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Resumo - Geertz

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Geertz – A religião como sistema cultural

Geertz afrma que sua análise da religião se restringirá a dimensão cultural desta.

Ele afrma entender a existência múltipla do termo cultura, mas que o utiliza nosentido de “um padrão de signifcados transmitido historicamente, incorporado em

símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em ormas simbólicas

 por meio das quais os homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu

conhecimento e suas atividades em relação à vida”.

A partir desses pressupostos Geertz nos apresenta um paradigma sore a religião.

Estaelecendo dois conceitos !undamentais para a teoria de Geertz " ethos (estilo

de vida e #isão de mundo $meta!%sica& " este paradigma diz que os s%molos

sagrados !uncionam para sintetizar o ethos de um po#o e sua #isão de mundo mais

ampla sore a ordena'ão das coisas. (a cren'a e na prática religiosa, o ethos de

um grupo torna)se intelectualmente razoá#el porque demonstra representar um

tipo de #ida idealmente adaptado ao estado de coisas atual que a #isão de mundo

descre#e, enquanto essa #isão de mundo torna)se emocionalmente con#incente

por ser apresentada como uma imagem de um estado de coisas #erdadeiro,especialmente em)arrumado para acomodar tal tipo de #ida. *s s%molos

religiosos estaelecem uma +armonia !undamental entre um estilo de #ida

particular $ethos& e uma meta!%sica especifca $#isão de mundo&, e, ao !azê)lo,

sustentam cada uma delas com a autoridade emprestada do outro. A religião austa

as a'-es +umanas a uma ordem csmica e proeta imagens desta ordem csmica

no plano da experiência +umana, o que ocorre no cotidiano de cada po#o.

Geertz reduz este paradigma a uma defni'ão, e, a partir da%, passa a dissecá)la.

/egundo tal defni'ão uma religião consiste em0 $1& um sistema de símbolos que

atua para $2& estabelecer poderosos, penetrantes e duradouros ânimos e

motivações nos homens através da $3&  ormulação de conceitos de uma

ordem de e!ist"ncia geral e $4& vestindo essas concepções com tal aura de

atualidade que $5& os ânimos e motivações parecem singularmente

realistas#

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$%& 'm sistema de símbolos que atua para###

* sentido de s%molo aqui utilizado 6 o de “ob!eto, ato, acontecimento, qualidade

ou relação que serve como veículo a uma concepção " a concepção # o

$signifcado do símbolo”. * estudo de uma ati#idade na qual o simolismo !orma oconteúdo positi#o, uma ati#idade cultural, 6 a realiza'ão de uma análise social. *s

atos culturais, a constru'ão, apreensão e utiliza'ão de !ormas simlicas, são

acontecimentos sociais como quaisquer outros. 7ontudo, nos mostra Geertz, por

mais que o social, o cultural e o psicolgico esteam imricados na #ida cotidiana, 6

útil separá)los a n%#el de análise.

*s sistemas ou complexos de s%molos são c+amados de padr-es culturais e

representam !ontes extr%nsecas de in!orma'ão. Eles !ornecem programas para osprocessos social e psicolgico que modelam o comportamento púlico. 7omo o

comportamento +umano 6 tão !rouxamente determinado por !ontes de in!orma'-es

intr%nsecas $genes e fsiologia&, as !ontes extr%nsecas passam a ser #itais. 8am6m

6 poss%#el afrmar que os padr-es culturais são modelos. 7ontudo, no caso dos

padr-es culturais o termo modelo assume duas dimens-es0 modelo “da” realidade

e modelo “para” a realidade.

• *s modelos “para” !uncionam para estaelecer in!orma'-es para padr-es decomportamento. *s modelos para são encontrados em toda a ordem da natureza,

como sugere o exemplo do gene, pois a simples lgica demonstra que tais

programas são exigidos onde quer que exista uma comunica'ão de padrão. Entre

os animais, o aprendizado gra#ado 6 tal#ez o exemplo mais marcante, pois o que

esse aprendizado en#ol#e 6 a apresenta'ão automática de uma sequência

comportamental apropriada de um animal modelo na presen'a de um animal

aprendiz e que ser#e, com o mesmo automatismo, para pro#ocar e estailizar um

certo conunto de respostas geneticamente constru%das no animal)aprendiz.•  9á os modelos “de” são a representa'ão de modo simlico destes padr-es de

comportamento. :odelos de processos ; lingu%stico, gráfco, mec<nico, natural,

etc., que !uncionam não para !ornecer !ontes de in!orma'-es em termos das quais

outros processos podem ser padronizados, mas para representar esses processos

padronizados como tal, para expressar sua estrutura num meio alternati#o ; são

muito mais raros, e tal#ez se encontrem apenas no +omem, entre os animais #i#os.

=i!erente dos genes e outras !ontes de in!orma'ão não)simlicas, os quais são

apenas modelos para, não modelos de, os padr-es culturais têm um aspecto duplo,

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intr%nseco ; eles dão signifcado, isto 6, uma !orma conceptual oeti#a, >

realidade social e psicolgica, modelando)se em con!ormidade a ela $modelo de& e

ao mesmo tempo modelando) a a eles mesmos $modelo para&. ? esse duplo

aspecto que separa os s%molos de outras esp6cies de !ormas signifcati#as. *

esquema aaixo representa os principais conceitos do autor discutidos at6 agora.

$(& ###estabelecer poderosos, penetrantes e duradouros ânimos e motivações

nos homens através da###

A intertransponiilidade dos “modelos de” e dos “modelos para” 6 astante #is%#el

quanto aos s%molos religiosos. *s s%molos concretos en#ol#idos apontam para

amas as dire'-es, expressam o clima do mundo e o modelam. * modelam

induzindo o crente a certo conunto distinto de disposi'-es $tendências,

capacidades, propens-es, +ailidades, +áitos, compromissos, inclina'-es& que

emprestam um caráter cr@nico ao uxo de sua ati#idade e > qualidade da sua

experiência, ou sea, a proailidade de que uma determinada ati#idade sea

exercida0 “Buando se diz que o +omem 6 um !umante não se está dizendo que o

+omem está !umando um cigarro agora. /er um !umante 6 a tendência, o +áito de

!umar cigarros. =e !orma semel+ante, ser de#oto não 6 estar praticando algum ato

de de#o'ão, mas ser capaz de praticá)lo”. Buanto >s ati#idades religiosas, duas são

as esp6cies de disposi'ão0 <nimo e moti#a'ão.

• A motivação  6 uma tendência permanente, uma inclina'ão cr@nica para

executar certos tipos de atos e experimentar certas esp6cies de sentimentos

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em determinadas situa'-es, ou sea, moti#a'-es são duradouras e signifcati#as

quanto a seu fm.

•  9á os %nimos são signifcati#os quanto a seu surgimento, são intensos enquanto

duram, mas possuem menor dura'ão que as moti#a'-es, surgem edesaparecem com !acilidade. Cnimos que >s #ezes engloamos so ruricas tais

como Dre#erenteD, DsoleneD ou Dde#otoD. As inclina'-es que os s%molos

sagrados induzem #ão desde a exulta'ão at6 > melancolia, da autoconfan'a >

autopiedade, de uma ocosidade incorrig%#el a uma sua#e apatia ; para não

!alar do poder ergeno de tantos mitos e rituais mundiais.

A di!eren'a principal entre <nimos e moti#a'-es 6 que, enquanto essas últimas

são, por assim dizer, qualidades #etoriais, as primeiras são apenas escalares. *s

moti#os têm um molde direcional, gra#itam em torno de certas consuma'-es. *s

<nimos, por6m, apenas #ariam em intensidade0 elas não le#am a coisa alguma.

7omo nelina, elas apenas surgem e desaparecem. Buando presentes, elas são

totalidades se algu6m está triste, tudo e todos parecem melanclicos se algu6m

está alegre, tudo e todos parecem esplêndidos. Assim, emora um +omem possa

ser #aidoso, coraoso, #oluntarioso e independente ao mesmo tempo, ele não podeser simultaneamente rincal+ão e apático, ou exultante e melanclico. Entretanto,

a di!eren'a mais importante entre <nimos e moti#a'-es tal#ez resida no !ato de

que as moti#a'-es são Dtornadas signifcati#asD no que se re!ere aos fns para os

quais são conceidas e conduzidas, enquanto os <nimos são Dtornados

signifcati#osD no que diz respeito >s condi'-es a partir das quais se concee que

elas suram. Fnterpretamos os moti#os em termos de sua consuma'ão, mas

interpretamos as disposi'-es em termos de suas !ontes.

$)& ###ormulação de conceitos de uma ordem de e!ist"ncia geral e###

*s mesmos s%molos defnem as disposi'-es que estaelecemos como religiosas e

colocam estas disposi'-es em um arcaou'o csmico. A religião, al6m de induzir

moti#a'-es e <nimos, !ormula ideias gerais de ordem, caso contrário, ela seria

apenas um conunto de normas morais. (esse sentido, a religião, tem sempre a

necessidade de explicar a ordem geral das coisas, independente de como esta

explica'ão se desen#ol#a.

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Geertz aponta a dependência do +omem aos s%molos e sistemas simlicos. Eles

parecem ser decisi#os para que o prprio ser +umano sea #iá#el enquanto

criatura, +a#endo quase nen+uma transigência > sugestão que a capacidade decriar, apreender e utilizar s%molos pode !al+ar. /e isto acontecesse, nos diz o

autor, seria o caos " um túmulo de acontecimentos ao qual !altam interpreta'-es e

interpretailidade. 8rês são os pontos no qual o caos amea'a o +omem0

1. (os limites de sua capacidade anal%tica0 a maioria dos +omens não consegue

deixar sem esclarecimento prolemas de análise não esclarecido, uma inquieta'ão

pro!unda ocorre quando +á o !racasso do aparato explanatrio

2. (os limites de seu poder de suportar0 a religião o!erece a capacidade de

compreender o mundo e defnir as emo'-es, permitindo suportá)las, não saer

como interpretar as emo'-es causa um so!rimento ainda mais pro!undo

3. (os limites de sua introspec'ão moral0 quando algo difculta a possiilidade de

!azer ulgamentos morais ditos corretos, de utilizar o sistema simlico que nos

o!erece o aparato 6tico e moral.

Em resumo, a di!%cil compreensão de certos acontecimentos le#a > dú#ida, que se

torna astante incon!ortá#el, quanto > existência de uma ordem de mundo

#erdadeira. 7ontudo a religião elaora, em contraponto a toda esta dú#ida, uma

ordem genu%na do mundo que dará conta das e#entuais amiguidades. ara

aqueles capazes de adotá)los, e enquanto !orem capazes de adotá)los, os s%molosreligiosos o!erecem uma garantia csmica não apenas para sua capacidade de

compreender o mundo, mas tam6m para que, compreendendo)o, deem precisão a

seu sentimento, uma defni'ão >s suas emo'-es que l+es permita suportá)lo,

soturna ou alegremente, implacá#el ou ca#al+eirescamente.

* rolema do /ignifcado em cada um dos seus aspectos de transi'ão 6 mat6ria

para afrmar, ou pelo menos recon+ecer, a inescapailidade da ignor<ncia, da dor eda inusti'a no plano +umano enquanto nega, simultaneamente, que essas

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irracionalidades seam caracter%sticas do mundo como um todo. E 6 ustamente em

termos de um simolismo religioso, um simolismo que relaciona a es!era de

existência do +omem a uma es!era mais ampla dentro da qual se concee que ele

repouse, que tanto a afrma'ão como a nega'ão são !eitas.

$*& ###vestindo essas concepções com uma tal aura de atualidade que###

/urge aqui uma questão mais pro!unda0 como se c+ega a acreditar nessa nega'ãoH

=e que maneira uma +omem religioso muda de uma percep'ão inquieta de

desordem experimentada para uma con#ic'ão mais ou menos estaelecida de

ordem !undamentalH arece)me que a mel+or !orma de aordar esse tema 6

recon+ecer !rancamente que a cren'a religiosa não en#ol#e uma indu'ão

aconiana da experiência cotidiana, mas, ao contrário, uma aceita'ão pr6#ia da

autoridade que trans!orma essa experiência.

* axioma ásico suacente naquilo que poder%amos tal#ez c+amar de Dperspecti#a

religiosaD 6 o mesmo em todo lugar0 aquele que ti#er de saer precisa primeiro

acreditar.

Ialar de Dperspecti#a religiosaD 6, por implica'ão, !alar de uma perspecti#a entre

outras. Jma perspecti#a 6 um modo de #er, no sentido mais amplo de D#erD como

signifcando DdiscernirD, DcompreenderD, DentenderD. ? uma !orma particular de

ol+ar a #ida, uma maneira particular de construir o mundo, como quando !alamos

de uma perspecti#a +istrica, uma perspecti#a cient%fca, uma perspecti#a est6tica,

uma perspecti#a do senso comum ou at6 mesmo uma perspecti#a izarra

corporifcada em son+os e alucina'-es. A questão passa a ser então, primeiro, o

que 6 considerado, de uma !orma geral, uma Dperspecti#a religiosaD em contraste

com outras perspecti#as e, segundo, como os +omens c+egaram a adotá)la.

Esta perspecti#a di!ere da do senso)comum, da ciência e da est6tica. Ela repousa

em uma aura “#erdadeiramente real”, e as ati#idades simlicas da religião como

sistema cultural se de#otam a produzi)lo, intensifcá)lo e, tanto quanto poss%#el,

torná)lo in#iolá#el pelas re#ela'-es discordantes da experiência secular. :ais uma

#ez, a essência da a'ão religiosa constitui, de um ponto de #ista anal%tico, imuir

um certo complexo espec%fco de s%molos ; da meta!%sica que !ormulam e do

estilo de #ida que recomendam ; de uma autoridade persuasi#a.

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E isso nos !az c+egar, fnalmente, ao ritual. ? no ritual ; isto 6, no comportamento

consagrado ; que se  origina, de alguma !orma, essa con#ic'ão de que as

concep'-es religiosas são #er%dicas e de que as direti#as  religiosas são corretas. ?

em alguma esp6cie de !orma cerimonial ; ainda que essa !orma nada mais sea

que a recita'ão de um mito, a consulta a um oráculo ou a decora'ão de um túmulo; que os <nimos e moti#a'-es induzidas pelos s%molos sagrados nos +omens e as

concep'-es gerais da ordem da existência que eles !ormulam para os +omens se

encontram e se re!or'am umas >s outras. (um ritual, o mundo #i#ido e o mundo

imaginado !undem)se so a media'ão de um único conunto de !ormas simlicas.

*s rituais mais elaorados e mais púlicos são os que costumam defnir a

consciência espiritual de um po#o. * ritual 6 o mecanismo que !az com que todo

esse sistema simlico religioso, adquira autoridade sore os indi#%duos, pois 6

nesse momento que se e!eti#a a !usão entre a #isão do mundo e o ethos e a

intertransponiilidade entre o modelo “de” e o modelo “para”. Geertz prop-e o

termo “realiza'-es culturais” para nomear essas cerim@nias.

$+& ###os ânimos e motivações parecem singularmente realistas#

(ingu6m #i#e a todo tempo no mundo !ormado pelos s%molos religiosos, mas no

mundo cotidiano dos oetos do senso)comum. As pessoas podem #i#er sem

percep'ão art%stica, cient%fca ou religiosa, mas não sem um entendimento do

senso)comum. Assim, o impacto mais importante dos rituais está !ora dos limites

da dura'ão do seu acontecimento, está na inuência que exerce na concep'ão

indi#idual de mundo usada cotidianamente.

? ustamente o !ato de colocar atos %ntimos, anais, em contextos fnais que torna

a religião socialmente tão poderosa, ou pelo menos com grande !requência. Ela

altera, muitas #ezes radicalmente, todo o panorama apresentado ao senso comum,

altera)o de tal maneira que os <nimos e moti#a'-es induzidos pela prática religiosa

parecem, elas mesmas, extremamente práticas, as únicas a serem adotadas com

sensatez, dada a !orma como são as coisas DrealmenteD.

 8endo DpuladoD ritualmente para o arcaou'o de signifcados que as concep'-esreligiosas defnem e, quando termina o ritual, #oltado no#amente para o mundo do

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senso comum, um +omem se modifca ; a menos que, como acontece algumas

#ezes, a experiência deixe de ter inuência. K medida que o +omem muda, muda

tam6m o mundo do senso comum, pois ele 6 #isto agora como uma !orma parcial

de uma realidade mais ampla que o corrige e o completa.

onsiderações -nais

ara um antroplogo a import<ncia da Leligião esta na sua capacidade de ser#ir

como “modelo de” e “modelo para”. *s conceitos religiosos ser#em aos feis um

arcaou'o de ideias gerais, não apenas a quest-es meta!%sicas, mas a grande parte

da existência +umana. Assim, a partir do entendimento do papel da religião no

social e no psicolgico 6 poss%#el alcan'ar a compreensão de como o

“#erdadeiramente real” e as disposi'-es se colocam na #ida cotidiana dos feis.

Leconstituir o papel social e psicolgico da religião não 6, pois, tanto o caso de

encontrar correla'-es entre os atos rituais espec%fcos e os la'os sociais seculares

espec%fcos ; emora essas correla'-es existam sem dú#ida, e #al+a a pena

prosseguir nas in#estiga'-es, principalmente se +á algo a dizer a respeito delas.

Ademais, trata)se de compreender de que maneira as no'-es dos +omens, emora

impl%citas, do D#erdadeiramente realD e as disposi'-es que essas no'-es induzem

neles, dão um colorido a seu sentido do racional, do prático, do +umano e do

moral.

* estudo antropolgico da religião 6, portanto, uma opera'ão em dois estágios0 no

primeiro, uma análise do sistema de signifcados incorporado nos s%molos que

!ormam a religião propriamente dita e, no segundo o relacionamento desses

sistemas aos processos socioestruturais e psicolgicos.

A pouca satis!a'ão que #en+o otendo com grande parte do traal+o antropolgicosocial contempor<neo sore religião pro#6m não do !ato de ele se preocupar com o

segundo estágio, mas do !ato de negligenciar o primeiro e, ao !azê)lo, considerar

como certo aquilo que precisa ser elucidado. =iscutir o papel do culto dos

ancestrais na regulamenta'ão da sucessão pol%tica, dos !estins de sacri!%cio que

defnem as origa'-es do parentesco, da adora'ão dos esp%ritos na programa'ão

das práticas agr%colas, da di#iniza'ão para re!or'o do controle social ou dos ritos de

inicia'ão para apressar a matura'ão da personalidade não constituem tentati#as

pouco importantes, e não recomendo que elas seam aandonadas em !a#or daesp6cie de caalismo árido no qual pode cair tão !acilmente a análise simlica de

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cren'as exticas. :as !azer essa tentati#a tendo apenas uma ideia muito geral, de

senso comum, sore o que representam o culto dos ancestrais, o sacri!%cio de

animais, a adora'ão do esp%rito, a di#iniza'ão ou os ritos de inicia'ão como padr-es

religiosos não me parece muito promissor. /omente quando ti#ermos uma análise

terica da a'ão simlica compará#el, em sofstica'ão, > qual temos +oe para aa'ão social e para a a'ão psicolgica, estaremos em condi'-es de en!rentar

decisi#amente aqueles aspectos da #ida social e psicolgica nos quais a religião

$ou a arte, a ciência, a ideologia& desempen+a um papel determinante.