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Resgate Interrompido• Acompanhamos Silas para a rearmonização do lar de
Ildeu, Marcela e seus três filhos.
• Ildeu seduzido pelos encantos de Mara tudo fazia para que a esposa o abandonasse. Mara enviava cartas insultando a rival.
• Marcela chorava em silêncio, jogando as cartas no fogo para que não caíssem sob o olhar do esposo.
• Marcela era muito consciente do seu dever familiar, trabalhava como lavadeira e orava em favor de Ildeu todas as noites.
• Sempre que ela solicitava algo para família, ele a maltratava e dizia – “se quiser dinheiro vá trabalhar” se soubesse que o casamento seria isso, teria preferido estourar os miolos.
• Os mentores viam em suas recordações que Mara, a jovem sedutora, lhe surgia à mente como sendo sua esposa ideal.
• Ildeu gritava que ela o endividara por causa do desperdício que realizava, e que ele se encontrava escravizado nesta relação.
• Roberto acordava e acorria em socorro da mãe, já Ildeu, avançava sobre o menino a sopapos gritando “Saia daqui tenho gana de matá-lo! Bandido! Palhaço!”
• Entretanto, se as filhinhas choramingassem, eis que o genitor se desfazia em ternura, proferindo bondoso “Minhas filhas!... Minhas pobres filhas!”
• Dizia que continuava a carregar a cruz de lá ficar por causa das duas filhas.
• Silas, André e Hilário ali retornaram por algumas noites em tarefa de assistência, mas apesar disso a cena se repetia e o chefe da família se mostrava cada dia mais indiferente.
• Ildeu fascinado por Mara, passou a odiar Marcela querendo desobrigar-se do compromisso com a família.
• Começou então a ter um plano sinistro de assassinar Marcela, mudaria seu comportamento mostrando-se bom para ela e depois cometeria o crime parecendo ser um suicídio.
• Dois assistentes passaram velar por Marcela, dia e noite, já que sua existência era amparada pela Mansão.
• De alma aturdida pela influência de homicidas desencarnados que lhe haviam percebido os pensamentos expressos, Ildeu planejava aniquilar a companheira naquela mesma noite.
• Os assistentes procuraram Silas para comunicar que Ildeu tinha intenção de cometer o crime naquela noite, e de imediato, fomos ao lar de Marcela.
• Silas, com a autoridade que dispunha e o apoio de amigos desencarnados que trabalhavam na vizinhança baniu os alcoólatras e delinquentes desencarnadas que ali se acolhiam melhorando a condição vibratória do ambiente.
• Apesar da providência, o plano infernal na cabeça de nosso pobre amigo evidenciava-se integralmente maduro.
• Ildeu mentalmente projetava a cena do assassínio calculadamente prevista, movimentando-se em surpreendente sucessão de imagens...
• Ildeu planejava trancar o aposento dos filhos para que eles não testemunhassem o crime.
• Silas de improviso avançou ao leito das meninas e usando os recursos magnéticos de que dispunha, chamou a pequena Marcia, desdobrada a rápida contemplação dos pensamentos paternos.
• A criança aterrorizada pelo quadro, experimentou tremendo choque e retornou, de pronto, ao corpo físico, como ao domínio de asfixiante pesadelo: “Papai!... Paizinho! Não mate! Não mate!... ”.
• Ildeu já se encontrava com a arma na mão, tentando fechar a porta.
• Os gritos da menina ecoaram em toda a casa, provocando alarido.
• Marcela levantou-se e surpreendeu o marido junto a filha com o revolver.
• A mulher bondosa e incapaz de suspeitar de suas intenções recolheu a arma, crendo que esposo pretendera suicidar-se.
• Em prantos implora – Oh! Ildeu, não te mates! Jesus é testemunha de que tenho cumprido retamente todos os meus deveres. Não quero o remorso de haver cooperado para semelhante desatino. Se é de tua vontade, monta nova casa e viva com a mulher que te faça feliz.
• Viverei para cuidar dos nossos filhos. Trabalharei conquistando o pão com o suor do meu rosto, mas não te mates.
• Sua generosa atitude nos sensibilizava, e o próprio Ildeu tocado pela piedade, agradeceu no íntimo a versão que a esposa abnegada oferecia.
• E encontrando a escapatória que buscava disse...”não posso mais só me resta suicídio ou desquite”.
• Marcela com a ajuda do assistente descarregou o revólver, reconduziu as crianças ao sono e com lágrimas orava em súplica: Ó meu Deus, compadece-te de mim, o que fazer na luta com três crianças?
• Antes que a dor lhe metamorfoseasse em desânimo destruidor, Silas aplicou-lhe passes balsamizantes, hipnotizando-a. E Marcela em desdobramento se colocou diante de nós.
• Tomando-os por mensageiros de Deus, com base na crença que possue, ajoelhou-se e rogou amparo.
• Reanima-te! Não te encontras sozinha. Deus, Nosso Pai, jamais nos abandona... Concede, sim, liberdade ao teu esposo, embora saibamos que o dever é uma bênção divina da qual pagaremos caro a deserção.
• Haja porém o que houver, ajuda-o com tolerância e compreensão. Não lhe queiras mal algum. Antes, roga a Jesus o abençoe e ampare, onde esteja, porque o remorso e o arrependimento, a saudade e a dor para os que fogem das obrigações que o Senhor lhes confia convertem-se em fardos difíceis de carregar.
• Se ele esmorece, à frente da luta, em pleno exercício da faculdade de escolher, não será justo lhe violentes o livre arbítrio. Ildeu ausenta-se agora dos contratos que abraçou, a benefício de si mesmo, e interrompe o resgate das contas que lhe são próprias.
• André e Hilário questionam: “Porque Marcela é tão odiada por Ildeu e o desdém pelo primogénito, gostando apenas das meninas? Porque o incentivo a separação ao invés da reconquista do amor do companheiro?”
• A intervenção exige métodos drásticos, a fim de que a crise de sofrimento não culmine com a loucura ou com a morte.
• O divórcio não soluciona o problema, porque ninguém se reúne no casamento sem o vínculo do passado, e esse vínculo, quase sempre, significa compromisso vivo e delongado no tempo.
O Caso de Marcela e Ildeu• Temos duas almas em processo de reajuste, há vários
séculos. Em existência última, ambos, como marido e mulher, se entregaram a difíceis experiências.
• Ele, depois de casado, entre a irresponsabilidade e a aventura, seduziu duas moças, filhas do mesmo lar.
• Primeiramente, enganou uma delas, abandonando a esposa.
• Esta cuidava da irmãzinha menor, que os pais, à beira do túmulo, lhe haviam entregue. Ildeu não vacilou em aguardar-lhe a floração juvenil para submetê-la igualmente aos seus caprichos inconfessáveis.
• Entrando em franca decadência moral, precipitou-as no meretrício.
• Sua ex-esposa, após cinco anos de expectativa e solidão, aceitou a companhia de um homem digno e trabalhador, com quem passou maritalmente a viver.
• Anos se passam e Ildeu cansado e adoecido, regressa à cidade buscando o aconchego da ex-esposa, cuja fidelidade carinhosa ele mesmo destruíra, com propósito de escravizá-la, por enfermeira de seu corpo abatido, mas eis que a reencontra, feliz, junto de outro.
• Movido de incompreensível ciúme, não suporta a alegria da companheira matando-lhe o esposo que hoje é seu filho Roberto.
• Todo este grupo que Ildeu infelicitou reune-se através da ajuda dos abnegados benfeitores nesta encarnação. Marcela concorda em auxiliá-lo.
• Porém somos tentados hoje pelas nossas fraquezas, como éramos ainda ontem, passando a reincidir nas mesmas falhas.
• Hilario pergunta: Se Ildeu não amava Marcela na encarnação anterior, por que razão na atual à teria desposado?
• Estamos longe de adquirir o verdadeiro amor, puro e sublime. A nossa afetividade terrestre, pode ser um conjunto de estados mentais, consubstanciando simplesmente os nossos desejos.
• Somos atraídos por determinadas almas e por determinadas questões, nem sempre porque as estimemos em sentido profundo, mas sim porque o passado a elas nos reúne, a fim de que por elas e com elas venhamos a adquirir a experiência necessária à assimilação do verdadeiro amor e da verdadeira sabedoria.
• E por isso que a maioria dos consórcios humanos, por enquanto, constituem ligações de aprendizado e sacrifício.
• Silas esclarece que se Marcela falhar em ajudar os filhos devido a estar sozinha, complicado e mais extenso se fará o débito de Ildeu, porquanto as falhas que ela venha a cometer serão atenuadas pelo injustificável abandono em que a lançou o marido.
• Nossa responsabilidade está em tudo que estamos envolvidos, mesmo que não presentes.
• Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós mesmos.
• Se Ildeu, mais tarde, desejar reunir-se a Marcela, Roberto, Sonia e Márcia, então redimidos nas Esferas Superiores, deverá possuir uma consciência tão dignificada e sublime quanto a deles, de modo a não se envergonhar de si mesmo.
Anotações Oportunas• Hilário questiona se a relação de Roberto e Marcela não
se apropriaria ao complexo de Edipo, que Freud sugeriu?
• Marcela e Roberto não conseguiriam fugir à predileção que os ligava.
• Na infância, o “ego”, em processo de materialização, externará simpatias e desafetos, através de manifestações instintivas, a lhe entremostrarem o passado, do qual mal se lembrará no futuro próximo.
• Freud explicou o campo emotivo das pessoas pela medida das sensações eróticas.
• Porém não podemos limitar as loucuras humanas a função do sexo. O sexo é a força atuante da vida, uma energia variável da alma. E uma foça do Criador na criatura, destinada a expandir-se em obras de amor e luz.
• Freud definiu o impulso sexual como a busca do prazer. E preciso dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita, pela energia do AMOR, buscando os prazeres mais nobres.
• Temos, assim, o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito.
• Encontramos, desse modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios quintessenciados do amor.
• Relações furtivas podem acarretar responsabilidades devido o abandono ou promessas ligadas aos desejos.
• Caso levemos uma pessoa a desventura pela nossa sedução, seremos responsáveis por possíveis consequências.
• Em desencarnando com o remorso da atitude praticada, quanto mais luz se lhe faça no entendimento mais agudo lhe será o pesar de haver cometido a falta.
• Hilário pergunta: Como interpretar os casais que evitam filhos com o uso de anticoncepcionais?
• Se não descambam para a delinquência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista.
• Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço inevitável de nossa regeneração.
• Em caso de aborto provocado, a mulher pode sofrer enfermidades?
• Pode provocar um desequilíbrio e alterações no chacra genésico, causando por tempo longo degenerescência das forças genitais através de enfermidades como tumoração cancerosa, enfarte uterino, metralgia, vaginismo, metrite...
• Como se recuperar dos acidentes desta ordem?
• Imaginem uma matriz deformada na mesa da cerâmica. Não poderá ser usada como modelagem de vaso nobre.
• A mulher que fez mal uso do seu centro genésico poderá receber futuramente almas que viciaram a sua forma.
• Poderá ser mãe de espíritos que cometeram o suicídio para colaborar com a regeneração das energias sutis do perispírito.
Ciclo IV – Ação e Reação