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7/29/2019 Resumo Segundo Reinado
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O SEGUNDO REINADO de 1840 a 1889
A 23 de julho de 1840, por meio de uma medida constitucional, dom Pedro de Alcntara, com 14 anos e
setes meses de idade, teve sua maioridade antecipada. Foi coroado como dom Pedro 2 e assumiu o trono e
o governo imperial.
Iniciava-se o Segundo Reinado, que durou at 1889. A antecipao da maioridade do herdeiro do tronoreal passou para a histria como o "golpe da maioridade". A medida foi uma iniciativa dos polticos
pertencentes ao Partido Liberal como uma alternativa ao governo regencial (1831-1840), que era apontado
na poca como a principal causa das freqentes rebelies, agitaes sociais do pas.
No Segundo Reinado o pas foi pacificado. Cessaram as rebelies provinciais que marcaram o panorama
poltico dos governos regenciais e ameaaram a ordem social e a consolidao do Estado brasileiro. Duas
rebelies que eclodiram ainda no perodo regencial chegaram ao fim no segundo reinado: a Balaiada em
1841, e a Farroupilha, em 1845.
A nica grande rebelio iniciada no segundo reinado foi a Revoluo Praieira, que eclodiu em 1848 na
provncia de Pernambuco, mas foi debelada no ano seguinte, em 1849. A paz interna advinda com ogoverno de dom Pedro 2 favoreceu a consolidao dos interesses da classe dominante representada pelos
grandes proprietrios rurais.
Escravido e ausncia de participao popular
A classe dominante estava coesa em torno da manuteno da escravido e da alienao (ou ausncia) da
participao popular nas decises polticas governamentais. Mas tinham divergncias no que diz respeito a
interesses econmicos e polticos locais. Assim, organizaram-se politicamente em duas agremiaes
polticas: o Partido Liberal e Partido Conservador.
Os dois partidos polticos disputavam o poder atravs de eleies legislativas (para a Cmara dosDeputados). Por meio de um processo eleitoral bastante fraudulento e violento, tentavam conquistar
maioria no Parlamento e influenciar as decises governamentais na medida que seus membros fossem
nomeados para formar os gabinetes ministeriais. No transcurso do segundo reinado, liberais e
conservadores se alternaram no poder.
Parlamentarismo e poder Moderador
Os anos de 1840 at 1846 foram marcados por conflitos e divergncias polticas entre liberais e
conservadores com relao ao sistema de governo. Em 1847, porm, foi institudo o Parlamentarismo, que
passou a funcionar articulado ao Poder Moderador.
Criou-se o cargo de presidente do Conselho de Ministros. Desse modo, o imperador em vez de escolher
todos os seus ministros (regra que vigorou no perodo precedente), escolhia apenas o primeiro-ministro.
Uma vez nomeado, o primeiro-ministro se encarregava das nomeaes para formar o gabinete ministerial.
Com o ministrio nomeado, restava a aprovao dos parlamentares da Cmara dos Deputados. Dispondo
do Poder Moderador, o imperador detinha a prerrogativa de dissolver os gabinetes ministeriais como
condio para formao de outro ministrio, dependendo da ocasio e da conjuntura poltica.
As campanhas platinas
Durante o Segundo Reinado, o Brasil se envolveu em trs conflitos armados com pases fronteirios daregio Platina. Esta formada pela Argentina, Uruguai e Paraguai, pases que fazem fronteira ao sul com
o Brasil. Naquela poca, a regio Platina era muito povoada e importante economicamente em razo do
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intenso comrcio local. Foram os interesses econmicos brasileiros que levaram o governo imperial a
guerra.
Em 1851 teve incio a Guerra contra Oribe e Rosas. Esse conflito armado envolveu a Argentina e o
Uruguai (pas que pertenceu ao Brasil at 1828). Em 1851, Oribe, lder do Partido Blanco tomou o poder
no Uruguai, e com o apoio de Rosas, ditador argentino, bloqueou o porto de Montevidu prejudicando o
comrcio brasileiro na bacia Platina. As tropas brasileiras comandadas pelo ento conde de Caxias
aliaram-se s tropas lideradas por polticos rivais a Oribe e Rosas. O Brasil venceu a guerra em 1852.
Em 1864 ocorreu a Guerra contra Aguirre, lder do Partido Blanco e governante do Uruguai. A guerra
comeou depois que os uruguaios promoveram vrias invases ao Rio Grande do Sul para roubarem gado
dos fazendeiros gachos.
O governo imperial organizou tropas que ficaram sob o comando do vice-almirante Tamandar e do
marechal Mena Barreto. Com o apoio de tropas comandadas por opositores polticos do governo de
Aguirre, o Brasil consegui dep-lo e transferir o governo ao lder do Partido Colorado, Venncio Flores.
Guerra do Paraguai
Mas o conflito armado mais longo e violento foi a Guerra do Paraguai. Comeou em 1864 e chegou ao
fim em 1870. O Paraguai nesta poca era o pas mais prspero da regio. Contava com uma moeda forte e
uma economia industrial que era a base do progresso e desenvolvimento nacional.
Quando o ditador nacionalista Francisco Solano Lpez chegou ao poder, colocou em prtica uma poltica
expansionista que pretendia ampliar o territrio do Paraguai tomando terras do Brasil, Argentina e
Uruguai. Solano Lpez tinha como objetivo formar o "Grande Paraguai".
A guerra teve incio quando tropas paraguaias invadiram o territrio brasileiro e argentino. Formou-se
ento a Trplice Aliana, que unia militarmente o Brasil, Argentina e Uruguai para lutar contra o Paraguai.
Os conflitos foram intensos em vrias regies, terminando somente em 1870 com a invaso de Assuno e
a perseguio e morte de Solano Lpez. Para o Paraguai as conseqncias da guerra foram desastrosas
devido destruio de sua economia industrial e a morte de cerca de 80% da populao.
O poder do caf
A estabilidade poltica advinda com o governo imperial de dom Pedro 2 foi amplamente favorecida pela
comercializao do caf. A expanso da lavoura cafeeira a partir da segunda metade do sculo 19 deu
novo impulso a economia agroexportadora, trazendo prosperidade econmica ao pas e favorecendo a
consolidao dos interesses dos grandes proprietrios rurais.
A produo em larga escala do caf comeou no Rio de Janeiro, nas regies de Angra dos Reis e
Mangaratiba, a partir de 1830. Em seguida, as plantaes se alastraram para o vale do rio Paraba, a partir
da a produo voltou-se para exportao. Por volta de 1850, a lavoura cafeeira se expandiu para o Oeste
paulista, favorecida pelas condies propcias do solo para o cultivo do caf.
Para ser lucrativa, a comercializao do caf no concorrido mercado mundial exigiu dos grandes
fazendeiros o emprego em larga escala de mo de obra escrava. No obstante, nesta poca o trfico
mundial de escravos entrou em declnio.
Escravido negra
O governo imperial brasileiro relutava em cumprir os acordos, leis e tratados firmados com a Inglaterra,
pas cujos interesses econmicos a levaram a defesa da extino do trfico de escravos. Em 1850 o Brasil
cedeu as presses dos ingleses promulgando a Lei Eusbio de Queirs, que levou a extino definitiva do
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trfico.
A proibio do trfico negreiro levaria inevitavelmente ao fim o trabalho escravo. Mas a classe dominante
adiou o quando pde a abolio da escravido no pas. Para solucionar o problema da crescente escassez
de mo de obra, os fazendeiros recorreram inicialmente ao trfico interno de escravos, comprando-os de
regies economicamente decadentes.
Quando o problema da falta de mo de obra escrava agravou-se, os prsperos fazendeiros paulistas
colocaram em prtica uma poltica de incentivo imigrao de colonos, que passaram a trabalhar sob
regime assalariado. O Brasil seria um dos ltimos pases do mundo a abolir a escravido, em 1888.
Declnio do Segundo Reinado
O caf tornou-se o principal produto de exportao brasileiro. A prosperidade econmica advinda com sua
comercializao estimulou a industrializao e a urbanizao. Com isso, surgiram novos grupos e classes
sociais, portadoras de novas demandas e interesses. Esses grupos passariam a contestar o regime
monrquico atravs dos movimentos republicano e abolicionista.
Enquanto a produo cafeeira das regies do vale do rio Paraba e do Rio de Janeiro entraram em
decadncia, devido ao esgotamento dos solos, o oeste paulista expandia a produo beneficiado pelas
terras roxas, bastante propcias cultura do caf. Para os interesses dessa classe de ricos proprietrios
rurais a monarquia centralizadora - sediada no Rio de Janeiro e apoiada pelos decadentes senhores de
engenhos nordestinos e cafeicultores do vale do Paraba -, j no tinha utilidade.
Enquanto puderam, defenderam tenazmente a manuteno da escravido, mas progressivamente tornaram-
se adeptos dos princpios federalistas contidos nos ideais do movimento republicano.
Desse modo, gradualmente, a monarquia foi perdendo legitimidade diante dos novos interesses e
aspiraes sociais que surgiram. Alm disso, a partir da dcada de 1870, o Estado monrquico entrou em
conflito com duas instituies importantes que formavam a base de sustentao do regime: o Exrcito e aIgreja Catlica. Uma aliana entre os ricos proprietrios rurais do oeste paulista e a elite militar do
Exrcito levou a derrocada final do regime monrquico, com aproclamao da Repblica, em 15 de 11 de
1889. Podemos dizer que existiram trs causas bsicas para que o imprio declinasse, as causas religiosa,
a escravocrata e a militar.
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