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Universidade Federal de Campina Grande Centro de Humanidades Unidade Acadêmica de História – UAHis Disciplina: Paraíba II Professor: Luciano Queiroz Aluno: Maxwell Barbosa Medeiros Matrícula: 112230277 Resenha do livro “EU MARCHAREI NA TUA LUTA!”: A Vida de Elisabeth Teixeira 1

Resenha Sobre Elisabeth Teixeira

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O trabalho a seguir trata de uma breve análise da vida de Elisabeth Teixeira, viúva de João Pedro Teixeira, líder da Liga Camponesa de Sapé.

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Universidade Federal de Campina GrandeCentro de HumanidadesUnidade Acadmica de Histria UAHisDisciplina: Paraba IIProfessor: Luciano QueirozAluno: Maxwell Barbosa MedeirosMatrcula: 112230277

Resenha do livro EU MARCHAREI NA TUA LUTA!: A Vida de Elisabeth Teixeira

A obra a que se refere esta resenha trata da vida de Elisabeth Teixeira, militante das Ligas Camponesas junto com o marido, Joo Pedro Teixeira. Ele, negro e pobre. Ela, de famlia de latifundirios, sofrendo com o machismo por parte do pai. Mesmo de origens distintas das camadas da sociedade, no impediu o amor de ambos. Pode-se dizer que a histria de Elisabeth como militante atuante comea com o assassinato de seu marido, no contexto do golpe militar de 1964. At ento, segundo o texto, ela se mantinha como companheira que vivia a sombra do marido. O assassinato, que na poca era o presidente da Liga camponesa de Sap, desperta para a conscincia de luta, uma forma de protesto contra a morte de Joo Pedro Teixeira.Em contrapartida, cria-se a Associao dos Proprietrios Rurais da Paraba, como forma de se opor ao avano das ligas camponesas. Agnaldo Veloso Borges, acusado de ser o mandante do assassinato de Joo Pedro, assume o mandato de deputado estadual, com o apoio de polticos conservadores do estado. E por conta da situao de opresso a que se segue o golpe militar, Elisabeth perseguida, presa, e depois de solta, obrigada a entrar na clandestinidade, perde contato com os filhos, s os reencontrando posteriormente. E presenciando uma nova tragdia familiar, com o assassinato de seu filho, Jos Eudes, pelo irmo Joo Pedro.Elisabeth conta no incio do livro que ela fora a filha mais velha de oito irmos. O pai esperava um menino, e teve que se contentar com isso, at o nascimento do segundo filho, que era homem. Ela conta que quando nascia um filho homem, havia comemorao, com direito a fogos de artifcio; se nascia uma mulher, no havia nada. H uma certa mgoa por parte de Elisabeth, apesar de ser a mais velha, o pai gostava mais do segundo filho, e fazia-lhe suas vontades.Sua infncia fora humilde, brincando com os irmos, ajudando a cuidar dos bichos, da mercearia junto com o pai, da casa. Havia-se um trato cuidadoso para com os pais, fruto da educao da poca, que era rigorosa. No se podia ficar perto do pai ou da me quando estes estavam com visitas. Precisava-se pedir licena para sair, para fazer um favor. O pai era agricultor, e era dono de uma mercearia; a me era dona de casa.Sua me, segundo relato de Elisabeth, apesar do trato rigoroso com os filhos, era uma dona de casa caprichosa. Gostava de bordar os nomes dos filhos nos lenis de cama. Sofrera calada com as traies do marido, e com os desmandos dele, como na vez em que teve que tirar Elisabeth da escola, e de quando foi obrigada a vender a terra onde a filha mais velha morava junto com o marido. O pai de Elisabeth proibia os filhos de manterem contato com os moradores dele. Com os moradores e os filhos, e de ver a misria em que viviam. Uma das tristezas na infncia de Elisabeth foi o fato de no poder ter concludo os estudos. Quando estava na segunda srie do primrio, aos nove anos, o pai a tirara da escola. Mesmo com os pedidos desta, com a interveno de seu padrinho, o pai no mudara de idia. Segundo ele, no possua condio de colocar todos os filhos na escola, e, portanto todos deveriam ter o mesmo nvel de educao, at para no haver queixas dentro de casa. Elisabeth conhecera o futuro marido aos 15 anos, quando trabalhava na mercearia junto com o pai. Joo Pedro freqentava o estabelecimento a fim de comprar mantimentos para os trabalhadores de uma pedreira que havia ali perto. O pai de Elisabeth, percebendo o interesse de sua filha por Joo Pedro, e vice e versa, proibiu este de freqentar seu estabelecimento. Como Joo Pedro no obedecera, Elisabeth fora proibida de freqentar a venda. O namoro dos dois continuou atravs de cartas, e no dia 10 de junho ela fugira de casa, e no dia 26 do mesmo ms, os dois se casaram. A me de Elisabeth adoecera com o ocorrido, e o pai ficou muito abalado com o ocorrido. Ele no consentira o casamento dos dois por achar que Joo Pedro no era merecedor, por no possuir o mesmo nvel de vida deles.Joo Pedro Teixeira nascera na cidade de Pilezinhos, prximo a Guarabira, em 1918. Herdara o nome do pai. Este se separou de sua me quando Joo Pedro tinha apenas um ano de vida. Joo Pedro (pai) arrendou uma terra em Pilezinhos para trabalhar, e passados dois anos houve uma disputa de terras com o proprietrio. Aps uma discusso com os filhos do proprietrio, Joo Pedro (pai) mata duas pessoas, e desaparece. Sua esposa e os filhos se mudam para Guarabira. Joo Pedro criado pelos avs, e depois pelo tio, que era gerente da fazenda Massananga, a mesma onde anos depois ele leva Elisabeth para morar com ele.Sua vida de casada fora sofrida no incio, pela saudade que tinha de casa. Apesar disso, ela relatara que nunca teve motivo de queixa contra o marido, e vice e versa. Mesmo com os conselhos de sua sogra para abandonarem a vida de militncia, dos conselhos de seu pai, das ameaas de morte por conta de pistoleiros, Elisabeth resolvera permanecer ao lado do marido.Saram da fazenda Massananga por conta de desentendimentos entre Joo Pedro e seu tio, que era gerente, por conta do tratamento dado aos moradores. De l, partiram para Recife, onde moraram por nove anos. L, Joo Pedro se alfabetizou com ajuda da esposa, e comeou a se envolver com movimentos sindicais. Por conta disso, ele comeou a ser boicotado pelas pedreiras e construtoras de Recife. Ao receber a visita de um irmo de Elisabeth, e este notar a situao de penria que havia, a famlia recebe um convite para se mudar para Sap.O casal morava em um pedao de terra cedido pelo pai de Elisabeth. Durante este perodo, Joo Pedro conheceu Joo Alfredo Dias, conhecido como Negro Fuba, presidente do Partido Comunista Brasileiro. Foi quando Joo Pedro conheceu melhor a situao enfrentada pelo homem do campo, e passou a lutar contra o cambo e o foro. O cambo era o primeiro dia da semana, onde o trabalhador trabalhava de graa para o dono da terra, o resto dos dias combinados era pago, mas o preo era estipulado pelo patro, e o pagamento era um vale para ser descontado no barraco do proprietrio da terra.Em 1958 fundada a Liga Camponesa de Sap. Uma das conquistas da liga foi a abolio do Cambo. A primeira fazenda onde o Cambo foi abolido foi a fazenda Mara. No livro foi relatada a dificuldade de conscientizar o homem do campo de que este possua direitos e O pai de Elisabeth, seja por nunca ter se entendido com o genro, seja talvez pelo envolvimento deste na militncia nas Ligas Camponesas, resolvera vender o lote para forar a filha a largar o marido, o que no ocorreu. O novo proprietrio, Antnio Vito tentou forar a sada do casal, e acionou a justia, que entregara a Joo Pedro uma ordem de despejo. Este, procurou um recurso na justia. Esse foi o pretexto encontrado para que Joo Pedro fosse assassinado. A audincia no ocorrera, pois o advogado de Antnio Vito no estava presente. Na volta, perto de Caf do Vento, Joo Pedro sofre uma emboscada e morto com 3 tiros. A morte do marido revolta Elisabeth. At ento ela se mantivera alheia a questes relacionada s poltica, at mesmo se eximira de obter seu ttulo de eleitor. Mas o livro relata que, ao ver o cadver do marido, ao sentir o desespero e a revolta tomarem conta dela, ela promete ao falecido que ir continuar sua luta em prol dos trabalhadores do campo.

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