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Resumos do IX Congresso Paulista de Neurologia Realizado de 27 a 29 de junho de 2013 II Encontro das Ligas de Neurologia de São Paulo: Desafios, Perspectivas e Novos Rumos. Desafios em Neurologia: Casos Clínicos.

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Resumos do IX Congresso Paulista de NeurologiaRealizado de 27 a 29 de junho de 2013

II Encontro das Ligas de Neurologia de São Paulo: Desafios, Perspectivas e Novos Rumos.

Desafios em Neurologia: Casos Clínicos.

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Projetos da Liga Neurociências UNICAMP: Anamnese em Neurologia, Plantões na Neurocirurgia para ligantes e ExtensãoGuilherme Wertheimer, Thais Hayata, Rafael Yabiku, André Miyoshi, Li Li Min

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Os projetos atuais da Liga de Neurociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) são a Anamnese em Neurologia e os Plantões na Neu-rocirurgia. Os novos projetos aumentaram a adesão de novos membros, espe-cialmente do primeiro e segundo anos da Medicina, como também a satisfação geral dos ligantes em relação à Liga. Os projetos vão ao encontro da vontade dos alunos de serem introduzidos em atividades a que teriam acesso mais tardia-mente no currículo da Medicina, e a novidade de atividades práticas motivou a participação na aulas teóricas semanais da Liga.

Na atividade da Anamnese, os ligantes são levados em duplas, mensalmen-te, pelos coordenadores da Liga, à Enfermaria de Neurologia do Hospital de Clínicas da Unicamp. Durante a atividade, os ligantes iniciam observando os coordenadores executando uma anamnese com foco em neurologia nos pacien-tes, e depois, quando se julgam aptos e com o auxílio do coordenador, praticam a entrevista com os pacientes. Posteriormente à entrevista são verificados os prontuários dos pacientes entrevistados, a fim de melhor entender o caso e re-forçar o aprendizado dos ligantes referente à anamnese. No futuro, planejamos incorporar exames básicos físicos, como verificação de reflexos, e instruir os ligantes a executarem relatórios sobre o caso clínico observado.

Nos plantões na Neurocirurgia, os ligantes comparecem uma vez ao mês ao Centro Cirúrgico do Hospital de Clínicas da Unicamp em duplas e acom-panham um plantão de 12 h (18 h-6 h) com residentes do segundo ano da Neurocirurgia. Durante as atividades, além de vivenciarem um plantão médico na especialidade, apresentam a possibilidade de aprender a rotina médica. Os ligantes apresentam grande interesse nesta atividade, sendo que, para entrar na escala de plantões, devem ter presença nas atividades teóricas semanais.

Referente à Extensão, a Liga apresenta projetos como a mobilização de conscientização no Dia da Epilepsia e Acidente Vascular Cerebral (AVC), com entrega de material didático de esclarecimento nas imediações do Hos-pital de Clínicas da Unicamp; envolvimento no Rock AVC, evento bene-ficente, com presença de bandas alternativas para trazer atenção sobre os problemas em torno das mortes por AVC; e envolvimento com o Workshop do Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL), em que vestibulandos entram em contato com tópicos do curso médico da Unicamp, a fim de melhor conhecer a profissão e a Instituição da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e ter ajuda na escolha do curso no vestibular. Os novos projetos elevaram as adesões durante a gestão atual e, com o desenvolvimento destes e o surgimento de novas atividades, esperamos o fortalecimento da Liga de Neurociências no futuro.

Histórico da Liga de Neurologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São PauloTamires Rocha Figueredo, Michelle Abdo Paiva, Marco Antonio Benini Junior, Guilherme Diogo Silva

Enfermaria de Neurologia Clínica do Hospital das Clinicas da FMUSP

Introdução: A Liga de Neurologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foi fundada em 2010 por acadêmicos do terceiro ano e, inicialmente, coordenada pelo professor Paulo Eurípedes Mar-chiori. As atividades eram realizadas com supervisão dos residentes de Neu-rologia Clínica do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP e, atualmente, são planejadas junto à preceptoria do mesmo serviço de residência e coordenadas pelo professor Ricardo Nitrini.

No ano de 2011, passamos a participar, anualmente, do projeto social “Mutirão de combate ao acidente vascular cerebral (AVC)”, realizado em es-tações de metrô da cidade de São Paulo, iniciativa da Liga de Neurologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa.

No ano de 2012, o Departamento de Moléstias Infecciosas passou a cola-borar ativamente com a Liga por meio de discussões de casos clínicos relevantes sobre a temática de neuroinfectologia.

Objetivos: A Liga de Neurologia Clínica da FMUSP (LNCl) tem como objetivo propiciar a acadêmicos pertencentes do segundo ao quarto ano da graduação da Faculdade de Medicina uma oportunidade de aproximação com o conteúdo teórico, experiência científica, vivência prática e profis-sional da Neurologia. Nesse sentido, ela surge como uma proposta para ampliar o contato do aluno de Medicina da Faculdade com a Neurologia Clínica, dado que essa área tem espaço restrito dentro do currículo formal da graduação. Portanto, a Liga não só busca versar sobre os temas priori-tariamente pertinentes ao especialista do campo, mas também fornecer e reforçar ao aluno os conhecimentos neurológicos essenciais para a forma-ção do médico generalista. Secundariamente, estudantes de outras áreas da saúde e de medicina de outras faculdades estão convidados a participar das aulas teóricas, após a devida seleção.

No último ano, a Liga passou a investir na integração não somente entre o ciclo clínico e o ciclo básico, por meio da interface com a Anatomia Topográ-fica, mas também entre especialidades médicas, infectologia e neurocirurgia.

Propostas: As propostas da Liga para aproximar o aluno da prática neu-rológica consistem de atividades práticas e teóricas. Nossas atividades práticas baseiam-se em quatro pilares. Primeiro, realizamos aulas práticas na Enfermaria de Neurologia do Instituto Central do HC (ICHC), sendo que, a cada duas semanas, um tema da propedêutica neurológica é abordado, como, por exem-plo, o exame da motricidade, da sensibilidade, da coordenação, da motricidade ocular extrínseca, dos nervos bulbares, do cognitivo, do neurológico do coma, de neuroimagem. Segundo, realizamos discussões de casos clínicos na Enfer-maria das Moléstias Infecciosas mensalmente, abordando tópicos de neuroin-fectologia. Terceiro, anualmente, participamos do mutirão do AVC promovido pela Liga de Neurologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa. Quarto, iniciaremos, no segundo semestre de 2013, o acompanhamento da prática de um neurofisiologista no âmbito do centro cirúrgico.

A parte teórica da Liga baseia-se em aulas mensais referentes a temas cen-trais da clínica neurológica, tais como comas, cefaleia, demências e síndromes vestibulares, e áreas básicas, como anatomia de pares cranianos, macroestrutura e irrigação encefálica.

Almejamos, nos próximos anos, incentivar a pesquisa científica na área através de busca ativa de projetos com vagas disponíveis de iniciação científica e de alunos interessados participantes da Liga. Além disso, estamos organizan-do, junto à doutora Adriana Conforto, um mutirão de triagem para AVC no Ambulatório do HC-FMUSP, no qual os próprios alunos da Liga atenderiam os pacientes, discutindo o caso com assistente.

Experiência adquirida: A liga acadêmica proporciona aos alunos contato íntimo com a semiotécnica, as doenças e o paciente neurológicos. Além dis-so, gera desenvolvimento de habilidades e competências afetivas e práticas do atendimento neurológico, tanto em nível de especialista como de generalista, as quais seriam pouco desenvolvidas dentro do currículo normal da graduação, que carece de carga horária ligada para essa área.

Conclusões: A experiência dessa atividade extracurricular aprimora habi-lidades teórico-práticas e afetivas dos alunos de medicina da FMUSP. Desse modo, a Liga mostra-se efetiva para aprofundar os conhecimentos básicos e clínicos dos alunos na área de neurologia. Um aspecto a ser melhorado é a inte-gração com a fronteira de pesquisa, o que visamos corrigir em breve.

Síndrome de encefalopatia posterior reversível em paciente com quadro de porfiria intermitente aguda: relato de casoLuiz Domingos Mendes Melges, Fabio Araújo Pereira, Werner Garcia Souza, Luiz Henrique Soares Santos Stefano, Marcelo Scomparin Said Monteiro

Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)

A porfiria aguda intermitente é uma doença genética rara, autossômica do-minante, decorrente de um distúrbio na via hepática da biossíntese do heme. Caracteriza-se por sinais e sintomas que incluem dor abdominal, náuseas, vô-mitos, constipação ou diarreia, distensão, retenção ou incontinência urinárias, tremores, febre, neuropatia periférica, distúrbios hidroeletrolíticos e psiquiátricos.

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A síndrome da encefalopatia posterior reversível é uma entidade de pa-togênese pouco conhecida que descreve um conjunto de sintomas e achado radiológico característicos. Os achados clínicos característicos encontrados nes-sa síndrome são cefaleia, vômito, cegueira, alterações no nível de consciência, alucinações e convulsões. As crises convulsivas podem ser a primeira ou única manifestação da doença, sendo focais, e até mesmo podendo evoluir para esta-do de mal convulsivo.

O presente relato descreve o caso de um paciente de 29 anos, com quadro inicial de dor lombar e urina avermelhada, tratado como infecção do trato uri-nário sem melhora, evoluindo com crises convulsivas de difícil controle e rebai-xamento do nível de consciência. Após se obter controle das crises, observou-se que o paciente apresentava tetraplegia flácida. As imagens de ressonância foram compatíveis com encefalopatia posterior reversível e o diagnóstico de porfiria intermitente aguda foi suspeitado e confirmado através das alterações no por-fobilinogênio e ácido delta amino levulínico urinários. A intenção é descrever um caso em que se associa esta síndrome ainda pouco conhecida que é a ence-falopatia posterior reversível, à porfiria intermitente aguda, já que a literatura apresenta poucas descrições de casos como esse.

Encefalopatia responsiva a corticoide associada a tireoidite autoimune (encefalopatia de Hashimoto): relato de casoJorge Murilo Barbosa de Sousa, Ricardo Goes Freitas, Rinaldo Claudino, Luiz Paulo de Queiróz, Katia Lin

Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC)

Introdução: As encefalopatias subagudas em neurologia abrangem ampla lista de diagnósticos diferenciais; dentre elas, inclui-se uma rara entidade co-nhecida como encefalopatia responsiva a corticoide associada a tireoidite autoi-mune (ERCATA), ou encefalopatia de Hashimoto (EH). Encontra-se dentro do grupo das doenças autoimunes, sendo um diagnóstico de exclusão. O obje-tivo deste trabalho é relatar um caso de encefalopatia de Hashimoto.

Relato: Identificação: Paciente do sexo feminino, 45 anos, data de nascimento

13/01/1968, residente em Tijucas (SC), Grande Florianópolis, natural do inte-rior do Paraná, vendedora, casada, católica, com o segundo grau completo.

Queixa principal: “Convulsão”. História clínica: Vem acompanhada pelo marido e pela filha para pri-

meira consulta no Ambulatório de Epilepsia do HU-UFSC, em 05/04/13. Marido e filha referem que a paciente, que era previamente hígida, iniciou, em agosto de 2012, com alucinações visuais episódicas, que “via chuviscos”, de difícil caracterização no momento, que segundo eles duravam mais que quatro horas, e vinha, por isso, sendo acompanhada por oftalmologista, mas sem diagnóstico oftalmológico. Além disso, tinha sintomas depressivos, ini-ciados no primeiro semestre de 2012, após morte da mãe, que pioraram nesta época (agosto de 2012): apatia e anedonia, sem sintomas positivos de trans-torno de humor depressivo. Referem também que, em 13/11/12, apresentou a primeira crise “convulsiva” da vida. Estava dirigindo, sentiu-se mal, parou o carro, ligou para o marido. O marido levou a paciente ao posto de saúde. A paciente tinha desvio da rima labial e versão cefálica para um dos lados, abalos musculares clônicos generalizados com mordedura lingual e liberação de esfíncteres. Nessa ocasião, foi encaminhada diretamente para um hospital próximo, onde foi submetida a tomografia computadorizada (TC) de crânio (laudo: sem alterações significativas) e foi liberada, usando fenitoína, 250 mg/dia. Contam também que a paciente “nunca mais” foi a mesma pessoa depois des-ta primeira crise. Vinha mantendo episódios quase diários de “contorcer-se” (por aproximadamente três minutos), seguido por “sair fora do ar” e “falar em língua estrangeira” (disfasia), durando 40 minutos a 1 hora. Relatam que, com frequência cada vez maior, entre esses episódios apresentava alucinações visuais, sem crítica sobre elas: “ela vê todos com barba, vê todos com a mesma roupa”, “quer sair de dentro de casa”, “fica procurando a chave em locais que sabidamente não está”. Também referem que a paciente acredita que a mãe está viva, mesmo sabendo que ela faleceu no último ano. Contam que a pa-ciente, desde o início do quadro queixa-se de cefaleia, mas, devido ao quadro confusional daquele momento, de difícil caracterização.

Revisão de sistemas: Poliartralgia e queda de cabelos há cinco meses. História ginecológico-obstétrica: Duas filhas, amenorreia há oito meses.

História psicossocial: Tabagista desde os nove anos de idade, três maços/dia. Trabalhava revendendo computadores e outros eletrônicos comprados por ela no Paraguai, além disso, fabricava doces em casa. Após a primeira crise epiléptica, não conseguiu mais realizar essas atividades.

Após a consulta, foi internada para investigação do quadro. Ao exame fí-sico: peso de 84 kg, altura de 1,62 m, exoftalmia bilateral (familiares contam que sempre foi assim), ausculta cardiopulmonar, exame do abdome e exame da região cervical e membros sem particularidades. Exame neurológico: alerta e contactuante, desorientada em tempo e espaço, inquieta durante a consulta, levantou-se e caminhou em direção ao armário do consultório procurando por cigarros. Miniexame do estado mental (MEEM), em 15 de abril de 2013, re-sultou em 11 pontos, sem disfasias; gnosias e praxias preservadas, força e tônus muscular e reflexos preservados, exceto pelos reflexos aquileus, ausentes. Sensi-bilidade: sem alterações. Sem alteração de pares cranianos. Sem sinais menín-geos. Nos primeiros dias da internação, em algumas ocasiões, foram observadas contrações involuntárias síncronas dos dedos da mão direita, além de repetidos episódios de agitação psicomotora: “Encontra-se tranquila no leito e de forma repentina levanta-se, entra nos quartos de outros pacientes, ou retira a roupa ou tenta pular a janela, em outras ocasiões solicita a presença da mãe”.

Ampla investigação laboratorial foi realizada (incluindo hemograma, pro-vas reumatológicas, marcadores de lesão hepática, função renal, eletrólitos, sorologias (vírus B, C, HIV, Epstein-Barr, citomegalovírus) e reação de poli-merase em cadeia para herpes vírus X. Destacam-se as seguintes alterações: T4 livre reduzido (0,76 ng/dl; valor de referência, VR: > 0,85 ng/dl), anticorpo antitireoperoxidase (anti-TPO) reagente, 293 UI/ml (VR < 35 ng/dl), além de o exame do líquor demonstrar meningite asséptica (Tabela 1), sem outras alterações. Eletroencefalograma (EEG) da chegada mostrava frequentes acha-dos epileptiformes multifocais bilaterais, quase contínuos, com ritmo de base desorganizado, configurando estado de mal epiléptico e, na alta hospitalar, duas semanas após o primeiro exame, observou-se melhora acentuada do exame, sendo constituído por paroxismos epileptiformes isolados do tipo onda aguda em região temporal esquerda. Angiorressonância magnética e ressonância mag-nética (RM) de crânio de janeiro de 2013 eram normais. TC de tórax mostrou apenas pequeno derrame pleural bilateral e RM de crânio de abril de 2013 (Figuras 1 e 2) revelou esclerose mesial temporal à esquerda, e hipersinal, sem efeito de massa ou edema perilesional, inespecífico, junto ao corno posterior do ventrículo lateral direito. Recebeu metilprednisolona, 1 g/dia, endovenoso (EV) por cinco dias, seguida por prednisona, 60 mg/dia, além da dose de ata-que de fenitoína EV e acrescentado fenobarbital, 200 mg/dia. Foi dramática a melhora clínica após essas medidas, especialmente após pulsoterapia com cor-ticoide. Em consulta ambulatorial, um mês após a alta pontou 22 no MEEM, bem como exame do líquor, na alta, mostrava melhora do padrão inicial.

Tabela 1. Análise do líquor

ExameResultado

em 11/04/13Resultado

em 24/04/13VR

Citologia

29 células (100%

mononuclear) e 2 hemácias

18 células (100%

mononuclear) e 73 hemácias

Até 5 mononucleares

Proteínorraquia 114,8 105,5 15-45 mg/dL

Glicorraquia64,0 (sérica

143)65 (sérica

124)2/3 da glicemia

LDH 25 10% da séricaBacterioscopia (GRAM)

Ausência de bactérias

Ausência de bactéria

Auência

Látex Criptococo e germes comuns

Negativo Negativo Negativo

Pesquisa de BAAR

Ausentes Ausentes Ausentes

Tinta da China Negativa Negativa NegativaADA 3,0 U/L Até 40 U/LVDRL NR NR NR

LDH = desidrogenase láctica; BAAR = bacilos álcool-ácido resistentes; ADA = adenosina desaminase; VDRL = do inglês venereal disease research laboratory; NR = não reagentes; VR = Valor de referência.

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Discussão: Diante do quadro clínico exposto, estamos frente a uma paciente com síndrome demencial e epiléptica de instalação progressiva e gradual dentro de oito meses, configurando uma encefalopatia subaguda. A confusão diagnóstica etiológica é frequente pela vasta lista de diagnósticos diferenciais. Neste caso, o motivo do encaminhamento interrogava doença de Creutzfeld-Jakob, uma do-ença rara que foi excluída pela benignidade da evolução dentro deste período e pelos EEGs seriados. Da mesma forma, lúpus eritematoso sistêmico (LES) com acometimento do sistema nervoso central (SNC) frequentemente se apresenta desta forma, ocorrendo em até 90% dos casos de LES, explicando achados como epilepsia (14-25%) e psicose. Meningite asséptica ocorre em 20% dos estudos histopatológicos em LES, tende ocorrer mais cedo no curso da doença e prediz maior envolvimento do SNC. Porém, faltam dados para o diagnóstico de LES, preenchendo apenas 2 (epilepsia/psicose e serosite) dos 11 critérios propostos pela American College of Rheumatology. Doenças infecciosas tornam-se muito remotas sabendo-se do tempo de evolução relativamente longo e melhora com corticoide. Encefalite límbica paraneoplásica também poderia explicar os achados clínicos do caso, no entanto, uma característica fundamental é a rápida natureza progressiva da síndrome. Desta forma, a hipótese de ERCATA se impõe. Trata--se de uma síndrome rara, sendo diagnóstico de exclusão, que cursa com altos títulos de anti-TPO e boa resposta à corticoterapia. Desde sua primeira descrição em 1966, em torno de 170 casos foram relatados na literatura. É mais comum em mulheres na meia idade, e manifesta-se com crises epilépticas (66%), psicose (38%), episódios como acidente vascular encefálico (AVE-like) (27%), além de hiperproteinorraquia (78%), pleocitose linfocítica leve e EEG anormal (alente-cimento generalizado, ondas trifásicas, ou achados epileptiformes) (98%). Neste caso, apenas episódios AVE-like não foram vistos, todos os demais estavam pre-sentes no caso, corroborando nossa hipótese diagnóstica. Da mesma forma, RM de crânio pode ser normal ou mostrar achados inespecíficos na substância branca, como pode ser visto neste relato. A função tireoidiana pode ser normal, hipoti-reoidismo ou hipertireoidismo, sendo hipotireoidismo subclínico o mais comum (35%). A fisiopatologia e etiologia exata ainda são desconhecidas. Alguns autores defendem que o termo EH pode ser enganoso, pois se sabe que os autoanticorpos

tireoidianos não são específicos para EH e são comuns em pessoas idosas saudá-veis. Da mesma forma, não se correlacionam níveis de anticorpos e gravidade da síndrome. Também não se reduzem com o tratamento e não há alvo antigênico bem definido no sistema nervoso central, eles refletem na realidade, um estado inflamatório autoimune adjacente. E por isso os autores defendem a utilização do termo “encefalopatia responsiva a corticoide associada à tireoidite autoimune”.

Conclusão: Não temos dúvidas do contexto autoimune como base fisio-patológica para os achados clínicos. Até a exata fisiopatologia ser descoberta, o termo ERCATA parece ser o mais adequado para definir uma síndrome que cursa com encefalopatia, altos títulos de anticorpos antitireoidianos e boa res-posta a corticoterapia.

Mielite transversa pelo citomegalovírus em paciente imunocompetente: relato de casoJuliana Amm Diniz, Augusto Cesar Penalva de Oliveira, Michel Elyas Jung Haziot

Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: A infecção pelo citomegalovírus (CMV) ocorre mais comu-mente em indivíduos com severa imunodepressão. A mielite transversa é rara em pacientes imunocompetentes.

Métodos: Revisão de literatura e de prontuário de paciente atendida no Ambulatório de Neuroinfectologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Relato de caso: A.P, 41 anos, do sexo feminino, casada, branca, natural de São Paulo (SP) e moradora em Osasco (SP), refere ter iniciado em 25/01/2013 quadro de dor em região dorsal irradiando para a região de mamas associado à alteração de sensibilidade e redução de força em membros inferiores (MMII). Deu entrada em 05/03/2013 no Pronto-Socorro Central e apresentava, ao exa-me neurológico, paraplegia, nível sensitivo em T4, abolição da propriocepção, além de constipação intestinal e retenção urinária. Durante investigação, apre-sentava na ressonância nuclear magnética com hipersinal em segmento cervical e torácico de medula (de C2 a T7). Liquor: 32 células/mm³, predomínio de linfócitos, proteína: 78 mg/dL; glicose: 53 mg/dL, reação de polimerase em cadeia (PCR) para citomegalovírus (CMV) positivo no liquor, sorologia para CMV positiva no sangue (imunoglobulina G, IgG). A paciente foi submeti-da a pulsoterapia com metilprednisolona por cinco dias e tratada por 21 dias com ganciclovir endovenoso, com melhora progressiva principalmente da força muscular, evoluindo com força muscular grau IV em MMII, melhora completa das funções vesicais e parcial da sensibilidade.

Conclusão: A infecção pelo CMV que acomete a medula espinhal é rara em pacientes imunocompetentes. Os sinais clínicos são limitados no diagnósti-co, pois não se diferenciam de outros agentes causadores de mielite. O diagnós-tico deve se basear nos resultados de imagem e especialmente no PCR positivo para CMV no liquor, que é o teste diagnóstico mais específico.

Encontro Interinstitucional de Ligas Acadêmicas de Neurologia e Neurocirurgia Marcela Curci Vieira de Almeida

Universidade de Taubaté (Unitau)

Introdução: A Liga de Neurologia e Neurocirurgia (LNNc) da Faculdade de Medicina de Taubaté tem como bandeira a prevenção às doenças neurológicas e ao neurotrauma, visando a promoção da saúde e uma melhor qualidade de vida. Assim, tem com a população de Taubaté um papel de responsabilidade social, a fim de garantir o cumprimento desses objetivos. Haja vista que uma Liga é baseada em um tripé composto por ensino, pesquisa e assistência, para exercer esses três pilares, concomitantemente e com excelência, a LNNc enriquece seus membros com aulas da especialidade, presta assistência à população através de campanhas e supre a faculdade com pesquisas científicas. Sendo assim, com a intenção de promover a saúde, de buscar uma atuação em âmbito nacional, de acrescentar conhecimento sobre as especialidades de neurologia e neurocirurgia e de impulsionar o trabalho em parceria, a LNNc criou o Encontro Interinstitu-cional entre Ligas Acadêmicas (ELA) de Neurologia e Neurocirurgia. Para atuar

Figura 2. Ressonância Magnética de Crânio, corte coronal, sequência fluid acquisition inversion recovery (FLAIR), mostrando hipocampo esquerdo com alteração de sinal e redução volumétrica.

Figura 1. Ressonância magnética de crânio: corte axial, sequência fluid acquisition inversion recovery (FLAIR), mostrando hipersinal junto ao corno posterior do ventrículo lateral direito.

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na prevenção atendendo às duas especialidades, a LNNc — que já participa do Mutirão do AVC, projeto de prevenção ao acidente vascular cerebral, desenvolvi-do pela Liga de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), sob a coordenação do Doutor Marcel Simis — pretende divulgar o Programa de Prevenção ao Neurotrauma — “Pense Bem” — desen-volvido pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, através de uma campanha de conscientização e prevenção ao neurotrauma, visto que causas externas — carac-terizadas por acidentes (relacionados ao trânsito, afogamento, envenenamento, quedas ou queimaduras) e violência — são a terceira causa de mortalidade no Brasil, segundo pesquisas do Saúde Brasil de 2010. Para garantir essa promoção e o cumprimento dela em âmbito nacional, a LNNc aproveitou o ELA para definir com as diferentes Ligas parceiras o modo como cada uma irá promover o “Pense Bem” em sua cidade, proporcionando, dessa forma, uma integração de Ligas não somente para desenvolvimento profissional, mas também para promoção da pres-tação de serviços à população.

Objetivo: Promover a integração entre Ligas Acadêmicas, a fim de que este vínculo garanta aprimoramento e atualização nos temas de neurologia e de neurocirurgia, bem como permita promoção da saúde em âmbito nacional, através de campanhas.

Método: O presente evento foi criado pela LNNc da Faculdade de Medici-na de Taubaté, coordenado pelo Doutor Ronaldo Abraham, um dos professores responsáveis pela Liga. Para sua organização e realização, o ELA contou com a parceria das Ligas de Neurologia e Neurocirurgia da FCMSCSP e da Universida-de de Mogi das Cruzes (UMC). O ELA ocorreu no dia 18 de maio de 2013 no Campus do Bom Conselho da Faculdade de Medicina de Taubaté (FMT), atual Universidade de Taubaté (Unitau), localizada na Avenida Tiradentes, 500, Tau-baté (SP). Tal evento seguiu os moldes do Encontro de Ligas de Clínica Médica, realizado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), o qual já ocorre há 12 anos. Este modelo consiste em encontro de um dia, com duração das 8 às 17 horas. Há uma palestra a cada hora, e o horário de almoço é das 12 às 14 horas. O ELA foi composto por três módulos, dos quais um foi comum a todos os participantes e os outros dois foram assistidos conforme a preferência de cada um. O primeiro módulo, intitulado “Introdutório” foi comum a todos os participantes e abordou assuntos dentro do tema “Semiologia Neurológica e Neurocirúrgica”. Este teve as seguintes palestras: das 8 às 8:30 horas ocorreu a abertura do ELA e apresentação do Projeto “Pense Bem” (desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia); às 9 horas, a palestrante Doutora Karo-lina Gouveia César, neurologista do Hospital Universitário de Taubaté (HUT), professora da Unitau e doutoranda em Neurologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), apresentou o assunto “Semiologia Neurológica (exame físico sem contemplar demência)”; às 10 horas, ela também apresentou o assunto “Como avaliar demências e introdu-ção sobre as doenças relacionadas”; às 11 horas, o palestrante Doutor Máspoli de Souza Filho, Médico-Residente de Neurocirurgia do Hospital Regional do Vale do Paraíba, apresentou o assunto “Exame físico voltado para neurocirurgia”, encerrando o primeiro módulo. Das 12 às 14 horas, os participantes tiveram horário de almoço. Às 14 horas, as atividades foram retomadas e os participantes puderam optar entre dois módulos: um sobre Neurologia Clínica e outro sobre Neurocirurgia. O módulo sobre Neurologia Clínica iniciou com a palestra do Doutor Mauro Eduardo Jurno, Secretário da Sociedade Mineira de Neurologia, membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia e membro titular da Academia Brasi-leira de Neurologia, sobre “Cefaleia”. Em seguida, às 15 horas, o Doutor Ronaldo Abraham, Professor Doutor de Neurologia da Unitau e Doutorado em Neuro-logia pelo HC-FMUSP, apresentou o assunto “Manifestações Neurológicas das Doenças Sistêmicas”. Enquanto isso, simultaneamente em outra sala, o módulo sobre Neurocirurgia se iniciou às 14 horas com a palestra “Urgências e Emergên-cias Neurológicas”, ministrada pelo Doutor Caio Simioni, Médico Colaborador do Ambulatório de Neurologia do HC-FMUSP e membro efetivo da Academia Brasileira de Neurologia. Em seguida, às 15 horas, o palestrante Doutor Viní-cius Monteiro de Paula Guirado, coordenador da Unidade de Lesão da Medula Espinal do Serviço de Neurocirurgia de Emergência do Pronto-Socorro do HC--FMUSP, neurocirurgião assistente da Disciplina de Clínica Neurocirúrgica do HC-FMUSP e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, apresentou o assunto “Traumatismo Raquimedular – Conduta na fase aguda”. Por fim, às 16 horas, o Doutor José Carlos Esteves Veiga, com Doutorado em Neurocirur-gia pelo HC-FMUSP, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, médico chefe da Disciplina de Neurocirurgia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, professor adjunto-doutor da FCMSCSP e professor titular da Unitau, encerrou o módulo dois com uma palestra sobre o assunto “Traumatismo Crânio-Encefálico”. As inscrições para o ELA foram feitas pelas Ligas de Neurologia e Neurocirurgia de cada faculdade participante, no caso, FMT, FCMSCSP e UMC. O valor do investimento de cada participante foi de R$ 25,00 e o dinheiro arrecadado foi dividido igualmente entre as três Ligas organizadoras. O ELA recebeu patrocínio das seguintes instituições: Academia

Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Cefaleia, Associação Paulista de Medicina, Banco Itaú-Unibanco, Medcel – Residência Médica, Restauran-te Armazém 87, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração e Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. O ELA contou com a participação de 65 alunos das seguintes faculdades: FCMSCSP, FMT, UMC, Faculdade de Medicina de Jun-diaí (FMJ), Faculdade de Medicina de Pouso Alegre e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Discussão: O ELA obteve resultado positivo, pois conseguiu estabelecer vínculos entre as diretorias das Ligas organizadoras, trouxe noções de organi-zação de evento, estimulou o trabalho em equipe, bem como conseguiu inte-grar mais uma Liga para a realização do próximo evento em 2014, a Liga de Neurologia e Neurocirurgia da FMJ. Com o objetivo de perpetuação anual desse evento para que as atualizações nas áreas de Neurologia e Neurocirurgia continuem e com a intenção de promover cada vez mais a integração das Ligas Acadêmicas, a ideia é que, a cada ano, uma Faculdade fique responsável pela organização do evento. Em 2013, a responsável foi a FMT. Para 2014, ainda será decidido qual das Faculdades será a responsável, a FCMSCSP ou a UMC. A fim de manter tal vínculo, além do ELA, cada uma das três Faculdades pro-moverá em sua cidade uma Campanha de Prevenção ao Neurotrauma baseada no Programa de Prevenção ao Neurotrauma (PENSE BEM), desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. A intenção é que esta campanha tam-bém se perpetue e que consiga integrar cada vez mais Ligas Acadêmicas, a fim de atingir uma prevenção em âmbito nacional.

Conclusão: A partir do ELA, os participantes puderam aprimorar conheci-mento, aprender situações ainda não vistas, desenvolver o trabalho em equipe, fomentar raciocínio clínico e prático, bem como puderam se atentar à necessi-dade de campanhas para a prevenção ao neurotrauma. Assim, além de contri-buir de maneira positiva para a formação acadêmica do estudante de medicina, o ELA estimula o cumprimento do papel de cidadão que cada aluno deve ter como indivíduo e como profissional da área da saúde para com a população, reforçando também a relação médico-paciente. Além disso, o fortalecimento da integração entre as Ligas Acadêmicas de Neurologia e Neurocirurgia contribuiu para o princípio de que o conhecimento deve ser compartilhado, distribuído e discutido sob diferentes visões. Isso torna possível uma maior divulgação e dis-cussão sobre atualizações dos assuntos dessas áreas, bem como permite atuação em prevenção em âmbito nacional.

Manifestações neurológicas típicas e atípicas em pacientes com doença de Wilson: um relato de casoLuiz Domingos Mendes Melges, Luiz Henrique Soares Santos Stefano, Fabio de Araújo Pereira, Vanessa Vieira, Mariah Guerreiro dos Reis, Isabela Santiago

Disciplina de Neurologia, Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)

Introdução: A doença de Wilson, também conhecida como degeneração hepatolenticular, é um erro inato do metabolismo do cobre associado a cirrose hepática e alterações degenerativas nos gânglios da base. Durante a segunda metade do século XIX, Westphal observou a presença de tremores e rigidez em dois pacientes, denominando o quadro de pseudoesclerose. É uma doença de caráter autossômico recessivo, caracterizada pelo acúmulo de cobre no organis-mo. Os órgãos mais afetados são fígado, cérebro, rins e córnea, e a lesão tissular justifica parte dos sintomas hepáticos, neuropsiquiátricos, hematológicos, re-nais e osteoarticulares. Caso haja diagnóstico precoce, o tratamento caminha de forma eficaz, ao passo que o não tratamento pode ter evolução fatal. O presente relato objetiva discutir um caso com sintomas neurológicos menos comuns como tremor cefálico de repouso e mais comuns como crises convulsivas e alte-rações psiquiátricas, bem como a necessidade do estudo familiar como impor-tante guia, tendo em vista as possíveis dificuldades envolvidas no diagnóstico.

Descrição do caso: Reporta-se o caso de um paciente do sexo masculi-no, 35 anos, com sintomas neurológicos de início agudo (tremores grosseiros) que evoluíram para crises convulsivas e alterações comportamentais. Negava doenças de base, mas relatava pais consanguíneos e familiares com alterações hepáticas desconhecidas (alguns desses falecidos por tal causa). Imagens típicas da doença na ressonância magnética e achados laboratoriais compatíveis, como alterações nos níveis de ceruloplasmina e presença de anéis de Kayser-Fleischer, estabeleceram o diagnóstico de doença de Wilson. Foi instituído o tratamen-to com acetato de zinco, com melhora importante dos sintomas, e mantidos acompanhamento ambulatorial e investigação familiar.