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RESUMO
A educação, como prática social, constitui direito social do indivíduo.
Historicamente, muitas lutas foram desenvolvidas buscando garantir esse direito a
todos, a partir da expansão e da democratização das oportunidades de escolarização.
A educação e a escolarização constituem direitos sociais da pessoa. Para
garantir esse direito constitucional é preciso mobilização social em defesa da garantia
de uma escola de qualidade para todos.
Uma escola inclusiva e acolhedora, onde professores e alunos, juntos,
constroem uma sociedade democrática e participativa. Assim sendo, o aluno será
estimulado na sua integração dentro e fora da escola.
Este trabalho está voltado para cidadãos, que lutam e acreditam que uma escola
de qualidade é aquela na qual todos entram e todos aprendem. O importante é viver a
experiência da diferença e garantir, sem discriminação, o direito à educação.
A Arteterapia evidencia um importante papel, mostrando possibilidades de
construção de um mundo mais justo e solidário, afastando as discriminações e
fortalecendo a convivência democrática.
METODOLOGIA
A pesquisa é uma constante na vida de quem se propõe a estudar.
“No principio do século XIX, com o aparecimento das primeiras
revistas e artigos interpretativos, iniciava-se a construção de uma
bibliografia nacional. Esse tipo de documentação passou a ter
função de grande importância no cenário das obras científicas e
apareceu devido à necessidade social, que conduziu ao aumento
do número e da variedade de literatura científica.” (FACHIN, 2003)
“A pesquisa bibliográfica trata-se de levantamento de toda a bibliografia já
publicada, em forma de livros, publicações avulsas e imprensa escrita.” (LAKATOS,
1992).
A pesquisa bibliográfica tem como finalidade conduzir o leitor a determinado assunto
e proporcionar a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e
comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa.
A pesquisa bibliográfica compreende a consulta a livros e periódicos, e estes
servem como meio de atualização, uma vez que são publicados mais rapidamente que
os livros.
A pesquisa bibliográfica fundamenta-se na consulta do acervo bibliográfico que é
um manancial inesgotável de sabedoria humana e pode ser considerado também o
primeiro passo de toda pesquisa científica.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é demonstrar a arte como facilitadora no processo de
socialização, diminuindo as diferenças sociais; e ainda, discutir o processo da inclusão
social; refletir propostas em grupo, despertando o interesse pela arte e formando
cidadãos; e finalmente, analisar o uso da Arteterapia no processo de inclusão. Através
da arte, o aluno descobrirá o prazer de produzir, pois todos têm seu potencial, basta
buscar dentro de si e expandi-lo, é tarefa própria e do arteterapeuta.
Desde 1990, na promulgação da Declaração Mundial sobre Educação para
Todos, temos assistido ao crescimento, no âmbito educacional, da inclusão em
Educação. Igualmente, têm crescido em quantidade e importância as atenções dadas
ao tema da formação de educadores.
O tema dessa monografia baseia-se na escola de qualidade na qual todos os
alunos aprendem. Entretanto existem alunos que têm problemas de ordem física,
familiar ou emocional cabendo ao professor a tarefa de estimular entre os alunos, o
companheirismo, o respeito mútuo e a solidariedade.
A prática da Arteterapia é educativa, por possibilitar um trabalho com grupos
operativos pelos quais o aprendizado é facilitado. Através do grupo o aluno percebe que
não é o único a ter limitações e sua vivência compartilhando dificuldades possibilita a
estruturação psíquica de aceitação das diferenças individuais bem com a integração
consigo mesmo.
Na escola inclusiva, a comunidade escolar aprende a respeitar as diferenças,
promovendo a cidadania. A nossa principal problemática é de que modo a arte pode ajudar
no processo de inclusão, levando o aluno a criar de forma espontânea, desenvolver suas
potencialidades e a valorizar suas qualidades. O tema a ser abordado é de fundamental
importância, pois é comum o professor se deparar com situações que apresentam distúrbios
de condutas, dificuldades de aprendizagem, deficiências, problemas de atenção, de memória
ou sócio-econômicos.
A discriminação é um fato. Na sala de aula não é diferente. Alguns alunos podem se
tornar alvo de exclusão, preconceito e piadas. Pode se afirmar que toda classe é inclusiva e
que todo o professor para trabalhar as diferenças, precisa observar o comportamento do
aluno, praticando o respeito e a tolerância, propiciando a inclusão através da criação de
alguns grupos, desenvolvendo o apoio, a amizade e o companheirismo.
A Arteterapia como ação no grupo, facilita a participação de todos, favorecendo a
aceitação das diferenças individuais, viabilizando o sentimento de inclusão social, tão
importante para a estruturação de uma identidade.
A Arteterapia e sua prática são baseadas no conhecimento sobre o desenvolvimento
humano e nas teorias psicológicas que, aliados ao desenvolvimento histórico da Arte,
possibilitam entre outros, tratamentos educacionais, terapêuticos, cognitivos, na resolução de
problemas, na estimulação da auto-imagem e da auto-estima.
CAPITULO 1 - O ESTUDO DA ARTE NO PROCESSO
EDUCACIONAL
Nesse início, é importante mostrar que a Arte esta além de uma exigência legal, pois
está presente em todo currículo escolar, permitindo uma interação intensa e constante com a
sociedade. Assim sendo, as Artes se harmonizam com todas as disciplinas do currículo,
como parte da estrutura básica da formação do cidadão.
1.1. A ARTE SEGUNDO OS PCNs
Na proposta geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),a arte tem sua
função definida, com conhecimentos ao processo de ensino e aprendizagem, sendo tão
importante quanto qualquer outra matéria.
De acordo com os PCNs, desde o início da história da humanidade, a arte esteve
presente em praticamente todas as formações culturais. O homem que desenhou um bisão
numa caverna pré-histórica teve que aprender, de algum modo, seu ofício. E, da mesma
maneira, ensinou para alguém ou que aprendeu.
As diversas formas de manifestação artística da humanidade revelam-se também
visões do mundo e de valores. Ao lado das questões técnicas da produção, o fato de apreciar
ou realizar uma obra de arte significa abrir um espaço para a veiculação de valores e
sentimentos.
Ostrower (2001) nos reforça a idéia de que o criar é constante ordenar e comunicar.
Se existem fatores da atual “situação – problema” ou “situação proposta” original, análogos a
conteúdos anteriores, estes poderão ser reavivados e aparecerem em situações novas
complementando ou enriquecendo finalizações.
Assim, o ensino e a aprendizagem da arte fazem parte, de acordo com normas e
valores estabelecidos em cada ambiente cultural do conhecimento que envolve a produção
artística em todos aspectos.
Muitas pesquisas desenvolvidas a partir do início do século em vários campos das
ciências humanas trouxeram dados importantes sobre o desenvolvimento da criança e
também do adolescente, influenciando ainda o adulto em sua totalidade, sobre o processo
criador e sobre a arte de outras culturas.
Quando conhecimentos da antropologia, da filosofia, da psicologia, da psicanálise, da
critica de arte, da psicopedagogia e das tendências estéticas da modernidade convergiam
para um mesmo ponto, surgiram autores que formularam os princípios inovadores para o
ensino de artes plásticas, música, teatro e dança. Esses princípios reconheciam a arte como
manifestação espontânea e auto-expressiva: valorizavam que a livre expressão e a
sensibilização para a experimentação artística como orientações visavam o desenvolvimento
do potencial criador.
O estudo da arte no processo educacional segundo os PCNs , aborda a importância
das artes na vida de qualquer ser humano e destaca:
“Além do conhecimento artístico como experiência estética direta da obra de arte, o universo da arte contém também um outro tipo de conhecimento, gerado pela necessidade de investigar o campo artístico como atividade humana. Tal conhecimento delimita o fenômeno artístico:
• Como produto das culturas; • Como parte da história; • Como estrutura formal na qual podem ser identificados os elementos que compõem os trabalhos artísticos e os princípios que regem sua combinação.
Em síntese e conhecimento da arte envolve: • A experiência de fazer formas artísticas e tudo que entra em jogo nessa ação criadora: recursos pessoais, habilidades, pesquisa de matérias e técnicas, a relação entre perceber, imaginar e realizar um trabalho de arte; • A experiência de fluir formas artísticas, utilizando informações e qualidades perspectivas e imaginativas para estabelecer um contato, uma conversa em que as formas signifiquem coisas diferentes para cada pessoa. (www.parametroscurricularesnacionais.com.br)
Além disso, desenvolvem potencialidades (como percepção, observação, imaginação e sensibilidade) que podem alicerçar a consciência do lugar de cada um no mundo. Através do convívio com o universo da arte pode-se conhecer:
• o fazer artístico como experiência poética (a técnica e o fazer como articulação de significados e experimentação de materiais e suportes variados);
• o fazer artístico como desenvolvimento de potencialidades: percepção, reflexão, sensibilidade, imaginação, intuição, curiosidade e flexibilidade; • o fazer artístico como experiência de interação (celebração e simbolização de histórias grupais); • o objeto artístico como produção cultural (documento do imaginário humano, sua historicidade e sua diversidade.
(www.parametroscurricularesnacionais.com.br).
Segundo os PCNs, o ensino de Artes nas escolas, desenvolve os vários sentidos do
corpo, os gestos e a capacidade de articulação verbal. O fenômeno artístico apresenta-se na
cultura popular, na erudita e nos meios de comunicação. Quando o aluno entra em contato
com manifestações artísticas, pode desenvolver a própria sensibilidade, estimular a
imaginação, adquirir e cultivar maior senso artístico e estético. Além disso, suas capacidades
são ampliadas ao exercitar diferentes sentidos do corpo – como o tato, a visão e a audição –
e ao aprimorar os gestos e a linguagem.
1.2 – A PRESENÇA DA ARTE EM TODAS AS DISCIPLINAS
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional de 1990, em seu capítulo VII,
artigo 35, página 28, expõe seus objetivos para o ensino das artes no currículo escolar:
– O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica para desenvolver a criatividade, a percepção e a sensibilidade estética, respeitadas as especialidades de cada linguagem artística, pela habilitação em cada uma das áreas, sem prejuízo da interação das artes com as demais disciplinas. Parágrafo único: a preservação do patrimônio cultural nacional e regional, bem como as diferentes formas de manifestação artístico-cultural originárias do Brasil, terão tratamento especial.. Normas, níveis e organização da educação infantil. Dois aspectos podem ser considerados no ensino da arte: não só como elemento enriquecedor de toda a atividade curricular, mas ainda como um componente com objetivos próprios e não acessórios. (pág 175) Artigo 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. Artigo 210 – Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais; (pág 297) Do Ensino Médio Artigo 36 – O currículo de ensino médio observará o disposto na seção I do presente Capitulo e as seguintes diretrizes: I – destacará a educação tecnológica básica, compreensão do significado de ciência, das letras e das artes; o processo histórico da transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania; (pág 41)
A inserção das Artes no currículo escolar mostra a sua importância na formação do
cidadão. A Arte deve ser considerada como expressão de vida e da natureza, na formação do
belo e do crítico e ainda consiste na apreciação artística do cotidiano.
No processo de aprendizagem, os PCNs ensinam que a Arte é uma disciplina de igual
importância as demais.
A arte interliga-se as demais áreas do conhecimento e ressalta suas especificidades.
Quando o aluno produz ou aprecia obras de arte, desenvolve sua percepção e imaginação,
dois recursos indispensáveis para compreender outras áreas do conhecimento humano. Os
exemplos são variados. Os períodos históricos podem ser mais bem entendidos quando se
comparam as produções artísticas de cada época. Escolas usam trabalhos manuais como
atividades de apoio do desenvolvimento da leitura e da escrita. As pinceladas geométricas
dos pintores cubistas, as dobraduras do origami são excelentes auxiliares no ensino da
Geometria. E letras de música e apresentações teatrais fazem parte da estratégia didática de
disciplinas como Geografia, Educação Sexual, História e Ciências.
Os PCNs estabelecem quatro grandes áreas no ensino de Arte para o terceiro e
quarto Ciclos: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. O conteúdo de cada um delas vai
depender do que os alunos já estudaram nos ciclos anteriores, para que haja continuidade
no processo de aprendizagem.
Sabe-se que, ao fazer e conhecer arte, os alunos percorrem trajetos de aprendizagem
que propiciam conhecimentos diversos sobre a sua relação com o mundo. Além disso,
desenvolvem potencialidades importante para a vida adulta, tais como percepção,
observação, imaginação e sensibilidade. Esses são valores que podem contribuir tanto para
a consciência de seu lugar no mundo como para a compreensão de conteúdos das demais
disciplinas do currículo.
CAPITULO 2 - A PERSPECTIVA DE INCLUSÃO E A
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NO CONTEXTO
EDUCACIONAL.
A inclusão cresce a cada ano e,com ela,o desafio de garantir uma educação de
qualidade para todos. É importante que a escola seja vista como promotora de cidadãos.
2.1- TODA CLASSE É INCLUSIVA
A Educação Especial foi tradicionalmente concebida como destinada a atender o
deficiente mental, visual, auditivo, físico e motor, além daqueles que apresentam condutas
típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos e psiquiátricos. Também estariam
inseridos nessa modalidade de ensino os alunos que possuem altas habilidades e
superdotação.
Em uma nova abordagem, que tem por meta a inclusão, a Educação Especial atende
a uma variedade de casos bem maior. Não estão envolvidos nela apenas os estudantes que
apresentam dificuldades de aprendizagem relacionadas a condições, disfunções, limitações
e deficiências. Dessa forma, precisam ser incluídos também aqueles que têm, por exemplo,
dislexia, problemas de atenção ou emocionais, de memória e também os devidos a fatores
socioeconômicos. Nesse caso, estariam as crianças que sofrem com a desnutrição. Desse
modo, pode-se afirmar que toda sala de aula, por um motivo ou outro, é local de inclusão.
Inclusão é a capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de
conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas
as pessoas, sem exceção. É o aluno com deficiência física, aqueles que têm
comprometimento mental, os superdotados e todo aluno que é discriminado por qualquer
outro motivo.
A sociedade brasileira precisa ser mais esclarecida no que se refere à inclusão.
Devido a falta de informação e ao preconceito, todos os envolvidos passam por dificuldades.
O deficiente sente-se excluído porque o tratam como incapaz. Os pais, por sua vez,
infantilizam ou superprotegem os filhos. E o professor que recebe um aluno com esse
histórico teme fracassar na tentativa de integrá-lo à sociedade, principalmente se não tiver
orientação sistematizada.
Na escola inclusiva, a identidade se constrói com a valorização das qualidades de
cada aluno. O professor deve identificar e exaltar as capacidades de cada um, em vez de
colocar em primeiro plano as possíveis limitações. A prática é indicada para turmas de
qualquer idade ou série. Adotar uma postura positiva e incentivar o desenvolvimento das
habilidades dos alunos são passos importantes para que eles comecem a se conhecer e a
perceber o que têm de bom. Assim sendo, o professor terá mais chance de sucesso na
tentativa de integrá-lo à sociedade.
Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente
ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para se construir uma sociedade
mais justa.
2.2 – EDUCANDO PARA A CIDADANIA
A Constituição Brasileira de 1988 garante o acesso ao Ensino Fundamental regular a
todas as crianças e adolescentes, sem exceção. E deixa claro que a criança com
necessidade educacional especial deve receber atendimento especializado complementar,
de preferência dentro da escola. A inclusão ganhou reforços com a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001. Esta última
proíbe qualquer tipo de diferenciação, exclusão ou restrição baseadas na deficiência das
pessoas. Sendo assim, mantê-las fora do ensino regular é considerado exclusão e crime.
Muitas pessoas entendem a Educação Especial com uma modalidade que substitui a
escolarização, voltada exclusivamente para crianças com necessidades especiais. Isso
significa que uma criança com síndrome de Down, por exemplo, passaria a infância e a
adolescência em uma escola especializada, convivendo apenas com colegas que têm
deficiência e recebendo conteúdos escolares adaptados e terapias.
Aos poucos, essa confusão já está se esclarecendo. Hoje, a Educação Especial é
entendida como a modalidade de ensino que tem como objetivo quebrar as barreiras que
impedem a criança de exercer a sua cidadania.
A inclusão não atende apenas as crianças com deficiência, mas também as excluídas
ou discriminadas. A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande estímulo
para todos, é viver a experiência da diferença. Se os alunos não passam por isso na infância,
mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. O importante é dar meios para
os alunos fazerem parte do mundo.
A escola, além de fazer adaptações físicas, precisa oferecer atendimento educacional
especializado paralelamente às aulas regulares, de preferência no mesmo local. Assim uma
criança cega, por exemplo, assiste às aulas com os colegas que enxergam e, no contraturno,
treina mobilidade, locomoção, uso da linguagem braile e de instrumentos como o soroban,
para fazer contas. Tudo isso ajuda na sua integração dentro e fora da escola.
Os conteúdos de Pluralidade Cultural podem ser resumidos na busca pela cidadania
dentro de uma sociedade multiétnica e pluricultural, características do Brasil. Para
desenvolver os caminhos da cidadania, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
propõem entre os principais objetivos:
• Conhecer a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, cultivando atitudes
de respeito reconhecendo a variedade cultural.
• Valorizar as diversas culturas presentes no país, reconhecendo sua
contribuição da identidade brasileira.
• Reconhecer as qualidades da própria cultura, valorizando-a criticamente e
enriquecendo, dessa forma, a vivência de cidadania.
• Desenvolver atitude de solidariedade em relação às pessoas vítimas de
discriminação.
• Repudiar toda e qualquer forma de discriminação baseada em diferenças de
raça, etnia, classe social, crença religiosa, sexo e ou outras características
individuais ou sociais.
• Exigir respeito para si e para o outro, denunciando atitudes de discriminação ou
qualquer violação dos direitos da criança e do cidadão.
• Valorizar o convívio pacífico e criativo dos diferentes componentes da
diversidade cultural.
• Compreender a desigualdade social como um problema de todos e como uma
realidade que pode ser transformada.
• Analisar atitudes e situações que podem resultar em discriminação e injustiça
social.
Devido à falta de informação ou omissão de pais, de educadores e do poder público,
muitas crianças ainda vivem escondidas em casa ou isoladas em instituições especializadas
– situação que priva as crianças com ou sem deficiência de conviver com a diversidade. O
motivo principal dessas crianças estarem na escola, é que lá encontraram um espaço
genuinamente democrático, onde partilham o conhecimento e a experiência com o diferente,
tenha ele a estatura, a cor, os cabelos, o corpo e o pensamento que tiver.
Os pais precisam estar cientes de todos os problemas da escola, principalmente os
que envolvem seus filhos, e sempre que possível contribuir para as discussões das soluções
que serão implementadas. É preciso que exista uma relação de confiança entre a escola e os
pais, para que estes se sintam seguros quanto ao acerto de decisões estritamente técnicas.
Os pais não precisam – e na maioria das vezes nem querem – ter ingerência em decisões
estritamente técnicas, mas com certeza eles as apoiarão se forem parte de um projeto
comum, de cuja construção eles foram protagonistas.
A inclusão cresce a cada ano e, com ela, o desafio de garantir uma educação de
qualidade para todos. Na escola inclusiva, os alunos aprendem a conviver com a diferença e
se tornam cidadãos solidários. Para que isso se torne realidade, é essencial a participação
do professor em cada sala de aula. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela
deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na
sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida
cidadã pela metade.
CAPITULO 3 – O PROFESSOR COMO ARTE - EDUCADOR NO
PROCESSO DA INCLUSÃO
O professor precisa garantir a todos o direito à educação. Os alunos precisam de
liberdade para aprender do seu modo, de acordo com suas condições. O uso da arte como
terapia na escola facilitará o processo de socialização do aluno, diminuindo as diferenças
sociais e inserindo-os ao seu contexto educacional.
3.1 – O PAPEL DO PROFESSOR
A perspectiva de inclusão parte do princípio que há diversidade dentro de grupos
comuns e de que esta diversidade está vinculada ao desenvolvimento de uma educação
comunitária obrigatória e universal. Tal perspectiva preocupa-se com o incentivo à
participação de todos e com a redução de todas as exclusões.
O modo como o professor enxerga seu aluno é essencial para o sucesso de sua
aprendizagem. Quando o professor não julga e procura se aproximar do aluno, acreditando
nele, observando seu comportamento e incentivando suas capacidades, o aluno estará
pronto para crescer.
Alunos que relacionam e se desenvolvem bem são aqueles que sentem acolhidos,
valorizados por seus talentos e que lidam bem com seus sentimentos.
A inclusão só traz benefícios. Todos ganham ao exercitar a tolerância e o respeito.
Tanto o aluno como o professor. Os alunos percebem o quanto é necessário observar e
respeitar a necessidade dos colegas. O senso de responsabilidade pelo bem-estar do colega
é um exercício constante nas escolas inclusivas.
Para que o professor crie um ambiente escolar acolhedor, é necessário entender que
a afetividade é fundamental na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de
conviver com outros. Quando o professor se importa com os alunos, ouve o que eles sentem
e valoriza as capacidades e gostos de cada um, estará ajudando a formar pessoas mais
felizes e cidadãos responsáveis.
O professor pode solicitar pesquisas sobre grandes personalidades que não limitaram
sua vida por causa de uma deficiência. E exemplos não faltam: Beethoven compôs a Nona
Sinfonia quando estava completamente surdo. O físico britânico Stephen Hawking, um dos
mais brilhantes do mundo usa conversor de fala para se comunicar e apenas um dedo para
escrever livros e registrar suas fórmulas. A cegueira não impediu o sucesso dos músicos
Steve Wonder e Ray Charles, assim como o fato de se locomover em cadeiras de rodas não
é empecilho para muitos jovens seguirem a carreira esportiva. Quando esse assunto é
abordado de forma positiva o aluno se descobre pelo acréscimo e não pelo déficit.
Para trabalhar com as diferenças individuais, o professor estimulará o potencial do seu
aluno através da arte e da atividade artística.
O professor deve desenvolver metodologia didática conforme a sua experiência e o
universo social e cultural da classe em que atua, de maneira que a programação dos
trabalhos artísticos desenvolvidos pelos alunos possa ser enriquecida com elementos
inerentes aos seus próprios universos.
Ao fazer uso da Arteterapia, o professor no papel de arte – educador conduzirá o
educando à elevação de sua auto-estima, na busca por atividades variadas, no pensar em si
e no outro.
O maior desafio do arte-educador concentra-se na compreensão da arte, sob diversos
pontos de vista. Para compreender a arte era necessário realizar a mediação entre ela e
seus alunos, especialmente, por ser a arte histórica e social, ela está sempre se
transformando, exigindo do aluno um sujeito cada vez mais conectado como seu tempo, ser
um sujeito crítico e criativo.
O professor assume o papel de arte-educador no momento em que descobre que a
expressão através da arte é um facilitador na aquisição de aprendizagens significativas e,
simultaneamente, na expressão simbólica e emocional.
Cabe ao arte-educador como membro integrante da comunidade escolar, desenvolver
e manter sua atenção nos excluídos ou discriminados, identificar os aspectos que excluem e
lutar contra as injustiças sociais e outras práticas que marginalizam os indivíduos.
Sendo assim, o papel do professor como arte-educador consiste em criar condições
que possibilitem o aperfeiçoamento do potencial perceptivo, criativo e inovador do aluno.
3.2 – O USO DA ARTE COMO TERAPIA
O professor no uso da arte como terapia possibilitará ao aluno a respeitar as
diferenças entre as pessoas, a ser solidário, a rejeitar discriminações, a construir uma
imagem positiva de si, a confiar em suas capacidades e a se sentir apto a convivência
democrática. Os alunos aprenderão que todas pessoas são dignas de respeito, não
importando o sexo, idade, cultura, raça, religião, classe social ou grau de instrução.
O professor deve considerar o histórico de cada aluno e sua relação com as atividades
desenvolvidas na escola, observando a qualidade dos trabalhos em seus diversos registros
(sonoros, textuais ou audiovisuais). Guiando-se pelos resultados obtidos, ele pode planejar
atividades criativas e prazerosas utilizando a arte como terapia e assim contribuirá para
ampliar o processo de aprendizagem de cada um criando o respeito mútuo, o diálogo e a
solidariedade.
O uso da arte como terapia tem sido um recurso importante na melhoria dos
relacionamentos, na elevação da auto-estima, no aumento da criatividade e no crescimento
da produtividade do cidadão.
Na definição da Américan Art Therapy Association (AATA), fundada em 1969, lemos o
seguinte:
Arteterapia é uma profissão assistencial ao ser humano. Ela oferece oportunidades de exploração de problemas e de potencialidades pessoais por meio da expressão verbal e não-verbal e do desenvolvimento de recursos físicos, cognitivos e emocionais, bem como aprendizagem de habilidades por meio de experiências terapêuticas como linguagens artísticas variadas. A Arteterapia surgiu como profissão na década de 30. A terapia reconhece por meio das expressões artísticas, tantos processos artísticos como as formas, os conteúdos e as associações, como reflexos de desenvolvimento, habilidades, personalidades, interesses e preocupações do paciente. O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais como facilitar a auto-percepção e o desenvolvimento pessoal.
A utilização da arte como linguagem complementar à verbal no trabalho de JUNG e o
valor do fazer artístico em si, como atividade criativa e integradora de personalidade,
contribuíram para que a arte viesse a ser usada pelos psicoterapeutas. A expressão artística
tanto em desenho como em textos, danças, pinturas, músicas foram ganhando adeptos entre
os doentes e os médicos.
Através da música, do desenho, da modelagem, da dança, da pintura, e das artes, o
homem cria sua própria imagem e se espelha nela, valorizando-a, proporcionando seu auto-
conhecimento e a confirmação de suas qualidades.
A Arteterapia é uma atividade de estimulação à execução de imagens pela expressão
artística, buscando respostas em pacientes/clientes para que possam se auto-observar,
promovendo reflexões sobre desenvolvimento pessoal, habilidades, interesses,
preocupações e conflitos (Pain e Jarreau, 1994).
Embora as expressões de estados internos sejam freqüentes no transcurso da história
da humanidade, a Arteterapia emergiu, distinguindo-se como opção terapêutica a partir da
década 1930, quando psiquiatras tornaram-se interessados nos trabalhos desenvolvidos por
alguns pacientes (em especial, pacientes esquizofrênicos) e estes procuraram uma ligação
entre suas produções e a doença que os acometia. Paralelamente arte-educadores (como
mais tarde foram chamados) descobriram que a expressão através da arte era um facilitador
na aquisição de aprendizagens significantes simultaneamente na expressão simbólica e na
emocional. Mas, quase sempre, a Arteterapia esteve associada a abordagens
psicodinâmicas e a seus pesquisadores.
A Arteterapia oferece processos estimuladores para todos os alunos, facilitando o
processo da inclusão, tirando os alunos da apatia e utilizando sua criatividade nas suas
atividades escolares, nos seus relacionamentos e na sua vida pessoal.
A criatividade é a capacidade de formar mentalmente idéias, imagens e coisas não
presentes ou dar existência a algo novo, único e original, porém com objetivo. “ Os processos
criativos são processos construtivos globais.”(OSTROWER,2001)
Desenvolver a criatividade passa a ser um meio e não um fim objetivo, portanto, uma
música, uma dramatização, um desenho, uma palestra sobre algum tema específico, levará o
aluno ao seu estado mais primitivo, possibilitando a descoberta interior de algum fator
imprescindível à criação. Criar situações interessantes para ensinar fará com que o aluno
associe o aprendizado ao prazer. Humor e surpresa geram atenção.
KOESTLER afirma que a criatividade aplicada na ciência, na arte, no humor ou em
negócios segue caminhos análogos em todos os níveis da atividade humana.
As oficinas de arte são atividades que têm como objetivo uma educação harmonizada
com os mais elevados propósitos da Arte, o desenvolvimento da expressão e da capacidade
de tocar a sensibilidade.
As oficinas de arte trazem a valorização das habilidades de cada um, sendo um
exercício de reflexão crítica. Os alunos precisam de liberdade para aprender do seu modo,
de acordo com as suas condições e limitações. A inclusão possibilita aos que são
discriminados, que ocupem o seu espaço na sociedade. O professor precisa garantir a todos
o direito à educação.
As diversas oficinas de arte empregadas pelo arteterapeuta não só vão facilitar em
todas as etapas o processo criativo, na maneira do fazer, na escolha do material, na
associação de fatores que levarão à resolução de problemas, como também valoriza cada
ser como um ser único e especial, evidenciando particularmente seu interior na busca pelo
auto-conhecimento e pela elevação da auto-estima.
Cinema, teatro, literatura, dramatizações e expressões corporais, aproximam os
alunos de situações, pessoas, cenários e sons do passado e do presente. Para despertar
emoções durante a aula, o professor deve imaginar situações que possam provocar os
alunos e levá-los à ação. Despertar emoções e uma forma de fazer os alunos prestarem
atenção, observar e respeitar as necessidades dos colegas e tornarem-se cidadãos
solidários.
A arte como terapia é uma atividade de estimulação de expressão artística,
promovendo o desenvolvimento humano e afastando as discriminações.
A arte como socializadora contribui para o fortalecimento do conceito de grupo como
socializador e criador de um universo imaginário, atualizando referências e desenvolvendo
sua própria história. A arte torna presente o grupo para si mesmo, através de suas
representações imaginárias. O aspecto lúdico dessa atividade é fundamental.
A Arteterapia oferece oportunidades de exploração de problemas e de potencialidades
pessoais por meio da expressão verbal e não-verbal e do desenvolvimento de recurso
físicos, cognitivos e emocionais, bem como a aprendizagem de habilidades por meio de
experiências terapêuticas com linguagens artísticas variadas.
O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de
reconciliar conflitos emocionais como de facilitar a auto-percepção e o desenvolvimento
pessoal.
CONCLUSÃO
A inserção das Artes no currículo se coloca muito além de uma exigência legal. Trata-
se da consciência de sua importância na formação do cidadão.
A arte está presente em todo currículo escolar, se harmoniza com todas as disciplinas
e permite uma interação intensa e constante com a sociedade, na proposta da formação
básica do ser sensível, belo, consciente e crítico.
O ensino das artes nas escolas é de suma importância como principio integrador de
todas as disciplinas do currículo, sendo uma das principais conexões para viabilizar a
interdisciplinaridade.
Nos diferentes aspectos da vida, a Arte em sua amplidão de variações, valores,
desdobramentos e na aplicação das atividades artísticas, vem atuando de modo a facilitar o
processo de desenvolvimento do ser humano.
A escola deve pensar na inclusão como parte de sua cultura educacional, participar do
processo de conscientização, da luta contra as injustiças sociais e outras práticas que
marginalizam os indivíduos. A escola deve ser promotora de cidadãos.
A arte-educação abre caminhos para diferentes possibilidades de inclusão, levando o
aluno a sua integração dentro e fora da escola, a valorização de suas capacidades, elevando
sua auto-estima, formando pessoas mais felizes e cidadãos responsáveis.
Cabe ao arte-educador, como membro integrante da comunidade escolar,
desenvolver e manter sua atenção em todos os alunos, principalmente nos excluídos ou
discriminados, facilitando sua integração no grupo.
A Arte deve ser considerada como expressão da vida e da natureza estimulando as
expressões artísticas, afastando as discriminações e promovendo o desenvolvimento
humano.
A Arteterapia adquire aspectos determinantes e facilitador da compreensão da
complexidade humana, quando desenvolve atividades de estimulação e trabalhos artísticos.
A arte como terapia promove o ser humano a um cidadão critico, inventivo,
questionador e transformador da sociedade em pleno exercício de sua cidadania.
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