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Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD RESPOSTA GLICEMICA A UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO RESISTIDO (BI-SET OU MÉTODO COMPOSTO) ELDER DE ARAUJO PASSOS RESUMO Introdução: A glicose, também denominada dextrose ou açúcar do sangue, forma-se naturalmente no alimento ou no organismo pela digestão de carboidratos mais complexos. Objetivo: o presente estudo, que têm como objetivo investigar a resposta glicêmica a um protocolo de exercício resistido (bi-set ou método composto) irá analisar a concentração glicêmica quando comparado pré e pós-exercício resistido. Material e Métodos: A amostra foi composta por 30 indivíduos do sexo masculino com faixa etária entre 18 e 40 anos, fisicamente ativos, saudáveis, do sexo masculino praticantes recreacionais de treinamento resistido. Os voluntários foram submetidos a avaliações antropométricas preliminares, peso, altura, IMC e dobras cutâneas. Na segunda etapa das avaliações os indivíduos foram submetidos a testes de uma repetição máxima (1RM). Foram coletadas amostras da glicemia pré e pós-teste de exercício resistido bi- set 70% de 1 RM. Resultados: A glicemia não demonstrou mudanças significativas em nenhum momento tanto no grupo 1min quanto no grupo 30seg (p > 0,05). No grupo Controle, foi observado um decréscimo significativo no momento Rec15’ em comparação ao momento Pré (p = 0,010), sem diferença entre os outros momentos. Entretanto, no momento final, a glicemia no grupo 1min encontrou-se significativamente elevada em comparação ao grupo 30seg (p = 0,004) e ao grupo controle (p = 0,001) sem diferença entre controle e 30seg (p > 0,05).Discussão: Em estudo com praticantes de exercício resistido a intensidade do exercício está diretamente relacionada com a captação de glicose da circulação pelo músculo. Ao efetuar os exercícios de cargas crescentes o metabolismo de glicose ocorre imediatamente uma captação de glicose pelo músculo esquelético, resultando em aumento da quantidade de transportadores de glicose (GLUT4). Conclusão: Diante do presente estudo conclui-se que a resposta glicêmica após o protocolo de exercício resistido não obteve queda significativa. PALAVRAS-CHAVE: Glicemia. Glicose. Exercício resistido. 1RM. Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD) como pré-requisito para obtenção de Certificado de Conclusão de Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do exercício aplicada ao treinamento desportivo e a nutrição esportiva , sob orientação da Prof.ª Dra. Renata A. Elias Dantas.

RESPOSTA GLICEMICA A UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO …repositorio.uniceub.br/bitstream/235/12269/1/51500802.pdf · Ao efetuar os exercícios de cargas crescentes o ... não houve alterações

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Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD

RESPOSTA GLICEMICA A UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO

RESISTIDO (BI-SET OU MÉTODO COMPOSTO)

ELDER DE ARAUJO PASSOS

RESUMO

Introdução: A glicose, também denominada dextrose ou açúcar do sangue, forma-se naturalmente no alimento ou no organismo pela digestão de carboidratos mais complexos. Objetivo: o presente estudo, que têm como objetivo investigar a resposta glicêmica a um protocolo de exercício resistido (bi-set ou método composto) irá analisar a concentração glicêmica quando comparado pré e pós-exercício resistido. Material e Métodos: A amostra foi composta por 30 indivíduos do sexo masculino com faixa etária entre 18 e 40 anos, fisicamente ativos, saudáveis, do sexo masculino praticantes recreacionais de treinamento resistido. Os voluntários foram submetidos a avaliações antropométricas preliminares, peso, altura, IMC e dobras cutâneas. Na segunda etapa das avaliações os indivíduos foram submetidos a testes de uma repetição máxima (1RM). Foram coletadas amostras da glicemia pré e pós-teste de exercício resistido bi-set 70% de 1 RM. Resultados: A glicemia não demonstrou mudanças significativas em nenhum momento tanto no grupo 1min quanto no grupo 30seg (p > 0,05). No grupo Controle, foi observado um decréscimo significativo no momento Rec15’ em comparação ao momento Pré (p = 0,010), sem diferença entre os outros momentos. Entretanto, no momento final, a glicemia no grupo 1min encontrou-se significativamente elevada em comparação ao grupo 30seg (p = 0,004) e ao grupo controle (p = 0,001) sem diferença entre controle e 30seg (p > 0,05).Discussão: Em estudo com praticantes de exercício resistido a intensidade do exercício está diretamente relacionada com a captação de glicose da circulação pelo músculo. Ao efetuar os exercícios de cargas crescentes o metabolismo de glicose ocorre imediatamente uma captação de glicose pelo músculo esquelético, resultando em aumento da quantidade de transportadores de glicose (GLUT4). Conclusão: Diante do presente estudo conclui-se que a resposta glicêmica após o protocolo de exercício resistido não obteve queda significativa. PALAVRAS-CHAVE: Glicemia. Glicose. Exercício resistido. 1RM. Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD) como pré-requisito para

obtenção de Certificado de Conclusão de Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do exercício aplicada ao treinamento desportivo e a nutrição esportiva , sob orientação da Prof.ª Dra. Renata A. Elias Dantas.

1

1 INTRODUÇÃO

A glicose, também denominada dextrose ou açúcar do sangue, forma-se

naturalmente no alimento ou no organismo pela digestão de carboidratos mais

complexos. (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011). A concentração de glicose

presente no sangue também é conhecida como glicemia e seus valores

considerados normais na condição de jejum são de 80 a 100 mg/dL, já valores

acima de 120 mg/dL denomina-se hiperglicemia, e valores abaixo de 60 mg/dL é

considerado um quadro de hipoglicemia (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION,

2005).

A condição de hipoglicemia pode acarretar em consequências graves para o

organismo como, por exemplo, a perda da consciência. Isso ocorre porque o sistema

nervoso central é um dos maiores consumidores de glicose sendo necessário seu

consumo regular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011). Já em condições constantes

de hiperglicemia com valores acima de 125 mg/dL, o paciente é diagnosticado com

diabetes. Dessa forma, o organismo sofre uma desregulação do metabolismo dos

carboidratos, bem como o risco de desenvolver outras patologias como hipertensão

e tromboses (SIMÕES 2006).

O controle da concentração de glicose circulante é realizado pelos hormônios

catecolaminas, cortisol, insulina e glucagon. O açúcar elevado no sangue faz com

que as células beta do pâncreas secretem quantidades adicionais de insulina, que

irão facilitar a captação celular de glicose e inibir secreções adicionais de insulina

esse tipo de regulação por feedback automático mantém a glicemia fisiológica

apropriada (WILMORE ; COSTILL 2011). Em contraste, no momento em que ocorre

uma redução do açúcar sanguíneo abaixo do valor normal, as células alfa do

pâncreas secretam o glucagon a fim de normalizar a glicemia. Conhecido como

hormônio antagonista da insulina, o glucagon eleva a concentração sanguínea de

glicose por estimular um processo conhecido como glicogenólise hepática e as vias

gliconeogênicas (OLIVEIRA et al. 2008).

Através do processo de contração da musculatura, intermediada pela prática

de exercícios resistidos, o organismos pode promover uma significativa redução da

glicemia plasmática através da melhora da resistência insulínica (SOUSA et al.

2

2014). Fisiologicamente pode-se dizer que ao efetuar os exercícios resistidos, ocorre

imediatamente uma captação de glicose pela musculatura esquelética, resultando

em aumento da quantidade do transportador insulino-sensível (GLUT4), em seguida

observa-se uma queda da glicemia plasmática até o instante em que aconteça a

diminuição mínima de glicose no sangue (LUCATELLI et al. 2011).

O exercício resistido, que utiliza como fonte energética, o sistema ATP Pc e o

glicogênio, contribuem tanto para a manutenção, assim como o aumento da

glicemia, devido principalmente a produção de lactato que ao se acumular no

músculo, entra na corrente sanguínea e segue para o fígado para sofrer

neoglicogênese (PORPINO et al. 2006). A neoglicogênese se descreve como a

síntese da glicose, principalmente a partir das fontes não glicídicas. Este processo

ocorre quando os estoques de glicose e glicogênio não são mais suficientes para

ressintetizar o ATP, portanto torna-se necessário a conversão de não carboidratos

em glicose (BUENO et al. 2011). Com um trabalho muscular intenso, o músculo

utiliza o glicogênio de reserva como fonte de energia, via glicogenólise. Durante o

exercício de curta duração e alta intensidade o excesso de ácido pirúvico é

transformado em lactato e esse lactato é ressintetizado para formação de glicose-6-

fosfato que serve para repor o glicogênio perdido pelo fígado, para então ser

introduzido novamente na corrente sanguínea como glicose. Dessa forma o lactato

pode ser considerado o principal substrato da neoglicogênese durante uma sessão

de exercício resistido (WILMORE; COSTILL 2011).

A prática do exercício resistido tem despertado o interesse de inúmeros

praticantes, seja como forma de prevenção, promoção da saúde, motivos estéticos e

de lazer. A sua prática recomendada pelo American College of Sports Medicine

(ACSM, 2009) como um meio para melhorar a forma e o condicionamento físico de

atletas e não atletas conquistou popularidade em função das diversas pesquisas que

associam a prática do ER aos benefícios relacionados à saúde (FLECK; KRAEMER,

2006).

Segundo Porpino et al. (2006) não houve alterações significativas na cinética

da glicemia analisada após a execução de uma sessão de exercício resistido para

membros inferiores, bem como Oliveira et. al,. (2006) em estudo com exercícios

resistidos incrementais também não identificou queda acentuada da glicemia. Fayh

3

et al. (2007), examinaram os efeitos da ingestão prévia de carboidrato no

desempenho físico e comportamento glicêmico durante o exercício resistido a 70%

de 1RM e assim como Silva et al. (2006), constataram que o exercício resistido não

provocou queda acentuada da glicemia. Silva e Mota (2015) analisaram através de

uma revisão sistemática a influência dos programas de treinamento nos níveis de

glicose no sangue. Após sessão de exercício resistido observou-se uma redução

dos níveis de glicose sanguínea corroborando com demais autores.

Nesse sentido, o presente estudo, que têm como objetivo investigar a

resposta glicêmica a um protocolo de exercício resistido (bi-set ou método

composto) irá analisar a concentração glicêmica quando comparado pré e pós-

exercício resistido.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Aspectos éticos

Este trabalho foi realizado como pesquisa exploratória desenvolvida a partir

de estudo encaminhado ao Comitê de Ética da Faculdade de Educação e Saúde do

Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, CAAE nº 62829616.5.0000.0023, tendo

seu parecer de nº 1.914.359 devidamente aprovado (anexo), respeitando as normas

sobre pesquisa com seres humanos conforme resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde.

2.2 Amostra

A amostra foi composta por 30 indivíduos do sexo masculino (n=30) com faixa

etária entre 18 e 40 anos, fisicamente ativos, saudáveis, do sexo masculino

praticantes recreacionais de treinamento resistido há pelo menos 01 ano, com

duração mínima de 05 horas semanais. O protocolo utilizado seguiu as

recomendações de Uchida et al. (2010): houve a realização de dois exercícios sem

intervalo entre eles. Os exercícios utilizados para o presente estudo foram para o

mesmo grupamento muscular sendo eles: agachamento, como já descrito

anteriormente (EVANS, 2007); e saltos pliométricos com agachamento. Exercício

4

pliométrico será feito de pé com os pés separados a largura do quadril, músculos do

abdome contraído para estabilizar a coluna. O movimento se inicia flexionando

ligeiramente os joelhos e logo em seguida, um movimento de explosão saltando. Os

indivíduos realizaram ambos os exercícios seguindo a metodologia de treinamento

bi-set, a 70% de 1RM para agachamento, com 10 sets de 10 repetições ou até a

exaustão volitiva, com 01 minuto de descanso ou 30 segundos de descanso.

.

2.2.1 Períodos de Intervenção

Previamente a aplicação dos protocolos, os voluntários assinaram um termo

de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A) informando sobre os riscos e

benefícios da metodologia e bem como uma anamnese (ANEXO B). Foram

coletadas também as assinaturas dos responsáveis pelo ambiente a qual foi

realizado o estudo através de um termo institucional (ANEXO C).

Assim feito, foi escolhido por elegibilidade de inclusão, n=30 indivíduos

alocados em 03 grupos com 10 pessoas cada: controle, grupo exercício resistido

30seg (ER30) e exercício resistido 1min (ER1) os voluntários selecionados foram

randomizados 02 voluntários por dia com padronização do horário entre 11h00min a

12h00min com fins de se minimizar variações circadianas. Ao longo de todo

protocolo, as seguintes estratégias foram adotadas: a) as instruções padronizadas

foram estabelecidas antes do teste, deixando ciente de toda rotina que envolvia a

coleta de dados; b) os voluntários receberam as instruções padronizadas das

técnicas dos exercícios, inclusive realizando algumas vezes sem carga; c) o

encorajamento verbal foi proporcionado durante o procedimento dos testes; d) o

peso das anilhas e barras foram definidos usando uma escala precisa de kg; e) Os

testes foram realizados sempre no mesmo horário para um mesmo indivíduo; f) O

avaliador estava atento quanto à posição adotada e forma de execução em todo o

procedimento e todo momento. g) Não houve um controle da alimentação dos

participantes durante a coleta de dados. Cada indivíduo compareceu ao laboratório

de fisiologia do UNICEUB por 07 dias detalhados logo abaixo:

5

2.3. Metodologia

Dia 1: Antropometria e familiarização

Foram avaliadas medidas antropométricas e morfológicas seguindo as

seguintes recomendações: Massa corporal (Kg), a estatura (Cm), índice de massa

corporal (Kg/m2) (GORDON; CHUMLEA; ROCHE, 1988). Dobras cutâneas, segundo

o protocolo de Jackson e Pollock (1978) peitoral; axilar média; tricipital;

subescapular; abdominal; suprailiaca; e coxa corporal em percentagem de gordura

corporal foi a proposta por Siri (1961):

Dia 2: Teste de 1RM

Após a caracterização amostral, e um intervalo de 24h após o primeiro dia, os

voluntários foram instruídos a comparecer com roupa adequada para que fosse feito

o teste de 1RM. Este é caracterizado por uma repetição máxima com a maior carga

que pode ser vencida com movimentos isotônicos (UCHIDA et al. 2009). O exercício

escolhido para a aplicação do teste foi o agachamento, já que, por envolver grandes

grupos musculares o impacto sobre valores hemodinâmicos e bioquímicos

hematológicos são mais severos (CASTINHEIRAS-NETO et al. 2010). O movimento

foi padronizado para se realizar até 90º da fase excêntrica seguindo as

recomendações de Nick Evans (2007): a barra colocada sobre o suporte, deslizar

sob ela e coloca-la sobre os trapézios um pouco mais alto do que os feixes

posteriores dos deltoides, segurar a barra com as mãos mantendo uma distância

variável entre elas segundo características morfológicas e esticar os cotovelos para

trás, inspirar (para manter a pressão intratorácica que impedira que o tronco vergue

para frente) arquear levemente as costas realizando uma anteversão da pelve, olhar

reto a sua frente e elevar a barra do suporte. Recuar um ou dois passos, parar com

os pés paralelos com as pontas dos pés um pouco para o exterior, afastadas na

largura dos ombros, agachar inclinando as costas. Já o exercício pliométrico será

feito de pé com os pés separados a largura do quadril, músculos do abdome

contraído para estabilizar a coluna.

Não houve controle na velocidade de execução das repetições com o objetivo

de aproximar ao máximo do modo como esses exercícios são executados em

6

sessões típicas. Porém, de forma a minimizar influência da velocidade de execução

sobre a PSE - devido a uma maior ativação muscular e metabólica (KULIG et al.

2011) - foi informado aos voluntários que mantivessem uma velocidade constante e

moderada (ACSM, 2009).

Logo abaixo, está descrito conforme Uchida et al (2009) como ocorreu todo o

procedimento:

A) Previamente ao teste, os pesquisadores calcularam a carga referente aos

aquecimentos que antecedem os testes. Essa carga faz referência às cargas

estimadas para um determinado percentual. Para tal, utilizou-se a tabela de Baechle

e Earle (2000) como auxilio de predição.

B) Aquecimento de 5 a 10 repetições com peso leve (40% a 60% da estimativa de

1RM).

C) 1minutos de intervalo. Leve alongamento.

D) Aquecimento de 3 a 5 repetições, peso moderado (60 a 80% da estimativa de 1RM)

E) 2 minutos de intervalo.

F) Estimar um peso próximo do máximo, com o qual o praticante possa completar de 2

a 3 repetições, adicionando para membros superiores de 4kg a 9kg ou 5% a 10%, e

para membros inferiores de 14kg a 18kg ou 10% a 20%.

G) 3 a 5 minutos de intervalo;

H) Aumentar o peso como feito no item E, para realizar a primeira tentativa de

determinação da força máxima. Caso o praticante não faça com sucesso essa

tentativa, realiza o intervalo de 3 a 5 minutos e aumento a carga conforme o item E.

As tentativas são de no máximo 5, com os intervalos devidos validando sempre

aquela em que o praticante realizou com sucesso a superação do peso com a

técnica apropriada10.

I) Caso o indivíduo falhe, dar dois a quatro minutos de intervalo e diminuir a carga

subtraindo de 2-4 kg ou 2,5-5% para membros superiores e 7-9 kg ou 5-10% para

membros inferiores, e então voltar ao passo número G;

J) Continuar aumentando ou subtraindo a carga até o indivíduo realizar um movimento

completo sem capacidade de fazer

Os testes, bem assim como aplicação do protocolo, foram realizados no

laboratório de fisiologia do UNICEUB.

7

Dia 3: Re teste de 1RM

Os praticantes tinham experiência na pratica de execução de exercícios

resistidos, porém, foi notável por nossos pesquisadores que durante a familiarização

os sujeitos não possuíam experiência no exercício proposto (agachamento com

barra livre). Assim, de forma a determinar uma confiabilidade do teste de 1RM, os

sujeitos retornaram ao laboratório 48h após o primeiro teste, realizando um re-teste.

Os sujeitos foram instruídos a não realizar nenhum tipo de exercício que pudesse

comprometer a acurácia dos dados.

2.4. Materiais

A triagem sanguínea seguiu recomendações descritas pela OMS. Ao fazer a

coleta de sangue, o profissional de saúde usou luvas não estéreis bem ajustadas. O

sangue foi colhido em um local dedicado que assegure o conforto e a privacidade do

paciente.

O profissional responsável pela coleta limpou a pele com uma combinação de

gliconato de clorexidina a 2% em álcool isopropílico de 70%, cobrindo toda a região

e assegurando que a área de pele esteja em contato com o desinfetante por pelo

menos 30 segundos; depois, deixando que a área seque completamente (cerca de

30 segundos). Aplique álcool ao ponto de entrada e deixe secar ao ar. Feito isso:

•. Foi puncionado a pele com um golpe rápido, contínuo e deliberado, para obter um

bom fluxo de sangue e evitar a necessidade de repetir a punção.

• Limpou-se a primeira gota de sangue, porque pode estar contaminado com líquido

tissular ou debris (esfacelamento da pele).

•. Evitamos espremer o dedo com muita firmeza, porque isso dilui o espécime com

líquido tissular (plasma) e aumenta a probabilidade de hemólise[60].

• Depois de completar o procedimento de coleta de sangue, aplique pressão firme ao

local para sustar a hemorragia. Para coleta da glicemia foi utilizado o Accu-Chek

Active; Roche Diagnosis.

8

3 ANALISE ESTATISTICA

A análise descritiva foi utilizada para calcular a média e o desvio padrão de

todas as variáveis. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk

e a estatística paramétrica foi adotada. A homogeneidade da amostra foi verificada

pelo teste de Levene. ANOVA fatorial de medidas repetidas (intervençãoXmomento)

foi utilizada para as comparações da resposta da Glicemia entre os grupos 1min,

30seg e grupo Controle, nos três momentos (Pré, Final e Rec15’). Tratamento de

Bonferroni foi utilizado para identificar as diferenças significativas. Todas as análises

estatísticas foram realizadas no software estatístico SPSS versão 17.0 (SPSS Inc.,

Somers, NY, USA). Adotou-se p ≤ 0,05 como nível de significância.

4 RESULTADOS

Participaram do estudo 30 homens jovens saudáveis, os quais foram divididos

de forma randomizada em três grupos, um grupo Controle e dois grupos

intervenção, um realizando exercício resistido com 1 minuto de intervalo entre as

séries e outro realizando o exercício resistido com 30 segundos entre as séries. Na

Tabela 1 estão representados com média e desvio padrão os dados de

caracterização da amostra divididos por grupos bem como o valor de p da variância.

Tabela 1. Caracterização descritiva dos grupos e variância.

1 min (n=10) 30 seg (n=10) CONTROLE (n=10) P

Idade (anos) 23,90 ± 5,22 25,20 ± 5,61 21,20 ± 2,70 0,118

Massa (Kg) 84,25 ± 9,78 79,87 ± 5,93 79,76 ± 10,52 0,238

Estatura (m) 1,78 ± 0,74 1,78 ± 0,44 1,78 ± 0,75 0,069

IMC (kg/m²) 26,58 ± 3,43 25,25 ± 1,45 25,20 ± 3,13 0,170

% Gordura (7-DC) 16,89 ± 6,12 14,07 ± 5,42 15,72 ± 6,01 0,998

Massa Magra (kg) 69,71 ± 7,42 68,38 ± 4,16 67,71 ± 6,20 0,288

IMC= Índice de massa corporal.

A variância entre os grupos não foi significativamente diferente para nenhuma

das variáveis, indicando similaridade e homogeneidade na caracterização dos

grupos (p > 0,05).

9

Na Tabela 2 estão indicados com média e desvio padrão os valores da

resposta da Glicemia ao exercício de força com diferentes tempos de descanso (1

min) e (30 seg), assim como os valores do grupo controle e o p de comparação entre

os momentos.

Tabela 2. Comparação da resposta glicémica nos três momentos com 1 minuto, 30 segundos de

intervalo entre as séries e grupo controle.

Glicemia PRÉ FINAL REC15’ P

1 min

103,20 ± 10,81 113,10 ± 8,82 103,90 ± 12,18 0,058

30 seg

101,40 ± 9,13 100,99 ± 2,36☨ 95,00 ± 15,28 0,437

Controle

99,90 ± 8,16 94,90 ± 9,23☨ 91,60 ± 7,72* 0,017

* Diferença significativa intragrupo em relação ao momento pré (p ≤ 0,05). †

Diferença Significativa

intragrupo em relação ao momento final. ☨ Diferença significativa em relação ao grupo 1min (p ≤

0,05).

A glicemia não demonstrou mudanças significativas em nenhum momento

tanto no grupo 1min quanto no grupo 30seg (p > 0,05). No grupo Controle, foi

observado um decréscimo significativo no momento Rec15’ em comparação ao

momento Pré (p = 0,010), sem diferença entre os outros momentos.

No momento Final, a glicemia no grupo 1min encontrou-se significativamente

elevada em comparação ao grupo 30seg (p = 0,004) e ao grupo controle (p = 0,001)

sem diferença entre controle e 30seg (p > 0,05). Tanto no momento Pré quanto no

momento Rec15’ não houve diferença significativa entre os grupos (p > 0,05).

5 DISCUSSÃO

No trabalho descrito por Oliveira et al. (2006), 12 voluntários do sexo

masculino (24,4 ± 1,2 anos) foram submetidos a testes incrementais realizados nos

exercícios leg press 45º (LP) e supino reto (SR) e posteriormente foram realizadas

as coletas sanguíneas durante os 2 min de pausa entre os estágios. Não foram

encontradas diferenças significativas (p > 0,05) entre as percentuais de 1RM nos

10

limiares glicêmicos observados, corroborando com os achados do presente estudo,

ainda que a metodologia de treino tenha sido diferente.

Em continuidade, o estudo de Silva et al. (2006), investigou a resposta

glicêmica a uma sessão de exercício resistido sob três condições de ingesta

alimentar, sendo uma após 6 horas sem qualquer alimentação (DIA1), a segunda

com a sessão iniciando após 30 minutos de um lanche (DIA2) e a terceira com 6

horas sem alimentação, mas com suplementação de carboidrato durante o treino

(DIA3). A amostra foi constituída por 4 rapazes na faixa etária de 18 a 25 anos que

praticavam musculação com objetivo de hipertrofia. E assim como descrito nos

resultados do presente estudo, o exercício resistido não provoca queda acentuada

da glicemia, provavelmente porque o lactato produzido durante a prática dessa

atividade seja utilizado na neoglicogênese para manter a glicemia em valores

elevados durante a musculação.

Porpino et al. (2006), investigaram a resposta glicêmica a exercícios de

caráter anaeróbio (musculação). Participaram do estudo, cinco rapazes na faixa

etária de 18 a 25 anos e que praticavam musculação com objetivo de hipertrofia.

Eles realizaram uma sessão de musculação com dez exercícios para membros

inferiores. Uma coleta glicêmica foi realizada ao final de cada dois exercícios. Em

concordância com os resultados do presente estudo, o exercício resistido demonstra

apenas uma discreta queda da glicemia no início do exercício e uma elevação

posterior, com valores chegando a ficar acima dos níveis pré-exercício.

Fayh et al. (2007), examinaram os efeitos da ingestão prévia de carboidrato

no desempenho físico e comportamento glicêmico durante o treino de força a 70%

de 1RM em indivíduos ativos. Após 15 minutos da ingestão da bebida carboidrato, o

grupo apresentou aumento significativo de sua glicemia (98,25 ± 17,77mg/dL para

133,12 ± 22,76mg/dL, p= 0,015). De maneira similar, no presente estudo a glicemia

também apresentou aumento significativo após a refeição (99,60 ± 6,11 para 114,20

± 15,42* p= 0,046). Já em relação à glicemia pós-exercício resistido, ambos os

estudos constataram que a glicemia, apesar de sofrer um aumento significativo,

após a ingestão do carboidrato, retornou a valores próximos aos iniciais e assim se

mantém até o fim da sessão, não apresentando nenhuma queda abrupta, o que

caracterizaria o fenômeno da hipoglicemia de rebote.

11

Andrade et al. (2009), verificaram o efeito ergogênico da suplementação com

diferentes concentrações de maltodextrina (6%, 12% e 18%) e placebo no

treinamento de resistência muscular localizada (70% 1RM). Foi possível constatar

que a glicemia pós-suplementação de maltodextrina (concentração de 18%)

aumentou de 84,50 ± 8,66 para 101,20 ± 12,25 mg/dL e foi suficiente para evitar a

queda da glicemia após exercício resistido. De maneira similar, no presente estudo a

quantidade de carboidratos utilizada no lanche também foi suficiente para não

permitir uma queda da glicemia (103,30 ± 12,82 mg/dL) a níveis hipoglicêmicos após

aplicação do teste a 70% 1RM, assim como demonstrado no estudo supracitado.

Moreno et al. (2009) em estudo com praticantes de exercício resistido, explica

que a intensidade do exercício está diretamente relacionada com a captação de

glicose da circulação pelo músculo, assim como o débito de glicose hepática. Deste

modo, um aumento nas taxas de trocas respiratórias associada a um aumento na

intensidade do exercício resulta em maior glicogenólise hepática e muscular.

Sousa et al. (2014) avaliaram a redução glicêmica ocasionada pelo exercício

resistido de alta intensidade (75% 1RM) em diabéticos tipo 2. Nos principais

resultados encontrados quando comparado pré e pós-exercício no mesmo grupo foi

achado significância (Pré 135,6±11,70 vs Pós 128,9±10,80 mg/dL; p<0,001). Apesar

do presente estudo não avaliar pacientes com diabetes nem compara-los a um

grupo controle, em relação à intensidade do exercício e a resposta pós-exercício,

ambos os estudos constataram a existência de uma redução glicêmica

proporcionada pelo exercício resistido de alta intensidade, bem como relatado nos

resultados deste estudo.

Souza et al. (2014) avaliaram a intervenção de diferentes métodos de

treinamento no controle de glicemia pós-prandial. No estudo constatou-se que

apenas o exercício resistido apresentou uma tendência à diminuição da glicemia

pós-treino. Assim como no presente estudo, após o lanche foi identificado um

aumento significativo da glicemia com p>0,05. Já o programa de treinamento

resistido, apesar da intensidade não ser semelhante, após a aplicação de cada

sessão foi constatado uma eficaz na redução da glicemia.

Silva et al. (2015) avaliaram os efeitos dos programas de treinamento aeróbio,

força e combinado nos níveis de glicose sanguínea em indivíduos com diabetes do

12

tipo 2. Através de uma revisão literária, constataram que o programa de treinamento

de força diminui e controla os níveis de glicose em indivíduos com diabetes do tipo

2. Apesar do presente não avaliar pacientes com diabetes, os resultados se

aproximam em relação à queda e controle da glicemia após aplicação do protocolo

de exercício resistido.

6 CONCLUSÃO

Conclui-se que a resposta glicêmica não demonstrou mudanças significativas

em nenhum momento tanto no grupo 1min quanto no grupo 30 seg. Entretanto, no

grupo controle foi observado um decréscimo significativo no momento Rec 15’ em

comparação ao momento Pré (p = 0,010). Contudo, nenhum dos valores reduz

próximo a valores hipoglicêmicos (abaixo de 60 mg/dL). Sugere-se que outros

parâmetros sejam analisados para uma maior confiabilidade dos resultados. Novos

estudos serão necessários a fim de controlar as variáveis em que possam influenciar

nos resultados e assim obter-se um melhor rendimento nos objetivos presentes no

estudo.

13

GLYCEMIC RESPONSE TO A PROTOCOL OF RESISTED EXERCISE (BI-SET OR COMPOSITE METHOD)

ABSTRACT

Introduction: Glucose, also called dextrose or blood sugar, forms naturally in food or the body by digestion of more complex carbohydrates. Objective: This study, which aims to investigate the glycemic response to a resistance exercise protocol (bi-set or composite method) will analyze the glycemic concentration when compared in fasting, pre and post-exercise resistance. Material and Methods: The sample consisted of 30 males aged between 18 and 40 years, physically active, healthy, male, recreational, resistance training practitioners. All participants signed a free informed consent form (TCLE Annex I). The volunteers were submitted to preliminary anthropometric assessments, weight, height, BMI and skinfolds. In the second stage of the evaluations the subjects were submitted to a maximal repetition test (1RM). Samples of fasting, post-fasting and post-exercise glycemia samples were collected bi-set 60 to 80% of 1 RM. Results: Blood glucose levels did not show significant changes at any time in either the 1min or the 30sec group (p> 0.05). In the Control group, a significant decrease in the Rec15 'moment was observed in comparison to the Pre-moment (p = 0.010), with no difference between the other moments. However, at the final moment, glycemia in the 1min group was significantly elevated compared to the 30sec group (p = 0.004) and the control group (p = 0.001) with no difference between the control and 30sec (p> 0.05). Discussion: In the study of resistance practitioners, exercise intensity is directly related to the uptake of glucose from the circulation through the muscle. When carrying out the exercises of increasing loads the glucose metabolism immediately occurs a glucose uptake by the skeletal muscle, resulting in an increase in the number of glucose transporters (GLUT4). Conclusion: The present study concludes that the glycemic response after the resistance exercise protocol did not obtain a significant fall. KEYWORDS: Glucose. Glucose. Resisted Exercise. 1RM.

14

REFERÊNCIAS

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WILMORE, JACK; COSTILL, DAVID. Fisiologia do esporte e do exercício. 5ª

edição.2011

18

ANEXO A – Parecer Técnico

19

ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

Efeitos Metabólicos e Hemodinâmicos à um Protocolo de Exercícios

Intervalado de Alta Intensidade e o Protocolo de Vo2Max Direto e Indireto.

Instituição do/a dos/(as) pesquisadores(as): UNICEUB

Pesquisador(a) responsável: P r o f . D r . R e n a t a A p a r e c i d a E l i a s

D a n t a s .

Pesquisador(a) assistente : S a m u e l B a r b o s a M e z a v i l a A b d e l m u r .

Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O

texto abaixo apresenta todas as informações necessárias sobre o que estamos

fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se

desistir a qualquer momento, isso não lhe causará prejuízo.

O nome deste documento que você está lendo é Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Antes de decidir se deseja participar (de livre e espontânea vontade) você deverá

ler e compreender todo o conteúdo. Ao final, caso decida participar, você será

solicitado a assiná-lo e receberá uma cópia do mesmo.

Antes de assinar, faça perguntas sobre tudo o que não tiver entendido bem. A

equipe deste estudo responderá às suas perguntas a qualquer momento (antes,

durante e após o estudo).

Natureza e objetivos do estudo

O objetivo específico deste estudo é analisar os Efeitos metabólicos e

hemodinâmicos à um protocolo de exercícios intervalado de alta intensidade bem

assim como o protocolo de vo2max direto e indireto.

Você está sendo convidado a participar exatamente por ser praticante de

exercícios físicos, sendo mais especifico de treinamento funcional; por ter vivencia

não apenas com os exercícios de funcional, mas com a aplicabilidade dos testes.

Procedimentos do estudo

Sua participação consiste em realizar exercícios intervalados de alta intensidade

tais como: bicicleta e pliometria, teste de esforço máximo como 1600m e teste

20

incremental em esteira (ergoespirométrica), bem assim como seguir protocolos de

suplementação com creatina, glutamina e bicarbonato. Terão que participar de

coletas séricas (a partir de uma gota de sangue do dedo) e protocolos de coletas

durante os exercícios, tais como: percepção subjetivas de esforço, parâmetros

hemodinâmicos tais como: Pressão arterial, taxa de saturação de O2, frequência

cardíaca, vo2max, duplo produto; Coleta de cortisol salivar e coleta sérica (a partir

da gota de sangue do dedo) tendo esta como fins de se analisar glicemia, colesterol,

lactato e triglicerídeos.

Não haverá nenhuma outra forma de envolvimento ou comprometimento neste

estudo.

A pesquisa será realizada no laboratório de fisiologia do UNICEUB e na academia

Corpo 4 Cln.305.Bl.A s/n Asa Norte, Brasília – DF Riscos e benefícios

Este estudo possui riscos de quedas, fraturas, edemas (relacionados à coleta sérica

e antropométrica).

Medidas preventivas tais como, explicar e exemplicar os exercícios do protocolo, os

testes serão guiados e aplicados por profissionais treinados, hábeis e aptos para sua

aplicação, ao passo de que os participantes já se encontram familiarizados com os

procedimentos adotados não apenas dos exercícios, mas como na coleta sérica.

Caso esse procedimento possa gerar algum tipo de constrangimento, você não

precisa realizá-lo.

Com sua participação nesta pesquisa você se beneficiar do estudo a partir dos

dados obtidos através do protocolo imposto. Podendo assim melhorar não só o

rendimento nos treinos, mas como controlar melhor cadencias, intensidade, tempo,

ou seja, as variáveis do treinamento além de contribuir para maior conhecimento

sobre os exercícios intervalados de alta intensidade.

Participação, recusa e direito de se retirar do estudo

Sua participação é voluntária. Você não terá nenhum prejuízo se não quiser

participar.

Você poderá se retirar desta pesquisa a qualquer momento, bastando para isso

entrar em contato com um dos pesquisadores responsáveis.

Conforme previsto pelas normas brasileiras de pesquisa com a participação de

seres humanos, você não receberá nenhum tipo de compensação financeira pela

21

sua participação neste estudo.

Confidencialidade

Seus dados serão manuseados somente pelos pesquisadores e não será

permitido o acesso a outras pessoas.

Os dados e instrumentos utilizados coleta antropométrica e resultados obtidos dos

protocolos, ficarão guardados sob a responsabilidade de

_______________________ Samuel Barbosa Mezavila Abdelmur e Renata

Aparecida Elias Dantas com a garantia de manutenção do sigilo e

confidencialidade, e arquivados por um período de 5 anos; após esse tempo serão

destruídos.

Os resultados deste trabalho poderão ser apresentados em encontros ou revistas

científicas. Entretanto, ele mostrará apenas os resultados obtidos como um todo,

sem revelar seu nome, instituição a qual pertence ou qualquer informação que

esteja relacionada com sua privacidade.

Se houver alguma consideração ou dúvida referente aos aspectos éticos da

pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa do Centro

Universitário de Brasília – CEP/UniCEUB, que aprovou esta pesquisa, pelo telefone

3966.1511 ou pelo e-mail [email protected]. Também entre em contato para

informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo.

Eu, _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ RG __ ____ __, após

receber a explicação completa dos objetivos do estudo e dos procedimentos

envolvidos nesta pesquisa concordo voluntariamente em fazer parte deste estudo.

Este Termo de Consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que

uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida

ao senhor(a).

Brasília, ____ de __________de _ .

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Participante

22

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Renata Aparecida Elias Dantas, celular 98173-7735/telefone institucional 3966-

1511

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __

Samuel Barbosa Mezavila Abdelmur a s s i s t e n t e , t e l e f o n e / celular 98371-3520

e/ou [email protected]

Endereço dos(as) responsável(eis) pela pesquisa (OBRIGATÓRIO):

Instituição: UNICEUB

Endereço: SEPN, s/n - Asa Norte, DF Bloco: /Nº: /Complemento:

707/907

Bairro: /CEP/Cidade: 70790-075

Telefones p/contato: (61) 3966-1200

23

ANEXO C – HISTÓRICO DO ESTILO DE VIDA E SAÚDE

ANAMNESE

Adaptado de MOTA M, 2005

Histórico de saúde (anamnese)

Identificação:

Nome:________________________________________________

Data:___/___/____

e-mail (opcional):

_______________________________________________________

Estatura: __________Peso: ____________ Data Nascimento: ___/___/___Idade:

____

Número de telefone (opcional):

____________________________________________

Por favor, responda as perguntas abaixo:

Você se exercita freqüentemente? ( )sim ( )não

Se a resposta foi afirmativa, há quantos anos você esteve ou está comprometido em

realizar atividades físicas? _________________________

Quantas vezes você se exercita por semana?

( )1 a 2 vezes ( )2 a 3 vezes ( )3 a 4 vezes ( )4 ou mais vezes

Em que horário? ____________

Marque o tipo de exercício que você normalmente faz (marque mais de um se for o

caso).

( ) corrida

( ) ciclismo

( ) caminhada

( ) natação

( ) corrida de curta

distância

( ) futebol

( ) voleibol

( )

basquetebol

( ) tênis

( )

( ) outros (por favor, especifique):

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

24

musculação

Quanto tempo (horas:minutos) você gasta em uma sessão de atividade física?

Mínimo: _______________ Máximo:______________

Você se exercita com assistência ou orientação de algum especialista?

( ) sim ( )não

Você tem alguma restrição, considerando a corrida como um tipo principal de

exercício?

( ) sim ( )não

Se você respondeu sim, por favor, detalhe:

___________________________________________________________________

_______________________________________

Descreva seu horário habitual de dormir/acordar.

Horário de dormir: _____________ Horário de acordar: _____________

Em que horário você habitualmente faz as seguintes refeições?

Café da manhã:__________ almoço:___________

lanche:_______________________

jantar:_________________

Você dorme depois do almoço?

( ) sim ( )não.

Quantas vezes por semana? _________ Em média, qual o tempo de

sono?___________

Indique se alguma das alternativas abaixo se aplica a você, marcando um X no

respectivo item.

( ) Hipertensão

( ) Caso pessoal ou de familiares com problemas ou doenças do coração

( ) Diabetes

( ) Problemas ortopédicos

( ) Uso regular de produtos feitos de tabaco.

( ) Asma ou outros problemas respiratórios crônicos

25

( ) Enfermidades recentes, febre ou distúrbios gastrintestinais (diarréia, náusea,

vômito).

( ) Algum outro problema de saúde não listado acima. Detalhe-o abaixo:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_______________________________________________________

Se você sofre de hipertensão, por favor, liste o nome do medicamento que usa, se o

toma regularmente e há quanto tempo.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

____

Liste alguns medicamentos prescritos (vitaminas/suplementos nutricionais ou

automedicação) que você toma habitualmente ou tenha feito uso nos últimos cinco

dias (inclusive suplementos dietéticos/nutricionais, remédios à base de ervas,

medicações para alergias ou gripe, antibióticos, medicamentos para enxaqueca/dor

de cabeça, aspirina, analgésico, anticoncepcional, etc).

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

________________________________________________________

Certifico que as respostas por mim dadas no presente questionário são verdadeiras,

precisas e completas.

Assinatura:

_____________________________________________________________

Data: _____/____/____

26

ANEXO D

Sandro Nobre Chaves

Cargo: coordenador

Eu, Renata Aparecida Elias Dantas, responsável pela pesquisa “Efeitos

metabólicos e hemodinâmicos a um protocolo de exercícios intervalado de alta

intensidade e o protocolo de Vo2max direto e indireto”, junto com o(s) aluno(s)

Mauricio Paixão, Samuel Barbosa, Rafic Junior, João Gabriel, Wilian Francisco,

Raquel Portela, Lene Sousa, Vitor Vicente e Wiliam Oliveira. Solicitamos a

autorização para desenvolvê-la nesta instituição, no período de Março a Maio de

2017. O estudo tem como objetivo(s) Coletar dados e será realizado por meio dos

seguintes procedimentos: Caracterização amostral contendo massa corporal,

estatura, índice de massa corpórea, condição cardiorrespiratória, estimativa de

frequência cardíaca, frequência cardíaca de treino, cortisol, creatina, lactato,

percepção de esforço, flexibilidade, oxímetro, glicemia, bicarbonato, glutamina e

colesterol. Terá 15 participantes, praticantes de exercícios físicos no formato

funcional, há no mínimo seis meses.

Declaro que a pesquisa ocorrerá em consonância com a Resolução no 466/12

do Conselho Nacional de Saúde e suas complementares, que regulamentam as

diretrizes éticas para as pesquisas que envolvem a participação de seres humanos,

ressaltando que a coleta de dados e/ou informações somente será iniciada após a

aprovação da pesquisa por parte do Comitê de Ética em Pesquisa do UniCEUB

(CEP-UniCEUB) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), se

também houver necessidade.

__________________________________________________

Renata Aparecida Elias Dantas

Pesquisador Responsavel

__________________________________________________

Samuel Barbosa Mezavila Abdelmur

Pesquisador Assistente

27

O/A Sandro Nobre Chaves, coordenador (a) da Academia Corpo 4,

Cln.305.Bl.A s/n Asa Norte, Brasília – DF CEP: 70737-510, CNPJ 01.255.173/0001-

13, vem por meio desta informar que está ciente e de acordo com a realização da

pesquisa nesta instituição, em conformidade com o exposto pelos pesquisadores.

Brasília-DF, _______ de ____________________ de _______.

_________________________________________________________________

Nome e carimbo com o cargo do representante da instituição onde será realizado o

projeto

28

ANEXO E – Fichamento

29

30

31

1.SILVA, A.S. & MOTA, M.P.G. Efeitos dos programas de treinamento aeróbio de

força e combinado na glicose sanguínea em diabéticos do tipo 2: uma revisão

sistemática. Revista Ciências em Saúde v5, n1, jan/mar 2015

2. CAPARROS, D.R., et al. Análise da adequação do consumo de carboidratos

antes, durante e após treino e do consumo de proteinas após treino em

praticantes de musculação de uma academia de Santo André-SP. Revista

Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 9. n. 52. p.298-306. Jul./Ago. 2015.

ISSN 1981-9927

3.SOUSA, R.A.L., et al.Redução da glicemia através do exercício resistido de

alta intensidade em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2. Revista Brasileira

de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.8. n.50. p.871-876. Nov./Dez.

2014. ISSN 1981-9900.

4.SOUZA, F.P.L., et al. Efeito da intervenção de diferentes métodos de

treinamento sobre a glicemia pós-prandial de diabéticos tipo 2. ConScientiae

Saúde, vol 12, n2, p227-233, 2013

5.ANDRADE, A.L.M., et al. Correlação do limiar de lactato e limiar glicêmico em

exercícios de resistência muscular localizada com suplementação de

maltodextrina em diferentes porcentagens. Revista Brasileira de Nutrição

Esportiva, São Paulo. v. 3. n. 16. p. 340-349. Julho/Agosto. 2009. ISSN 1981-9927.

6.MORENO, D. M., et al. Limiar glicêmico durante a realização de teste

incremental de exercício resistido em praticantes de musculação. Coleção

Pesquisa em Educação Física – Vol.8, nº 3 – 2009 – ISSN: 1981-4313

7.OLIVEIRA, R.J., et al. Respostas hormonais agudas a diferentes intensidades

de exercicios resistidos em mulheres idosas. Revista Brasileira de Medicina do

Esporte.v.14.n.4.Jul/Ago, 2008.

8.PORTO, M., et al. Impacto do exercício muscular exaustivo sobre indicadores

sanguíneos em praticantes de musculação. Revista Brasileira de

Cineantropometria. Desempenho Hum. 2008;10(3):230-236

9.LIMA, G.G. & BARROS, J.J. Efeitos da suplementação com carboidratos sobre

a resposta endódrina,hipertrofia e a força muscular. Revista Brasileira de

Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 74-89, Mar/Abr, 2007.

ISSN 1981-9900.

32

10.FAYH, A.P., et al. Efeitos da ingestão prévia de carboidrato de alto índice

glicêmico sobre a resposta glicêmica e desempenho durante um treino de

força Identificação do limiar de lactato e limiar glicêmico em exercícios

resistidos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói-RJ.vol.13.n.6.Nov

/Dez, 2007.

11.OLIVEIRA, J.C., et al. Identificação do limiar de lactato e limiar glicêmico em

exercícios resistidos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte.v. 12.n.6.

Nov/Dez, 2006

12.SILVA, A.S., et al. Comportamento glicêmico em sessões de exercícios

resistidos em diferentes momentos após a ingesta de carboidratos. Fiep

Buletin, V76, special edition. João Pessoa-PB.2006 (392-95)

13.SIMÕES, C.S. Efeitos de diferentes intensidades de exercício resistido sobre as respostas hemodinâmicas em indivíduos diabéticos tipo 2 e não diabéticos. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica de Brasília. Brasília-DF. 2006. 14. McArdle W; Katch F; Katch V. Fisiologia do Exercício – Nutição, energia e

desempenho humano. 7ª edição, rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011

15. WILMORE, JACK; COSTILL, DAVID. Fisiologia do esporte e do exercício. 5ª

edição.