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revista_2versao.pmd 29/5/2007, 14:511
Quando falamos em mudanças climáticas e em
intensificação do aquecimento global estamos nos
referindo ao aumento, além do nível normal, da
atmosfera reter calor. Isso vem acontecendo devido a
um progressivo aumento na concentração de gases
de efeito estufa na atmosfera principalmente devido à
ação do ser humano.
O efeito estufa
O efeito estufa é o processo de retenção de calor solar
pela atmosfera da Terra. Trata-se de um fenômeno
natural que sempre existiu e que viabiliza a vida no
nosso planeta.
A atmosfera - camada de ar que envolve o planeta
Terra, é constituída por vários gases. Os principais são
o Nitrogênio (N2) e o Oxigênio (O
2) que, juntos,
compõem cerca de 99% da atmosfera.
ENTENDENDO MUDANÇ
Como estamos hojeOs raios solares penetram a atmosfera daterra, aquecendo sua superfície, quereflete o calor de volta para a atmosfera epara o espaço.
O que é o efeito esRADIAÇÃODO SOL
RADIAÇÃODE CALORRADIAÇÃODE CALOR
CONCENTRAÇÃONATURAL DE
GASES NAATMOSFERA
2
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
e é o efeito estufa?*
Alguns outros gases encontram-se presentes em
pequenas quantidades, incluindo os conhecidos como
“gases de efeito estufa”. Entre estes gases, estão o
dióxido de carbono (CO2), o metano (CH
4), o óxido
nitroso (N2O) e também o próprio vapor d´água. O
vapor d´água e o dióxido de carbono têm a propriedade
de permitir que as ondas eletromagnéticas que vem
do Sol atravessem a atmosfera e aqueçam a superfície
terrestre. Contudo, esta mesma camada dificulta a
saída da radiação infravermelha emitida pela Terra.
Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor
irradiado para o espaço, especialmente à noite,
mantendo, assim, a Terra aquecida. Esse fenômeno
acontece há milhares de anos e é necessário, pois sem
ele a temperatura média da Terra a 15°C seria 33ºC
mais baixa, ou seja -18º C, e a vida no planeta, tal
como a conhecemos, não seria possível.
O perigo futuroA combustão de carvão, óleo e gás aumentaa quantidade de dióxido de carbono (CO
2)
e outros gases na atmosfera. Estaconcentração reduz a radiação de calorpara o espaço, aquecendo a terra.
RADIAÇÃODO SOL
RADIAÇÃODE CALORRADIAÇÃODE CALOR
ATMOSFERAATMOSFERA
AUMENTO NACONCENTRAÇÃODE GASES NAATMOSFERA
*Adaptado do Environment and Development Action Program ONU - 1991.
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Desde a revolução industrial, começamos a usar intensivamente o carbono estocado durante
milhões de anos em forma de carvão mineral, petróleo e gás natural, para gerar energia para as
indústrias e para os veículos. As florestas, que são grandes depósitos de carbono, começaram a
ser destruídas e queimadas para dar lugar à agricultura. Com isso, imensas quantidades de
CO2, CH
4 e outros gases começaram a ser despejadas na atmosfera, tornando-a mais espessa.
Assim, mais calor do sol fica retido na atmosfera intensificando o efeito estufa. Figurativamente,
a terra agora mostra sinais de febre.
Resultados do efeito estufa
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Principais fontes de emissão de gases efeito estufadecorrentes de atividades humanas
Em nível global, a queima de combustível fóssil (gás natural, carvão mineral e, especialmente, petróleo)
é responsável por 75% de emissão de CO2 para a geração de energia, transporte e processos industriais.
No Brasil, as queimadas e derrubadas de florestas são responsáveis por 75% das emissões de CO2. Na
agricultura, a liberação de metano – CH4 através do processo digestivo de ruminantes, os dejetos de
animais e o cultivo de arroz irrigado, junto com os lixões, são as principais fontes de emissão de
metano, um gás de efeito estufa (GEE) vinte e uma vezes mais potente do que o CO2.
Principais fontes de emissão de gás carbônico (CO2) no Brasil - 1994
Principais fontes de emissão de metano (CH4) no Brasil - 1994
Fonte: MCT, 2006.
75%
7%9%
6%
2%
1% emissões fugitivas
mudanças nouso da terra e
florestas
queima de combustíveisna indústria queima de
combustíveis pelostransportes
queima de combustíveisem outros setores
processos industriais
68%
14%6% 2%
1%
3%
3%2%1%
fermentação entéricagado bovino
emissões fugitivas
queima de combustíveis
resíduos
mudança no uso daterra e florestas
resíduos agrícolascultura de arroz
manejo de dejetos
fermentação entéricade outros animais
Ilustr
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Historicamente, os países industrializados têm
sido responsáveis pela maior parte das emissões
globais de gases de efeito estufa.
Contudo, na atualidade, vários países em
desenvolvimento, entre eles China, Índia e Brasil,
vem contribuindo cada vez mais com as emissões
de gases poluentes. No entanto, em termos per
capita as emissões nos países em desenvolvimento
são bem mais baixas do que as dos países
industrializados*.
Grandes emissoresde gases de efeito estufa
Fonte: http://www.eia. doe.gov
Ilustr
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Enquanto a maior parte das emissões
decorrentes da queima de combustíveis fósseis
provém dos países industrializados, as emissões
decorrentes das mudanças no uso da terra têm
como seus maiores responsáveis os países em
desenvolvimento.
As variações climáticas do planeta vêm sendo
alvo de preocupações há várias décadas. Estas
mudanças têm gerado iniciativas como a criação
de projetos destinados a discutir a questão das
mudanças climáticas.
*Classificação mundial em emissões de Gás de Efeito Estufa - GEE
Estimativas sugerem que seconsiderássemos as emissões
brasileiras decorrentesdo uso do solo, o Brasil
ocuparia o 66666º ou o 77777º lugarno ranking das emissões.
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IPCC
É a sigla americana que significa Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
O IPCC foi criado em 1988 e é composto por pouco
mais de 2000 cientistas de todo o mundo. É o
órgão técnico que busca um maior entendimento
científico sobre mudanças climáticas, desenvolve
pesquisa acerca das questões ambientais, seus
impactos e a adaptação às possíveis alterações.
Também propõe ações para mitigar o
aquecimento global. O IPCC já produziu quatro
relatórios, em 1990, 1995, 2001 e 2007.
Convenção do Clima
A Convenção do Clima – Convenção Quadro
das Nações Unidas para Mudanças do Clima-
UNFCCC, é um acordo internacional constituído
durante a Conferência Internacional sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro
em 1992. Foi criada para fazer frente à previsão
de impactos graves das mudanças climáticas.
Protocolo de Kyoto e MDL
O Protocolo de Kyoto foi elaborado durante
a Terceira Conferência das Partes da UNFCCC
em 1997, com o objetivo de reduzir a emissão
de gases de efeito estufa emitidos pelos países
industrializados.
O protocolo intenta uma redução de, em média
5,2% tendo como referência os níveis de 1990. O
Protocolo de Kyoto foi ratificado em fevereiro de
2005. Ele estabelece três mecanismos de mercado
para facilitar o atingimento de metas de redução.
Entre eles está o MDL – Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, que é o único mecanismo
que envolve países em desenvolvimento, pois
permite que os países desenvolvidos possam
compensar parte de suas emissões através de
projetos que ajudariam os países em
desenvolvimento a reduzir as suas emissões.
O Brasil é um país com grande potencial de
projetos MDL. Atualmente 209 projetos (13% dos
projetos no mundo) estão em processo de registro
na Convenção do Clima. Alguns exemplos são
aterros sanitários, co-geração de energia com
bagaço de cana, manejo de dejetos de suínos, PCH
– Pequenas Centrais Hidrelétricas, substituição
de combustível fóssil por biomassa e outros tipos
de energia renovável, eficiência energética etc.
Uma categoria de projetos onde o Brasil tem
grande potencial, mas que até o momento não
apresenta nenhum projeto registrado é na área
de reflorestamento, dada a grande extensão de
seu território.
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O IPCC se divide em três grupos de trabalho e
produzem um relatório a cada cinco anos.
O último relatório é o IV que está sendo divulgado
em partes desde o início de 2007.
Em síntese, a comunidade científica mundial tem
chegado às seguintes conclusões segundo cada grupo
de trabalho:
Grupo I - Bases Científicasdas Mudanças Climáticas
Ampliaram-se as certezas sobre os efeitos negativos
advindos das emissões antropogênicas dos gases de
efeito estufa estudados. Em síntese o relatório afirmou
as seguintes posições:
a) Com relação à atribuição da mudança do clima é
muito provávelmuito provávelmuito provávelmuito provávelmuito provável - 90% de certeza, que a maior
parte do aumento observado nas temperaturas
médias globais desde meados do século XX se deva
a ações humanas.
b) As observações diretas da recente mudança do clima
permitem afirmar que o aquecimento do sistema
Conclusões do último relatório do IPCC
climático é inequívocoinequívocoinequívocoinequívocoinequívoco , evidenciado nas
observações dos aumentos das temperaturas
médias globais do ar e do oceano, do derretimento
generalizado da neve e do gelo e da elevação do
nível global médio do mar.....
c) As projeções de aumento futuro do clima nos
próximos 100 anos variam de 1,8º C a 6,4º C, a
depender dos cenários.
Grupo II - Impacto,Adaptação e Vulnerabilidade
O quadro a seguir sintetiza a projeção dos
impactos nos diferentes sistemas em função da faixa
do aumento da média da temperatura global.
Exemplos ilustrativos de impactos de mudanças
climáticas projetadas estão associados a diferentes
níveis de aumento da temperatura da superfície do
globo no século 21.
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Principais impactos em função do aumentoda temperatura média do globo
Mudança da média da temperatura anual em relação a 1980 - 1999 (0C)
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Exemplos ilustrativos de impactos de mudanças climáticas projetadas estão associados a diferentes níveis de aumento datemperatura da superfície do globo no século 21. As linhas em preto ligam impactos, as flechas pontilhadas indicam acontinuação dos impactos com o aumento da temperatura. O texto à esquerda começa indicando o ponto em que umdado impacto é deflagrado.
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ÁfricaA falta de água em algumas regiões pode
afetar o meio de vida de muitos, com reduçãode produtividade e risco de fome.
ÁsiaO degelo dos glaciares no Himalaia alterará
o abastecimento de água afetando aprodutividade agrícola. Inundações eavalanches aumentarão. Áreas densamentepopuladas em deltas de rio como Mekong eGanges aumentarão riscos de inundação comaumento de doenças associadas.
Austrália e Nova ZelândiaAgravamento da escassez de água, perda de
biodiversidade nas grandes barreiras de corais,aumento de tempestades nas costas. Regiõesmais frias da Nova Zelândia podem beneficiar-se do aumento da temperatura prolongando operíodo de produção agrícola, mas com maiorrisco de seca e incêndio.
EuropaMenor pluviosidade no verão e escassez de
água com riscos de ondas de calor. Menorprodutividade das florestas e maior risco aincêndios. Região norte da Europa pode sebeneficiar com o aumento da produtividade deculturas e das florestas. Risco de inundaçãopara toda a Europa.
América LatinaDiminuição da disponibilidade de água na
Amazônia ameaça a sua savanização comextinção de espécies. Aumento de salinização e
desertificação de áreas agrícolas, entretanto, emregiões temperadas a produtividade da soja podeaumentar. Ameaça de inundação de regiõesbaixas como: El Salvador, Guiana e Rio daPrata. Aumento de temperatura ameaça oscorais e reduz o estoque pesqueiro. Odesaparecimento dos glaciares e a mudança nopadrão de chuvas afetarão a disponibilidade deágua para consumo humano, agricultura egeração de energia.
América do NorteA redução da camada de neve nas
montanhas do oeste provocará maisinundações no inverno e escassez de água noverão, bem como o aumento de ondas de calor,doenças e pragas associadas. Aumento detempestades nas áreas costeiras.
Regiões PolaresRedução da camada de gelo e dos glaciares.
Impacto nos ecossistemas naturais ameaçaalgumas espécies. Aumento de temperatura nospólos pode trazer benefícios por aumentar operíodo de navegabilidade e a redução doscustos de calefação, porém ameaça os modosde vida dos povos tradicionais.
Pequenas IlhasAumento de ressacas e inundações nas
comunidades costeiras. A erosão da costa e obranqueamento dos corais afetarão o turismolocal. Os recursos hídricos locais serãoseriamente afetados.
O Relatório do GII sintetiza os impactos por região
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Grupo III - Mitigação
Mitigação significa reduzir as emissões para
amenizar os efeitos do aquecimento. Hoje, os
governos já dispõem de tecnologias e informações
para adotar, no curto e médio prazos, ações
eficazes para reduzir as conseqüências das
mudanças do clima. São medidas que vão da
adoção de práticas de eficiência energética a
mudanças no comportamento em relação ao
consumo. Além de políticas públicas adequadas,
também no plano individual é possível agir para
reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
O adiamento de medidas com relação à
redução das emissões comprometerá cada vez
mais as possibilidades de se atingir metas de
estabilização da temperatura global do planeta.
Quanto maior o adiamento, mais caro será. Neste
contexto, medidas de mitigação e adaptação são
decisões importantes para se proteger de um risco
futuro e incerto.
Esta é a principal mensagem que trata dos
cenários de mitigação no longo prazo, até 2100.
O mundo tem que reduzir substancialmente
suas emissões de gases de efeito estufa até 2050
para evitar que o aquecimento da superfície
terrestre passe dos 2 graus Celsius, comparado à
era pré-industrial. Esta redução tem um custo em
torno de 3% do PIB mundial.
Eficiência energética e energiarenovável
Há um grande potencial de ganhos de eficiência
energética e energias alternativas em todas as áreas
para reduzir as emissões – indústria, transportes,
agricultura, edificações – a custos baixos que
reverteriam em grande benefício para a mitigação
da mudança climática. O uso de fontes alternativas
de origem biomassa, como o etanol, a energia solar
e eólica têm papel central nas políticas nacionais
de mitigação. Há alternativas, ainda em fase de
pesquisa, como o seqüestro geológico e a
gaseificação de biomassa para termeletricidade que
podem apontar como medidas importantes para
um futuro próximo.
Transporte
O setor de transportes responde mundialmente
por 23% das emissões de CO2 e é o que mais cresce
- 2% ao ano. O maior problema para a redução
das emissões no setor de transportes é o alto custo
político das medidas a serem tomadas. Todas as
soluções logísticas e tecnológicas para mitigar o
problema no curto prazo já existem e não precisam
ser reinventadas.
As recomendações são: mais incentivos ao
transporte público, medidas restritivas ao uso do
automóvel particular através de pedágios urbanos
e da maior taxação, o estímulo ao uso de veículos
híbridos (gasolina/eletricidade) e a
biocombustíveis e o aumento da eficiência dos
motores são algumas das recomendações.
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Em 1991 foi criada uma Unidade de Assessoria
para Mudanças Climáticas dentro do Ministério
de Ciência e Tecnologia MCT.
Em 1999 foi criada a Comissão Interministerial
de Mudança Global do Clima. Esta Comissão
congrega vários ministérios envolvidos e tem a
responsabilidade de, entre outras atribuições
tratar da questão do MDL.
Em junho de 2000 foi criado o Fórum Brasileiro
de Mudança Climática. Trata-se de uma instância
pública para promover a discussão e de
conscientizar o público e serve como interface
entre o governo e a sociedade civil.
O que o Brasil tem feito para combater as mudanças climáticas
Recentemente, em maio de 2007 foi criada a
Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas e
Qualidade Ambiental no Ministério de Meio
Ambiente.
Desde o início de 2007, o Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas está subsidiando o Governo
Federal a elaborar o “Plano Nacional de Ação de
Enfrentamento das Mudanças Climáticas”.
Dentre as principais propostas, pode-se citar a
criação da Rede Brasileira de Pesquisa em Mudanças
Globais pelo MCT, a criação de uma Entidade
Nacional de Políticas do Clima, além de ações
relacionadas à mitigação e adaptação a serem
coordenadas por diferentes Ministérios.
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Na mesma linha da demanda internacional e
nacional por instituições que respondessem a
questão das mudanças climáticas, em maio de
2005, o Governo do Estado do Paraná lançou o
Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas
Globais através do Decreto nº 4888-31/05/2005.
O objetivo principal é promover a discussão e
conscientizar a população acerca do problema das
mudanças climáticas e catalisar ações de forma
transversal com integração de diferentes segmentos
do setor público, do setor produtivo privado e
participação da sociedade civil.
Entre estas ações incluem-se:
identificação de setores e atividades maisintensivas em emissão no Estado. identificação e adoção de medidas para aredução de emissões.
O que o Paraná tem feito para combater as mudanças climáticas
promoção de projetos MDL. identificação de vulnerabilidades climáticas noEstado.
discussão e elaboração de medidas preventivaspara a adaptação.
mitigação dos impactos com vistas à elaboraçãode uma Política Estadual de MudançasClimáticas.
O Fórum é composto por órgãos públicos e privados,
personalidades e representantes da sociedade civil,
com notório conhecimento da matéria ou que sejam
agentes com responsabilidade sobre a mudança do
clima. É presidido pelo Secretário de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos e conta com uma
Secretária Executiva e uma Comissão Executiva para
a organização e execução de trabalhos através das
Câmaras Temáticas. A SEMA, através da
Coordenadoria de Mudanças Climáticas, dá apoio
administrativo e os meios necessários à execução dos
trabalhos do Fórum.
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O Projeto Paraná Biodiversidade é desenvolvido
pelo Governo do Estado do Paraná e tem o objetivo
de promover a biodiversidade do Estado através de
ações de conservação florestal e de promoção de
atividades produtivas sustentáveis. Entre estas ações,
inclui a formação de corredores de biodiversidade
em cinco bacias hidrográficas, através de
reflorestamento de mata ciliar e de reserva legal.Fo
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Com apoio do Paraná Biodiversidade, o
Programa Mata Ciliar viabilizou o plantio de 60
milhões de mudas em três anos, o que corresponde
a 300 mil toneladas de CO2 seqüestrado.
Este número equivale à neutralização de
combustível fóssil consumido por mais de 214 mil
carros em um ano, rodando em média, 10 mil
quilômetros por ano. Para maiores detalhes acesse
o site http://www3.pr.gov.br/mataciliar.
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O projeto de reflorestamento de reserva legal em
pequenas propriedades no noroeste do Paraná está
sendo implantado como um modelo de projeto
florestal de pequena escala(Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo-MDL) com possibilidade
de ampliar a escala para um programa estadual,
através de financiamento de créditos de carbono.
A Assessoria de Educação Ambiental da SEMA
realiza capacitações e mobilizações com as
comunidades locais, tratando da conservação e uso
sustentável da biodiversidade, ressaltando as
conseqüências do aquecimento global.
A SEMA gerencia um programa denominado
Desperdício Zero que orienta a população a
reciclar o lixo, de forma a reduzir os resíduos
lançados em lixões e aterros, que são uma grande
fonte de emissão de gás efeito estufa.
A SEMA está empenhada em desenvolver um
projeto piloto de neutralização de carbono, cuja
emissão será compensadas pelo carbono
seqüestrado pelas árvores plantadas no Programa
Mata Ciliar.
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revista_2versao.pmd 29/5/2007, 14:5215
Há duas frentes de ações para reduzir as emissões e
mitigar as mudanças climáticas.
No plano individual através de mudança de
comportamento ou padrões de consumo, e no plano
de políticas públicas, no provimento de condições
macro, sem as quais as iniciativas individuais se
tornam pouco efetivas ou até inócuas.
Ações Individuais
Economize energiaEconomize energiaEconomize energiaEconomize energiaEconomize energia elétrica.elétrica.elétrica.elétrica.elétrica.
Uma lâmpada fluorescente poupa 68 kg de CO2 por
ano e um Kilowat de energia no sistema de produção
de energia elétrica no Brasil gera 36 kilos de CO2.
Você pode economizar através de:
>>>>> aparelhos mais eficientes,
>>>>> apague as luzes desnecessárias,
>>>>> troque as lâmpadas incandescentes por
fluorescentes.
Utilize mais o transporte coletivo e a bicicleta.Utilize mais o transporte coletivo e a bicicleta.Utilize mais o transporte coletivo e a bicicleta.Utilize mais o transporte coletivo e a bicicleta.Utilize mais o transporte coletivo e a bicicleta.
Uma das maiores e mais comuns
fontes poluidoras são os
automóveis. Quem dirige 20 mil
quilômetros em um ano, se reduzir
em 10% sua rodagem,
substituindo o transporte por
coletivos, bicicleta ou
caminhada, contribui com
a redução de pelo menos
500 quilos de gás carbônico
(CO2) por ano.
Revise o seu carro periodicamente e mantenhaRevise o seu carro periodicamente e mantenhaRevise o seu carro periodicamente e mantenhaRevise o seu carro periodicamente e mantenhaRevise o seu carro periodicamente e mantenha
devidamente calibrado os pneusdevidamente calibrado os pneusdevidamente calibrado os pneusdevidamente calibrado os pneusdevidamente calibrado os pneus. A maior
eficiência de seu carro, além de econômico, combate
as mudanças climáticas. Um litro de gasolina emite
2,74 kg de CO2.
Procure não exceder a velocidade de 110 km/Procure não exceder a velocidade de 110 km/Procure não exceder a velocidade de 110 km/Procure não exceder a velocidade de 110 km/Procure não exceder a velocidade de 110 km/
hora e evite utilizar o ar condicionado. hora e evite utilizar o ar condicionado. hora e evite utilizar o ar condicionado. hora e evite utilizar o ar condicionado. hora e evite utilizar o ar condicionado. Ambas
as práticas aumentam mais o consumo de
combustível.
Dê preferência a carro flex ou a álcoolDê preferência a carro flex ou a álcoolDê preferência a carro flex ou a álcoolDê preferência a carro flex ou a álcoolDê preferência a carro flex ou a álcool. Prefira
carro movido a álcool ao movido a gasolina, pois o
etanol é fonte renovável. Ao mesmo tempo em que
a cana-de-açúcar é cortada e o combustível é
produzido, já se planta de novo. O ciclo é anual,
então, o que se polui na queima, a cana absorve de
novo. Lógico, desde que a produção da cana não
avance sobre áreas florestadas de fronteiras
agrícolas.
Dê preferência a carros de menor potênciaDê preferência a carros de menor potênciaDê preferência a carros de menor potênciaDê preferência a carros de menor potênciaDê preferência a carros de menor potência. Estes
consomem proporcionalmente menor quantidade
de combustível por km rodado.
Use aquecimento solarUse aquecimento solarUse aquecimento solarUse aquecimento solarUse aquecimento solar. A energia solar pode ser
utilizada para aquecer água e a energia fotovoltaica
para a iluminação nas residências.
O que você pode fazer para contribuir na reduçãodas mudanças climáticas
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Plante árvores no seu quintal e participe dePlante árvores no seu quintal e participe dePlante árvores no seu quintal e participe dePlante árvores no seu quintal e participe dePlante árvores no seu quintal e participe de
campanhas de recuperação de matas ciliarescampanhas de recuperação de matas ciliarescampanhas de recuperação de matas ciliarescampanhas de recuperação de matas ciliarescampanhas de recuperação de matas ciliares.
Uma árvore absorve ou seqüestra em média 0,8
toneladas de CO2 até atingir o clímax, que varia de
20 a 40 anos." para "uma árvore de espécie nativa
na região sul seqüestra em média 0,3 toneladas de
CO2 até atingir o climax que varia de 20 a 40 anos,
enquanto que um eucalipto seqüestra em média 1
ton de CO2 em 20 anos.
Coma menos carne bovina e suínaComa menos carne bovina e suínaComa menos carne bovina e suínaComa menos carne bovina e suínaComa menos carne bovina e suína. A ruminação
dos bovinos e o dejeto dos suínos são grandes fontes
de emissão de metano, um gás de efeito estufa 21
vezes mais potente do que o gás carbônico em
termos de efeito estufa.
Dê preferência a edificações ecologicamenteDê preferência a edificações ecologicamenteDê preferência a edificações ecologicamenteDê preferência a edificações ecologicamenteDê preferência a edificações ecologicamente
sustentáveis, concebidas e adaptadas para assustentáveis, concebidas e adaptadas para assustentáveis, concebidas e adaptadas para assustentáveis, concebidas e adaptadas para assustentáveis, concebidas e adaptadas para as
condições climáticas locaiscondições climáticas locaiscondições climáticas locaiscondições climáticas locaiscondições climáticas locais.
Adote a postura epicuristaAdote a postura epicuristaAdote a postura epicuristaAdote a postura epicuristaAdote a postura epicurista no consumo pessoal.
Seja responsável e consuma somente o necessário.
O processo de produção de todos os bens requer
energia e demanda matéria-prima que contribuem
para as emissões na sua produção.
Recicle o lixo e seja mais parcimonioso noRecicle o lixo e seja mais parcimonioso noRecicle o lixo e seja mais parcimonioso noRecicle o lixo e seja mais parcimonioso noRecicle o lixo e seja mais parcimonioso no
consumo de embalagens.consumo de embalagens.consumo de embalagens.consumo de embalagens.consumo de embalagens. Ao preferir embalagens
reutilizáveis ou realizar uma coleta seletiva de lixo,
você já está ajudando a reduzir o efeito estufa. A
reutilização ou reciclagem de produtos pela indústria
elimina ou reduz uma série de etapas de produção
agressivas ao meio ambiente. Por exemplo:
evita-se a utilização de novos recursos
naturais não-renováveis, eliminam-se
algumas etapas nos processos
de produção.
A produção de alumínio, além do uso intensivo de
energia, exige a extração mineral; o papel significa
desmatamento e quanto mais for reaproveitado,
mais vegetação será preservada. Além disso,
diminuindo a quantidade de lixo que são lançados
aos lixões e aterros sanitários reduziria uma grande
fonte de emissão de metano.
Ações Coletivas
Apóie e participe de iniciativas e ações contra aApóie e participe de iniciativas e ações contra aApóie e participe de iniciativas e ações contra aApóie e participe de iniciativas e ações contra aApóie e participe de iniciativas e ações contra a
destruição de nossas florestasdestruição de nossas florestasdestruição de nossas florestasdestruição de nossas florestasdestruição de nossas florestas. O desmatamento e
as queimadas respondem, no Brasil, por 75% das
emissões de gases que elevam a temperatura da terra
e provocam o efeito estufa. Desse total, 59% são
provenientes da Amazônia. O peso da ação nas áreas
de florestas é tão incisivo que a cidade de São Paulo,
a mais industrializada do País e uma das maiores do
mundo assume papel secundário no quadro da
poluição. O Brasil se coloca como o quarto maior
poluidor do mundo. “Se desconsiderarmos a
Amazônia, o País cai para 18º no ranking mundial”.
Pressione governos e empresas a substituíremPressione governos e empresas a substituíremPressione governos e empresas a substituíremPressione governos e empresas a substituíremPressione governos e empresas a substituírem
fontes energéticas a base de combustível fóssilfontes energéticas a base de combustível fóssilfontes energéticas a base de combustível fóssilfontes energéticas a base de combustível fóssilfontes energéticas a base de combustível fóssil
como as termoelétricas a base de carvãocomo as termoelétricas a base de carvãocomo as termoelétricas a base de carvãocomo as termoelétricas a base de carvãocomo as termoelétricas a base de carvão
mineral, por fontes renováveis como a solarmineral, por fontes renováveis como a solarmineral, por fontes renováveis como a solarmineral, por fontes renováveis como a solarmineral, por fontes renováveis como a solar,,,,,
eólica e biomassa. eólica e biomassa. eólica e biomassa. eólica e biomassa. eólica e biomassa. As usinas termoelétricas podem
ser a base de carvão mineral ou de biomassa, o
que é renovável. Juntas elas respondem por
21,16% do parque energético brasileiro. A
maioria (57%) das termoelétricas ainda é
movida a óleo diesel, seguidas pelas
usinas alimentadas por
bagaço de cana.
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Exija de sua prefei tura uma pol í t icaExija de sua prefei tura uma pol í t icaExija de sua prefei tura uma pol í t icaExija de sua prefei tura uma pol í t icaExija de sua prefei tura uma pol í t ica
ambientalmente sustentável para o tratamentoambientalmente sustentável para o tratamentoambientalmente sustentável para o tratamentoambientalmente sustentável para o tratamentoambientalmente sustentável para o tratamento
de resíduos sólidos com sistemas eficientes dede resíduos sólidos com sistemas eficientes dede resíduos sólidos com sistemas eficientes dede resíduos sólidos com sistemas eficientes dede resíduos sólidos com sistemas eficientes de
coleta de lixo seletivo. coleta de lixo seletivo. coleta de lixo seletivo. coleta de lixo seletivo. coleta de lixo seletivo. Os resíduos sólidos,
principalmente em aglomerados urbanos
constituem importantes e crescentes fontes de
emissão de metano, gás efeito estufa 21 vezes mais
potente que o CO2.
Exija de sua prefeitura sistemas eficientes deExija de sua prefeitura sistemas eficientes deExija de sua prefeitura sistemas eficientes deExija de sua prefeitura sistemas eficientes deExija de sua prefeitura sistemas eficientes de
tratamento do esgototratamento do esgototratamento do esgototratamento do esgototratamento do esgoto. O esgoto doméstico é uma
das fontes importantes de emissão de metano. Ela
deve ser tratada, onde o metano é capturado,
podendo ser utilizado até para gerar energia.
Exija de sua prefeitura sistemas de transporteExija de sua prefeitura sistemas de transporteExija de sua prefeitura sistemas de transporteExija de sua prefeitura sistemas de transporteExija de sua prefeitura sistemas de transporte
público e ciclovias eficientespúblico e ciclovias eficientespúblico e ciclovias eficientespúblico e ciclovias eficientespúblico e ciclovias eficientes.
Exi ja e apóie programas de edi f icaçõesExi ja e apóie programas de edi f icaçõesExi ja e apóie programas de edi f icaçõesExi ja e apóie programas de edi f icaçõesExi ja e apóie programas de edi f icações
ecologicamente sustentáveis adaptadas aoecologicamente sustentáveis adaptadas aoecologicamente sustentáveis adaptadas aoecologicamente sustentáveis adaptadas aoecologicamente sustentáveis adaptadas ao
clima local.clima local.clima local.clima local.clima local.
Apóie o programa do biodieselApóie o programa do biodieselApóie o programa do biodieselApóie o programa do biodieselApóie o programa do biodiesel
sustentávelsustentávelsustentávelsustentávelsustentável.
Em termos de substituição de
energia o programa ainda é tímido,
porque prevê a adição de apenas 3% de
biodiesel ao diesel até 2008 e 5% até
2013 e enfrenta limitações no
fornecimento de matérias-
primas, além dos custos.
Além disso, é importante ser vigilante para que a
produção dos grãos oleaginosas não avance sobre
as fronteiras agrícolas provocando derrubada de
matas, tanto diretamente, quanto indiretamente
com a pecuária na dianteira.
Apóie e part ic ipe de campanhas deApóie e part ic ipe de campanhas deApóie e part ic ipe de campanhas deApóie e part ic ipe de campanhas deApóie e part ic ipe de campanhas de
conscientizaçãoconscientizaçãoconscientizaçãoconscientizaçãoconscientização sobre ações para o enfrentamento
de mudanças climáticas e de educação ambiental.
Temos cada vez mais a clara visão dos riscos
ambientais gerados por posturas inadequadas de
industrias, empresas e pessoas, bem como a
necessidade de mudanças no comportamento do
homem, buscando um desenvolvimento sustentável.
Entendemos que ações imediatas, como as aqui
elencadas, devem ser multiplicadas e adotadas
imediatamente. Porém, o decisivo papel neste contexto
converge para a educação ambiental, pois dando
ciência às novas gerações, estaremos formando
cidadãos conscientes do papel de cada um, estaremos
adotando medidas profiláticas e não combatendo os
problemas já existentes. Assim se dará a efetiva
construção de um mundo melhor.
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Agora é a sua vez!O que eu posso fazer para contribuirna redução dos efeitos das mudanças climáticas?
Governador do Estado
Roberto Requião de Mello e SilvaSecretário de Estado do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos - SEMA
Lindsley da Silva Rasca Rodrigues
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMACoordenadoria de Mudanças Climáticas. Entendendo mudanças climáticas: Curitiba-PR, 2007.1. Mudanças climáticas. 2. Efeito estufa. 3.Meio Ambiente.
Educação Ambiental Rosa Riskalla e Eliane Maria Ivanchechen | Projeto Gráfico Adalberto Camargo | Texto Manyu Chang |Fotografia CAPA Cape Farewell: Heather Ackroyd & Dan Harvey, Nick Edwards, Tempelfjorden, Svalbard | Arquivo SEMA: AdalbertoCamargo, Denis Ferreira Netto, J. Carneiro, Rosane Fontoura | www.nasa.gov | SXC.hu, HAAP Media Ltda.
Coordenadoria de Mudanças Climáticas
Manyu ChangFórum Paranaense de Mudanças Climáticas
Lindsley da Silva Rasca Rodrigues
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ENTENDENDOMUDANÇASCLIMÁTICAS
Secretaria de Estado do Meio Ambientee Recursos Hídricos - SEMA
Rua Desembargador Motta, 3384 CEP 80430-200Curitiba, Paraná, Brasil | Tel. (41) 3304-7817
e-mail: [email protected] | www.pr.gov.br/meioambiente/forumpr.shtml
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