completa 65 anos de tradição. A primeira carroçaria da marca surgiu em 1946. De
lá para cá, foram produzidas mais de 172.000 carroçarias destinadas aos mercados interno e externo.
Mais de um terço delas saiu das linhas de montagem da Caio Induscar, que assumiu a marca em 2001.
Um momento muito importante na
trajetória da marca Caio, a mais
tradicional no Brasil, ocorreu no dia
25 de janeiro de 2001, em Botucatu,
quando uma nova empresa, operando
sob a denominação de Induscar/Caio,
assumiu a produção das famosas car-
roçarias. Tratava-se de uma solução
encontrada para pôr fim à longa crise
financeira da Companhia Americana
Industrial de Ônibus, desencadeada
na segunda metade da década de
1990, quando a encarroçadora foi si-
multaneamente afetada por problemas
de gestão, pela retração do mercado
interno de ônibus e por dificuldades
conjunturais da economia. A produção
foi drasticamente atingida e a empresa
Instalações industriais da Induscar Caio em
Botucatu, no interior do Estado de São Paulo.
Div
ulga
ção
38 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
acabou interrompendo as atividades,
embora naquele momento contasse
com significativa quantidade de enco-
mendas em carteira.
Muitos dos pedidos eram de um
dos maiores clientes da Caio — o
Grupo Ruas, com forte atuação no
segmento de transporte urbano de
passageiros em São Paulo. Uma
grande quantidade de chassis urbanos
pertencentes ao grupo se encontrava
no pátio da fábrica, em Botucatu, e
corria o risco de deteriorar-se caso
não recebesse encarroçamento. O
Grupo Ruas apresentou então uma
proposta de arrendamento da marca
Caio e das instalações da fábrica. A
proposta foi aceita, o que possibilitou
a constituição da nova empresa, a
Induscar/Caio, cujo objetivo inicial era
fazer o encarroçamento dos chassis
que já se achavam no pátio da Caio.
Como começaram a surgir pedidos
de outras empresas de ônibus fiéis à
marca Caio, a produção para terceiros
foi retomada e em pouco tempo voltou
a funcionar a plena capacidade.
Atualmente, a Induscar Caio é
uma das mais modernas e eficientes
encarroçadoras brasileiras e está entre
as que mais cresceram no mercado
interno na última década. Em 2010,
alcançou a maior produção individual
de carroçarias, com 8.984 unidades,
respondendo por 28% do total fabri-
cado pelas encarroçadoras brasileiras
associadas à Fabus. Das mais de
172.000 carroçarias que receberam
a marca Caio nesses 65 anos, mais
de um terço saíram das linhas de pro-
dução da Induscar Caio nos últimos
dez anos.
A empresa, hoje, tem vários escri-
tórios de representação de vendas.
Seu parque fabril ocupa a área de
472.000 metros quadrados, sendo
159.000 de área construída. Sua
capacidade de produção é de 40 carro-
çarias por dia. Ela tem mais de 3.000
colaboradores e é uma das maiores
empregadoras de Botucatu.
A produção atende aos segmen-
tos rodoviário, urbano, de turismo,
fretamento, escolar, executivo e de
carga, com vasta linha de modelos que
inclui, além dos rodoviários e urbanos,
os articulados, biarticulados, mídis,
micros e mínis.
A antiga vocação exportadora da
marca foi retomada e vem se firman-
do cada vez mais. Em dez anos, a
Induscar Caio conquistou vários novos
mercados no exterior.
Carroçaria Caio sobre chassi da General Motors do Brasil.
Modelo que ficou conhecido como “papa-fila” (1956). Este era puxado por um Mercedes-Benz.
Carroçaria Caio produzida no início da década de 1960.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 39
No dia 13 de abril de 1945, prati-
camente já no fim da Segunda Guerra
Mundial, começou a funcionar num
galpão de 3.120 metros quadrados
na Avenida Celso Garcia, no bairro do
Tatuapé, em São Paulo, a Companhia
Americana Industrial de Ônibus —
Caio. Surgiu de uma associação entre
os irmãos José Gonçalves e Octacílio
Piedade Gonçalves, tendo como tercei-
ro sócio José Massa, com a finalidade
de produzir, ainda artesanalmente,
carroçarias de ônibus, naquela época
chamadas de jardineiras. As jardineiras
saíam da fábrica da Caio equipadas
com motor Buda ou Hercules; tinham
o motor projetado para fora do salão
de passageiros e janelas acionadas
por catracas. Os modelos rodoviários
dispunham de bagageiro no teto, com
acesso por uma escada externa colo-
cada na traseira do veículo.
Em pouco tempo as instalações
da Celso Garcia ficaram pequenas
e a empresa se transferiu para uma
área de 20.000 metros quadrados na
Rua Guaiaúna, no bairro da Penha, na
capital paulista, onde deu sequência
a suas atividades, que ainda tinham
certas características artesanais. A
produção, contudo, cresceu conti-
nuamente. Se no fim de 1946 eram
fabricadas 12 unidades por mês, no
ano seguinte já eram 26, em média.
No início dos anos 1950, quando
a FNM — Fábrica Nacional de Motores
—, sob licença da Alfa-Romeo, pas-
sou a fabricar o primeiro caminhão
nacional (conhecido por “João Bobo”
ou Fenemê), a Caio retirou dele a
cabine, mudou a posição do volante
e introduziu algumas soluções técni-
cas, transformando-o em chassi para
carroçaria de ônibus. Foi o primeiro e
um dos mais significativos avanços
em termos de qualidade e de tamanho
das carroçarias Caio. Outra enorme
evolução ocorreu quando, anos mais
tarde, a encarroçadora foi uma das
primeiras no Brasil a produzir carroça-
rias metálicas.
José Massa tornou-se o único
controlador da companhia e, após sua
morte, a família manteve o controle
acionário, representada inicialmente
por José Roberto Massa (segunda
geração) e mais tarde por José Massa
Da produção artesanal ao mercado mundial
Segundo modelo da carroçaria Amélia, lançado depois que a fábrica mudou-se para Botucatu.
Com peças e componentes padronizados, sua estrutura podia ser de aço ou de alumínio.
Carroçaria Caio Jaraguá. Caio Bossa Nova, a primeira carroçaria tubular da marca.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
ncarroçadoraE
40 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
Neto (terceira). Ao longo dos anos, foi adquirida a Com-
panhia Autocarroçarias Cermava, do Rio de Janeiro, e
instalada em Recife a subsidiária Caio Norte, que chegou
a produzir 50 carroçarias mensais. Em 1976, a matriz
comprou a Indústria de Carroçarias Metropolitana, tam-
bém do Rio de Janeiro, e criou a Caio Rio. A aquisição
lhe permitiu absorver a tecnologia de construção em
duralumínio. Tornou-se também grande exportadora de
carroçarias: na segunda metade dos anos 1970, chegou
a exportar 25% da sua produção.
Já no fim desse mesmo período, em virtude de
mudanças no quadro econômico, a Caio Rio foi desati-
vada. Alguns anos depois, em abril de 1985, a matriz
foi transferida para Botucatu, no interior do Estado de
São Paulo. A encarroçadora respondia então por 80% do
total dos ônibus urbanos fornecidos ao mercado interno
e mantinha volume expressivo de exportações. Em 1981,
por exemplo, cerca de 2.000 unidades foram destinadas
a outros países. Naquele momento, a marca Caio era, de
longe, a mais forte no mercado de carroçarias de ônibus,
especialmente no segmento urbano.
Carroçaria Caio Gabriela, produto lançado em 1974.
O rodoviário Squalo, em alumínio, lançado em 1985, ganhou
rapidamente a preferência do setor de fretamento.
Os produtos Caio ao longo de 65 anos1946 Jardineira com motor Buda ou Hércules.
1956 Papa-Filas, um FNM puxando um semi-reboque.
1958 Cabines de caminhões para a Mercedes-Benz.
1959 Bossa Nova, primeira carroçaria rodoviária com
estrutura tubular.
1960 Ônibus elétrico para Araraquara, SP.
1966 Gaivota, ônibus urbano lançada no Salão do Au-
tomóvel, com toalete, bar, iluminação individual
para leitura, carpete, poltronas reclináveis e cinto
de segurança.
1967 Gaivota modelo rodoviário.
1969 Rodoviário Jubileu e Caio Verona, o primeiro micro-
-ônibus brasileiro.
1974 Gabriela.
1974 Carolina I.
1976 Gabriela II, com vigia inteiriço.
1977 Rodoviário Corcovado.
1980 Amélia.
1980 Rodoviário Aritana.
1980 Papa Móvel.
1981 Carolina II.
1983 Carolina III.
1985 Lançamento de novo modelo Amélia.
1985 Rodoviário Squalo, em alumínio.
1987 Carolina IV.
1988 Urbano Vitória.
1994 Rodoviário monobloco Beta, lançado na Expo-
bus’94 é destinado ao mercado externo (Méxi-
co), em joint-venture com a Mercedes-Benz da
Alemanha.
1994 Monte Rei e Carolina V.
1995 Urbano Alpha.
1995 Taguá — urbano escolar.
1997 Piccolino, Piccolo, Millenium e Alpha Intercity.
1999 Apache S21.
2001 Apache Vip.
2002 Giro 3400.
2003 Millennium II e Giro 3600.
2004 Top Bus e Giro 3200.
2005 Foz 2400, Mondego HA e Mondego LA, Giro 3200.
2006 Foz Super.
2007 Apache S22.
2008 Foz 2200 e Apache Vip 2008/2009.
2009 Topbus PB
2010 Solar
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 41
Chassis Scania. Porque um ônibus se faz com gente, tecnologia e história.Todo ônibus carrega sonhos e destinos. Mas ônibus é mais do que se vê. É o que ele oferece.O conforto, a segurança, o desempenho e o conjunto. A Scania se dedica a produzir diferentes chassis para cada tipo de aplicação, com tudo o que cada cliente espera: e� ciência, � exibilidade e baixo custo operacional. Com características, tecnologia e a con� ança de colocar nas ruas sempre o melhor. Scania. Tudo por Você.
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ncarroçadoraE
Comil comemora 35.000 carroçarias produzidasEm fevereiro, a Comil entregou sua carroçaria número 35.000, um rodoviário Campione 3.45,
adquirido pela Viação Santa Cruz. A encarroçadora também acaba de atingir um recorde importante
na vida da empresa, a produção de 16 carros por dia.
João Luiz Mazzon, do Grupo Santa Cruz (camisa vinho) foi a Erechim para receber do presidente do Conselho da Comil, Deoclécio Corradi
(camisa cinza) a carroçaria número 35.000, um Campione 3.45.
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s: D
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44 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
A carroçaria número 35.000, um
Campione 3.45, foi entregue na
fábrica da encarroçadora em Erechim-
-RS, a João Luiz Mazzon, do Grupo
Santa Cruz, de Mogi-Mirim-SP, pelo
presidente do Conselho da Comil,
Deoclécio Corradi.
A expressiva marca está sendo
alcançada justamente quando a em-
presa completa 25 anos de atuação
no mercado.
“Estamos muito felizes com este
momento, marcado pela celebração de
uma venda que simboliza nosso longo
caminho percorrido”, afirmou Deoclé-
cio Corradi, que também destacou o
recorde de produção atingido.
Por sua vez, João Luiz Mazzon fez
elogios à carroçaria adquirida pela
Santa Cruz. Afirmou que a Comil lançou
um produto competitivo, com design
e estilo, tanto interno quanto externo,
daí a opção feita pelo Campione 3.45.
“Acredito — disse ele — que a empre-
sa está mais preparada para assumir o
mercado pelos seus investimentos e o
potencial dos seus produtos”.
O modelo Campione entregue à
Viação Santa Cruz, montado sobre o
chassi 0 500 M da Mercedes-Benz, é o
lançamento mais recente da encarroça-
dora e tem seu projeto marcantemente
voltado aos aspectos da maior produ-
tividade e dos custos de manutenção
menores. Por exemplo, as lanternas
e conjuntos ópticos são modulares
e se encaixam tanto do lado esquer-
do como do direito. No salão, nas
lanternas traseiras e nas portas dos
bagageiros, a iluminação é totalmente
em LED. Já os vãos das janelas são
padronizados, de modo que os vidros
têm as mesmas dimensões em todas
elas, racionalizando as substituições
e a estocagem.
A Comil é uma das principais
fabricantes de ônibus do Brasil,
destacando-se como a segunda maior
produtora de ônibus rodoviários. Seu
parque fabril, de 35.000 metros qua-
drados, tem capacidade de produção
de aproximadamente quatro mil unida-
des/ano. A empresa emprega cerca de
2.500 pessoas.
A linha de produtos abrange todos
os modelos de ônibus rodoviários,
urbanos e micros. Qualidade, inovação
e estilo são algumas de suas caracte-
rísticas. Ela também exporta para mais
de 30 países. João Luiz Mazzon, do Grupo Santa Cruz (camisa vinho) foi a Erechim para receber do presidente do Conselho da Comil, Deoclécio Corradi
(camisa cinza) a carroçaria número 35.000, um Campione 3.45.
Vista aérea da planta de produção da Comil em Erechim, no Rio Grande do Sul.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 45
rojetoP
ANTP estuda cadeia produtiva de empresas de transporte A ANTP — Associação Nacional de Transportes Públicos — anunciou que vai estudar, no âmbito
dos fornecedores, a cadeia produtiva do transporte no Brasil. Por se tratar de um projeto piloto,
inicialmente o estudo estará limitado às empresas vencedoras do Prêmio de Qualidade ANTP,
ciclo 2008 e 2009. A ABRATI apoia institucionalmente o Prêmio ANTP de Qualidade.
O estudo projetado deverá tomar
como base os dados levantados
em uma pesquisa a ser realizada
proximamente. Estão previstas quatro
etapas na realização do projeto piloto:
1) identificação dos fornecedores das
premiadas; 2) desenho da cadeia pro-
dutiva do transporte; 3) diagnóstico
situacional de qualidade; 4) pesquisa
com a cadeia produtiva (segmento de
micro e pequenas empresas).
De posse desse aparato estatísti-
co, será iniciado o processo de edição
de relatório diagnóstico conclusivo da
situação de gestão e qualidade das mi-
croempresas e empresas de pequeno
porte da cadeia produtiva das empre-
sas premiadas pela Qualidade ANTP.
Segundo Denise Cadete, coorde-
nadora do Prêmio ANTP de Qualidade,
a excelência na prestação de serviços
não é fruto do acaso. É resultado de
ações bem planejadas e executadas,
do controle e da eficácia do adminis-
trador e de seus colaboradores em ali-
nhar suas ações e projetos com as de-
mandas e expectativas dos clientes. “É
fundamental conhecer as ex pec tativas
dos clientes e suas necessidades
mais imediatas, definindo ações
que possam melhor atendê-lo. Desta
forma, é possível elevar seu nível de
satisfação e aprovação da prestação
dos serviços, principalmente no que
tange à área de atendimento direto,
setor de elevado valor agregado no
campo avaliativo da prestação de
serviços que tem como target principal
a excelência em seu grau máximo”,
afirma.
QUALIDADE É ESSENCIAL
A qualidade é quesito essencial
neste processo. Para tanto, não bas-
ta apenas que a empresa atinja este
patamar. Há, também, a necessidade
de seus fornecedores/parceiros terem
essa qualificação, a fim de que se
possam nortear as premissas básicas
envolvidas na cadeia de excelência a
ser atingida no decorrer do processo
de prestação de serviços.
Com o diagnóstico concluído, será
possível estruturar projetos de de-
senvolvimento de fornecedores, para
melhorar a competitividade das micro
e pequenas empresas e, consequente-
mente, da cadeia de suprimentos das
empresas premiadas pela Qualidade
ANTP, explica Eliane Borges, analista
do Sebrae.
A pesquisa que servirá de base
para o estudo da ANTP será realizada
pela empresa Foco Opinião e Mercado.
Denise Cadete, coordenadora do Prêmio
ANTP de Qualidade.
Div
ulga
ção
48 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
Ônibus Volvo. qualidade de vida no transporte
ÔNIBUS VOLVOPOTÊNCIA ATÉ NO NOME
Agora a potência passa a fazer parte do nome de todos os ônibus Volvo no Brasil. Uma mudança que vai ajudar você a escolher sempre o melhor veículo para sua operação de transporte.
Confira detalhes da nova nomenclatura no site www.volvo.com.br/onibus
Urbanos RodoviáriosB290R 4x2 B290R 4x2B360S B340R 4x2B340M B380R 4x2, 6x2 e 8x2 B420R 6x2 e 8x2
Cinto de segurança salva vidas
nfraestruturaI
Os 60 anos da grande ligação rodoviária do BrasilHá 60 anos, no dia 16 de janeiro de 1951, o então presidente da República dos Estados Unidos
do Brasil (assim se chamava o País na época), general Eurico Gaspar Dutra, descerrou a placa de
inauguração da rodovia BR-2, batizada como Rodovia Presidente Dutra e inicialmente conhecida
como Nova Rodovia Rio-São Paulo. Ao mesmo tempo, a anterior estrada Rio-São Paulo, aberta em
1928, praticamente toda em terra, passou a ser chamada de Estrada Velha Rio-São Paulo.
A solenidade aconteceu em um local próximo da cidade paulista de Lavrinhas.
Na verdade, naquele dia, a BR-2
ainda não estava completamen-
te pronta: faltava a pavimentação do
trecho de 60 quilômetros entre as
cidades de Guaratinguetá e Caçapava,
além de seis quilômetros situados nas
proximidades de Guarulhos. Ou seja,
da extensão total prevista, de 405
quilômetros, haviam sido concluídos
339 quilômetros. Outro detalhe —
menos importante na época — era que
a maior parte da rodovia tinha pista
A chamada garganta de Viúva Graça, um dos trechos mais desafiadores e de construção mais demorada na nova rodovia.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
50 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
simples, denominada de pista singela
pelos construtores, com tráfego nos
dois sentidos. Havia apenas dois
segmentos com pista dupla, um de
46 quilômetros entre a Avenida Brasil
e a garganta de Viúva Graça (hoje,
Seropédica), no Rio de Janeiro, e um
de dez 10 quilômetros entre a capital
de São Paulo e a vizinha Guarulhos.
A esses detalhes, porém, sobrepu-
nha-se o fato de que a distância entre
as duas capitais foi encurtada em 111
quilômetros, graças à utilização das
mais modernas técnicas de engenharia
da época e de equipamentos importa-
dos. Como o uso dessas técnicas e
equipamentos, que até então nunca
tinham sido utilizados no Brasil, foi
possível superar obstáculos naturais
antes invencíveis nos banhados da
Baixada Fluminense; na área rochosa
da garganta de Viúva Graça; na região
serrana entre Piraí e Cachoeira Paulis-
ta e na Várzea de Jacareí. Mais ainda,
a concepção avançada da rodovia
incluiu a construção de rampas menos
acentuadas e curvas mais suaves, o
que, junto com a redução da distância,
resultou em drástica redução no tempo
de viagem, de 12 horas para 6 horas.
Com os veículos da época e as condi-
ções técnicas oferecidas pela pista,
tornou-se possível manter velocidades
médias da ordem de 70 km/h.
Tão comentado quanto esses avan-
ços foi o custo da obra: 1,3 bilhão de
cruzeiros, quase um escândalo para os
padrões da época e objeto de muitas
críticas por parte da imprensa e da
própria sociedade civil. O governo justi-
ficava com o argumento de que a nova
ligação entre o Rio de Janeiro e São
Paulo era fundamental para o desen-
volvimento do País, cujo desbravamento
(palavra muito usada então) dependia
de caminhos que pudessem ser abertos
com rapidez e eficiência.
Em local próximo de Lavrinhas-SP, o então presidente da República, general Eurico Gaspar
Dutra, ouve o discurso que precedeu o descerramento da placa de inauguração.
Estrada em obras, caminhões em comboio.
Na região de Queimados, Rio de Janeiro,
trecho de pavimentação em concreto.
A construção da Rodovia Presiden-
te Dutra — esforço de engenharia que
envolveu 35 empreiteiras, milhares de
trabalhadores e movimentação de mi-
lhões de toneladas dos mais diversos
materiais — representou um grande
aprendizado e importante acúmulo
de experiência para a engenharia ro-
doviária nacional. Exemplo disso foi
a transposição da Várzea do Paraíba
em um trecho de seis quilômetros
de solo instável onde havia enormes
depósitos de turfa. Para implantar
um aterro submerso de 15 metros de
profundidade e tornar a terra firme, foi
preciso despejar no local nada menos
que 12 milhões de metros cúbicos de
terra, equivalentes a 1,6 milhão de
caminhões cheios.
Também difíceis foram as obras na
garganta de Viúva Graça. Para encurtar
distâncias, foi preciso transpor um tre-
cho rochoso ao pé da Serra das Araras,
com escavações complexas ao fim das
quais o paredão de granito havia sido
rebaixado em 14 metros.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2011 51
A historia da ligação rodoviária
entre a cidade do Rio de Janeiro (en-
tão capital do Brasil) e a capital de
São Paulo teve um de seus marcos
mais importantes no dia 5 de maio de
1928, quando o então presidente da
República, Washington Luís, entregou
os 120 quilômetros de estrada que
faltavam ser implantados no território
fluminense para completar o percurso.
O trecho paulista já estava construído.
Com faixa de rolamento de oito metros
de largura (pista simples), a Rio-São
Paulo tinha apenas 37 quilômetros
pavimentados. A extensao total era de
506 quilômetros.
O segundo grande marco foi a en-
trega da Rodovia Presidente Dutra, em
1951, que em pouco tempo tornou-se
a mais movimentada do País.
Com o aumento da frota nacional
e do transporte de carga por rodovia,
alguns segmentos da BR-2 começaram
a congestionar, notadamente na Serra
das Araras e na ponta de São Paulo.
Em função disso, o Governo Federal
decidiu realizar novos investimentos e,
à medida que os recursos iam sendo
disponibilizados, foi duplicando as
pistas nos trechos mais críticos.
Entre 1959 e 1960, foi construída
uma nova pista de subida na Serra
das Araras e duplicado um segmento
de 42 quilômetros entre Guarulhos e
Jacareí. A partir daí, foram sendo com-
plementados gradualmente os 274
quilômetros restantes da duplicação. O
grande esforço de construção ocorreu
a partir de 1965 e a Dutra completa-
mente duplicada foi entregue em 15
de novembro de 1968.
Em 1995, quando o Governo Fe-
deral criou Programa de Concessões
de Rodovias Federais — Procrofe — a
Pista simples, pista dupla, depois concessãoRodovia Presidente Dutra encontrava-
-se em estado de deterioração. Foi
incluída no programa no primeiro pa-
cote de trechos que seriam entregues
à exploração pela iniciativa privada, no
regime de concessão. Saiu vencedora
a empresa Concessionária da Rodo-
via Presidente Dutra S/A, conhecida
como NovaDutra. Criada em outubro
de 1995, assumiu a concessão em
março de 1996. De lá para cá, até
agosto do ano passado, a concessio-
nária investiu R$ 7,4 bilhões, sendo R$
2,6 bilhões em obras e equipamentos.
Em custos operacionais, foram de-
sembolsados R$ 3,6 bilhões. Nesse
período foi recolhido em impostos R$
1,1 bilhão, sendo R$ 281 milhões
somente em ISS para as 36 cidades
que margeiam a rodovia.
Atualmente, a NovaDutra conta
com 1.200 funcionários, equipamen-
tos eletrônicos avançados e viaturas
dotadas de modernos equipamentos
para atendimento pré-hospitalar e
operações rodoviárias, que atuam nas
24 horas do dia. O sistema de atendi-
mento ao usuário — SOS Usuário — é
formado por 11 bases operacionais.
Atuam nas ações de socorro médico
e resgate 77 médicos, 13 enfermeiros
e 143 Agentes de Atendimento Pré-
-Hospitalar. O atendimento mecânico
conta com 23 guinchos leves, 10
guinchos pesados e 17 viaturas de
inspeção de tráfego.
A Via Dutra atual: trecho da marginal depois da Linha Vermelha, no Rio de Janeiro.
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52 REVISTA ABRATI, MARÇO 2011
piniãoO
As oportunidades no País e os desafios da MAN
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ção
Ricardo Alouche
Diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas
da MAN Latin America
OBrasil é e tem sido há algu-
mas décadas um dos mais im-
portantes mercados para ônibus no
mundo, tanto em aplicações urbanas
como rodoviárias. Ao longo dos últimos
anos, nossas ruas e rodovias têm sido
o palco do esforço dos profissionais
do transporte que buscam melhorar o
serviço ofertado para os que utilizam o
ônibus como meio de locomoção. Fre-
quentemente, profissionais da área de
transporte de passageiros dos setores
público ou privado de outros países e
continentes nos visitam para conhecer
nossas operações de transporte, em
busca de ideias para guiar seus pro-
jetos locais.
Em nossas operações, além do
grande volume de passageiros trans-
portados diariamente, os ônibus ainda
têm que suportar as difíceis condições
das nossas vias, enfrentando ter-
renos acidentados e pavimentos em
condições precárias. Essa condições
adversas são, quase sempre, as mes-
mas que encontramos nos locais de
origem desses visitantes que vêm ao
nosso País para descobrir como con-
seguimos administrar esta importante
questão que é dar mobilidade para a
população.
As soluções veículares desenvolvi-
dades por aqui, que foram testadas e
comprovadas nas nossas condições
mais severas, já são encontradas nos
vários cantos do mundo e, repetindo os
resultados brasileiros, levam qualidade
de vida para as populações, que pas-
sam a ganhar mobilidade e, em con-
sequência, têm acesso à educação e
a novas oportunidades profissionais.
Nós, da MAN Latin America, nos sen-
timos orgulhosos de participar dessas
operações que dão mobilidade às
populações e são de vital importância
para a economia de um país.
O momento atual é grande im-
portância para o transporte público.
Os grandes eventos esportivos que
acontecerão no Brasil nos próximos
anos trouxeram investimentos para o
setor, e estão estimulando a implanta-
ção de novos sistemas de transporte
nas cidades sedes dos jogos da Copa
do Mundo.
Os sistemas urbanos de transporte
terão que estar preparados para aten-
der as grandes demandas de pas-
sageiros que circularão pelas cidades
sedes. Nesse sentido, os BRTs são os
sistemas mais indicados, pois além de
atenderem o requisito de transportar
um grande número de passageiros,
ainda são os mais rápidos de ser im-
plantados entre os modais de grande
capacidade de transporte.
Esta é uma oportunidade para me-
lhorarmos a qualidade nos serviços de
transporte oferecidos aos passageiros,
e deverá ser o grande legado da Copa
do Mundo de Futebol no Brasil. A
população que hoje utiliza os sistemas
convencionais passará a contar com
um transporte mais rápido, sem muito
tempo de espera nas plataformas e
com tempos de viagem reduzidos.
Pelas características do sistema,
os ônibus articulados serão maioria
predominante nas frotas que operarão
nos BRTs. De olho nesta tendência,
antecipamos nossos planos e, em
novembro passado, apresentamos
ao público o nosso chassi Volksbus
articulado, que fará parte da nossa
linha de chassis para ônibus 2012.
Construímos um veículo projetado na
medida para atender às operações de
grandes demandas de passageiros e
com a preocupação de não penalizar
os custos operacionais e de investi-
mento inicial.
Esperamos também um reflexo
positivo para as operações rodoviárias
e de turismo, que transportarão os
turistas que circularão pelo País
durante as semanas da Copa e pro-
vavelmente utilizarão o ônibus como
meio de locomoção para o turismo
regional. Hoje, atuamos pouco no
setor rodoviário, pois nosso portfólio
de chassis para ônibus ainda não está
completo. Mas estamos estudando o
segmento para, da mesma forma que
nos urbanos, oferecer produtos apro-
priados para cada operação.
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