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7/23/2019 Resumo - Geertz
http://slidepdf.com/reader/full/resumo-geertz 1/9
Geertz – A religião como sistema cultural
Geertz afrma que sua análise da religião se restringirá a dimensão cultural desta.
Ele afrma entender a existência múltipla do termo cultura, mas que o utiliza nosentido de “um padrão de signifcados transmitido historicamente, incorporado em
símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em ormas simbólicas
por meio das quais os homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu
conhecimento e suas atividades em relação à vida”.
A partir desses pressupostos Geertz nos apresenta um paradigma sore a religião.
Estaelecendo dois conceitos !undamentais para a teoria de Geertz " ethos (estilo
de vida e #isão de mundo $meta!%sica& " este paradigma diz que os s%molos
sagrados !uncionam para sintetizar o ethos de um po#o e sua #isão de mundo mais
ampla sore a ordena'ão das coisas. (a cren'a e na prática religiosa, o ethos de
um grupo torna)se intelectualmente razoá#el porque demonstra representar um
tipo de #ida idealmente adaptado ao estado de coisas atual que a #isão de mundo
descre#e, enquanto essa #isão de mundo torna)se emocionalmente con#incente
por ser apresentada como uma imagem de um estado de coisas #erdadeiro,especialmente em)arrumado para acomodar tal tipo de #ida. *s s%molos
religiosos estaelecem uma +armonia !undamental entre um estilo de #ida
particular $ethos& e uma meta!%sica especifca $#isão de mundo&, e, ao !azê)lo,
sustentam cada uma delas com a autoridade emprestada do outro. A religião austa
as a'-es +umanas a uma ordem csmica e proeta imagens desta ordem csmica
no plano da experiência +umana, o que ocorre no cotidiano de cada po#o.
Geertz reduz este paradigma a uma defni'ão, e, a partir da%, passa a dissecá)la.
/egundo tal defni'ão uma religião consiste em0 $1& um sistema de símbolos que
atua para $2& estabelecer poderosos, penetrantes e duradouros ânimos e
motivações nos homens através da $3& ormulação de conceitos de uma
ordem de e!ist"ncia geral e $4& vestindo essas concepções com tal aura de
atualidade que $5& os ânimos e motivações parecem singularmente
realistas#
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$%& 'm sistema de símbolos que atua para###
* sentido de s%molo aqui utilizado 6 o de “ob!eto, ato, acontecimento, qualidade
ou relação que serve como veículo a uma concepção " a concepção # o
$signifcado do símbolo”. * estudo de uma ati#idade na qual o simolismo !orma oconteúdo positi#o, uma ati#idade cultural, 6 a realiza'ão de uma análise social. *s
atos culturais, a constru'ão, apreensão e utiliza'ão de !ormas simlicas, são
acontecimentos sociais como quaisquer outros. 7ontudo, nos mostra Geertz, por
mais que o social, o cultural e o psicolgico esteam imricados na #ida cotidiana, 6
útil separá)los a n%#el de análise.
*s sistemas ou complexos de s%molos são c+amados de padr-es culturais e
representam !ontes extr%nsecas de in!orma'ão. Eles !ornecem programas para osprocessos social e psicolgico que modelam o comportamento púlico. 7omo o
comportamento +umano 6 tão !rouxamente determinado por !ontes de in!orma'-es
intr%nsecas $genes e fsiologia&, as !ontes extr%nsecas passam a ser #itais. 8am6m
6 poss%#el afrmar que os padr-es culturais são modelos. 7ontudo, no caso dos
padr-es culturais o termo modelo assume duas dimens-es0 modelo “da” realidade
e modelo “para” a realidade.
• *s modelos “para” !uncionam para estaelecer in!orma'-es para padr-es decomportamento. *s modelos para são encontrados em toda a ordem da natureza,
como sugere o exemplo do gene, pois a simples lgica demonstra que tais
programas são exigidos onde quer que exista uma comunica'ão de padrão. Entre
os animais, o aprendizado gra#ado 6 tal#ez o exemplo mais marcante, pois o que
esse aprendizado en#ol#e 6 a apresenta'ão automática de uma sequência
comportamental apropriada de um animal modelo na presen'a de um animal
aprendiz e que ser#e, com o mesmo automatismo, para pro#ocar e estailizar um
certo conunto de respostas geneticamente constru%das no animal)aprendiz.• 9á os modelos “de” são a representa'ão de modo simlico destes padr-es de
comportamento. :odelos de processos ; lingu%stico, gráfco, mec<nico, natural,
etc., que !uncionam não para !ornecer !ontes de in!orma'-es em termos das quais
outros processos podem ser padronizados, mas para representar esses processos
padronizados como tal, para expressar sua estrutura num meio alternati#o ; são
muito mais raros, e tal#ez se encontrem apenas no +omem, entre os animais #i#os.
=i!erente dos genes e outras !ontes de in!orma'ão não)simlicas, os quais são
apenas modelos para, não modelos de, os padr-es culturais têm um aspecto duplo,
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intr%nseco ; eles dão signifcado, isto 6, uma !orma conceptual oeti#a, >
realidade social e psicolgica, modelando)se em con!ormidade a ela $modelo de& e
ao mesmo tempo modelando) a a eles mesmos $modelo para&. ? esse duplo
aspecto que separa os s%molos de outras esp6cies de !ormas signifcati#as. *
esquema aaixo representa os principais conceitos do autor discutidos at6 agora.
$(& ###estabelecer poderosos, penetrantes e duradouros ânimos e motivações
nos homens através da###
A intertransponiilidade dos “modelos de” e dos “modelos para” 6 astante #is%#el
quanto aos s%molos religiosos. *s s%molos concretos en#ol#idos apontam para
amas as dire'-es, expressam o clima do mundo e o modelam. * modelam
induzindo o crente a certo conunto distinto de disposi'-es $tendências,
capacidades, propens-es, +ailidades, +áitos, compromissos, inclina'-es& que
emprestam um caráter cr@nico ao uxo de sua ati#idade e > qualidade da sua
experiência, ou sea, a proailidade de que uma determinada ati#idade sea
exercida0 “Buando se diz que o +omem 6 um !umante não se está dizendo que o
+omem está !umando um cigarro agora. /er um !umante 6 a tendência, o +áito de
!umar cigarros. =e !orma semel+ante, ser de#oto não 6 estar praticando algum ato
de de#o'ão, mas ser capaz de praticá)lo”. Buanto >s ati#idades religiosas, duas são
as esp6cies de disposi'ão0 <nimo e moti#a'ão.
• A motivação 6 uma tendência permanente, uma inclina'ão cr@nica para
executar certos tipos de atos e experimentar certas esp6cies de sentimentos
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em determinadas situa'-es, ou sea, moti#a'-es são duradouras e signifcati#as
quanto a seu fm.
• 9á os %nimos são signifcati#os quanto a seu surgimento, são intensos enquanto
duram, mas possuem menor dura'ão que as moti#a'-es, surgem edesaparecem com !acilidade. Cnimos que >s #ezes engloamos so ruricas tais
como Dre#erenteD, DsoleneD ou Dde#otoD. As inclina'-es que os s%molos
sagrados induzem #ão desde a exulta'ão at6 > melancolia, da autoconfan'a >
autopiedade, de uma ocosidade incorrig%#el a uma sua#e apatia ; para não
!alar do poder ergeno de tantos mitos e rituais mundiais.
A di!eren'a principal entre <nimos e moti#a'-es 6 que, enquanto essas últimas
são, por assim dizer, qualidades #etoriais, as primeiras são apenas escalares. *s
moti#os têm um molde direcional, gra#itam em torno de certas consuma'-es. *s
<nimos, por6m, apenas #ariam em intensidade0 elas não le#am a coisa alguma.
7omo nelina, elas apenas surgem e desaparecem. Buando presentes, elas são
totalidades se algu6m está triste, tudo e todos parecem melanclicos se algu6m
está alegre, tudo e todos parecem esplêndidos. Assim, emora um +omem possa
ser #aidoso, coraoso, #oluntarioso e independente ao mesmo tempo, ele não podeser simultaneamente rincal+ão e apático, ou exultante e melanclico. Entretanto,
a di!eren'a mais importante entre <nimos e moti#a'-es tal#ez resida no !ato de
que as moti#a'-es são Dtornadas signifcati#asD no que se re!ere aos fns para os
quais são conceidas e conduzidas, enquanto os <nimos são Dtornados
signifcati#osD no que diz respeito >s condi'-es a partir das quais se concee que
elas suram. Fnterpretamos os moti#os em termos de sua consuma'ão, mas
interpretamos as disposi'-es em termos de suas !ontes.
$)& ###ormulação de conceitos de uma ordem de e!ist"ncia geral e###
*s mesmos s%molos defnem as disposi'-es que estaelecemos como religiosas e
colocam estas disposi'-es em um arcaou'o csmico. A religião, al6m de induzir
moti#a'-es e <nimos, !ormula ideias gerais de ordem, caso contrário, ela seria
apenas um conunto de normas morais. (esse sentido, a religião, tem sempre a
necessidade de explicar a ordem geral das coisas, independente de como esta
explica'ão se desen#ol#a.
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Geertz aponta a dependência do +omem aos s%molos e sistemas simlicos. Eles
parecem ser decisi#os para que o prprio ser +umano sea #iá#el enquanto
criatura, +a#endo quase nen+uma transigência > sugestão que a capacidade decriar, apreender e utilizar s%molos pode !al+ar. /e isto acontecesse, nos diz o
autor, seria o caos " um túmulo de acontecimentos ao qual !altam interpreta'-es e
interpretailidade. 8rês são os pontos no qual o caos amea'a o +omem0
1. (os limites de sua capacidade anal%tica0 a maioria dos +omens não consegue
deixar sem esclarecimento prolemas de análise não esclarecido, uma inquieta'ão
pro!unda ocorre quando +á o !racasso do aparato explanatrio
2. (os limites de seu poder de suportar0 a religião o!erece a capacidade de
compreender o mundo e defnir as emo'-es, permitindo suportá)las, não saer
como interpretar as emo'-es causa um so!rimento ainda mais pro!undo
3. (os limites de sua introspec'ão moral0 quando algo difculta a possiilidade de
!azer ulgamentos morais ditos corretos, de utilizar o sistema simlico que nos
o!erece o aparato 6tico e moral.
Em resumo, a di!%cil compreensão de certos acontecimentos le#a > dú#ida, que se
torna astante incon!ortá#el, quanto > existência de uma ordem de mundo
#erdadeira. 7ontudo a religião elaora, em contraponto a toda esta dú#ida, uma
ordem genu%na do mundo que dará conta das e#entuais amiguidades. ara
aqueles capazes de adotá)los, e enquanto !orem capazes de adotá)los, os s%molosreligiosos o!erecem uma garantia csmica não apenas para sua capacidade de
compreender o mundo, mas tam6m para que, compreendendo)o, deem precisão a
seu sentimento, uma defni'ão >s suas emo'-es que l+es permita suportá)lo,
soturna ou alegremente, implacá#el ou ca#al+eirescamente.
* rolema do /ignifcado em cada um dos seus aspectos de transi'ão 6 mat6ria
para afrmar, ou pelo menos recon+ecer, a inescapailidade da ignor<ncia, da dor eda inusti'a no plano +umano enquanto nega, simultaneamente, que essas
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irracionalidades seam caracter%sticas do mundo como um todo. E 6 ustamente em
termos de um simolismo religioso, um simolismo que relaciona a es!era de
existência do +omem a uma es!era mais ampla dentro da qual se concee que ele
repouse, que tanto a afrma'ão como a nega'ão são !eitas.
$*& ###vestindo essas concepções com uma tal aura de atualidade que###
/urge aqui uma questão mais pro!unda0 como se c+ega a acreditar nessa nega'ãoH
=e que maneira uma +omem religioso muda de uma percep'ão inquieta de
desordem experimentada para uma con#ic'ão mais ou menos estaelecida de
ordem !undamentalH arece)me que a mel+or !orma de aordar esse tema 6
recon+ecer !rancamente que a cren'a religiosa não en#ol#e uma indu'ão
aconiana da experiência cotidiana, mas, ao contrário, uma aceita'ão pr6#ia da
autoridade que trans!orma essa experiência.
* axioma ásico suacente naquilo que poder%amos tal#ez c+amar de Dperspecti#a
religiosaD 6 o mesmo em todo lugar0 aquele que ti#er de saer precisa primeiro
acreditar.
Ialar de Dperspecti#a religiosaD 6, por implica'ão, !alar de uma perspecti#a entre
outras. Jma perspecti#a 6 um modo de #er, no sentido mais amplo de D#erD como
signifcando DdiscernirD, DcompreenderD, DentenderD. ? uma !orma particular de
ol+ar a #ida, uma maneira particular de construir o mundo, como quando !alamos
de uma perspecti#a +istrica, uma perspecti#a cient%fca, uma perspecti#a est6tica,
uma perspecti#a do senso comum ou at6 mesmo uma perspecti#a izarra
corporifcada em son+os e alucina'-es. A questão passa a ser então, primeiro, o
que 6 considerado, de uma !orma geral, uma Dperspecti#a religiosaD em contraste
com outras perspecti#as e, segundo, como os +omens c+egaram a adotá)la.
Esta perspecti#a di!ere da do senso)comum, da ciência e da est6tica. Ela repousa
em uma aura “#erdadeiramente real”, e as ati#idades simlicas da religião como
sistema cultural se de#otam a produzi)lo, intensifcá)lo e, tanto quanto poss%#el,
torná)lo in#iolá#el pelas re#ela'-es discordantes da experiência secular. :ais uma
#ez, a essência da a'ão religiosa constitui, de um ponto de #ista anal%tico, imuir
um certo complexo espec%fco de s%molos ; da meta!%sica que !ormulam e do
estilo de #ida que recomendam ; de uma autoridade persuasi#a.
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E isso nos !az c+egar, fnalmente, ao ritual. ? no ritual ; isto 6, no comportamento
consagrado ; que se origina, de alguma !orma, essa con#ic'ão de que as
concep'-es religiosas são #er%dicas e de que as direti#as religiosas são corretas. ?
em alguma esp6cie de !orma cerimonial ; ainda que essa !orma nada mais sea
que a recita'ão de um mito, a consulta a um oráculo ou a decora'ão de um túmulo; que os <nimos e moti#a'-es induzidas pelos s%molos sagrados nos +omens e as
concep'-es gerais da ordem da existência que eles !ormulam para os +omens se
encontram e se re!or'am umas >s outras. (um ritual, o mundo #i#ido e o mundo
imaginado !undem)se so a media'ão de um único conunto de !ormas simlicas.
*s rituais mais elaorados e mais púlicos são os que costumam defnir a
consciência espiritual de um po#o. * ritual 6 o mecanismo que !az com que todo
esse sistema simlico religioso, adquira autoridade sore os indi#%duos, pois 6
nesse momento que se e!eti#a a !usão entre a #isão do mundo e o ethos e a
intertransponiilidade entre o modelo “de” e o modelo “para”. Geertz prop-e o
termo “realiza'-es culturais” para nomear essas cerim@nias.
$+& ###os ânimos e motivações parecem singularmente realistas#
(ingu6m #i#e a todo tempo no mundo !ormado pelos s%molos religiosos, mas no
mundo cotidiano dos oetos do senso)comum. As pessoas podem #i#er sem
percep'ão art%stica, cient%fca ou religiosa, mas não sem um entendimento do
senso)comum. Assim, o impacto mais importante dos rituais está !ora dos limites
da dura'ão do seu acontecimento, está na inuência que exerce na concep'ão
indi#idual de mundo usada cotidianamente.
? ustamente o !ato de colocar atos %ntimos, anais, em contextos fnais que torna
a religião socialmente tão poderosa, ou pelo menos com grande !requência. Ela
altera, muitas #ezes radicalmente, todo o panorama apresentado ao senso comum,
altera)o de tal maneira que os <nimos e moti#a'-es induzidos pela prática religiosa
parecem, elas mesmas, extremamente práticas, as únicas a serem adotadas com
sensatez, dada a !orma como são as coisas DrealmenteD.
8endo DpuladoD ritualmente para o arcaou'o de signifcados que as concep'-esreligiosas defnem e, quando termina o ritual, #oltado no#amente para o mundo do
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senso comum, um +omem se modifca ; a menos que, como acontece algumas
#ezes, a experiência deixe de ter inuência. K medida que o +omem muda, muda
tam6m o mundo do senso comum, pois ele 6 #isto agora como uma !orma parcial
de uma realidade mais ampla que o corrige e o completa.
onsiderações -nais
ara um antroplogo a import<ncia da Leligião esta na sua capacidade de ser#ir
como “modelo de” e “modelo para”. *s conceitos religiosos ser#em aos feis um
arcaou'o de ideias gerais, não apenas a quest-es meta!%sicas, mas a grande parte
da existência +umana. Assim, a partir do entendimento do papel da religião no
social e no psicolgico 6 poss%#el alcan'ar a compreensão de como o
“#erdadeiramente real” e as disposi'-es se colocam na #ida cotidiana dos feis.
Leconstituir o papel social e psicolgico da religião não 6, pois, tanto o caso de
encontrar correla'-es entre os atos rituais espec%fcos e os la'os sociais seculares
espec%fcos ; emora essas correla'-es existam sem dú#ida, e #al+a a pena
prosseguir nas in#estiga'-es, principalmente se +á algo a dizer a respeito delas.
Ademais, trata)se de compreender de que maneira as no'-es dos +omens, emora
impl%citas, do D#erdadeiramente realD e as disposi'-es que essas no'-es induzem
neles, dão um colorido a seu sentido do racional, do prático, do +umano e do
moral.
* estudo antropolgico da religião 6, portanto, uma opera'ão em dois estágios0 no
primeiro, uma análise do sistema de signifcados incorporado nos s%molos que
!ormam a religião propriamente dita e, no segundo o relacionamento desses
sistemas aos processos socioestruturais e psicolgicos.
A pouca satis!a'ão que #en+o otendo com grande parte do traal+o antropolgicosocial contempor<neo sore religião pro#6m não do !ato de ele se preocupar com o
segundo estágio, mas do !ato de negligenciar o primeiro e, ao !azê)lo, considerar
como certo aquilo que precisa ser elucidado. =iscutir o papel do culto dos
ancestrais na regulamenta'ão da sucessão pol%tica, dos !estins de sacri!%cio que
defnem as origa'-es do parentesco, da adora'ão dos esp%ritos na programa'ão
das práticas agr%colas, da di#iniza'ão para re!or'o do controle social ou dos ritos de
inicia'ão para apressar a matura'ão da personalidade não constituem tentati#as
pouco importantes, e não recomendo que elas seam aandonadas em !a#or daesp6cie de caalismo árido no qual pode cair tão !acilmente a análise simlica de
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cren'as exticas. :as !azer essa tentati#a tendo apenas uma ideia muito geral, de
senso comum, sore o que representam o culto dos ancestrais, o sacri!%cio de
animais, a adora'ão do esp%rito, a di#iniza'ão ou os ritos de inicia'ão como padr-es
religiosos não me parece muito promissor. /omente quando ti#ermos uma análise
terica da a'ão simlica compará#el, em sofstica'ão, > qual temos +oe para aa'ão social e para a a'ão psicolgica, estaremos em condi'-es de en!rentar
decisi#amente aqueles aspectos da #ida social e psicolgica nos quais a religião
$ou a arte, a ciência, a ideologia& desempen+a um papel determinante.